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OS ANOS 60: ANÁLISE DE UM PERÍODO DE REVISÃO, PROPOSTA E

INSTAURAÇÃO DE NOVOS VALORES.

Jonathan Afonso Braun - FAFIUV


Orientador: Everton Grein

Resumo: Este trabalho tem por objetivo analisar a década de 1960 como um período que revelou
ao mundo distintos movimentos sociais que podem ser observados como transformações
(estruturas políticas, ideológicas e culturais) de uma época. Através das ações que realizaram neste
momento histórico, os jovens passam a exercer um papel de maior autonomia em diferentes
parâmetros (tanto no ambiente familiar como na representação política, por exemplo). Assim,
revendo os ideais dessas expressões contraculturais, podemos observar as propostas que essa
geração de características específicas sugeriu , fazendo uma análise de suas formas de expressão –
reacionária, artística e de experiências diferenciadas vividas, e tornando palpável a percepção de
que alguns elementos dessa época foram apropriados pela cultura predominante e se consolidaram
como mudança a partir de então.

Palavras-chave: movimentos sociais; contracultura; transformações.

INTRODUÇÃO

A explosão cultural da década de 1960 demonstrou avanço em diversas


áreas, como na política, no desenvolvimento econômico, na mídia, e no setor
artístico um alargamento das possibilidades deste (em relação às épocas
anteriores). Neste momento, a literatura, a pintura, o vestuário, e principalmente a
música sofreram um impulso, com a forma de pensar dos indivíduos, que se
instaurava em distintas sociedades.
Em diferentes pontos do globo vemos nos anos 60 uma década de
mudanças, renovações, revoltas e disseminação de ideais libertadores. Ao meio de

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todos esses fatos e episódios complexos, notamos muitos quesitos de ordem
cultural que tomam o foco por vezes para nos explicitar os ocorridos, como as
temáticas musicais, os eventos e encontros relacionados (ex: Festival de
Woodstock em 1969), além da própria mudança cultural da política moral, que
passa a tomar uma posição mais liberal em torno de distintos âmbitos, como o
familiar, educacional, dentre outros.
Observando este período constatamos que os jovens passam a ter um papel
de maior postura em relação à cultura dominante, e às estruturas tanto familiares
como sociais, exercendo um “rejuvenescimento” de diferentes patamares, como
cita Morin (1969), que a partir de 1950 opera-se a promoção da juvenilidade na
literatura com Françoise Sagan, na canção com Elvis Presley, na costura com Yves
Saint-Laurent e no cinema com Vadim e Godard. Mas, ainda mais proficuamente,
podemos citar os movimentos de contracultura, ou underground que se
instauravam, como o movimento Hippie, o desencadeamento das revoltas
estudantis em França e a organização de grupos rebeldes no início do governo
militar no Brasil.
Desta maneira, podemos notar que muitas das relações clássicas sociais
estão sendo revistas: os pais deixam de ser o eixo norteador da visão dos jovens, as
manifestações culturais artísticas passam a ter cunho político-ideológico, e ainda, a
tecnologia presente nessas sociedades apresenta-se como fator inerente e
catalisadora dos processos de remodelamento (ou pelo menos a tentativa de uma
reflexão) da vida do ser humano a partir de então.
Esta nova geração que está em ascensão possui um grupo específico, que
critica o modelo capitalista vigente e o nega, bem como apregoa uma idéia de paz

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universal, da difusão dos direitos humanos, estendendo-os a todos, e no mesmo
conjunto os ideais hippies, amplamente debatidos, como a liberação sexual
(rompimento de tabus como homossexualismo e casamento), e a preservação da
natureza, como modelo socializável e que rebusca um espírito de comunidade e
preocupação com as gerações seguintes.
Tantas propostas de mudanças nos hábitos e nos padrões instaurados
demonstram a importância que a década de 60 tem para a compreensão da
sociedade em que vivemos atualmente. Quando nos deparamos com a mudança de
algo que está fortemente enraizada em nossa cultura e no nosso cotidiano isso nos
afeta de maneira direta, e nos chama a atenção, justamente pelo fato de que uma
idéia de cultura, uma revisão no modelo de vida, diferentes costumes e até mesmo
uma nova maneira de fazer música (bem como de ouvi-la), tendem a conflitar com
aquilo que estamos tão bem habituados e acomodados.
No conjunto de análise deste decênio podemos problematizar uma questão
de ampla importância para o entendimento das estruturas sociais como se
apresentam presentemente. Os costumes que se aplicaram depois do período
enfocado inseriram-se independentemente da vontade da cultura dominante e são
comuns à nossa visão.
Os acontecimentos da década de 60 são claramente distintos e de
localização variável, mas é claro que uma onda de pensamento irá gerar influência
em outro foco de revolução ideológica, e ainda, focando este ponto, vemos que o
mass media teve papel de relevante significância, já que foi responsável pela
divulgação dos acontecimentos a nível mundial, mostrando assim a oportunidade e
momento propício aos descontentes.

