Universidade Pedagógica
Maputo
2018
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Universidade Pedagógica
Maputo
2018
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Índice
Introdução.........................................................................................................................................3
Conclusão.......................................................................................................................................10
Referencias Bibliográficas..............................................................................................................11
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Introdução
A escola tem uma função educativa muito importante, que deve ser desenvolvida tendo em conta
o respeito por princípios éticos. Aos professores é atribuída esta missão de grande valor, pelo que
a sua função tem que ser eticamente exercida, sob orientação de princípios éticos gerais e por
normas mais específicas ajustadas às situações concretas da realidade escolar. O professor tem a
árdua missão de formar agentes a fim de garantir a identificação recíproca entre a identidade
cultural do povo e a escola.
Geral
Específicos
Para o alcance destes objectivos usou-se como técnica de colecta de dados a recolha
bibliográfica. O trabalho está estruturado em duas partes que descrevem, de um modo
sequencial, o tema da investigação, trazendo no fim a lista das literaturas consultadas.
Ética é um princípio que deve nortear a qualquer indivíduo dentro do seu contexto para garantia
da socialização nas relações inter e intra-pessoais. A Ética, numa perspectiva filosófica, segundo
(Marques, 2008:38).
Assim dito, a ética pressupõe que exista uma articulação racional do bem, estando sempre
relacionada com uma determinada cultura.
Já o termo deontologia, do ponto de vista etimológico deriva do grego deonta (dever) e logos
(razão) que segundo Alonso (2008:179) “é um código de deveres e as obrigações do profissional
e que ela se impõe a si própria, inspirada nos seus valores fundamentais”
O autor sublinha ainda que ainda que estes valores não podem ser distintos dos valores da
sociedade em que determinada profissão se insere, nem dos valores universais. O normal é que
essas formas tenham sido regidas, compiladas em um código escrito e aprovado pelo colectivo
profissional. Notamos aqui que o professor no contexto moçambicano, no âmbito deontológico,
deve obedecer ao plasmado no Estatuto do Professor conjugado com o Estatuto Geral dos
Funcionários e Agentes do Estado.
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Como se pode perceber, a formação ética estabelece a fronteiras para o bom desempenho da
prática profissional, tornando cada agente responsável pela sua acção, sem desculpas nem
subterfúgios. Os professores não só devem acolher os seus alunos, como tem o dever de lhes
servir de modelo sem lhes impor o que quer que seja. Nesta relação com o outro, o professor deve
ser capaz de sugerir sem obrigar, sem responsabilizar e sem impor.
A profissão docente exerce-se por delegação social e assenta num conjunto articulado de saberes,
saberes-fazer e atitudes (…) e um ideal de serviço que lhe confere significado e que remete para o
conceito de profissionalismo. Esse ideal consubstancia o exercício ético da competência
profissional e os fins e valores que uma sociedade acha dignos de serem transmitidos e
exemplificados através do processo educativo.
Para satisfazer este pressuposto, é inevitável que o professor cumpra com isenção, modéstia, com
honra, brio profissional e com um elevado sentido de responsabilidade esta tarefa de ensinar e
educar. Em toda sua actividade profissional, o professor deve colocar em primeiro lugar o
brilhantismo, a ética e a deontologia profissionais. Quando procede desta maneira, o professor
estará em condições de responder e de corresponder com a dimensão funcional da sua tarefa.
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Segundo Rosa, (1999: 22) para a opinião pública a função do professor é ensinar alguma
coisa, no âmbito escolar é aquele que ensina uma disciplina curricular. Contudo, a função do
professor vai muito para lá da perspectiva do senso comum, ou seja, vai muito para lá do simples
ato de ensinar uma determinada matéria. “O professor exerce sobre os alunos que estão ao seu
cuidado uma influência geral e permanente”. O professor, ao ter por função a formação de
jovens, exerce uma actividade que congrega uma função humanizadora e uma função
socializadora (é neste sentido que se reporta à ética). Participa na construção/modificação do ser
humano, na obtenção de hábitos e costumes, por parte dos alunos. Indirectamente, o professor
também tem um papel activo na configuração da própria sociedade, na medida em que, ao estar
incumbido da formação de novos sujeitos, dos fundadores da nova sociedade, estão a intervir na
edificação da sociedade (Silva, 1995: 32).
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Na função docente está implícito quer a instrução quer a educação, sendo dois elementos
indissociáveis. Assim, ressalta desta função do professor o primeiro critério de uma deontologia
do educador/professor: A acção do educador tem, como matéria e como fim, o desenvolvimento
pessoal e social das crianças e jovens com quem trabalha.
Segundo Monteiro (2008) os professores têm direito profissional à formação, ao estatuto e
remuneração decorrente da sua actividade, condições materiais e dignas no exercício da sua
função, direito à autonomia e responsabilidade profissional, participação no governo da escola e
ainda na definição da política da educação.
Os direitos humanos são direitos alienáveis, inquestionáveis e garantidos por sua Declaração
Universal de 1948 onde consta como 1º artigo que “todos os seres humanos nascem livres e
iguais em dignidade e em direitos” Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948). Sendo
assim, todos os homens de qualquer nação e de qualquer classe social têm que conhecer e
entender seus direitos para que os mesmos não sejam esquecidos e/ou negligenciados por
nenhuma instituição, ou autoridade ou quem quer que seja.
