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SUMÁRIO

AMPLIANDO CONHECIMENTO..................4

INTRODUÇÃO.........................................6

ARTE NA PRÉ-HISTÓRIA...........................10

ARTE NA ANTIGUIDADE...........................14

ARTE NA IDADE MÉDIA............................18

ARTE NA IDADE MODERNA......................22

ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA..........30

ILUSTRAÇÕES
PRÉ-HISTÓRIA........................................9

ANTIGUIDADE........................................13

IDADE MÉDIA.........................................17

NAVEGAÇÕES.........................................21

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL........................29

EXPLORAÇÃO ESPACIAL...........................42
AMPLIANDO O CONHECIMENTO


AMPLIANDO O CONHECIMENTO

Para iniciarmos o nosso livro devemos nos ater a algumas


informações e observações, não só importantes para o
tema, mas também para a nossa vida pessoal. Vamos pen-
sar e refletir sobre nós mesmos, nossos gostos, prazeres,
preferência, questões que, com certeza, cada leitor pode-
rá levar para o seu ambiente, tanto de moradia como de
trabalho – questões que você, com certeza, acabará in-
tegrando ao seu dia a dia, com um poder transformador.
De início é necessário entendermos a importância de
ampliar nosso conhecimento para que, na hora de se pro-
jetar um espaço, ele seja rico, criativo, feito, construído,
através de princípios, fundamentos e conceitos.
A qualidade dos projetos é consequência de um vasto tra-
balho de estudo e pesquisa e para isso precisamos nos
aprimorar no universo das artes, mobiliário, cores, ten-
dências, ir a mostras, nos atualizar através de livros e re-
vistas especializadas, ir a Museus, pois ampliando nosso
repertório, ampliamos também, com certeza, o resulta-
do de nosso trabalho, nos enriquecendo, nos informando
sobre o que acontece hoje, e também sobre o que aconte-
ceu ontem, pois como diz o ditado: “quem não conhece a
história, está fadado a repetí - la ”. Edmund Burke

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INTRODUÇÃO

rte (do termo latino ars, significando


técnica e/ou habilidade) pode ser enten-
dida como a atividade humana ligada às
manifestações de ordem estética ou co-
municativa, realizada por meio de uma
grande variedade de linguagens, tais
como: arquitetura, desenho, escultura, pintura, escrita,
música, dança, teatro e cinema, em suas variadas combi-
nações. O processo criativo se dá a partir da percepção
com o intuito de expressar emoções e idéias, objetivando
um significado único e diferente para cada obra.
A história da arte é uma área do conhecimento que ana-
lisa os estilos artísticos, suas modificações, obras de arte,
artistas e o valor estético das obras produzidas. Esse estu-
do é realizado de acordo com o cenário social/político/
religioso que a sociedade viveu ou vive em determina-
do período. Outras ciências auxiliam nessas análises tais
como a arqueologia, história, paleografia, filosofia, so-
ciologia, etc.
É uma disciplina que está no plano de aula de alguns
cursos superiores e também como curso de graduação
para aqueles que desejam se formar na área e exercer
profissão de curador, crítico de arte (realiza uma análise
sobre as obras, artistas ou expositores) ou gestor de
museus, galerias, centros culturais e escolas de arte.

Os primeiros registros artísticos datam de 75.000 A.C.

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INTRODUÇÃO

Dois bastões em ocre - uma argila avermelhada - com


gravuras, entalhadas, encontrados na caverna Blombos,
no litoral sul do Cabo, na África do Sul.
Antes mesmo do desenvolvimento da escrita, a primeira
representação humana se fez através do pintar, entalhar e
empilhar rochas, para formar grandes desenhos no chão
e nas paredes das cavernas.
Através das artes a humanidade conta a sua história, que
se confunde com a própria evolução humana. A arte é de
tamanha importância que, com ela, podemos conhecer
povos, culturas e civilizações já extintas, que deixaram,
através de sua expressão artística, sua marca nesse mun-
do, nos ajudando a conhecer e entender a nós mesmos.

A importância do conhecimento e vivência da arte não


são só para os designers e amantes dela, mas sim para to-
dos. A arte é transformadora, instigante, faz pensar e re-
pensar conceitos, valores. A arte não é para a elite como
muito se diz e pensa, mas a arte é para todos e faz parte
da formação integral do ser humano.

Antes de falarmos especificamente sobre o design de in-


teriores, é necessário ampliar seu conhecimento geral,
pois será útil e de suma importância não só para o tra-
balho com o design de interiores, como também para a
sua vida. Partimos, então, daqui para, juntos, podermos
atingir nossos objetivos e a partir desta “re-leitura” do
mundo, desvendar e ampliar novos horizontes.

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INTRODUÇÃO

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ARTE NA PRÉ-HISTORIA

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ARTE NA PRÉ-HISTORIA

ARTE NA PRÉ-HISTORIA

Conhecida também como arte rupestre (do latim ars ru-


pes “arte sobre rocha”) esse período da humanidade foi
registrado por diversas representações artísticas nos mais
diversos lugares do mundo.

Nas paredes de cavernas, o homem pré-histórico deixou


desenhado seu modo de viver. Pintou sua maneira de ver
o mundo. Retratou desenhos de animais, cenas do dia
a dia e sinais de como se relacionavam entre si. Através
destes desenhos rústicos, registrou suas crenças e a ma-
neira como percebia a natureza.