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Notamos a disseminação de sindicâncias e grupos, cada qual com filosofias
os quais se adaptavam às realidades locais, a partir desses podemos indagá-los em
prol da reconstrução do desenvolvimento das sociedades ao patamar que
encontra-se atualmente. Nesse recorte podemos ponderar fatos que concebemos
de suma importância no recorte e que nos auxiliem na reconstrução deste
momento que está sofrendo uma crítica ao pensamento e ao modo de vida com
esses que podemos chamar de movimentos de contracultura.
O conceito de contracultura foi popularizado a partir dos anos 60 e ainda
possui um debate para a concordância de seu significado final, mas em geral,
podemos analisar os movimentos aqui expostos como sendo contraculturais, já
que vão de encontro aos padrões culturais e sociais vigentes.
Assim, a proposta – em rever este período como difusor de ideias
diferenciadas - torna-se pertinente por ser um dos argumentos históricos
ocorridos no século XX que se desenrola no social e postumamente na mentalidade
individual mundial, alterando o sistema de vida a partir de então e deixando seus
traços, os quais foram aceitos e compreendidos pela cultura dominante.

A contracultura como conceito e produto

O termo contracultura é por, por vezes, ambíguo e digno de análise mais


aprofundada. A idéia que se faz quando observamos o conceito é de que todas as
manifestações contraculturais propõem uma negação e completa distinção do
padrão cultural vigente. O que não podemos ignorar é que essa contracultura não

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deixa de ser uma cultura, ou seja, se ela existe é porque está permeada em um
ambiente que proporcionou seu desenvolvimento como material e espaço cultural.
Geralmente observamos um movimento de contracultura surgir em
comunidades ou sociedades que possuem um sistema governamental autoritário,
ou quando um indivíduo, ou um grupo destes, se descontentam com o que lhes é
imposto e buscam através de respostas e alternativas pessoais agir sobre a
realidade vivida.
A obra Contracultura através dos tempos de Joy e Goffman (2007) que tem o
prefácio escrito por Timothy Leary (o conhecido professor de psicologia, que
apoiava o uso do LSD, defendendo a busca de uma espiritualidade alternativa, na
década de 1960 viria a ser conhecido como o “guru do LSD”), onde este apresenta
alguns dos seus argumentos sobre a concepção de contracultura.

A contracultura floresce sempre e onde quer que alguns membros de


uma sociedade escolham estilos de vida, expressões artísticas e formas
de pensamento que sinceramente incorporam o antigo axioma segundo o
qual a única verdadeira constante é a própria mudança. A marca da
contracultura não é uma forma ou estrutura em particular, mas a fluidez
de formas e estruturas, a perturbadora velocidade e flexibilidade com
que surge, sofre mutação, se transforma em outra e desaparece (JOY &
GOFFMAN, 2007, p.9)

A partir desse pressuposto notamos que é uma natureza da sociedade


sofrer com os impactos e mudanças que denotam o sentido das contraculturas.
Essa velocidade atribuída a esses movimentos pode ser entendida devido ao fato
de que, por possuir poucos adeptos (inicialmente ao menos), a comunicação entre
esses membros torna-se mais imediata e de acesso facilitado, contribuindo para a
difusão e trocas de informação pelos componentes do grupo em questão, outro fato

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que contribui para a rapidez com que esses ideais se alastram é a ausência de
líderes. Normalmente movimentos contraculturais não possuem um líder, todos,
de certo ponto de vista, podem ser considerados como líderes, gerando uma
ebulição de ideias que não são descartadas, são inseridas ou aproveitadas de
alguma maneira para fundamentar o movimento.
Quando um indivíduo admite a figura de líder, neste caso, normalmente
assume um caráter carismático ou martirizante. Ainda Leary afirma “muitos dos
personagens que acabaram ocupando lugar de destaque nos livros escolares – de
Sócrates a Jesus, Galileu, Martinho Lutero e Mark Twain – eram contraculturais em
sua época” (JOY & GOFFMAN,2007, p. 10).
Fernández (2005) ainda apresenta o fato dos movimentos de contracultura
representarem expressões culturais usualmente jovens que reembasam, rechaçam
e enfrentam a cultura institucional (esta passa a ser uma forma de repressão
consolidada para que não haja mudança e status quo consolide-se).
Notadamente, através desse sistema institucional, vemos a imagem de uma
classe que não quer alterações na hierarquia e no modo de pensar atuante, e a
contracultura como sendo algo desinstitucionalizado, que busca apresentar outras
faces da realidade social, através de um grupo consideravelmente reduzido, mas
que possui um discurso reto em relação aos seus interesses.
Nos anos 60 os dois movimentos de maior importância contracultural
podem ser considerados o movimento Hippie, com maior proficuidade nos Estados
Unidos e as manifestações estudantis em França, com seu ápice em maio de 68.

