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ESCOLA POLITÉCNICA DA USP

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA QUÍMICA


PQI-3302 OPERAÇÕES UNITÁRIAS DA INDÚSTRIA QUÍMICA I

INDICE

1. Conceito da operação unitária de filtração


2. Propriedades, grandezas e variáveis a considerar nos sistemas de filtração
3. Balanço de massa global na filtração
4. Escoamento através da torta e do meio filtrante
5. Tempo de filtração (qF)
6. Circuitos para filtrações a pressão constante e a vazão constante
7. Expressões para KC e KMF
8. Lavagem da torta
9. Tempo de lavagem (qw)
10. Capacidade do ciclo de filtração (CCF)
11. Tortas compressíveis e pressão sólida
12. Principais filtros industriais
13. Nomenclatura
14. Lista de exercícios de filtração

Bibliografia Recomendada

BENNETT, C.; MYERS, J. E. Filtração. In: BENNETT, C.; MYERS, J. E. Fenômenos


de transporte de quantidade de movimento, calor e massa. São Paulo: McGraw – Hill
do Brasil, 1978. p. 221 – 243.
GEANKOPLIS, C. J. Filtration in solid-liquid separation. In: GEANKOPLIS, C. J.
Transport processes and unit operations. Boston: Allyn and Bacon, 1983. (Ch 14 p.
801/815).
GOMIDE, R. Operações Unitárias, vol 3 Separações Mecânicas São Paulo, Ed do Autor,
(Cap 4 p 79/149).
McCABE, W.; SMITH, J. C.; HARRIOTT, P. Unit Operations of Chemical
Engineering, Fourth edition, New York, McGraw-Hill Book Co., 1996.
PERRY, R. H.; GREEN, D. W. (Ed.) Perry's chemical engineers' handbook. New
York: McGraw-Hill, 1999. 7ed (Ch 18 p 18-74/105)
1. Conceito da operação unitária de filtração

A operação unitária de filtração consiste na separação mecânica de partículas


sólidas suspensas num fluido através do seu escoamento por um meio poroso. Quando se
força o escoamento da suspensão, o sólido fica retido no meio filtrante ou septo (filter
medium ou septum), formando um depósito denominado torta (cake). O fluido que passa
através do meio filtrante é denominado filtrado (filtrate). A Figura 1 ilustra um esquema
em escala laboratorial para um sistema básico de filtração.

Pressão atmosférica

Funil de Suspensão
Büchner Sólidos (torta) Disco de papel
Meio filtrante

Kitassato Bomba
de Vácuo

Líquido
(Filtrado)

Figura 1. Esquema de um filtro de laboratório que opera por batelada.

As fases de uma operação de filtração podem ser descritas conforme a Tabela 1.

Tabela 1: Fases da filtração


Tempo da
Fase Característica
Operação
A suspensão escoa através do meio filtrante formando a
Filtração θF
torta
Às vezes deseja-se remover, do interior da torta, o líquido
Lavagem original da suspensão por outro. Insere-se então outro
θW
(opcional) líquido e faz-se passar através da torta formada. O filtrado
pode ser removido ou não antes desta fase.
Descarga e Descarrega-se a torta e o fluido de lavagem ou o filtrado e
θD
Limpeza prepara-se o filtro para nova operação

O tempo de um ciclo de filtração (θCF) é dado pela soma destes três tempos:
qCF = q F + qW + q D (1)

-1-
Denomina-se torta (cake) as partículas sólidas que se acumulam no meio filtrante
decorrente do escoamento da suspensão. Após a deposição inicial, é essa torta que vai
funcionar como meio filtrante. A resistência ao escoamento do filtrado cresce à medida
que mais partículas sólidas se acumulam na torta.
Para que haja escoamento da suspensão através do meio filtrante é preciso haver
uma diferença de pressão entre a suspensão e o meio filtrante. Esta diferença de pressão
pode ser obtida por:

1. Gravidade;
2. Sobrepressão aplicada à suspensão;
3. Vácuo no reservatório do filtrado; ou
4. Força centrífuga.

2. Propriedades, grandezas e variáveis a considerar nos sistemas de filtração

2.1. Suspensão

Concentração (CSP) [kg de sólidos / m3 de suspensão]: Em geral, quanto maior a


concentração, maior a produtividade do filtro medida em (kg de filtrado/(h m2).
Assim, a sedimentação da suspensão antes da filtração é recomendada. No entanto
deve-se assegurar a viabilidade do bombeamento da suspensão.
Temperatura (TSP) [oC)]: Quanto maior a temperatura da suspensão, menor será
sua viscosidade e consequentemente maior a vazão de filtrado. No entanto, altas
temperaturas podem acarretar, por exemplo, na vaporização e conseqüente
redução do nível de vácuo (“quebra de vácuo”), ataque ao meio filtrante e
solubilização de sais a serem retidos. A temperatura afeta, também, a floculação.
Viscosidade (µSP) [kg/(m s)]: Como nem sempre se pode trabalhar a altas
temperaturas, a redução da viscosidade pode ser proporcionada pela diluição com
solventes, que podem posteriormente ser separados com facilidade e a baixo custo.
Tamanho da partícula (DP) [m]; De maneira geral, quanto maior a partícula,
maior a produtividade do filtro. Portanto a floculação facilita a filtração, assim
como uma prévia cristalização.
Distribuição granulométrica: Tortas com umidade (WC) [kg de líquido/kg de
sólido] muito alta indicam a presença de muito material fino. Suspensões contendo
uma grande quantidade de finos e de partículas grossas, ou seja, com má
distribuição, dificultam a filtração. Os finos tendem a entupir o meio filtrante
diminuindo a taxa de filtração e formando tortas bastante úmidas.
pHSP: O pH da suspensão é determinante no grau de floculação da mesma. E o
seu efeito pode ser muito importante dependendo das características de cada
sistema. O pH determina, também, a escolha dos materiais a serem empregados
no filtro.

2.2. Meio Filtrante, Floculantes e Auxiliares de Filtração

Todos os filtros requerem um meio filtrante para reter os sólidos. A porosidade do


meio filtrante é, em geral, da mesma ordem de grandeza ou um pouco maior do que os
agregados de partículas a serem retidos. A seleção do meio filtrante é baseada na
qualidade requerida para o filtrado, ou seja, na eficiência requerida na retenção das

-2-
partículas de menor tamanho da suspensão e na vida útil do meio filtrante nas condições
de filtração. Um meio filtrante que apresente uma malha mais fechada fornece um filtrado
mais clarificado, porém entope com maior facilidade, enquanto que uma malha mais
aberta tem comportamento oposto. A seleção do tipo de meio filtrante é freqüentemente
a decisão mais importante no sucesso da operação de filtração.
Existe uma grande variedade de meios filtrantes utilizados industrialmente: leitos
granulares soltos, leitos rígidos, telas metálicas e tecidos. Os tecidos ainda são os meios
filtrantes mais comuns e a escolha do tipo utilizado depende do pH da suspensão à ser
filtrada. Podem ser classificados como:
• Tecidos Vegetais: algodão, juta, cânhamo, papel;
• Tecidos Animais: lã, crina;
• Tecidos Minerais: amianto, lã de rocha, lã de vidro;
• Tecidos Plásticos: polietileno, polipropileno, PVC, nylon, teflon, orlon, saran,
acrilan, tergal.
Para melhorar a formação de tortas, utiliza-se, quando possíveis agentes
floculantes, que agregam os sólidos em suspensão, ou então, auxiliares de filtração.
Floculação é a formação de agregados de partículas finas em suspensão em um líquido,
chamados flocos ou floculados.
Os auxiliares de filtração em suspensão são passados pelo meio filtrante formando
uma pré-torta (“pre-coating”) antes da suspensão a ser filtrada ou, quando possível são
adicionados à suspensão e passam junto com os sólidos ajudando a formar a torta.

2.3. Tipos de tortas

As características da torta produzida variam de uma operação para outra. De um


modo geral o tipo de torta depende da natureza do sólido, da granulometria e da forma
das partículas, do modo como à filtração é conduzida e da distribuição granulométrica do
sólido.
Uma torta, com determinada espessura, apresenta uma resistência bem definida
ao escoamento do filtrado. Quando a vazão de filtrado aumenta, também a resistência
aumenta e, como o escoamento no interior da torta é laminar, a perda de carga deve ser,
em princípio, proporcional à vazão. Algumas tortas cristalinas comportam-se dessa
forma. Em outras, porém, a proporcionalidade entre a perda de carga e a vazão não é
verificada, com o aumento da resistência da torta ao escoamento do filtrado com o
aumento da pressão. Tortas deste tipo denominam-se compressíveis, em contraste com as
outras, que são incompressíveis.

3. Balanço de massa global na filtração

O balanço de massa no processamento da suspensão pelo filtro considerando a


hipótese de todo material sólido estar na torta pode ser escrito como:

[massa da suspensão] = [massa de torta úmida] + [massa de filtrado]

Onde
[massa da suspensão] = ρSP VSP = mS / SSP, pois VSP = mS/CSP e ρSP = CSP/SSP

[massa da torta úmida] = mCW = rWD mCD

-3-
[massa de filtrado] = ρL VF

Então:
mS / SSP = rWD mCD + ρL VF

Isolando mCD temos:


SSP ρ L
mCD = V
(1 − rWD SSP ) F
Este resultado relaciona a massa de torta seca mCD com o volume de filtrado VF

4. €
Escoamento através da torta e do meio filtrante

A Figura 2 mostra uma seção transversal de uma operação de filtração em um


instante q. Nela estão representados o meio filtrante e a torta que neste instante tem a
espessura LC.