O homem pré-histórico usava ossos de animais, cerâmi-


cas e pedras como pincéis, além de fabricar suas próprias
tinturas através de folhas de árvores, sangue de animais e
excrementos humanos.

É um assunto vasto, pois abrange um grande período da


humanidade do qual só temos conhecimento pela pró-
pria arte e por paleontólogos e historiadores. Já foi tema
de diversas discussões, abrangendo de Émile Cartilhac,
importante historiador do final do século XIX a Charles
Darwin.

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ARTE NA PRÉ-HISTORIA

A veracidade da arte rupestre foi comprovada median-


te recentes reavaliações, demonstrando o alto nível de
capacidade de arte do homem pré-histórico, que, com
ferramentas básicas, produziu manifestações artísticas
bastante relevantes para sua época, transformando as ca-
vernas nos primeiros museus da humanidade. Os princi-
pais sítios de arte rupestre estão localizados na França,
norte da Espanha, Itália, Portugal e Alemanha.

No Brasil temos a maior e mais antiga concentração de


sítios pré-históricos das Américas - O Parque Nacional
Serra da Capivara, localizado no sudeste do Estado do
Piauí, a 530 quilômetros de Teresina, ocupando os mu-
nicípios de São Raimundo Nonato, João Costa, Brejo do
Piauí e Coronel José Dias. Sua superfície é de 129.140
hectares. Em 1991, foi classificado pela Unesco como Pa-
trimônio Cultural da Humanidade.
Estudos científicos confirmam que a Serra da Capivara
foi densamente povoada em períodos pré–históricos. Os
artefatos encontrados apresentam vestígios do homem
que podem ter 50.000 anos, os mais antigos registros nas
Américas.
Imagine visitar esse lugar, se colocar em contato com
algo que ocorreu há 50.000 a.c. além de contar com os
mais antigos exemplares de arte rupestre do continente.
Além de toda a história, nos arredores são vendidos as
cerâmicas da Serra da Capivara, bastante conhecidas e
que ajudam muito esta região, com o comércio local des-
tas peças.

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ARTE NA PRÉ-HISTORIA

Mas para conhecermos mais profundamente este tipo de


arte, não precisamos necessariamente estar fisicamente
lá. Separamos algumas das pinturas rupestres, ícones da
Serra da Capivara e também representações artísticas di-
versas que irão permitir a você conhecer a arte na pré-
-história presente em todo o mundo.
Diferentemente do que vimos acima - a arte como ex-
pressão do cotidiano, dos povos primitivos, passamos
para o surgimento de civilizações assentadas em espa-
ço geográfico determinado, quando surgem as cidades,
aglomeramento humano, que se perpetuam e se desen-
volvem até os dias de hoje.
Com o surgimento de Nações, com uma hierarquia cla-
ra, a arte assume uma posição a serviço das classes mais
abastadas, embelezando palácios, glorificando conquistas
dos governantes. Ela também serviu aos propósitos das
religiões – como decoração de templos, retratando deu-
ses e recontando mitos religiosos, através de imagens, de
forma que as pessoas percebessem a grandeza e o poder
das religiões organizadas - estamos falando, é claro, da
Arte na Antiguidade.

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ARTE NA ANTIGUIDADE

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ARTE NA ANTIGUIDADE

ARTE NA ANTIGUIDADE

A Idade antiga foi marcada por uma grande revolução: a


descoberta da escrita.
A criação de símbolos e sinais ( hieróglifos ) foi o grande
feito do povo egípcio. Mas suas habilidades se manifestam
através de diversos outros feitos como a construção dos
túmulos de faraós, as estátuas de divindades e artefatos
cotidianos.
Na civilização egípcia pode-se dizer que surgiu o “desig-
ner de interiores” - com o surgimento de mobiliários,
adornos e até mesmo luminárias.
A civilização grega, por sua vez, já até utilizava camas e
quadros, mas isso veremos mais à frente, com a história
do “design de interiores”.
Os gregos se notabilizaram por meio de suas pinturas,
monumentos e edificações, que tinham, como principal
referência, o homem, que era considerado símbolo de
perfeição.
Neste período da arte, vivia o filósofo grego Aristóteles,
aluno de Platão e professor de Alexandre, o Grande, re-
tratados anos depois por Rafael Sanzio na pintura Escola
de Atenas - 1509 à 1511.
As atividades artísticas da antiguidade, impactaram a ar-
quitetura, através de célebres construções. Expressou-se
também por meio da arte Paleocristã, que se baseava nos

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ARTE NA ANTIGUIDADE

ensinamentos de Cristo, através da Arte Bizantina.


Tudo foi desenhado pelo homem para que as imagens ad-
quirissem um valor espiritual, com o visível simbolizan-
do o invisível.

Destacaram-se neste período: Arte persa, Arte egípcia,


Arte celta, Arte grega, Arte romana, Arte paleocristã.
Na Antiguidade vê-se o crescimento do homem, surgem
as religiões organizadas, as cidades, o mobiliário se ex-
pande, com utilização de materiais diversos.
Em cada região onde se desenvolvia a humanidade, tam-
bém se desenvolvia a arte local, que utilizava a matéria
prima encontrada na região onde essas civilizações cres-
ciam; a maioria delas junto a fontes naturais de recursos,
como o recurso hídrico - rio Nilo e Eufrates.
O homem que construía na pré-história empilhando pe-
dras, evoluiu e construiu pirâmides gigantescas, como
as realizadas pelo primeiro arquiteto do Egito - Imhotep
- imaginou, projetou e coordenou as obras da pirâmide
de Djoser.
Foi um período rico para humanidade, pois foi ali que
surgiram a maioria do que vemos e temos até hoje: sur-
gimento da arquitetura, do design de interiores,da medi-
cina, do professor, de ministros e muitas outras funções
na organização da sociedade de então.
A arte paleocristã é a última representação artística da
antiguidade, porém, no período seguinte, cresce o po-
der da igreja influenciando as artes, principalmente na
Europa.