O contexto mundial e as propostas contraculturais da década de 1960

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A França do início da segunda metade do século XX possuía uma máquina
estatal furiosa e autoritária. Diferentes tipos de manifestação eram vistas de forma
repressiva, as mulheres pediam permissão aos homens para expressar suas
opiniões, a educação nas escolas era mantida sob uma doutrina rígida o
homossexualismo era tido como uma doença.
Os jovens estudantes observaram que muitos critérios dentro das
universidades estavam incorretos e/ou ultrapassados.
O Grupo Solidarity (2002) num apanhado de relatos de testemunhas
oculares deste maio francês traça as causas iniciais do movimento em questão:

Os professores universitários progressistas, os comunistas e uma


quantidade de estudantes vêem a principal causa da “crise” estudantil no
atraso da Universidade em relação às necessidades sociais atuais, no
ensino bastante inadequado que é fornecido, na atitude semi-feudal de
alguns professores, e na insuficiência geral da oportunidade de
empregos. Para eles a Universidade está desadaptada no mundo
moderno. O remédio para eles é uma adaptação: uma reforma
modernizante que arrancasse as teias de aranha, aumentasse o quadro
de professores, construísse melhores auditórios, aumentasse o
orçamento para a educação, quem sabe um costume mais liberal no
campus, e por fim, um emprego assegurado (SOLIDARITY, 2002, p.19).

Os ideais entre os envolvidos surgem nos cursos de Sociologia e Psicologia,


eles entendem que pelos pressupostos observados na citação acima algo teria que
ser exposto para que a sociedade francesa entendesse que as estruturas
educacionais e sociais precisam ser revistas. Nos dias que seguem o mês de maio

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de 1968 os estudantes mobilizam-se em passeatas, onde reclamam sobre estes
diversos assuntos.
Certo é que, durante os eventos do maio francês, diferentes grupos de
protestantes aderem ao movimento, por interesses distintos de protesto. Vemos
manifestantes que reclamam das instalações do campus, bem como outros que
protestam contra a Guerra no Vietnã e pelos discursos humanistas.
Hobsbawm (1998) aponta que enquanto os estudantes não tinham apoio
eles não significavam uma ameaça direta ao governo do general de Gaulle, mas a
partir do momento em que a classe operária passou a fazer parte dessa massa de
protesto as bases do sistema se abalam.
Observamos que um movimento desencadeado nas Universidades através
de ideais de contestação – não de revolução, acabaram permeando outras
expressões, como a da própria classe trabalhadora e ampliam a visão dos próprios
indivíduos que aderiram ao protesto, que agora passa a ser tratado como
movimento social.
A idealização da expressão “movimento social”, para Peter Burke (2002,
p.125) foi feita a partir dos anos 50 do século XX em estudos históricos e
sociológicos, sendo que um dos primeiros autores a utilizar-se deste conceito foi
Hobsbawm, em sua obra Rebeldes primitivos, onde o historiador faz uma apanhado
das manifestações culturais de diferentes classes e grupos. E, ainda o mesmo autor,
diz que a raiz dos ditos movimentos sociais encontram-se no fato que “a resistência
diária transforma-se em revolta declarada ou em alguma outra forma de
movimento social”.

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No dia 16 de maio as fábricas da Renault em Cléon e em Flins foram
ocupadas e paralisadas, os estudantes, sabendo disso através do rádio, buscam
contato e estabelecem relações com os operários.
Em França, após ter tomado apoio do operariado o movimento estudantil
(estendido agora para social), foi responsável ainda pela paralisação de diversas
fábricas em Paris e outras localidades de seus arredores. É importante observar
como um movimento de caráter jovem migrou para o ideal de outros grupos da
sociedade, iniciando as atividades na Universidade de Nanterre e logo em seguida
atingindo a Sorbonne, não demorou para que as ideias contraculturais se
difundissem em outros ambientes de discurso.
Segundo Rippert (2006), quando os jovens franceses começam a ser
apoiados pelos trabalhadores fabris houve um impacto que o governo não mais
poderá ignorar: a greve.
Em 18 de maio as paralisações se alastram pelo país de forma rápida e
intensa, e finalmente no dia 20 do mesmo mês, a manifestação atinge seu ponto
máximo: por toda França maior parte dos serviços encontra-se indisponível, Paris
amanhece sem telefone, metrô e ônibus.
Isso nos demonstra como a organização destes grupos contribuiu para que
o poder da organização civil fosse notado, e desta forma as proposta operantes
fossem observadas pelo governo autoritário da questão. Além de incutirmos a
herança dos movimentos estudantis de massa e o posicionamento político e
operante de um grupo composto por sua grande maioria por jovens. Estes quesitos
cercam a dinâmica da proposta de valores sociais revisados nas sociedades deste
contexto e do período posterior dos anos 60.

