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INTRODUÇÃO À

Fitoterapia
@plantamestre
SUMÁRIO
I- Introdução 1
II - Consumo de fitoterápicos 4
III - Definições na Fitoterapia 5
IV - Fitoterápicos: Legislação 14
V- Nomenclatura Botânica 16
VI - Nome Científico x Vulgar 17
VII - Plantas Nativas x Exóticas 18
VIII - Chá: Alimento versus Produto Medicinal 25
IX - Formas Farmacêuticas Fitoterápicas 29
X- A Autora 32
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I - INTRODUÇÃO
A FITOTERAPIA E A HISTÓRIA A utilização da natureza para fins terapêuticos é tão antiga
quanto a civilização humana e por muito tempo produtos
DOS MEDICAMENTOS
, ,

minerais de plantas e animais foram fundamentais para a


,

área da saúde .

Historicamente a importância das plantas medicinais


,

reside não só como ingrediente na elaboração de


medicamentos fitoterápicos mas também como fonte na
,

descoberta de novos fármacos não só como ativos já,

preparados pela natureza como como fonte de moléculas


,

que servem como protótipos para a elaboração de ativos


mais potentes .

O termo fitoterapia foi dado à terapêutica que utiliza


" "

como constituintes ativos plantas ou seus derivados e que ,

tem a sua origem no conhecimento e no uso popular .

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INTRODUÇÃO
BRASIL E A REGULAMENTAÇÃO A fitoterapia está regulamentada no Brasil desde 2006 por ,

meio de duas políticas públicas


DA FITOTERAPIA EM
:

I Política Nacional de Práticas Integrativas e


-

TERRITÓRIO NACIONAL Complementares PNPIC e ( ),

II Política Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos


-

( PNPMF tornando se esta mais uma opção no Sistema


), -

Único de Saúde SUS ( ).

Em 2009 foi publicado pelo Ministério da Saúde a Relação


,

de Plantas Medicinais de Interesse do SUS onde constam ,

71 espécies com potencial terapêutico .

Em 2016 foi publicada pela ANVISA a primeira edição do


,

Memento Fitoterápico da Farmacopéia Brasileira com o ,

objetivo de orientar a prescrição de plantas medicinais


1 Ed. do Memento Fitoterápico. e fitoterápicos a partir de evidências científicas
  , .

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INTRODUÇÃO
BRASIL E A REGULAMENTAÇÃO A Relação Nacional de Medicamentos Essenciais RENAME ( )

de 2017 contempla uma lista com 12 espécies vegetais


DA FITOTERAPIA EM usadas na fabricação de fitoterápicos e descreve ainda a , , ,

TERRITÓRIO NACIONAL concentração composição e a forma farmacêutica


/

empregada para cada espécie .

Em 2017 por meio da Portaria GM MS Nº 704 foi publicada


, / ,

a lista de produtos estratégicos para o SUS incluindo os 12 ,

Fitoterápicos da RENAME

Em 2018 forma publicadas 3 monografias de plantas


,

medicinais de interesse ao SUS :

-Alecrim pimenta Lippia sidoides Cham


- : .

-Eucalipto Eucalyptus globulus Labill


: .

-Guaco Mikania glomerata Spreng


: .

Monografia do guaco - M. glomerata.

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II - CONSUMO DE PRODUTOS NATURAIS
"SE É NATURAL, NÃO FAZ MAL?": Vamos àquela questão clássica : " Se é natural , não faz mal ? " .

MITO OU REALIDADE MITO :   um derivado vegetal pode causar danos à saúde , se

utilizado de forma inadequada . Mas o que seria um uso

inadequado desse tipo de produto , e que tipo de reações

isso pode causar ? Vamos a alguns exemplos de efeitos :

I - relacionadas à dose do produto que foi consumido .

