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Aluno: Victor de Melo Souza – Licenciatura em Geografia, 1º período.

Resenha Manifesto do Partido Comunista.

O livro foi escrito por Karl Marx e Friedrich Engels em 1847. Época onde o Capitalismo já
estava sedimentado e a classe burguesa era a dominante em cima de uma classe operaria. O livro
traz um ideal que busca ir contra o capitalismo criado pela sociedade burguesa que oprime cada vez
mais a classe proletária, expondo assim a luta de classes que percorre o mundo durante sua época.
No primeiro capítulo do livro Marx destaca a disputa de classes em dois lados, os burgueses
e os proletários; Os burgueses são os “capitalistas modernos” que se apropriaram dos meios de
produção e que usam do trabalho assalariado; E quanto aos proletários, são os trabalhadores que
vendem sua força de trabalho, uma vez que já não são donos de seus meios de produção. Seguindo
essa linha de raciocínio Karl mostra que as lutas de classes sempre existiram, nem sempre de forma
descarada, mas a novidade agora é a classe burguesa, que veio dos fins da sociedade feudal e a
única coisa que fez foi se estabelecer como uma forte classe e inovar os meios de opressão.
De acordo com Marx a burguesia mais precisamente nasce dos burgos, que vieram dos
servos que se tornaram cidadãos livres posteriormente na Idade Média e assim formam os primeiros
tímidos e fracos comércios, que ganham forças com o decorrer dos tempos, mais precisamente
durante a descoberta da América e da circunavegação da África, esses dois elementos fortalecem ao
comércio e a indústria e assim dão poder aos burgos.
Porém as velhas indústrias não satisfaziam as ambições dos novos mercados, sendo assim
criada a manufatura, que substitui a antiga divisão do trabalho entre as corporações e passa a se ter
divisões de trabalho dentro de uma oficina. Com o passar do tempo os mercados se ampliaram
ainda mais e começaram a ter uma demanda maior do que as manufaturas podiam a abastecer, então
com as inovações das máquinas a vapor chegou a indústria moderna e impulsionaram as produções
industriais e com isso os burgueses saem de uma condição financeira média para milionários da
indústria e lideres de exércitos de operários.
Com o desenvolvimento da Indústria criou-se o mercado mundial, que acelerou o
desenvolvimento dos comércios, e das tecnologias de transporte e comunicação, na mesma medida
quem também crescia desenfreadamente era a burguesia. Desenvolveu-se tanto que deixou para trás
as antigas classes sociais da Idade Média.
A burguesia depois de se fortalecer através das industriais e do mercado mundial e sendo
uma classe dominante e mais poderosa que as ultrapassadas classes feudais e conquista a soberania
política e transforma o governo em um comitê de gerenciação dos interesses da classe burguesa.
Sendo assim a burguesia é sem dúvidas uma classe revolucionária, que deixou para trás
todas as amarras da antiguidade, mas que não deixou de ser opressora como as anteriores, somente
faz de forma aberta, deixando de lado os costumes antigos e transformando médicos, juristas,
sacerdotes, poetas e sábios em simples servidores assalariados.
O próximo passo dos burgueses agora é a expansão para mercado global, explorar,
estabelecer-se e criar comércios em toda parte. Retira-se assim a base nacional das indústrias,
criando-se independência das indústrias em relação a suas regiões e abrindo a concorrência global.
Agora as indústrias grandes e desenvolvidas de países que já tem uma classe burguesa forte estão
livres para entrar em outros países e destruir seus comércios e indústrias regionais, que são mais
fracos e não conseguem concorrer com os preços baixos, forçando assim as outras nações a se
espelharem na sociedade burguesa.