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Outro grupo que desenvolveu ideias, e talvez tenha alcançado o momento
contracultural de maior notoriedade no século XX foi o movimento Hippie, que
desencadeou-se primeiramente nos Estados Unidos.
Assim como os estudantes franceses as ideias presentes no discurso Hippie
apontavam para a insatisfação diante de fatores políticos e defronte a realidade
mundial (num contexto mais amplo). Mas devemos observar primeiramente a
condição que foi responsável por tornar possível essa construção contracultural no
contexto norte-americano. Para Resende e Vieira:

A subcultura hippy é um produto dos anos 60. A sua existência como


movimento social de contracultura só foi possível devido as condições
sócio-políticas e econômicas características das sociedades de
abundância, onde o progresso técnico, o crescimento da urbanização e os
sistemas de comunicação aparecem como os principais indicadores[...].
Resultado das transformações sociais referidas, a expansão da
escolarização, o alargamento das classes médias e do sector de serviços
foram também factores importantes para o desenvolvimento desta e de
outras subculturas juvenis [sic] (RESENDE & VIEIRA, 1992, p.132).

O contexto do pós-guerra dos Estados Unidos fez com que sua economia
florescesse e expandisse de forma estrondosa a partir dos anos 50. Isso provocou,
como citado por Resende e Vieira (1992), um aumento na camada social da classe
média, ou seja, nesse momento há uma expansão tanto do poder econômico, como
da posse de informação – que vinculou-se à construção de uma crítica ao
“sistema”. Com os avanços tecnológicos do século em questão, notamos a
proximidade com os fatos e acontecimentos que se criam através das diferentes
formas de divulgação. Esses fatores contribuíram para que os jovens desta
sociedade, observando mais atentamente a realidade mundial e as posições

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políticas que os próprios Estados Unidos vinham adotando em ocasiões como a
Guerra do Vietnã.
Para Cavalcante (2009, p.16) essa sociedade tecnocrática (esta pode ser
vista como a capacidade de controle material e racional por parte de um sistema
que possui e exerce influência nas massas através de diferentes meios culturais de
difusão – política, cultura, entretenimento, entre outros), tem papel de se fazer
“ideologicamente invisível”.
A partir desta suposição os jovens tecem uma crítica em torno desta
tecnocracia, esta última com intuito de modelar, de maneira sutil, o modo
americano de vida. Todas essas inovações, a era dos computadores, a exploração
espacial, a corrida armamentista, a onda do consumismo são vistas como uma
banalidade desnecessária para a vida.
Um fato importante a ser exposto é o baby boom. Nos Estados Unidos a
partir da década de 1950 a natalidade subiu em torno de 35%, em decorrência
disso, em meados das décadas de 1960 e 1970, 50% da população deste país
possuía idade inferior a 25 anos (CAVALCANTE, 2009). A força que a juventude
vivenciou nesses anos deve-se, também, pelo fato de representarem uma
quantidade significativa nesta sociedade, ousando, desta forma, traçar alguns
episódios no campo da contracultura.
Burke (2002, p.127) em seu discurso revela que os jovens passam a ter
participação nesta espécie de movimento pelo fato “de sua capacidade de ação
espontânea ainda não ter sido embotada pela rotina”, e ainda utiliza o exemplo de
Lutero, que na ocasião de seus feitos tinha por volta de trinta anos, e seus
seguidores eram, em maioria, mais jovens que este.

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Podemos analisar, ainda, para efeito de causas, a Declaração de Port Huron,
que foi um escrito da SDS (Studentes for a Democratic Society), onde propunha-se
essa revisão de valores da sociedade dos Estados Unidos, bem como a formação de
uma nova ideologia de esquerda. O documento data de 1962 e já denota as ideias
que estavam se desenvolvendo na época.

