Você está na página 1de 5

21/05/2017 

POR ADMINISTRADOR

A porta da graça

A porta da graça

Autor:  Pr. Aluízio A. Silva

A Bíblia diz que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria. Isso é afirmado repetidamente
em todo o livro de Provérbios.

O temor do SENHOR é o princípio da sabedoria, e o conhecimento do Santo é prudência.


Porque por mim se multiplicam os teus dias, e anos de vida se te acrescentarão. (Pv 9.10-11)

A promessa não é apenas de uma vida longa, mas de uma vida cheia de vida. Uma vida plena e
abundante. Mas não pense que o temor do Senhor consiste em ter medo de Deus. Nós
sabemos que a Bíblia interpreta a Bíblia, e o próprio Senhor Jesus nos deu a definição de temor.

Em Mateus 4.10, quando foi tentado pelo diabo, o Senhor disse:  “[…] porque está escrito: Ao
Senhor, teu Deus, adorarás, e só a ele darás culto”. Ele afirmou isso fazendo uma citação de
Deuteronômio 6.13, que diz:  “O Senhor, teu Deus, temerás, a ele servirás”. O Senhor Jesus
mesmo trocou a palavra  “temor”  por  “adoração”. Ele disse, na verdade, que temer a Deus é
adorá-lo. Assim sendo, quando dizemos que o temor do Senhor é o princípio da sabedoria, nós
estamos, na verdade, afirmando que, quando adoramos o Senhor, ganhamos sabedoria.

Tem havido um entendimento muito comum entre os irmãos de que a adoração a Deus é
muito mais do que cânticos de louvor e adoração, que a adoração seria um estilo de vida. Não
existe lugar nenhuma na Bíblia que afirme que adoração é um estilo de vida. Nas Escrituras, a
adoração está sempre relacionada com o culto a Deus e o louvor com música.
Na verdade, tudo em nossas vidas precisa ser feito para a glória de Deus. Paulo diz que  “quer
comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus”  (1Co
10.31). Mas isso não significa realmente que estamos adorando a Deus em todo o tempo.

Tudo o que fazemos é para a glória d’Ele, mas é preciso haver um momento em que nos
separamos para adorá-lo e declarar o quanto nós o amamos.

Aquele crente que diz:  “Minha vida inteira é de adoração”  é como aquele marido que diz não
ser preciso dizer que ama a sua esposa já que ele faz tudo por ela. Há algo muito especial
quando separamos tempo aos domingos ou na célula para adorarmos a Deus. Quando
fazemos isso, nós ganhamos sabedoria e até mesmo somos cheios do Espírito.

O LOUVOR NOS ENCHE DO ESPÍRITO

No Salmo primeiro, a Palavra de Deus diz que bem-aventurado é aquele que tem prazer na lei
do Senhor e na sua lei medita de dia e de noite.

O resultado do constante meditar é que ele será como árvore plantada junto a ribeiros de
água. Como essa árvore, ele será saudável e frutífero. E tudo quanto fizer será bem-sucedido.
Saúde, prosperidade e frutificação são parte da herança daquele que medita na Palavra.

Os rabinos judeus ensinam que o meditar pode ser feito de forma cantada. O meditar bíblico
envolve a confissão da Palavra, e isso pode ser feito também cantando.

Paulo diz que somos cheios do Espírito quando falamos a Palavra, cantando-a com salmos e
hinos espirituais.

E não vos embriagueis com vinho, no qual há dissolução, mas enchei-vos do Espírito, falando
entre vós com salmos, entoando e louvando de coração ao Senhor com hinos e cânticos
espirituais, dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus
Cristo. (Ef 5.18-20)

A maneira de sermos cheios do Espírito é falando, e falando entre nós. Isso significa falar uns
aos outros, mas, acima de tudo, significa falar cada um para si mesmo. E esse falar para si
mesmo pode ser feito falando e entoando louvores.

No verso 15, o Senhor diz que devemos andar como sábios, e não como tolos, remindo o
tempo. Remir significa resgatar o que estava perdido. Isso significa que, quando remimos o
tempo, estamos resgatando o tempo que foi perdido. E como fazemos isso? Andando como
sábios. Nós remimos o tempo quando falamos em todo o tempo com salmos, hinos e cânticos
espirituais.

O LOUVOR LIBERA A GRAÇA

Há muitas palavras para louvor no Velho Testamento. A mais usada é  Hallal, de onde vem a
palavra  “aleluia”. O seu sentido é expressar celebração e alegria em louvor diante de Deus.

