Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Estudos Gramaticais
EDUCAÇÃO SUPERIOR
Modalidade Semipresencial
Carlos Augusto Andrade
Língua
Portuguesa:
Estudos
Gramaticais
São Paulo
2017
Sistema de Bibliotecas do Grupo Cruzeiro do Sul Educacional
PRODUÇÃO EDITORIAL - CRUZEIRO DO SUL EDUCACIONAL. CRUZEIRO DO SUL VIRTUAL
A553l
Andrade, Carlos Augusto.
Língua portuguesa: estudos gramaticais. / Carlos Augusto Andrade.
São Paulo: Cruzeiro do Sul Educacional. Campus Virtual, 2017.
80 p.
Inclui bibliografia
ISBN: 978-85-8456-186-5
Língua Portuguesa:
Estudos Gramaticais
SUMÁRIO
9 Unidade I – Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
Orientações de estudo
Para que o conteúdo desta Disciplina seja bem Conserve seu
aproveitado e haja uma maior aplicabilidade na sua material e local de
formação acadêmica e atuação profissional, siga estudos sempre
algumas recomendações básicas: organizados.
Aproveite as
Procure manter indicações
contato com seus de Material
colegas e tutores Complementar.
para trocar ideias!
Determine um Isso amplia a
horário fixo aprendizagem.
para estudar.
Mantenha o foco!
Evite se distrair com
as redes sociais.
Seja original!
Nunca plagie
trabalhos.
Não se esqueça
Assim: de se alimentar
e se manter
Organize seus estudos de maneira que passem a fazer parte da hidratado.
sua rotina. Por exemplo, você poderá determinar um dia e horário
fixos como o seu “momento do estudo”.
No material de cada Unidade, há leituras indicadas. Entre elas: artigos científicos, livros, vídeos e
sites para aprofundar os conhecimentos adquiridos ao longo da Unidade. Além disso, você também
encontrará sugestões de conteúdo extra no item Material Complementar, que ampliarão sua
interpretação e auxiliarão no pleno entendimento dos temas abordados.
Após o contato com o conteúdo proposto, participe dos debates mediados em fóruns de discussão,
pois irão auxiliar a verificar o quanto você absorveu de conhecimento, além de propiciar o contato
com seus colegas e tutores, o que se apresenta como rico espaço de troca de ideias e aprendizagem.
6
Objetivos de aprendizagem
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
Unidade I
» Nesta Unidade, iniciaremos o estudo observando algumas questões relativas ao conceito de Gramática e de Variação
Linguística, detendo-nos mais sobre um dos aspectos da morfologia da Língua – as classes de palavras/vocábulos,
inclusive, refletindo sobre as suas classificações e flexões.
» Estudaremos duas classes de palavras: substantivo e artigo.
Classes de Palavras
Unidade II
» Dando continuidade aos estudos sobre as classes de palavras, estudaremos, nesta Unidade, os adjetivos, numerais e
pronomes, bem como alguns desdobramentos das relações que eles produzem.
Unidade III
Classes de Palavras
» Agora, estudaremos os verbos, os advérbios, as preposições, as conjunções e as interjeições.
» Estudaremos, nesta Unidade, a Sintaxe de Concordância, observando como ela ocorre em relação aos nomes e
aos verbos.
» A Unidade observará a Gramática da variante padrão.
» Estudaremos, nesta Unidade, a Sintaxe de Regência, observando como ela ocorre em relação aos nomes e aos verbos.
» A Unidade observará a Gramática padrão.
7
I
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
Contextualização
Há muitas dúvidas por parte de professores e de estudantes dos motivos para o
estudo de Gramática na prática escolar. Elas surgem devido ao próprio desconheci-
mento do “que” é Gramática e de “como” ela deva ser abordada na escola.
Para trabalharmos com mais eficácia e eficiência, dividimos o estudo das classes
em três grupos: 1. Substantivos e Artigos, 2. Adjetivos, Numerais e Pronomes; 3.
Verbos, Advérbios, Preposições, Conjunções e Interjeições. O objeto de estudo
desta Unidade serão as do primeiro grupo.
10
O que é Gramática
É muito bom saber que passaremos alguns momentos juntos estudando questões
relativas a alguns estudos gramaticais.
11
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
Variações Linguísticas
Antes de falarmos sobre variação linguística, é fundamental entendermos o que
seria norma, variação e registro. Há uma tendência escolar em observar apenas o que
se tem chamado de tradição normativo-prescritiva da Língua. Recorremos a Coseriu
(1978), que define sistema como um conjunto de possibilidades de uma Língua, ou
seja, toda forma de expressão que pode ser utilizada por um falante ou uma determina-
da comunidade. Para ele, o sistema é o mais alto nível de abstração da Língua. O autor,
quando trata da Língua, define-a por um conjunto infinito de possíveis realizações lin-
guísticas, desenvolvidas pelas diferentes possibilidades de relações, por meio das unida-
des constantes do sistema, sendo ela a realização individual e concreta de cada falante.
Já observando o conceito de norma, Coseriu diz que ela seria algo mais arbitrá-
rio, que estaria entre o abstrato do sistema e a concretude da fala, sendo apenas
uma das possibilidades oferecidas pelo sistema e que implicaria a repetição de cer-
tos modelos anteriormente apresentados.
É importante explicitarmos que norma para esse autor não seria a prescritiva das
gramáticas, mas sim, o que é normal e regular nos usos. Aquilo que é utilizado com
regularidade pelos falantes, ou seja, a norma se impõe ao falante (no uso) e limita a
liberdade de expressão desse falante. Para Coseriu (1978), o falante, em sua ativi-
dade linguística, poderia conhecer ou não a norma. Ao não conhecê-la, guiar-se-ia
pelo sistema, podendo estar ou não de acordo com a norma, para aquele contexto.
A Gramática Normativa, chamada de normativo-prescritiva, está vinculada ao
“certo” e ao “errado”, pois tudo o que se distancia do modelo proposto pela norma
de prestígio seria qualificado como “erro”.
No entanto, é bom salientarmos que existem outras variantes que são instrumen-
tos de comunicação e não devem ser consideradas menores ou maiores. São formas
de comunicação de menor prestígio social, mas, são utilizadas em diversos contextos
e podem ser descritas assim, como a chamada variante padrão, portanto, caberá ao
futuro professor respeitar as variações que seus alunos apresentam em sala de aula,
buscando mostrar que existe uma variante que é prestigiada e que, conforme bem
aponta Bechara (2006), todos devem tornar-se “poliglotas em sua própria língua”,
sabendo articular as variedades em seus diversos contextos de produção e utilizar a
norma padrão, para não serem desprestigiados e discriminados nos convívios sociais
que a exijam; função primeira do ensino de Língua Portuguesa.
Agora, vamos refletir um pouco sobre as variações linguísticas.
12
Registros: variedades que ocorrem em função do uso que se faz da Língua,
conforme a situação em que o usuário e o interlocutor estão envolvidos. As
variações de registro podem ocorrer em três dimensões: grau de formalidade
(formal/informal), modo (modalidade escrita ou falada) e sintonia (de acordo
com a tecnicidade, a cortesia).
