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6º Grupo

Horácio Samuel

Márcia António Doriz

Neide maria Isac Renato

Pingi Bety Johane

Sandra Romão Jussa

Spiwe Sailassi Tauzeni

Ensino da Leitura e Escrita: método analítico-sintético

Licenciatura em ensino de Português e Inglês com Habilitações em línguas Bantu

Universidade Púnguè

Manica

2021
6º Grupo

Horácio Samuel

Márcia António Doriz

Neide maria Isac Renato

Pingi Bety Johane

Sandra Romão Jussa

Spiwe Sailassi Tauzeni

Ensino da Leitura e Escrita: método analítico-sintético

Licenciatura em ensino de Português e Inglês com Habilitações em línguas Bantu

Trabalho de pesquisa científica de cadeira de


Estágio Pedagógico de Ciwutee, 4º Ano a ser
entregue ao departamento de Ciências de
Linguagem, Comunicação e Arte, sob a
orientação de dr. Samuel Andicene.

Universidade Púnguè

Manica

2020
Índice
1. Introdução............................................................................................................................3

1.1. Objectivos do trabalho.....................................................................................................3

1.1.1. Objectivo geral.............................................................................................................3

1.1.2. Objectivos específicos..................................................................................................3

1.2. Metodologias do trabalho.............................................................................................3

2. Ensino da Leitura e Escrita: método analítico-sintético......................................................4

2.1. Método Analítico......................................................................................................4

2.1.1. Funcionamento do método analítico no ensino da leitura e escrita......................5

2.1.1.1. Vantagens do método analítico.........................................................................5

2.2. Método sintético.......................................................................................................6

2.2.1. Funcionamento do método sintético no ensino da leitura e escrita......................6

2.2.2. Vantagens do método sintético.............................................................................7

2.3. Aplicação do método analítico-sintético..................................................................7

2.3.1. Outros passos de ensino da leitura e escrita usando o método analítico-sintético8

2.3.1.1. Ensino de vogais................................................................................................8

2.3.1.2. Ensino de consoantes........................................................................................9

3. Conclusão..........................................................................................................................10

Referências bibliográficas.........................................................................................................11

Anexo........................................................................................................................................12
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1. Introdução
Ler e escrever são habilidades que se desenvolvem a partir de processos que exigem o uso
de metodologias e estratégias apropriadas. A escolha e utilização consciente de um
determinado método e/ou estratégia auxilia na organização e orientação da prática pedagógica
a ser desenvolvida no processo de ensino-aprendizagem. Essa escolha favorece a
aprendizagem e estimula o aluno a atingir as aprendizagens planeadas para o nível de ensino
que frequenta. No entanto, neste presente trabalho que nos foi orientado nesta cadeira de
Estágio Pedagógico de Língua Bantu Ciwutee, falaremos sobre o Ensino da Leitura e Escrita
usando o método Analítico- Sintético. E como toda teoria exige a prática, no fim do trabalho,
temos anexo onde elaboramos um plano de aula usando o método analítico-sintético, ao qual,
servira-nos para uma simulação de aula em Ciwutee.

1.1. Objectivos do trabalho

1.1.1. Objectivo geral


 Compreender o ensino da leitura e escrita usando o método analítico- sintético.

1.1.2. Objectivos específicos


 Explicar o funcionamento do método analítico-sintético;
 Mencionar os passos do ensino da leitura e escrita usando o método analítico-
sintético.
 Aplicar o método analítico sintético
 Elaborar um plano de aula usando método analítico-sintético em Ciutee

1.2. Metodologias do trabalho


Para a realização deste trabalho foi usado como metodologia à pesquisa bibliográfica. A
pesquisa bibliográfica é desenvolvida a partir de materiais já elaborados constituídos
principalmente de livros e artigos científicos, levantando o conhecimento existente na área,
identificando teorias produzidas, analisando-as e avaliando sua contribuição para
compreender e explicar o problema objecto da investigação.
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2. Ensino da Leitura e Escrita: método analítico-sintético

Para melhor compreensão do ensino da leitura e escrita usando o método analítico-


sintético, vamos partir do conceito do método, método analítico e método sintético.

Alguns autores, como GALLIANO (1979:6), defendem que método é um “conjunto de


etapas, ordenadamente dispostas, a serem vencidas na investigação da verdade, no estudo de
uma ciência ou para alcançar determinado fim.”.