Nós somos pessoas desta geração, criados em conforto modesto, agora


instalados nas universidades, olhando desconfortavelmente para o
mundo que herdamos. Quando éramos crianças os Estados Unidos
[representavam] (...) liberdade e igualdade para cada indivíduo, governo
de, pelo e para o povo – esses valores americanos nós consideramos
bons, princípios segundo os quais poderíamos viver como homens (...) A
medida que crescemos, porém, nosso conforto foi invadido por
acontecimentos perturbadores demais para serem ignorados.
Primeiramente, o fato disseminado e cruel da degradação humana,
simbolizado pela luta do Sul contra a intolerância racial, levou a maioria
de nós do silêncio para o ativismo. Depois, a Guerra Fria, simbolizada
pela presença da Bomba, trouxe a consciência de que nós, e nossos
amigos, e milhões de outros “abstratos” podemos morrer a qualquer
momento. (...)
Nós consideramos os homens infinitamente preciosos e dotados de
capacidades não realizadas de razão, liberdade e amor.
(...) Solidão, estranhamento, isolamento descrevem a enorme distância
que há hoje entre os homens. Essas tendências dominantes não podem
ser superadas por uma melhor administração pessoal nem por aparelhos
melhorados, mas apenas quando o amor do homem supera a adoração
idólatra das coisas pelo homem.
(...) Iremos substituir o poder baseado na posse, no privilégio ou na
situação econômica pelo poder e pela singularidade baseados no amor,
na reflexão, na razão e na criatividade. (SDS, Declaração de Port Huron,
1962).

Observamos neste trecho do documento que há um tom de insegurança na


escrita, fato este que revela como estava a ideia, na concepção de muitas pessoas
(principalmente dos jovens) de todos esses avanços tecnológicos. O medo da

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bomba, a concepção de fraternidade quando a Guerra Fria é citada, trazem à tona
todos os problemas e a angústia que existe quando uma nação busca armar-se para
legitimar seus interesses e demonstrar seu poderio militar e bélico.
Em outro momento a questão da degradação humana é apontada,
rebuscando as movimentações pelos direitos dos negros, assim vemos, na intenção
das pessoas que redigiram o texto, uma busca da agregação de todos os grupos que
até no momento estão sendo marginalizados ou sofrendo com alguma
característica da postura social adotada até o momento.
Ainda, em determinado momento, a questão dos sentimentos que foram
agregados a essas mudanças no estilo de vida trouxeram: “solidão, estranhamento
e isolamento”. Esse foi o foco da crítica presente, o ser humano, como capaz de
traçar seu destino e possuindo autonomia ideológica para analisar o que é correto
e o que viria a ser tratado como ético e humanitário, tomava em conta apenas as
concepções advindas pelo capitalismo e dava-lhes a prioridade máxima, em torno
do desenvolvimento econômico, deixando de lado as relações humanas e as figuras
relacionadas com as sensibilidades do indivíduo e do grupo.
Na redação do texto ainda foram feitas alusões ao amor, à reflexão, à
liberdade e à criatividade, relatando o que deveria ser tomado como referência
para a caracterização do caráter de uma sociedade “ideal”, e assim é viável
considerar que um movimento contracultural como este, não apenas nega os
valores instaurados pelo sistema vigente, mas propõe uma visão restaurada a
partir dessa, rebuscando uma convivência que traduz-se numa equidade e maior
liberação do pensamento individual o desenvolvimento da ideologia do grupo ou
comunidade em questão.

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As experiências deste grupo foram diferenciadas. Iniciamos apontando o
consumo de drogas como o LSD, a maconha e o haxixe. Nesta época se popularizou
o consumo das drogas alucinógenas, que tinham, segundo os adeptos do
movimento, propriedades espirituais, assim como o uso do incenso e outros
artefatos que foram introduzidos na cultura Hippie, rebuscados dos cultos e ritos
espirituais e religiosos do Oriente.
Constam dados na obra de Lucena (2001), que de 1960 a 1966, a apreensão
de maconha pela polícia de Nova Iorque teve um aumento de dezessete vezes, e no
dia 2 de março de 1966, o LSD passou a ser considerado ilícito (durante a
presidência de Johnson) devido ao uso desenfreado pelos jovens que estavam em
contato com a contracultura.
Quando a insatisfação destes jovens traz a filosofia do drop out para a
realidade do movimento Hippie é que se inicia o processo de organização das
comunidades.

Nascia, assim, o psicodelismo ou a “filosofia” do drop out (cair fora). Cair


fora da família, da cidade, do racionalismo, enfim da repressão. Tentar a
vida comunitária, a volta à natureza, a busca de novas descobertas. [...]
Enfim, o empenho dos jovens era a busca do prazer e da felicidade, aqui
e agora. Tentar resgatar a individualidade num mundo à parte, sem
injustiça e sem violência (PAES, 1992, p 23)

Essa ideia da fuga de uma ambiente repressivo e no qual este racionalismo


impede o desenvolvimento de uma expressão mais individual da vida acabou por
suscitar diversas expressões culturais, que viriam a ascender neste período e que
marcariam significativamente os formatos artísticos.

