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Propedêutica II

Sistema Vascular Periférico


Dr. Ivan Paredes Faculdade Evnagélica Agosto/2007
Dr. Carlos Caron do Parana (FEPAR)
Dr. Carlos Caron e Dr. Ivan Paredes Dr. Joachim Graff Grupo de Estudos em
Dr. Carlos Borges Semiologia e
Dr. Carlos Cardoso Propedeutica (GESEP)

O Sistema Vascular Periférico Sintomas Vasculares Comuns


Dor nos braços ou pernas.
Neste módulo estudaremos as alterações circulatórias periféricas, Claudicação intermitente.
enfatizando as técnicas para o reconhecimento clínico das lesões
Extremidades frias, pálidas, parestésicas
venosas e arteriais periféricas. Iniciaremos estudando os e com perda de pelos.
elementos essenciais da anatomia vascular periférica. Alteração de cor dos dedos em tempo
frio.
Anatomia e Fisiologia Edema de panturrilhas, pernas e pés.
Em relação as principais artérias, devemos transportam 10% do retorno venoso. Edema com eritema ou dor.
destacar as seguintes, ressaltando as áreas
No qe se refere ao sistema linfático
em que podem ser palpadas:
devemos saber que o mesmo é uma
Braquial: localizada na dobra do cotovelo e extensa rede de canais vasculares que Técnica de Exame
logo acima dela, medialmente ao tendão do drenam linfa do tecido para a circulação MMSS:
bíceps. venosa. Já os Gânglios linfáticos são
estruturas arredondados com 1 a 2cm e Tamanho, simetria e cor da pele
Radial: localizada na região lateral da que tem por função englobar restos Pulso radial e pulso braquial
superfície flexora do punho. celulares e bactérianos, sendo que os mais
Ulnar: localizada na região medial da acessíveis ao exame clínico sao os Gânglios linfáticos epitrocleares
superfície flexora do punho. cervicais, axilares e dos braços e pernas.
MMII:
Femoral: localizada abaixo do ligamento Os gânglios axilares drenam maior parte
Tamanho, simetria e cor da pele
inguinal, entre a crista ilíaca ântero-superior do memb ro superior, enquanto os
e a sínfise pubiana. epitrocleares drenam a superfície ulnar do Pulso femoral e gg. Inguinais
antebraço, os dedos mínimo e anular e a
Poplítea: localizada atrás do joelho. superfície adjacente do dedo médio. Pulso poplíteo, pedioso e tibial posterior
Pediosa: localizada no dorso do pé Em relação aos membros inferiores temos Edema periférico - cacifo
(lateralmente ao tendão extensor do 1º a cadeia horizontal, que drena as porções
MTF). superficiais da região inferior do abdome,
Tibial posterior: localizada atrás do maléolo nádegas, genitália externa (exceto Classificação dos Pulsos
medial do tornozelo. testículos), o canal anal e a região perianal,
Célere ! 4+
bem como a porção inferior da vagina. A
No que se refere as veias, as de maior cadeia vertical, por sua vez, drena todo o Aumentado ! 3+
significado clínico estao localizadas nos membro inferior. exceto o calcanhar e a
embros inferiores, sendo elas: face externa do pé. Normal ! 2+
Veia Safena Interna (magna), que drena No que se refere as trocas líquidas entre o Reduzido ! 1+
para a veia Femoral. interstício e o leito vascular capilar, o Ausente ! 0
Veia Safena Externa (menor), que drena mesmo se dá basicamente por diferenças
para o sistema venoso profundo e daí para nos gradientes pressóricos e osmóticos
a veia Femoral. destas estruturas. Assim, a pressão
hidrostática arterial é maior do que a
Veias Comunicantes, que unem a safena venosa e a pressão coloidosmótica
interna e externa. intersticial e maior na parte arterial do que
na parte venosa, favorecendo assim a
E importante lembrarmos que as veias
remoção dos excessos de fluídos e de
profundas (femoral e poplítea) transportam
protéinas do interstício.
90% do retorno venoso, enquanto as veias
superficiais (safenas interna e externa)
Fenômeno de Raynoud Exame Físico Vascular
Pulso Radial ! Face lateral da superfície flexora do punho com a ponta dos dedos A
É uma alteração da flexão parcial do punho pode ajudar a otrnar o pulso mais evidente.
coloração da pele das
Pulso Braquial ! Medialmente ao tendão do bíceps na prega antecubital ou entre os
mãos, caracterizada pela tendões do músculos bíceps e tríceps. Uma discreta flexao do cotovelo facilita a análise.
sequencia Palidez –
Gânglios Epitrocleares ! Cotovelo a 90º com o antebraço apoiado, palpando-se sulco
Cianose – Vermelhidão. do bíceps e tríceps, a 3cm do epicôndilo medial.

Pulso Femoral ! Comprima logo abaixo do ligamento inguinal, entre a crista ilíaca
ântero-superior e a sínfise pubiana.

Pulso Poplíteo ! Com o joelho fletido e relaxado, comprimir a fossa poplítea para sentir
o pulso. Pode-se também proceder a flexão do joelho a 90º, estando a região inferior da
perna relaxada sobre o braço do examinador, que faz a compressão profunda do oco
poplíteo com os polegares.

Pulso Pedioso ! Palpar no dorso do pé, na região imediatamente lateral ao tendão


extensor do grande artelho.

Tibial Posterior ! Localizado abaixo do maléolo medial do tornozelo.

Gangrena Gânglios Inguinais ! Avaliar os grupos horizontal e vertical, no que se refere ao


tamanho, consistência, dor e mobilidade.

