Você está na página 1de 33

Gestão

Industrial

Planejamento e Controle da
Produção
UFSC
Introdução

Prof. Ricardo Aurélio Quinhões Pinto


PLANEJAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO
Planejamento Estratégico
da Produção
VISÃO GERAL DAS ATIVIDADES DO PCP

Departamento Plano de Produção

Avaliação de Desempenho
Acompanhamento e Controle da Produção
de Marketing
Previsão de Vendas
Planejamento Mestre
Pedidos em Carteira da Produção
Plano Mestre de Produção

Programação da Produção
•Administração dos Estoques
•Seqüenciamento
•Emissão e Liberação de Ordens
Ordens Ordens Ordens
Departamento de de de
de Compras Compras Fabricação Montagem
Pedido de Compras

Fornecedores Estoques Fabricação e Montagem

Clientes
Planejamento e Controle da Produção
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA PRODUÇÃO

CONSISTE EM ESTABELECER UM PLANO DE PRODUÇÃO


PARA DETERMINADO PERÍODO (LONGO PRAZO) SEGUNDO
AS ESTIMATIVAS DE VENDAS E A DISPONIBILIDADE DE
RECURSOS FINANCEIROS E PRODUTIVOS.
A estimativa de vendas serve para prever os tipos e quantidades
de produtos que espera-se vender no horizonte de planejamento
estabelecido.
A capacidade de produção é o fator físico limitante do processo
produtivo, e pode ser incrementada ou reduzida, desde que
planejada a tempo, pela adição de recursos financeiros.
Planejamento e Controle da Produção
PLANEJAMENTO MESTRE DE PRODUÇÃO

CONSISTE EM ESTABELECER UM PLANO MESTRE DE


PRODUÇÃO (PMP) DE PRODUTOS FINAIS, DETALHADO NO
MÉDIO PRAZO, PERÍODO A PERÍODO, A PARTIR DO PLANO DE
PRODUÇÃO, COM BASE NAS PREVISÕES DE VENDAS DE
MÉDIO PRAZO OU DOS PEDIDOS FIRMES JÁ
CONFIRMADOS.
Onde o Plano de Produção considera famílias de produtos, o Plano
Mestre especifica itens finais que fazem parte destas famílias.
A partir do estabelecimento do Plano Mestre, o sistema produtivo
passa a assumir compromissos de fabricação e montagem dos bens
ou serviços.
Planejamento e Controle da Produção
PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO

COM BASE NO PLANO MESTRE DE PRODUÇÃO E NOS


REGISTROS DE CONTROLE DE ESTOQUES, A
PROGRAMAÇÃO DA PRODUÇÃO ESTABELECE NO CURTO
PRAZO QUANTO E QUANDO COMPRAR, FABRICAR OU
MONTAR DE CADA ITEM NECESSÁRIO À COMPOSIÇÃO DOS
PRODUTOS FINAIS.
Para tanto, são emitidas ordens de compra para os itens
comprados, ordens de fabricação para os itens fabricados
internamente, e ordens de montagem para as submontagens
intermediárias e montagem final dos produtos definidos no Plano
Mestre de Produção.
Planejamento e Controle da Produção
EXEMPLO

Plano de Produção
º
Família 1 tri 2ºtri 3ºtri 4ºtri 5ºtri 6ºtri 7ºtri 8ºtri Total
Condicionador 400 500 499 550 450 600 500 600 4.000
Fogão 1.200 1.300 1.100 900 900 1.200 1.200 1.200 9.000
Geladeira 700 800 750 900 800 1.000 1.050 2.000 8.000
Secadora 300 350 280 400 300 450 470 450 2.000

Plano Mestre ode Produção - Geladeira


Produto 1 mês 2 mês 3 mês 4 mês 5 mês 6omês Total
o o o o

Geladeira Md 1 80 90 90 100 100 100 550


Geladeira Md 2 60 60 70 70 70 80 400
Geladeira Md 3 80 80 90 90 90 100 550
1500
Programação da Produção - Geladeira
Produto 1asem 2asem 3asem 4asem 1asem 2asem 3asem 4asem Total
Porta Md 1 4 5 6 15 15 4 5 6 60
Porta Md 2 5 6 15 4 4 5 6 15 60
Porta Md 3 10 8 30 12 8 10 30 12 120
Planejamento e Controle da Produção
ACOMPANHAMENTO E CONTROLE DA PRODUÇÃO

