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Várzea Grande,23 de março de 2021.

Relatório sobre os riscos presentes dentro da Indústria Frigorífica

O presente relatório tem como objetivo elucidar sobre os riscos presentes


dentro da indústria Frigorífica em seus diversos setores operacionais. As empresas
frigoríficas, de um modo geral, apresentam uma forma de organização de trabalho
composta de máquinas, equipamentos e dispositivos de corte que possuem risco
considerável de acidentes do trabalho com os seus trabalhadores, principalmente
nas operações que exigem atividade manual. No processo produtivo de um
frigorifico requer nas atividades e principalmente nos movimentos de membros
superiores e inferiores dos trabalhadores habilidade manual e atenção
operacional contínuos. Com o elevado ritmo e a repetitividade dos mesmos
movimentos inserir um colaborador que não atenda tais requisitos pode causar e/ou
gerar dificuldades dentro do processo organizacional do trabalho; e podem ser
possíveis fatores predisponentes de acidentes do trabalho a si ou a terceiros além
das doenças ocupacionais.

Segundo o Ministério do Trabalho e Emprego os processos de produção


utilizados nas empresas de abate e processamento de carnes são organizados de
tal maneira que as atividades desenvolvidas apresentam potencial risco à saúde e à
segurança dos trabalhadores. Dentre os diferentes tipos de risco ocupacional a que
estão sujeitos os trabalhadores, destacam-se:

. Risco químico - produtos químicos utilizados na higienização dos locais de abate e


dos equipamentos; produtos e processos químicos utilizados para a produção da
carne, como a salga e a defumação.

. Risco de acidentes - devido ao manuseio de equipamentos perfurocortantes


utilizados no abate e cortes da carne; eletricidade; quedas.

. Risco ergonômico - devido ao ritmo excessivo de trabalho, repetitividade das


tarefas, levantamento de pesos e posturas inadequadas no trabalho.

. Risco físico - devido às vibrações do maquinário, variações bruscas de temperatura


pela entrada e saída de câmaras frias, umidade constante e equipamentos de
escaldadura, com água à alta temperatura.
. Risco biológico - devido à exposição aos agentes biológicos como: bactérias, vírus,
fungos, parasitas, dentre outros.

É importante ressaltar o esforço e a força que os profissionais empregam para


executar as atividades rotineiras, no manuseio de produtos e/ou no uso de
ferramentas. Este esforço depende da posição do objeto em relação ao corpo. O
manuseio de produtos ou equipamentos, mesmo de peso leve, pode exigir esforços
respeitáveis em um colaborador que possua certa limitação funcional. Este esforço
exercido pelas mãos e articulações dos trabalhadores é ainda ampliado pelo uso de
luvas, repetitividade de movimentos e pela resistência dos produtos manuseados
quando estão sob temperaturas baixas. Ressaltamos que estas podem contribuir
também para a incidência de acidentes, uma vez que reduzem a sensibilidade táctil
e diminuem a destreza manual.

No que corresponde a Lei de Cotas (1991) e a Lei Brasileira de Inclusão


(2015) garantem o direito ao trabalho às pessoas com algum tipo de deficiência, seja
física, visual, auditiva e intelectual. Em todos os “tipos de deficiência”, existem
aquelas com maior ou menor comprometimento e outras que não apresentam
necessariamente manifestações corporais, por isso, mesmo aquelas pessoas com
deficiências não visíveis ou que tenham deficiências menos conhecidas também
necessitam de adaptações estruturais e comportamentais para que consigam
realizar suas atividades com mais qualidade e empenho. Pensando nisso o corpo
técnico da empresa Frical Frigorifico, vem esclarecer que inserir uma “pessoa”
portadora de deficiência PcD diretamente no setor operacional da empresa
contribuiria para acidentes e/ou baixa autoestima pela complexidade que a atividade
exige.
Contudo para incluir um candidato na cota da empresa, é necessário que ele
seja avaliado por um médico do trabalho, que fornecerá um laudo com a descrição
dos limites e graus de comprometimento da deficiência e, assim, determinar a
inclusão do profissional seguindo os critérios do Decreto 5.296/04, de 2 de
dezembro de 2004.

Eliane Mendes do Nascimento

Técnica em Saúde e Segurança do Trabalho

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