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ARTE NA ANTIGUIDADE

A arte medieval teve uma forte marca temática: a religião


- pinturas, esculturas, livros, construções e outras mani-
festações artísticas influenciados pelo clero católico. Esse
período recebe o nome de Arte na Idade Media.

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ARTE NA IDADE MÉDIA

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ARTE NA IDADE MÉDIA

ARTE NA IDADE MÉDIA

Como falamos anteriormente esse período recebe gran-


de influência religiosa; obras, construções, tudo que se
cria e se faz nesse período é a pedido da igreja católica.
Com o crescimento do cristianismo pelo mundo, cons-
truíram-se diversas igrejas, catedrais, basílicas, mostei-
ros, dentre outros.
Neste mesmo período também se dá o início das grandes
nações, reinados e predomina a arte, encomendada e in-
fluenciada pelo clero.
Vemos castelos com torres pontiagudas, feitos de pedra e
quase sem luz interior, pois as construções, nesse perío-
do, são carentes de janelas. Esse período é conhecido nas
artes também como idade das trevas por sua escuridão
e falta de vida nas manifestações artísticas. Porém eram
constuções monumentais, com pés direitos enormes,
para dar a sencação de grandeza, como se Deus estivesse
ali.
Nos mosteiros e basílicas prevaleceu o uso dos arcos de
volta-perfeita e abóbadas (influências da arte romana).
Os castelos seguiram um estilo voltado para o aspecto
de defesa. As paredes eram grossas e existiam poucas e
pequenas janelas. Tanto as igrejas, como os castelos pas-
savam uma ideia de construção “pesada”, voltada para a
defesa.

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ARTE NA IDADE MÉDIA

As igrejas eram fortes e resistentes para barrar a entrada


das “forças do mal”, enquanto os castelos protegiam as
pessoas dos ataques inimigos durante as guerras.

Paralelo ao estilo românico, o estilo gótico surgiu na


França e teve um papel preponderante na cultura medie-
val. Se desenvolveu entre os séculos XII e XV, denomina-
do de Baixa Idade Média.
As construções arquitetônicas góticas são majoritaria-
mente altas, ou seja, nota-se uma forte presença da verti-
calidade, em detrimento da horizontalidade romântica, o
que indicava a necessidade de permanecer cada vez mais
perto de Deus.
Diversas igrejas foram erigidas no estilo gótico e muitas
permanecem até os dias de hoje, marcando esse período
da história da arte. Por esse motivo, a arte gótica é lem-
brada como a “Arte das Catedrais”.
A primeira construção que aponta para o nascimento do
estilo gótico na Europa é a Basílica de Saint-Denis, na
França.
Com relação às esculturas e pinturas românticas pode-
mos destacar o caráter didático-religioso. Numa época
em que poucos sabiam ler, a Igreja utilizou as esculturas,
vitrais e pinturas, principalmente dentro das igrejas e ca-
tedrais, para ensinar os princípios da religião católica. Os
temas mais abordados foram: a vida de Jesus e dos San-
tos, passagens da Bíblia e outros temas cristãos.

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ARTE NA IDADE MÉDIA

Com relação às esculturas góticas, o realismo prevaleceu.


Os escultores buscavam dar um aspecto real e humano às
figuras retratadas (anjos, santos e personagens bíblicos).

No tocante à pintura, podemos destacar as iluminuras,


os vitrais, painéis e afrescos. Embora a temática religio-
sa ainda prevalecesse, observa-se, no século XV, algumas
características do Renascimento: busca do realismo, ex-
pressões emotivas e diversidade de cores.

A arte na Idade Media, como vimos, robusta, escura,


pontiaguda, pesada e grandiosa, sem muitos detalhes,
dita como idade das trevas por sua obscuridade - a huma-
nidade então precisava renascer. A arte precisava ganhar
valor, autonomia e reconhecimento: eis que surge então
a Arte na Idade Moderna, cheia de vida, cores e riquezas,
renascendo das trevas da Idade Média.

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ARTE NA IDADE MODERNA

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ARTE NA IDADE MODERNA

ARTE NA IDADE MODERNA

Idade Moderna é o período compreendido entre 1453 a


1789 - data da Revolução Francesa. Os principais acon-
tecimentos que marcaram o período foram: Expansão
Marítima, Reforma Religiosa, Renascimento, Absolutis-
mo, Iluminismo, Revolução Francesa.
Essa arte acontece em meio a grandes transformações,
parte da história do Ocidente. Esse foi um período de
muitas transições, de revoluções e substituição do siste-
ma feudal pelo sistema capitalista.
A Idade moderna foi um período de intensa expansão.
Foi o tempo das grandes descobertas. As obras artísticas
fundamentavam-se na natureza.

