Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
Mídia social: o blog, um forte aliado das empresas no relacionamento com os clientes 2 ANO 2013
Eliana Pedron 0 ADMINISTRAÇÃO
Adriana Pessatte Azzolino 1
LIMEIRA
3 ARTES VISUAIS
Arquitetura da informação aplicada à interface do bilhete de passagem rodoviário
Michel Gomes de Lira DESIGN INTERIORES
Samara Pereira Tedeschi
Fabiane Fernandes Rodrigues DESIGN DE MODA
DE
A história da arte na educação infantil: desenvolvimento de um livro paradidático DESIGN DE PRODUTO
ARTES
para crianças de quatro a sete anos de idade
Livia Riani Costa Cazonatto DESIGN GRÁFICO
Samara Pereira Tedeschi
G E S T Ã O A M B I E N TA L
E
O olhar de uma licencianda sobre o ensino de matemática na educação infantil:
um enfoque à estocástica MARKETING
ADMINISTRAÇÃO
Luciana Regina Pereira Macedo
Eliane Matesco Cristovão M AT E M Á T I C A
A importância da pesquisa de clima organizacional PROCESSOS GERENCIAIS
MULTIFAAL
Paula Olivier Doriguetto
Jorge Henrique da Silva RECURSOS HUMANOS
A importância da liderança na empresa moderna
Maria Alice Gomes
DE
Jorge Henrique da Silva
FA C U L D A D E
Os impactos comportamentais da empresa júnior
Lucas Sanches
Paulo Roberto Benegas de Morais
DA
Flávia de Almeida Fábio Garboggini
M U LT I D I S C I P L I N A R
CADERNO
EDITORES DIAGRAMAÇÃO
Profa. Dra. Adriana Pessatte Azzolino Profa. Esp. Fabiana Grassano Jorge - FAAL
Prof. Dr. Jorge Henrique da Silva Carolina M. F. Leal (Aluna do Curso de Artes - FAAL)
PROJETO GRÁFICO End.: Av. Eng. Antonio Eugênio Lucatto, n. 2515 / Vila
Camargo / Limeira - SP / CEP 13.486-083
Profa. Esp. Fabiana Grassano Jorge - FAAL Fone: (19) 3444 3239 / 0800 7700047
Profa. MSc. Flávia Fábio Garboginni - FAAL multifaal@faal.com.br
Anual.
ISSN: 2318-888X
Pede-se permuta.
We ask for exchange.
In memorian
Prof. Dr. Sebastião Orlando da Silva
ISSN 2318-888X MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 1-124, 2013
Apresentação ..................................................................................................................... 5
Silvia Helena Orlandelli da Silva
Adriana Pessatte Azzolino
Editorial ............................................................................................................................. 7
Adriana Pessatte Azzolino e Jorge Henrique da Silva
Artigos
Mídia social: o blog, um forte aliado das empresas no relacionamento com os clientes ........ 9
Eliana Pedron e Adriana Pessatte Azzolino
APRESENTAÇÃO
EDITORIAL
Eliana Pedron1
Adriana Pessatte Azzolino2
Resumo
O presente trabalho3 busca analisar a importância das empresas juntamente com os seus de-
partamentos na divulgação frente às redes sociais. Com o avanço da tecnologia e da internet,
o consumidor está cada vez mais exigente e assim as empresas passam a investir mais no re-
lacionamento com o cliente. Na elaboração deste trabalho foi diagnosticado sobre o avanço
das redes sociais disponíveis na web e sua capacidade de ampla comunicação com milhares
de internautas ao mesmo tempo tendo o blog como um dos meios de comunicação grátis e
de fácil acesso com a sua ampla interatividade. Avaliou-se também que este canal é de rela-
cionamento mais aberto podendo assim clientes e usuários se expor sobre as suas opiniões.
Palavras-chave: Marketing. Redes sociais. Blog.
Abstract
This is paper seeks to analyze the importance of companies with their departments before the dis-
closure to social networks. With the advancement of technology and the internet, consumers are
increasingly demanding and so the companies start to invest more in customer relationship. In
preparing this report was diagnosed on the progress of social networks available web wide and
its ability to communicate with thousands of internet users at the same time having the blog as a
means of free communication and easy access to its extensive interactivity. We also evaluated this
channel is more open relationship and thus can expose customers and users about their opinions.
Keywords: Marketing. Social net. Blog.
1
Aluna do Curso de Gestão em Marketing e Vendas da Faculdade de Administração e Artes de Limeira – FAAL.
e-mail: elianapedron@terra.com.br.
2
Profa. Dra. (Orientadora) do Curso de Gestão em Marketing e Vendas da FAAL. e-mail: azzolino.adriana@
gmail.com.
3
Nota do Revisor: Este artigo foi escrito em 2011, considerar que algumas informações podem ter sofrido
alterações devida à natureza do tema.
10 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 Mídia social
1 INTRODUÇÃO
Com o avanço da tecnologia pode-se notar novas habilidades, novos conceitos,
e mais facilidade e em todos instantes novos produtos e métodos vem se destacan-
do nesta era digital. Houve um tempo em que a máquina de escrever e até mesmo
um rádio portátil não poderia ser substituído por algo que fosse mais revoluciona-
do e hoje as empresas junto com os seus departamentos de marketing vem se des-
tacando em suas participações no mercado junto a esta modernidade. O consumo
está em alta, em um ambiente de diversas mudanças onde a concorrência é imensa
o consumidor a cada dia passa a buscar novos produtos e fornecedores, com isso
os clientes passam a ser o foco das atenções de uma empresa.
Para sobreviver, às empresas têm se inovado frente a esta tecnologia e ao mer-
cado, ampliando assim o seu conhecimento e acreditando mais na divulgação pela
internet, pois este passa a ser o canal de melhor preferência do consumidor, princi-
palmente dos mais jovens. As empresas através da internet abrangem novas expec-
tativas de oferta e a procura por parte dos consumidores faz com estas ofereçam
algo a mais e que façam mais pelos seus clientes onde estes por sua vez, se tornem
fiel a sua marca. Com toda essa participação junto ao mercado as empresas vêm
em busca do aperfeiçoamento das técnicas de marketing, projetando a atender os
consumidores de forma positiva.
A internet criou a possibilidade de ampliação de novos negócios e com isso uma
nova forma de comunicação e entretenimento, onde hoje se torna indispensável
este meio de comunicação na vida das pessoas e no seu dia-a-dia, pois 1,4 bilhão4
de pessoas, ou 21% da população da terra, é o número com acesso à internet e na-
vegar na rede virtual, atualmente, se tornou hábito de vida. Assim, e segundo Vaz
(2008), a informação passa realmente a ser verdadeira protagonista de mobilidade
social.
Esta tendência na vida cotidiana é presença constante, seja em sites de rela-
cionamento, de pesquisa em busca de relacionamentos, fazendo da participação
on-line grande parte do tempo de uma pessoa tomando assim mais gosto pela
internet. Segundo o Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatística (IBOPE5
Nielsen), há aproximadamente 6 bilhões de usuários da web, desses 62,3 milhões
se encontram no Brasil.
4
Disponível em: <www.internetworldstats.com>. (Site que rastreia as tendências dos usuários na web). Acesso
em: 14 nov. 2010.
5
Disponível em: <www.abellaeduarte/projeto/conceituação/conceituação1/>. Acesso em: 14 nov. 2010.
PEDRON, E.; AZZOLINO, A.P. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 | 11
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
Kotler (1999, p. 16) afirma que a tecnologia configura não apenas a infra-estrutura
da sociedade, mas também os padrões conceituais humanos, por isso dentem-se a
entender que tudo acontece de forma mais rápida.
Neste aspecto, Neves (2007, p.10) ressalta, também, que uma revolução vem
acontecendo na vida produtiva de todos os países, bem como no estilo de vida das
pessoas. O marketing como muitas outras áreas foram intensamente afetadas pela
transformação trazida pela tecnologia, que segundo Mckenna (1999, p. 10)
[...] num mundo de produção em massa, a contrapartida era o marketing de massa.
Em um momento de produção flexível a contra partida é o marketing flexível. O
marketing desse novo ambiente, orientado para a tecnologia e para o cliente, deve-
se transformar-se em um diálogo entre empresa e consumidor. Se quiserem sua
fidelidade, as empresas precisam aprender a serem fiéis aos seus clientes. Esses
clientes podem estar no mundo inteiro ou no quarteirão ao lado.
Conforme afirma Vaz (2008, p.25) devido a estas facilidades geradas pela internet
para o consumidor, as empresas para poderem competir devem oferecer cada vez
mais atrativos buscando assim ganhar competitividade com esses novos canais.
Mais do que ter um site ou estar nas redes sociais, o marketing também está revo-
lucionando na forma de fazer novos relacionamentos com o cliente e seus negócios.
As empresas se expressam através da internet, em suas redes, 24 horas por dia, com
o mundo inteiro. Nesta relação os clientes têm buscado informações ou produtos,
sabem como o mercado está reagindo ao produto de uma determinada empresa,
comparam preços ou fazem uma compra a qualquer hora do dia, sem a ajuda ou
intervenção de uma pessoa.
6
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Marketing_digital>. Acesso em: 15 nov. 2010.
16 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 Mídia social
7
Disponível em: <www.hsmglobal.com>. Acesso em: 16 nov. 2010.
8
Em 1969 surge nos Estados Unidos a internet, interligava os laboratórios de pesquisa ao governo americano,
pois durante a Guerra Fria, os cientistas queriam uma rede que não pudesse ser bombardeada pelo inimigo.
No Brasil foi liberada a exploração comercial em 1995.
9
Almanaque IBOPE – Pesquisa de Mídia, Mercado e Opinião. Disponível em: <http://www.almanaqueibope.
com.br/asp/busca_docInfo.asp>. Acesso em: 11 nov. 2010.
10
Estadão – Pesquisa de Mídia. Disponível em <http://www.estadao.com.br/noticias/geral,ibge-total-de-
internautas-cresce-112-em-4-anos,606750,0.htm>. Acesso em: 11 nov. 2010.
PEDRON, E.; AZZOLINO, A.P. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 | 17
11
IBOPE. Disponível em: <http://www.tribunadopiaui.com.br/noticia/pesquisa-do-ibge-diz-que-total-de-
internautas-cresceu-112-em-4-anos-2885.html>. Acesso em: 14 nov. 2010.
18 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 Mídia social
12
O termo Web 2.0 foi criado por Tim O’Reilly. Disponível em: <http://web2.0br.com.br/conceito-web20/>.
Acesso em: 14 nov. 2010.
13
Disponível em: <www.tobeguarany.com/internet_no_brasil.php>. Aceso em: 16 nov. 2010.
PEDRON, E.; AZZOLINO, A.P. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 | 19
14
Produto, Preço, Praça e Promoção, compõem o chamado 4P’s do Marketing.
15
Disponível em: <www.portalexame.abril.com.br>. Acesso em: 24 nov. 2010.
16
Disponível em: <www.tobeguarany.com/internet_no_brasil.php>. Acesso em: 24 nov. 2010.
17
Disponível em: <www.tobeguarany.com/internet_no_brasil.php>. Acesso em: 24 nov. 2010.
18
Disponível em: <www.oslodigital.com.br/blog/tag/branding/>. Acesso em: 24 nov. 2010.
19
Pesquisa sobre novos blogs criados. Disponível em: <http://www.tobeguarany.com/internet_no_brasil.php>.
Acesso em: 24 nov. 2010.
20 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 Mídia social
21
Evolução da blogosfera. Disponível em: <http://technorati.com/>. Acesso em: 05 dez. 2010.
22
Disponível em: <http://technorati.com/>. Acesso em: 05 dez. 2010.
23
Disponível em: <www.espacoacademico.com.br> e <http://technorati.com/>. Acesso em: 05 dez. 2010.
22 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 Mídia social
A força dos blogs está segundo Muller24 (2006) em possibilitar que qualquer pes-
soa, sem nenhum conhecimento técnico, publique suas idéias e opiniões na web e
que milhões de outras pessoas publiquem comentários sobre o que foi escrito, crian-
do um grande debate aberto a todos.
3 METODOLOGIA
A fim de refletir sobre o tema proposto e atender os objetivos estabelecidos, ado-
tou-se a abordagem qualitativa nessa investigação, que tem na pesquisa explorató-
ria seu aporte e, que mais se adequa ao propósito do assunto em questão.
Para que os assuntos de marketing fossem abordados e atender os objetivos es-
tabelecidos, foi necessário realizar uma pesquisa exploratória em diversas fontes
bibliográficas. Assim, foi realizada uma pesquisa pelo site de busca Google, no intui-
to de identificar o tempo de navegação de um internauta e quais as mais variáveis
consultas. Ainda, ressaltando a observação junto a um blog onde tivesse um grande
número de seguidores, podendo ele ser de cultura, entretenimento, esporte entre
outros.
Contudo, a proposta deste trabalho aponta para a necessidade de identificar
blogs que pertencem às empresas que os utilizam com a finalidade de se aproxima-
rem com seu público-alvo e neste caso os blogs da Nike Corre e da Starbucks foram
os escolhidos, onde estas empresas, além de trazer notícias, mantêm seus blogs atu-
alizados com informações de treinamento de atletas do mundo todo diariamente.
24
TERRA, C. F. Blogs corporativos como estratégia de comunicação. Disponível em: <http://www.rp-bahia.com.
br/rpemrevista/edicao15/blogs_corporativos_como_estrategia_de_comunicacao.pdf>. Acesso em: 05 dez.
2010.
25
Disponível em: <www.slideshare.net/rkiso/cases-positivos-e-negativos-em-mdias-sociais>. Acesso em 24
dez. 2010.
PEDRON, E.; AZZOLINO, A.P. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 | 23
4.2 Starbucks
Outra empresa a se destacar neste segmento foi a Starbucks. Fundada em 1971,
teve sua primeira loja inaugurada na cidade de Seattle, nos EUA. Chegando a Europa
em 1998, na cidade de Lisboa, Portugal.
Em 2011, a empresa chegou a atingir 50 mil lojas em mais de 15 países, concei-
tuando assim, a maior rede de cafeterias do mundo. Com mais de 15 mil fãs,28 7.500
seguidores e quase 2.500 amigos inscritos através das redes sociais.
26
Disponível em: <www.slideshare.net/rkiso/cases-positivos-e-negativos-em-mdias-sociais>. Acesso em: 19
nov. 2010.
27
Disponível em: <inside.nike.com/blogs/nikerunning_news-pt_BR>. Acesso em: 29 nov. 2010.
28
Disponível em: <www.slideshare.net/BrunoCardoso3/starbucks-um-caso-de-sucesso>. Acesso em: 30 nov.
2010;
24 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 Mídia social
A empresa permite que seja feito grande interação por parte dos clientes, os mes-
mos acompanham a marca Starbuck podendo-se utilizar dos vídeos institucionais a
qualquer outro local que pretenda. A empresa permite, ainda, aos clientes a partilhar
conceitos, onde que incentivados opinam e colaboram nas estratégias da empresa.
Pensando na interatividade com o cliente permitiu, também, que o blog fosse escrito
por eles, fazendo desta parceria um canal de ideias.
Além de informar sobre os novos pontos relacionados às matérias faz com que
aumente a fidelização à marca. A Starbuck, com grande foco29 no cliente passou, as-
sim, a acompanhar, em tempo real, as opiniões das pessoas sobre a empresa.
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
As empresas, através dos seus meios de comunicação, aprimoraram os seus depar-
tamentos para que através do marketing criam-se um novo canal de comunicação com
os seus clientes. Neste contexto, muitas são as possibilidades para o uso da internet
através das redes sociais, onde os blogs se destacam. O marketing digital, descrito aqui,
permite identificar o comportamento dos consumidores em relação à empresa e seus
serviços. Contudo, a estas facilidades que hoje a web 2.0 disponibiliza, as empresas tem
se preparado para um melhor atendimento e relacionamento, pois hoje, mais do que
nunca, o comprador se mostra mais exigente, sabe o que quer e não aceita qualquer
conteúdo ou informação que seja inadequada, pois também se dá uso a internet para
expor seus desagrados. A internet deixou de ser apenas um meio de diversão, tornou-
se um ambiente virtual que representa um avanço importante para as marcas. As em-
presas cada vez mais, percebendo esse avanço junto à tecnologia estão procurando se
inserir mais as redes sociais, prova disto é o aumento no número de blogs nos quais há
a constante troca de informações entre as empresas e os consumidores.
Portanto, diante dos avanços tecnológicos, da exigência do consumidor, da co-
municação e interavitidade entre as empresas a capacidade interativa da internet
revela inúmeras oportunidades para empresas se desenvolverem ou se aperfeiço-
arem, tornando-se mais competitivo ao mercado. Sendo assim, tanto o marketing
de relacionamento como outros canais de relacionamento dentro de uma empresa,
buscam novas maneiras de comunicação com o cliente através de meios interativos,
que se conceituam na mais elevação de valor e de fidelidade à marca. As informações
apresentadas neste estudo, com certeza, sofrerão profundas mudanças no decorrer
dos anos futuros, afinal, a dinâmica desse segmento cresce exponencialmente. No
entanto, a contribuição desse estudo é no sentido de considerar que o advento das
novas tecnologias e seu uso em rede veio para configurar uma nova sociedade.
29
Starbucks Gossip - Blog. Disponível em: <starbucksgossip.typepad.com>. Acesso em: 05 dez. 2010.
PEDRON, E.; AZZOLINO, A.P. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 9-25, 2013 | 25
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CASTELLS, M. Sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
CAVALLINI, R. O marketing depois de amanhã: explorando novas tecnologias para revolucionar a
comunicação. (2º Ed.) São Paulo, Editora do Autor, 2008.
CHURCHILL, G.A; PETER JR, J.P. Marketing: criando valor para o cliente. (2º Ed.) São Paulo: Saraiva, 2011.
COBRA, M. Administração de marketing. (2º Ed.) São Paulo: Atlas, 1999.
ETZEL, M. J.; WALKER, B. J.; STANTON, W. J. Marketing. São Paulo: Makron Books, 2001.
HESSEL, D. Os brasileiros e a internet. Disponível em: <www.portalexame.abril.com.br>. Acesso em: 24
nov. 2010.