ATRAVÉS DA COLETA E ANÁLISE DOS DADOS, BUSCA


GARANTIR QUE O PROGRAMA DE PRODUÇÃO EMITIDO SEJA
EXECUTADO A CONTENTO.
Quanto mais rápido os problemas forem identificados, mais efetivas
serão as medidas corretivas visando o cumprimento do programa
de produção.
Os sistemas puxados de produção, baseados na filosofia Lean,
simplificam em muito a necessidade de acompanhamento da
produção pelo PCP, visto que os mesmos são auto reguláveis e
projetados para apontar de forma imediata quaisquer problemas que
ocorram.
Planejamento e Controle da Produção

Os planejamentos se dão
em dois níveis básicos:

MRP I e/ou MRP II

Planejamento dos Planejamento dos


recursos materiais recursos de manufatura
Diferença entre MRP I e MRP II

Em sua forma mais primitiva, o MRP simplesmente


explodia o PMP (do inglês MPS) nos materiais
necessários.
A lógica dos sistemas MRP I foi estendida para o
planejamento de recursos de manufatura (MRP II), que
incorpora informações de engenharia, finanças e
marketing, num sistema integrado para empresas de
manufatura.
Diferença entre MRP I e MRP II

Fonte: Corrêa et al (2008, p. 134).


Atualização do MRP

Existem duas formas para manter a informação de um MRP


atualizada:

• Regeneração – Neste caso o MRP é “corrido”


periodicamente, tipicamente semanalmente. Toda a
informação disponível é analisada obtendo-se um novo
plano (fotografia).
• Mudança líquida – Neste procedimento o MRP é
atualizado mais frequentemente, a intervalos aleatórios,
sempre que uma transação é processada (filme).
Atualização do MRP

Com um sistema de atualização “mudança líquida” é possível:

• minimizar o trabalho de planejamento necessário após


uma atualização do PMP;
• processar alterações que ocorrem entre revisões;
• manter o MRP independente do “timing” das revisões;
• manter o MRP continuamente atualizado;
Algumas Desvantagens da Mudança
Líquida do MRP

No entanto esta metodologia apresenta algumas desvantagens:

• incapacidade de eliminar erros existentes nos arquivos;


• requer maior disciplina nos procedimentos operacionais;
• o processamento de dados é mais ineficiente;
• pode tornar o processo de planejamento demasiado
“nervoso”.
Algumas Vantagens do MRP

• Menor nível de stocks, o que implica poupanças financeiras,


de espaço e em armazenamento;
• Maior rotação de estoques;
• Melhor nível de serviço;
• Maior utilização de recursos, uma vez que os materiais
estão disponíveis quando são necessários;
• Menor tempo gasto em expedição e ordens urgentes;
• Os planos gerados pelo MRP podem ser utilizados para o
planejamento de curto prazo;
• Incentivo a um melhor planejamento.
Algumas Desvantagens do MRP

• Pouco flexível quando se verificam mudanças;


• Necessidade de muita informação detalhada e confiável;
• Envolve muita manipulação de dados;
• Os sistemas podem tornar-se muito complexos;
• Assume que os tempos de ciclo são constantes e independentes
das quantidades encomendadas ou carga de trabalho presente na
oficina;
• Ignora a sequência pela qual os materiais são processados assumindo
que eles são feitos pela ordem especificada pela lista de materiais;
• A dimensão dos lotes sugeridos pelo MRP podem ser ineficientes;
• O MRP pode não reconhecer restrições de capacidade e
• Pode ser caro e demorar muito tempo a ser implementado.
Plano Mestre
de Produção

Programação
da produção
Sistemas ERP
Os sistemas ERP são constituídos de muitos módulos de
software que podem ser comprados em conjunto ou
separadamente para ajudar a administrar várias atividades e
diferentes em diversas áreas funcionais de um negócio.

Software ERP R/3 da SAP – o mais vendido no mundo

• Módulos de: vendas e distribuição, contabilidade financeira,


controle financeiro, administração de ativos fixos, recursos
humanos, fluxos de trabalho, soluções industriais, administração
de materiais, planejamento da produção
• Exigem grandes investimentos tanto em hardware quanto no
próprio software e na sua implantação;
• Modificação de seus processos para se ajustar ao software
• Vários anos para a sua total implementação
Responda

1. O que é MRP?
2. Qual o processo envolvido no planejamento e controle
do MRP?
3. Quais são as principais entradas para um sistema
MRP?
4. Cite duas vantagens e duas desvantagens no processo
de mudança líquida do MRP?
5. Quais os principais objetivos e os benefícios do MRP I?
6. O que são MRPII e ERP (enterprise resource planning)
PLANO DE PRODUÇÃO

COMO RESULTADO DAS DECISÕES ESTRATÉGICAS NO


ÂMBITO DA PRODUÇÃO, É ELABORADO UM PLANO
DE LONGO PRAZO QUE TÊM POR META DIRECIONAR
OS RECURSOS PRODUTIVOS NO SENTIDO DAS
ESTRATÉGIAS ESCOLHIDAS. É O PLANO DE PRODUÇÃO.

