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Resumo: O presente artigo diferencia as políticas sociais numa proposta a reflexão sobre o
formato brasileiro. Apresenta de forma sucinta a reconfiguração do Estado pós 90 e seu
reflexo sobre o modelo de políticas que vem sendo adotado.
Palavra chave: Política Social, Política social brasileira, Crise do sistema capitalista.
Abstract: The present article differentiates the social politics in a proposal the reflection on
the Brazilian format. It presents as a summary of the reconfiguration of the State after 90 and
its consequence on the model of politics that comes being adopted.
Key Word: Social politics, Brazilian social Politics, Crisis of the capitalist system.
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Assistente Social, Mestre em Política Social e Serviço Social pela Universidade Estadual de Londrina.
ester_taube@hotmail.com
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INTRODUÇÃO
A temática política social, não é inusitada, muito pelo contrário, tem sido
explorada sob diversos enfoques. Contudo, tem atualmente estado em evidencia por mudanças
contextuais e conjunturais, demandando um olhar atento principalmente das ciências sociais.
Neste artigo trabalharemos com as políticas sociais buscando interpretá-las em
alguns cenários, numa tentativa de compreender como se configura visando subsidiar
perspectivas. Ou seja, a indagação que norteia a reflexão inicial deste artigo surge da
preocupação; o que podemos esperar em políticas sociais perante a atual crise do capital?
Como dificilmente encontramos projeções para a área social e sim análises pós-
acontecimentos político-econômicos é na trajetória dos eventos e das políticas sociais que
vamos buscar uma interpretação que possa nortear a indagação referida.
Partiremos de um conceito de política social e da relação com o Estado e mercado;
apresentaremos as principais alterações iniciadas na década de 90 e finalizaremos com a
conjuntura atual.
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Modo de produção capitalista surge das ruínas do sistema feudal, ou seja, da contradição entre o senhor feudal
e o servo. No modo de produção capitalista, a relação se faz entre o burguês, que é o detentor do capital, e o
proletário, que vende sua força de trabalho. A produção não é mais focada na subsistência ou na necessidade
humanas o interesse é na acumulação de capital.
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As políticas sociais serão parte de um conjunto de medidas que estabelecem o
equilíbrio social, pois atenuam as condições de precarização da vida humana e favorecem a
reprodução social.
As políticas sociais tem como alvo as seqüelas da questão social, ou seja, aquele
conjunto de problemáticas sociais, políticas e econômicas que se gestam com o
surgimento da classe operaria dentro de uma sociedade capitalista. NETTO (1992,
p.13).
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Estado de Bem Estar, é regido sob o principio de que os governos são responsáveis pela garantia de um mínimo
padrão de vida para todos os cidadãos, como direito social. Implantado pós segunda guerra mundial.
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Pacto social representa um acordo dos membros da sociedade, pelo qual reconhecem igualmente sobre todos,
de um conjunto de regras. É entendido a partir do contrato social(ou contratualismo) . O contrato social, ao
considerar que todos os homens nascem livres e iguais, encara o Estado como objeto de um contrato no qual os
indivíduos não renunciam a seus direitos naturais, mas ao contrário, entram em acordo para a proteção desses
direitos. O Estado é a unidade e, como tal, representa a vontade geral.
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da teoria Keynesiana para compreender a mudança na relação entre Estado mercado e por
conseqüência a perspectiva social.
O processo de acumulação capitalista teve sua maior crise em 1929, conhecida
como crise cíclica6 do capitalismo, denominada por alguns autores como a grande depressão.
A crise econômica do capitalismo instaura uma fase de recessão, desemprego em massa
interferindo nas condições de vida e trabalho da população mundial. Como retratada por
SANDRONI In BEHRING (2000, p.25). “A crise se alastrou pelo mundo reduzindo o
comércio internacional a um terço do que era até então. Com ela instaura-se a desconfiança de
que os pressupostos do liberalismo econômico poderiam estar errados.”
Este cenário força a busca por alternativas que evitem o colapso do sistema. A
teoria de Keynes será amplamente utilizada, superando a compreensão de que o capitalismo é
auto-regulável.
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Crises geradas pelo sistema pelo descompasso entre a superprodução, superacumulação e subconsumo.
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A medida proposta pela teoria de Keynes concentrou-se na ampliação de gastos
governamentais7 gerando trabalho sob controle de demanda e na implantação da rede de
serviços sociais. Permitiu ainda um pacto entre classes possibilitando a negociação de
interesses no limites do capitalismo; cuja premissa tinha o foco do pleno emprego e políticas
universalistas.