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Notamos a presença das roupas coloridas e do vestuário extravagante
aderido pelos hippies, o qual denota a experiência com drogas alucinógenas e com
a própria natureza. Vemos o uso popularizado de mini vans, embalados pelo modo
de vida em comunidade. Mas, sobretudo, o campo artístico e cultural que mais se
desenvolve na questão é a música.
A música da década de 1960 busca responder a influência que teve do
rhythm n’ blues, do country e do alguns sons africanos reproduzidos pelos afro-
americanos. Já característica de povos oprimidos, esses estilos mesclaram-se
formando o que mais tarde viria a ser conhecido como rock n roll. Cavalcante
(2009) ressalta que pelo fato das raízes do rock pertencerem a essa classe
trabalhadora, fez com que os jovens que ouviam esta música, ou participavam dos
eventos relacionados, tivessem uma maior proximidade com os valores da classe
trabalhadora, negra e/ou oprimida, tomando esse próprio sentimento de opressão
à sua realidade, e apoiando movimentos como o Black Power, no momento
apresentado.
Após isso, vemos a efervescência de diversos artistas que inserem as
melodias agitadas e as letras de protesto, dignas do rock n roll presente nesta
década. Bob Dylan, Rolling Stones e Beatles ganhariam destaque inicialmente, pois
as suas canções tratavam de assuntos que interessavam aos jovens e à sua maneira
de protestar, nelas vemos a presença da temática relacionada ao amor, as
discriminações raciais, a bomba e a esperança (PAES, 1992).
Surgiriam ainda outros representantes artísticos que marcariam a história
da música, como Jimi Hendrix, Janis Joplin, que possuíam uma postura de palco
distinta, bem como atributos que até então não haviam sido vistos em um palco.

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Hendrix utilizava a música como suporte para as suas pirotecnias na guitarra, seu
show era repleto de interpretação, revolucionando não somente a maneira de
tocar o instrumento, mas também o próprio som de guitarra, que a partir de então
passa a ser replicado. Já Janis Joplin possuía um timbre de voz inconfundível
(fundido a música negra e branca em sua voz), as melodias de suas músicas e,
também, sua interpretação, faziam com que fosse admirada como mulher da cena
nos anos 60, já fazendo um contraponto com a sugestão do modo de vida hippie
(questão de gênero).
O ápice de um evento contracultural nos Estados Unidos foi o Festival de
Woodstock, este aconteceu no interior de Nova Iorque. O cartaz do evento dizia:
Três dias de Paz e Música.
Durantes os três dias do evento estima-se que cerca de 500 mil pessoas
passaram pelo evento, que foi a céu aberto e contou com música sem parar, drogas
circulando livremente, e toda forma de expressão hippie que poderia se esperar no
momento, sem complicações, o encontro correu de forma tranqüila, à maneira da
célebre expressão do movimento: “Paz e amor”.

Valores e concepções: as propostas e influências dos movimentos da década


de 1960.

Tendo como conhecidas algumas das propostas das quais os movimentos


contraculturais desta movimentada década propuseram, analisemos algumas delas
sob o olhar de influência e de traços que geraram posteriormente.

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Eric Hobsbawm (1998), em sua obra Sobre História nos atenta ao fato do
trabalho com objetos históricos que pertencem à História Contemporânea. Objetos
históricos de proximidade temporal são inclinados à diferentes posicionamentos
entre estudos semelhantes, ou seja, duas análises do mesmo objeto, se forem
escritas por autores diferentes tendem a conflitar em algum ou alguns pontos, já
que a visão de mundo dos indivíduos em questão são diferentes. Desta maneira,
cada historiador colore as imagens que mais lhe são corretas e as quais mais se
adaptam ao seu discurso.
No quesito dos valores estabelecidos e trabalhados nestes movimentos,
observaremos sob caráter histórico àqueles que se consolidaram com o passar dos
anos e das experiências subseqüentes.
Sousa (2004) trata o período da década de 1960 como sendo:

[...] uma década que trouxe à tona o debate sobre o humanismo com a
inclinação à supervalorização das subjetividades, como uma defesa do
homem contra o sistema, a resistência a uma “engrenagem social” na
qual o individuo é e se sente aprisionado como uma peça, dentro dos
limites de uma função, preso à vida imediata, dando-se conta de que não
tinha chances de discernir sobre o seu trabalho. Um homem cativo do
presente (SOUSA, 2004, p.452)

Os ideais presentes nos discursos apresentados demonstram, de forma


escancarada, aquilo que os adultos estavam condicionados a ao enxergar: que são
vítimas de um sistema que explora seu tempo em prol de uma recompensa
econômica generalizante (o avanço da economia nacional). O governo apresenta
resultados satisfatórios de desenvolvimento, e a passividade do trabalhador trata
isso apenas como fruto do seu trabalho.