KOTLER, P. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. (5º Ed.) São Paulo:
Futura, 1999.
_______. Administração de marketing: a edição do novo milênio. (10º Ed.) São Paulo, Prentice Hall, 2000.
_______. Marketing para o século XXI: como criar, conquistar e dominar mercados. São Paulo: Ediouro,
2009.
KOTLER, P.; KELLER, K. Administração de marketing. (12º Ed.) São Paulo: Pearson, 2006.
LÉVY, P. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
_______. A revolução contemporânea em matéria de comunicação. Porto Alegre: FAMECOS, nº 9.
p. 37-49, dez. 1998.
LIMEIRA, T. M. V. E-marketing: o marketing na internet com casos brasileiros. (2º Ed.) São Paulo: Saraiva, 2007.
MCKENNA, R. Marketing de relacionamento. São Paulo: Publifolha, 1999.
NEVES, R. O novo mundo digital: você já esta nele - oportunidades, ameaças e as mudanças que estamos
vivendo. Rio de Janeiro: Relume Dumará, 2007.
NICKELS, W. G; WOOD, M. B. Marketing: relacionamentos, qualidade, valor. Rio de Janeiro: LTE, 1999.
REINA, V. Marketing on-line: ponto pra quem? Disponível em: <www.hsmglobal.com>. Acesso em: 16 nov.
2010.
SANDHUSEN, R. L. Marketing básico. São Paulo: Saraiva, 1998.
VAZ, C. A. Google marketing: o guia definitivo de marketing digital. (2º Ed.) São Paulo, 2008.
WRIGHT, J. Blog marketing. São Paulo: M Books do Brasil, 2008.
26 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 26-34, 2013 Arquitetura da informação aplicada à uma interface...
Resumo
A arquitetura da informação (AI) é o campo do design que estuda a organização das informa-
ções existentes em um suporte, auxiliando na melhoria da interface entre usuário e produto.
O objetivo desta pesquisa é apresentar uma nova proposta de bilhete de passagem rodoviá-
rio intermunicipal, baseado na AI, através da reorganização das informações em sua interface
gráfica, uma vez que o momento mais importante entre usuário e produto é o da leitura do
mesmo. O projeto foi desenvolvido através dos conceitos da AI, utilizando os elementos de
comunicação, como os aspectos tipográficos e cromáticos, além do grid. Diante da aplicação
de questionários, para verificar a aceitação da nova proposta de bilhete de passagem rodo-
viária, a maior parte dos usuários demonstrou satisfação em relação à clareza e objetividade
das informações para utilizá-lo.
Palavras-chave: Arquitetura da informação. Bilhete de passagem rodoviário. Interface gráfica.
Abstract
The Information Architecture (IA) is the field of Design studying the organization of existing infor-
mation on a support, helping to improve the interface between user and product. The objective of
this research is to present a new proposal for road intercity passenger ticket, based on AI by reorga-
nizing the information in your graphic interface, since the most important moment between user
and product is the reading of it. The project was developed through the concepts of AI, using the
elements of communication, such as typographical and chromatic aspects, beyond the grid. Be-
fore the questionnaires to verify acceptance of the proposed new road passenger ticket most users
were satisfied in relation to the clarity and objectivity of the information to use it.
Keywords: Information architecture. Travel ticket road. Graphic interface.
1
Aluno) do Curso de Design da Faculdade de Administração e Artes de Limeira – FAAL. e-mail: loguismoi8@
yahoo.com.br.
2
Professora (Orientadora) do Curso de Design da FAAL. e-mail: samarapdesign@gmail.com.
3
Professora (Co-orientadora) do Curso de Design FAAL. e-mail: fabyfernandes@gmail.com.
LIRA, M. G.; TEDESCHI, S. P.; RODRIGUES, F. F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 26-34, 2013 | 27
1 INTRODUÇÃO
A essência da Arquitetura da Informação é ordenar de forma sistemática toda in-
formação que se encontra aleatoriamente disposta dentro de um conjunto ou supor-
te, quando se percebe que na sua concepção houve atributos que por algum moti-
vos atrapalharam a objetividade dessa organização, ou seja, não se pode classificar
um projeto como sendo organizado e preocupado em informar se este já em sua
idealização é deficiente quanto à própria estrutura formativa e informativa (MORAES
& SANTA ROSA, 2012).
A literatura não apresenta uma história ou relatos que corroboram precisamente
para a origem do bilhete de passagem rodoviário, apenas se sabe que este veio de-
senvolvendo-se ao longo da história paralelamente ao transporte público em meio
aos acontecimentos dos grandes centros urbanos. O que se pode apresentar são
indícios registrados pela história que colaboraram para sua composição, onde tais
fragmentos foram pouco a pouco modelando o grid para encaixar os elementos ne-
cessários tanto para o atendimento informativo como fiscal e entre os demais ao qual
ele se encontra ligado nos dias de hoje (MILBUS, 2012).
Portanto, percebe-se quão grande podem ser as contribuições da arquitetura da
informação (AI) para uma concepção organizada e sistemática da informação, onde
a interface além de ser este canal desempenha o papel esclarecedor, objetivo e cola-
borador no que diz respeito a comunicar seu usuário.
Foram desenvolvidas duas propostas de bilhete rodoviário, tomando como obje-
to de estudo o bilhete de passagem rodoviário atual da empresa Viação Bona Vita e
posteriormente aplicados questionários para verificar a eficácia do desenvolvimento
e identificar possíveis falhas.
O designer tem como papel solucionar problemas ou necessidades das pessoas
que utilizam os produtos gráficos ou tecnológicos, visando satisfazer esses usuários,
através de um produto que lhe atenda da melhor forma possível e, isso quer dizer,
que o produto deve permitir que o usuário atinja o seu objetivo da forma mais efi-
ciente possível. A AI ajuda o designer a desenvolver projetos gráficos que permita que
a informação seja passa de forma clara e efetiva.
bilhete, onde se olha atentamente o bilhete e são exploradas suas informações a fim
de ligeiramente se localizar e ir até o local indicado.
A partir da desconstrução do bilhete de passagem rodoviário intermunicipal,
foram observadas variáveis que podem influenciar na organização e consequente-
mente na comunicação das informações, como: o aspecto tipográfico (letra pequena
e desprovida de hierarquia), aspecto cromático (cor depositada de modo aleatório
onde apenas sinaliza, mas não identifica, pelo simples fato da respectiva tipografia
não colaborar para este fim), e o grid (estrutura com campos que não direcionam o
usuário ao embarque).
1.2 Justificativa
Segundo Agner (2009), o foco da arquitetura da informação (AI) é projetar estrutu-
ras (ambientes informacionais) que forneçam, aos usuários, recursos necessários para
transformar suas necessidades em ações e para atingir seus objetivos com sucesso.
A AI se constitui de três elementos básicos e fundamentais para a comunicação
que são: contexto, conteúdo e usuário. Assim, o bilhete como um todo pode ser tido
como o contexto – por isso deve-se explorá-lo e entendê-lo porque trata toda aquela
situação, ou seja, os vários elementos informativos sobre aquele suporte.
O conteúdo é o resultado da interpretação do contexto transfigurado em infor-
mação, onde tais nichos informativos precisam ser selecionados de modo que a in-
formação trabalhe em sentido colaborativo entre si e a responder as intenções do
usuário; por isso, deve ser compreendida numa perspectiva minimalista que con-
verta as poucas informações em maior possibilidade de clareza sendo somente o
necessário o único objetivo.
E, por fim, o usuário, que passa a assumir um papel basilar junto à concepção de
qualquer produto e também junto ao design e ao designer, mediando às expectati-
vas e os valores a serem aplicados ao projeto (MENDONÇA, 2006).
1.3 Objetivos
1.3.1 Objetivo Geral
Desenvolver uma nova proposta de bilhete de passagem rodoviário intermunici-
pal, aplicando conceitos de arquitetura da informação (AI) para a reorganização das
informações em sua interface gráfica na parte frontal.
1.3.2 Objetivos específicos
• Analisar o objeto informação do bilhete de passagem rodoviário intermunicipal
e sistematizá-lo, simplificando e ordenando todos os elementos que compõem
LIRA, M. G.; TEDESCHI, S. P.; RODRIGUES, F. F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 26-34, 2013 | 29
esta interface gráfica da parte frontal para sua melhor compreensão, bem como
os aspectos tipográficos, cromáticos e o grid;
• Aplicar o conceito de “Design Centrado no Usuário” (D.C.U.), observando e ou-
vindo as necessidades do seu usuário através da aplicação de questionários;
• Aplicar os conhecimentos da AI e usabilidade, que atenda à praticidade de seu
usuário, visando converter as informações encontradas num conhecimento que
o direcione com segurança até onde ele quer chegar.
2 METODOLOGIA
A metodologia utilizada para a condução desta pesquisa é a exploratória e des-
critiva, incluindo análises qualitativas. Desta forma, foi realizado um levantamento
bibliográfico sobre Arquitetura da Informação (AI) e os elementos de comunicação,
como os aspectos tipográficos e cromáticos, além do grid.
Posteriormente, no terminal rodoviário da cidade de Limeira, no interior do
Estado de São Paulo, foi feito uma observação informal, na qual se acompanhou a
interação entre usuário e objeto, anotando as dificuldades percebidas. Em segui-
da, foi aplicado um questionário qualitativo, abordando aleatoriamente usuários
para coletar sugestões e reclamações que circundam a estrutura do bilhete. Para
esta pesquisa tomou-se como objeto de estudo o bilhete rodoviário intermunicipal
da empresa Bona Vita.
Num segundo momento, e com o material coletado em campo, foi realizada uma
análise mais apurada do mesmo, adotando a análise do suporte visual de Munari
(2000), que consiste em analisar a mensagem visual por uma ótica dissociativa, divi-
dindo-a em suporte e informação, para melhor identificar e conter o problema.
A partir disso, o bilhete foi segregado em vinte e quatro campos (Figura 1).
Figura 1 – Bilhete de passagem rodoviário da empresa Viação Bona Vita
3 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Ao manusear o mix de informações e opiniões distribuídas pelos usuários pesqui-
sados, e tendo em vista os resultados do processo anterior e abstraindo estes para o
campo do Design, iniciou-se a fase de reconstrução, utilizando softwares de desenho
vetorial, como o Adobe Illustrator CS e Corel Draw, que permitiu aplicar os elementos
conceituais estudados a fim de estruturar e encaminhar todos os elementos da inter-
face gráfica chegando a uma composição que oferecesse clareza e objetividade nas
informações transmitidas ao usuário.
Desta forma foram desenvolvidas duas proposta de bilhete, como mostram as
figuras 4 e 5.
Figura 4 – Proposta de bilhete rodoviário - 01
mento que ressalta a informação) e só assim gerar uma comunicação intencional que
desvie e desperte o usuário para o valor daquele determinado campo.
Desta forma, optou-se, também, por melhorar o logotipo da empresa para eluci-
dar sua identidade visual. Isto gerou uma paleta de cores e garantiu a escolha de um
tom (cor laranja) que serviu para estabelecer o contraste entre figura/fundo e apli-
cá-lo junto aos campos mais consultados pelo usuário pelo seu grau de relevância;
Na construção do grid, com o auxilio da AI, buscou-se adaptar o conteúdo ao con-
texto, reorganizando todas as informações em uma estrutura que seja clara e objeti-
va ao comunicar o usuário. No grid de ambas as alternativas, foram articulados todos
os elementos já mencionados, procurando refazê-los com base nos conhecimentos
da AI, que preocupada em atender o usuário colaborou ao adaptar o conteúdo ao
contexto para melhor informar gerando uma estrutura clara e objetiva em sua co-
municação a este novo modelo. O único elemento conservado em relação ao novo
modelo de passagem rodoviário foi a cor azul que já compunha seu grid, pois julgou-
se ser apropriada tanto para a demarcação dos campos como no complemento junto
às demais cores do conjunto.
E por fim, foi aplicado um novo questionário a fim de objetivamente comparar os
novos protótipos junto ao atual modelo, e eleger a alternativa mais apropriada para
estar atendendo ao público-alvo que pode ser melhor visualizada na Figura 6.
Figura 6 – Comparação dos elementos de comunicação entre o bilhete atual e as novas propostas
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste trabalho a relação usuário-objeto, foi o foco. A fim de experimentá-la e en-
tendê-la, para abstrair junto à sua desconstrução e compreender cada componente
e a participação colaborativa dos usuários, fez-se uma seleção do que se considerou
relevante e discriminou as informações desnecessárias ao usuário.
Desta forma, um redesign foi iniciado adotando a opinião do usuário como
diretriz projetual adjacente as práticas conceituais da arquitetura da informação
(AI) que caminhou corrigindo as possíveis falhas oriundas dos aspectos organi-
zacionais e funcionais deste objeto, tornando a mensagem descomplicada de
leitura e aprendizagem as diversas classes de viajantes.
A informação deve ser compreendida por seus usuários e por isso deve ser passa-
da de forma clara, fazendo sentido ao usuário. Por isso, o uso da AI no “Design da Infor-
mação” é primordial para se atingir esse objetivo e permitir que os usuários, como os
dos bilhetes rodoviários, se sintam mais satisfeitos ao ter que fazer uso deste artefato.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGNER, L. Ergodesign e arquitetura da informação: trabalhando com o usuário. (2a Ed.). Rio de
Janeiro: Quartet. 2009.
MENDONÇA, R. M. L. O. II Workshop: Um olhar sociotécnico sobre a engenharia de software –
WOSES. 2006. Faculdade de Design. Universidade Federal de Minas Gerais. Minas Gerais, 2006. Disponível
em: < http://www.cos.ufrj.br/woses2006/pdf/02 >. Acesso em: 09 out. 2012.
MILBUS, Acessoria em Ônibus Ltda. História do ônibus no Brasil. 2004. Disponível em: < http://www.
milbus.com.br/revista_portal/revista_cont.asp?140 >. Acesso em: 04 set. 2012.
MORAES, A.; SANTA ROSA, J. G. Avaliação e projeto no design de interfaces. (2a Ed.) Rio de Janeiro:
2AB - Série Oficina, 2012.
MUNARI, B. Design e comunicação visual: contribuição para uma metodologia didática. São
Paulo: Martins Fontes, 2000.
MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 35-43, 2013 | 35
Resumo
A Arte está presente na humanidade desde os primórdios, surgindo como forma de comuni-
cação anteriormente à linguagem oral e escrita. Ela se faz necessária ao passo que é meio de
expressão e modo de entendimento e representação da realidade. Assim como na humani-
dade, a Arte se faz presente e importante na vida de uma criança antes mesmo da aquisição
da fala e da alfabetização. A partir de conceitos apreendidos nos estudos de arte e educação,
um livro infantil de História da Arte foi desenvolvido tomando por base características do
público-alvo e parâmetros editoriais com a finalidade de colaborar com o aprendizado in-
fantil a cerca do assunto. O mercado conta com poucas publicações com este propósito e
se mostra promissor. Este projeto traz os estudos realizados para o desenvolvimento do livro
assim como o processo criativo da solução do problema proposto.
Palavras-chave: História da arte. Livro infantil. Arte e educação.
Abstract
The Art is present in humanity since the beginning, emerging as communication even before the
oral language and writing. It is necessary while it is a means of expression and way of understan-
ding and representation of reality. Just as in humanity, the Art is present and important in a child’s
life even before the acquisition of speech and literacy. From concepts learned in the study of art and
education, a children’s book of Art History taking was developed based on characteristics of the
target audience and editorial parameters in order to collaborate with the child learning about the
subject. The market has few publications for this purpose and shows promise. This project brings
the studies for the development of the book as well as the creative process of the solution proposed.
Keywords: History of art. Children’s book. Art and education.
1
Aluna do Curso de Design da Faculdade de Administração e Artes de Limeira (FAAL). e-mail: liviariani@yahoo.
com.br.
2
Profa. (Orientadora) do Curso de Design da FAAL. e-mail: samarapdesign@gmail.com.
36 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 35-43, 2013 A história da arte na educação infantil
1 INTRODUÇÃO
A introdução da atividade artística na primeira fase da vida pode representar a
aquisição do equilíbrio entre o intelecto e a emoção e tornar a criança um ser hu-
mano adaptado e feliz. A criança se expressa artisticamente desde que nasce com
seus movimentos corporais. Aos dois anos de idade, a criança começa a rabiscar pa-
péis como forma de dominar seus movimentos. Estes rabiscos vão tomando forma
conforme estes movimentos vão sendo dominados, e com cerca de quatro anos, a
criança começa a estabelecer uma relação de seus desenhos com a realidade. Assim,
a criança passa a retratar fatos importantes de sua vida em seus desenhos e, através
deles, pode compreender melhor sua realidade. Nesta fase, os desenhos começam a
tomar formas identificáveis (LOWENFELD, 1977).
Tendo em vista a importância da Arte na educação infantil, este projeto tem por
objetivo a criação do 1º volume de uma coleção de livros de História da Arte voltados
ao público de 4 a 7 anos, desenvolvidos a partir de estudos e pesquisas referentes à
necessidade do público-alvo e às carências do mercado, com atividades complemen-
tares que acrescentem à educação da criança e layout didático, baseado nos princí-
pios editoriais estudados.
O Design Editorial auxiliou, através de seus conceitos no desenvolvimento do pro-
jeto gráfico do livro, que está além da elaboração do layout das páginas, mas tam-
bém na garantia da apresentação das informações pretendidas da maneira mais ade-
quada possível para o bom entendimento por parte do leitor (HASLAM, 2007). Assim,
o projeto apresenta soluções que auxiliam na transmissão da mensagem pretendida
pelo autor a partir da escolha de cada componente do projeto de forma coesa, em
coerência com o assunto abordado e o público pretendido.
A coleção traz as aventuras de Bia pelo mundo das Artes através de uma viagem
pelo tempo e cada volume apresentará um movimento artístico ou período da His-
tória da Arte de maneira cronológica. Será composta por 24 volumes sendo que cada
um tratará sobre um período/movimento e artístico/artista. Todavia, neste projeto
será apresentado somente o primeiro volume.
Arte, Lowenfeld (1977) traça diretrizes sobre como lidar com a produção artística
infantil.