Bem, pensando assim, podemos dizer que as pessoas interagem em seus
contextos e que, dependendo das necessidades comunicativas, procurarão tornar-
se inteligíveis, buscando a melhor forma de interagir.
Entre jovens, por exemplo, o verbo “ficar” não tem hoje o mesmo significado
que apresentava no meu tempo. Quando dizíamos “Ficarei com você hoje”, era
simplesmente uma forma de marcar nossa presença em algum lugar, sem nenhuma
conotação de manter algum tipo de relacionamento. Hoje, no entanto, ao dizer
“fiquei com determinada pessoa”, o jovem está afirmando que manteve com ela
um relacionamento amoroso ou até sexual.
É comum reconhecermos alguns dialetos regionais. Ao ouvirmos um carioca,
um mineiro ou um gaúcho, conseguimos perceber com clareza pelos falares a
origem linguística deles.
Dessa forma, começamos a entender que, mesmo estudando a variante de
prestígio, não podemos deixar de lado os estudos relacionados a outras variantes,
que serão, inclusive, objeto de estudo de outras disciplinas.
A partir dessa pequena introdução, vamos começar sistematicamente com
nossos estudos sobre a variante de prestígio, ressaltando que procuraremos, de
certa forma, mostrar a teoria alicerçada em exemplos práticos.
Gramática Normativa
Para compreendermos melhor em que lugar da Gramática estão relacionadas as
“classes de palavras”, observemos o esquema a seguir, que apresenta uma divisão
dos estudos da Gramática Normativa apontada pela maioria dos estudiosos.
13
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
14
Semântica – É observada como o meio pelo qual se representam os
significados dos enunciados. A teoria semântica preocupa-se em explicar as
regras gerais que condicionam a interpretação.
Retomamos, mais uma vez, para que fique bem claro, que o estudo realizado
nesta Disciplina tem por base a Gramática Normativa da Língua Portuguesa,
buscando algumas reflexões em seus usos, mas não nos aprofundaremos em
estudos linguísticos. Tais reflexões serão apontadas, durante o curso de Letras, por
outras Disciplinas, criando, assim, um processo interdisciplinar de construção do
conhecimento na área.
Classes de Palavras
As palavras e os vocábulos da Língua estão divididos em classes, como já
dissemos, em dez. Trataremos aqui dos substantivos e dos artigos, apresentando
seus conceitos e flexões correspondentes.
Vamos a elas!
Os Substantivos
Todos os seres e as coisas, reais ou imaginários, são nominados. O substantivo
é a classe de palavra responsável por essa nominalização.
Tendo em vista a nominalização que fazemos das pessoas e das coisas que estão
no mundo, podemos classificar os chamados substantivos em alguns tipos que
veremos a seguir.
15
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
Classificação dos Substantivos
Os substantivos são classificados por meio de uma dicotomia. Observemos.
Próprio ou Comum
Os substantivos próprios nomeiam um ser em particular; por essa razão serão
grafados com letra maiúscula. Vejamos os exemplos:
Ex.: Para atravessar o deserto, alugou uma cáfila (cáfila = agrupamento de camelos).
Passeando pela floresta, Mariolano foi atacado por uma alcateia (alcateia =
agrupamento de lobos).
Simples ou Compostos
Podemos observar, quanto à estrutura (formação), que os substantivos formados
por apenas uma palavra (um radical /um morfema lexical) serão classificados como
simples. Se houver mais de um, serão compostos.
Concreto ou Abstrato
Os substantivos concretos nomeiam seres reais ou imaginários que independem
de outro ser para existirem de forma contínua. São diferentes dos abstratos, que
sempre se tornarão observáveis devido à presença de um ser que os materializa.
Os abstratos estão ligados mais aos sentimentos, às qualidades, às ações derivadas
de verbos, aos estados e às sensações.
16
Ex.: A fada Sininho encontrou Peter Pan. Escolher um personagem do imaginá-
rio foi proposital para que tenhamos a clareza de que, mesmo fazendo parte
da ficção, personagens presentes no imaginário coletivo passam a existir a
partir da obra criada pelo autor, portanto são substantivos concretos, como
casa, garfo, rua, Deus, ar etc.
Primitivo ou Derivado
Chamamos de substantivos primitivos aqueles que não sofreram modificações
na estrutura, e de derivados aqueles que foram construídos a partir de uma inclusão
de morfema na sua formação primitiva. Vamos aos exemplos.
Ex.: João de Oliveira trocou todos os vidros da casa dele. Foi à vidraçaria para
escolher os novos.
17
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
Quanto ao número, observemos que é uma categoria que marca uma oposição
entre quantidades. Para os substantivos há dois grupos: “singular”, que marca
apenas “um” ser, e “plural”, que marcaria “mais de um” ser.
Ex.: “Um homem recebe uma carta. O envelope tem o brasão do ministério”.
(BARUC, 2009).
Maria menina foi à feira com a avó. Cresceu, virou Maria mulher. Tanto a
palavra menina, quanto a palavra mulher, observadas isoladamente, nomeiam seres
que existem no mundo. No entanto, essas palavras, no contexto apresentado,
tornaram-se caracterizadoras das palavras que mantêm relação direta com elas, no
caso, Maria. Observadas neste contexto... deixam de ser substantivos e adquirem
valor de adjetivos.
18
Ex.: Mefibosete apresentou aos amigos a mãe e o pai. Os substantivos destacados
são de gêneros diferentes, como são grafados de formas diferentes, são
chamados de biformes. Isso também acontece com pequenas variações,
como no caso de menino/menina; aluno/aluna.
Nos casos dos substantivos uniformes (aqueles que possuem a mesma forma
para o masculino e o feminino), como no exemplo: A estudante chegou / O
estudante chegou, há uma classificação especial para eles:
a) Epicenos – São os substantivos que nomeiam animais de um só gênero e,
para tanto, usamos os termos “macho e fêmea” para indicar o gênero.
Se forem separados por hífen, devemos obedecer algumas condições que serão
apresentadas no quadro a seguir:
19
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
Alguns substantivos compostos são invariáveis quando:
1. Formados de verbo + substantivo pluralizado:
Ex.: conta-gotas.
2. Os indicativos de cores:
Ex.: azul-marinho.
Ex.: ganha-perde.
4. Locuções substantivas:
Ex.: bota-fora.
Ex.: O carro de boi passou pela Igreja há pouco. O substantivo “carro” uniu-se
à expressão “de boi”, tornando a expressão com um único valor semântico
indicativo de uma espécie de transporte específica.
20
Para finalizar, depois de tanta classificação e possíveis flexões, não se assustem,
mas se fôssemos classificar o substantivo, em todas elas, teríamos:
Os Artigos
Observemos o texto que segue:
Fúlvio é um homem calmo. Um homem tranquilo, preparado para dizer
oi, tchau, foi um prazer. As pessoas sempre gostam dele. Sempre
apreciam o bom corte de seu cabelo. Sempre elogiam a lavanda em
suas roupas. Sempre disfarçam quando se perdem olhando para seus
olhos incrivelmente castanhos (BRITES, p. 12).