Testes e Manobras Especiais


Teste de Allen ! Utilizado para verificar a permeabilidade da artéria radial ou da ulnar
antes da realização da punção da artéria radial para coleta de amostras de sangue. Para
este teste, o paciente deve estar em pé com os membros superiores erguidos e a palma
das mãos voltadas para a frente. Comprime-se então a artéria radial para estudar a ulnar
e vice-versa. O resultado é negativo se ambas as mãos permanecem cm a mesma
coloração, pois isto significa permeabilidade da artéria não comprimida. Será positivo
quando ocorrer maior palidez da mão cuja artéria está comprimida, pois isto significa
obstrução da outra artéria.
Insuficiência Venosa
Alterações Posturais da Cor ! Eleve as 2 pernas a 60º até induzir um pico de palidez
nos pés (geralmente em 1 min), sendo que palidez acentuada, sugere IAC. Após elevar os
pé, peça para o paciente ficar sentado e reto com as 2 pernas pendentes. Compare os 2
pés, avaliando o retorno da coloração rósea à pele (n ! 10s) e o enchimento das vv. dos
pés e tornozelos (n ! 15s).

Mapeamento de Veias Varicosas ! Uma onda de pressão palpável indica que as duas
partes das veia estão conectadas.

Teste do Enchimento Retrógrado ou de Trendelemburg ! O Paciente inicialmente


permanece em decúbito dorsal. Soliciata-se que eleve uma perna a 90º para esvaziá-la de
sangue venoso. O examinador oclue a safena interna na região superior da coxa. Solicita-
se ao paciente para ficar em pé, enquanto a veia é mantida ocluída. Observe o
enchimento venoso da perna: normal ou negativo é quando o enchimento de baixo para
cima ocorre em ± 35s. Se se for mais rápido, indica que as veias comunicantes estão
com as válvulas incompetentes. Depois de ficar em pé por 20s, libere a compressão e
pesquise o surgimento de novos enchimentos venosos (normal ou negativo é não
ocorrer). Enchimento adicional súbito das vv. Superficiais indica válvulas incompetentes
na veia safena.
Sinal de Cacifo Prova de Adson (Manobra do Escaleno) ! Este exame serve para comprovar a
compressão da artéria subclávia, causando o assim chamado Síndrome do desfiladeiro
toráxico. Para esta manobra o paciente deve estar em posição anatômica, sendo que o
examinador, postado atrás do paciente, toma o pulso radial. O paciente então roda a cabeça
para o lado oposto ao do braço examinado, sendo que o examinador, com a outra mão, por
trás, traciona o queixo dop paciente, para assim forçar a rotação e concomitante
hiperextensão da cabeça. Procede-se então ao levantamento de todo o membro superior
até a horizontal, com afastamento do membro para trás. A prova será positiva quando,
durante esta manobra, desaparecer o pulso radial com ausculta de sopro na região de
projeção da artéria subclávia ou ocorrer dor em choque. A prova será negativa se o pulso
radial permanecer e não ocorrer sopro ou choque.

Pesquisa de Edemas
É necessário estabelecer uma compressão por aproximadamente 5 segundos na região
selecionada (dorso do pé, atrás dos maléolos distais, sobre a regiao pré-tibial e na região
sacral), em busca do sinal de cacifo, que se caracteriza pela ocorrência de depressão na
pele à compressão. O edema pode ser classificado de acordo com o tamanho do cacifo (1+
2mm, 2+ 4mm, 3+ 6mm, 4+ 8mm).
Lembre-se de que edema sem cacifo sugere linfedema ou mixedema.

Sinais e sintomas da Insuficiência Vascular Periférica


Linfedema
Claudicação intermitente, podendo evoluir para ocorrência de dor em repouso
Pulsos reduzidos ou ausentes
Cor pálida (elevação do membro) e vermelho-escura (membro pendente)
Temperatura fria
Edema ausente
Alterações tróficas
Pode ocorrer gangrena
Úlceras em artelhos e áreas de trauma

Sinais e Sintomas de Insuficiência Venosa Crônica

Ausência de dor ou dor discreta.


Pulsos normais.
Cor normal ou cianótica
Temperatura normal
Edema acentuado
Dermatite ocre
Úlceras em tornozelo (face interna)
Não ocorre gangrena
Bibliografia Básica:
Professores
BATES, B. Propedêutica Médica. 8a ed. Guanabara Koogan, 2004.
Dr. Ivan Paredes
EPSTEIN, O.; et al. Exame Clínico. 3ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2004.
Dr. Carlos Caron
TALLEY, N.J., O’CONNOR, S. Exame Clínico – Um guia do diagnóstico
físico. 4ª ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2003.
Dr. Joachim Graf
Sites de Interesse:
Dr. Carlos Borges
http://www.martindalecenter.com/MedicalClinical_Exams.html: site tipo
“portal” sobre propedêutica e semiologia, contendo vídeos, textos, imagens,
Dr. Carlos Cardoso etc.

http://www.conntutorials.com/video.html: vídeos de propedêutica separados


por áreas como cabeça e pescoço, cardiovascular, neurológico, etc.

Contato com o grupo de professores:


gesep@googlegroups.com
Home Page da Disciplina:
http://web.mac.com/ivanjose/GESEP

GESEP (Grupo de Estudos de Semiologia e Propedêutica)


Faculdade Evangélica do Paraná
Padre Anchieta, 2770. Campina do Siqueira
80730-000
Curitiba - PR

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