Barbosa (2010) apresenta a Proposta Triangular que contempla a arte-educação
sustentada no tripé “contemplação da Arte - fazer artístico - contextualização” e de-
fende que “a Arte deve ser a base da educação”.
1.2 Justificativa
Os livros infantis são ferramentas largamente usadas no processo educacional,
pois revelam mundos de fantasia, acrescentando diversão ao aprendizado. Segundo
Haslam (2007), o mercado de livros infantis teve uma grande expansão nas últimas
duas décadas.
Há no Brasil, uma perceptível necessidade de publicações pensadas e estrutu-
radas com a finalidade de colaborar com o desenvolvimento da criança como ser
humano.
No ensino escolar, os livros didáticos com conteúdos direcionados são fre-
quentemente usados como guia de estudos, porém, hoje é crescente a utilização
de livros paradidáticos, livros de histórias que cumprem o papel de aprofundar
conceitos e complementar os estudos. A vantagem do uso dos livros paradidá-
ticos, é que estes, sem a necessidade da abordagem de conteúdos completos e
obrigatórios, apresentam as mensagens de forma lúdica, o que facilita o gosto
pelo aprendizado (WEBEDUC, 2012).
A Lei de Diretrizes e Bases (LDB) da Educação Nacional de 71 inclui a Arte no cur-
rículo escolar obrigatório com o título de Educação Artística, mas esta é considerada
atividade escolar e não disciplina (MEC/SEF, 1997). Na nova LDB, que afirma a or-
ganização do ensino em Parâmetros Curriculares Nacionais a partir do movimento
arte-educadores, a Arte é reconhecida com maior importância e passa a fazer parte
do currículo como área e não mais apenas como atividade, com conteúdos próprios
e sob o título “ARTE”.
Tomando como foco a Arte, seja na educação escolar, seja na educação familiar,
a literatura existente se mostra escassa e restrita ao passo que, o que se encontra
no mercado, se vale de atividades que pouco acrescentam no desenvolvimento do
público em questão.
2 OBJETIVO GERAL
Desenvolver um livro de História da Arte voltado ao público infantil com idade
entre 4 e 7 anos contendo atividades que estimulam a criatividade e o desenvolvi-
mento da criança.
38 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 35-43, 2013 A história da arte na educação infantil
3 METODOLOGIA
No desenvolvimento deste projeto foi utilizado o método de Löbach (2001), que
consiste em quatro etapas: a preparação, que engloba a análise do problema, a cole-
ta de informações e a conceituação; a geração de alternativas, que consiste na cria-
ção de possibilidades de soluções do problema; a avaliação das alternativas, que é a
escolha e aperfeiçoamento da alternativa que melhor satisfaça o problema; e a reali-
zação, que consiste na concretização do projeto.
Os livros infantis, por serem destinados a um público-alvo bastante específico, re-
querem uma série de cuidados e planejamentos baseados nas análises deste público.
Algumas características de editoração são pensadas especialmente para este tipo de
livro, como o formato do livro, mancha de texto, grid, tipografia, ilustrações e cores.
O formato de um livro é definido de acordo com sua finalidade e é produzido
levando em consideração o tamanho médio das mãos de um adulto a fim de
proporcionar maior grau de comodidade. Os livros infantis devem ser produzidos
levando em consideração o tamanho médio das mãos de uma criança que são
menores que as de um adulto, do contrário causariam desconforto às crianças
(TSCHICHOLD, 2007).
Para a composição da mancha gráfica e do grid, serviram de referência os estudos
desenvolvidos pelo arquiteto Villard de Honnecourt.
Nos livros infantis, a fonte deve ser escolhida com cuidado, pois as crianças estão
em fase de alfabetização e, portanto ainda têm certa dificuldade de reconhecer as
letras. Devem além de proporcionar facilidade para a leitura, apresentar legibilidade.
Sendo assim, as fontes têm tamanhos maiores que as de um livro adulto e são menos
formais.
Para as ilustrações, além de livros analisados, alguns artistas e concept arts de tra-
balhos realizados a cerca do tema foram tomados de referência. Assim, com a fina-
lidade de ilustrar a história sem, no entanto, tirar o foco do conteúdo da narrativa,
CAZONATTO, L. R. C.; TEDESCHI, S. P. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 35-43, 2013 | 39
4 RESULTADOS
A personagem principal, responsável por conferir uma unidade à coleção, é Bia,
uma garotinha de 7 anos que gosta muito de Arte. A idade da personagem foi deter-
minada para ser condizente com a do público-alvo, facilitando assim a identificação
das crianças com a personagem (Figura 1).
O livro foi impresso em Couché brilho 120 g/m², 4X4 cores. A escolha pelo papel
Couché foi relevante em virtude de sua maior resistência em relação ao offset e pelo
fato de ter brilho, sendo assim, mais atraente ao público-alvo. O texto original foi
submetido a uma análise do público e algumas palavras foram substituídas, a fim de
melhorar o entendimento do conteúdo.
Para a composição do grid, as dimensões do papel foram divididas em 9 colunas e
9 linhas, dividindo a página em 81 módulos diferentes, conforme estudos desenvol-
vidos por Villard de Honnecourt. Cada módulo foi subdividido em 4, num total de 18
colunas, 18 linhas e 324 módulos. Três módulos em cada borda formam as margens.
As fontes foram escolhidas servindo ao projeto de duas maneiras diferentes.
Para as crianças não alfabetizadas, as fontes servem de elementos gráficos, uma
vez que o livro será lido por um adulto. Para as crianças em fase de alfabetiza-
ção, além de elemento gráfico, as fontes servem como estímulo à leitura. Assim,
as fontes selecionadas não possuem serifa, o que facilita o entendimento dos
caracteres e, no corpo do texto, as letras são apresentadas em caixa alta para
CAZONATTO, L. R. C.; TEDESCHI, S. P. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 35-43, 2013 | 41
A fonte {¡Estoy Buono!} (Figura 4), utilizada no corpo do texto, possui caracterís-
ticas informais, remetendo uma escrita com giz, com a finalidade de compor com o
universo infantil e é neutra com relação à temática, pois será utilizada em todos os
volumes, conferindo unidade à coleção.
O texto foi distribuído nas páginas de acordo com o ritmo de leitura, a fim
de facilitar o entendimento da história. Assim, respeitando a mancha gráfica, o
texto foi diagramado de forma a compor com as ilustrações. No corpo do texto,
a fonte foi usada em tamanho 14 pt com entrelinha 21, tracking 30 e a distância
entre palavras aumentada em 40%. As capitulares e o texto de atividades têm
tamanho 20 pt e as palavras, as frases de destaque e os nomes dos personagens
em 17 pt. O alinhamento do texto é espelhado, sendo à direita nas páginas pares
e à esquerda nas páginas impares.
A palheta de cores foi escolhida de acordo com a temática do volume. Por se tra-
tar da Pré-História optou-se por tons terrosos, de ocre, marrom e nude. Em alguns
elementos chaves, que não tem características pré-históricas tão marcantes como a
42 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 35-43, 2013 A história da arte na educação infantil
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A educação infantil, que vai além dos espaços escolares, deve ser realizada em
parceria com a família. Neste sentido, os livros auxiliam na obtenção de informação
e conteúdo e são excelentes fontes de lazer. A partir do estudo da Arte na educação
ao longo da História do Brasil e do mundo, foi possível observar que o movimento da
arte-educação tem ganhado força e conquistado importante avanço na busca pela
inserção da Arte no ensino escolar.
Diante do vasto repertório de História da Arte e da pretensão de expor todo este
conteúdo às crianças, a criação de uma coleção é a melhor alternativa, uma vez que
todo o conteúdo condensado em um único volume seria cansativo para uma criança.
O desenvolvimento do livro foi realizado em etapas. A conceituação dos persona-
gens e o desenvolvimento do texto foram feitos conjuntamente com base em pes-
quisas sobre a linguagem do público-alvo e a História da Arte para poder adaptar
uma à outra. Então, os padrões gráficos e ilustrações foram criados para compor com
o conteúdo.
A solução foi apresentada ao público-alvo e algumas adequações foram feitas,
sendo por fim, desenvolvido o produto final que pretende ser o 1º exemplar de uma
coleção de livros de História da Arte voltado para o público infantil.
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BARBOSA, A. M. A Imagem no ensino da arte: anos 1980 e novos tempos. São Paulo: Perspectiva, 2010. 134 p.
FARINA, M. et. al.. Psicodinâmica das cores em comunicação. São Paulo: Blucher, 2006. 274 p.
FUSARI, M. F. R.; FERRAZ, M. H. C. T. Arte na Educação Escolar. São Paulo: Cortez, 2001. 157 p.
HASLAM, A. O Livro e o designer ll: como criar e produzir livros. São Paulo: Rosari, 2007. 256 p.
LINS, G. Livro Infantil?: projeto gráfico, metodologia, subjetividade. São Paulo: Rosari, 2004. 93 p.
LOWENFELD, V. A Criança e sua arte: um guia para os pais. São Paulo: Mestre Jou, 1977. 224 p.
MEC/SEF. Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros
curriculares nacionais – Brasília : MEC/SEF, 1997.
TSCHICHOLD, J. A forma do livro: ensaios sobre tipografia e estética do livro. Cotia: Ateliê, 2007.
WEBEDUC. Livros didáticos e paradidáticos. Disponível em: <http://webeduc.mec.gov.br/midiaseducacao/
material/impresso/imp_basico/pdf_eproinfo/e3_assuntos_a3.pdf>. Acesso em: 24 nov. 2012.
44 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 44-54, 2013 O olhar de uma licencianda sobre o ensino de Matemática...
Resumo
O presente artigo tem como objetivo relatar a pesquisa realizada por uma Licencianda em
Matemática que é também monitora no Ensino Infantil Municipal na cidade de Limeira - SP.
As dificuldades encontradas em seu dia a dia a motivaram a investigar que conceitos mate-
máticos poderiam ser abordados em atividades diárias, tendo em vista que as monitoras as
realizam com as crianças sem perceber a riqueza de conceitos matemáticos presentes em
tais atividades. No campo da pesquisa qualitativa, a metodologia utilizada foi a da pesquisa
participante. A pesquisa revelou que é possível, na Educação Infantil, discutir conceitos mate-
máticos, especialmente os ligados à estocástica, por meio de atividades cotidianas.
Palavras-chave: Educação infantil. Ensino e aprendizagem de Matemática. Conceitos mate-
máticos. Estocástica.
Abstract
This paper aims to report the research conducted by an undergraduated student in Mathe-
matics which is also monitors the Municipal Teaching Children in the city of Limeira - SP. The
difficulties encountered in her day to day motivated herself to investigate mathematical con-
cepts that could be addressed in daily activities in order that monitors the conduct with chil-
dren without realizing the wealth of mathematical concepts present in such activities. In the
field of qualitative research, the methodology used was the research participant. The research
revealed that it is possible, in kindergarten, discuss mathematical concepts, especially those
related to stochastic through everyday activities.
Keywords: Child education. Teaching and learning Mathematics. Math concepts. Stochastic.
1
Aluna do Curso de Licenciatura em Matemática pela Faculdade de Administração e Artes de Limeira – FAAL.
e-mail: lu.macedo@ig.com.br.
2
Profa. (Orientadora) do Curso de Licenciatura em Matemática da FAAL. e-mail: limatesco@yahoo.com.br.
MACEDO, L. R. P.; CRISTOVÃO, E. M. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 44-54, 2013 | 45
1 INTRODUÇÃO
O interesse sobre a temática surgiu devido à vivência dentro de um Centro Infantil
Municipal, no qual trabalhei durante pouco mais de dois anos. Durante esse período,
pude perceber que a matemática não vem sendo trabalhada de forma a estimular a
criança a manifestar suas opiniões, formular perguntas e buscar soluções de proble-
mas. A falta de um enfoque matemático nas atividades trabalhadas no dia a dia di-
ficulta o desenvolvimento intelectual da criança e o desenvolvimento da percepção
de que a matemática está presente em seu cotidiano.
As propostas curriculares de Educação Infantil tem se dividido entre as que
produzem à escolarização dando ênfase a alfabetização e aos números e as que
valorizam as brincadeiras como socialização e a recriação de experiências (LOPES e
MOURA, 2003, p.07).
Segundo Lopes (2012), uma abordagem interessante para isso é a da estocás-
tica. As inter-relações da matemática com a estatística originam a estocástica,
que estuda a combinatória, a probabilidade e a estatística de forma interligada.
Para a inserção da Educação Estocástica na Educação Infantil, é necessário que
seja feito um trabalho voltado para as formas de raciocínio combinatório, proba-
bilístico e estatístico.
Ao elaborar atividades de trabalho com as crianças com foco no raciocínio
estocástico, o professor promoverá o desenvolvimento do pensamento estatístico,
que se refere à capacidade de relacionar dados quantitativos com situações
concretas, admitindo a presença da variabilidade e da incerteza. A exploração de
processos investigativos, como pesquisas de opinião, permitirá às crianças exercitar
a escolha adequada de ferramentas estatísticas. Adquirir essa capacidade também
faz parte do pensar estatisticamente, assim como vivenciar todas as etapas do
processo de investigação estatística, explorando os dados de forma a estabelecer
relações que respondam a questão investigada ou gerem outros questionamentos
(LOPES, 2012, p. 169).
A falta desta perspectiva no ambiente de trabalho motivou a realização de uma
pesquisa que pudesse evidenciar que é possível sim trabalhar conceitos matemáti-
cos desde o berçário e que podemos elaborar atividades de trabalho que incentivem
o desenvolvimento do raciocínio estocástico.
A metodologia utilizada foi a pesquisa participante e seu desenvolvimento se
deu através de uma observação assistemática. Para Gil (2002) “A pesquisa parti-
cipante, assim como a pesquisa ação, caracteriza-se pela interação entre pesqui-
sadores e membros das situações investigadas.” (p.55). A observação assistemá-
tica, por sua vez, consiste em estabelecer relações entre os fatos do dia a dia, é
espontânea, informal, acidental. Os fatos são registrados sem perguntas diretas
ou meios especiais.
46 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 44-54, 2013 O olhar de uma licencianda sobre o ensino de Matemática...
2 O CONTEXTO DA PESQUISA
Centro Infantil Municipal, na cidade de Limeira-SP, onde a primeira Autora (Prof.
Luciana) trabalha, atendando crianças em período integral e as turmas são dividas
em setores de acordo com cada idade. A divisão é feita da seguinte forma:
• Berçário I (BI) – de 0 meses a 1 ano;
• Berçário II (BII) – de 1ano a 2 anos;
• Maternal I (MI) – de 2 anos a 3 anos;
• Maternal II (MII) – de 3 anos a 4 anos;
• 1ª Etapa (1ª ET) – de 4 anos a 5 anos;
• 2ª Etapa (2ª ET) – de 5 anos a 6 anos.
O Berçário I, Berçário II e Maternal I ficam o período integral com Monitoras. O
Maternal II, 1ª Etapa e 2ª Etapa, ficam meio período com a Monitora e meio período
com a Professora (A primeira Autora - Luciana). Em muitas cidades da região, existem
professores para Berçário I, Berçário II e Maternal I, onde se dividem meio período
com a monitora e meio período com a professora o que seria ideal, visto que, para
ser monitor é preciso ter apenas o Ensino Fundamental II concluído, portanto a parte
pedagógica das etapas iniciais deixa muito a desejar.
Todos os Centros Infantis Municipais de Limeira seguem obrigatoriamente
uma diretriz que é enviada pela Secretaria Municipal de Educação, as monitoras
muitas vezes não entendem o que realmente está sendo proposto, simplesmente
pelo fato de não ter a compreensão necessária para determinadas abordagens,
sendo assim, recorrem a brincadeiras diárias sem um intuito pedagógico, apenas
o brincar pelo brincar.
3
Para preservar o nome das crianças, optou-se por identificá-las com números.
MACEDO, L. R. P.; CRISTOVÃO, E. M. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 44-54, 2013 | 49
vendo a situação e não querendo sujar as mãos, começou a misturar usando somen-
te as pontas dos dedos. Pedimos para que fossem feitas bolinhas (já eram acostu-
mados a fazer bolinhas com massa de modelar) e perceberam que não era possível,
então a Aluna 2 do Berçário II questionou: “Tia Lú, não dá!”
A Professora (Luciana - a Autora) respondeu, perguntando: “Por quê?”.
Neste momento o Aluno 1, fazendo muita força, exclamou: “Ai Tia Lú, está duro!”.
Já outra, a Aluna 3 do Berçário II, contrapôs: “Não, está mole!”.
Neste momento a Profa. indagou: “Crianças... A massa não está mole, ela está
dura. Não dá para fazer bolinhas com ela dura, o que será que podemos fazer?
A Aluna 2 sugeriu: “Coloca mais desse!” – apontando para o leite de coco.
Após entender o raciocínio da Aluna 2, a Profa. pegou a garrafa de leite de coco
e chamou a atenção das crianças para dar enfoque que quantidade de leite de coco,
faria a mistura ficar mais mole. Envolvendo-os (os Alunos) em uma situação de ação
em que era preciso acrescentar. Foi colocado mais um pouco de leite de coco, mis-
turou-se e então, as crianças puderam fazer as bolinhas.
Depois de prontas, as bolinhas foram colocadas em um prato para ser feita a con-
tagem. Como todos sabiam contar até o número dez, contou-se de dez em dez.
As anotações foram feitas em uma cartolina que estava colada na parede. No
fim das anotações, tínhamos o número dez, escrito oito vezes e o número quatro,
escrito uma vez.
A soma, então, foi feita juntamente que, em voz alta repetiam. Chegou-se, as-
sim, à soma de oitenta e quatro docinhos. As crianças ficaram muito satisfeitas e, ao
mesmo tempo, encantadas com o resultado de seu trabalho. Passados dois meses,
desenvolveu-se, com as crianças, nova receita.
tarda para o nariz. A Profa. montou um modelo e cada criança, na sequência montou
o seu sanduíche.