II - relacionadas à alergia

III - relacionadas à interação medicamentosa com outros

agentes químicos / farmacológicos

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III - DEFINIÇÕES NA FITOTERAPIA
É PRECISO ENTENDER OS A seguir serão apresentados alguns conceitos importantes
,

dentro da fitoterapia que devem ser conhecidos por


,

CONCEITOS DE TERMOS profissionais da área de saúde que trabalham neste


ESPECÍFICOS contexto O conhecimento adequado de termos técnicos é
.

de extrema relevância não só no momento da seleção /

prescrição como também serve como base para a


??? planta medicinal ??? ,

orientação do uso correto dos produtos de origem natural .

droga vegetal
derivado vegetal Esse conhecimento também se faz relevante para o
paciente usuário fazendo com que o mesmo use os
/ ,

extrato padronizado medicamentos ou plantas medicinais de forma adequada


???
,

fitoterápico o que contribui para o sucesso do tratamento e evita uso


inadequado com possíveis danos à saúde .

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FITOTERÁPICO
DEFINIÇÃO DE De acordo com a RDC Nº 26 de 13 05 2014 um fitoterápico é
/ / ,

definido como sendo um produto obtido de matéria prima


"FITOTERÁPICO" SEGUNDO A
" -

ativa vegetal exceto substâncias isoladas com finalidade


, ,

RESOLUÇÃO RDC Nº 26 profilática curativa ou paliativa


, podendo ser simples
(...), ,

quando o ativo é proveniente de uma única espécie vegetal


DE 13 DE MAIO DE 2014 medicinal ou composto quando o ativo é proveniente de mais
, ,

de uma espécie vegetal Trata de um produto industrializado


". .

Cabe destacar que não é considerado um fitoterápico aquele


medicamento que contém substâncias ativas isoladas bem ,

como sua associação com extratos vegetais .

Todo fitoterápico e deve ter sua ação comprovada através de


estudos farmacológicos e toxicológicos .

Somente após confirmadas a ação e qualidade do produto ele ,

é registrado pela ANISA e liberado para venda .

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PLANTA MEDICINAL X FITOTERÁPICO
FITOTERÁPICO E PLANTA A resposta é NÃO Fitoterápico e planta medicinal não são a
" ".

mesma coisa .

MEDICINAL PODEM SER


CONSIDERADOS A MESMA A Organização Mundial da Saúde OMS define planta medicinal
( ) “ ”

como sendo todo e qualquer vegetal que possui em um ou mais


" ,

COISA? órgãos substâncias que podem ser utilizadas com fins terapêuticos
,

ou que sejam precursores de fármacos semi sintéticos - ".

Um fitoterápico de forma diferente é definido como sendo


“ ”, ,

medicamento obtido a partir do empregando exclusivo de


matérias primas ativas vegetais É caracterizado pelo conhecimento
- .

da eficácia e dos riscos de seu uso assim como pela ,

reprodutibilidade e constância de sua qualidade .

O simples fato de coletar secar e estabilizar um vegetal planta


, (

medicinal não o torna medicamento fitoterápico


) .

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DROGA VEGETAL CONCEITO :

O CONCEITO DE "DROGA De acordo com RDC Nº 26 de 13 05 2014 droga vegetal é / / ,

definida como sendo planta medicinal ou suas partes


" , ,

VEGETAL" É TÃO IMPORTANTE que contenham as substâncias responsáveis pela ação


QUANTO O DE FITOTERÁPICO terapêutica após processos de coleta colheita
, / ,

estabilização quando aplicável e secagem podendo estar


, , ,

OU PLANTA MEDICINAL na forma íntegra rasurada triturada ou pulverizada


, , ".

Na prática significa dizer que é a parte da planta que


,

contém o princípio ativo e que será destinada ao uso seja ,

de forma direta ou na fabricação de derivados vegetais


, .

Derivados vegetais por sua vez referem se ao produto da


, , -

extração da planta medicinal fresca ou da droga vegetal


(extrato óleo fixo e volátil cera exsudato e outros
, , , ).

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DROGA VEGETAL EXEMPLOS :

EXEMPLOS DE ESPÉCIES A tabela abaixo estão listadas algumas plantas medicinais conhecidas e suas
respectivas drogas vegetais .