Outra palavra traduzida como louvor é  Iadar. A primeira menção dessa palavra é na história
de Lia, esposa de Jacó.

Como você sabe, Jacó teve duas esposas, Lia e Raquel. Jacó, porém, amava Raquel. Lia sempre
desejava receber o amor de Jacó, mas nunca conseguia. Ela fez tudo o que podia para
conquistar o amor de Jacó e podemos ver isso no nascimento dos seus filhos.
Vendo o SENHOR que Lia era desprezada, fê-la fecunda; ao passo que Raquel era estéril.
Concebeu, pois, Lia e deu à luz um filho, a quem chamou Rúben, pois disse: O SENHOR atendeu
à minha aflição. Por isso, agora me amará meu marido. Concebeu outra vez, e deu à luz um
filho, e disse: Soube o SENHOR que era preterida e me deu mais este; chamou-lhe, pois,
Simeão. Outra vez concebeu Lia, e deu à luz um filho, e disse: Agora, desta vez, se unirá mais a
mim meu marido, porque lhe dei à luz três filhos; por isso, lhe chamou Levi. De novo concebeu
e deu à luz um filho; então, disse: Esta vez louvarei o SENHOR. E por isso lhe chamou Judá; e
cessou de dar à luz. (Gn 29.31-35)

O primeiro filho foi Rúben, que significa  “eis o filho”. Ela gerou o filho com a intenção de
ganhar o amor do marido, mas isso não foi suficiente. Ela disse:  “Com esse filho, o meu
marido me amará”.

Ela, então, gerou um segundo filho, dizendo:  “O Senhor sabe a minha intenção e me deu mais
um filho”. Até agora, a sua preocupação era apenas com ela mesma. Simeão significa  “ouça”.
Podemos dizer  “ouça o filho”, mas ela continuava sem ver ou ouvir o filho. Lembre-se sempre
de que o filho aponta para Cristo.

O terceiro filho chamou-se Levi, que significa  “unido”. Quando o menino nasceu, ela
disse:  “Agora meu marido se unirá a mim”.

Você tem insistido numa estratégia pessoal para obter algum resultado em sua vida ou para
ter uma mudança em seu casamento ou negócio. Em vez de olhar para o Senhor, você está
sempre usando uma estratégia natural sem depender de Deus para alcançar o seu objetivo.
Infelizmente, porém, o resultado tem sido sempre desapontamento.

Todavia, no quarto filho, Lia mudou sua atitude. Ela disse:  “Eu vou louvar o Senhor. Não
importa se meu marido me ama ou não, eu vou louvar o Senhor”. Ela deu o nome de Judá ao
menino. Judá é  Iadar  em hebraico e significa  “louvor”. Ela não estava mais interessada em
impressionar seu marido, ela queria apenas louvar o Senhor.

Gênesis 49.31 diz que Jacó pediu para ser enterrado junto com Lia, e não junto com Raquel. Em
algum momento durante a jornada, Jacó se apaixonou por Lia. Quando tiramos os olhos das
outras coisas e louvamos o Senhor no meio das circunstâncias, Ele concede aquilo que deseja o
nosso coração.

Jesus veio da tribo de Judá. Ele é o Leão da tribo de Judá. Lembre-se de que Judá é louvor. O
Senhor sempre virá no meio dos louvores.

Em João 10.9, Jesus disse que Ele é a porta. Mas, no Salmo 100.4, lemos que entramos por suas
portas com ações de graças e hinos de louvor. A porta é Cristo, e o louvor é a maneira de
entrarmos nessa porta.

Todas as vezes que você louva, você abre a porta da graça em sua vida. A graça não é uma
doutrina ou ensino, mas é o próprio Cristo.

Em Apocalipse 3.20, o Senhor Jesus disse que está à porta, se alguém ouvir a sua voz e abrir a
porta, Ele entrará para cear com ele. O Senhor é a própria graça, e nós abrimos a porta com o
louvor.

Iadar  é traduzido como louvor em pouco mais da metade das vezes em que é mencionado em
nossas Bíblias, mas no restante é traduzido como ações de graças. Gratidão e louvor possuem
a mesma raiz no hebraico.
O contrário de louvor e gratidão é murmuração e reclamação. Nós louvamos quando
reconhecemos que temos mais do que merecemos, mas reclamamos quando pensamos que
não recebemos o que merecíamos. A raiz da murmuração é a justiça própria.