Na Idade Moderna, os artistas começam a ser mais va-


lorizados, revelando grandes talentos e obras de artes
impressionantes, surgem diversos nomes nas artes nesse
período como: Michelangelo, Leonardo da Vinci, Rafael
Sanzio que formam a tríade mais importante dos gran-
des mestres da arte italiana da Renascença, pois a pintura
renascentista foi uma das que se destacou. Na literatura
e nos palcos temos o famoso Willian Shakespeare, autor
de “Romeu e Julieta” e “Hamlet”. O poeta e historiador
Nicolau Maquiavel, autor de ‘’O Príncipe”.
Esses são alguns dos grandes nomes do Renascimento.

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ARTE NA IDADE MODERNA

O Renascimento é um período da história da arte que


revolucionou várias áreas do conhecimento, trazendo no-
vamente o retorno da arte greco-romana.
Como o nome já diz - Renascimento - a arte renasce. Foi
o primeiro grande movimento artístico, científico, lite-
rário e filosófico da modernidade.

A razão, de acordo com o pensamento da Renascença,


era uma manifestação do espírito humano, que colocava
o indivíduo mais próximo de Deus.
Ao exercer sua capacidade de questionar o mundo, o
homem simplesmente dava vazão a um dom concedido
por Deus (neoplatonismo). Outro aspecto fundamental
das obras renascentistas era o privilégio dado às ações
humanas - humanismo. Tal característica representava-se
na reprodução de situações do cotidiano e na rigorosa
reprodução dos traços e formas humanas (naturalismo).
Esse aspecto humanista inspirava-se em outro ponto-cha-
ve do Renascimento: o elogio às concepções artísticas da
Antiguidade Clássica ou Classicismo.

Nesse período os mares são desbravados com Vasco da


Gama, indo às Índias. Ou ainda, a viagem de Cristóvão
Colombo às Américas e, é claro, Pedro Álvares Cabral
chegando ao Brasil, promovendo a colonização portu-
guesa, provocando a aculturação e escravagismo dos ín-
dos tupi-guaranis, macro-jê, aruaques, caraíbas e outras
tribos que vivivam nestas terras, nessa época.

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ARTE NA IDADE MODERNA

No entanto, o respeito dos indígenas pela natureza, um


valor que se perdeu com o tempo, com a colonização e
a consequente aculturação. Os indígenas apenas tiravam
da natureza o necessário para sobreviver: com a madei-
ra, construíam canoas, arcos e flechas e suas habitações
(oca). A palha era utilizada para fazer cestos, esteiras, re-
des e outros objetos. A cerâmica também era muito utili-
zada para fazer potes, panelas e utensílios domésticos em
geral. Penas e peles de animais serviam para fazer roupas
ou enfeites para as cerimônias das tribos. O urucum era
muito usado para fazer pinturas no corpo. Isso era o Bra-
sil nesse período; habitavam aqui cerca de 8 milhões de
nativos. Atualmente, calcula-se que apenas 800 mil ín-
dios ocupam o território brasileiro segundo a Funai.

O Brasil foi colonizado e então vieram as construções


tardo-renascentistas.
Porém, foi no século XVI que chegou no Brasil, com
certo atraso em relação aos desenvolvimentos estéticos
europeus, o Barroco, que se disseminou para quase todo
o país, alcançando desde o Pará até o extremo sul e pene-
trando o interior, até Goiás e Mato Grosso, deixando um
extenso acervo de arte e arquitetura, com muitos exem-
plos de alta qualidade, tornando-se, de certa forma, típi-
co de todo o período colonial, a ponto de ser considera-
do “a alma do Brasil”, conforme frase célebre de Affonso
Romano de Sant’Anna.

O Barroco teve início na Itália e foi uma arte focada na

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ARTE NA IDADE MODERNA

valorização dos elementos das artes anteriores e também


nas emoções e sentimentos humanos. Foi neste período
que aconteceu a Reforma Protestante e a Contra-refor-
ma, que influenciou muito o estilo. Floresceu entre o fi-
nal do século XVI e meados do século XVIII, inicialmente
na Itália, difundindo-se em seguida pelos países católicos
da Europa e da América, antes de atingir, em uma for-
ma modificada, as áreas protestantes e alguns pontos do
Oriente. De certo modo o Barroco foi uma continuação
natural do Renascimento, porque ambos os movimentos
compartilharam de um profundo interesse pela arte da
Antiguidade clássica, embora interpretando-a diferente-
mente. Um movimemto bastante decorativo.
A obra mais representativa desse movimento, sem dúvi-
da, é o Palácio de Versalhes (em francês: Château de Ver-
sailles ) localizado atualmente no subúrbio de Paris: pos-
sui 2.153 janelas, 67 escadas, 352 chaminés,700 quartos,
1.250 lareiras e 700 hectares de parque, um dos maiores
palácios do mundo, pela sua opulência e grandiosidade,
tornou-se o mais luxuoso de toda a Europa, tendo sido,
por inúmeras vezes, copiado. Foi projetado pelo arquite-
to francês Louis Le Vau, sendo concluído por Jules Har-
douin-Mansart.

