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A Vida Intelectual

Falar de vocação para a vida intelectual é falar de quem quer fazer disso sua vida,
dispondo todo o seu tempo para o estudo, ou então dividindo esse tempo, sendo o
desenvolvimento do espírito então um complemento e uma recompensa.

Porém, a vida intelectual não se satisfaz apenas com algumas leituras soltas, ou
algum trabalho esparso. É necessário perseverança, paciência, continuidade e
empenho.

Tudo isso implica em uma resolução séria, já que a vida de estudos, por vezes, é
austera (severa, rígida), pesada em obrigações. Claro que traz compensações
generosas, mas exige um investimento que nem todos estão dispostos a pagar.

Nesse caminho, a preguiça é principalmente o que nos afasta de buscar uma vida
intelectual séria. Mas o que seria então a preguiça? É a resistência ao esforço e ao
sacrifício; ou seja, incompatível com a vida cristã.

Afinal, quem quiser seguir a Cristo tem que renunciar à vida fácil. Não se pode
entrar no Reino de Deus sem um empenho esforçado:
O reino dos Céus – diz Cristo – é arrebatado à força e são os violentos que o conquistam
(Mt 11, 12)

Desta forma, é importante cada um se examinar, diariamente, para ter a certeza de


que o que está fazendo ou deixando de fazer é por negligência ou não, por
preguiça ou não.

Do mesmo modo, precisamos falar sobre a curiosidade: o estudo, mesmo


desinteressado em si, nem sempre é oportuno.

Ou seja, posso estar negligenciando o estudo que é minha obrigação, para


prosseguir com aquele que satisfaz meus desejos, minha curiosidade.

Muitas vezes, é doloroso optar por um caminho e deixar todos os outros de lado.
Porém, o limite que aceitamos faz parte de nossa virtude; uma grande dignidade
resulta daí.

Precisamos focar no que se decidiu saber e dar uma olhada no restante. Esse
restante deve ser entregue a Deus, que Ele disso cuidará.

Além disso, o estudo do cristão não pode tomar lugar do culto divino, da oração,
da meditação sobre as coisas de Deus.

Estudar tanto que não mais se reze, de forma que não haja recolhimento, não ler
mais a Bíblia, nem vidas de santos, é uma enganação!

É a mesma coisa que supor que o rio fluirá melhor se a sua fonte secar.

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