Neste excerto do texto Território de Brites, ocorre, como podemos observar nas
partes assinaladas, substantivos precedidos de artigos. Esses vocábulos que sempre
acompanham o substantivo, chamados de artigos, servem para particularizar ou
generalizar o sentido desses substantivos.
Classificação
O quadro a seguir apresenta a classificação dos artigos:
21
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
O artigo “o”, que precede o substantivo “médico”, faz com que o leitor do
enunciado subentenda que aquele médico explicitado é conhecido, por isso usamos
o artigo definido. No entanto, se tivéssemos:
Ex.: Conversarei com um médico sobre seu problema. Nesse caso, o médico
ainda não é conhecido, mas o sujeito da oração entrará em contato com
ele, possivelmente um especialista no caso, para tratar do assunto, por isso
usamos um artigo indefinido.
Masculino Feminino
o, os, um, uns a, as, uma, umas
Singular Plural
a, o, um, uma as, os, uns, umas
Assim, podemos afirmar que a relação do artigo com o substantivo está numa
relação de dependência, na qual o substantivo é o termo regente e o artigo é o
termo regido.
22
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Nova Gramática do Português Contemporâneo
CUNHA, Celso e CINTRA, Lindley.
Caráter Pronominal do Artigo em Português
MONTEIRO, José Lemos.
Vídeos
#2 - O que é gramática
https://youtu.be/HtxEdwR8zUk
O Que é Gramática?
https://youtu.be/gefBet9jlW4
Leitura
A Variação Linguística e a Norma Culta
https://goo.gl/MNbp5b
23
Língua Portuguesa: Estudos Gramaticais
UNIDADE
I
Referências
AZEREDO, J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2008.
24
II
Classes de Palavras
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Contextualização
Dando prosseguimento ao nosso Curso, passaremos, neste momento, a estudar
três outras classes de palavras: os adjetivos, os numerais e os pronomes.
26
Os Adjetivos
Dando continuidade ao estudo das classes de palavras, passaremos agora ao “ad-
jetivo”. Observemos o poema abaixo, especialmente as palavras que estão grifadas.
Degradação
Presentificada pelo
Escárnio das mentes acomodadas,
Nesse atoleiro dos indigentes,
as almas esquecidas vivem apagadas,
desprezadas,
invisíveis.
Todos olham,
mas ninguém vê.
Visão apagada
pela degradação
consentida.
(ANDRADE, 2009, p.23)
27
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Assim como os substantivos e os artigos, os adjetivos também possuem
classificação e flexão. Vamos estudá-las a partir de agora.
Ex.: A neve estava mais fria que o normal. – Caracteriza o substantivo neve (a
neve é fria por natureza). O adjetivo, nesse caso, é explicativo.
O belo chegou. Nesse caso, belo está no lugar de um ser, portanto, ele é
um substantivo.
Como pudemos ver nos exemplos, quanto ao gênero, assim como os substantivos,
os adjetivos podem ser biformes ou uniformes pelo mesmo princípio (exemplo 1).
28
No entanto, quanto ao grau, há algumas particularidades que gostaríamos
de apontar.
Ex.: Ele é muito rico. O adjetivo relaciona-se com o pronome ele. Nesse caso,
podemos analisar que ele é, entre várias pessoas, alguém que tem muita
riqueza – grau superlativo absoluto analítico;
29
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Ex.: Raiana é a mais alta de todas. Como podemos observar, há aqui uma
comparação entre dois substantivos de categorias diferentes. Dessa forma,
temos um superlativo relativo de superioridade.
Ex.: Pobre criança tem medo de tudo. A criança pobre foi levada ao orfanato.
No primeiro exemplo, temos o adjetivo “pobre” no sentido de indefesa e,
no segundo, de alguém que não possui bens.
Os Numerais
O numeral é uma classe utilizada quando desejamos ordenar, quantificar,
fracionar ou multiplicar os substantivos.
“Marcolino foi à feira fazer compras para sua mãe. Ao chegar, logo ouviu os
feirantes fazendo promoções. Seu Juvêncio, da barraca de laranjas, gritava com
rosto franzido, dizendo:
– Vamos freguesa, hoje tá tudo uma beleza. A dúzia só três reais. Duas dúzias
por cinco. Quem deixar pra depois, pode ficar comendo somente arroz.
Na correria para fazer suas compras, dona Marceliana não percebeu que deixou
a carteira em casa, ao ver o dinheiro que estava em seu bolso, percebeu que tinha
apenas dez reais. Em todas as bancas por onde passava, logo perguntava:
– Quanta custa meia dúzia? Até que chegou à barraca de seu Juvêncio e ele
logo respondeu.
– Pra senhora dona Marceliana, pra virar freguesa, meia dúzia fica um real e
cinquenta, vou pegar as primeiras da caixa que estão mais frescas, pra senhora
colocar na fruteira sobre a mesa”.
30
As palavras sublinhadas no texto acima quantificam, ordenam, fracionam ou
multiplicam os substantivos a que fazem referência. Reflitamos a seguir sobre a
classificação que a Gramática dá a esses numerais.
Precisamos ficar atentos para algo importante: alguns aspectos sobre a grafia
dos numerais. Eles são geralmente grafados com algarismos arábicos.
31
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Caso – Observações Exemplo
h) Algarismos romanos são usados em casos muito especiais. O século XX (vinte) foi marcado por expressivas mudanças.
Observemos apenas a relação deles com os arábicos. O século VIII (oitavo)...
VIII (oitava) Feira de Agricultura.
I – um; II- dois; III- três; IV- quatro; V- cinco; VI- seis; VII- sete;
VIII- oito; IX- nove; X- dez; L- cinquenta; C- cem; M- mil. Os
demais são formados a partir desses.
Ex. 1340 – MCCCXL (lembrando que podemos repedir apenas
três vezes determinada letra)
Na indicação de séculos, usamos os algarismos romanos;
outras possibilidades, consultar bibliografia básica.
Quando o algarismo estiver depois do substantivo, de I a X,
lê-se como numeral ordinal (primeiro, segundo, terceiro...);
de XI em diante, como numeral cardinal (onze, doze, treze...).
Quando o algarismo estiver antes do substantivo, lê-se sempre
como numeral ordinal.
Bem, agora que passamos pelos numerais e muitos podem ter ficado assustados
por terem fugido da Matemática quando optaram por Letras, já puderam perceber
que não conseguimos escapar dos numerais.
Nota: anáfora é o termo que faz lembrar algo que foi dito, portanto, ela se encontra
depois da palavra a que se relaciona.
Ex.: Márcio é mecânico. Ele foi indicado para arrumar seu carro. Dizemos que
“ele” está numa posição anafórica, pois se relaciona com um antecedente,
fazendo lembrar a figura de Márcio, que o precedeu.
Ex.: Eu preciso comprar isto: duas borrachas e dois lápis. O pronome “isto”
vem antes daquilo com o qual se relaciona, portanto, dizemos que “isto”
está em posição catafórica.
Ex.: Marcos atendeu ao chamado do anúncio; ele fez uma entrevista ontem.
32
Nos dois casos, temos o pronome ele substituindo um nome, um ser. No primeiro
exemplo, o pronome utilizado está no lugar do nome. Já no segundo, o pronome
faz uma referência ao nome citado anteriormente (Marcos). Como dissemos na
nota, empregou-se o pronome anaforicamente.