LC

Ps

suspensão
Torta Filtrado

Pi

Pp

meio
filtrante

Figura 2 Esquema do escoamento e do perfil de pressão do filtrado através da torta

Mostra-se nessa figura uma linha representativa da pressão hidráulica do


escoamento de filtrado em diferentes seções da torta. Indica-se: por Ps a pressão do
filtrado na superfície da torta; por Pi a pressão na superfície do meio filtrante no lado da
torta e por Pp a pressão na superfície do meio filtrante no lado oposto ao da torta.
Definimos: (ver lista de símbolos no final da apostila).
Perda de carga na torta: DPC = Ps - Pi
Perda de carga no meio filtrante: DPMF = Pi - Pp
Perda de carga no filtro DPF = Ps - Pp
Temos portanto que:
DPF = DPC + DPMF

A vazão volumétrica de filtrado através do filtro qF no instante q é dado por:

-4-
dVF
qF =
dq
O escoamento do filtrado tanto pela torta como pelo meio filtrante é laminar e por
isso a perda de carga nesses dois meios porosos é proporcional a vazão ou, no caso da
filtração, ou ao volume total de filtrado. A perda de carga na torta depende também de
sua espessura que é por sua vez função do volume total de filtrado.
Com estas considerações podemos escrever:
DPC = K CVF q F

DPMF = K MF qF

ΔPF = (KCVF + K MF )qF (1)

5. Tempo de filtração (qF)


€ dV
Como q F = F tem-se que:
dq
VF dV VF K V + K
θF = ∫ 0 F
=∫ C F MF
dVF (2)
qF 0
ΔPF

A Figura 3 mostra como este cálculo pode ser feito.

1
q

qF

Vf V
Figura 3. Cálculo gráfico do tempo de filtração.

Se a operação de filtração for realizada a DPF constante então:

K CVF2 K MFVF
qF = + (3)
2DPF DPF

Neste caso a vazão varia com o tempo. Com a equação (3) calcula-se, para um
certo instante θ , VF e com a equação (1) calcula-se qF. Por outro lado se a operação de
filtração for feita a vazão constante, tem-se:

VF
qF = (4)
qF

Neste caso a variação da perda de carga no filtro com o tempo é dada por:

-5-
DPF = (KCVF + K MF )qF (5)
ou
DPF = K C q F2 q F + K MF q F (6)

5. Circuitos para filtrações a pressão constante e a vazão constante

Filtrações realizadas a DPF constante em geral são realizadas da atmosfera para


uma câmara com vácuo como nos filtros rotativos horizontais e também podem ser feitas
com os seguintes processos:

FILTRO Filtrado

Torta
Figura 4. Filtração a DPF constante – tanque pressurizado.

P
FILTRO Filtrado

Torta
Figura 5. Filtração a DPF constante – válvula redutora de pressão.

M
P
FILTRO Filtrado

Torta
Figura 6. Filtração a DPF constante – bomba de deslocamento positivo operando com
rotação variável.

Nestes casos, a curva de variação da pressão no filtro com a vazão é dada por:

-6-
Pressão
qf qi Vazão, q
Figura 7. Curva de pressão no filtro a DPF constante.

Filtrações a vazão constante podem ser realizadas com bombas de deslocamento


positivo com chave interruptora para o valor de pressão máxima.

Pmáx

M
P
FILTRO Filtrado

Torta
Figura 8. Filtração a q constante – bomba de deslocamento positivo com chave
interruptora para vazão máxima.

A curva de variação de pressão no filtro com a vazão é dada por:

Pmáx
Pressão

Pi

q1 q2 Vazão, q
Figura 9. Curva de pressão no filtro a q constante para duas rotações da bomba de
deslocamento positivo.

7. Expressões para KC e KMF

-7-
O escoamento laminar através de meios porosos constituídos por partículas rígidas
de formato uniforme pode ser descrito através da equação de Kozeny - Carman:
2
dPF 2 (1 − ε )
= kµL SV q (7)
dLC Aε 3 F
Nesta expressão:
o dPF é a queda de pressão no fluido que atravessa o meio poroso de espessura
dLC
o €k é uma constante empírica do leito poroso
o SV é a razão entre a área superficial e o volume da partícula que compõe o leito
poroso.
o A é a área da seção transversal do leito, perpendicular ao escoamento.
o e é a porosidade do leito
o µL é a viscosidade dinâmica do fluido que escoa através do leito
o qF é a vazão do fluido através do leito

Utilizemos esta equação para a torta. Para isso consideremos as seguintes relações da
massa seca da torta, derivadas do volume e da porosidade da torta (8) e do balanço de
massa da operação de filtração (9), temos:
mCD = ρ S (1− ε ) AC LC (8)
sSP ρ L
mCD = VF (9)
1− rWD sSP
Igualando (8) e (9) e isolando LC resulta em:
1 sSP ρ L
LC = VF (10)
ρ S (1− ε ) A (1− rWD sSP )
que permite relacionar a variação da espessura da torta com o volume de filtrado.