No Brasil, o estilo Barroco foi trazido pelos Jesuítas ca-


tólicos no séc. XVI, no qual predominam edificações de
caráter religioso.
Um bom exemplo da arquitetura barroca no Brasil é a

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ARTE NA IDADE MODERNA

Igreja de São Francisco, em Salvador-BA. Seu interior é


todo esculpido em ouro.
E no Brasil temos um artista expoente desse estilo - o
mineiro chamado Antônio Francisco Lisboa, mais conhe-
cido como Aleijadinho, importante escultor, entalhador
e arquiteto do Brasil colonial; trabalhou durante o perí-
odo de transição do Barroco para o Rococó, considerado
por diversos estudiosos estrangeiros o maior nome do
Barroco americano, merecendo um lugar destacado na
história da arte do ocidente.

O estilo Rococó é visto, por muitos, como a variação


“profana” do Barroco; surge a partir do momento em que
o Barroco se liberta da temática religiosa e vai se introdu-
zindo na sociedade europeia, na pintura e na decoração
de interiores.
O termo Rococó vem do francês rocaille, que quer dizer,
concha. Essa arte cumpre funções de decoração. Fase de
valorização dos traços decorativos. O ponto de destaque
era decoração e ornamentação dos ambientes.

Havia vários artistas em destaque na época, que aderi-


ram ao rococó, como: Jean-Antoine Watteau, Jean-Ho-
noré Fragonard, Antônio Francisco Lisboa (Aleijadinho),
François Boucher, Germain Boffrand entre outros.
Esse último artista se destaca pelo projeto de decoração
do Hôtel Soubise, em Paris, marcado por quadros, linhas,
guirlandas, curvas e espelhos que tomam o olhar do ob-
servador em meio a tantos detalhes - a última grande

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ARTE NA IDADE MODERNA

obra de Boffrand, sua obra prima.


Ainda no mercado de interiores, um aluno de Boffrand,
Nicolas Pineau Boiserie, se destaca, no estilo Rococó.
Destaques da época: Renascimento, Barroco e Rococó

A arte se confunde com a própria evolução humana; os
diversos períodos se iniciam e finalizam por ocasião das
grandes conquistas, disputas e revoluções.
A arte é como o alter ego dos artistas e de quem as enco-
menda - sentimetal, forte, frágil; arte é vida, vida é arte.

Líderes espirituais, políticos as utilizaram para marcar seu


poder, porém quando se une arte e política nem sempre
dá certo, como foi retratado no filme de 1965 “Agonia
e Êxtase” que conta a encomenda, pelo papa Julio II, da
pintura do teto da Capela Sistina, a Michelangelo, autor
da Pietá, A Criação de Adão, David. Este artista, ícone do
Renascimento, abandona a obra num primeiro momen-
to, retomando-a depois; conflitos ideológicos e batalhas
temperamentais são fatores que permeiam o processo da
pintura.
O sistema capitalista surgiu na passagem da Idade Média
para a Idade Moderna, a partir da decadência do sistema
feudal e do nascimento de uma nova classe social, a bur-
guesia.
O capital (do latim, capitale, que significa “cabeça”) faz
alusão às cabeças de gado, ou seja, a uma das medidas de
riqueza nos tempos antigos, que ganha força a cada século
e chega na idade contemporânea trazendo grandes con-

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ARTE NA IDADE MODERNA

flitos como a Revolução Francesa, a Primeira e a Segun-


da Guerra Mundial , e a Guerra Fria. Em meio a tantos
conflitos no mundo, a arte sofre uma grande mudança,
principalmente com a Revolução Industrial que acontece
num processo de transformação social e cultural, cujo
fruto mudou o rumo da humanidade e teve como grande
impulso a invenção da máquina a vapor pelas mãos de
James Watt em 1788.
Estamos já falando da Arte na Idade Contemporânea,
também chamada de Contemporaneidade.

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

Idade contemporânea é o período que se inicia em 1789


com a Revolução Francesa até o período atual da história
ocidental, caracterizada como o período de expansão do
capitalismo.

Nas ruas os ideais de Liberdade, Igualdade e Fraternida-


de manifestavam-se iniciando com a burguesia francesa e
espalhando-se rapidamente pelo globo - queda do poder
político da aristocracia e o fortalecimento econômico da
burguesia, marcam o início desse período.
As novas rotas marítimas no Atlântico e Pacífico que se
iniciaram na idade moderna, ganham força, a globaliza-
ção já estava acontecendo e o Iluminismo, uma corrente
filosófica que acreditava na razão do homem e não na re-
ligiosidade, se propagou.
Foi também nesse período que ocorreram as Grandes
Guerras e a revolta de artistas através da arte.
A arte abandona a imitação da natureza e se concentra no
mundo interior dos personagens, no sensível, no concei-
tual e na linguagem das formas. Prevalece o inconsciente,
a reconstrução mental do trabalho, exigindo do especta-
dor uma nova atitude para com a obra.

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

As pinturas e esculturas fogem da figuração e avançam


em direção ao abstrato. Elas quebram com as linhas, com
as cores tradicionais e com a perspectiva única. Criam
desenhos geométricos e a visão simultânea de várias con-
figurações de um objeto.

Além dos demais estilos, o Impressionismo, grande des-


taque desse período, foi assim chamado por conta de um
nome dado em 1972 por Monet para sua tela a óleo “im-
pressão, sol nascente’’. Este estilo transformou a arte do
século XX. Se baseava na observação minuciosa da luz
sobre os objetos, suas variações e como elas poderiam
aparecer na tela dos pintores impressionistas.