Nesse momento, A Profa. chamou a atenção das crianças e disse:
“Vamos colocar duas fatias de queijo no pão (e contava em voz alta) uma, duas,
fatias de queijo. Agora vamos colocar duas orelhas (e contava em voz alta) uma, duas
orelhas. Vamos colocar o bigodinho do ratinho, são três de cada lado.”
Num determinado momento a Profa. não fez a contagem em voz alta, proposital-
mente para poder ter em um dos sanduíches duas cebolinhas de um lado e três ce-
bolinhas do outro lado para ver qual seria a reação das crianças. Neste hora a maioria
se manifestou.
Alguns diziam: “Tia, não... não...!”, outros diziam: “É um, dois, três Tia!” e alguns
não falavam nada e só observavam sem terminar o sanduíche, ficaram inseguros,
enquanto outros terminaram o sanduíche com a quantidade certa.
Depois de colocar a quantidade correta de cebolinha nos sanduíches, os “olhos”
de catchup e o “nariz” de mostarda foram colocados, sempre contando em voz alta.
Ao término da atividade, todos degustaram nossos lindos e saborosos “sanduíches
de ratinho”.
É importante ressaltar que a utilização dessas receitas deu oportunidade para a
criança trabalhar com conceitos de números, comparações, medidas convencionais,
medidas não convencionais, propriedades de soma, subtração e multiplicação.
A vivência de experiências com conceitos matemáticos possibilita a criança uma
maior compreensão e incentivará mudanças de atitude, contribuindo para uma me-
lhor assimilação dos conceitos.
Com o objetivo de observar o quê as crianças entendem por espaço e forma, foi
aplicado Atividade 2 com algumas crianças do Maternal I, Turma em que há 20 crian-
ças, mas apenas 08 foram autorizadas a fazer a atividade.
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Tendo em vista os aspectos observados, podemos concluir que a criança, com
sua criatividade, é capaz de fazer descobertas e compreender características mate-
máticas do mundo a sua volta. Crianças pequenas têm condições de desenvolver
diferentes processos do raciocínio matemático.
Smole, Diniz e Cândido (2007), afirmam que “enquanto vive em um meio ao qual
pode agir, discutir, decidir, realizar e avaliar com seu grupo, a criança adquire condi-
ções e vive situações favoráveis para a aprendizagem”.
Sendo assim, faz-se necessário compreender que a criança deve ter a oportunida-
de a um desenvolvimento infantil cercado de situações de aprendizagem que sejam
relevantes e ao mesmo tempo prazerosas e que lhes permitam, entre outras coisas,
explorar a incerteza ou aleatoriedade dos dados, podendo compreender que não
existe uma única solução.
Pode-se considerar, portanto, que atividades lúdicas, jogos, brincadeiras e ativi-
dades de trabalho com foco no raciocínio estocástico, podem ser usadas como alia-
das para o ensino da matemática e, que é possível sim, a Educação Estocástica ser
inserida desde a Educação Infantil para a formação de cidadãos com atitude, senso
crítico, e que sejam capazes de tomar decisões ou de realizar ações prevendo o que
poderá acontecer.
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. Diretrizes curriculares nacionais para
a educação infantil. Brasília: MEC, SEB, 2010. 36p.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Fundamental. Referencial curricular nacional
para a educação infantil. v.3. Brasília: MEC, SEF, 1998.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 4 ed. São Paulo: Atlas, 2002.
LOPES, C. A. E.; MOURA A. R. L. As crianças e as idéias de número, espaço, formas, representações
gráficas, estimativa e acaso: desvendando mistérios da Educação infantil. v.2. Campinas: Graf. FE/
UNICAMP; CEMPEM, 2003.
LOPES, C. A. E. O desenvolvimento do pensamento estatístico e probabilístico na infância.
Reveduc, São Carlos, v.6, n.1, p.160-174, maio 2012. Disponível em: <http://www.reveduc.ufscar.br/index.
php/reveduc/issue/current>. Acesso em: 05 set. 2012.
LORENZATO, S. Por que não ensinar geometria? A Educação Matemática em Revista. v.4, p. 3-13
Blumenau SC: SBEM, 1995. Disponível em: <http://www.sbemrn.com.br/site/II%20erem/minicurso/doc/
mc1.pdf>. Acesso em: 27 dez. 2012.
MOURA, M. O; MOURA, A. R. L. Matemática na educação infantil: conhecer, (re) criar – um modo de lidar
com as dimensões do mundo. Diadema SP: Secretaria de Educação, Cultura e Lazer. v.2 Campinas: Graf. FE/
UNICAMP; CEMPEM, 2003.
SMOLE, K. S.; DINIZ, M. I.; CÂNDIDO, P. Brincadeiras infantis nas aulas de matemática. Porto Alegre:
Artmed, 2007.
MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 55-67, 2013 | 55
Resumo
Uma grande mudança de mentalidade das empresas coloca as pessoas em lugar de desta-
que. Nenhuma empresa atinge o lugar de destaque se não tiver pessoas trabalhando satis-
feitas, cada vez mais as empresas estão preocupadas com o bem estar das pessoas. O fator
humano tem sido considerado o grande diferencial das empresas para vencer a competitivi-
dade. Atualmente, para que as organizações consigam conquistar bons resultados é preciso
oferecer algo mais do que uma remuneração atraente para deixar os colaboradores com-
prometidos. É essencial investir em atividades que visem à melhoria da qualidade de vida
dos funcionários e atitudes que busquem o aperfeiçoamento do ambiente de trabalho. Daí,
a importância da avaliação do clima organizacional, tema que será abordado nesse artigo.
Palavras-chave: Clima organizacional. Pesquisas de clima. Satisfação. Motivação.
Abstract
Major changes in corporate environment put people at a notable place. There is no such a com-
pany that achieves a prominent if employees are not engaged, more than ever companies are con-
cerned about employees´ welfare. If a company wants to win the competition the human factor
has to be considered as the major differential. Nowadays in order to achieve better performances
Companies need to offer more than just good attractive salaries to let employees satisfied and mo-
tivated. It is crucial to invest in activities that improve employees’ quality of life and attitudes that
intend to improve the environment at work. That is the reason why is so important to evaluate the
organizational climate, a topic that will be addressed in this article.
Keywords: Organizational climate. Climate research. Satisfaction. Motivation.
1
Aluna do Curso de Tecnologia em Gestão em Recursos Humanos da Faculdade de Administração e Artes de
Limeira – FAAL. e-mail: dorigueto@gmail.com.
2
Prof. Dr. (Orientador) do Curso de Tecnologia em Gestão de Recursos Humanos da FAAL.
e-mail: silva.henrique.jorge@gmail.com.
56 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 55-67, 2013 A importância da pesquisa de clima organizacional
1 INTRODUÇÃO
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Motivação
Compreender o comportamento humano é fundamental para o conhecimento
da motivação humana. Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de
determinada forma, isto é, tudo aquilo que dá origem a alguma propensão a um
comportamento específico (CHIAVENATO, 1982).
Segundo Maximiniano (1995), a palavra motivação, derivada do latim: motivus mo-
ver, que significa mover, indica o processo pelo qual um conjunto de razões ou motivos
que estimulam ou provocam algum tipo de ação ou comportamento humano.
A motivação é um processo responsável pela intensidade, direção e persistência
dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta, ou seja, são
os motivos que nos levam a ter ações. Vem de dentro de cada indivíduo, ninguém,
senão ele próprio pode motivar-se.
Ou seja, depende do que cada indivíduo deseja, do que o motiva a comprar, a
trabalhar melhor, a vender, entre outros. Motivar é uma forma de mudar a atitude
de um indivíduo através de um estímulo. Para mudar uma pessoa, você precisa
DORIGUETTO, P. O.; SILVA, J.H. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 55-67, 2013 | 57
conhecer quais são seus ideais, planos de vida, etc. Dinheiro é um fator motiva-
cional para equipe, mas não é o único e depende do quanto as suas necessida-
des, respeitando a escala, foram saciadas. Existem outras formas de motivação
melhores, como treinamentos, palestras, prêmios e metas.
Assim, se faz necessário ter paixão por aquilo que se faz. Suportar uma missão, ser
empurrado a fazer algo, não é compatível com os auto motivados, que em geral são
bem sucedidos, quer seja no trabalho, na vida social ou familiar. Neste caso, é neces-
sário desenvolver a habilidade de trabalhar com as tendências emocionais que vão
guiar ou facilitar o alcance de suas metas.
Estar motivado parece desejável, mas pode significar coisas diferentes. Limitar a
definição de motivação ao comportamento no trabalho energizado, direcionado e
sustentado reduz parte da incerteza associada a esse conceito (KRUMM, 2005, p. 112).
Para Chiavenato (1995), a motivação é importante em todos os aspectos do am-
biente de trabalho. Os empregadores querem contratar os trabalhadores mais moti-
vados e, também, manter os níveis de motivação, nas alturas, entre seus empregados.
A motivação permite aos trabalhadores melhorar o grau de satisfação e interesse em
seu trabalho, pois um trabalhador motivado gera atitudes positivas, alegria, confian-
ça, entusiasmo, engajamento, participação e melhor desempenho.
Segundo Maximiniano (1995), a motivação constitui um importante campo do
conhecimento da natureza humana e da explicação do comportamento da pessoa.
Motivo é tudo aquilo que impulsiona a pessoa a agir de determinada forma, pelo
menos a origem de um comportamento específico.
Atualmente, o mercado de trabalho está muito competitivo, exigindo que as pes-
soas estejam em constante inovação. E para que isso ocorra, é preciso estar sempre
motivado, pois o desempenho de cada pessoa é a garantia de sua permanência. O
ser humano motivado cria condições para realizar grandes feitos, utilizando o melhor
de sua energia dentro da empresa em que atua.
Neste contexto, com um mercado cada vez mais competitivo e com consumido-
res cada vez mais exigentes, torna-se necessário satisfazer os desejos dos clientes
e atendê-los com eficiência, para isso, os funcionários devem estar motivados para
trabalhar. Assim, a motivação se invoca com frequência para explicar as variações de
determinados comportamentos e, sem dúvida, apresenta uma grande importância
para a compreensão do comportamento humano, um estado interno resultante de
uma necessidade que desperta certo comportamento.
Estar motivado é trabalhar produzindo mais e melhor, é atuar de forma mais com-
pleta, atendendo aos clientes como eles desejam serem atendidos, sem que haja má
vontade ou sentido de obrigação em estar ali (MAXIMINIANO, 1995).
58 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 55-67, 2013 A importância da pesquisa de clima organizacional
desejar o sucesso. As pessoas são motivadas pela vontade de satisfazerem seus dese-
jos e necessidades. O segredo da motivação é identificar o que motiva o profissional.
A motivação é diferente em pessoas diferentes: as pessoas pensam e agem de acordo
com seus valores e experiências.
De acordo com Aguiar (1981, p. 144), Maslow foi um teórico que muito contribuiu
no estudo da motivação humana. Sua abordagem tem origens no funcionalismo, no
holismo da psicologia gestáltica e no dinamismo psicanalítico, considerando assim
o ser humano em sua totalidade, com ênfase à integração dinâmica dos aspectos
biológicos, psicológicos e sociais.
ção, gerando resultados satisfatórios aos seus grupos de interesses, como: clien-
tes internos e externos, colaboradores, fornecedores e a sociedade;
• Possibilitar uma adequada gestão do conhecimento;
• Melhorar o comprometimento e conhecimento dos colaboradores em relação
aos objetivos da organização;
• Desenvolver e capacitar lideranças;
• Possibilitar o desenvolvimento profissional dos colaboradores;
• Identificar os pontos fortes e fracos da organização na visão dos colaboradores,
permitindo assim a melhoria do nível de satisfação destes;
• Melhoria das condições de infraestrutura para o trabalho;
• Oferecer condições para o desenvolvimento e a inovação, e;
• Oferecer condições satisfatórias de trabalho, de acordo com os interesses dos
colaboradores.
Kaplan & Norton (1989), reforçam, ainda, que fornecer uma base de dados que
retrate de forma detalhada o clima organizacional e construir planos de ação para
tornar o clima organizacional mais satisfatório, se faz necessário. Os autores, tam-
bém, ressaltam, que amplitude dos planos de ação estará condicionada ao quanto a
empresa está disposta a investir na gestão do clima organizacional, podendo minimi-
zar problemas como desperdícios, absenteísmo, conflitos no trabalho, desmotivação
e até mesmo a criação de equipes de alta performance e um ambiente propício para
a inovação.
3 METODOLOGIA
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A tendência que hoje se verifica é a administração com as pessoas, que signifi-
ca administrar a urbanização juntamente com os colaboradores e parceiros internos
que mais entendem dela e de seu futuro. As organizações estão tomando consciên-
cia do imenso valor que as pessoas, se bem motivadas e satisfeitas com o seu traba-
lho, agregam à empresa.
Portanto, as pesquisas de clima são muito importantes para saber como as pesso-
as se sentem na organização. A partir do momento em que existe o mapeamento do
ambiente interno da empresa, é possível atacar efetivamente os principais focos do
problema, melhorando o clima do trabalho das pessoas. Além de atingir o principal
objetivo da pesquisa de clima, que é obter o conhecimento real dos problemas, ela
aponta também os pontos fortes da empresa.
Na realidade, se cada um fizer a sua parte, a empresa pode ter um bom ambiente
de trabalho. Não depende só da empresa, depende das pessoas que nela trabalham.
É fundamental o espírito de equipe, a comunicação aberta e a confiança entre todos
os membros da equipe. Equipes só funcionam quando têm um objetivo claro, uma
66 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 55-67, 2013 A importância da pesquisa de clima organizacional
causa comum a todos. O que pode se observar também é que a liderança tem um pa-
pel fundamental na criação de um bom ambiente de trabalho, onde as pessoas têm
prazer em trabalhar, pois os líderes são responsáveis pela integração da sua equipe
de trabalho e pelo reconhecimento e valorização das pessoas.
Um clima agradável no trabalho é vantajoso para ambas às partes, funcionários e
empresa, e o resultado é menos estresse, mais prazer na empresa, mais envolvimento
com o trabalho e melhores desempenhos e resultados.
O desafio colocado às empresas em geral é o de investir em um clima organizacio-
nal positivo e sadio para que os resultados qualitativos e quantitativos aconteçam.
Ambientes onde há um clima organizacional ruim, onde predomina a desmotiva-
ção da equipe, a ausência de objetivos individuais e coletivos, a falta de comprome-
timento das pessoas com o negócio, a falta de respeito do ser humano, a ausência
de transparência na gestão, a comunicação deficiente, a rotatividade elevada, são
enormes geradores de problemas e de custos invisíveis para o negócio.
A felicidade de um ambiente organizacional produz resultados significativos e
termos de produtividade do negócio e das pessoas, e com isso, acaba agregando
valor ao negócio. O ganho financeiro e não financeiro do negócio passa necessaria-
mente pela melhoria do clima organizacional interno. Apenas é necessário que seus
fatores estejam incorporados aos princípios modernos da gestão da organização e
que todos dentro da mesma tenham a responsabilidade na sua implantação, desde
a alta administração, gerentes, líderes, e todos os colaboradores.
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. L. P. Tipos de pesquisa. In:_______. Como elaborar monografias (4a ed.). Bélem: CEJUP.
1996, cap. 4, 101-110p.
AGUIAR, A. F., Psicologia aplicada à administração: uma introdução à psicologia organizacional. São
Paulo: Atlas, 1981.
BENNIS, W. A Formação do Líder. São Paulo: Atlas, 1996.
BERGAMINE, C.W. Motivação nas organizações. Editora Atlas, 1997.
CHIAVENATO, I. Administração de empresas: uma abordagem contingencial. São Paulo: McGraw-Hill,
1982.
_______. Recursos humanos na empresa. São Paulo: Atlas, 1989.
Resumo
Em qualquer relação numa organização, sempre haverá um dinamismo para o desempenho
das funções, graças às constantes mudanças no cenário de atuação da maioria das empresas,
criando a necessidade de adequação das mesmas e suas equipes às novas situações, novas
oportunidades, novas exigências e novos tipos de problemas. Essa adequação depende em
grande parte, do comando da equipe, da função da liderança e da forma como ela é exercida.
Neste contexto, o presente estudo cita diversos aspectos relacionados à liderança e sua im-
portância na empresa moderna. Ressalta que a liderança tem um papel crucial. Porém, não é
uma ciência exata, isto é, não existe modo único, ou uma única melhor forma de liderar, pois
envolve pessoas, e as pessoas são diferentes entre si. Identificar o tipo de liderança mais ade-
quado a cada organização ou situação é o que faz a diferença no resultado final de cada em-
presa, pois é o líder quem geralmente aponta a direção em relação ao alcance dos objetivos.
Palavras-chave: Líder. Liderança. Equipe. Organizações.
Abstract
In any relationship in an organization, there will always be a dynamism for the performance of
functions, thanks to constant changes in the scenario where the majority of companies, creating
the need for adequacy and their teams to new situations, new opportunities, new demands and
new types of problems. This adequacy depends in no small part, of the charge of the team, the
leadership role and the way it is exercised. In this context, the present study cites several aspects
related to leadership and its importance in the modern enterprise. Stresses that leadership plays a
crucial role. However, it’s not an exact science, that is, there is no single mode, or a single best way
to lead, because it involves people, and people are different from each other. Identify the type of
leadership best suited to each organization or situation is what makes the difference in the final
result of each company, as is the leader who usually points the direction in relation to the achieve-
ment of objectives.
Keywords: Leader. Leadership. Teams. Organizations.
1
Aluna do Curso de Tecnólogo de Processos Gerenciais da Faculdade de Administração e Artes de Limeira –
FAAL. e-mail: alice@gmail.com.
2
Prof. Dr. (Orientador) do Curso de Tecnólogo de Processos Gerenciais da FAAL.
e-mail: silva.henrique.jorge@gmail.com.
GOMES, M. A.; SILVA, J. H. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 68-81, 2013 | 69
1 INTRODUÇÃO
O mundo vive em constante evolução. Nada é estático, principalmente no que se
refere ao meio empresarial hoje. Em qualquer relação dentro de um determinado se-
guimento, sempre haverá um dinamismo para o desempenho das funções, graças às
constantes mudanças no cenário de atuação da maioria das empresas, criando a neces-
sidade de adequação das mesmas e suas equipes às novas situações, novas oportunida-
des, novas exigências e novos tipos de problemas. Essa adequação depende em grande
parte, do comando da equipe, da função da liderança e da forma como ela é exercida.
