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INTRODUÇÃO

Adam Smith foi um professor e filósofo oriundo da Escócia. Nascido próximo a


Kikcaldy, a ele é creditada a autoria da economia liberal clássica. Nesta, o
Estado teria um papel menor (ou nula) de interferência na economia. Estudou
na capital Glasgow durante os primeiros anos. Logo depois concluiu filosofia na
Universidade de Edimburgo. Ainda viria a ser presente em turmas da Balliol
College, de Oxford.
Ao mudar-se para Edimburgo, em 1748, passa a ministrar classes e cursos
sobre a ética e a economia. Logo após o sucesso como mestre, é nomeado
como professor de Lógica, em 1751, na Universidade de Glasgow. Mais tarde,
viria a assumir as aulas de filosofia moral no ano seguinte. Já anos mais tarde
publicaria sua principal obra até então: A Teoria do Sentimento Moral, de 1759
onde introduziu o conceito da teoria da mão invisível.
Ao assumir como tutor pessoal do duque de Buccleuch, Adam Smith pode
viajar por países como França e Suíça. Lá, ele acaba entrando em contato com
grandes pensadores iluministas da época, como Voltaire e Quesnay. A volta à
Escócia ocorreu em 1766, mesmo ano em que Smith larga a vida acadêmica.
Assim, após largar a vida como professor, leva dez anos até publicar sua
grande obra: A Riqueza das Nações (1776). Essa obra representa o marco de
uma visão político-liberal em progresso para os estudos da economia moderna.

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DESENVOLVIMENTO
Mão invisível é um conceito que inicialmente foi introduzido por Adam
Smith em seu livro Teoria dos Sentimentos Morais, escrito em 1759, invocando
a interferência natural que o mercado exerceria na economia. Segundo Smith,
se a economia for livre, sem intervenção alguma de órgãos externos ou do
governo, ela irá regular de forma automática, como se houvesse uma mão
invisível por trás de tudo, fazendo com que os preços dos produtos fossem
ditados pelo próprio mercado, conforme sua necessidade.
Na época em que escreveu A Riqueza das Nações, em 1776, Smith estudou os
modelos econômicos dos fisiocratas franceses por muitos anos, e, nesta obra,
a "mão invisível" é mais diretamente associada à produção e ao emprego
de capital em suporte à indústria doméstica. O único uso do termo "mão
invisível" encontrado na obra A Riqueza das Nações se encontra no Livro IV,
Capítulo II, "Restrições à Importação de Mercadorias Estrangeiras que Podem
Ser Produzidas no Próprio País". A frase exata é utilizada somente três vezes
nas escrituras de Smith.
Smith pode ter dado dois significados da frase por influência de Richard
Cantillon, que desenvolveu ambas as aplicações econômicas em seu modelo
do estado isolado.
A ideia de comércio e do mercado de troca automaticamente canalizando o
"interesse próprio" para "fins sociais desejáveis" é a justificativa central da
filosofia econômica de laissez-faire, que antecede a economia
neoclássica. Nesse sentido, a discordância central entre ideologias econômicas
pode ser vista como uma discordância sobre quão poderosa é a "mão
invisível".
Em modelos alternativos, forças que eram nascentes durante o tempo de vida
de Smith, como a indústria de larga escala, as finanças e a publicidade,
reduzem sua efetividade.
Interpretações do termo tem sido generalizados além do uso do próprio Smith.
Monopólios
Adam Smith viu na formação de monopólios, ou seja, a concentração de poder
do mercado nas mãos de poucos produtores (no extremo apenas um) apoiados
por um Estado intervencionista, como um dos perigos ao funcionamento da
economia de mercado.
Distorções e o funcionamento da mão invisível
Havendo distorções à plena "liberdade de mercado", como a exemplificada
acima, a mão invisível se torna "estática" e já não auxilia o sistema. A
"assimetria de informações" - isto é, o fato de alguns saberem mais do que
outros - também contribui para prejudicar o funcionamento adequado da "mão
invisível". Analisando esse fenómeno em relação ao Google existe um curioso
artigo, escrito pelo professor Michael Rothschild da Universidade de Princeton,
intitulado Information, The invisible Hand and Google que analisa
matematicamente esses efeitos deletérios que paralisam a "mão invisível",
impedindo que ela exerça sua função no mundo real, quando ocorrem
distorções num sistema ideal, abstratamente concebido. Eric Maskin, da