Em 1888, Auguste Rodin exibe como obra independente


o “Pensador” que originalmente possuia o título de “O
Poeta”. Há quem diga que a obra é uma representação de
Dante, de “A Divina Comédia” e havia sido encomendada
para um museu que não abriu. A figura nua do pensador
– diz o próprio autor: “Ele não pensa só com o cérebro,
a testa franzida, as narinas distendidas e os lábios com-
pridos, mas com todos os músculos do braço, das costas
e das pernas, os punhos fechados e os dedos contraídos”

A arquitetura, por outro lado, abandona a simetria para


dar lugar à assimetria que passa a utilizar novos materiais,
surgidos com a Revolução Industrial, como ferro fundi-
do e concreto armado.

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

O mundo ganha, 100 anos depois da Revolução France-


sa, a Torre Eiffel em 1889, marco da industrialização na
França. A torre, em ferro fundido, de Gustave Eiffel, vira
um monumento símbolo da cidade de Paris, construída
apenas para uma exposição, ela se mantém até os dias de
hoje, apesar de ter sofrido duras críticas, alguns conde-
naram a torre como “monstruosa e desnecessária”, en-
quanto outros a comparavam a uma “preta e gigantesca
chaminé de fábrica”. Dentre seus detratores incluíam o
arquiteto Charles Garnier, famoso pela Opéra que leva
seu nome, o dramaturgo Alexandre Dumas e o escritor
Guy de Maupassant - este último com frequência almo-
çou na torre nos anos posteriores e como ele afirmou,
era “o único lugar em Paris, onde eu não tenho que vê-la.”
E de uma instalação temporária à natureza icônica da
Torre Eiffel transformou-a em um símbolo de sua nação
e da cidade de Paris, com inúmeras réplicas construídas
em cidades ao redor do globo. Sete milhões de pessoas
visitam-na todos os anos, com o mesmo desejo de seus
predecessores em 1889: ver a “Cidade das Luzes” a partir
de uma vista deslumbrante tornada possível pela inova-
ção industrial, pelo fervor nacionalista e pelo progresso
científico humano.
No âmbito tecnológico surgiram inovações como o tele-
fone, o telégrafo sem fio, o cinema, o automóvel, o avião,
a fotografia, os bondes elétricos, o fonógrafo, o gramo-
fone além de máquinas de diversas ordens que contribuí-
ram para transformar o hábito de vida e pensamentos das
pessoas.

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

O mundo estava vivendo sua Belle Époque, termo utili-


zado para esse período da história francesa marcado pela
paz e harmonia territorial, com os avanços artísticos e
tecnológicos em fase latente. A Belle Époque (“bela épo-
ca”, em português) deve ser compreendida como um es-
tado de espírito do povo francês, que começou em mea-
dos do século XIX e terminou com o início da Primeira
Guerra Mundial, em 1914.

Aliás, o movimento artístico que caracterizou a Belle


Époque foi o chamado Art Nouveau, o termo surgiria no
ano de 1895, na capital Paris. No mesmo ano, objetos,
tapeçarias e móveis característicos do movimento foram
expostos na galeria Maison de I’Art Nouveau que era
formado por cores vibrantes, formas curvas e naturais.
Essencialmente decorativo, voltado ao design e à arqui-
tetura, tinha relação direta com a exploração de novos
materiais, como o ferro e o vidro.
Neste mesmo ano o designer norte-americano Louis
Comfort Tiffany desenvolve seu primeiro abajur, símbolo
do movimento.
Na arquitetura, a primeira obra característica do movi-
mento surge através das mãos do arquiteto belga Victor
Horta, que projeta o Hotel Tassek de Bruxelas, com fer-
ros curvilíneos, principais elementos dos edifícios que
passaram a ser construídos segundo a nova estética.

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

Antoni Gaudi, representante catalão do movimento na


Espanha, com cacos de vidro e ladrilhos, decora constru-
ções como o Parque Güell e a Casa Milá, em Barcelona.
A Catedral da Sagrada Família em Barcelona e sua obra
-prima, porém, ainda inacabada.
O arquiteto Gaudi é um representante expoente do mo-
dernismo catalão, variação catalã da Art Nouveau.
O movimento art nouveau chega também à dramaturgia
com ilustrações de Beardsley, na obra Salomé, peça de
Oscar Wilde - o que demostra que os movimentos artís-
ticos chegam a toda as camadas das artes.
As fontes para o surgimento do movimento eram das
mais variadas, desde gravuras japonesas, à influência do
movimento britânico Arts e Crafts, em especial pelos pa-
drões rítmicos e florais dos papéis de parede de William
Morris e pelas estilizações empregadas por artistas como
Paul Gauguin, autor de “Paisagem de Martinica” , Vicent
Van Gogh, autor de “Noite Estrelada” e Edvard Munch,
autor de “O Grito’’ ambos do movimento pós impressio-
nismo.

Não posso deixar de falar de Siegfried Bing, decorador


e marchand , que foi o precursor da Art Nouveau. O es-
tilo permaneceria até o final de 1914, com a eclosão da
Primeira Guerra Mundial, a Art Nouveau, agora conside-
rado um estilo caro e luxuoso, dá lugar ao aspecto mais
simples e despojado do modernismo.

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Importante instituição que disseminou o estilo moder-


nista, a Escola de Ofícios Manuais e Design Bauhaus, foi
fundada em Weimar, na Alemanha, em 1919, pelo arqui-
teto modernista Walter Gropius.