MEDICINAIS E SUAS
DROGAS VEGETAIS
EMPREGADAS NA
TERAPEUTICA

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DERIVADOS VEGETAIS
DEFINIÇÃO SEGUNDO A De acordo com a RDC Nº 26 de 2014 derivado vegetal é o
, "  

produto da extração da planta medicinal fresca ou da


LEGISLAÇÃO VIGENTE droga vegetal que contenha as substâncias responsáveis
,

pela ação terapêutica podendo ocorrer na forma de


,

extrato óleo fixo e volátil cera exsudato e outros


, , , .

Ainda de acordo com a RDC Nº 14 de 2013 podemos citar ,

como exemplos de derivado vegetal


" ":

-Tintura
-Extrato
-Alcoolatura
-Cera
-Exsudato
-Óleo fixo e volátil

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EXTRATO PADRONIZADO
EXTRATO De forma ampla os extratos vegetais são definidos como
,  

preparações de consistência líquida sólida ou viscosa , ,

VERSUS obtidos por processos extrativos como maceração ou


EXTRATO PADRONIZADO percolação com objetivo de retirar com maior ou menor
, ,

especificidade determinados componentes da droga


,

vegetal .

Como solventes extratores comumente usados podemos


citar a água o etanol ou a mistura destes Líquidos como
, .

glicerina e óleos também podem ser empregados nos


processos extrativos .

Os extratos podem ainda ser novamente classificados


como extratos secos
" extratos líquidos extratos
", " ", "

aquosos extratos fluidos e extratos padronizados por


", " " " ",

exemplo .

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EXTRATO PADRONIZADO
EXTRATO PADRONIZADO: Uma forma especial de derivado vegetal é o " extrato
padronizado ".
MAIOR EFICÁCIA E SEGURANÇA
EM INTERVENÇÕES Definindo de forma didática , extratos padronizados
" correspondem àqueles extratos ajustados a um conteúdo
TERAPÊUTICAS definido de um ou mais constituintes responsáveis pela
atividade terapêutica . O ajuste do conteúdo é obtido
através da adição de excipientes inertes ou pela mistura de
outros lotes de extrato " ( CP nº 159 / 2016 )*.

De forma mais geral , os extratos padronizados   possuem o


teor de seus constituintes ajustado , e devem apresentar
especificações quanto ao teor de princípios ativos .
* CP = Consulta Pública

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EXEMPLOS DE EXTRATOS PADRONIZADOS
- TEBONIN® - EXTRATO DE O extrato de Ginkgo biloba conhecido como EGb 761
, ®

Tebonin é uma mistura padronizada de substâncias


GINKGO BILOBA L. EGB 761®
( ®),

ativas obtidas das folhas verdes da árvore de ginkgo .

Efeitos benéficos do EGb 761 foram descritos no


- KALOBA® - EXTRATO DE tratamento da insuficiência cerebral déficits cognitivos e
,

na doença vascular periférica


PELARGONIUM SIDOIDES D.C.
EPS 7630® O extrato de Pelargonium sidoides conhecido como EPs
,

7630 ® Kaloba
( é uma mistura padronizada de
®),

substâncias ativas obtida das raízes da planta conhecida


como gerânio sul africano Utilizada na medicina popular
- .

desde o ano de 1665 teve sua eficácia clínica no


,

tratamento das infecções respiratórias demonstrada por


estudos clínicos a partir da década de 1970 .

Ginkgo biloba L. Pelargonium sidoides DC.

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IV - FITOTERÁPICO X LEGISLAÇÃO
PARTE I - LEGISLAÇÃO Se você é uma entusiasta por conhecer legislação sobretudo aquela ,

que interfere de forma prática no seu dia a dia aqui vai uma pequena ,

QUE VAI ENRIQUECER lista de algumas normas que podem ser úteis no seu dia a dia - - :

SEUS CONHECIMENTOS
- RDC nº 26 de 13 05 2014 Dispõe sobre o registro de medicamentos
, / / - 

SOBRE O TEMA fitoterápicos e o registro e a notificação de produtos tradicionais


fitoterápicos .