A liderança tem um papel crucial, pois é o líder quem geralmente aponta a dire-
ção em relação ao alcance dos objetivos. Pode ser ensinada e aprendida. Porém lide-
rança não é uma ciência exata, isto é, não existe modo único ou uma única melhor
forma de liderar, pois se trata de pessoas e as pessoas são diferentes entre si. Identi-
ficar o tipo de liderança mais adequado a cada organização ou situação é o que faz a
diferença no resultado final de cada empresa.
Este trabalho tem como objetivo citar aspectos relacionados à liderança e a sua
importância na empresa moderna.
2 REFERENCIAIS TEÓRICOS
Grandes líderes conseguem que coisas extraordinárias sejam feitas nas orga-
nizações, inspirando e motivando os outros na direção de um propósito comum
(SCHERMERHORN, 1996. p. 224). Ainda, segundo o autor, líderes de equipes de
alto desempenho estabelecem uma visão de que um futuro melhor é possível e
se empenham em conduzir seus seguidores até lá (SCHERMERHORN, 1996. p. 295).
Assim, o líder tem a tarefa de identificar e liberar o potencial latente nos colabo-
radores. Ajuda a gerar confiança e comprometimento, desenvolvendo um ambiente
propício ao potencial de cada um. E usa esse potencial para conferir vantagens à
organização (RODRIGUEZ, 2005.p.4,5).
Ao todo soma cinco tipos diferentes: poder coercitivo, poder de recompensa, po-
der legitimado, poder de competência e poder de referência (ROBBINS, 2002, p. 342;
DAFT, 2007, p. 373-74).
Bateman & Snell (2007, p. 398) e DAFT (2007, p. 375) explicam estes poderes:
• O poder coercitivo se origina no temor do liderado sobre o direito do líder em
punir ou recomendar punição (por exemplo, fazendo observações negativas em
seu arquivo, o que dificultaria no caso de uma promoção). Assim o seguidor
obedece ao líder para evitar essas ações;
• O poder de recompensa se origina na necessidade de recompensa que o subor-
dinado deseja obter. Pode ser na forma de aumento de salário, recomendações,
promoções e outras formas de reconhecimento;
• O poder legitimado se origina de uma posição administrativa formal e hierár-
quica. A pessoa é vista como superior, e suas determinações acerca do trabalho
são seguidas;
• O poder de competência resulta do conhecimento e/ou habilidade técnica do
líder em relação às tarefas desempenhadas pelos seguidores. Os liderados de-
senvolvem respeito pelas aptidões e perícia técnica do líder, em relação ao pró-
prio conhecimento, e;
• O poder de referência é resultante do carisma do líder.
Segundo Chiavenato (1999, p. 556), o carisma do líder exerce certo magnetismo
pessoal que influencia fortemente as pessoas. Esse carisma desperta identificação,
admiração e respeito nos subordinados, de modo que estes desejam seguir o seu
exemplo (DAFT, 2007, p. 375,376).
Para Schermerhorn (1996, p. 225), os poderes de recompensa, coercitivo e legi-
timado são decorrentes da posição ou cargo ocupado, ao passo que os poderes de
competência e de referência são decorrentes da própria pessoa.
Além de influenciar a todos com a sua visão, o líder carismático é sensível tanto às
limitações ambientais como às necessidades de seus liderados e exibem comporta-
mentos diferentes dos comuns (ROBBINS, 2002, p. 317).
De acordo com Schermerhorn (1996, p. 232) a liderança carismática cria uma rela-
ção inspiradora entre o líder e seus seguidores.
É um tipo de liderança que, acredita-se, traz melhores resultados quando há um
componente ideológico envolvido ou um alto grau de incerteza e tensão no am-
biente. O líder carismático articula metas ideológicas e se sacrifica para persegui-las
(BATEMAN & SNELL, 2007, p. 410).
Podemos tomar como exemplo de líder carismático Martin Luther King e a sua vi-
são de um mundo melhor. Em defesa dessa visão, a qual ele chamava de “sonho”, Lu-
ther King organizou e liderou um grande movimento em defesa de direitos civis iguais
para todos, com a adesão de muitos seguidores (YOUTH FOR HUMAN RIGHTS, 2013).
Entre as características de um líder carismático, destaca-se sua capacidade orató-
ria e eloquência, que são de grande ajuda na divulgação da visão e motivação dos
seguidores (BATEMAN & SNELL, 2007, p. 410).
prios interesses pelos outros. Em sua própria liderança, o líder luta pela autenticida-
de na forma de honestidade, sinceridade, confiabilidade, integridade e credibilidade
(BATEMAN & SNELL, 2007, p. 412).
ve-se observar que a exposição nítida da visão e dos valores da organização, dirá as
pessoas se aquele ambiente de trabalho é compatível com suas aspirações (DAVIDSON,
2003, p.303). E, quanto mais convencidos os colaboradores estiverem de que as ordens
ou instruções são válidas, mais esforços, comprometimento e atenção serão aplicados
à execução destas ordens, resultando em melhor desempenho da equipe.
Segundo Bateman & Snell (2007, p. 20), os melhores gerentes colocam a “mão
na massa”, também fazem o trabalho duro. Quando o gestor não é um bom líder, há
dificuldade em se obter bons seguidores. Pessoas tendem a respeitar um líder que
participa do trabalho como um todo, que sai e executa as coisas como meio de en-
tender como funcionam.
Ainda, segundo Belini (2013), para manter a competitividade a empresa deve en-
xergar o conjunto de oportunidades, montar em cima e sair na frente, seja em relação
ao produto, tecnologia ou marketing, ou seja, deve dar atenção especial a inovação.
E essa inovação deve levar em conta não apenas as condições vigentes, mas também
as previsões para o futuro.
Além de tudo, Belini (2013) defende a transformação pessoal como forma de
transformar a empresa. Para ele se os indivíduos estiverem em um processo de evo-
lução contínua, este provoca transformações dentro da empresa de forma espon-
tânea. Nos processos de transformação que ocorreram, não foram só os cargos que
mudaram, foram as mentalidades. E ele mesmo segue se transformando, através
da participação no MEI (Mobilização de Empresários pela Inovação), e segundo ele,
também através das muitas ideias que chegam pela plataforma de comunicação
da empresa.
Esse é o perfil do homem que é visto como um dos líderes mais transformadores
em uma indústria que já é definida como inovadora. A empresa vinha perdendo mer-
cado, porém desde a atuação de Cledorvino Belini no país, entrou em um período de
crescimento. O melhor desempenho seja em resultado, seja em inovação na empre-
sa, a nível global, é associado a filial no Brasil. A empresa teve bom desempenho em
geral, mas na América Latina, sob a liderança de Belini sobressaiu, e apenas em 2012
o crescimento foi de 10% em relação a 2011 e a participação de mercado alcançou
23%. Prova do êxito e da eficiência da liderança (BELINI, 2013).
3 METODOLOGIA
Para o desenvolvimento deste trabalho, inicialmente foi realizada uma revisão bi-
bliográfica sobre o tema.
Para Severino (2007), revisão, ou pesquisa, bibliográfica é aquela que se realiza a
partir do registro de disponível, decorrente de pesquisas anteriores, em documentos
impressos, como livros, artigos, teses, etc.
Sua finalidade é fazer com que o pesquisador entre em contato direto com todo
o material escrito sobre um determinado assunto, auxiliando o mesmo na análi-
se de suas pesquisas ou na manipulação de suas informações. Portanto, ela pode
ser considerada como o primeiro passo de toda a pesquisa científica (MARCONI &
LAKATOS,1992). Assim, para este trabalho, foram consultadas várias literaturas rela-
tivas ao assunto em estudo, como livros e artigos científicos publicados na internet .
Utilizou, também, o estudo de dois cases de sucesso. De acordo com Almeida
(1996), o estudo de caso consiste em coletar e analisar informações sobre determi-
nada organização, a fim de estudar aspectos de acordo com o assunto da pesquisa.
80 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p 68-81, 2013 A importância da liderança da empresa moderna
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os fatores citados neste trabalho apontam a liderança como um fator indispensá-
vel ao sucesso de uma empresa. É através do líder e sua atuação, que os esforços dos
funcionários e os objetivos organizacionais são alinhados num mesmo sentido e ritmo.
É como uma orquestra, onde embora cada integrante tenha uma habilidade diferente,
quando regida por um maestro qualificado, consegue produzir um resultado harmo-
nioso e diferenciado.
Embora andem de mãos dadas, gestão e liderança são coisas diferentes e não de-
vem ser confundidas. Gestão está mais ligada à administração de recursos e obtenção
de resultados, enquanto a liderança visa influenciar a todos dentro de uma organiza-
ção, a mobilizarem seus esforços numa mesma direção.
É o líder que não apenas cria como também dissemina a visão, que é mais que uma
expectativa. Ela expressa as ambições do líder e é uma imagem mental, de um estado
futuro possível e desejável para a organização. Em concordância com Bateman & Snell,
(2007, p. 395) é a visão que define a direção, dá o norte.
O líder deve orientar os subordinados e alinhar seus objetivos com os da empresa.
Embora existam algumas teorias sobre liderança, não há uma forma de liderar que pos-
sa ser definida como sendo a melhor. O tipo de empresa, o objetivo e principalmente a
situação é que definem o estilo mais adequado de liderança a ser exercido, como nos
diz Robbins, (2002. p. 305). Cabe ao gestor e empresa, identificar o tipo de liderança
mais indicado ao seu contexto situacional.
A liderança é exercida de formas diferentes, porém o líder deve ser alguém respei-
tado e admirado por seus seguidores, já que estes devem seguir seu exemplo e ideias.
Também deve ser alguém disposto a promover as mudanças necessárias ao bom de-
sempenho da equipe e que resultem em melhor eficiência organizacional.
Independentemente da empresa em que atua, o líder é inovador e um agente de
mudanças organizacionais e comportamentais. Possui pensamento estratégico, po-
rém, embora seja comprometido com resultados, também se preocupa com seus su-
bordinados, desenvolvendo uma relação de respeito, confiança e parceria.
O líder compartilha a informação e está atento a fazer-se entender. É um negocia-
dor aberto ao diálogo, que não apenas levanta diagnósticos de situações e impõe so-
luções, mas também aceita ideias e sugestões, possibilitando melhores soluções para
problemas que surjam e aumentando a integração de toda a equipe.
O mundo evolui, e com ele evoluem também as empresas. Porém uma adequada
atuação da liderança permanece uma constante. Assim como um navio precisa da cor-
reta atuação do seu capitão para chegar ao destino desejado, toda e qualquer empre-
sa, depende também, da atuação de seus líderes, para atingir seus objetivos. Essa é a
maior importância da liderança para a empresa moderna.
GOMES, M. A.; SILVA, J. H. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 68-81, 2013 | 81
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
ALMEIDA, M. L. P. Tipos de pesquisa. In:_______. Como elaborar monografias (4a ed.). Bélem: CEJUP.
1996, cap. 4, 101-110p.
BATEMAN, T. S.; SNELL, S. A. Administração: liderança e colaboração no mundo competitivo (1a ed.). São
Paulo: McGraw-Hill, 2007.
BELINI, C. Líder transformador: de carne e osso. Revista HSM Management. São Paulo: HSM do Brasil. N.
97, v.2, p.18-25. Março-Abril. 2013.
CAVALCANTI, M. (Org). Gestão estratégica de negócios: evolução, cenários, diagnóstico e ação. (2a ed.).
São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2007.
CHIAVENATO, I. Administração nos novos tempos. (2a ed.). Rio de Janeiro: Campus, 1999.
DAFT, R. L. Administração. São Paulo: Thomson Learnin, 2007.
DAVIDSON, H. Compromisso total: como fazer visão e valores realmente funcionarem. Rio de Janeiro:
Campus, 2003.
LI, C. Abra as portas. São Paulo. HSM do Brasil. N.12, v.1, p. 8-20. Janeiro. 2013.
_______. Liderança aberta: como as mídias sociais transformam o modo de liderarmos. São Paulo: Évora,
2012.
MACÊDO, I. I. Aspectos comportamentais: da gestão de pessoas. Rio de Janeiro: FGV, 2003.
MARCONI, M. A.; LAKATOS, E. M. Metodologia do trabalho científico. São Paulo: Atlas, 1992.
O’DONNELL, K. Valores humanos no trabalho: da parede a prática. São Paulo: Gente, 2006.
ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. São Paulo: Prentice Hall, 2002.
RODRIGUES, E. Conseguindo resultados através de pessoas: o grande segredo do gestor bem
sucedido. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2005.
SCHERMERHORN, J. R. Administração. Rio de Janeiro: LTC, 1996.
SERRA, F. Os quatro pilares da estratégia. São Paulo: HSM do Brasil. n.86, v. 3, p. 28-36. mai-jun, 2011.
SLATER, R. Jack Welch and the GE Way. Resenha de FAGUNDES, E. M. Disponível em: < http://www.
efagundes.com/resenhas/Resenhas_pdf/Jack_Welch_GE_way.PDF >. Acesso em: 31 mar. 2013.
TANURE, B.; PATRUS, R. A virada estratégica da fiat no brasil: liderança de mercado e liderança de
resultados. Rio de Janeiro: Campus Elsevier, 2012.
YOUTH FOR HUMAN RIGHTS. Defensores dos direitos humanos. Disponível em < http://
br.youthforhumanrights.org/voices-for-human-rights/champions/martin-luther-king-jr.html >. Acesso em:
05 mai. 2013.
82 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 Os impactos comportamentais da empresa júnior
Resumo
Com o aumento do número de egressos no ensino superior, principalmente nos cursos de
administração, faz-se necessário compreender como o uso de metodologias práticas como
a Empresa Júnior que pode produzir não apenas a fixação de conhecimentos teóricos, mas
o ensinamento do comportamento empreendedor. Dessa forma, o presente estudo busca
compreender a modificação comportamental dos alunos que participaram de um programa
não diretivo de Empresa Júnior durante o curso de graduação, de modo que se pode con-
cluir que a participação neste programa produz o autoconhecimento e a pré-disposição ao
empreendedorismo.
Palavras-Chave: Educação. Empreendedorismo. Empresa júnior.
Abstract
With the increasing number of graduates in higher education, especially in business schools,
it is necessary to understand how the use of practical methodologies such as Junior Company
can produce not only the setting of theoretical knowledge, but the teaching of entrepreneurial
behavior. Thus, this study seeks to understand the behavioral modification of the students
who participated in a non-directive program of the junior company in the graduation, so
that it can be concluded that participation in this program produces the self-knowledge and
pre-disposition to entrepreneurship.
Keywords: Education. Entrepreneurship. Junior company.
1
Especializando em Psicopedagogia Institucional pela Fundação Hermínio Ometto; Bacharel
em Administração de Empresas pela Faculdade de Administração e Artes de Limeira - FAAL.
Profissional para Assuntos Administrativos da Universidade Estadual de Campinas – UNICAMP.
e-mail: sanches.lz@hotmail.com.
2
Prof. do Curso de Administração da FAAL. e-mail: paulomorais@faal.com.br.
SANCHES, L. Z. ; MORAIS, P. R. B. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 | 83
1 INTRODUÇÃO
Segundo os dados apresentados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas
Educacionais Anísio Teixeira (INEP), o número de matriculados nos cursos de formação
superior cresceu 109% no comparativo entre 2001 e 2010, passando a ter 2.182.229
inscritos no ano de 2010, sendo o destaque para os cursos de “Ciências sociais, negó-
cios e direito” correspondente a 41,5% das opções de matrícula (INEP, 2011).
Contudo, conforme apresenta Santos, Nogueira e Fajardo (2011), o curso de Admi-
nistração tem ganho espaço significativo nas instituições de ensino desde 2008, pas-
sando hoje a ser o curso com maior procura ocupando o primeiro lugar no ranking
dos cursos presenciais (18,5% das inscrições nacionais) e segundo lugar nos cursos a
distância (27,3%).
Tal crescimento vitaliza as palavras de Chiavenato (2000) ao analisar a história da
administração e seu desenvolvimento, pois:
[...] no decorrer da história da humanidade, a administração se desenvolveu com
uma lentidão impressionante. Somente a partir do século XX é que ela surgiu e
apresentou um desenvolvimento de notável pujança e inovação [...] Apesar de o
trabalho sempre ter existido na história da humanidade, a história das organizações
e de sua administração é um capítulo que teve seu inicio há pouco tempo
(CHIAVENATO, 2000).
Este crescimento consonante ao desenvolvimento econômico e social demonstra
que o administrador tem se tornado um profissional desejado pelas organizações,
porém a massificação deste ramo do conhecimento acarreta, direta ou indiretamen-
te, no problema da alta competitividade, de modo que as instituições de ensino pre-
cisam buscar novas abordagens metodológicas que sejam capazes de formar com-
petências significativas e duradouras.
Dessa forma, o presente estudo não busca analisar a metodologia de ensino, mas
qual o impacto que uma metodologia praxista e não diretiva de ensino gera nos gra-
duandos de administração no aspecto da autopercepção.
1.1 Problemática
De acordo com o Ministério da Educação (MEC), ao estabelecer as diretrizes do
curso de Bacharel em Administração, é fundamental que as práticas de ensino sejam
capazes de desenvolver competências e habilidades, tais como:
I - reconhecer e definir problemas, equacionar soluções, pensar estrategicamente [...]
II - desenvolver expressão e comunicação compatíveis com o exercício profissional
[...] III - refletir e atuar criticamente sobre a esfera da produção [...] IV - desenvolver
raciocínio lógico, crítico e analítico [...] V - ter iniciativa, criatividade, determinação,
vontade política e administrativa, vontade de aprender, [...] VI - desenvolver
capacidade de transferir conhecimentos da vida e da experiência cotidianas para o
84 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 Os impactos comportamentais da empresa júnior
1.2 Justificativa
De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a
Cultura (UNESCO), ao abordar sobre a educação para o desenvolvimento humano, a
educação é:
a única forma de ação que pode transformar potenciais em competências para
a vida. Nesta perspectiva, agir para as novas gerações é criar conceitos e práticas
educacionais que possam gerar competências para as pessoas transformarem a
elas mesmas e suas realidades através do pleno desenvolvimento de seu potencial
(UNESCO, 2005).