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No caso dos Estados Unidos observamos que a juventude revela-se contra
essa imposição, sugerindo uma vida aos moldes de um socialismo moderno. Dentro
da inocência deste jovem e da passividade desta pessoa adulta encontramos um
ponto de inserção para o debate de valores.
Aos nossos olhos é clara a visão de que as comunidades Hippies não dariam
certo ou ao renderiam uma fonte de crítica viva o suficiente para abalar as
estruturas do sistema já consolidado.
Mas o interessante no momento é relatar a apropriação de um problema,
que não é da natureza jovem, para o seu alcance. Os jovens tomam em seu discurso
esse debate humanista, que por detrás de seu véu teórico busca a proximidade das
pessoas e uma difusão dos próprios direitos humanos. A própria questão da
proximidade da natureza e do homem pressupõe que devemos nos preocupar mais
com o que está ao nosso alcance, e com aquilo que depende de nós.
Se a fala empregada pelo “sistema” reprime de alguma forma a vida afetiva e
familiar destes trabalhadores, a proposta juvenil difere-a. Ora, se há avanço
econômico estrondoso nos Estados Unidos é devido ao trabalho de muitos homens
e mulheres que se inserem nessa sociedade. Consequentemente, as relações
familiares são afetadas de forma negativa, desassociando os membros desta, e
alterando os laços existentes até então.
Comparativamente, algo que podemos relacionar a uma construção que se
deu com o tempo no modo de pensar dos cidadãos foi que, observada a crítica, há
uma busca maior da felicidade pessoal, tanto nas proximidades destes anos 60,
quanto aos dias atuais.

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Felicidade sempre foi um conceito subjetivo, mas aqui podemos traçar ela
como sendo uma realização pessoal, o bem-estar das relações pessoais, a felicidade
sexual, e a própria busca de um emprego que satisfaça sua necessidade, mas lhe
traga prazer em efetuar esta atividade, dentre uma gama enorme de distintos
atributos que revelam a felicidade de cada individuo como sendo único e dotado de
necessidades específicas.
Quando falamos em sexualidade, outro atributo pode ser relacionado à
época em questão. A mulher sempre sofreu com a repressão de sua sexualidade, a
mulher correta e honrada não deveria possuir desejo ou pensar em sexo como
fonte de prazer. Durante a contracultura de 60 vemos que as mulheres passam a
ter uma proximidade maior com a sua própria sexualidade e sua satisfação sexual.
O sexo, principalmente nas comunidades hippies (mas também em mérito do
movimento feminista), passa a ter uma conotação natural e liberal. Era comum a
troca de parceiros entre os membros, bem como a nudez, já que as roupas podiam
ser consideradas peças descartáveis.
A partir de então, instaurou-se uma nova visão sob a satisfação da mulher
em se tratando do parâmetro sexual, há uma aceitação de uma maior liberdade da
mulher, bem como práticas em busca do prazer feminino. Hoje, visto como uma
idéia aceitável e normal, mas que reflete os ideais contraculturais de valoração de
raça e gênero.
O movimento estudantil de 68 em França nos revela a capacidade que a
camada civil da sociedade possui e é capaz de elaborar por seus interesses, e
através de sua linguagem, demonstrou que as hierarquias burocráticas em França
deviam ser vistas com olhos atentos, e para além disso, essa nova geração

2011
demonstrou aos mais velhos qual era o real papel da educação, adquirindo
experiência estratégica através de seus embates com o governo na ocasião
(SOLIDARITY, 2002).
A partir de 1968 notamos que o sentimento de unidade dentro das
sociedades, não só francesas, prolifera-se, dando o sentimento de maior
capacidade para os trabalhadores e também aos estudantes. Neste momento, há a
criação de um ponto de exemplo que retrata uma realidade que serve para o
embasamento ideal de muitos indivíduos, diferentes culturas e realidades
diferenciadas.
Burke (2002, p.132) atribui isso à capacidade do pensamento moderno em
contextualizar fatos à realidades distintas, resultado: “os indivíduos inteiram-se
mais facilmente das alternativas às próprias crenças”.
Assim, como negar que o maio francês de 68 criou uma ideia de valoração
dos membros da sociedade, independente da posição que ocupam, mas sim por
estarem fazendo parte de uma estrutura que pode ruir se alguma das peças não
corresponder ao seu papel. Há, portanto uma nova dimensão de pensamento e
locação ideológica dos sujeitos sociais.
Edgar Morin (1969) relata que a juventude a partir dos anos 60 passa a
conotar uma posição de rebeldia, desprezo e insociabilidade com os valores
estabelecidos.