- RDC nº 47 de 08 09 2009 Estabelece regras para elaboração


, / / - ,

harmonização atualização publicação e disponibilização de bulas de


, ,

medicamentos para pacientes e para profissionais de saúde .

-RDC nº 13 de 15 03 2013 Dispõe sobre as Boas Práticas de Fabricação de


, / / -

Produtos Tradicionais Fitoterápicos .

-RDC Nº 267 de 22 09 2005 Aprova o Regulamento técnico de espécies


, / / - "

vegetais para preparo de chás ".

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FITOTERÁPICO X LEGISLAÇÃO
PARTE II - LEGISLAÇÃO - IN Nº 02 de 13 05 2014 Publica a Lista de medicamentos fitoterápicos de
, / / - "

registro simplificado e a Lista de produtos tradicionais fitoterápicos de


" "

QUE VAI ENRIQUECER registro simplificado ".

SEUS CONHECIMENTOS
- IN Nº 4 de 18 06 2014 Determina a publicação do Guia de orientação para
, / / -

SOBRE O TEMA registro de Medicamento Fitoterápico e registro e notificação de Produto


Tradicional Fitoterápico .

-IN Nº 11 de 29 09 2016 Dispõe sobre a lista de medicamentos isentos de


, / / -

prescrição .

-Política e Programa Nacional de Plantas Medicinais e Fitoterápicos -

Ministério da Saúde 2016 - .

http bvsms saude gov br bvs publicacoes politica nacional fitoterapicos pdf
:// . . . / / / _ _ .

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V - NOMENCLATURA BOTÂNICA
"ESPÉCIE": UNIDADE BÁSICA DA O nome científico é o termo botânico que designa a
espécie sendo esta a entidade base nos sistemas de
,

NOMENCLATURA BOTÂNICA. classificação .

Cada espécie tem apenas um nome científico ou (

botânico formado por um binômio escrito em latim ou


Copaíba
), , ,

em palavras ou nomes latinizados .

gênero epíteto específico


O binômio latino é formado pelo gênero e pelo epíteto
específico O nome do gênero deve ser sempre grafado em
.

Copaifera langsdorffii inicial maiúscula e o epíteto específico com ,

letra minúscula
  .

binômio = espécie O epíteto específico sozinho é destituído de significado


, , .

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VI - NOME VULGAR X NOME CIENTÍFICO
COMO RECONHECER UMA Para designar as espécies existem dois tipos ,

de nomenclatura a vulgar vernácula e a científica


ESPÉCIE VEGETAL EM
  : ( ) .

QUALQUER LUGAR DO MUNDO, Contudo uma espécie pode ter vários nomes vulgares ou
, ,

ainda um mesmo nome vulgar pode estar relacionado a


INDEPENDENTE DA LÍNGUA?
,

várias espécies .

Essa essa pluralidade de nomes vulgares representa uma


barreira significativa para o compartilhamento de
informações .

O nome científico ao contrário representa uma única


, ,

espécie Ou seja duas espécies diferentes nunca terão o


. ,

mesmo nome científico Ele não apenas fornece uma


.

"carteira de identidade universal para um organismo mas


" ,

também fornece informações acerca das relações de um


organismos com outro .

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NOME VULGAR X NOME CIENTÍFICO
UMA MESMA ESPÉCIE EXEMPLO GUAÇATONGA
:

VEGETAL, VÁRIOS NOMES A espécie nativa Casearia sylvestris é comum em zonas


VULGARES OU VERNACULARES tropicas e subtropicais da América do Norte e do Sul .

É conhecida popularmente no Brasil como guaçatonga " ".

Espécie de interesse medicinal é citada na literatura em


,

razão das suas propriedades antiulcerosa e anti -

inflamatória com indicação no tratamento de problemas


,

digestivos .  

Outros nomes erva de lagarto língua de lagarto erva de


: - - , - - , - -

Casearia sylvestris bugre bugre branco e vasitonga


, - .