Dessa forma, pode-se afirmar que a educação deve gerar mais do que conheci-
mento técnico e especializado, antes deve ser capaz de gerar competências compor-
tamentais capazes de transformar realidades.
Sob esta perspectiva, o presente estudo busca analisar como o uso da Empresa
Júnior, como mecanismo educacional, colabora para o desenvolvimento da proativi-
dade através do método não diretivo e praxista de ensino.
1.3 Hipóteses
Considerando o aspecto fundamental que a educação tem na formação profissio-
nalizante e nos aspectos comportamentais, o presente estudo pressupõe a seguintes
hipóteses: a) A participação em um projeto de Empresa Júnior afeta o autoconhe-
cimento sobre a iniciativa e a proatividade; b) O uso da não diretividade no ensino
praxista funciona como estímulo à reação proativa.
SANCHES, L. Z. ; MORAIS, P. R. B. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 | 85
1.4 Objetivos
1.4.1 Objetivo Geral
Analisar como a participação em um projeto de Empresa Júnior afeta a proativi-
dade e a iniciativa dos estudantes do curso de Administração de Empresas.
1.4.2 Objetivos Específicos
Objetivando analisar a iniciativa e proatividade através do autoconhecimento,
este estudo irá:
• Analisar o conceito bibliográfico de competências;
• Definir a iniciativa e suas ramificações;
• Verificar a percepção dos alunos quanto à iniciativa;
• Comparar a iniciativa de aluno ingressos e egresso à Empresa Júnior.
2 REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Competências
Com a estruturação de Teoria Burocrática, na década de 1940, o conceito de me-
ritocracia consolidou-se como única forma de gerar a promoção e o reconhecimento
dos participantes de uma organização (CHIAVENATO, 2000; MAXIMIANO, 2006), de
modo que o conceito de competência ganha nova perspectiva e importância para o
comportamento humano.
Dessa forma, não há como compreender o impacto da Empresa Júnior sobre as
competências, sem que seja definido o conceito de competências através da análise
bibliográfica.
Para o dicionário Ferreira (2005), competência pode ser definida como a “capacida-
de legal, que um funcionário ou um tribunal tem, de apreciar ou julgar um pleito ou
questão. Faculdade para apreciar e resolver qualquer assunto. Aptidão, idoneidade”.
Tal definição demonstra que o conceito de competência está diretamente rela-
cionado às habilidades e qualificações para execução, apreciação e julgamento de
determinada questão. Para Boyatzis apud MUNCK (2011), competência pode ser de-
finida como “um estoque de conhecimentos, habilidades e atitudes que permitem ao
indivíduo alcançar resultados diferenciados”.
Contudo, para Zarifian e Boterf apud MUNCK (2011), não basta possuir a capa-
cidade de estocar conhecimentos e habilidades, antes é fundamental ser capaz
de utilizá-los mediante determinado estímulo de forma específica e imediata.
Brandão (2008), por sua vez, afirma que mesmo sem um consenso claro sobre o
significado de competências, é possível entender as competências profissionais como:
86 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 Os impactos comportamentais da empresa júnior
2.2 Iniciativa
Segundo o Project Management Institute (PMI), quando relacionado ao trabalho,
competência é definida como o conjunto de conhecimentos, atitudes, habilidades e
outras características pessoais que:
• Afeta a maior parte trabalho individual;
• É correlacionada com performance no trabalho;
• Pode ser medida diante dos padrões aceitáveis;
• Pode ser melhorada através do treinamento e desenvolvimento;
• Pode ser dividida em dimensões de competências (PMI, 2002).
Dessa forma, quando relacionadas ao trabalho, as competências podem ser des-
critas como consistindo de três dimensões separadas:
SANCHES, L. Z. ; MORAIS, P. R. B. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 | 87
Kim e Mauborgne Criação de novos espaços competitivos ainda não dominados pela
(1999) concorrência.
3
Delmar (1996) define que há cinco fatores motivacionais que determinam esta necessidade de realização,
sendo eles as possibilidades de: a) autorrealização; b) tomada de risco; c) feedback dos resultados; d)
inovação pessoal; e, e) planejamento para o futuro.
SANCHES, L. Z. ; MORAIS, P. R. B. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 | 91
Reprodutivista Produtivo
Sujeito
Estático Dinâmico
3 METODOLOGIA
3.1 Definições
Para desempenhar “a tentativa de resolver problemas por meio de suposições,
isto é, de hipóteses, que possam ser testadas através de observações ou experiên-
cias” (GEWANDSZNAJDER, 2004), é preciso estruturar um método de trabalho que
englobe todas as etapas de execução a fim de alcançar determinado objetivo.
Dessa forma, a metodologia científica trata-se do conjunto coerente de procedi-
SANCHES, L. Z. ; MORAIS, P. R. B. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 | 93
tivo, deve-se buscar uma abordagem metodológica de pesquisa que consiga de-
monstrar a percepção que os estudantes têm quanto à iniciativa empreendedora no
decorrer das fases de execução do estágio.
Para tanto, é fundamental que a percepção sobre os aspectos educacionais sejam
analisadas por quatro distintas perspectivas da formação do desenvolvimento hu-
mano, a saber: a) ser; b) conhecer; c) conviver; e d) fazer (Quadro 4).
Quadro 4 – As quatro competências do desenvolvimento humano
Competência Aprender a Definição
tomia de “quantitativo” versus “qualitativo”, tal como afirma Moreno (1974) “o ‘quali-
tativo’ está contido no ‘quantitativo’; não é destruído ou esquecido, mas, sempre que
possível tratado como uma unidade”.
Deste modo, se por um lado faz-se necessário abordar a percepção dos estudantes
quanto aos aspectos conceituais de forma qualitativa, por outro é fundamental mensu-
rar sua percepção de forma a quantificar o impacto resultante da participação do projeto.
Para tanto foram adotadas como ferramentas de medição da percepção como a esca-
la de diferencial semântico de Osgood e a escala de Likert, as quais permitem compreen-
der respectivamente o nível de relação entre indivíduo e objeto de estudo, e a percepção
quanto ao objeto e seu grau de aceitação do mesmo (BRANDALISE, 2005).
Dessa forma, foram desenvolvidas vinte e cinco questões que englobam cinco
aspectos do estudante: a) aspecto demográfico; b) aspecto pessoal; c) aspecto cog-
nitivo; d) aspecto social; e, e) aspecto produtivo. Dentre as questões foram conside-
rados tanto questões de compreensão semântica quanto de autopercepção, sendo
as mesmas relacionadas intrinsecamente à dicotomia empreendedor e proatividade.
Percebe-se que os estudantes egressos diferem-se dos demais quanto aos seus
aspectos sociais uma vez que a maioria depende de bolsa de estudo para sua forma-
ção superior, é maior a incidência de deslocamento territorial para o estudo e possui
um quarto dos seus alunos no setor público.
Tal cenário afeta significativamente em questões como aprendizagem, oportuni-
dades, perspectivas e expectativas quanto ao mercado de trabalho, os referenciais
de empreendedor e de competitividade, de modo que se pode dizer — a partir de
uma análise unicamente social — que o grupo ingresso possui maior propensão ao
empreendedorismo corporativo por advirem de uma cosmovisão tipicamente do
meio privado e voltado à lucratividade.
3.4.2 Aspecto Pessoal
A compreensão do aspecto pessoal consiste em analisar a compreensão que o
aluno possui de si mesmo quanto as suas escolhas, preferências e expectativas, de
forma que foram analisados fatores como motivos de escolha do curso e da Institui-
ção, expectativas em relação ao curso, grau de aceitação a riscos e o levantamento
de um perfil direcionado.
Observa-se através da análise amostral que os estudantes se assemelham nos
motivos de escolha do curso, destacando-se entre eles a “afinidade” com o mesmo e a
“abrangência” da área administrativa, porém, no público feminino dos alunos egres-
sos o fator “empregabilidade” aparece como segundo lugar do motivo de escolha, o
que provavelmente se relaciona ao fato da maioria ser bolsista.
Os alunos ingressos possuem como expectativas do curso, além de outros moti-
vos não informados, abrir o próprio negócio (29%) e aumentar o cargo na empresa
(24%), de forma que suas escolhas quanto à Instituição se baseiam principalmente
na metodologia (62%).
Por sua vez, os egressos objetivam entre outros o aumentarem de cargo (33%) e
abrir um negócio próprio (24%), sendo que suas escolhas firmam-se em outros fato-
res não declarados (43%), de forma que esta perspectiva entre a estabilidade orga-
nizacional e o cenário inesperado do empreendedorismo revela-se pela aceitação a
riscos, onde em uma escala de 1 a 5, 100% dos egressos responderam acima de 3 sua
aceitação a riscos contra 85% dos egressos.
Nota-se, contudo, que os homens em ambos os grupos possuem maior propen-
são a assumir riscos do que as mulheres, sendo a aceitação a riscos acima de 4 de 70%
no egressos e 80% nos ingressos.
Observa-se, dessa forma, que a participação na Empresa Júnior afeta à propen-
são a riscos do grupo estudantil, uma vez que mesmo os ingressos possuindo maior
SANCHES, L. Z. ; MORAIS, P. R. B. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 | 97
4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conforme se observam a partir da análise amostral, os estudantes que participa-
ram da Empresa Júnior foram capazes de desenvolver um autoconhecimento mais
claro e amplo sobre o empreendedorismo e suas implicações, sendo que das carac-
terísticas fundamentais do empreendedor como necessidade de realização, eleva-
do otimismo, propensão à tomada de riscos e desejo de autonomia, os estudantes
egressos apresentaram desenvolvimento significativo de tais competências.
Dessa forma, pode-se afirmar que o modelo não diretivo, por permitir que o aluno
tome suas próprias decisões de ação frente aos problemas, é capaz de integralizar os
aspectos teóricos ao práxismo de modo que resultam na construção de um condicio-
namento sobre o procedimento de tomada de decisão, um maior autoconhecimento
quanto ao estado psicológico frente às situações adversas e maior compreensão so-
bre a importância da teoria no cotidiano das empresas e organizações.
Assim, uma vez validada a hipótese da funcionalidade deste método de ensino,
podem ser realizadas novas pesquisas com diferentes áreas do conhecimento hu-
mano, uma vez que esta pesquisa foi direcionada ao ambiente administrativo, não
permitindo inferir sua continuação válida frente às áreas como marketing, recursos
humanos, design, entre outros.
Nota-se também, a necessidade de construir modelos de ensino que enfatizem a
construção de competências não apenas conceituais, mas também comportamen-
tais uma vez que o confronto entre a teoria e a prática não resulta em uma ineficiên-
cia no ensino teórico, mas no estímulo ao desenvolvimento da pesquisa e na busca
de melhores práticas para a resolução de problemas.
Portanto, o uso de modelos não diretivos demonstra ser eficiente tanto no as-
pecto acadêmico quanto profissional, sendo capaz de formar profissionais mais
qualificados para o mercado de trabalho e gestores capazes de operacionalizar o
100 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 Os impactos comportamentais da empresa júnior
5 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BBC / British Broadcasting Company Ltd. Business studies: enterprise. Disponível em: <http://www.bbc.
co.uk/schools/gcsebitesize/business/aims/publicsectorrev1.shtml>. Acesso em: 07 out. 2012.
BOTERF, G. L. Desenvolvendo a competência dos profissionais. Porto Alegre: Artmed, 2003, 278 p.
BRANDALISE, L. T. Modelos de medição de percepção e comportamento. Toledo: Unioeste, p. 18,
2005.
BRANDÃO, H. P. BAHRY, C. P. FREITAS, I. A. Os impactos do suporte à transferência sobre a aplicação
de competências no trabalho: a percepção dos mestres e doutores do Banco do Brasil, Revista de
Administração, São Paulo, v.43, n. 3, p. 224-237, jul./ago./set. 2008.
BRASIL JUNIOR. Relatório censo de identidade. Disponível em: <http://www.brasiljunior.org.br>.
Acesso em: 29 mar. 2012a
_______. DNA júnior. Disponível em <http://www.brasiljunior.org.br>. Acesso em: 28 mar. 2012b
CHIAVENATO, I. Introdução à teoria geral da administração. 6 ed. Rio de Janeiro: Campus, 2000.
DELMAR, F. Entrepreneurial behavior and business performance. 1996. 296 f. (Doutorado em
Filosofia) – Stockholm School of Economics, Stockholm, 1996.
ELIOT, T.S. The complete poems and plays, 1909-1950. New York: Harcourt, Brace and Co., 1952.
FAAL / Faculdade de Administração e Artes de Limeira. Disponível em: <http://www.faal.com.br/
institucional/>. Acesso em: 13 out. 2012.
FERREIRA, A. B. H. Minidicionário aurélio da língua portuguesa. 6 ed. Curitiba: Positivo. 2005.
FREITAS, H.. et al. O método de pesquisa survey. Revista de Administração, São Paulo, v. 35, n. 3, p. 105-
112, jul./ago./set. 2000.
GAVA, R. Proatividade de mercado: construção de um modelo teórico. 2009. 347 f. Tese (Doutorado em
Administração) – Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2009.
GEWANDSZNAJDER, F. O método nas ciências naturais. In: ALVES-MAZZOTTI, A. J.; GEWANDSZNAJDER, F.
O método nas ciências naturais e sociais: pesquisa quantitativa e qualitativa. São Paulo: Thomson
Learning, 2004. 203 p.
INEP / Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Censo da educação
superior: 2010 – resumo técnico. Brasília: INEP, 2011.
JOLLY, L. RADCLIFFE, D. Reflexivity and hegemony: changing engineers. Disponível em: <http://www.
ascilite.org.au/aset-archives/confs/aset-herdsa2000/procs/jolly2.html>. Acesso em: 12 out. 2012.
KATZ, R. I. As habilitações de um administrador eficiente. Disponível em: <http://www.
organizaconsultoria.com.br/artigos/artigos_detalhes.asp?id=8>. Acesso em: 12 out. 2012
LEFRANÇOIS, G. R. Teorias da aprendizagem. São Paulo: Cengage Learning, 2009. 479 p.
MAXIMIANO, A. C. A. Teoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital. São Paulo:
Atlas, 2006. 520 p.
SANCHES, L. Z. ; MORAIS, P. R. B. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 82-101, 2013 | 101
Resumo
Este estudo pretende compreender melhor as mudanças nas relações entre espaço, processo
criativo, obra de arte e fruição estética. A partir de autores que discutem questões da arte
moderna e contemporânea, pretende-se investigar estas relações, abordando o uso do termo
site-specific, suas variações e aplicações, sendo este, atuante na obra e a obra determinante no
espaço. As obras analisadas são de artistas atuantes da década de 1960 e artistas contempo-
râneos brasileiros. As análises das obras possibilitam reflexões sobre variações e modificações
exercidas na obra considerando o espaço, os rompimentos artísticos iniciados na década de 60,
os desdobramentos do site-specífic, criações vinculadas diretamente ao espaço previamente
determinado, as questões físicas geradoras de adequação das obras, o público e a determina-
ção do espaço por vezes vinda do curador. Mostrar, ainda, como a relação obra e espaço não
são frutos do acaso ou resultado de pura inspiração, desmistificando, em certa medida, o pro-
cesso de criação, podendo, também, servir como referência para artistas, estudantes ou profes-
sores de artes na elaboração de projetos que envolvam a ocupação de um determinado espaço.
Palavras-chave: Obra e espaço. Processo criativo. Fruição estética. Site-especific.
Abstract
This study aims to better understand the changes in the relationships between space, creative
process, work of art and aesthetic enjoyment. From authors who discuss issues of modern and
contemporary art, it is intended to also investigate these relationships by considering the use of the
term site-specific, its variations and applications, this being active in the work and the work of de-
termining the space. The works analyzed are artists active in the 1960s and contemporary Brazilian
artists. The analyzes of the works enable reflections on variations and changes in the work perfor-
med considering the space, disruptions art started in the 60s, the ramifications of the site-specific
creations directly linked to the predetermined space, physical issues generating adapted works, the
public and the determination of space sometimes coming healer. Show also how the relationship
works, and space are not the result of chance or the result of pure inspiration, demystifying some
extent, the process of creation, and may also serve as a reference for artists, students and art tea-
chers to draw up projects involving the occupation of a given space.
Keywords: Work and space. Creative process. Aesthetic enjoyment. Site-specific.
1
Aluna do Curso de Artes Visuais da Faculdade de Administração e Artes de Limeira (FAAL). e-mail: b_batistela@
yahoo.com.br.
2
Professora (Orientadora) do Curso de Artes Visuais da FAAL. e-mail: flaviafabio@gmail.com.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 103
1 INTRODUÇÃO
Em constante transformação, a arte propõe discussões e análises em todos os con-
textos nos quais ela se apresenta. Mudanças e rompimentos sempre foram vinculados
à história da humanidade, estendendo-se para as manifestações artísticas. Uma dessas
mudanças, como exemplifica Bardonnèche (1997, p.195), é o espaço onde a arte se insere.
Ao longo dos anos, a arte, que antes ocupava as igrejas e os reinados, logo, tor-
na-se presente nas casas da burguesia, nas galerias. Se populariza, ganha as ruas das
cidades, permeando o cotidiano das pessoas, ocupando muros, espaços abandona-
dos, até unir-se à tecnologia digital, espalhando-se pelas rede.
Pensar o espaço, na arte moderna e contemporânea, não se restringe a percebê-
-lo simplesmente como um território físico. É necessário incorporar o seu contexto –
o espaço social, cotidiano, o espaço que é histórico – e considerar o importante papel
que ele assume na própria obra de arte nele inserida. Que características desse espa-
ço poderão ser relevadas, atuando direta ou indiretamente sobre a obra?
Neste trabalho, apoiando-me em autores que discutem questões da arte moder-
na e contemporânea, pretendo investigar estas relações, abordando o uso do termo
site-specific, suas variações e aplicações, sendo este, atuante na obra e a obra deter-
minante no espaço inserido.