Ex.: Todos votaram contra. O pronome todos está no lugar das várias pessoas
que acabaram de votar. Ele é, portanto, um pronome substantivo.
Pronomes Pessoais
São aqueles que indicam as pessoas do discurso e substituem ou acompanham
o substantivo.
Os pronomes pessoais podem ser do caso reto e do caso oblíquo. São pronomes
retos aqueles que funcionam como sujeito das orações.
33
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Já os pronomes do caso oblíquo exercem a função de complemento, ou seja,
objeto na oração. Podem ser átonos ou tônicos.
Pronomes Possessivos
Os pronomes possessivos, como o próprio nome já revela, indicam posse.
Eles também se relacionam às pessoas do discurso, tal como no quadro a seguir:
Pronomes Demonstrativos
Os pronomes demonstrativos são usados para produzir o sentido de localização
no discurso de um dado elemento ou de uma dada pessoa em relação a outros.
34
Ao escrever um enunciado, quando queremos produzir sentido dizendo que
um objeto ou uma pessoa estão próximos de quem fala, usamos os pronomes
demonstrativos de 1ª pessoa. Quando estão perto da pessoa com que se fala,
usamos os de 2ª. Se estiverem próximos da pessoa de quem se fala, utilizamos os
de 3ª pessoa, conforme exemplos:
Temos de ter cuidado com o uso dos pronomes demonstrativos, pois, além de
marcarem posição do objeto no espaço, eles marcam posição no tempo,
Ex.: No mês passado, voltei para a casa de meus pais. Nesse mesmo mês, fui
chamado para lecionar.
Já os pronomes de terceira pessoa são usados para fazer referência ao que foi
dito há muito mais tempo.
Ex.: Os carros modernos não são tão fortes como os de antigamente. Essas
máquinas são feitas de material muito mais fraco.
• Os de terceira pessoa serão usados quando estiverem em oposição aos de
primeira, com a finalidade de nos referirmos ao mais distante. Veja:
Ex.: Cinema e teatro me agradam muito. Este pela proximidade que faz com o
público, aquele pelas possibilidades que tem de usar grandes efeitos especiais.
Pronomes Indefinidos
Os pronomes indefinidos referem-se à 3ª pessoa do discurso. Eles apresentam
sentido vago, impreciso ou genérico em relação às coisas, às pessoas ou aos lugares
a que fazem referência. Dão, ainda, a possibilidade de determinados conjuntos de
quantidade indeterminada.
35
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Substituem Pronomes Indefinidos
Pessoas quem, alguém, ninguém, outrem...
Lugares onde, algures, alhures, nenhures...
que, qual, quais, algo, tudo, nada, todo (a/s), algum (a/s), vários (a), nenhum (a/s), certo
Pessoas, lugares, coisas
(a/s), outro (a/s), muito (a/s), pouco (a/s), quanto (a/s), um (a/s), qualquer (s), cada...
Pronomes Interrogativos
Os pronomes interrogativos são pronomes indefinidos utilizados para formu-
lar perguntas.
36
São utilizados para formular perguntas diretas ou indiretas. Enquanto as primeiras,
além do pronome interrogativo no início, terminam com ponto de interrogação, as
segundas não iniciam com o pronome interrogativo e terminam com o ponto final.
Ex.: Fale-nos como você chegou a São Paulo. Enunciado interrogativo indireto.
Pronomes Relativos
Entre os pronomes, os relativos são utilizados para representar uma palavra
substantiva que já foi citada anteriormente.
Variáveis Invariáveis
o qual, a qual, os quais, as quais Que
cujo, cuja, cujos, cujas Quem
quanto, quanta, quantos, quantas Onde
Ex.: Esse é o celular a quem devo minha vida. Graças ao sinal que ele emitiu
à polícia, conseguiram me achar no cativeiro;
• Devemos usar o pronome relativo “cujo” quando há sentido de posse, pois
nesses casos ele é equivalente a do qual, de que e de quem. Lembremos de
que ele deverá concordar sempre com a coisa possuída.
37
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Ex.: Esta é a casa onde habito;
Ex.: Todos estavam felizes em razão do casamento, mas não sabiam aonde ir
após a cerimônia.
38
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Sites
Adjetivo
https://goo.gl/NG7Blg
Vídeos
Português Gramática - O que é Adjetivo?
https://youtu.be/7MqqdiDr7rw
Adjetivo e Substantivo
https://youtu.be/OUc4qVsviXk
Leitura
Substantivo e Adjetivo
https://goo.gl/V2Q4z8
Semântica Gramatical: A Significação dos Pronomes
https://goo.gl/8YXGK9
39
Classes de Palavras
UNIDADE
II
Referências
ANDRADE, C. A. B. Reflexos do descaso: interações poético-fotográficas. São
Paulo: Terracota, 2009.
40
III
Classes de Palavras
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Classes de Palavras
UNIDADE
III
Contextualização
Dando continuidade à Unidade II, passaremos, neste momento, a estudar cinco
outras classes de palavras, como já dissemos na Introdução desta Unidade. Com
exceção dos verbos, a grande maioria das classes que serão estudadas é invariável,
portanto, teremos tópicos informativos menores nesses casos.
42
Os Verbos
Na Língua Portuguesa, o sistema verbal é composto pelos tempos verbais simples
e suas combinações. Ao falarmos em verbos, estamos trabalhando com palavras
que expressam algum tipo de ação, de estado ou de algum fenômeno natural.
Da mesma forma, os verbos podem variar em tempo e modo. Como seria isso?
43
Classes de Palavras
UNIDADE
III
Há três pretéritos, ou seja, sentidos que se voltam ao passado. Observem a
diferença entre eles:
b) Pretérito perfeito – Como o próprio nome diz, expressa um sentido que já
foi concluído no passado.
– Para enunciar um fato que poderá ou não acontecer; que sempre dependerá
de alguma condição;
Ex.: Quem seria aquele professor bonito que leciona a Disciplina Estudos
Gramaticais no curso de Letras a Distância da Universidade Cruzeiro do Sul?
44
a) Presente – Expressa ações incertas, hipotéticas ou desejadas no presente.
Observe os exemplos:
45
Classes de Palavras
UNIDADE
III
Presente do Indicativo Presente do Subjuntivo Imperativo Afirmativo Imperativo Negativo
Tu compras Que tu compres Compra tu Não compres tu
Ele compra Que ele compre Compre você Não compre você
Nós compramos Que nós compremos Compremos nós Não compremos nós
Vós comprais Que vós compreis Comprai vós Não compreis vós
Eles compram Que eles comprem Comprem vocês Não comprem vocês
Pensando ainda nos verbos, podemos dizer que a relação entre ele e o sujeito é
chamada de concordância verbal. Teremos uma Unidade somente para trabalhar
essa questão. Aguardem!
46
É o caso do verbo ouvir. No presente do indicativo, primeira pessoa, ele fica
“eu ouço”; no pretérito perfeito, já aparece na primeira pessoa como “eu
ouvi”, alterando o radical.
c) Anômalos – são verbos irregulares, cuja modificação é muito intensa, como
a dos verbos ser e ir, por exemplo.