Outro importante passo dado pela burguesia foi a subordinação do campo as cidades,
criando grandes cidades e mantendo o campo sobre domínio de poucos, monopolizou os meios de
produção forçando todo cidadão camponês a ir para as cidades trabalhar em suas indústrias, ou seja,
submeteu os camponeses aos burgueses. Tudo isso cria a subjugação da natureza, retira a visão pura
que se tinha de natureza viva e agora se passa a ver florestas como matéria-prima e não como
habitats de outros seres vivos.
Um interessante comportamento do regime burgues são as crises comercias periódicas, que
para Karl mostra o ponto fraco da burguesia, para ele as crises demonstram que a burguesia já não
pode mais controlar sua potência, ele da o nome de epidemia da superprodução, isso seria o excesso
de industrias e comércios em varias civilizações, isso significa que a força produtiva deixaram de
impulsionar o desenvolvimento do mercado e agora o atrapalha. A forma pelo qual os burgueses
conseguem vencer essa crise é pela exploração mais pesada de antigos mercados e a conquista de
novos mercados, porém para Marx isso só daria mais tempo a burguesia e rapidamente outra crise
viria e cada vez mais forte e mais difíceis de evitar.
O autor também diz a respeito dos pequenos burgueses, ou seja, a classe média formada por
pequenos comerciantes, artesãos e camponeses, para ele logo esses cairiam no trabalho operário,
pois por não possuírem grande capital, não eram capazes de crescer e usar dos métodos de
crescimento que as grandes indústrias fazem, sendo assim logo destruídos pela concorrência,
percebe-se então que o proletário é composto de todas as classes que não conseguem seguir o ritmo
da burguesia. Porém o autor ainda aponta que esses pequenos burgueses e comerciantes que
falharam na corrida pelo capital não são verdadeiros proletários, pois não tem os mesmos ideais que
os operários, só estão sendo forçados a trabalhar assalariadamente, do mesmo modo que durante a
Idade Média os nobres se juntaram aos burgueses agora os burgueses falidos se veem obrigados a se
juntarem aos proletários para sobreviverem.
Quanto aos proletários, esses eram para Karl, os homens que dariam fim ao capitalismo, já
que com o desenvolvimento da burguesia, se criara também uma forte classe proletária e essa
parcela da sociedade que trabalha longas horas em trabalho repetitivo, acelerado e recebe pouco e
que passaram a ter como integrantes mulheres e crianças para suprir as necessidades das indústrias,
logo iria se revoltar. Karl via um desenvolvimento de fases, onde gradualmente os operários se
uniriam para lutar contra a opressão dos burgueses e isso se torna possível graças ao
desenvolvimento industrial que aumenta cada vez mais as massas de operários e o grande impulso
para isso seria o aperfeiçoamento das máquinas e a situação cada vez mais precária dos proletários.
Marx ainda via que o avanço dos meios de comunicação como um grande fator de ajuda da causa
dos operários e serviria para permitir o contato de operários de diferentes regiões, o autor via
também um entrave na organização dos proletários, a concorrência entre os próprios proletários
destruiria sempre qualquer organização operaria, mas a mesma voltaria sempre mais forte.
Outro ponto de fraqueza da burguesia segundo Karl é o constante estado de guerra que ela se
encontra, primeiramente contra a aristocracia, depois contra a própria burguesia que tiveram
interesses opostos durante o progresso das indústrias e estará sempre em conflito com a burguesia
estrangeira e para vencer se vê obrigado a usar dos proletários em movimentos políticos e quando
fazem isso ensinam aos proletários um pouco de sua educação politica, fortalecendo assim o futuro
embate politico entre proletários e burgueses, que diferentemente do que já ocorrera antes na
história onde os movimentos eram feitos pelas minorias em prol das minorias, já o movimento
proletário seria um movimento da maioria em proveito da maioria.
Esses dois grandes fatores seriam o fim da burguesia para Karl Marx, a sua incessante luta
consigo mesmo que a burguesia enfrentava, sejam as suas crises ou a concorrência e o
fortalecimento eminente e irrefreável da classe operaria, ou seja, para Karl Marx a queda da classe
burguesa e a vitória do proletariado são igualmente inevitáveis.