Em concordância com o autor, podemos afirmar que um método é como um conjunto de


acções, que devem sempre ser sistemáticas, de forma a alcançar o objectivo pretendido.

Para o ensino da leitura e da escrita, existem diversos métodos que se podem utilizar.
Cada método é distinto pois trabalha aquilo que acha mais correto. Os mais utilizados no
sistema de ensino português são os Métodos Globais ou Analíticos, os Métodos Sintéticos ou
Fónicos e os mistos que juntam Analítico e Sintético.

2.1. Método Analítico


Na aprendizagem da leitura e escrita iniciais usando o método analítico ou global, o aluno
parte do geral ao particular, isto é, da palavra à letra. Didacticamente, a palavra é
preferencialmente apresentada ao aluno a partir de uma imagem ou de um objecto real cujo
nome contém a letra em estudo. Os métodos analíticos ou globais subdividem-se em:

a) Método analítico de palavras, que parte da palavra como um todo, sendo estas
palavras escolhidas entre o vocabulário comum do ambiente das crianças, que
exprimem ideias acessíveis à sua compreensão, de forma a associar a forma gráfica
da palavra à ideia e ao objecto por ela representado. Esta palavra é, depois,
decomposta até ao fonema/ grafema.
b) Método global de frases é o método que inicia a leitura, partindo da frase como
unidade de pensamento. Depois decompõe-se a palavra, destaca-se a sílaba-chave,
seguida de recomposição/formação de palavras novas e termina na frase.
c) Método global de contos é o método em que o professor conta uma história para a
crianças. Após uma breve interpretação, extrai-se a frase que é registada no quadro
e lida pelas crianças. Depois, passa-se para o destaque da palavra-chave, seguida
do estudo das sílabas, destaque da sílaba-chave e da letra em estudo. Este método
tem como principal objectivo iniciar o processo de aprendizagem da leitura e da
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escrita por textos com sentido completo. Para tal, o texto deve versar sobre um
tema estimulador e que esteja de acordo com as vivências e os interesses das
crianças (vida familiar, escolar, comunitária, ou de aventuras reais com outras
pessoas).

2.1.1. Funcionamento do método analítico no ensino da leitura e escrita


A seguir explora-se as sílabas que a palavra contém até à letra em Ciwutee.

Ciwutee
Palavra muti
Silaba mu – ti
mu
m-u
Letra m

O exemplo ilustra o ensino da letra m em Ciwutee usando o método analítico ou global.


Para tal foram seguidos os seguintes passos:
 Exposição de uma imagem;
 Exploração da imagem até se encontrar a palavra-chave (muti);
 Decomposição (divisão em sílabas) da palavra-chave até à sílaba com a letra em
estudo;
 Isolamento da letra em estudo;
 Leitura da letra.

2.1.1.1. Vantagens do método analítico


 Facilitam o desenvolvimento da capacidade de interpretação.
 Valorizam todos os conhecimentos dos alunos.
 Desenvolvem activamente e de forma mais perfeita os hábitos necessários a uma
boa leitura.
 Despertam, na criança, o gosto pela leitura.
 Propiciam o reconhecimento global mais rápido das palavras, possibilitando a
leitura com sentido, desde o início da escolarização.
 Aproveitam o material existente no meio envolvente do aluno.
 Facilitam a articulação.
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 Evitam os erros de concordância.

2.2. Método sintético


Na visão de VIEIRA (2010), o método sintético é o inverso do analítico. “Ele parte do
particular para o geral, ou seja, a aprendizagem da leitura e da escrita inicia das partes
menores, como letras e/ou sílabas para as partes maiores, como palavras e/ou frases”.
Baseiam-se na combinação dos elementos isolados da língua: sons, letras e sílabas, ou seja,
começam pelos elementos que compõem a palavra. E à medida que esses elementos são
apreendidos, passam a ser combinados em palavras e em unidades maiores.

O método sintético pode ser dividido em três tipos: o alfabético, o fónico e o silábico.
d) No alfabético, o aluno conhece e aprende as letras, depois forma as sílabas
juntando as consoantes com as vogais, para, depois, formar as palavras que
constroem o texto.
e) No fónico, ou também conhecido por fonético, o aluno parte do som das letras,
unindo o som da consoante com o som da vogal, pronunciando a sílaba formada.
f) No silábico, o estudante aprende primeiro as sílabas para formar as palavras. É
neste método que são utilizadas as cartilhas para orientar os alunos e professores
durante a aprendizagem, apresentando um fonema e seu grafema correspondente,
evitando confusões auditivas e visuais.