Todas as vezes que permitimos uma atitude de justiça própria, nós anulamos a graça e
cancelamos a promessa de Deus. Louvar é a melhor maneira de vigiarmos contra a justiça
própria e ficarmos firmes na graça de Deus.

O LOUVOR É UMA PORTA DE ESPERANÇA

E lhe darei as suas vinhas dali e o vale de Acor, por porta de esperança; e ali cantará, como nos
dias da sua mocidade e como no dia em que subiu da terra do Egito. (Os 2.15 – RC)

O vale de Acor vem de Acã. Você deve se lembrar de que Acã foi aquele que pecou pegando
para si das coisas sagradas que Deus mandou que fossem tiradas de Jericó e consagradas a
Ele. Josué, por meio do Urim e Tumim, tirou sorte e foi revelado que Acã era o culpado. Ele,
então, foi apedrejado e o vale onde ele morreu passou a se chamar Acor. Acor quer
dizer  “tribulação, distúrbio, inquietação”  (leia Josué 7).

O Senhor diz que, se estivermos no vale de tristeza e tribulação (Acor), Ele nos dará uma porta
de esperança. E a porta de esperança é que cantaremos como nos dias da mocidade, como nos
dias em que fomos salvos. Cante no vale da tribulação e Deus abrirá uma porta de esperança.
A esperança é uma confiante expectativa de que coisas boas virão no futuro. Há coisas
tremendas atrás da porta de esperança.

O LOUVOR TRAZ VITÓRIA

Depois da morte de Josué, os filhos de Israel consultaram o SENHOR, dizendo: Quem dentre
nós, primeiro, subirá aos cananeus para pelejar contra eles? Respondeu o SENHOR: Judá
subirá; eis que nas suas mãos entreguei a terra. (Jz 1.1-2)

Cada vez que o povo de Israel partia de um lugar no deserto, a primeira tribo a seguir adiante
era a tribo de Judá. Mas, em Juízes, lemos algo que é um princípio espiritual, Judá deve sempre
lutar primeiro. Judá significa louvor, e o louvor deve sempre vir primeiro. Não importa o tipo de
luta, adversidade ou inimigo que você está enfrentando, simplesmente louve.

O LOUVOR É PORTA DE RIQUEZA

Dispõe-te, resplandece, porque vem a tua luz, e a glória do SENHOR nasce sobre ti. Porque eis
que as trevas cobrem a terra, e a escuridão, os povos; mas sobre ti aparece resplendente o
SENHOR, e a sua glória se vê sobre ti. (Is 60.1-2)

Normalmente, essa profecia é mencionada como se referindo ao milênio, mas o verso 3 fala a
respeito das trevas que cobrem a terra, portanto é mais apropriado concluir que se refere aos
dias de hoje, pois hoje as trevas cobrem as nações que há na terra.

No verso 11, lemos que as nossas portas ficarão abertas continuamente para recebermos as
riquezas das nações. Se as portas estão abertas, as riquezas das nações serão trazidas a nós.

As tuas portas estarão abertas de contínuo; nem de dia nem de noite se fecharão, para que te
sejam trazidas riquezas das nações, e, conduzidos com elas, os seus reis. (Is 60.11)

Mas o que essas portas representam hoje? A resposta está clara no verso 18.
Nunca mais se ouvirá de violência na tua terra, de desolação ou ruínas, nos teus limites; mas
aos teus muros chamarás Salvação, e às tuas portas, Louvor. (Is 60.18)

Os muros se chamam salvação. A palavra  “salvação”  é  Yeshua  em hebraico e é o próprio


nome do Senhor Jesus. Mas é maravilhoso quando entendemos que as portas se chamam
louvor. O verso 11 diz que a porta deve ficar aberta continuamente, o louvor deve ser contínuo
em nossas vidas. E o resultado disso é que as riquezas das nações serão trazidas a nós.

Não louvamos para sermos enriquecidos com coisas naturais, mas para nos encher d’Ele, que é
a verdadeira riqueza.

PERGUNTAS PARA COMPARTILHAR:

1.   COMO VOCÊ TEM ABERTO A PORTA DA GRAÇA EM SUA VIDA?

2. QUAL A SUA PERCEPÇÃO ACERCA DO LOUVOR E DE QUE MANEIRA VOCÊ TEM LOUVADO A
DEUS?

Você também pode gostar