Substituindo na equação de Kozeny-Carman dLC por LC como expresso em (10):


kSV2 (1− ε ) sSP ρ L µ L
ΔPC = VF qF (11)
ρ Sε 3 (1− rWD sSP ) AF2
Esta expressão é aplicável a tortas ideais compostas por partículas uniformes
indeformáveis e podem identificar facilmente os componentes do parâmetro KC.
A maioria das tortas não apresenta uma estrutura simples de um leito composto
por partículas individuais regulares e indeformáveis. Ao contrário as tortas são formadas
por uma mistura de aglomerados de partículas, chamados de flocos, fazendo com que as
características da torta dependam das propriedades dos flocos ao invés da geometria das
partículas individuais.
Para uma torta real escreve-se a equação (11) acima substituindo a fração referente
às características das partículas pelo parâmetro aCM resistência média específica da torta
[m.kg-1], e a expressão modificada como:
sSP ρ L µ L
ΔPC = α CM VF qF (12)
(1− rWD sSP ) AF2
Ou seja, o parâmetro KC inclui as características da torta (aCM; rWD), da suspensão
(sSP), do filtrado (rL; µL) e da geometria do filtro (AF).
sSP ρ L µ L
K C = α CM
(1− rWD sSP ) AF2

-8-
Utilizando-se a equação Kozeny-Carman para o meio filtrante, podemos
identificar KMF como:
kS 2 (1 - e ) LMF µ L
2
K MF = (13)
e3 AMF
A primeira fração envolve as características de forma (S), porosidade (e) e
espessura (LMF) do material do meio filtrante sendo denominado RMF resistência do meio
filtrante [m-1], assim sendo o parâmetro KMF usado na perda de carga do meio filtrante é
caracterizado por:
R µ
K MF = MF L (14)
AMF
Ou seja, o parâmetro KMF inclui as características do meio filtrante (RMF) do
filtrado (µL) e da geometria do filtro (AMF).

7.1. Determinação dos parâmetros de filtração pelo método “Leaf Test”

A Figura 10 ilustra o aparato utilizado na realização dos ensaios “Leaf Test”.

Figura 10. Esquema do “Leaf Test”.

O tanque 1 contém uma suspensão de fração mássica SSP e volume VSP e é agitado
mecanicamente de forma a mantê-la homogênea. A resistência elétrica (R) aquece e
mantém constante a temperatura da suspensão durante o ensaio. Um funil de Büchner é
mantido em posição invertida. Uma altura constante é mantida entre o nível de suspensão
do tanque 1 (na cota a) e a descarga no tanque 2 (na cota b). Uma tela é acoplada ao funil
de maneira a atuar como meio filtrante. Um tanque graduado (tanque 2) recebe o filtrado
proveniente do tanque 1. O tempo de filtração (θF) é medido por um cronômetro para
volumes de filtrado (VF) pré-determinados no tanque 2. Através de um manômetro
(coluna de mercúrio) acoplado ao tanque 2 é medida a perda de carga (ΔPMedido). Uma
bomba de vácuo (A) aplica a força motriz para a realização do ensaio. O vácuo é ajustado
através de uma válvula globo (B).

8. Lavagem da Torta

O propósito da lavagem é remover o líquido da suspensão deixado na torta após a


filtração quando ele precisa ser recuperado pelo seu próprio valor ou potencial de
contaminação. O líquido de lavagem escoa pela torta e desloca o líquido da suspensão,
uma mistura de ambos os líquidos deixa a torta como um filtrado de lavagem. A
concentração do fluido da suspensão neste filtrado pode ajudar explicar alguns fatos

-9-
básicos. Na Figura 11 essa concentração é reportada como uma função do volume de
líquido empregado. No começo a concentração relativa do líquido na torta é c0 =1. Quatro
curvas características são representadas:

Figura 11. Curvas de lavagem.

Curva a: representa o escoamento ideal "plug flow". O volume dos poros (Vporo)
é deslocado idealmente e deixa a torta com a concentração c0 =0. No caso ideal de
lavagem seria possível o uso de uma quantidade de líquido de lavagem VW igual ao
volume dos poros (Vporo).
Curva b: leva em conta que até mesmo em uma torta idealizada o líquido de
lavagem escoa por canais com diferentes comprimentos e com diferentes velocidades.
Por causa dessa dispersão axial o volume de lavagem (VW) exigido é superior ao volume
de poro (Vporo).
Curva c: leva em conta que a torta contém zonas estagnadas ou poros sem saídas,
que não são alcançados pelo escoamento do líquido de lavagem. O líquido original é
removido também por difusão. É um processo que depende do tempo e não da quantidade
de líquido de lavagem. Esta curva é típica para a maioria dos processos de lavagem. A
primeira parte da lavagem depende da quantidade de líquido de lavagem aplicado, porém
o final da lavagem depende do tempo de residência desse na torta.
Curva d: finalmente descreve um exemplo onde à lavagem se assemelha a uma
extração porque o líquido original não só está contido nos poros, mas também no sólido
(líquido encapsulado ou matéria sólida solúvel).