No segundo Capítulo o autor escreve mais sobre a relação entre os comunistas e os
proletários e escreve que os comunistas não se separam dos proletários, tendo como característica
do comunismo ser o movimento conjunto dos operários. E de acordo com a visão de Karl os
comunistas tem uma visão politica mais clara, além de uma melhor consciência das condições
sociais. Karl ainda deixa claro nesse paragrafo que o objetivo dos comunistas e dos proletários é o
mesmo, ou seja, derrubar a burguesia.
Marx também destaca nesse capítulo alguns parágrafos sobre a produção do capital e sobre a
propriedade privada. Sobre a propriedade privada ele diz ser o objetivo do comunismo acabar com
ela, porém não a propriedade em si, mas sim a propriedade burguesa, essa propriedade ele alega ser
produzida pelos operários e tomada pelos burgueses. Quanto ao capital, Marx diz que esse é o fruto
do trabalho dos operários, em vez de propriedade pessoal, sendo assim, em vez do operário
trabalhar para conquistar propriedades pessoais, ele trabalha para gerar capital em conjunto com os
demais operários e quem usurpa o direito a ter esse capital é a burguesia.
Outro objetivo comunista destacado pelo autor é referente a acabar com a condição
miserável em que vive o proletário, Karl diz em seu livro que o que é pago ao trabalhador é o
mínimo necessário para a manutenção do mesmo, suprimindo assim qualquer expectativa de
crescimento social, forçando o operário a ser operário para sempre.
No terceiro capítulo, o autor retrata sobre as literaturas socialistas e comunistas, onde fala
sobre primeiro sobre o socialismo reacionário, que se divide em socialismo feudal, que foi um
socialismo defendido pela aristocracia derrotada pela burguesia, porém esta não pensa no proletário
e sim finge defender as mesmas causas que os proletários e em sua primeira chance volta a defender
seus próprios interesses. Depois o autor aborda o socialismo pequeno-burguês que foram os
burgueses que oscilavam entre proletários e burgueses, mas esses assim como os aristocratas, não
defendem de verdade a causa comunista, somente se veem obrigados a serem operários quando a
concorrência capitalista destrói seu frágil comércio. E o último tópico foi o socialismo alemão, que
foi uma ideia mais extrema do socialismo Frances e acabou se tornando uma arma dos pequenos
burgueses para controlar ambos os lados, tanto os grandes burgueses, quanto os operários.
Depois em um segundo tópico ainda no mesmo capítulo fala sobre o socialismo conservador
ou burgues, onde ele escreve sobre uma parte da burguesia que busca mediar o confronto entre as
duas classes, esse ideal é defendido por humanistas, economistas e querem somente retirar da
sociedade os elementos revolucionários, porém defendem a permanência da sociedade burguesa da
época.
E por último, em um terceiro tópico Marx fala sobre o socialismo e comunismo crítico
utópico, que apresenta uma ideia fantasiosa sobre os assuntos abordados pelo socialismo e
comunismo, onde os fatos são trocados por hipóteses e o futuro seguiria uma ideia pré-fabricadas e
baseada em seus ideais de organização social. Ainda são contra ações politicas e revoluções,
buscando meios pacíficos de atingir seus objetivos.
E por fim, no quarto capítulo, Karl Marx explica a posição dos comunistas em relação a
outros partidos opostos e nessa parte ele cita exemplos de alianças dos partidos comunistas em
alguns países, como na Suíça onde o partido apoia os radicais, ou na Alemanha onde os comunistas
lutam ao lado da burguesia em um primeiro momento, com o objetivo de derrubar monarquia
absoluta. Com esse capítulo Karl Marx mostra que os partidos socialistas devem buscar alianças
para derrubarem monarquias e burguesias e após a conquista desse objetivo deve obter a soberania
do proletariado como classe.

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