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NOME VULGAR X NOME CIENTÍFICO
MESMO NOME VULGAR, MAIS EXEMPLO ERVA CIDREIRA
: -

DE UMA ESPÉCIE RELACIONADA Existem duas espécies diferentes de plantas que são
conhecidas como erva cidreira Lippia alba e Melissa
- :

officinalis Ambas com propriedades muito parecidas


. .

A Melissa officinalis é uma planta nativa da Europa e Ásia e ,

também cultivada no Brasil As folhas e inflorescências são


.

empregadas na forma de chá como calmante nos casos de


, ,

ansiedade e insônia .

Lippia alba A Lippia alba é uma planta muito comum em toda a


América tropical e subtropical No Brasil está amplamente
.

distribuída em todo território Suas folhas são são utilizadas


.

na forma de infuso pela ação antiespasmódica calmante e ,

Melissa officinalis digestiva .

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VII - PLANTAS NATIVAS X PLANTAS EXÓTICAS
VOCÊ SABE A DIFERENÇA Essas definições são bem simples apesar de não serem
,

amplamente conhecidas .

ENTRE ESSES TERMOS?


Uma espécie nativa é aquela encontrada em regiões que
fazem parte de seu ecossistema natural Ou seja são . ,

aquelas que crescem no seu lugar de origem dentro dos ,

seus limites naturais .

Uma espécie exótica é aquela proveniente de fora


" "

da flora original local Também diz se que uma planta


    . -

exótica é estrangeira não nativa As espécies exóticas


, .

ainda podem ser classificadas como introduzidas ou


invasoras .

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PLANTAS NATIVAS EXEMPLO 1 :

EXEMPLOS DE PLANTAS CHAPÉU DE COURO - -

NATIVAS DO BRASIL
A espécie Echinodorus grandiflorus é descrita pela
Farmacopéia Brasileira 6º Ed como sendo a planta
.

medicinal conhecida como chapéu de couro Contudo - - . ,

esse nome vulgar também se refere à espécie Echinodorus


macrophyllus pois possuir as mesmas caractarísticas
,

químicas e farmacológicas da espécie E. grandiflorus .

Ressalta se que a espécie E. macrophyllus era a planta


-

descrita na Farmacopéia Brasileira 1º Ed .

Outros nomes vulgares chá mineiro erva de pântano


: - , - - ,

erva do brejo
- -

Indicação terapêutica diurética anti reumática e anti


: , - -

inflmatória .

Echinodorus grandiflorus

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PLANTAS NATIVAS EXEMPLO 2 :

EXEMPLOS DE PLANTAS BARBATIMÃO


NATIVAS DO BRASIL
Stryphnodendron é uma espécie de distribuição
adstringens
geográfica ampla desde o Pará até Minas Gerais e São Paulo É uma
, .

planta de alta demanda farmacêutica devido à produção potencial


de um grupo de substâncias conhecido como taninos A casca do   " ".

caule é considerada a droga vegetal local onde os taninos são,  

encontrados em maior abundância .

Outros nomes vulgares barba de timão borãozinho roxo casca da


: - - , - , - -

virgindade casca da mocidade ou ubatima


, - - .

Indicação terapêutica cicatrizante adstringente anti inflamatório e


: , , -

Stryphnodendron adstringens antisséptico .

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PLANTAS EXÓTICAS EXEMPLO 1 :

EXEMPLOS DE PLANTAS CAVALINHA


EXÓTICAS CULTIVADAS NO
A espécie Equisetum arvense é conhecida popularmente
BRASIL como cavalinha e foi trazida ao Brasil para ser cultivada
" ",

com fins medicinais .

Na revogada RDC Nº 10 de 2010 que tratava sobre a ,

notificação de drogas vegetais junto à ANVISA a ,

cavalinha estava indicada para edemas inchaços por “ ( )

retenção de líquidos sob a forma de infusões e decocções


”, .

Outros nomes vulgares cavalinha dos campos cauda de


: - - , - -

cavalo ou cola de cavalo


- - .