9. Tempo de lavagem

Se na operação de lavagem o fluido percorre o mesmo caminho do filtrado a perda


de carga no filtro por unidade de vazão de lavagem ΔPW/qW é igual a aquela da vazão de
filtrado ΔPF/qF, que se verificava no filtro ao final da filtração quando um volume VF de
filtrado havia sido recolhido desde que:

1. O líquido de lavagem e o filtrado apresentem propriedades similares;


2. O líquido de lavagem não interaja com a torta;
3. Não ocorre rearranjo da torta durante a lavagem.

Se a área de lavagem (AW) for a mesma de filtração (AF) e se qW for a vazão de


lavagem, tem-se que a perda de carga no filtro ΔPW durante esta operação será:

- 10 -
ΔPW = ( K CVF + K MF ) qW (15)
Sendo VW o volume a ser utilizado para a lavagem, tem-se para o tempo de
lavagem, que é uma operação a vazão constante:
V V (K V + K MF )
qW = W = W C F (16)
qW DPW
Se durante a operação de lavagem o fluido não percorre o mesmo caminho que o
filtrado, a perda de carga durante a lavagem embora constante, não é igual àquela
observada ao final da filtração.
De maneira geral o líquido residual presente na torta pode ser removido de três
maneiras:

1. Por deslocamento através do escoamento do líquido de lavagem no mesmo


sentido do escoamento da suspensão;
2. Por deslocamento em contra corrente;
3. Por ressuspensão da torta em líquido de lavagem e nova filtração.

10. Capacidade do Ciclo de Filtração CCF (m3 de filtrado / h)

Define-se a Capacidade do Ciclo de Filtração (CCF) (m3 de filtrado/h) como:


V
CCF = F (17)
q CF
A vazão volumétrica de filtrado qF (m3.s-1) varia de forma decrescente durante
uma filtração a DPF constante. A vazão volumétrica de lavagem qW (m3.s-1) é constante
durante a lavagem e também varia conforme o valor de DPF. A questão econômica
fundamental da operação de um filtro é: Qual o valor de VF que torna máximo CCF? Ou
seja, que maximiza a produtividade do filtro?

11. Tortas compressíveis e pressão sólida

As propriedades significativas no escoamento, em materiais considerados rígidos,


são a porosidade e a permeabilidade.
A porosidade é uma medida do espaço de vazios, e conseqüentemente da
capacidade fluida do meio, enquanto a permeabilidade é uma medida da facilidade com
que o fluido escoa pelo meio sob a influência de uma pressão aplicada.
O escoamento de um fluido em materiais compressíveis é influenciado por uma
terceira propriedade, a compressibilidade. Neste caso, devido à variação da porosidade
da torta, devido à pressão aplicada, o escoamento do fluido é determinado pela própria
pressão.
A Figura 12 esquematiza um meio filtrante onde no seu lado esquerdo existe uma
torta que no instante considerado possui uma espessura LC. É mostrado também o perfil
decrescente de pressões no filtrado onde na superfície externa da torta a pressão é PA e na
superfície do meio filtrante é PI.

- 11 -
dLC

LC
Figura 12. Perfil de pressão ao longo da torta em um dado instante θF.

A corrente de filtrado escoando entre as partículas, lhes comunica uma força de


arraste que tenderia a movê-las na direção do meio filtrante. Considerando uma partícula,
a esta força de arraste opõe-se uma força proveniente das partículas na vizinhança
imediata e à jusante da partícula. A partícula considerada é também solicitada pelas forças
provenientes das partículas situadas imediatamente a montante dela. A Figura 13 faz uma
representação desta situação.

Figura 13. Forças atuantes em uma partícula ou grumo da torta.

Uma vez que cada camada de sólidos, a partir da primeira na face da torta,
transmite sua força de arraste para as demais camadas à sua frente conclui-se que a força
de arraste tem um efeito cumulativo através do leito. Cada camada, portanto é solicitada
por uma força igual à somatória das forças de arraste de todas as camadas entre ela e a
face da torta. Cada camada transmite esta força de arraste acumulada acrescida da força
de arraste sobre ela para a camada seguinte. Estas forças cumulativas podem ser
representadas por uma tensão através de sua divisão pela área da filtração AF. Esta tensão
é denominada pressão sólida, PS, crescente ao longo da torta.
Esta pressão sólida tem o efeito de deformar e rearranjar as partículas dificultando
o escoamento.
A Figura 14, ilustra os principais mecanismos de variação de porosidade.

- 12 -
Figura 14. Mecanismos de compressibilidade.

