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Tratamento de água de

abastecimento
Disciplina: Saneamento
Professor: Carlos Eduardo F Mello
Conteúdo desta aula
• Conceituação e objetivo do tratamento de água de
abastecimento;

• Principais instrumentos de normatização técnica e


jurídica;

• Noções dos principais processos e operações unitárias


de tratamento de água de abastecimento;

• Introdução à seleção de técnicas de tratamento de


água de abastecimento.

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Conceituação
• Tratamento de água de abastecimento
– Conjunto de processos e operações unitárias aplicados para
remoção de partículas suspensas e coloidais (partítulas sólidas
minúsculas), matéria orgânica, microrganismos e outras
substâncias dissolvidas na água;

• Estação de Tratamento de Água


– O tratamento de água de abastecimento é efetuado em uma
unidade que denominamos Estação de Tratameno de Água
(ETA).

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Objetivo
• Potabilização das águas naturais para fins de
abastecimento público. Adequar a água bruta
afluente à ETA ao padrão de potabilidade
vigente.

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Principais instrumentos de normatização
técnica e jurídica

• NBR 12.216/92 - Projeto de estação de tratamento de água para


abastecimento público;
– NBR 12211 - Estudo de concepção de sistemas públicos de
abastecimento de água - Procedimento
– NBR 12213 - Projeto de sistemas de captação de água de
superfície para abastecimento público

• Portaria 2.914/2011 do ministério da saúde - Dispõe


sobre os procedimentos de controle e de vigilância da
qualidade da água para consumo humano e seu padrão
de potabilidade.

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Principais processos e operações
unitárias de tratamento de água
• Micropeneiramento • Filtração em meio
• Oxidação/aeração granular
• Adsorção • Filtração em
• Troca iônica membranas
• Coagulação • Desinfecção
• Floculação • Abrandamento
• Decantação • Fluoretação
• Flotação • Estabilização química

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O conjunto…
• Tratamento de água convencional

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Coagulação
• Carga negativa das partículas -> ação de um
agente químico para neutralizar essa carga e
facilitar a remoção posterior.

• Principais agente químicos utilizados:


– sulfato de alumínio
– cloreto férrico
– sulfato ferroso clorado
– sulfato férrico
– hidroxi-cloreto de alumínio (HCA ou PAC).
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Principais fatores que influenciam a
coagulação
• Característica da água bruta
• pH
• Dose do colagulante
• Tempo da mistura
– Conceito de mistura rápida
• Gradiente médio de velocidade
Gm = Gradiênte de velocidade médio (s-1);

 = P = Potência dissipada na massa líquida (W);
  µ= Viscosidade absoluta do fluido (Pa.s);
Vol = volume da câmara ou reator (m³).
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Principais mecanismos de coagulação
• Adsorção-neutralização de cargas
– Após a disperção do coagulante há formação de
espécies hidrolizadas de carga positiva que são
adsorvidas na superfície das partículas
• Varredura
– Em função da dosagem do coagulante (maior que
no mecanismo anterior) e do pH as partículas
coloidais são adsorvidas e as suspensas são
envolvidas pelo precipitado de alumínio ou ferro.

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Diagrama de coagulação

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Ensaio de Jarros ou “Jartest”

• Diferentes dosagens de coagulantes


• Diferentes pH
• Diferentes gradientes médios de velocidade
• Diferentes tempo de mistura
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Diagrama de coagulação
PAC

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“Dimensionamento” da coagulação

Dose do coagulante e
dimensões do misturador

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Mistura rápida
• Misturador hidráulico: Calha Parshall

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Mistura rápida
• Misturador hidráulico: injeção na tubulação

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Mistura rápida
• Misturador hidráulico: vertedor

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Mistura rápida
• Misturador mecânico: turbina axial

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Floculação
• Objetiva promover choque entre as partículas
desestabilizadas pela ação do coagulante para
formação de flocos a serem removidos por
sedimentação ou flotação.