2.2.1. Funcionamento do método sintético no ensino da leitura e escrita


A seguir vamos ver como exemplo a demonstração da parte sintética em lingua tewe:

Ciwutee
Leitura da letra m
Letra mu
Silaba mu
Silabas mu - ti
Palavra muti
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2.2.2. Vantagens do método sintético


 Favorecem uma boa articulação e pronúncia de palavras.
 Contribuem eficazmente para o exercício da ortografia.
 São bastante adequados à língua portuguesa pela consistência silábica da mesma.
 Obrigam o aluno a desenvolver a motricidade fina e a estudar demasiadamente as
regras gramaticais.
 Exigem do aluno uma forte interiorização das regras da ortografia.

2.3. Aplicação do método analítico-sintético


É frequente que numa aula se combinem os métodos analítico e sintético. Neste caso,
passamos a ter um método misto, o analítico-sintético. Seus procedimentos didácticos são a
combinação dos dois métodos.

Os métodos analítico-sintético surgiram tentando fazer uma integração do método


sintético e do método global, de modo a que tanto a análise como a síntese fossem
perspectivadas como processos contínuos. Pouco difere, portanto, da fase analítico-sintética,
sistemática, dos métodos globais. A principal diferença está em que, nestes, apenas se desce à
decomposição das palavras, depois de os alunos já conhecerem globalmente um grande
número delas, enquanto naquele essa decomposição se faz à medida que cada palavra ou frase
é apresentada.

muti m
mu ti m u
mu mu
mu mu ti
m muti
O exemplo mostra a fusão dos procedimentos dos métodos analítico-sintético. O método
sintético integra o alfabético, o silábico e o fónico. No Ensino Primário em Moçambique, e
pela sua fácil incorporação no analítico, sugere-se o fónico como alternativa para a
aprendizagem da leitura e da escrita, tal como se fez referência anteriormente.

MAJUISSE e ZIMBA (s/d) afirmam que para ensinar a leitura e escrita da L1, sugere-se
o método analítico-sintético. Neste método, o ponto de partida é a frase e o ponto de chegada
é, também, a frase. Para a sua operacionalização, deve começar pelo ensino das vogais, uma
vez que todas as palavras e até as sílabas contêm uma ou mais vogais.
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2.3.1. Outros passos de ensino da leitura e escrita usando o método analítico-


sintético
2.3.1.1. Ensino de vogais
Para todo processo de aprendizagem mais motivante, o professor poderá recorrer a
variadas estratégias, de acordo com as suas turmas. Um método de ensino de vogais que leve
a criança a prender com mais prazer pode compreender os seguintes passos:

 Seleccionar um objecto e apresenta-lo ao vivo, se possível;


 Escrever o nome do objecto no quadro e lê-lo em voz alta.
 Fazer, oralmente, a divisão silábica da palavra, ou seja a sua decomposição até chegar
ao som (nome da vogal) que pretende ensinar;
 No quadro deve destacar a vogal que pretende ensinar. Esta vogal pode ser destacada
através de uma cor ou utilizando outro processo;
 Os alunos vão olhar para os materiais preparados pelo professor (livros, cartazes, entre
outros), e encontrar o desenho do objecto em estudo, a palavra, a letra;
 O professor pede aos alunos para dizerem outras palavras que comecem com a nova
letra ou que contenham a nova letra no meio ou no fim da palavra;
 Mostra a forma da letra manuscrita, ao lado da letra de imprensa. Escreve várias vezes
a letra manuscrita, bem grande, mostrando os movimentos da mão. Pede para os
alunos fazerem os movimentos com a mão, no ar, e depois tampos das carteiras, ou no
chão;
 O professor pede a um aluno para vir ao quadro escrever a nova letra em estudo. Este
processo pode se repetir as vezes necessárias. Cada vez que ele escreve, ele diz a letra
que está a escrever;
 Todos escrevem a nova letra nos seus cadernos. (exercício do livro);
 Por fim, todos fazem um desenho que ilustre uma palavra que contém a nova letra. O
professor circula entre os alunos e pergunta qual é a apalavra que escolheu. Escreve
essa palavra ao lado do desenho, e pede para o aluno pintar a nova letra;
 Quando for a ensinar as maiúsculas escolhe um nome de um aluno que comece por
essa letra, escreve o nome do aluno no quadro. Mostra a forma da letra maiúscula de
imprensa e manuscrita, e pede para os alunos dizerem mais nomes de pessoas, lugares,
que começam com a nova letra.
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2.3.1.2. Ensino de consoantes


