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Brincar para aprender e socializar

Introdução

O cérebro exerce inúmeras funções que são alimentadas por influências do meio em
que o ser humano vive, além de suas experiências, comportamentos, afetividade e
socialização.

Diante disso, o adulto e o ambiente se tornam imprescindíveis no desenvolvimento de


uma criança O adulto assume o papel de transmissor de conhecimentos que foram
gerados pela cultura em que está inserido.

Um ambiente sem interação, sem conversas, sem brincadeiras, sem materiais como
livros de histórias, podem gerar crianças com fala tardia, dificuldade para se locomover,
para criar histórias usando a imaginação e com vocabulário limitado.

Quando as crianças percorrem outros caminhos, se deparam com culturas diferentes,


esse momento pode ocorrer ao ingressar no ambiente escolar ou com a mudança de
segmento dentro da instituição.

O caso apresentado expõe crianças com atrasos na fase da alfabetização e que


necessitam de um apoio psicopedagógico individual. Para que esse atendimento
aconteça de forma adequada, a psicopedagoga iniciou o processo colhendo as
informações necessárias para auxiliá-los no seu desenvolvimento.

Dessa forma iniciou conversando com a educadora, entrevistou a família e por fim a
criança. Para averiguar com mais precisão realizou uma anamnese com a família, onde
conseguiu apurar questões genéticas e emocionais dentro do ambiente em que criança
está inserida desde o seu nascimento.

“As características individuais (modo de agir, de pensar, de sentir, valore,


conhecimentos, visão de mundo, etc.) depende da interação do ser humano com o
meio físico e social. Vygotsky chama atenção para a ação recíproca existente entre o
organismo e o meio e atribui especial importância ao fator humano presente no
ambiente.”1

1 Rego, VYGOTSKY Uma perspectiva histórico-cultural da educação, 1995, p. 58


Vygotsky acredita que a aprendizagem é um processo não só de desenvolvimento
biológico, mas também social. A criança aprende interagindo com o meio em que está
inserido.

Após todas as informações coletadas, a psicopedagoga utilizou seus conhecimentos


teóricos sobre o desenvolvimento da aprendizagem, buscando alternativas e concedendo
o suporte necessário para que essa criança atinja os objetivos da sua faixa etária.

A escola e a família costumam olhar a criança e avaliá-la apenas pelas funções que
exerce sem necessitar de apoio.

Vygotsky denomina a zona de desenvolvimento proximal como a etapa em que a


criança não atingiu a maturidade para exercer uma função de forma independente, mas
se tiver apoio a executa atingindo os objetivos.

A distância entre aquilo que ela é capaz de fazer de forma autônoma (nível de
desenvolvimento real) e aquilo que ela realiza em colaboração com os outros
elementos de seu grupo social (nível de desenvolvimento potencial) caracteriza
aquilo que Vygotsky chamou de “zona de desenvolvimento potencial ou proximal”.
Neste sentido, o desenvolvimento proximal define aquelas funções que ainda não
amadureceram, que estão em processo de maturação, funções que amadurecerão!” 2

Diante destas informações, a psicopedagoga deve auxiliar a educadora a repensar a sua


prática pedagógica, mostrar que cada criança aprende dentro de um determinado tempo
e de uma maneira única.

Trabalhar através de jogos, brincadeiras e dramatizações, pode ser uma forma de


incentivar a criança, a motivando por um caminho já percorrido e internalizado.

A psicopedagoga deve fazer o acompanhamento individual, estabelecer um contato


com a professora e com a família, desse modo poderá avaliar se a criança evoluiu e caso
seja necessário realizar novas intervenções.

2 Rego, VYGOTSKY Uma perspectiva histórico-cultural da educação, 1995, p. 73 e 74


Referências
● Rego, Teresa Cristina Vygotsky : uma perspectiva histórico-cultural da educação I -
Petrópolis, RJ : Vozes, 1995.

● Desenvolvimento Cognitivo a conexão entre o amadurecimento emocional e saudável


do cérebro e a aprendizagem infantil. FCE, Faculdade Campos Elíseos, 2018
Disponível em:https://fce.edu.br/blog/desenvolvimento-cognitivo-a-conexao-entre-o-
amadurecimento-emocional-e-saudavel-do-cerebro-e-a-aprendizagem-infantil/

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