47
Classes de Palavras
UNIDADE
III
Como podemos observar, no primeiro exemplo, temos o advérbio “muito”,
que modifica o sentido do verbo “pensar”, atribuindo a ele uma intensidade. No
segundo, o mesmo advérbio intensifica também, mas, nesse caso, o adjetivo “feliz”.
Para que haja clareza nesse sentido, procuramos, no terceiro exemplo, mostrar o
mesmo advérbio intensificando agora o advérbio “bem”. Já “lamentavelmente”, no
quarto exemplo, refere-se a toda oração.
Nota: já que utilizamos o advérbio “muito”, é bom lembrar que quando ele se refere
a um substantivo, deixa de ser advérbio e passa a ser pronome adjetivo indefinido.
Tipo Advérbios
Afirmação Sim, certamente, realmente, efetivamente, certo, decididamente, realmente
Dúvida Acaso, porventura, possivelmente, provavelmente, quiçá, talvez etc.
Intensidade Muito, demais, pouco, menos, bastante, pouco, mais, menos etc.
Lugar Aqui, dentro, ali, adiante, fora, atrás, além, lá, cá, acima etc.
Modo Bem, mal, assim, melhor, pior, depressa, debalde, devagar etc.
Negação Não, nem, nunca, jamais, tampouco etc.
Tempo Hoje, amanhã, logo, primeiro, ontem, tarde, outrora, cedo etc.
48
Vejam como, em algumas expressões, o sentido de determinados advérbios
modificam em função do contexto oracional ou da expressão linguística.
Você pode me ajudar? Pois sim, disse Renato a João, tenho mais o que fazer.
Nota: ao usar dois advérbios que tenham o sufixo “mente”, lembremos de que há
uma regra para tornar o discurso claro. Para tanto, basta usar o sufixo no segundo
deles. Observemos o exemplo: Perfeita e adequadamente, as roupas foram todas
despachadas para à Europa.
Locuções Adverbiais
As locuções adverbiais são formadas por dois ou mais vocábulos. Elas têm o
mesmo valor do advérbio; equivalem a ele, podendo ser classificadas em um de
seus tipos. Elas se formam com a presença de uma preposição, em conjunto com
um substantivo ou um advérbio. Vamos aos exemplos:
Bem, resumindo um pouco o que foi apresentado, vejamos o que a Banda Sujeito Simples
Explor
49
Classes de Palavras
UNIDADE
III
As Preposições
As preposições são vocábulos invariáveis. Não sofrem flexão de gênero, número
ou grau. Sozinhas, não possuem sentido. A principal função é relacionar as palavras
e, nesse contexto, elas adquirem sentidos a partir dessas relações.
São preposições:
a, ante, até, com, contra, de, desde, em, entre, para, per, perante, por, sem, sob, sobre etc.
São elas:
Há expressão mais clássica “Tenho de sair”, acabou dando lugar a “Tenho que
sair”. Temos, no primeiro exemplo, uma preposição essencial e, no segundo, mais
usado na oralidade, uma acidental.
50
Temos, no exemplo, a combinação da preposição “a” mais o artigo definido
“o”. Vamos observar alguns exemplos a seguir:
• na – preposição em mais artigo definido a;
• da – preposição de mais artigo definido a;
• do – preposição de mais artigo definido o;
• daquele – preposição de mais o pronome demonstrativo aquele;
• donde – preposição de mais advérbio onde;
• naquela – preposição em mais pronome demonstrativo aquela.
Uma questão importante para o bom uso das preposições é que as essenciais
regem a forma oblíqua tônica dos pronomes pessoais, enquanto as acidentais a
forma reta. Consideremos os exemplos:
Locuções Prepositivas
As locuções prepositivas, assim como as locuções adjetivas e as adverbiais, são
um grupo de palavras que, neste caso, tem o mesmo valor das preposições. Assim
como as preposições, as locuções prepositivas não variam em gênero e número.
São expressões fixas.
51
Classes de Palavras
UNIDADE
III
A Gramática aponta para algumas formas utilizadas muitas vezes na oralidade,
que são inadequadas do ponto de vista da norma. O quadro a seguir apresenta
algumas delas:
As Conjunções
Assim como as preposições, as conjunções têm como função estabelecer
relações. As primeiras com palavras, as segundas com palavras e orações.
Ex.: Herculano assina o Diário de São Paulo e Marcelo prefere ler o Estadão.
52
Tipos Conjunções Sentido na relação
Adicionam um termo a outro, ou uma oração a outra de mesma função
Aditivas e, nem... gramatical.
Ex.: Ele jogou bem e eu pude aplaudi-lo no campo.
mas, porém, contudo, Relacionam duas orações ou palavras, promovendo ideia de contraste.
Adversativa
todavia, entretanto... Ex.: Estudou muito, mas foi reprovado.
O sentido que essas conjunções estabelecem em suas relações é de
ou, ou...ou, ora, já...já, alternância.
Alternativa
quer...quer.
Ex.: Vai cortar os cabelos ou fazer as unhas?
Exprimem sentido de conclusão ou de consequência.
logo, pois (depois do
Conclusivas Ex.: Leu tudo sobre teatro musical, logo não terá problemas em sua
verbo), portanto...
exposição sobre o assunto.
Na relação que faz entre as palavras ou as orações, essas conjunções
que, porque, pois (antes produzem o sentido de explicar ou justificar algum fato.
Explicativas
do verbo) , porquanto
Ex.: Ela conseguiu o papel, porque conhecia o diretor.
Nota: a conjunção “pois” poderá ser conclusiva ou explicativa; para tanto, como
mostra o quadro, ela deverá se posicionar após o verbo, quando o sentido é
de conclusão. Caso o sentido que se deseja expressar seja o de explicação, ela
deverá estar antes do verbo, conforme os exemplos.
Observemos o quadro:
53
Classes de Palavras
UNIDADE
III
Tipos Conjunções Sentido na relação
Elas iniciam orações subordinadas, para estabelecer relações de oposição, não
Concessivas embora, conquanto, que... implicando em impedimento de uma das ocorrências.
Ex.: Embora chova, Adolfo continuará a corrida.
A relação que elas propiciam é de hipótese, condição.
Condicional se, caso, quando...
Ex.: Se os políticos olhassem mais para o povo, haveria menos miséria no país.
conforme, como [= O sentido expresso por elas é o de conformidade.
Conformativa conforme], segundo,
consoante... Ex.: Faremos tudo, conforme seu Juvêncio ordenou.
que (combinada com os Elas indicam a consequência do que já estava declarado.
Consecutiva vocábulos tal, tanto, tão ou
tamanho). Ex.: Marcela estava tão mal que quase faleceu.
A relação que elas estabelecem é de finalidade.
Finais porque [= para que], que... Ex.: O professor indicou a bibliografia para que todos pudessem se preparar
para as avaliações.
Indicam circunstâncias de tempo.
Temporais Quando...
Ex.: Ronaldinho marcou o gol quando a defesa do outro time titubeou.
São usadas para anteceder as orações substantivas, exercendo as funções de
sujeito, objeto direto, objeto indireto, complemento nominal, predicativo e
Integrantes que, se. aposto.