Aqui, pode se usar os seguintes passos:

 Revisão das frases/palavras anteriormente ensinadas. De preferência com ajuda de


objectos concretos e dos quadros silábicos afixados nas paredes da sala de aulas.
 Introdução da frase/palavra que contém o grafema/letra nova a ensinar através
de uma experiente, tão concreta quanto possível. Esta introdução serve de
motivação para a aprendizagem, e ao mesmo tempo o professor certifica se todos
conhecem a palavra e o seu significado. Com esta actividade, as crianças aperfeiçoam
também algumas palavras usadas na sua língua. Se possível o professor deve trazer
objectos concretizadores para facilitar a compreensão das crianças. Se não for possível
deve-se trazer imagens correspondentes às frases/palavras que se pretendem
apresentar.
A partir da introdução oral da palavra-chave, através da experiência já referida, os
alunos constroem oralmente, na sua língua, uma frase que contenha a palavra-chave.

 Escrita da frase no quadro. O professor escreve à medida que os alunos lhe ditam a
frase. Faz toda turma ler em grupos, e depois individualmente alguns alunos. Em
seguida orienta alunos lerem só a palavra-chave e escreve-a por baixo, terminando a
sua leitura. Essa leitura não deve ser silábica mas global, tal como a palavra é
pronunciada quando se fala.
 Decomposição da palavra. Primeiro faz-se a decomposição oralmente. Os alunos
dizem e o professor escreve no quadro. Depois, os alunos lêem só a sílaba em estudo e
isola-se a sílaba até a letra.
 Construção de família de novas sílabas. A partir de nova sílaba ensinada, ensinam-
se outras construídas com outras vogais.
 Construção do quadro grande de sílabas. O professor acrescenta no quadro ja feito
mais uma ou duas linhas com familiar de sílabas já estudadas antes pelos alunos. As
crianças podem dar sugestões. O professor treina a leitura em grupo e
individualmente, mas sem demorar muito tempo.
 Construção de palavras pelos alunos: jogo de quadro de sílabas. Este é um jogo
instrutivo de que os alunos gostam muito. O professor orienta para que cada um pense
numa palavra que se possa construir com algumas das sílabas do quadro. O aluno deve
a seguir ler a palavra toda, tal como quando se fala com uma entoação natural. Esta
entoação é prova de que ele entende o que está a ler.
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3. Conclusão
No presente trabalho concluímos que o método analítico-sintético baseia-se na
combinação dos elementos isolados da língua: sons, letras e sílabas, ou seja, começam pelos
elementos que compõem a palavra. E à medida que esses elementos são apreendidos, passam
a ser combinados em palavras e em unidades maiores. Também percebemos que o método
analítico ou global consiste no aluno compreender uma determinada palavra do geral ao
particular, isto é, da palavra à letra. Didacticamente, a palavra é preferencialmente
apresentada ao aluno a partir de uma imagem ou de um objecto real cujo nome contém a letra
em estudo.

Os métodos analítico-sintético surgiram tentando fazer uma integração do método


sintético e do método global, de modo a que tanto a análise como a síntese fossem
perspectivadas como processos contínuos. Pouco difere, portanto, da fase analítico-sintética,
sistemática, dos métodos globais. A principal diferença está em que, nestes, apenas se desce à
decomposição das palavras, depois de os alunos já conhecerem globalmente um grande
número delas, enquanto naquele essa decomposição se faz à medida que cada palavra ou frase
é apresentada.
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Referências bibliográficas
Hyltenstam, Kenneth e Stroud, Cristopher (1997). Relatório Final e Recomendações da
Avaliação de Materiais de Ensino Para o 1º Grau do Ensino Primário em Moçambique:
Questões Linguísticas. INDE

GALLIANO, A. G. O Método Científico: Teoria e Prática. São Paulo: Habra. 1979.

MAJUISSE, A. J. e ZIMBA, C. N. Módulo de Metodologia de Ensino Bilingu. Formação


de Professores do Ensino Primário.INDE.

VIEIRA, R. A: A prática pedagógica de professores de língua portuguesa em uma


perspectiva de transversalidade e desenvolvimento de competências
comunicativas. Revista F@pciência. Paraná. 2010.
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Anexo

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