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CENTRO FEDERAL DE EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA CELSO SUCKOW DA

FONSECA

GEELAR 1605 – CONVERSÃO ELETROMECÂNICA DE ENERGIA

CÍNTIA DE FARIA FERREIRA CARRARO

ANGELO SANSON DE SOUZA

ANÁLISE DO ESPECTRO DE FREQUÊNCIA DE UM


TRANSFORMADOR MONOFÁSICO A PARTIR DA CURVA DE
MAGNETIZAÇÃO

ANGRA DOS REIS - RJ

2021
SUMÁRIO

1. INTRODUÇÃO ........................................................................................ 1
2 SÉRIE DE FOURIER ............................................................................... 3
3 TRANSFORMADA DE FOURIER ........................................................... 3
4 A CORRENTE DE MAGNETIZAÇÃO EM UM TRANSFORMADOR
REAL..... .................................................................................................. 4
5 ANÁLISE DO ESPECTRO DA FREQUÊNCIA DA CORRENTE DE
MAGNETIZAÇÃO ................................................................................... 6
6 CONCLUSÃO .......................................................................................... 8
7 BIBLIOGRAFIA ....................................................................................... 9
1. INTRODUÇÃO

Uma interrupção do sistema telefônico numa refinaria de cobre nos Estados


Unidos em 1920 após a instalação de conversores foi um dos primeiros relatos
de problemas relacionados a harmônicos presentes na rede elétrica.

Levando-se em conta um sistema elétrico ideal, as tensões devem ser


perfeitamente ideais e equilibradas. Porém, na prática verifica-se que os sinais
são encontrados distorcidos. Esta distorção é provocada pela presença de
cargas com características não lineares e é expressa pela distorção de tensões
e correntes múltiplas da frequência fundamental da rede (no caso brasileiro,
60hz).

A frequência fundamental (1) possui um sinal senoidal perfeito e as harmônicas


são múltiplas desse sinal (5), as somas das funções correspondentes às formas
de onda de todos os sinais existentes na medição compõem um sinal distorcido.

Figura 1: Exemplo de Distorção Harmônica

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Os harmônicos são classificados de acordo com a multiplicidade da frequência
fundamental e sequência, como pode ser vista na tabela abaixo para a
frequência de 60hz :

Ordem Frequência Sequência

1 60 +

2 120 -

3 180 0

4 240 +

n N*60 #

Tabela 1 – Número da Ordem do Harmônico de acordo com a frequência e sequência para f=60hz

A natureza e a magnitude das distorções harmônicas geradas por cargas não


lineares dependem de cada carga em específico, mas duas generalizações
podem ser assumidas:

1) Os harmônicos que causam problemas geralmente são os componentes de


números ímpares;

2) A magnitude da corrente harmônica diminui com o aumento da frequência

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2 SÉRIE DE FOURIER

O matemático francês J. B. J Fourier (1758 – 1830) mostrou que qualquer


função periódica no tempo pode ser expressa como um somatório infinito de
senoides em múltiplos inteiros de uma frequência fundamental. Este conceito foi
imprescindível para o estudo de fluxo de calor visto que as aplicações na
engenharia elétrica ainda não estavam desenvolvidas naquele momento.

𝑎0 ∞ 𝑡 𝑡
𝑓(𝑡) = + ∑ 𝑎𝑛 cos (𝑛𝜋 ) + 𝑏𝑛 sin (𝑛𝜋 )
2 𝑛=0 𝐿 𝐿

1 𝐿 𝑡
𝑎𝑛 = ∫ 𝑓(𝑡) cos (𝑛𝜋 ) 𝑑𝑡
𝐿 −𝐿 𝐿

1 𝐿 𝑡
𝑏𝑛 = ∫ 𝑓(𝑡) sin (𝑛𝜋 ) 𝑑𝑡
𝐿 −𝐿 𝐿

Onde:

𝑓(𝑡) Função no domínio do tempo;

𝑛 Número do Harmônico

𝐿 Tamanho de um ciclo em segundos

3 TRANSFORMADA DE FOURIER

Um dos métodos de análise para a posterior medição e cálculo dos


harmônicos no domínio da frequência é estudado através da transformada de
Fourier. A integral de Fourier é definida pela expressão:

𝑋(𝑓) = ∫ 𝑥(𝑡)𝑒 (−𝑗2𝜋𝑓𝑡) 𝑑𝑡
−∞

Se a integral acima existe para todo valor de f (frequência), então essa


equação descreve a transformada de Fourier que é uma grandeza complexa:

𝑋(𝑓) = 𝑅(𝑓) + 𝑗𝐼(𝑓) = |𝑋(𝑓)| 𝑒 𝑗∅(𝑓)

3
Onde 𝑅(𝑓) é a parte real e 𝐼(𝑓) é a parte imaginária da transformada de
Fourier. A amplitude do espectro de Fourier de x(t) é dado por:

|𝑋(𝑓)| = √𝑅 2 (𝑓) + 𝐼 2 (𝑓)

O ângulo de fase da transformada de Fourier é dado por:

𝐼(𝑓)
∅(𝑓) = tan−1
𝑅(𝑓)

4 A CORRENTE DE MAGNETIZAÇÃO EM UM TRANSFORMADOR REAL

Quando um transformador é conectado a uma fonte CA, uma corrente no


primário flui que é uma corrente necessária para produzir fluxo eletromagnético
em núcleo ferromagnético real. Esta corrente é composta por duas correntes:

1) Corrente de magnetização 𝑖𝑀 : corrente necessária para produzir o


fluxo no núcleo;
2) Correntes de perdas no núcleo 𝑖ℎ+𝑝 : corrente decorrente das
perdas por histerese e por corrente parasita.

Figura 2: Gráfico Fluxo versus fmm

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A Figura acima mostra a curva de magnetização de um típico núcleo de
transformador. Se o fluxo no núcleo do transformador for conhecido, a magnitude
da corrente de magnetização poderá ser encontrada diretamente dessa figura.

Figura 3: Obtenção da corrente de magnetização a paritr do fluxo

A corrente total sem carga no núcleo é denominada corrente de excitação


do transformador. É simplesmente a soma da corrente de magnetização e a
corrente de perdas no núcleo.

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5 ANÁLISE DO ESPECTRO DA FREQUÊNCIA DA CORRENTE DE
MAGNETIZAÇÃO

Obteve-se no software Matlab a partir de uma base de dados com os


inputs da curva de magnetização do transformador da questão 5 do livro do
Chapman (em anexo) a corrente de magnetização no domínio do tempo e no
domínio da frequência através da função FFT (Fast Fourier Transformer).

• Configuração 1:

Dados de placa:

S(VA) N: Tensão (V) Frequência (hZ)

1000 500 240 50

Figura 4: Respostas da Configuração 1

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• Configuração 2:

Dados de placa:

S(VA) N: Tensão (V) Frequência (hZ)

1000 500 120 60

Figura 5: Respostas da Configuração 1

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6 CONCLUSÃO

A partir dos espectros de frequências acima e da Tabela 1 (pg 2) podemos


afirmar que é notória a presença do harmônico de ordem 2 em ambas as
configurações devido a presença de picos numa frequência de 50x2=100hz para
o caso de 50hz e 60x2=120hz para o caso de 60hz. Além disso, o resultado está
em consonância com o item 2 (pg 2) onde é afirmado que a amplitude da corrente
diminui a medida que a frequência aumenta. Adicionalmente, podemos observar
que a literatura afirma que a presença de harmônicos de ordem 2 são
comumente encontrados em casos de 1 ) correntes inrush que são correntes
transitórias procedentes de fluxo remanente que estava presente no núcleo após
um desligamento ou de 2) correntes de falta que são correntes oriundas de
ausência de cargas (curto-circuito).

Portanto, este trabalho foi uma imensa oportunidade de obter as habilidades com
Matlab, Série e Transformada de Fourier, correntes em um transformador ideal,
e distorção harmônica e será muito útil para a trajetória profissional do estudante.

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7 BIBLIOGRAFIA

PAULILO, Gilson Harmônicos – conceitos. O setor elétrico, 2013. Disponível em:


<https://www.osetoreletrico.com.br/wpcontent/uploads/2013/03/Ed85_fasciculo
_qualidade_cap2.pdf>. Acesso em: 28 de mar. de 2021.

Phipps, J. K., Nelson, J. P., Sen, P. K. (1994): “Power Quality and Harmonic
Distortion on Distribution Systems”, IEEE Trans. on Industry Applications, vol. 30,
no. 2, March/April 1994, pp. 476-485

DAS, J. C. Fourier analysis. In:Power System Harmonics and Passive


FilterDesigns. John Wiley & Sons, Inc, 2015. p. 31–69. ISBN 9781118887059.
Disponível em: http://dx.doi.org/10.1002/9781118887059.ch2

VIANNA, G. Análise da Corrente de Inrush em Transformadores de Potência.


Projeto de Diplomação (Graduação em Engenharia Elétrica) – Escola de
Engenharia, Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Porto Alegre

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