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Sara Cecília Cesca. Doutoranda em Música pela Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP).
Mestre em Música pela mesma instituição. Especialista em Arte, Educação e Tecnologias
Contemporâneas pela Universidade de Brasília (UnB). Licenciada em Música pela Universidade de
Ribeirão Preto (UNAERP). Graduada em Música Com Habilitação em Instrumento pela Universidade
de São Paulo (USP). Tutora do Curso de Licenciatura em Música do Claretiano – Centro Universitário.
E-mail: <sara.cesca@gmail.com>.
Abstract: Students who attend the subject Aesthetics for Musical Education
of the licentiate course in Music of Claretiano – Centro Universitário are
widely recognizing it as a fundamental subject regarding the understanding
of the field of Aesthetics, as well as its contributions for the field of Musical
Education. Contrarily to the expected from Aesthetics subjects in licentiate
courses – frequently focused on the history of Aesthetics –, its proposal consists,
specifically, of a dialogic encounter between Aesthetics and educational practices
in Music. Under the perspective of Luigi Pareyson’s philosophical assumptions,
the contents of the subject are focused on different questions that permeate the
phenomena of the artistic activity and on the articulation of such questions based
on the inventive and performative process in different educational contexts.
1. INTRODUÇÃO
todo desejo, a toda nostalgia, não deve querer nada nem sa-
ber nada, sentir-se pobre e só, abandonar tudo para ganhar
tudo” (PAREYSON, 2005, p. 6, grifo do autor).
Os meandros do campo da estética em diálogo com a edu-
cação musical podem se tornar arriscados e perigosos quando não
sustentados por uma orientação teórico-filosófica; é preciso ter
cautela, de forma a não incorrer no risco de uma proposta vazia e
a crédito, pois a maior contribuição desse encontro entre estética e
educação musical reside num alcance transcendente à própria arte.
Segundo Gabriel Perissé (2009, p. 36):
A arte educa na medida em que, atraindo nossa visão, en-
cantando nossa audição, agindo sobre nossa imaginação,
dialoga com a nossa consciência. Mais do que nos fazer
reagir à melodia, à rima, à composição pictórica, às cenas
do filme, esses estímulos que nos chegam pela arte criam
um espaço de liberdade, de beleza, no qual nos sentimos
convidados a agir criativamente.
Na medida em que os alunos reagem e dialogam com os
fenômenos que delineiam o fazer artístico, na medida em que se
deparam com as dificuldades advindas desse processo de criação,
ou seja, dificuldades e fenômenos que não diferem – em essência
– da experiência vivenciada pelos grandes artistas e inventores,
a atividade pedagógica ganha fôlego, confiança e alcança a
compreensão de que qualquer atividade humana se constrói somente
baseada no labor, no fazer, no respeito e na referência mútua das
experiências coletivas. Embora os escritos pareysonianos sejam
discutidos no campo da arte e da filosofia, em diferentes trechos
o autor relaciona o conceito formativo em arte com o processo
formativo humano. Toda atividade humana é operosamente
formativa, afirma Pareyson. Portanto, viver é um ato de criação
e toda atividade humana requer práticas inventivas, realizativas e
executivas.
De acordo com Pareyson (1993, p. 20), “[...] todos os aspectos
da operosidade humana, desde os mais simples aos mais articula-
dos, têm um caráter, não eliminável e essencial, de formatividade”.
Assim sendo, é possível afirmar que vivemos em plena condição
“formante”. Baseados nesse princípio filosófico, podemos compre-
Figura 2. Relato 1.
Figura 3. Relato 2.
Figura 4. Relato 3.
Figura 5. Relato 4.
Figura 6. Relato 5.
Figura 7. Relato 6.
REFERÊNCIAS
TOMÁS, L. Música e filosofia: estética musical. São Paulo: Irmãos Vitale, 2005.