• Principais fatores intevenientes

– Tempo

– Gradiente médio de velocidade

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Dimensionamento de Floculadores

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Floculador hidráulico

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Floculadores mecânicos

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Considerações sobre distribuição de
água floculada

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Decantação
• Uma das técnicas mais antigas e simples de
remoção de impurezas da água;

• Resulta da ação da força da gravidade sobre as


impurezas facilitando a sedimentação delas no
funda da unidade.

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Esquema de um decantador

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Dimensionamento de decantadores
• Taxa de aplicação superficial (TAS)

Q = vazão (m³/dia);

= A = Área (m²)
TAS = taxa de aplicação superficial (m³/m² dia)

Vazão tratada na ETA TAS


Até 1.000 m³/dia Até 25 m³/m² dia
Entre 1.000 e 10.000 m³/dia Até 35 m³/m² dia com bom nível operacional,
caso contrário até 25 m³/m² dia
Mais de 10.000 m³/dia Até 40 m³/m² dia
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Decantadores

Retangular Circular

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Decantadores de alta taxa

TAS de até 150 m³/m² dia

= (Para a área ocupada pelo decantador)


total das placas
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Decantadores de alta taxa

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Filtração rápida
• Mecanimos:
– Transporte
– Aderência
– despreendimento

• Fotores intervenientes:
– Características do meio filtrante (espessura, tamanho,
massa específica, forma e distribuição do tamanho
dos grãos;
– Operação dos filtros rápidos

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Definição
• Carreira de filtração: intervalo de tempo
decorrido entre o momento em que o filtro é
colocado em operação e o momento em que
ele é retirado de operação para limpeza;
• Transpasse: aumento da turbidez na água
filtrada.

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Filtração rápida

Filtros rápidos podem ser descendentes ou ascendentes


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Dimensionamento de filtros

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Filtração lenta

Segundo NBR 12.216/92:


Espessura mínima do meio filtrante de 0,90 m
TAS = 3 a 6 m³/m² dia
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Limpeza do filtro lento

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Padrão para água filtrada
• Portaria 2.914/2011

• Água pós filtração rápida 0,5 uT em 95%


das amostras

• Águra após filtração lenta 1,0 uT em 95%


das amostras

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Desinfecção
• Objetiva:
– eliminação de organismos patogênicos (bactérias
protozoários e vírus);

– Manutenção preventiva de residual na rede de


abastecimento (caso ocorra alguma
contaminação)

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Ação dos agentes desinfectantes
• Destruição da estrutura celular;
• Interferência no metabilismo e inativação de
enzimas;
• Interferência na biossíntese e no crescimento
celular;

Limitações:
Tipo de patógenos: em formas esporuladas e encistadas são
especialmente resistentes.

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Principais fatores da desinfecção
• Dosagem
• Tempo de contato
• Tipo de agente
• Temperatura e pH

• Cloro gasoso é o agente químico mais utilizado nas estações de


tratamento de água do Brasil;
• Derivados do cloro: hipoclorito de cálcio ou de sódio (em estações
menores);
• Alernativos: ozônio, dióxido de cloro, peróxido de hidrogênio,
radiação ultravioleta e combinações desses.

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Desinfecção com cloro gasoso

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Tanque de contato de cloro

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Fluoretação e Estabilização química
• Na fluoretação o fluor é adicionado à água tratada para agir
preventivamente contra a decomposição do esmalte dos
dentes

• A água tratada pode apresentar características de


incrustação ou de corrosividade
– Geralmente é feito o acerto do pH
– Existem ídices que auxiliam no controle dessas características
indesejáveis da água tratata, exemplo: índice de Langelier

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Aplicação de Cal para estabilização
química

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Seleção de técnicas tratamento de
água de abastecimento

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Seleção de técnicas tratamento de
água de abastecimento segundo NBR
12.216/92

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Definição da NBR 12.216/92
• Classe A = desinfecção e correção de pH
• Classe B = por tecnologia que não exija
coagulação química
• Classe C = exijam tecnologia de coagulação
química
• Classe D = tratamentos especiais

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