Foi na Bauhaus que surgiu o conceito da funcionalidade,


guiado pela célebre frase do arquiteto Louis Sullivan - “a
forma segue a função”.

Mas para a Bauhaus a funcionalidade não era algo visto


como tedioso, chato, burocrático ou esteticamente de-
sinteressante. Pelo contrário, a arquitetura e o design
precisavam se unir para propor estruturas tão funcionais
e objetivas, quanto visualmente atraentes e impactantes.

Professor e diretor da Bauhaus, o célebre Mies Van Der


Rohe, autor da famosa frase LESS IS MORE “menos é
mais” retrata com precisão o estilo praticado pelo arqui-
teto durante toda sua carreira. Rohe é considerado um
dos maiores arquitetos modernistas do mundo e pai do
minimalismo.

Le Corbusier é outro grande nome da arquitetura mun-


dial para o modernismo
A principal característica das obras de Le Corbusier é o
concreto armado. O visual clean, as longas janelas e os
pilotis também são marca constante em suas obras.
Corbusier ainda lançou um livro, publicado em 1923,
“Vers une Architecture” (“Por uma arquitetura”), no qual

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

aborda 5 pontos e fundamentos que são as bases do mo-


vimento modernista.

No Brasil, os artistas eram influenciados pelas tendên-


cias da vanguarda europeia, as principais delas foram o
Cubismo, o Futurismo, o Dadaísmo, o Expressionismo e
o Surrealismo.

Mas foi em 1922 o ponto de partida para o movimento


Modernista Brasileiro, com a Semana de Arte Moderna,
realizada em São Paulo. Até então, o Rio era considerado
a capital cultural do país. A semana de Arte Moderna que
esteve anunciada para acontecer entre os dias 11 e 18, na
verdade durou apenas três dias, 13, 15 e 17 alternando as
apresentações que foram divididas a cada dia: 13 - pintu-
ra e escultura, 15 - literatura e no dia 17 música.
O evento refletia o progresso e a industrialização que a
cidade vivia naquele momento pós-guerra.

Porém, mesmo com grandes nomes da literatura, música


e artes plásticas brasileiras, a semana de Arte Moderna,
não agradou ao público. As pinturas e esculturas, de for-
mas estranhas, fizeram os visitantes se perguntarem se os
quadros estavam pendurados da maneira certa. Os poe-
mas modernistas eram declamados entre vaias e gritos
da plateia. Até Heitor Villa-Lobos não ficou de fora das
vaias.
A reação dos visitantes ecoou entre os críticos de arte da-
quela época, entre eles, Monteiro Lobato, que fez duras

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

críticas ao movimento.

Nos anos seguintes, o evento passou a ser considerado o


marco que inaugurou o Modernismo no país e provocou
os efeitos sentidos em todos os aspectos da cultura bra-
sileira.

Participaram da Semana de Arte Moderna, os escrito-


res Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Menotti del
Picchia, Manuel Bandeira, Agenor Barbosa, Guilherme
de Almeida, Plínio Salgado e Sérgio Milliet; os artistas
plásticos Brecheret, Anita Malfatti, Di Cavalcanti e Vi-
cente do Rêgo Monteiro; os músicos Heitor Villa-Lobos
e Guiomar Novaes, dentre outros.

Tarsila do Amaral, expoente brasileira desse movimento,


ironicamente não estava presente, se encontrava em Paris
e apenas anos depois, em 1928, depois de voltar de uma
viagem a Minas ela cria sua obra prima “Ábaporu” que
representa o Modernismo brasileiro.

Nesse momento o Brasil surge no universo das artes, fir-


mando sua âncora de uma vez por todas na história das
artes; um movimento nacionalista, que coloca em des-
taque nossa brasilidade sobre a influência da vanguarda
europeia.

Em 1922, iniciava-se também uma obra que tornaria a


ser o símbolo do Brasil - o Cristo Redentor, maior está-

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

tua Art Deco do mundo. Art Deco, estilo concomitante


com o movimento modernista, surge com formas geo-
métricas, linhas puras e dinâmicas.
Movimento da arquitetura design e arte, reconhecido,
hoje em dia, como o primeiro passo rumo à moderni-
dade, trabalha com manifestações culturais regionais
e não universais e abrange diversos segmentos da arte
e da vida, do meio urbano e cosmopolita tendo, no ci-
nema, seu maior divulgador. O cinema cresceu junto à
Art Deco, nesse período estavam a transição do cinema
mudo para o falado e a expansão de salas de cinema por
todo o mundo.

E os filmes eram produzidos a todo o vapor; nessa épo-


ca um filme se destacou pela sua plasticidade e texto, o
romance “O Grande Gatsby“ (The Great Gatsby) um ro-
mance escrito pelo autor americano F. Scott Fitzgerald.
Publicado pela primeira vez em 10 de abril de 1925, a
história passa-se em Nova Iorque, em Long Island, du-
rante o verão de 1922 e é uma crítica ao “Sonho Ameri-
cano”.