Ex.: Marinaldo falou que todos estavam bem.
54
Tipos Conjunções Sentido na relação
antes que, depois que, até que, logo Indicam circunstâncias de tempo.
Temporais que, sempre que, assim que, desde Ex.: Juvêncio confessou antes que fosse acusado de todas as
que, todas as vezes que... barbáries cometidas por Francisco.
Bem, estamos chegando ao final desta Unidade. Vamos à última classe a ser
estudada: as interjeições.
As Interjeições
Última das dez classes de palavras, as interjeições são “palavras-frase”, pois
expressam um sentido particular, logicamente observado no contexto em que
estão inseridas.
Segundo a Gramática, é um vocábulo invariável que exprime emoções e
sensações, ou funciona como auxiliadora expressiva, atuando sobre o leitor/
ouvinte, de modo que ele adote certo comportamento.
Elas podem ser formadas por:
Hum!!! Que vontade de dar uma mordida nesse seu lanche. (desejo)
55
Classes de Palavras
UNIDADE
III
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Morfologia - Aula Língua Portuguesa - Advérbios
https://youtu.be/MK0zorvzzFA
Verbos: Parte 1
https://goo.gl/O8rRMy
Verbos: Parte 2
https://goo.gl/8HGgik
Leitura
Preposições e os Verbos Transitivos Indiretos: Interface Sintaxe-Semântica Lexical
https://goo.gl/csQIGV
Análise Gramatical dos Advérbios de Frase
https://goo.gl/X6pJr8
56
Referências
AZEREDO, J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2008.
57
IV
Concordância Nominal e
Concordância Verbal
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Concordância Nominal e Concordância Verbal
UNIDADE
IV
Contextualização
Esta Unidade sai do campo da Morfologia e entra no campo da Sintaxe.
Quando falamos em Sintaxe de Concordância, estamos observando como estudar
as relações entre vocábulos.
60
Concordância Nominal
Como o próprio nome diz, um dos objetos de estudo desta Unidade é como
podemos promover a concordância de artigos, adjetivos, numerais e pronomes
com o substantivo a que se referem.
Concordância do Artigo
Regra Exemplos
1. O artigo deve concordar em - O menino andava de bicicleta.
gênero e número com o substantivo. - A menina andava de bicicleta.
Concordância do Adjetivo
1. O adjetivo concorda em gênero e número com o - A bela casa foi entregue ontem.
substantivo. - O belo carro foi entregue ontem.
2. Adjetivo concordando com mais de um substantivo:
a) com substantivos de gêneros diferentes, o artigo vai a) A máquina e o binóculo importados foram entregues
para o masculino plural; no prazo.
b) caso o adjetivo faça referência a apenas um dos b) A geleia e o pão torrado foram servidos no café da manhã.
substantivos, concorda com ele;
c) Eles mantêm a ideia e o pensamento fixo na proposta
c) se os substantivos forem sinônimos, o adjetivo de compra.
concorda com o mais próximo; caso sejam antônimos
irá para o plural.
3. Dois adjetivos relacionados a um substantivo posposto:
a) se apenas o substantivo vier precedido de artigo, a) Fizeram concurso para as polícias federal e estadual.
apenas ele varia;
b) Fizeram concurso para a polícia federal e a estadual.
b) se o substantivo vier precedido de artigo, e o segundo
adjetivo também, o substantivo fica no singular.
4. Se tivermos dois adjetivos na função de predicativo do
a) A diretora e o professores estão preocupados com as
sujeito (características do sujeito situadas no predicado),
notas do terceiro ano.
eles ficarão no plural.
5. Adjetivo anteposto a dois substantivos de gêneros
a) Adquiriu belas casas e apartamentos.
diferentes, deverá concordar com o mais próximo.
61
Concordância Nominal e Concordância Verbal
UNIDADE
IV
Concordância do Numeral
1. Quando dois ou mais numerais, no singular, acompanham o
mesmo substantivo, teremos: a) O primeiro e o segundo artigo (artigos) da constituição
a) Se os numerais estão precedidos de artigo, o substantivo atendem as nossas necessidades legais.
poderá ficar no singular ou ir para o plural; b) O primeiro e segundo artigos da Constituição atendem as
b) Se apenas o primeiro numeral for precedido de artigo, o nossas necessidades legais.
substantivo deverá ficar no plural.
Casos Especiais
Há alguns vocábulos da Língua cuja concordância se expressa de maneira
própria. Nos quadros a seguir, apresentamos grande parte deles.
62
Não devemos ficar assustados com tantos pormenores. A Gramática Normativa
se preocupa justamente em estabelecer regras, com a finalidade de manter o
que chamamos de padrão linguístico de prestígio. Com o tempo e com o uso,
passaremos a utilizar as questões apontadas aqui com mais efetividade.
Concordância Verbal
A Concordância Verbal é um mecanismo no qual o verbo se flexiona com a
finalidade de se ajustar ao sujeito da oração.
Como regra geral, podemos dizer que o verbo concorda com o sujeito em
pessoa e número. Estão lembrados? Na Unidade II, falamos sobre essa questão.
Veja o exemplo:
Regra Exemplos
1. Sujeito composto e anteposto ao verbo:
a) Se os termos que estão no sujeito forem de famílias a) A máquina de lavar e a geladeira foram levadas para o
semânticas diferentes, o verbo vai para o plural; concerto.
b) Quando as palavras que formam o sujeito forem b) Medo e temor tomaram (tomou) posse de todos os
sinônimas ou de mesma família semântica, o verbo convidados.
pode ir para o plural, ou ficar no singular; c) Em dias de tempestade, os ventos, os relâmpagos, os
c) Se tivermos uma gradação de substantivos no sujeito, o trovões não os incomodava (incomodavam).
verbo poderá ficar no singular ou ir para o plural; d) Em dias de tempestade, os ventos, os relâmpagos, os
d) Se tivermos uma gradação de substantivos no sujeito, trovões, nada os incomodava.
e eles vierem resumidos por alguma expressão, como: e) Eu, tu e ele vamos ao parque.
‘nada’, ‘tudo’, ‘alguém’..., o verbo ficará no singular;
Tu e ele vais ao parque.
e) Se o sujeito for composto por pessoas do discurso
diferentes, o verbo deve concordar com o plural da Eu e tu vamos ao parque.
pessoa de menor número.
2. Sujeito composto e posposto ao verbo.
Passarão o céu e a terra.
O verbo concordará no plural ou com o núcleo do sujeito
Passará o céu e a terra.
mais próximo.
63
Concordância Nominal e Concordância Verbal
UNIDADE
IV
Regra Exemplos
Discutiu-se a estratégia para construção da rodovia.
3. Verbo apassivado pelo pronome “se”.
Discutiram-se as estratégias para
Nesse caso, o verbo concordará com o sujeito em número.
construção da rodovia.
4. Verbo acompanhado por “se”, como índice de indetermina-
ção do sujeito.
Assistiu-se à derrota do time com muita tristeza.
Neste caso, o verbo ficará sempre na terceira pessoa do
singular.
Bateram duas horas.
