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Resolução caso 7

O negócio jurídico traduz – se em atos jurídicos constituídos por uma ou mais


declarações de vontade, dirigidas à realização de certos efeitos práticos, com intenção
de os alcançar sob a tutela do direito, determinado o ordenamento jurídico a produção dos
efeitos jurídicos conformes à intenção manifestada pelo declarante.

Um dos elementos do objeto jurídico é o objeto.

O objeto negocial encontra – se definido nos art. 280º a 283º e pode distinguir-se:

a) O objeto imediato – os efeitos jurídicos a que o negócio tende, os efeitos


jurídicos pretendidos pelas partes, pex. A transmissão da titularidade de
um direito.

b) O objeto mediato – consiste no «quid», na coisa sobre que incidem os efeitos


do negócio.

Os arts. 280º e ss do CC utilizam a expressão objeto negocial neste sentido


complexo abrangendo quer os efeitos jurídicos do negócio quer o objeto
propriamente dito.

O art. 280º CC fixa os requisitos do objeto negocial:

1. Possibilidade física ou legal,

2. Não ser contrário à lei (licitude)

3. A determinabilidade

4. Não ser contrário à ordem pública

5. Conformidade com os bons costumes do objeto negocial

No caso em concreto estamos perante um negócio usurário (art. 282º CC), a ordem
jurídica civil não se opõe a que um sujeito jurídico obtenha um lucro ou uma vantagem
económica com determinado negócio jurídico, não há nada de errado em tal vantagem,
nem se opõe a que um sujeito efetue um bom negócio jurídico.

O que a ordem jurídica censura é que alguém obtenha uma vantagem excessiva ou
injustificada aproveitando-se de uma situação de inferioridade em que a outra parte se
encontra e explora essa situação a seu favor retirando uma vantagem excessiva que
normalmente não ocorreria, ou não ocorreria se as partes estivessem numa situação de
igualdade de condições.

Assim no caso em concreto, Carlota, “aproveitou – se” da ingenuidade de António,


afim de retirar uma vantagem excessiva, que não ocorreria se António tivesse o
conhecimento de Carlota.

De acordo como o art. 282º, nº 1 CC, o negócio é anulável, nos termos e condições
fixados nos art. 287º CC, dentro do ano subsequente à cessação do vicio que lhe serviu
de fundamento, isto é a usura; com as consequências referidas e de acordo com o art.
289º CC.

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