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Universidade de Princeton, Leonid Hurwicz, da Universidade de Minnesota, e
Roger Myerson, da Universidade de Chicago, receberam o Prêmio Nobel de
Economia por seu trabalho pioneiro sobre uma teoria que determina quando os
mercados estão funcionando de forma eficaz.
As novas tecnologias de intermediação de negócios também interferem no livre
mercado, quando geram desequilíbrio e anulam o efeito da mão invisível a
medida que não possuem custos de produção ou demandas exageradas, além
de poder fixar preços comercializar produtos e serviços independentemente se
o produtos ou prestador de serviço ter lucro ou prejuízo, a curto, médio e longo
prazo. Um exemplo clássico são os app de compartilhamento de mobilidade
urbana. (Uber Lytit)
"Sociedades não devem contar com as forças do mercado para proteger
o ambiente ou fornecer um sistema de saúde de qualidade para todos
os cidadãos (...) O mercado não funciona muito bem quando se trata de
bens públicos (...) "Os mercados trabalham aceitavelmente com bens
chamados por economistas de bens privados" (como carros e outros
objetos duráveis), afirmou Eric Maskin.
"A clássica metáfora de Adam Smith sobre a 'mão invisível' refere-se a
como o mercado, sob condições ideais, garante uma alocação eficiente de
recursos escassos. Mas, na prática, as condições normalmente não são
ideais. Por exemplo, a competição não é completamente livre, os
consumidores não são perfeitamente informados e a produção e o
consumo desejáveis privadamente podem gerar custos e benefícios
sociais", explicou a nota da Academia Real das Ciências da Suécia por
ocasião da outorga do Prémio de Ciências Económicas de 2007.
"As teorias que eu, e outros, desenvolvemos explicaram porque os mercados
livres frequentemente não só não conduzem à justiça social, mas também nem
sequer produzem resultados eficientes. É interessante notar que não tenha
havido um debate intelectual à (minha) refutação da mão invisível de Adam
Smith: indivíduos e empresas, na busca de seu auto-interesse, não são
necessariamente, ou em geral, conduzidos por uma mão invisível rumo à
eficiência econômica."
— Joseph E. Stiglitz

John Nash, a teoria dos jogos e a mão invisível


O trabalho de John Forbes Nash deu à economia novos meios analíticos
para estudar o comportamento humano. Já pela metade do século XX, os
economistas de há muito estavam insatisfeitos com conceitos como a mão
invisível, proposto por Adam Smith, como forma de explicar o alinhamento
entre oferta e procura e a fixação de preços. Havia grande número de
transações econômicas nas quais as hipóteses que embasavam a mão
invisível eram violadas.
Em muitos mercados, umas poucas empresas dominam, o comércio
internacional é afetado por barreiras implícitas e explícitas; os governos
precisam encontrar mecanismos para estipular os preços de determinados
bens, como o direito de explorar petróleo. A mão invisível, embora possa
influenciar a situação de alguma maneira, não está sozinha. Isso é como
um jogo, e daí o nome teoria dos jogos. A contribuição de John Nash foi

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estender a ideia dos jogos de resultado radical, como o xadrez, nos quais
onde a vitória de um jogador é sempre completa, assim como a derrota de
seu oponente, para situações estratégicas mais amplas, desenvolvendo
seu conceito de equilíbrio. É o desfecho de qualquer problema no qual cada
jogador, por compreender as estratégias dos demais, é incapaz de
melhorar ainda mais sua posição adotando uma solução alternativa. Os
economistas experimentais usam a teoria dos jogos e o conceito do
"equilíbrio de Nash" para descobrirem em que circunstâncias os seres
humanos tendem a se comportar irracionalmente. Isso ocorre com muita
frequência porque nossas ações são dominadas por normas sociais e
ideias de equidade, e não pela racionalidade.

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CONCLUSÃO
Em A Riqueza das Nações (1776), Adam Smith cunha um conceito de grande
valia para os liberais até hoje.
Podemos concluir que a Teoria da Mão Invisível fala a respeito da auto-
regulamentação do mercado. Dessa forma, dentro de uma economia de
mercado – fosse interna ou externa – o próprio mercado se fiscalizaria.
Dessa maneira, apesar de não existir uma entidade coordenadora estatal e
comunal, a ação dos indivíduos seguiria uma ordem. A esta ordem de ações
reguladas dá-se o nome de mão invisível, que orientaria a economia. A mão
invisível que Smith se refere pode ser facilmente comparada ao que hoje se
entende por “oferta e procura”. Para tanto, o mercado regularia a si mesmo
conforme as necessidades do consumidor, segundo o teórico.
Os dias do brilhante Adam Smith, no entanto, chegaram ao fim do século XVIII.
Assumiu a alfândega de Edimburgo, em 1777, sob o cargo de inspetor. Ali
permaneceu o resto da vida até se tornar reitor da Universidade de Glasgow.
Permaneceria no cargo até o ano de sua morte, em 1790. Adam Smith é
considerado o pai do liberalismo econômico.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFIA
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2
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AZEVEDO, Gislane e SERIACOPI, Reinaldo. Editora Ática, São Paulo-SP, 1ª
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