A adolescência atual está profundamente desmoralizada pelo tédio


burocrático que emana da sociedade adulta: e mais ainda, talvez pela
inconsistência e hipocrisia dos valores estabelecidos; ela experimenta, de
modo extremamente vivo a grande questão do sentido da existência
humana; ela talvez esteja profundamente marcada por esse sentimento
de aniquilamento-suicídio possível da humanidade que fez nascer a
bomba atômica (MORIN, 1969, p. 161)

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A partir dessa ideia esse juvenescimento da sociedade e do pensamento
social desses jovens estes passam a criar uma cultura específica, que tem seus
próprios meios de pensamento, acesso aos diversos modos de informação através
do mass media e, ainda passará a incorporar uma atividade artística própria, a
música, que englobará uma face comercial importante a partir deste momento.
Isso é constatado quando notamos que o ideal jovem continua a ser relatado
em seus feitos artísticos. Mas atrelado a isso, constatamos a juventude incorporar
um papel muito importante na produção de cultura em diferentes níveis.
Dos anos 60 para cá, esses indivíduos incorporaram uma maior autonomia
política e ideológica, que reflete na maneira de pensar do jovem nos tempos que
sucederam os eventos contraculturais dessa década. Independente de qual
corrente de pensamento, qual expressão artística representa, esses jovens
introduziram uma maneira de pensar única, resultado de uma série de eventos de
contestação.
Ao momento, vemos como o jovem pensa por si em diferentes ocasiões e
sobre diversos assuntos. A posição de rebeldia, negação de valores e construção de
uma identidade própria (mesmo que temporária, no caso dos adolescentes)
trouxeram benefícios para os jovens, que podem tecer seus argumentos sobre
temas distintos, mas também a sociedade que lhe é contextualizada, já que pode
inserir argumentos e análise de outro vetor social: a juventude como peça
racionalizante da sociedade.

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Assim, “além da autoridade dos velhos ser degradada e o acesso a vida
adulta ser abrandado”, vemos a sociedade criar uma valoração perante os jovens
(MORIN, 1969).
O jovem passa a possuir uma identificação que o denomina política e
ideologicamente como tal em sociedade, e neste nível existem e são claros os
interesses, as ideologias e os próprios valores.

Considerações finais

Os movimentos contraculturais sempre trouxeram consigo uma imagem de


mudança, crítica, e proposta para revisão do que está em vigor numa determinada
sociedade. A mudança é algo que se torna necessário e natural para qualquer
comunidade ou meio social. Através dessas alterações, desde que sejam
significantes ocorre uma consequente modificação nos valores, no sentido
enquanto sensibilidade, dos indivíduos deste contexto. Pudemos entender assim,
no decorrer do presente artigo, como as sociedades e culturas, através de uma
visão que permite observá-las como ponto de constante mudança, e essas
mudanças não são apenas físicas ou hierárquicas, são de ordem subjetiva e
conotam a mudança das ideias e das mentalidades em questão.
Torna-se importante entender como estas ideias e mentalidades sofreram
este processo de câmbio progressivo, fato que só é possível se observarmos os
padrões culturais, os movimentos de contracultura e os fatores que vão se
alterando aos poucos nas sociedades. Para Peter Burke (2002, p.131), “os
historiadores obtiveram muito mais sucesso aos descreverem as mentalidades em

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um ponto específico do passado do que explicarem quando, como e porque elas
mudaram”.
A década de 1960 foi de extrema importância para o entendimento do
comportamento e das heranças culturais que fixaram-se a partir do momento.
Através dela pensamentos, costumes, ideais, valores e traços foram incutidos para
a cultura dominante. Relacionando a crítica proposta pela contracultura com as
vivências da própria década vemos a proficuidade do momento.
Os movimentos estudantis em diferentes partes do mundo, com destaque
para a França; as experiências com as drogas alucinógenas, principalmente com a
maconha e o LSD; os contatos humanos em grande profusão; os experimentos
musicais, fizeram com que nesse momento houvesse uma parada para que se
reveja muitos dos critérios sociais e culturais enraizadas pelos princípios daqueles
que compunham a ordem determinante.
Não há como ignorar a importância daquilo que se vivencia culturalmente
em âmbito mundial, principalmente a partir da década proposta neste trabalho, já
que neste momento há uma proliferação rápida de ideias e eventos pelos meios de
comunicação de massa. Desta forma, foi possível que em diferentes locais as
pessoas se sentissem parte de algo maior, com o sentimento de humanidade
inserido pelos movimentos em questão.
Assim, de um patamar geral e uma visa globalizante podemos admitir nova
caracterização na imagem da mulher com o feminismo e a liberação sexual;
modificações na estrutura familiar; a entronização do modo jovem de ser como
estilo de vida; a flexibilização das hierarquias e da autoridade, novas relações entre
o adulto e o jovem; a introdução do “novo” na política (CARDOSO, 2005).

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Com isso, a atribuição de novos caracteres aos valores individuais e de
distintos grupos humanos (sociedades), torna-se inerente aos acontecimentos
contraculturais da década de 1960, que pode ser citada como uma época de ampla
difusão cultural e ideológica, e através destes perfazem uma modificação no modo
de vida e do pensamento num campo abrangente.

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