Equisetum arvense Indicação terapêutica : diurética , anti inflamatória


- e
remineralizante .

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PLANTAS EXÓTICAS EXEMPLO 2 :

EXEMPLOS DE PLANTAS MALVA


EXÓTICAS CULTIVADAS O gênero Malva é natural na Europa Norte da África e da
  ,

NO BRASIL Ásia A espécie Malva sylvestris é uma planta com flor roxa
.      ,

As folhas e flores são as partes da planta que normalmente


são usadas principalmente devido à presença mucilagens
,

e flavonóides .

Outros nomes vulgares malva selvagem malva maior: - , - ,

malva grande malva verde malva oficial


- , - , - .

Indicação terapêutica antisséptico bucal e anti


: -

Malva sylvestris L.. inflamatório tópico .

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VIII - CHÁ ALIMENTO X CHÁ MEDICINAL
CHÁ COM E SEM INDICAÇÃO Matéria publicada na revista Exame em 2019 apontou que
, ,

de 2013 a 2018 o consumo de chá no Brasil cresceu 25


, %,

TERAPÊUTICA: ENTENDA A quase o dobro da média mundial de 13 O mercado de


, %.

ATUAL LEGISLAÇÃO DO BRASIL chás no Brasil chegou a 1 98 bilhão de reais em 2018


, .

Eis aqui um ponto de muita atenção sobretudo aos ,

profissionais de saúde prescritores .

As normas legislativas brasileiras hoje reconhecem duas


categorias de chás uma considerada como alimento e a
: ,

outra como produto fitoterápico tradicional


, .

Contudo ambas as categorias possuem legislação


,

Chá medicinal versus alimento. específica como veremos a seguir


, .

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CHÁ USADO COMO ALIMENTO
RESOLUÇÃO RDC Nº 267/05: Os chás de algumas plantas inclusive consideradas
,

medicinais pela população como o boldo desde que não


DISPÕE SOBRE AS ESPÉCIES
, ,

apresentem indicações terapêuticas em sua embalagem ,

VEGETAIS PARA O PREPARO DE são considerados alimentos e devem ser notificados na


CHÁS ANVISA Contudo os fabricantes não podem alegar efeito
. , 

profilático curativo ou paliativo de doenças pois assim


, ,

estariam infringindo a lei sanitária brasileira Só quem .

pode ter alegações terapêuticas são medicamentos .

As plantas que podem ser cadastradas como alimento para


o preparo de chá estão listadas nas RDC Nº 267 de 2005 e
RDC Nº 219 de 2006 .

A RDC Nº 267 de 2005 permite a utilização de espécies


vegetais diferentes das constantes da Tabela 1 desde que ,

Nem todo chá é medicinal.


seja comprovada a segurança de uso do produto em ,

atendimento ao Regulamento Técnico específico .

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CHÁ MEDICINAL
RESOLUÇÃO RDC Nº 26/14: A legislação do Brasil permite a comercialização de chá
medicinal com indicação terapêutica que por definição
( ),

DISPÕE SOBRE A CATEGORIA legal é a droga vegetal com fins medicinais a ser preparada
DE CHÁS MEDICINAIS por meio de infusão decocção ou maceração em água
,

pelo consumidor .

Os chás medicinais devem ser notificados na ANVISA na ,

categoria de produto tradicional fitoterápico PFT ( ).

O tema PFT é tratado no Capítulo V da RDC Nº 26 de 2014


  .

Clique aqui para visualizar as formulações que podem ser


 

notificadas como PTF .

Anis estrelado: na lista dos PFTs

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CUIDADOS DURANTE O CONSUMO DE CHÁS
AO ADQUIRIR PLANTAS E CHÁS Ao adquirir plantas e chás medicinais é importante , ...

MEDICINAIS É IMPORTANTE: 1 Verificar sempre


. :

a A data de validade do produto


. ;

b Rótulo com o nome científico da planta


. ;

c Procedência ou laboratório
. ;

d Nome do responsável técnico


. .