Este plano servirá de base para equacionar os níveis de produção,


estoques, recursos humanos, máquinas e instalações necessários
para atender a demanda prevista de bens e serviços.
PLANO DE PRODUÇÃO

O PLANO DE PRODUÇÃO TRABALHA COM INFORMAÇÕES


AGREGADAS DE VENDAS E PRODUÇÃO, NORMALMENTE COM
O AGRUPAMENTO DE PRODUTOS EM FAMÍLIAS AFINS.
os produtos são medidos em valores financeiros;
os períodos de planejamento são de meses ou trimestres,
abrangendo um, ou mais anos, para frente;
a nível tático, o plano de produção servirá de base para desenvolver
o planejamento mestre da produção, onde as informações serão
desmembradas
É preciso se desenvolver uma dinâmica de replanejamento que
seja empregada sempre que uma variável importante do plano se
alterar substancialmente.
Plano de Produção
ENTRADAS PARA O PLANO DE PRODUÇÃO

Para elaboração de um plano, há uma série de informações


necessárias, tais como:

RECURSOS: equipamentos, instalações, força de trabalho, taxa de


produção.
PREVISÃO DA DEMANDA: demanda prevista para as famílias de
itens.
POLÍTICAS ALTERNATIVAS: subcontratações, turno extras,
postergar a produção, estoques, promoções, etc.
DADOS DE CUSTOS: produção normal, armazenagem,
subcontratações, turno extra e outros.
Plano de Produção
ENTRADAS PARA O PLANO DE PRODUÇÃO

➢ Em função da variabilidade da demanda, podemos adotar uma


das três alternativas básicas de volume de produção:

1. Manter uma taxa de produção


constante;
2. Manter uma taxa de produção
casada com a demanda;
3. Variar a taxa de produção em
patamares.
Plano de Produção
ENTRADAS PARA O PLANO DE PRODUÇÃO

PARA PENSAR :
 É válido o aumento de preços para conter a demanda dentro de um
nível de produção possível para a organização ?

➢ É uma tática por vezes arriscada. É melhor planejar a entrega futura


dos pedidos pendentes. O aumento de preço para conter a
demanda nem sempre é uma alternativa viável, pois numa economia
aberta sempre existirão empresas dispostas a atender os clientes
pelo preço de mercado, além disso, o aumento da margem de lucro
pode incentivar a entrada de novos concorrentes no mercado.
Plano de Produção
PREPARAÇÃO DO PLANO DE PRODUÇÃO

Várias técnicas podem ser utilizadas para auxiliar na elaboração de


um plano de produção. Algumas delas procuram soluções
otimizadas, outras aproveitam-se da experiência e do bom senso
dos planejadores.

As técnicas matemáticas empregam modelos matemáticos


(programação linear, programação por objetivos, simulação, algoritmos
genéticos e outros) para buscar a melhor alternativa.

As técnicas informais de tentativa e erro empregam tabelas e gráficos


para visualizar as situações planejadas e decidir pela mais viável.
Plano de Produção
PREPARAÇÃO DO PLANO DE PRODUÇÃO

PASSOS BÁSICOS PARA GERAR UM PLANO DE PRODUÇÃO

agrupar os produtos em famílias afins;


estabelecer o horizonte e os períodos de tempo a serem incluídos
no plano;
determinar a previsão da demanda destas famílias para os períodos,
no horizonte de planejamento;
determinar a capacidade de produção pretendida por período, para
cada alternativa disponível (turno normal, turno extra, sub-
contratações ou outros);
Plano de Produção
PREPARAÇÃO DO PLANO DE PRODUÇÃO

definir as políticas de produção e estoques que balizarão o plano;


determinar os custos de cada alternativa de produção disponível;
desenvolver planos de produção alternativos e calcular os custos
decorrentes;
analisar as restrições de capacidade produtiva; e
eleger o plano mais viável estrategicamente.
Plano de Produção
EXEMPLO

Desenvolver um plano de produção de uma família de produtos,


para os próximos dois anos com períodos trimestrais. Os dados de
estoques, previsão de demanda e custos são os seguintes:

Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total
Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000
Estoque inicial = 50
Custos:
Produtivos:
Turno normal = $4 por unid.
Turno extra = $6 por unid.
Subcontratação = $10 por unid.
De estocagem: $2 por unid. por trim. sobre o estoque médio
De atraso na entrega: $20 por unid. por trim.
Plano de Produção
EXEMPLO - alternativa 1
 Supor produção constante
 Utilizar estoques para absorver variações de demanda
 Admitir atrasos e entregas em períodos seguintes

Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total
Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000
Produção:
Normal 250 250 250 250 250 250 250 250 2000
T. extra
Subcontr.
Prod - Dem 50 50 50 (50) (150) (50) 50 50 0
Estoques:
Inicial 50 100 150 200 150 0 0 0
Final 100 150 200 150 0 0 0 50
Médio 75 125 175 175 75 0 0 25 650
Atrasos 0 0 0 0 0 50 0 0 50

Custos $
Produção:
Normal 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 1000 8000
T. extra
Subcontr.
Estoques 150 250 350 350 150 0 0 50 1300
Atrasos 0 0 0 0 0 1000 0 0 1000
Total $ 1150 1250 1350 1350 1150 2000 1000 1050 10300
EXEMPLO – Alternativas 2 e 3

 Na segunda alternativa vamos admitir a introdução de turnos


extras de até 40 unidades por trimestre, um ritmo de produção
normal de 230 unidades e a possibilidade de atrasar e entregar
pedidos nos períodos seguintes.
 Para uma terceira alternativa, vamos supor que o ritmo de
produção normal seja de 200 unidades por trimestre, e que até
40 unidades por trimestre possam ser obtida com turnos extras
e o restante subcontratado de terceiros em lotes de 25
unidades. Não se aceitam atrasos na entrega.
Plano de Produção
EXEMPLO- alternativa 2
 Possibilidade de turnos extras com até 40 unidades/ trimestre
 Produção normal de 230 unidades / trimestre
 Possibilidade de atrasar entregas e entregar no período seguinte
Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total
Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000
Produção:
Normal 230 230 230 230 230 230 230 230 1840
T. extra 20 40 40 40 140
Subcontr.
Prod - Dem 30 30 50 (30) (130) (30) 30 30 (20)
Estoques:
Inicial 50 80 110 160 130 0 0 0
Final 80 110 160 130 0 0 0 30
Médio 65 95 135 145 65 0 0 15 520
Atrasos 0 0 0 0 0 30 0 0 30

Custos $
Produção:
Normal 920 920 920 920 920 920 920 920 7360
T. extra 0 0 120 240 240 240 0 0 840
Subcontr.
Estoques 130 190 270 290 130 0 0 30 1040
Atrasos 0 0 0 0 0 600 0 0 600
Total $ 1050 1110 1310 1450 1290 1760 920 950 9840
Plano de Produção
EXEMPLO- alternativa 3
 Produção normal de 200 unidades /trimestre
 Possibilidade de turnos extras com até 40 unidades/ trimestre
 Possibilidade de terceirização em lotes múltiplos de 25 unidades / trimestre
 Não é possível atraso de entrega
Período 1 trim. 2 trim. 3 trim. 4 trim. 5 trim. 6 trim. 7 trim. 8 trim. Total
Demanda 200 200 200 300 400 300 200 200 2000
Produção:
Normal 200 200 200 200 200 200 200 200 1600
T. extra 0 0 0 40 40 40 0 0 120
Subcontr. 0 0 0 25 150 75 0 0 250
Prod - Dem 0 0 0 (35) (10) 15 0 0 (30)
Estoques:
Inicial 50 50 50 50 15 5 20 20
Final 50 50 50 15 5 20 20 20
Médio 50 50 50 32,5 10 12,5 20 20 245
Atrasos 0 0 0 0 0 0 0 0 0

Custos $
Produção:
Normal 800 800 800 800 800 800 800 800 6400
T. extra 0 0 0 240 240 240 0 0 720
Subcontr. 0 0 0 250 1500 750 0 0 2500
Estoques 100 100 100 65 20 25 40 40 490
Atrasos 0 0 0 0 0 0 0 0 0
Total $ 900 900 900 1355 2560 1815 840 840 10110
EXEMPLO - Análise
 Como forma de facilitar a comparação e visualização das
alternativas pode-se empregar gráficos com as principais variáveis,
como demanda, estoques, produção ou custos.

400

350

300

250
Unidades

200

150

100

50

0
1° Trim. 2° Trim. 3° Trim. 4° Trim. 5° Trim. 6° Trim. 7° Trim. 8° Trim.

Estoque Médio Alter.1 Estoque Médio Alter.2 Estoque Médio Alter.3


Exercício
de
Plano de Produção

Você também pode gostar