Para ilustrar esse estudo serão analisadas obras de alguns artistas atuantes, a par-
tir da década de 1960, cujos trabalhos travam um diálogo estreito com o espaço no
qual estão inseridas, possibilitando reflexões sobre variações e modificações exerci-
das na obra considerando o espaço, os rompimentos artísticos iniciados na década
de 60, os desdobramentos do site-specífic, criações vinculadas diretamente ao espa-
ço previamente determinado.
3
Definição de Lugar segundo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa s.m. (sXIII) 1 parte delimitada de um
espaço; local, sítio, região <procura um l. Reservado para morar><a caravana passou por l. Inóspito> 2 local
onde se está ou se deveria estar; posto, posição, ponto<de seul. Ele podia ver quem se aproximava da casa>
3 posição, posto considerado apropriado para alguém ou como lhe sendo devido <o teu l. É junto da tua
família> 4 local frequentado por certa classe de pessoas; roda, ambiente <vive em l. pouco recomendáveis>
5 espaço livre <já não há l. para ninguém nesta sala> 6 disposição ou posição das coisas nos espaços que lhes
são reservados <deixou o livro do l.> 7 posição relativa numa série, numa escala <chegou em último l.> <obteve
o primeiro l. no concurso> 8 assento ou espaço que uma pessoa pode ocupar como passageiro, espectador
etc. <reserve dois l. no teatro> <um ônibus com trinta l.> 9 direção, sentido, rumo <rodou, rodou, e enveredou
por um l.errado> 10 trecho, passagem num texto ou numa partitura 11 fig. Papel, importância que tem uma
coisa ou pessoa para alguém <em sua vida sempre houve l. para música> 12 fig. Condição, situação, posição
<põe-te no meu l. e vê se farias melhor>.
104 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 O espaço na arte moderna e contemporânea
espaço existencial, por entre tantos, a obra pode ser criada, destinada, modificada,
realizada e analisada
Analisaremos lugar, nesse estudo, como o local definido e delimitado de um es-
paço ao qual a obra se encontra. Já o termo espaço,4 será compreendido como a ex-
tensão previamente planejada no qual a obra será instalada, ou seja o espaço físico.
Por ser um termo mais abrangente, espaço, será estudado como variante fundamen-
talmente relacionada à escolha, criação, modificações que ocorrem no processo de
formação e finalização de uma obra em suas diversas modalidades.
O termo “espaço”, em si mesmo, é mais abstrato do que o de “lugar”, por cujo
emprego referimo-nos, pelo menos, a um acontecimento (que ocorreu), a um mito
(lugar-dito) ou a uma história (lugar histórico). Ele se aplica indiferentemente a uma
extensão, a uma distância entre duas coisas ou dois pontos (deixa-se um “espaço”
de dois metros entre cada moirão de uma cerca), ou a uma grandeza temporal (“no
espaço de uma semana”) (AUGÉ, 1994, p.77).
Pesquisando a definição de espaço e autores que apresentam a discussão sobre
o termo em arte, podemos descrevê-lo como algo mais amplo que uma área de-
terminada. Espaço pode compreender muito mais que a dimensão física. Em arte
podemos usá-lo de forma abrangente, fazendo referência a um espaço físico ou a
um espaço social, espaço geométrico, espaço antropológico, espaço existencial. Isso
porque a arte não só nos permite essa exploração, mas estimula múltiplas percep-
ções do espaço ao inserirmos nele uma obra de arte. E que espaço poderia ser esse?
O espaço social, por exemplo, é o espaço compartilhado, ou antropológico, do
cotidiano, aquele que está inserido na sociedade, socializado em um determinado
meio coletivo. Tassinari (2009, p.144) comenta que “O espaço não é o espaço só de al-
guém, ou o espaço só de sua visão, se, mesmo sozinho, for tomado como um espaço
intersubjetivo aberto à participação dos outros.”
Marc Augé, em Não Lugares, apoia-se em Merleau-Ponty, para distinguir o espaço
existencial do espaço geométrico:
4
Definição de Espaço segundo Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. s.m. (sXIV) 1 extensão ideal,
sem limites, que contém todas as extensões finitas e todos os corpos ou objetos existentes ou possíveis
2 extensão limitada em uma, duas ou três dimensões; área ou volume determinados <o e. era pequeno para
a construção do prédio> <o e. interior era aconchegante> 3 a extensão que compreende o sistema solar, as
galáxias, as estrelas; o Universo 4 região situada além da atmosfera terrestre, ou além do sistema solar <o
foguete avançava no e.> 5 fig. ambito, alcance indefinido <ficou ali, desnorteado, os olhos perdidos no e.>
6 capacidade, acomodação <há e. para todos no auditório> 7 cabimento, oportunidade <não havia e. para
aquele tipo de comportamento> 8 período ou intervalo de tempo <num e. de dois meses escreveu o livro>
9 demora, delonga <precisava de mais e. para desenvolver sua tese> 10 campo abrangido idealmente por
determinada área dos conhecimentos e fazeres humanos <e. cultural> < e. literário> 11 EDIT o claro que
constitui a separação entre as palavras de uma linha em texto impresso ou manuscrito 12 GRÁF peça em
forma de anel que é encaixada entre os discos da máquina de pautar, para produzir o espaço claro entre
duas linhas.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 105
5
Sonia Guggisberg (São Paulo-SP, 1964) é Mestre em Artes pela Unicamp e Doutoranda em Comunicação
e Semiótica em 2012. Realizou mostras individuais e coletivas, a partir da década de 90. Entre 2005 e 2007
dedicou-se ao projeto “Bolhas Urbanas” de sua autoria que trata de intervenções em ruínas do patrimônio
histórico na cidade de São Paulo.
106 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 O espaço na arte moderna e contemporânea
Quando a obra ocupa uma posição no espaço, seja ele determinado pelo artista ou
curador, não se trata de uma ocupação apenas física e presencial, mas de significações,
conceitos e experiências. Nessa situação o espaço transcende sua termologia, passan-
do a atuar sobre a obra, como comenta Michael Archer, mencionando Merleau-Ponty:
Merleau-Ponty caracteriza a natureza recíproca do processo por meio do qual os
indivíduos chegam a uma consciência do espaço e dos objetos em torno de si: “o
espaço não é o cenário (real ou lógico) em que as coisas são dispostas, mas o meio
pelo qual a posição das coisas se torna possível” (ARCHER, 2001, p.56).
É importante considerar, também, o público no processo de concepção e constru-
ção da obra. “O público tem papel determinante, além dos aspectos físicos e fixos do
espaço deve-se atualizá-lo e ativá-lo tais aspectos”, salienta Barreto (2007).
Ainda, segundo Barreto (2007, p. 52-59), entre os espaços físicos, existe o espaço
de circulação que consiste na participação direta do público como atuante na obra e
no espaço, definido nessa pesquisa como espaço social.
O artista Cildo Meireles,7 nomeia espaço social como circuito, em sua obra Coca-
-Cola (Inserções em circuitos ideológicos) o artista faz inscrições com opiniões críti-
6
Disponível em: <http://soniaguggisberg.com.br/pt/?p=380> . Acesso em: 13 out. 2012.
7
Cildo Campos Meirelles (Rio de Janeiro-RJ, 1948). Artista multimídia. Utiliza intervenção política, a partir de
objetos banais principalmente em suas produções entre os anos 70 e 75.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 107
cas ou subversivas, como por exemplo, Yankees go home nas garrafas dessa marca de
refrigerante, uma frase anti-imperialista em um produto extremamente imperialista
norte-americano. Essas mensagens foram impressas em silk-screen, com tinta branca
vitrificada.
Como a inscrição não aparece no vidro transparente da garrafa, tornando-se vi-
sível apenas quando é colocado o líquido escuro (Coca-Cola), as garrafas retornam
reabastecidas para o público. Esse tipo de trabalho utiliza a circulação do seu público
como espaço de suas obras. No momento em que o artista disponibiliza sua obra
para circular entre a população, ele perde o controle sobre o espaço. Obras como
essa podem tomar diferentes rumos e resultados inusitados.
“Coca-Cola” é um exemplos de obra que rompe com a tradição da forma como
a arte se apresentava, apenas em museus ou igrejas, e que dependem diretamente
do público em um espaço social para que elas aconteçam. Canton (CANTON, 2009,
p.17) descreve que “[...] hoje as expressões artísticas são exibidas dentre a arquitetura
moderna de forma mais natural possível para que a arte fale por si.”
Outro exemplo, é a obra Sem título, de 1965, do artista americano Robert Morris9
(Figura 2). Nelas, além da interferência direta do espaço na aparência da obra, a pre-
sença do público também exerce uma interferência efêmera na obra.
A obra é composta por quatro cubos feitos com espelhos e, analisa Archer (2001)
que, quando essa escultura está inserida em uma galeria, por exemplo, possibilita ao
observador uma experiência única com esse espaço, que encontra-se refletido na
obras, ao caminhar por entre elas: “o próprio corpo [...] articulava o espaço com uma
certa quantidade de formas retilíneas planas, quase arquiteturais” (ARCHER, 2001,
p.57-58).
9
Robert Morris (Kansas City-MO, 1931). Escultor, foi um dos principais artista do Minimalismo. Seu trabalho
ao longo dos anos não seguiu apenas uma direção, ele explorou diferentes formas e matérias.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 109
Inquieta, antes, a nova fisionomia que o espaço oferecido para acondicionar a terra
adquire. [...] A terra agrega as paredes e os pilares da sala como partes da obra. Se
já existiriam antes, ou se teriam sido modificados para o recebimento da terra, não
importa. O que importa é que também possuem o aspecto de partes de uma sala
que poderia existir sem a terra. É um espaço cotidiano, em princípio passível de
ser preexistente à obra, e por ela modificado não a ponto de perder laços com sua
fisionomia sem a presença da terra (TASSINARI, 2001, p.8 e p.87).
Tassinari (2001, p.120) aponta “o espaço das obras com o espaço do mundo em co-
mum – torna os gêneros artísticos sem limites espaciais definidos, e, por consequência,
também suas delimitações conceituais”. Tal afirmação é perfeitamente reconhecível
em diversos trabalhos desenvolvidos pelos artistas do minimalismo, da land art e de
muitos outros desdobramentos que vistos em artistas contemporâneos. Seja o espaço
determinado pelo artista, pela organização, pelo curador ou por outros, ele afirma que
a arte contemporânea acrescenta “novos sentidos” ao cotidiano inclusive dentro de
uma sala de museu, como ocorre em The New York Earth Room (TASSINARI, 2001, p.88)
Figura 4 – The New York Earth Room
15
Christo Yavashev (Gabrovo-Bulgária, 1935). Jeanne-Claude Denat de Guillebon (Casablanca- Marrocos, 1935 –
Nova York, 2009). Suas obras consistem em intervenções efêmeras em paisagens urbanas e rurais, são
projetos que envolvem embrulhos, geralmente colossais. Tal técnica começou a ser explorada em 1958 com
contêineres embalados em lona.
16
Segundo o dicionário Houaiss Efêmero – que dura pouco, temporário, passageiro, transitório.
112 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 O espaço na arte moderna e contemporânea
biente lhes propiciam, seja da arquitetura ou da paisagem. Tal relação pode associar-se
à teoria da crítica de arte Rosalind Krauss, no que se refere ao Campo Expandido.
As obras de Christo e Jeanne-Claude, podem ser classificadas como esculturas,
mesmo que inseridas na paisagem ou na arquitetura, encontram-se ao que Krauss
define como não paisagem e não arquitetura.
A obra Reichstag embrulhado (Figura 5) tinha como propósito o resgate de uma
civilização democrática que, em 1971, momento da sua concepção, apresentava-se
dividida em dois países. Porém, sua execução foi possível apenas em 1995, após a
reunificação da Alemanha. Para embrulhar a sede do parlamento alemão, foram uti-
lizados 200 toneladas de aço para estruturar 328 mil m² de tecido de polipropileno
revestido com alumínio, gerando um gasto de 15 milhões de marcos na época.
17
Disponível em: <http://www.escreveretriste.com/2012/01/contagem-decrescente-2/reichabovevolz/>. Aces-
so em: 10 jul. 2012.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 113
Em alguns casos como já mencionado na obra The New York Earth Room, de
Walter de Maria, a escolha do espaço físico onde a obra será inserida, não ocorre a
partir definição do artista, como acontece na obra de Christo e Jeanne-Claude, por
vezes ela ocorre da decisão de terceiros. O artista então deverá produzir e realizar sua
obra em função desse espaço específico, nessas circunstâncias Barreto (2007, p.28)
questiona: “sendo assim, o lugar pré-existe a obra?”
Ao refletir sobre essa questão podemos levantar fatores diretamente relaciona-
dos em uma escolha como essa, tais como: dimensões, posicionamento, matéria en-
18
Bartolomeo Gelpi (São Paulo-SP, 1975) formou-se em Artes Plásticas na FAAP no ano de 1997, fez o curso de
História da Arte com Rodrigo Naves e trabalhou em monitorias no MAM, onde deu aulas de introdução à
pintura a óleo. Suas pinturas são realizadas no próprio local de exposição, dialogando assim com o espaço ao
qual está inserido. Utiliza madeira, tela e as próprias paredes como suporte em suas obras.
19
Disponível em: <http://bartolomeogelpi.blogspot.com.br/2011/06/2011-rosa-dos-ventos.html>. Acesso em:
10 jul. 2012.
114 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 O espaço na arte moderna e contemporânea
tre outros fatores estabelecidos pelo espaço. No entanto tal espaço poderá ser defini-
do por outras instituições ou pessoas que não sejam o próprio artista, como: curador,
instituições financeiras ou patrocinadores – os chamados mecenas20 – museus ou
galerias, premiações ou bolsas. Em certas situações, a concepção da obra poderá ser,
de alguma forma, alterada. Pois, quando o espaço é definido dessa forma, muitas
questões financeiras, principalmente, estão envolvidas, podendo limitar o processo
criativo do artista.
A obra Gone Wild, 1997, de Regina Silveira21 (Figura 7), pode ser um caso tomado
como exemplo de como isso ocorre, quando ela afirma em entrevista para Miriam
Celeste Martins: “Então, fui chamada porque o curador viu a afinidade entre a minha
poética e a poética do arquiteto” (1999, p. 274-279).22
20
Mecenas s.m.2n. pessoa rica que patrocina através de donativos e incentivos, artistas, estudiosos, obras, etc.
Os mecenas podem ser entidades públicas ou particulares, que concedem verbas principalmente através
de projetos. A palavra “mecenas” tem sua origem na Roma Antiga. No século I a.C, Caio Mecenas foi um
conselheiro do imperador romano Otávio Augusto. Caio Mecenas patrocinou a produção de vários artistas e
poetas nesta época.
21
Regina Scalzilli Silveira (Porto Alegre-RS, 1939). Artista multimídia, gravadora, pintora e professora. Constrói
intervenções no espaço (paredes e pisos) com serigrafias, esculturas e silhuetas de vinil ou látex.
22
SILVEIRA, Regina. Processo de criação da obra Gone Wild. In: MARTINS, Mirian Celeste. Arte – o seu
encantamento e o seu trabalho na educação de educadores: a celebração de metamorfoses da cigarra e
da formiga. Tese de doutorado. São Paulo: Faculdade de Educação/USP, 1999. p. 274-279. [Em entrevista
concedida à autora].
23
Disponível em: <http://www.artnexus.com/Notice_View.aspx?DocumentID=16668>. Acesso em: 10 set. 2012.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 115
Neste caso, a artista inicia seu projeto de obra, partindo do espaço sugerido pelo
curador do museu, de onde veio o convite para a exposição.
[...] Então, o que eu quis fazer foi, em primeiro lugar, criar uma situação de passagem,
na entrada do museu. Criar nas paredes, refigurar o animal do chão. [...] Finalmente,
eu estabeleci que eu queria fazer um animal selvagem. Esse animal selvagem
terminou sendo um coiote, porque um coiote tem toda uma importância e uma
presença no lendário americano, e no lendário indígena também. Ele é o enganador,
ele é o mágico, o coiote. Ele ao mesmo tempo impregna toda uma literatura. O
coiote também, naquela área da fronteira onde está San Diego, é a pessoa que faz
os papéis para os mexicanos cruzarem ilegalmente a fronteira. [...] Eu tive que fazer
isso no tamanho do espaço, ou seja, com quatro metros e meio por vinte metros. Eu
fiz isso num estúdio, com tiras de papel, como se fosse papel de parede. Foi o que
eu levei para lá. [...]. (SILVEIRA, In: MARTINS, 1999, p. 274-279).
Em seu depoimento, nota-se que a reflexão sobre o espaço no qual a obra será
montada permeia todo seu processo criativo. Ela pensa em todo o espaço arquitetô-
nico do museu – o interior do museu, o hall de entrada, as formas orgânicas do chão –
incluindo, ainda nesse processo, a localização do museu, trazendo para a obra elemen-
tos da cultura local: da cidade de São Diego no estado da Califórnia, Estados Unidos.
A relação de todos esses fatores que foram envolvidos no processo de criação da
artista, estão diretamente ligados ao espaço que foi proposto pelo curador nesse
caso. Dessa forma podemos refletir a importância que o espaço definirá implicará
muitas vezes na determinação da matéria, escala, cor, forma, linguagem, etc.
Para artistas como Richard Serra,24 seria impossível separar a obra do espaço
que ela está ou estava inserida, do espaço pelo qual a obra foi pensada e elaborada.
Segundo o artista, não haveria hipótese alguma que argumentasse ou justificasse
que sua escultura, “Tilted Arc”25 pudesse ser retirada do espaço que ocupa ou até
realocada. Para ele, a obra perderia seu sentido, já que ela foi feita especificamente
para aquele espaço.
Outros trabalhos, muitas vezes criados para ocupar temporariamente um de-
terminado espaço, podem ganhar vida nova em outro espaço. Exemplo disso é o
trabalho do artista contemporâneo Carlito Carvalhosa, primeiro brasileiro a expor
no Museu de Arte Moderna de Nova York (MOMA). Ele foi convidado a ocupar este
espaço quando o curador do MOMA visitou sua exposição na Pinacoteca do Estado
de São Paulo.