Quando esta deformação é desprezível a torta é chamada de incompressível e


compressível no caso contrário.
A Figura 12 mostra também uma seção da torta de espessura dLC onde na face
anterior a pressão de filtrado é PC e a pressão sólida é PS.
Um balanço de forças num elemento de torta de espessura dLC tem-se:
PS AF + PC AF = (PS + dPS )AF + (PC + dPC )AF (18)
Onde se considerou desprezível a variação de velocidade do fluido no elemento.
Desta expressão pode-se concluir que dPC = - dPS, ou seja, a diminuição da pressão
hidráulica no filtrado (dPC < 0) é igual ao aumento da pressão sólida (dPS > 0). Ou de
outra maneira, como dPC + dPS = 0, então, PC + PS = constante e igual a PA pressão na
face da torta. Isto significa que em uma seção transversal qualquer da torta a pressão PS
é dada por:
PS = PA - PC (19)
A resistência local específica de uma torta (αC), no caso de torta compressível,
depende da pressão sólida (PS) atuante. Em geral é expressa por:
aC = aPSb = a(PA - PC )b (24)
Para um elemento de torta de espessura LC, tem-se:
PI
dP s ρ µ
∫ αC = (1− SPr sL )L A 2 VF qF (20)
PA WS SP F

Pode-se, então, definir a resistência específica média, αCM:


PI
PA - PI dPC
=ò (21)
PA a (PA - PC )
a CM b

No caso de tortas incompressíveis é possível realizar ensaios de filtração em


pequena escala para determinar os valores dos parâmetros KC e KMF e então empregá-los
no projeto de outro filtro operando com diferentes valores de área, pressão ou vazão. No
caso de tortas compressíveis a resistência especifica da torta é função da pressão sólida.
Assim, os valores KC e KMF só podem ser empregados, em um “scale-up”, mantidas as
demais condições, variando apenas a área (tamanho de filtro). Isto é, a relação entre
pressão e vazão deve ser a mesma. Para definir o comportamento de um filtro para uma

- 13 -
dada torta compressível são necessários diferentes ensaios de filtração. Para tal, Bennett
e Myers (1978) recomenda o emprego da célula de compressibilidade-permeabilidade,
esquematizado na Figura 15, para a obtenção da relação entre a resistência específica do
meio e pressão sólida, conforme procedimento experimental discutido a seguir.

Figura 15. Célula de compressibilidade permeabilidade.

Uma torta do material a ser estudado é colocado em um cilindro e mantida entre


duas placas porosas, uma fixa e outra móvel; esta última é fixada a um pistão e a pressão
sólida pode ser variada pela aplicação, por meio de uma prensa hidráulica, de uma força
conhecida ao pistão. Para um dado valor de PS a resistência específica da torta é
determinada pela medida da queda de pressão do líquido escoando através da torta a uma
vazão conhecida. Mede-se também a porosidade da torta. A queda de pressão através da
torta é mantida baixa em relação à PS, pelo uso de uma camada fina da torta e de uma
baixa vazão de escoamento. Determina-se assim a relação entre αC e PS.
De maneira geral, os dados obtidos dos testes de filtração não têm alto grau de
reprodutibilidade. Por exemplo, é difícil controlar o estado de aglomeração das partículas
na suspensão e isto tem, aparentemente, um efeito importante na porosidade e na
resistência especifica da torta formada. Recomenda-se, portanto, empregar fatores de
segurança para o projeto de um equipamento de filtração.
As relações gerais que governam o fenômeno de filtração para tortas
compressíveis são as mesmas que para tortas incompressíveis, observando-se que a
resistência específica da torta (αC) é uma função da pressão utilizada no filtro.

- 14 -
12. Principais filtros industriais

• FILTRO PRENSA:

Figura 16. Vista geral de um filtro prensa.

Cabeçote fixo Cabeçote móvel

Placa Quadro
Saída do
filtrado Dispositivo
clarificado mecânico de
fechamento

Entrada Trilhos laterais


do material
sob pressão

Tecido filtrante

Figura 17. Diagrama esquemático de um filtro prensa.

- 15 -
• FILTRO DE FOLHAS:

Figura 18. Vista geral de um filtro folha.

Torta do filtro
Vista do corte
de uma folha Suspensão
de carga

Dispositivo
de desmontagem
Anel de
borracha em O

Filtrado

Distribuidor
de saída

Figura 19. Diagrama esquemático de um filtro folha.

- 16 -
• FILTRO CILINDRICO ROTATIVO A VÁCUO:

Tambor Perfurado
Tubulação Interna

Rolamento

Válvula

Tanque

Eixo Mecanismo de Descarga

Figura 20. Elementos do filtro rotativo a vácuo.

Figura 21. Válvula e Ponte.

- 17 -
Figura 22. Diagrama de uma instalação de um filtro cilíndrico rotativo a vácuo.

- 18 -
• FILTRO A VÁCUO ROTATIVO HORIZONTAL:

Figura 23. Vista geral de um filtro a vácuo rotativo horizontal.

Parafuso de descarga

Tecido filtrante

Elemento perfurado Descarga da


de drenagem Torta do filtro
Eixo do filtro
Conjunto de bandeja giratória
Placa de contato
da válvula Anel de válvula

Conjunto
Mangueira
de válvula
flexível de
estacionária
borracha

Filtrado

Figura 24. Diagrama esquemático de um filtro a vácuo rotativo horizontal.

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• FILTRO DE DISCO:

Figura 25. Vista geral de um filtro de disco.