Diehl (2000) vai mais afundo ao defender a importância de trabalhar os direitos humanos na
formacao de professores. Segundo o autor, o objectivo de falar sobre direitos humanos dentro
das salas de aulas é interiorizar nos alunos princípios de respeito, tolerância, igualdade para que
os mesmos busquem e lutem também por uma sociedade mais justa e igualitária e elencou
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algumas estratégias para que as escolas e suas equipes pedagógicas desenvolvam trabalhos
orientados para assegurar os direitos humanos. São as que a seguir se descrevem:
1. Ponto de partida: para Diehl, é fundamental que as escolas reconheçam que é papel da
educação garantir os direitos humanos. “É preciso ter o entendimento de que todos os
indivíduos precisam ter sua dignidade garantida, o que implica em ter direito a opinião,
liberdade, identidade, acesso a educação, cultura e saúde”.
4. Se posicionar: segundo Diehl, o professor deve se posicionar diante dos fatos e se mostrar
preocupado com o destino do mundo. “A filósofa Hannah Arendt já dizia que a educação
é feita pelo exemplo e que mais do que ser embrionária de um novo mundo, a educação
tem o papel de contar as histórias do velho mundo. Então, penso que os professores não
devem chamar os alunos para as revoluções que acredita, mas apresentá-los a elas”.
5. Buscar referências: outro ponto benéfico para este tipo de trabalho é o professor buscar
referências que possam respaldá-lo. “É possível acessar a literatura e outros materiais, e
também os estudantes e seus repertórios, como o rap ou a literatura periférica, por
exemplo”.
discordem de certas posições”, enfatiza Renata ao reforçar que essa é a base para a
construção de uma cultura democrática.
Conclusão
No que concerne ao problema que serviu de ponto de partida para a investigação, a resposta
sintética que emerge da análise feita é que os deveres profissionais, o conceito de professor, os
princípios orientadores das práticas docentes, entre outros aspectos, são formulados em termos
muito semelhantes e valorados de forma idêntica pelos professores. O ideal de uma educação de
qualidade não pode estar afastado de pressupostos morais e éticos. Todos os envolvidos na
relação pedagógica têm de adquirir uma consciência moral inerente à sua função nessa relação.
Os professores têm de formar uma identidade profissional mais profunda, alicerçada a todas as
contingências da função de educador. Os professores têm de contribuir para a promoção do
desenvolvimento sociomoral dos alunos, e isto só será possível quando se verificar um paradigma
deontológico adequado à realidade do modelo e paradigma educativo vigente. A perspectiva ética
e moral que os professores possuem, determinam a forma como assumem a sua função de
educadores morais e éticos.
Analisando por essa linha, vê-se a importância da maneira que os valores são apresentados às
crianças e o modo como elas se apropriam deles. Dessa forma, salienta-se também a importância
da formação dos docentes em seu caminho académico e a importância da postura que o mesmo
apresenta dentro da escola. Não só o docente, mas toda a equipe escolar, desde a direcção até
seus funcionários são exemplos e referências para os alunos que estão ali construindo sua
personalidade e seus valores morais. Diante desses motivos, é fundamental que o respeito, a
cidadania, a aceitação de toda diferença que foge do padrão devem ser trabalhados diariamente na
escola e devem ser trabalhados por profissionais que realmente acreditam que estão contribuindo
para uma sociedade mais justa e igualitária.
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Neste medida, pensa-se que os objectivos do trabalho terão sido alcançados e espera-se ter
conseguido lançar alguma luz sobre o pensamento dos professores relativamente aos aspectos
éticos - ou a parte deles, pelo menos - que envolvem as práticas profissionais docentes; isto sem
perder de vista, no entanto, que toda a investigação qualitativa, dado o seu pendor marcadamente
interpretativo, se deverá sempre considerar incompleta e em aberto.
Referencias Bibliográficas
DIEHL, D. A. Democracia e educação em direitos humanos: um debate sobre o PNDH-3 e
NEDH à luz da pedagogia freireana. Revista dos Estudantes de Direito da UnB, 2012.
ESTRELA, M. T. Profissão Docente. Dimensões Afectivas e Éticas. Porto: Areal Editores. 2010
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática docente. São Paulo: Paz e
Terra. 1996
MARQUES, R. O livro da Nova Educação da Carácter Edições Almedina. Coimbra. 2008
MONTEIRO, A. R., Qualidade, Profissional idade e Deontologia na Educação, Porto Editora.
Porto. 2008
ONU.. Declaração universal dos direitos humanos. 1948. Disponível em: http://www.onu-
brasil.org.br/documentos_direitoshumanos.php>. Acesso 26/09/2015.
REIMÃO, R. Ética da Profissão docente. Actas do colóquio Luso-Espanhol de Ética das
profissões. Braga. 2007
ROSA, J. C. D., Escola Superior de Educação João de Deus. Lisboa 1999.
SILVA, L. A Profissão Docente e a Deontologia dos Professores, Coimbra, Ed. Sindicato dos
Professores da Região Centro.1995