O trabalho “A Soma dos Dias” consiste em um labirinto feito com tecido não tecido
(TNT), na cor branca com quatorze metros de altura, pendendo do teto do espaço,
gravadores e alto-falantes, também pendurados, espalhados entre os tecidos, que
reproduziam os sons gravados dos visitantes no museu do dia anterior.
Atualmente muitos artistas contemporâneos utilizam-se dos desmembramentos
do site-specific.
O brasileiro Jorge Menna Barreto,26 que utiliza desdobramentos em seu processo
de criação, realizou um bom estudo das variações do site-specific em sua dissertação
de mestrado, partindo da análise de seus próprios trabalhos, como “Massa” para a 7ª
Bienal de Havana, em 2000 e “Inseguro” para a 3a Bienal do Mercosul (Porto Alegre,
2003), uma intervenção urbana na qual, partindo da observação do espaço urbano e
o uso de grades de proteção nas casas, ele desenvolve contêineres (peças utilizadas
para compor o espaço expositivo da Bienal) feitos com grades semelhantes às das
24
Richard Serra (São Francisco-CA, 1939). Graduou-se em literatura inglesa, em 1961 e realizou mestrado de
Belas-Artes em 1964. Trabalhou em fundições de aço para se sustentar. Após graduar-se, viajou pela Europa no
período de dois anos. O artista explora em seus trabalhos a materialidade dos metais, mais especificamente
do aço e chumbo.
25
Tilted Arc - Escultura desenvolvida por Richard Serra para a praça, Federal Plaza em Manhattan, Nova York,
encomendado pelo projeto Arte na Arquitetura da GSA (US General Services Administration). Tilted Arc foi
inaugurada, em 16 de julho de 1981, dois anos após sua encomenda. Houveram muitas críticas e manifestos
que acusavam a escultura de destruir a praça em termos de obstrução do espaço e da paisagem visual, foi
ainda intitulada como agressiva, já que sua estrutura possuía as dimensões de 36 metros de cumprimento
por 3,70 metros de altura. Após audiências públicas e por decisão da comitiva da GSA Tilted Arc foi removida
em 15 de março de 1989. Para Serra, realocar a escultura seria como destruí-la, dessa forma para manter os
desejos do artista, a obra foi retirada da Federal Plaza e dividida em três partes que foram guardadas. A obra
não foi instalada em nenhum outro lugar.
26
Jorge Mascarenhas Menna Barreto (Araçatuba-SP, 1970). Artista visual e desenhista. Em 1997, forma-
se bacharel em artes plásticas com especialização em desenho na Universidade Federal do Rio Grande
do Sul (UFRGS), Porto Alegre, e mestrado em Poéticas Visuais, pela Escola de Comunicação e Artes (ECA)
da Universidade de São Paulo (USP), no ano de 2007, onde aprofundou-se no termo site-specific e seus
desdobramentos. Dentre vários trabalhos, o espectador “move” a obra.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 117
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Questionar as possibilidades de transformações ocorrentes em uma obra de
arte, tendo o espaço como fator determinante nas mudanças e nas escolhas feitas
pelo artista, era a proposta central dessa pesquisa. Após analisar uma série de obras
nas quais um espaço específico – site-specific – e seus possíveis desdobramentos –
site-adjusted – são fatores presentes em seus processos criativos, é possível perceber
118 | MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 O espaço na arte moderna e contemporânea
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
AGRA, L. História da arte do século XX: ideias e movimentos. São Paulo: Anhembi-Morumbi, 2004.
ARCHER, M. Arte contemporânea uma história concisa. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2001.
ARGAN, G. C. Arte moderna: do iluminismo aos movimentos contemporâneos. São Paulo: Companhia
das Letras, 2004.
AUGÉ, M. Não lugares: introdução a uma antropologia da supermodernidade. Campinas: Papirus, 1994.
BARBOSA, A. M. Inquietações e mudanças no ensino da arte. 5. ed. São Paulo: Cortez, 2008.
PELI, B.B.; GARBOGGINI, F.A.F. MULTIFAAL, Limeira, v.1, p. 102-119, 2013 | 119
BARDONNÈCHE, D. Espécies de espaços. In.: DOMINGUES, D. (Org.). A arte no século XXI a humanização
das tecnologias. São Paulo: UNESP, 1997.
BARRETO, J. M. Lugares moles. (Dissertação de Mestrado) São Paulo. Universidade de São Paulo, 2007,
149p. (Pós Graduação em Artes).
BARROS, A. M. C. A arte da percepção: um namoro entre a luz e o espaço. São Paulo: Fapesp, 1999.
CAMILLIS, L. S. Criação e docência em arte. Araraquara: JM, 2002.
CANTON, K. Espaço e lugar. São Paulo: WMF Martins Fontes, 2009.
CHRISTOV, L. H. S.; MATTOS, S. A. R. (Orgs.). Arte educação: experiências, questões e possibilidades. São
Paulo: Expressão e Arte Editora, 2006.
Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa. Rio de Janeiro: Objetiva , 2001.
FARTHING, S. 501 grandes artistas. Rio Janeiro: Sextavante, 2009.
FRANÇA, C. Depoimento [2 de nov. 2012]. Campinas, SP, 2012. Entrevista concedida via endereço
eletrônico.
GABLIK, S. Minimalismo. In: STANGOS, N. Conceitos da arte moderna. Rio de Janeiro: Jorge Zahar, 1994.
JUVENAL, R. V.. Sobre o espaço e a percepção no minimalismo: notas sobre obras de Robert Morris
e Dan Flavin, D. 2008, 103 f. Dissertação (Mestrado). Universidade Estadual de Campinas, Campinas, 2008.
KRAUSS, R. E. Caminhos da escultura moderna. 2. ed. São Paulo: Martins Fontes, 2007.
LUCIE-SMITH, E. Os movimentos artísticos a partir de 1945. São Paulo: Martins Fontes, 2006.
MARZONA, D. Minimal art. Colônia - Alemanha: Taschen, 2010.
MESQUITA, I. A soma dos dias. Exposição de Carlito Carvalhosa no MOMA de Nova York. Drops, São Paulo,
n. 12.050.02, Vitruvius, 2011. Disponível em: <www.vitruvius.com.br/revistas/read/drops/12.050/4112>.
Acesso em: 12 jul. 2012.
OSTROWER, F. Criatividade e processos de criação. 26. ed. Petrópolis: Vozes, 2011.
Revista Bravo. O melhor da cultura. São Paulo, Editora Abril, volume: 166, ano 13, n° 164, junho de 2011,
p. 40, Reportagem de Mario Gioia.
_______. O melhor da cultura. São Paulo, Editora Abril, volume: 168, ano 13, n° 164, agosto de 2011,
p. 82-85, Reportagem de Bruno Moreschi.
_______. O melhor da cultura. São Paulo, Editora Abril, volume: 169, ano 13/ n° 164, setembro de 2011,
p. 54-55, Reportagem de Mario Gioia.
SILVEIRA, R. Processo de criação da obra Gone Wild. In: MARTINS, M. C. Arte - o seu encantamento e
o seu trabalho na educação de educadores: a celebração de metamorfoses da cigarra e da formiga. 1999.
279 f. Tese (Doutorado em Educação). Universidade de São Paulo / Faculdade de Educação, São Paulo, 1999.
TASSINARI, A. O espaço moderno. São Paulo: Cosac & Naify, 2001.
TESSLER, E., BRITES, B. Coloque o dedo na ferida aberta ou a pesquisa enquanto cicatriz. In: _______.
O meio como ponto zero: metodologia da pesquisa em artes. Porto Alegre: Editora da Universidade,
2002. pp. 105-111.
ZAMBONI, S. A pesquisa em arte: um paralelo entre arte e ciência. Campinas: Autores Associados, 2006.
Diretrizes para Apresentação e Publicação de Manuscritos
O Caderno Multidisciplinar da FAAL, o MultiFAAL, publica manuscritos relevantes para o
enriquecimento nas diversas áreas do conhecimento.
Dentre estes manuscritos, se enquadram:
Artigos: Os mesmos podem ser elaborados mediante pesquisa experimental (apresen-
tando resultados e discussão) ou, através de ampla revisão bibliográfica sobre determina-
do tema, apresentando discussão e considerações finais com base no objetivo do mesmo;
Estudos de Caso: abordado através de referencial bibliográfico, revelando e discutindo a
metodologia e ferramentas utilizadas para solucionar problemas, apresentando ao final
discussão crítica e considerações sobre os resultados obtidos;
Resenhas: revisão crítica de obra recém publicada, orientando o leitor quanto a suas ca-
racterísticas e usos potenciais;
Ensaios: com abordagens inovadoras, com novos enfoques que induzam os leitores à
reflexão sobre o tema focado.
Os manuscritos deverão ser elaborados em, no máximo, 20 páginas, considerando as di-
retrizes a seguir.
Folha de Rosto
Folha: branca, tamanho A4 (21 x 29,7 cm - vinte e um por vinte e nove vírgula sete cen-
tímetros), com as margens superior e esquerda de 3 cm (três centímetros) e margens
inferior e direita de 2 cm (dois centímetros);
Título do Manuscrito: em português e, a seguir, em inglês, em fonte Times New Roman,
corpo 14 (quatorze) pontos, caixa alta (letras maiúsculas), negrito, espaço 1,5 (um e meio)
entre as linhas e texto centralizado;
Categoria do Manuscrito: indicar, após o título, a respectiva categoria em que o manus-
crito se enquadra (Artigos, Estudos de Caso, Resenhas, ou Ensaios). Em fonte Times New
Roman, corpo 14 (quatorze) pontos, caixa alta (letras maiúsculas), negrito, espaço simples
entre as linhas e alinhamento do texto à direita;
Nome(s) do(s) Autor(es): nome(s) completo(s), fonte Times New Roman, corpo 12 (doze)
pontos, espaço simples entre as linhas e texto centralizado;
Afiliação do(s) Autor(es): para cada Autor, inserir nota de rodapé, indicando, para cada
um, titulação, instituição, departamento, curso e, o endereço eletrônico (e-mail). Em fonte
Times New Roman, corpo 10 (dez) pontos e alinhamento do texto no formato justificar.
Formatação dos Manuscritos
Folha: branca, tamanho A4 (21 x 29,7 cm - vinte e um por vinte e nove vírgula sete cen-
tímetros), com as margens superior e esquerda de 3 cm (três centímetros) e margens in-
ferior e direita de 2 cm (dois centímetros) e espaçamento entrelinhas de 1,5 (um e meio);
Título do Manuscrito: em português, seguido da tradução do mesmo para a língua in-
glesa. Em fonte Times New Roman, corpo 14 (quatorze) pontos, caixa alta (letras maiúscu-
las), negrito, espaço 1,5 (um e meio) entre as linhas e texto centralizado;
Resumo: de maneira sucinta (breve) com, no máximo, 250 palavras, num só parágrafo,
apresentando o quê foi feito (objetivo; hipótese, metodologia, resultados e discussão,
considerações finais), em fonte Times New Roman, corpo 12 (doze) pontos, espaço sim-
ples entre as linhas e alinhamento do texto no formato justificar;
Palavras-chave: indicar até 4 (quatro) palavras ou expressões que identifiquem o con-
teúdo do trabalho, em fonte Times New Roman, corpo 12 (doze) pontos, espaço simples
entre as linhas e alinhamento do texto no formato justificar;
Abstract: tradução do resumo para a língua inglesa. Em fonte Times New Roman, corpo
12 (doze) pontos, espaço simples entre as linhas e alinhamento do texto no formato jus-
tificar;
Keywords: tradução das palavras-chave para o inglês. Em fonte Times New Roman, cor-
po 12 (doze) pontos, espaço simples entre as linhas e alinhamento do texto no formato
justificar;
Elementos Textuais: os manuscritos do tipo Artigo deverão apresentar os seguintes
tópicos: Introdução (contextualizando e relevando a importância do tema e, no final,
apresentando os objetivos do manuscrito); referencial teórico; metodologia; resultados e
discussão, considerações finais e referências bibliográficas. No caso de Ensaios, Resenhas
e, ou, de Estudos de Caso, os manuscritos deverão apresentar os seguintes tópicos: intro-
dução (contexto e relevância do tema e, no final, o objetivo do manuscrito), desenvolvi-
mento (com subseções, se necessário), considerações finais e referências bibliográficas.
Os textos deverão ser formatados em fonte Times New Roman, corpo 12 (doze) pontos,
espaço 1,5 (um e meio) entre as linhas e alinhamento do texto no formato justificar;
Numeração das Seções: a numeração progressiva dos títulos das seções (introdução, re-
ferencial teórico, metodologia, resultados e discussão, considerações finais e referências
bibliográficas) e de suas respectivas subseções, deverá seguir as diretrizes da ABNT NBR
6.024:2012;
Citações: As citações das fontes bibliográficas, necessárias ao longo dos manuscritos, de-
verão seguir as diretrizes da ABNT NBR 10.520:2002;
Ilustrações: figuras, gráficos, fluxogramas, mapas, organogramas, plantas, quadros, de-
vem ser chamados previamente no texto e inseridos, centralizados, o mais próximo pos-
sível do trecho a que se refere. Os gráficos devem ser enviados no formato de origem, ou
seja, onde foi feito (Excel - .xls; Word - .doc). As imagens deverão ser enviadas no formato
.TIF, com, no mínimo, 300 (trezentos) pontos por polegada (dpi) de resolução com mais
ou menos 10 cm (centímetros) de largura no sistema de cores em CMYK (Ciano, Ma-
genta, Amarelo e Preto) ou em grayscale (tons de cinza). As identificações das ilustrações
devem aparecer na parte superior das mesmas, precedida da palavra designativa (em ne-
grito), seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto em algarismos arábicos
(em negrito) e do respectivo título explicativo (de forma breve e clara) – em fonte Times
New Roman, corpo 12 (doze) pontos, com texto alinhado dentro das margens esquerda e
direita da ilustração (Figura 1 – Título). Abaixo da ilustração, apresentar a fonte bibliográ-
fica de onde a ilustração foi extraída. Em fonte Times New Roman, corpo 10 (dez) pontos,
com texto alinhado dentro das margens esquerda e direita da figura - Fonte: Autor (ano).
Tabelas: devem ser chamadas previamente no texto e elaboradas seguindo as diretrizes
da ABNT NBR 6.022:2003 e das Normas de Apresentação Tabular do Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE) – (disponível em <http://biblioteca.ibge.gov.br/visuali-
zacao/monografias/GEBIS%20-%20RJ/normastabular.pdf>.). As tabelas devem ser envia-
das no formato de origem, ou seja, onde foi feito (Excel - .xls; Word - .doc). As mesmas,
devem, ainda, ser inseridas, centralizadas, o mais próximo possível do trecho a que se
refere. A identificação deve aparecer na parte superior da tabela, precedida da palavra
designativa (em negrito), seguida de seu número de ordem de ocorrência no texto em
algarismos arábicos (em negrito) e do respectivo título explicativo, de forma breve e clara
(Tabela 1 – Título). Em fonte Times New Roman, corpo 12 (doze) pontos, com texto alinha-
do dentro das margens esquerda e direita da tabela. Logo após a tabela, em fonte Times
New Roman, corpo 10 (doze) pontos, com texto alinhado dentro das margens esquerda e
direita da tabela, apresentar a fonte bibliográfica - Fonte: Autor (ano).
Palavras Estrangeiras: estas deverão ser digitadas em itálico;
Siglas, Fórmulas e Abreviações: estas representações gráficas deverão seguir as diretri-
zes da ABNT NBR 6.022:2003;
Unidades de Medida: estas deverão seguir os padrões do Sistema Internacional de Uni-
dades (SI), elaborados pelo Bureau Internacional de Pesos e Medidas (www.bipm.org);
Numeração de Páginas: deverá ser inserida no canto inferior direito. Em fonte Times New
Roman, corpo 10 (dez) pontos, em negrito;
Referências Bibliográficas: a listagem, em ordem alfabética, de todas as referências bi-
bliográficas, em consonância com citações feitas ao longo do manuscrito, deverá ser em
fonte Times New Roman, corpo 10 (doze) pontos, espaço simples entre as linhas e espaço
duplos entre cada Referência, com alinhamento do texto à esquerda e seguir as diretrizes
da ABNT NBR 6.023:2002.
Envio dos Manuscritos
Os manuscritos deverão ser encaminhados, via e-mail (multifaal@faal.com.br), ao Editor
Chefe do MultiFAAL, juntamente com uma Carta de Submissão.
Cada manuscrito deve ser dividido em dois documentos / arquivos (.doc). Um dos do-
cumentos deverá apresentar apenas a Folha de Rosto e o outro, sem identificação de
autores, as demais estruturas do manuscrito descritas no item acima (Formatação dos
Manuscritos).
LIMEIRA
3 ARTES VISUAIS
Arquitetura da informação aplicada à interface do bilhete de passagem rodoviário
Michel Gomes de Lira DESIGN INTERIORES
Samara Pereira Tedeschi
Fabiane Fernandes Rodrigues DESIGN DE MODA
DE
A história da arte na educação infantil: desenvolvimento de um livro paradidático DESIGN DE PRODUTO
ARTES
para crianças de quatro a sete anos de idade
Livia Riani Costa Cazonatto DESIGN GRÁFICO
Samara Pereira Tedeschi
G E S T Ã O A M B I E N TA L
E
O olhar de uma licencianda sobre o ensino de matemática na educação infantil:
um enfoque à estocástica MARKETING
ADMINISTRAÇÃO
Luciana Regina Pereira Macedo
Eliane Matesco Cristovão M AT E M Á T I C A
A importância da pesquisa de clima organizacional PROCESSOS GERENCIAIS
MULTIFAAL
Paula Olivier Doriguetto
Jorge Henrique da Silva RECURSOS HUMANOS
A importância da liderança na empresa moderna
Maria Alice Gomes
DE
Jorge Henrique da Silva
FA C U L D A D E
Os impactos comportamentais da empresa júnior
Lucas Sanches
Paulo Roberto Benegas de Morais
DA
Flávia de Almeida Fábio Garboggini
M U LT I D I S C I P L I N A R
CADERNO