5. Verbos dar, bater e soar, na indicação de horas, concordam
Soou uma hora
com o número das horas.
Deram oito horas.
6. Sujeito coletivo.
a) O enxame invadiu o celeiro e atacou os animais que
a) O verbo ficará no singular se estiver próximo ao sujeito;
estavam lá.
b) Caso venha seguido de expressão no plural, o verbo, b) A multidão de fiéis seguiram o cortejo.
também, vai para o plural.
7. Sujeito formado por nomes próprios.
Vassouras é uma cidade do Rio de Janeiro.
Se esses nomes não vierem precedidos de artigo, o verbo Os Estados Unidos ficam na América do Norte.
ficará no singular.
Fui eu que falei.
8. Quando o sujeito de um verbo for o pronome relativo “que”,
Foste tu que falaste.
o verbo deverá concordar com o termo que o antecede.
Foram eles que falaram.
9. Quando o sujeito de um verbo for o pronome relativo
“quem”, teremos duas formas para a concordância: a) Fui eu quem falou.
a) o verbo concordará na terceira pessoa do singular; b) Fui eu quem falei.
b) poderá concordar com o termo que o antecede.
10. Se o sujeito for um pronome de tratamento, o verbo Vossa Excelência deseja um café?
ficará sempre na terceira pessoa do singular, ou plural,
dependendo do pronome. Vossas Excelências desejam um café?
11. Quando temos no sujeito as expressões “mais de” ou Mais de um carro foi vendido.
“menos de”, o verbo concordará com o numeral que vier
depois delas. Mais de dez alunos saíram da sala.
Exceção: com a expressão mais de um, o verbo pode ir Menos de vinte telefones foram grampeados.
para o plural em duas situações: a) Mais de uma mota se aparelharam.
a) quando o verbo dá ideia de situação recíproca; b) Mais de um diretor, mais de um professor estavam
b) quando a expressão mais de um vem repetida. presentes na Formatura.
12. Núcleos do sujeito ligados pela conjunção “ou”:
a) Se a conjunção cria uma relação de exclusividade, a) Sebastião ou Marcelo será eleito Deputado Federal.
o verbo fica no singular;
b) Alimentação saudável ou exercícios físicos são fundamen-
b) Se a relação não for de exclusividade, o verbo vai tais para a saúde.
para o plural;
c) Ele ou eu irei ao velório de Astrogildo.
c) Se a conjunção liga dois núcleos de pessoas do discurso
diferentes, o verbo concordará com o mais próximo.
13. Com as expressões “um dos que” e “uma das que”, o verbo a) Maria foi uma das que mais comeu.
pode ficar no singular ou no plural. b) Maria foi uma das que mais comeram.
14. Com o sujeito formado pela expressão “Nem um nem a) Nem um nem outro estava cansado.
outro”, o verbo pode ficar no singular ou no plural. b) Nem um nem outro estavam cansados.
64
Regra Exemplos
15. Verbo parecer seguido de infinitivo admite duas
construções: a) Após o bombardeio, os prédios parecem cair como blocos
a) Flexiona-se o verbo parecer e se mantém o outro verbo de isopor.
no infinitivo; b) Após o bombardeio, os prédios parece caírem como blocos
b) Deixa-se o verbo parecer no infinitivo e se flexiona o de isopor.
outro verbo.
16. Silepse de pessoa, à medida que o verbo passa a concordar
a) Os Metaleiros somos barulhentos. (como me inclui, está
com uma pessoa não expressa. Ela está implícita na
implícito o “nós”).
oração.
17. Verbos impessoais:
a) Ficarão sempre na terceira pessoa do singular; a) Fará muito calor amanhã.
b) Os verbos auxiliares que se colocam junto aos b) Deverá fazer umas dez horas que eles não dão sinal de
impessoais, formando uma locução verbal, também vida.
não se flexionam; c) Todos já haviam comprado seus presentes de Natal,
c) quando o verbo “haver” for auxiliar de outro verbo, ele quando os ladrões entraram na loja.
se flexionará.
18. Concordância do verbo “ser”. Tal concordância oscila entre a) Teu suporte são coisas que eu não entendo. Teus caminhos
o sujeito e o predicado. Vamos apresentar algumas dessas são fonte de aprendizagem para muitos.
concordâncias:
b) Ele é o seu pensamento. Sua alegria eram os netos.
a) Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas e
pertencem a números diferentes, preferencialmente o c) É uma hora. (São sete horas). É um kilômetro, (São sete
verbo concorda com o que está no plural; kilômetros). É primeiro de novembro. São quinze de
outubro.
b) Quando o sujeito ou o predicativo for nome de pessoa,
o verbo deverá concordar com o nome; d) Duzentos kilômetros é muito para chegarmos.
c) Nas indicações de horas, dias e distância, o verbo “ser” Quatorze quadras é bastante para correr, mas ele conseguirá
concorda com o predicativo; chegar sem muito esforço.
d) Com as expressões “é muito”, “é pouco” e “é bastante”, o Ele disse que duzentos reais é pouco para o trabalho que
verbo ficará sempre invariável. realizou.
Bem, chegamos ao fim de mais uma Unidade. Sabemos que todos estão
preocupados com a quantidade de regras de concordância, porém, não nos
esqueçamos de fazer os exercícios e praticar essas regras, pois somente isso nos
deixará mais próximos desse conhecimento.
65
Concordância Nominal e Concordância Verbal
UNIDADE
IV
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Vídeos
Concordância Verbal e Nominal exemplos
https://youtu.be/Fb-zBUUY3l4
Os melhores do Mundo – Sequestro
https://youtu.be/cszA3o0X75M
Leitura
Concordância Nominal e Verbal: Contribuições para o Debate sobre o Estatuto da Variação em Três Variedades
Urbanas do Português
https://goo.gl/cJyjHu
Concordância Nominal em Duas Variedades do Português: Convergências e Divergências
https://goo.gl/MtrmaJ
Aspectos Funcionais e Estruturais da Concordância Verbal no Português Falado
https://goo.gl/b6wCbm
66
Referências
AZEREDO, J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2008.
67
V
Regência Nominal e Regência Verbal
Revisão Textual:
Profa. Dra. Selma Aparecida Cesarin
Regência Nominal e Regência Verbal
UNIDADE
V
Contextualização
Esta Unidade continua como a anterior, neste caso, no campo da Sintaxe de
Regência. Ela cuida das relações de dependência entre as palavras na oração, ou
entre orações. Alguns termos exigem a presença de outros, para que a produção
de sentidos seja completa. Haverá Regência Nominal na medida em que os termos
regentes forem substantivos, adjetivos ou advérbios. Caso a regência seja de verbo,
haverá Regência Verbal.
70
Regência Nominal
Damos o nome de Regência Nominal à relação existente entre um substantivo, um
adjetivo ou um advérbio e os respectivos complementos dessas classes gramaticais.