Tubo
Setor

Sopro
Alimentação

Transbordo

Agitador Dreno Descarga


da torta

Figura 26. Diagrama esquemático de um filtro de disco.

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13. Nomenclatura usada no tópico filtração

AC: Área da seção transversal da torta [m2]


AF: Área da seção de filtragem [m2]
AMF: Área do meio filtrante [m2]
AW: Área da seção de lavagem [m2]
CCF: Capacidade do ciclo de filtração [m3.s-1]
CS : concentração de sólidos [kg de sólidos/ m3 de filtrado]
CSP: Concentração da suspensão [kg de sólido.m-3 de suspensão]
DP: Dimensão característica da partícula [m]
k: Constante de Kozeny
kD: Constante de permeabilidade [m2]
KC: Coeficiente característico da torta [N.s.m-8]
KMF: Coeficiente característico do meio filtrante [N.s.m-5]
LC: Espessura da torta [m]
LMF: Espessura do meio filtrante [m]
mCD: Massa de torta seca [kg]
mS: Massa de sólidos na suspensão [kg]
PA: Pressão na superfície externa da torta [Pa]
PC: Pressão do filtrado [Pa]
DPF: Perda de carga no filtro [Pa]
PI: Pressão na superfície do meio filtrante no lado da torta [Pa]
ΔPMedido: Perda de carga medida no ensaio “Leaf Test” [Pa]
DPMF: Perda de carga no meio filtrante [Pa]
PP: Pressão na superfície do meio filtrante no lado oposto ao da torta [Pa]
PS: Pressão sólida ou Pressão do Filtrado na Superfície da Torta [Pa]
qF: Vazão volumétrica de filtrado através do filtro [m3.s-1]
qW: Vazão volumétrica de fluido de lavagem [m3.s-1]
rWD: Razão de umidade da torta [kg de torta úmida.(kg de torta seca)-1]
RMF: Resistência do meio filtrante [m-1]
SSP : Fração mássica da suspensão [kg de sólido/kg de suspensão]
SV: Superfície específica da partícula [m2.m-3]
S: Superfície específica do meio filtrante [m2.m-3]
v: Velocidade de permeabilidade [m.s-1]
VF: Volume de filtrado [m3]
Vporo: Volume do poro [m3]
VS: Volume especifico da partícula [m3.kg-1]
VW: Volume de líquido de lavagem [m3]
TSP: Temperatura da suspensão [°C]
WC: Umidade da torta na base seca [kg de líquido/kg de sólido]

SÍMBOLOS GREGOS

aC: Resistência local específica da torta [m.kg-1]


aCM: Resistência local média específica da torta [m.kg-1]
e: porosidade da torta [m3 de vazio/ m3 de torta]
µL: Viscosidade cinemática do líquido puro [kg.s-1.m-1]
µSP: Viscosidade dinâmica da suspensão [kg.s-1.m-1]
qCF: Tempo de um ciclo de filtração [s]
qD: Tempo para descarga e limpeza [s]
qF: Tempo de filtração [s]
qW: Tempo de lavagem [s]
rL: Densidade do líquido puro [kg.m-3]
rS: Densidade do sólido [kg.m-3]

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14. Lista de Exercícios – Filtração.

Exercício 01. Uma suspensão aquosa de óxido de titânio (rS = 3,84 g.cm-3) com fração
mássica de sSP = 0,05 foi filtrada em um experimento de laboratório denominado “Leaf
Test” com um funil de Büchner de área AF = 0.28 m2. As propriedades do filtrado podem
ser consideradas iguais as da água na temperatura da suspensão TSP = 20 °C, densidade
rL = 1 g.cm-3 e µL = 9 10-4 Pa.s. A torta úmida foi colocada primeiro em uma balança que
forneceu o resultado mcw = 0,833 kg , em seguida foi colocada em uma estufa onde
perdeu água até que sua massa ficasse constante e igual a mCS = 0,724 kg.
A resistência local média específica da torta foi avaliada em αCM = 1,9 1011 m/kg e a do
meio filtrante é muito pequena.
Com os dados fornecidos acima determine:

a) A densidade da suspensão;
b) A concentração da suspensão;
c) A relação de torta úmida e torta seca;
d) A porosidade da torta;
e) A espessura da torta formada no ensaio.
f) O volume de filtrado recolhido.
g) Estime os valores de KC e KMF.
h) Estime o tempo de filtração sabendo que o vacuometro do “leaf test” indica uma
leitura de 400 mmHg e a pressão atmosférica local é de 700 mmHg.

Exercício 02 Uma suspensão aquosa de CaCO3 foi processada em um filtro prensa de


laboratório composto por um único quadro e duas placas quadradas de ! = 0,15 m de lado.
O dispositivo é ilustrado pela Figura 17. O experimento ocorreu com temperatura da
suspensão em TSP = 25 oC e pressão constante de ΔPF = 338 kPa (3,45 kgf/cm2). A
concentração da suspensão era de CSP = 23,3 kg de sólido /m3 de susp. A densidade do
CaCO3 é de ρS =2,93 g/cm3. Foram anotados os valores do volume de filtrado VF (L)
recolhido em função do tempo θ (s) mostrados na tabela a seguir. Viscosidade da água a
25oC µL = 0,91 cp. A razão entre as massas de torta úmida e torta seca apresentou o valor
de rws = 1,24 .