2 Não adquirir se estiver com


.

a Aparência de mofado ou coloração alterada


. ;

b Insetos
. ;

c Embalagem violada
. .

3 Verifique se a parte utilizada da planta como a droga


.

vegetal como cascas flores folhas ou raiz confere com a


, , , ,

Atenção ao que você consome é fundamental.


descrição da embalagem .

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IX - FORMAS FARMACÊUTICAS EM FITOTERAPIA
FORMAS FARMACÊUTICAS Por definição uma forma farmacêutica refere se ao
, " " -

estado final de apresentação que os princípios ativos


FITOTERÁPICAS E SUAS VIAS farmacêuticos possuem após uma ou mais operações
DE ADMINISTRAÇÃO farmacêuticas executadas com a adição de excipientes
apropriados ou sem a adição de excipientes a fim de ,

facilitar a sua utilização e obter o efeito terapêutico


desejado com características apropriadas a uma
,

determinada via de administração .

Via de administração é o caminho pelo qual um


medicamento é levado ao organismo para exercer o eu
efeito .

Nas próximas páginas vamos apresentar de forma breve as


formas farmacêuticas que podem ser empregadas na
administração de um fitoterápicos divididas por via tópica
,

Forma farmacêutica para uso interno e uso tópico


e via oral .

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FORMAS FARMACÊUTICAS - VIA ORAL
FORMAS Exemplos não exaustivos de formas farmacêuticas que podem ser
  ( )

empregadas na fabricação de fitoterápicos para uso interno :

FARMACÊUTICAS PARA
USO INTERNO 1 Capsulas gelatinosas duras
 -   :

Gastrinon Maytenus ilicifolia 400 mg


® ( )

2 Capsulas gelatinosas moles


- :

Óleo de prímula Oenothera biennis 500mg


( )

3 Comprimidos revestidos
- :

Senareti Senna alexandrina 29 mg


® ( )

4 Soluções Kaloba
- : ® ( Pelargonium sidoides ) 825 mg mL
/

Formas farmacêuticas para uso interno 5 Xaropes Phitóss


- : ® ( Hedera helix ) 7mg mL/

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FORMAS FARMACÊUTICAS - VIA TÓPICA
FORMAS Exemplos não exaustivos de formas farmacêuticas que podem ser
  ( )

empregadas na fabricação de fitoterápicos e cosméticos para uso


FARMACÊUTICAS PARA externo :

USO EXTERNO
1 Cremes
 - :

Flexive CDM ® ( Symphytum officinale ) 350 mg g /

2 Géis
- :

Vecasten Gel ® ( Meliotus officinalis e Aesculus Hippocastanum )

3 Loções
- :

Loção de Arnica Hertz ® ( Arnica montana 250 mg g


) /

4 Pomadas Ad muc
- : . ® ( Chamomilla recutita ) 100 mg g /

Formas farmacêuticas para uso externo


5 Sabões Shampoo de Jaborandi
- : ( Pilocarpus microphyllus )

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X - SOBRE A CRIADORA Verônica Rodrigues

Verônica Rodrigues nasceu em Niterói no estado do Rio de Janeiro Se formou em Farmácia Industrial pela
, .

UFRJ onde também fez seu mestrado em Ciências Farmacêuticas no Departamento de Produtos Naturais e
, , ,

Alimentos.

Trabalhou como responsável técnica em Farmácia de Manipulação em Niterói RJ


  - .

Na UNIPLI Niterói RJ ministrou aulas no curso de Farmácia das disciplinas Farmacobotânica


( - ), , , ,

Farmacognosia Toxicologia e Trabalho de Conclusão de Curso TCC


, ( ).

Neste mesmo período atuou como perita no Laboratório de Toxicologia Forense no Rio de Janeiro
, , .

Atualmente trabalha com propriedade intelectual na área farmacêutica E deseja muito voltar a ensinar e .

dissenimar conhecimento na sua área de expertise Por isso criou o perfil plantamestre no Instagram e
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acredita que este será só o começo .

Organização Foco Trabalho

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