A primeira edição do filme foi em 1926 , filme mudo,


estrelando Warner Baxter e Louis Wilson e a última edi-
ção feita em 2013 - uma incrível produção ganhadora de
dois Oscars, Melhor Direção de Arte e Melhor Figurino,
estrelado por Leonardo Di Caprio e Carey Mulligan.
Não foi à toa que ganhou o Oscar de Melhor Direção de
Arte, em filme de época, já que retrata de forma absoluta

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

o estilo Art Déco no seu mobiliário, arquitetura, figu-


rino. Com incrível trabalho de pesquisa e estudo, a Art
Déco é e sempre será um estilo revolucionário.
Tudo estava acontecendo no mundo nesse período, os
EUA eram uma das maiores potências do mundo, pros-
peridade essa que teve uma forte queda em 1929 com
a quebra da Bolsa de Valores de Nova Iorque. A Europa,
simultaneamente, sofria as consequências da Primeira
Guerra Mundial, que viria a permitir a ascensão do Na-
zismo, liderado por Hitler, após a Crise de 29, o sur-
gimento do Fascismo italiano e ainda o Salazarismo em
Portugal.

Na cultura tivemos mais liberdade. Os filmes de Clara


Bow e as comédias de Chaplin, imperavam no cinema.
Também surgiram movimentos de arte como o dadaís-
mo, de Marcel Duchamp e o surrealismo, de Salvador
Dali. O cinema também passou por uma revolução com
os movimentos de vanguarda, na União Soviética, cineas-
tas como Sergei Eisenstein, de O Encouraçado Potemkin
(1925) e Dziga Vertov, de O Homem com a Câmera
(1929), refizeram o cinema. Na Espanha, tinham espaço
os filmes surrealistas, de Luís Buñuel. Na França, uma
dançarina afro-americana, Josephine Baker, apresentava-
-se nos teatros da efervescente cidade de Paris, ditando a
moda a todo o mundo, tendo divulgado os banhos de sol.
Nos anos 30 a Art Déco curtia toda a sua glória junto
com outros movimentos e só começou a declinar por
volta de 1935 a 1939.

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ARTE NA IDADE CONTEMPORÂNEA

Em 1939, o cinema continuava seu apogeu e em cartaz,


“O Mágico de Oz” levava as pessoas ao encantamento; A
menina Dorothy do Kansas vivida pela atriz Judy Garland
finca a jornada do herói de Joseph Campbell e mostra
para um mundo cores vibrantes e uma direção de arte
competente, trazendo o refinamento estético que se as-
semelha a pinturas neo-românticas, em uma fantasia ex-
cessiva, porém, nesse cenário de encantamento, sonhos e
magia, inicia-se no mesmo ano de 1939 a Segunda Guer-
ra Mundial, onde só no Holocausto vitimou aproxima-
damente seis milhões de pessoas entre judeus, ciganos,
homossexuais, testemunhas de Jeová, deficientes físicos e
mentais, opositores políticos e outros. Um período triste
da história da humanidade, onde ser diferente era senten-
ça de morte. Cerca de 75 milhões de pessoas morreram,
aproximadamente 3% da população mundial da época.
Desse número, a maioria eram civis 2/3 e 1/3 de mili-
tares.

Nunca antes o mundo moderno havia sido tão abalado


em suas estruturas, como pela Segunda Guerra Mundial:
o trauma dos milhões de mortos e feridos, o Holocausto,
os bombardeios atômicos de Hiroshima e Nagasak.

Esta é a primeira parte do “Ampliando o Conhecimento”,


base fundamental para que possamos entender de forma
ampla e orgânica todo o processo do Designer de Interio-
res que surgiu a partir do estudo, análise e conhecimento
de todo esse registro, base para as premissas técnicas do

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designer de interiores.
O conhecimento e a cultura geral alicerçam a técnica do
design.

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HISTÓRIA PARA O FUTURO

“Desse ponto distante de observação, a Terra talvez não apresen-


tasse nenhum interesse especial. Para nós, no entanto, ela é dife-
rente. Olhem de novo para o ponto. É ali. É a nossa casa. Somos
nós. Nesse ponto, todos aqueles que amamos, que conhecemos, de
quem já ouvimos falar, todos os seres humanos que já existiram,
vivem ou viveram as suas vidas.Toda a nossa mistura de alegria
e sofrimento, todas as inúmeras religiões, ideologias e doutrinas
econômicas, todos os caçadores e saqueadores, heróis e covardes,
criadores e destruidores de civilizações, reis

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HISTÓRIA PARA O FUTURO

e camponeses, jovens casais apaixonados, pais e mães, todas as


crianças, todos os inventores e exploradores, professores de mo-
ral, políticos corruptos, “superastros”, “líderes supremos”, todos os
santos e pecadores da história de nossa espécie, ali - num grão
de poeira suspenso num raio de sol. A Terra é um palco muito
pequeno em uma imensa arena cósmica. Pensem nos rios de san-
gue derramados por todos os generais e imperadores para que, na
glória do triunfo, pudessem ser os senhores momentâneos de uma
fração desse ponto. Pensem nas crueldades infinitas cometidas pe-
los habitantes de um canto desse pixel contra os habitantes mal
distinguíveis de algum outro canto, em seus frequentes conflitos,
em sua ânsia de recíproca destruição, em seus ódios ardentes.
Nossas atitudes, nossa pretensa importância de que temos uma
posição privilegiada no Universo, tudo isso é posto em dúvida
por esse ponto de luz pálida. O nosso planeta é um pontinho
solitário na grande escuridão cósmica circundante. Em nossa
obscuridade, no meio de toda essa imensidão, não há nenhum
indício de que, de algum outro mundo, virá socorro que nos salve
de nós mesmos. (...)”

Carl Sagan

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