VF (L) 0,498 1,000 1,501 2,000 2,498 3,002 3,506 4,004 4,502 5,009
Θ (s) 4,4 9,5 16,3 24,6 34,7 46,1 59,0 73,6 89,4 107,3
a) Construa o gráfico VF(L) X θ (s).
b) Estime a vazão de filtrado nos instantes θ (s) = 5,0; 25,0; 50,0 e 100,0. O que se pode
concluir.
c) Calcule: ρSP; SSP e mF ao final do processo.
d) Estime mCS, ε, mcw, mCL, mL, a razão mCL / mL ,mS; mSP; VS; VSP. ρC ,VC; VV;.
e) Estime LC (lembre que existe um meio filtrante sobre cada placa);
f) Construa o gráfico (θ/VF) (s/m3) X VF (m3)
g) Estime os valores de KC (N s m-8) e KMF (N s m-5) para este filtro.
h) Estime o valor de αCM (kg m-1) para a torta e RMF (m-1) para o meio filtrante.

Exercício 03. Um precipitado de Fe(OH)3 está sendo filtrado num filtro folhas. Após 6,5
horas de funcionamento a DPF constante, o volume de filtrado recolhido é 1109,7 L.
Deseja-se lavar a torta, empregando para isso 1/3 do volume de filtrado recolhido, com a
mesma pressão da filtração. Calcule o tempo necessário para lavar a torta. Considere RMF
desprezível.

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Exercício 04. Uma suspensão está sendo filtrada a DPF = 2 kgf.cm-2 num filtro de folhas.
Os dados colhidos durante operação sugerem a equação do tipo:
VF = k q F
Sendo VF é o volume de filtrado recolhido até o instante θF. Sabe-se que 200 m3 de filtrado
são obtidos em média durante 8 horas de operação.
a) Qual o tempo de lavagem se o volume de lavagem (VW) empregado for igual a 20 m3?
b) Se pela inclusão de novas placas, a área de filtração for duplicada, permanecendo
inalteradas todas as demais condições, quanto tempo levará para produzir 200 m3 de
filtrado sabendo que para abrir o filtro, remover a torta e fechá-lo são necessários 15 min
e o volume de lavagem a ser usado é 20 m3.
c) Compare as capacidades dos dois ciclos de filtração.

Exercício 05. Um filtro-prensa industrial de 5 m2 de área filtrante deverá funcionar com


máxima capacidade e DPF constante. Ensaios de laboratório realizados à mesma pressão,
porém com um filtro de 0,5 m2 revelaram que a equação de filtração é a seguinte para o
tempo de filtração (θF) em horas, o volume de filtrado (VF) em L e área de filtração (AF)
em m2:
2
æV ö æV ö
q F = 0,18.çç F ÷÷ + 0,22.çç F ÷÷
è AF ø è AF ø
Quinze minutos são suficientes para descarregar a torta e montar a prensa. Calcular a
capacidade máxima do filtro industrial.

Exercício 06. Opine tecnicamente sobre as propostas de um sistema de filtragem por


bateladas que uma fábrica pretende comprar. Quais propostas apresentadas atendem às
necessidades nominais do processo de 650 L.h-1 de filtrado?
Basicamente as propostas diferem em área de filtragem:

Proposta Área de filtragem (m2)


A 20
B 28
C 32

A abaixo mostra o fluxograma proposta para o processo. O ciclo de operação


descrito a seguir é o mesmo nas três propostas:
a) Iniciar a operação com vazão constante de 2 L.min-1.m-2, bomba de deslocamento
positivo em rotação constante, até a queda pressão no filtro atingir 3,5 kgf.cm-2;
b) Prosseguir com a operação em pressão constante de 3,5 kgf.cm-2, devido a
abertura da válvula de alívio da bomba até se coletar um volume total de filtrado
de 60 L.m-2;
c) Proceder a lavagem da torta com 12 L.m-2 de água;
d) Abrir o filtro, descarregar, fechar e reiniciar a operação. Tempo de 10 minutos.
Os seguintes resultados de um teste de filtração realizado na fase de estudos
preliminares estão disponíveis:
• Torta incompressível;
• Teste realizado com vazão constante de 1,2 L.min-1.m-2 de filtrado e
mesmo meio filtrante dos filtros propostos;

θF (min.) 1,0 2,0 3,0 5,0 10,0 20,0

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DPF (kgf.cm-2) 0,490 0,777 1,050 1,524 3,010 5,7199

2
¥
1 3

Figura: Fluxograma do sistema de filtração. (1) Tanque com suspensão; (2) Tanque com
o filtrado; (3) Tanque com água de lavagem; (4) Tanque com o filtrado da lavagem; (5)
Silo com torta úmida lavada.

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