71
Regência Nominal e Regência Verbal
UNIDADE
V
SUBSTANTIVOS ADJETIVOS ADVÉRBIOS
Habituado a
Idêntico a
Impróprio para
Indeciso em
Insensível a
Liberal com
Natural de
Necessário a
Nocivo a
Paralelo a
Passível de
Preferível a
Prejudicial a
Prestes a
Propício a
Próximo a, de
Relacionado com
Relativo a
Satisfeito com, de, em, por
Semelhante a
Sensível a
Sito em
Suspeito de
Vazio de
Cada uma das palavras do quadro anterior são termos regentes, que precisam
de um termo chamado regido para completar o sentido delas.
72
Nessa oração, temos um advérbio (termo regente) que exige um complemento
“lareira” (termo regido).
Regência Verbal
Como já vimos na Unidade II, os verbos têm uma forma de flexão bem dife-
renciada das demais palavras. Além disso, eles se relacionam com os sujeitos das
orações, concordando com eles. Como palavra, apresentam também uma regência
de acordo com o sentido que possuem no enunciado em que estão inseridos.
Para entender essa regência, temos de/que relembrar conceitos que já foram
trabalhados no Ensino Fundamental e Médio – o de transitividade verbal.
Intransitivos – são verbos que não possuem complemento, ou seja, eles têm um
sentido completo. Sozinhos já indicam a ação ou o fato.
Quem compra, compra alguma coisa. O verbo “comprar” exige que indiquemos
o objeto comprado; portanto, ele é transitivo.
73
Regência Nominal e Regência Verbal
UNIDADE
V
a) Transitivo Direto – Os complementos dos verbos transitivos diretos são os
objetos diretos. Entre o verbo e o complemento verbal não há preposição
obrigatória para o estabelecimento da relação de regência.
Ela fez tanta traquinagem da última vez que esteve na casa da tia, que ficaram
com vontade de deixá-la na casa da vizinha dessa vez.
Ex.:
Ex.: Paguei a conta ao Banco. Quem paga, paga alguma coisa a alguém. O
verbo pagar, nesse caso, é Transitivo direto e indireto.
74
Verbo Sentido/Regência Exemplo
a) Fazer carinho – VTD a) Mariana agradava seu cachorro.
Agradar
b) Satisfazer – VTI b) O presente agradou ao aniversariante.
a) Cheirar, sorver – VTD a) Aspiramos o aroma das plantas.
Aspirar
b) Almejar, desejar – VTI b) Aspiramos a dias melhores.
a) O Presidente da empresa assiste em
a) Morar, residir – VI Florianópolis.
b) Ver, presenciar – VTI b) Assistimos ao filme ontem no cinema.
Assistir
c) Ajudar, dar assistência – VTD c) Os enfermeiros assistiram os doentes.
d) Caber, pertencer – VTI d) A legislação assiste a todos os
cidadãos brasileiros.
a) O técnico chamou os jogadores para a seleção.
a) Convocar – VTD
Chamar b) Chamou-no patife.
b) Apelidar, dar nome – VTD ou VTI
Chamou-lhe de patife.
a) Achar bom gosto, aprovar, estimar – VTI a) Gosto de suco de uva.
Gostar
b) Experimentar, provar – VTD b) Gostei o vinho no jantar.
a) Ter implicância – VTI a) O chefe implicou com os subordinados.
Implicar
b) Acarretar, envolver – VTD b) Isso implicará outras decisões.
a) Marcio namora Joana (cuidado para não
Namorar a) É sempre VTD
usar a preposição com)
a) Referindo-se a coisas – VTD a) Paguei as aulas.
Pagar e Perdoar
b) Referindo-se a pessoas – VTI b) Pagaram ao professor.
a) Imaginar, lembrar-se – VTI a) Pensava em Deus todos os dias.
Pensar
b) Aplicar curativo – VTD b) As enfermeiras pensavam os feridos.
a) Constrói-se com objeto direto e indireto
Obs.: a Gramática Normativa
Preferir preceitua que não devemos usar a) Prefiro a TV ao cinema.
para o verbo “preferir” a conjunção
comparativa “do que”, ou as de
reforço: como, mais, menos etc.
a) Desejar – VTD a) Eles sempre quiseram a felicidade dos filhos.
Querer
b) Amar, ter amizade – VTI b) Os filhos querem muito aos seus pais.
a) Mariano visou a caça e atirou.
a) Mirar, apontar – VTD
b) Assinou o cheque.
Visar b) Assinar, dar visto – VTD
c) Rute visou ao cargo de gerente, desde
c) Almejar, desejar – VTI
que entrou na empresa.
75
Regência Nominal e Regência Verbal
UNIDADE
V
O Uso da Crase
Achamos pertinente entrar no estudo da crase nesta Unidade, pois estamos
falando de Regência, e a crase é um produto (ou não) da relação de regência entre
as palavras. Em tais relações, como vimos nas regências nominais e verbais, os
termos regentes exigirão (ou não) a preposição. No caso da crase, observaremos a
questão pela utilização da preposição “a”.
Nota: cuidado! Crase não é um acento! É uma fusão! O acento que representa o
fenômeno da crase é chamado de acento grave.
Ao tratar da crase, mais uma vez os gramáticos nos apresentam regras. Como
em outros casos, precisamos estar atentos, pois há exceções.
Fica-nos claro que, como a crase acontece entre o “a” preposição e um “a”
artigo feminino, o fenômeno não existirá diante de palavras masculinas.
Ex.: Todos irão à padaria comprar pão. (há crase, pois o verbo “ir” exige
preposição, e a palavra “padaria” é feminina).
Vou a Pernambuco.
Pensemos:
Se vou a e volto da – crase há.
Se vou a e volto de – crase para quê?
Parece uma brincadeira, mas é real. Se vou a Bahia, volto da Bahia; no caso de
Pernambuco, volto de Pernambuco.
76
Ex.: Refiro-me àquela candidata.
Comprei aquela fazenda.
Dedica-se àquele esporte.
77
Regência Nominal e Regência Verbal
UNIDADE
V
Material Complementar
Indicações para saber mais sobre os assuntos abordados nesta Unidade:
Livros
Moderna Gramática Brasileira
LUFT, Celso Pedro. 2ªed.rev e atual. São Paulo: Globo, 2002.
Da Linguagem Coloquial à Escrita Padrão
MOLLICA, Maria Cecilia – Rio de Janeiro: 7 letras, 2003.
Vídeos
Aula de Língua Portuguesa – Sintaxe – Regência Verbal: Parte 1
https://youtu.be/h1jU80SfNM4
Aula de Língua Portuguesa – Sintaxe – Regência Nominal
https://youtu.be/6TtZhzNkq5Q
78
Referências
AZEREDO, J. C. de. Gramática Houaiss da Língua Portuguesa. São Paulo:
Publifolha, 2008.
79
Os cursos da Cruzeiro do Sul Virtual promovem formação de alta qualidade
para o estudante que aspira a uma carreira de sucesso. Na modalidade
Semipresencial, com a inclusão de aulas presenciais, todos aqueles que
buscam pela Graduação têm flexibilidade e autonomia de horário, sem abdicar
da convivência universitária.
O conteúdo desta Disciplina proporciona
conhecimento essencial para que o futuro
profissional torne-se qualificado para atender
o mercado de trabalho e realizar as tarefas
correlatas à sua função com maestria,
destacando-se na área escolhida.
www.cruzeirodosulvirtual.com.br