A nova dinâmica do Estado, em paises industrializados, proporcionou a
universalidade de atenção às necessidades básicas dos cidadãos. Um amplo sistema de
proteção social com caráter universal e redistributivo subsidiaram as políticas sociais.
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”O Estado tem legitimidade para intervir por meio de um conjunto de medidas econômicas e sociais tendo em
vista gerar demanda efetiva, ou seja, disponibilizar meios de pagamento e dar garantias ao investimento,
inclusive contraindo déficit público, tendo em vista controlar as flutuações da economia. Nessa intervenção
global, cabe também o incremento das políticas sociais.” BEHRING (2000, p.26).
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O Estado Nação fornece a legitimidade institucional da sociedade, considerada em seus aspectos políticos,
econômicos, sociais perante ordenamento jurídico, sob uma territorialidade.
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ESPING ANDERSEN. Ver comparativo em as Relações de Estado e sociedade e as formas de regulação social.
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As interpretações sobre o modelo de Estado e práticas sociais adotadas
contribuem para diferenciar as políticas sociais como residuais, conservadoras ou
redistributivas10; todas cumprindo uma função político-econômica e social.
Os modelos destas políticas serão os mais diversos, podendo ampliar ou
consolidar direitos numa ótica universal, consciente das mazelas criadas pelo capital ou
transformar-se em concessões da margem de lucro permitida que possibilite a renovação do
próprio sistema (reprodução social).
Neste sentido as políticas sociais são estratégias de perpetuação ou
enfretamento de um sistema pela contradição por ele gerada. Políticas residuais e
conservadoras atendem ao princípio de contenção de massas que somadas à ideologia dos
aparelhos de Estado soldam a cultura burguesa e a defesa do modelo existente.
Cabe contemplar ainda, que em diferentes modelos de Estado há organização da
sociedade na prestação de serviços sociais em prol das necessidades humanas. Contudo,
estima-se que práticas filantrópicas ou mercadológicas sejam mais intensas em sociedades
cujo Estado não tenha absorvido a proteção social na universalidade.
O que este panorama nos expressa é de que as teorias e modelos presentes no
sistema capitalista, não se configuram como forma única, econômica e politicamente estão
sujeitas a construções históricas dialéticas de cada Estado Nação.
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Política social compensatórias compreende programas que remetiam problemas gerados por deficiência de
políticas preventivas ou residuais. Política social redistributiva é um modelo de regulação estatal que procura
reduzir a segmentação social criada pelo mercado. Baseia-se na universalização da concessão do benefício, com
fontes de natureza fiscal. Através de programas efetivam a transferência de renda dos patamares superiores a
inferiores da estratificação social.
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contribuiu para cristalizar formas particularistas e corporativas de clientelismo e
privilégios, segundo uma ética do favor, da doação.” MOTA (2001, p.89).
Se a política social tem relação com a luta de classes, e considerando que o trabalho
no Brasil, apesar de importantes momentos de radicalização, esteve atravessado
pelas marcas do escravismo, pela informalidade e pela fragmentação/cooptação, e
que as classes dominantes nunca tiveram compromissos democráticos para as lutas
em defesa dos direitos de cidadania, que envolvem a constituição da política social.
(Idem, ibidem, p.79).
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Seguridade social – Termo que se tornou conhecido nos anos 40, no mundo desenvolvido o qual expressa à
garantia de segurança as pessoas em situações adversas. É o reconhecimento de que o Estado deve operar em
determinante que impactam na reprodução da vida e das relações sociais.
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O Estado ampliado é uma teoria de Gramsci que apresenta o equilíbrio entre a sociedade política e a sociedade
civil. A luta de classes têm como terreno decisivo os aparelhos privados de hegemonia, na medida em que visa à
obtenção da direção político-ideológica e do consenso. Neste caso o Estado se ampliou, representado na
possibilidade de embates de luta de classe, numa conquista progressiva ou processual de espaços no seio e por
meio da sociedade civil.
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muito pelo contrário, abriu a possibilidade cotidiana de novos embates em torno das
expectativas criadas.
Na década de 90 vivenciaremos outro agravante a solidificação das conquistas
sociais, a agenda neoliberal e a concepção do Estado Mínimo14. A agenda neoliberal15 é
proposta por mecanismos internacionais e contempla um conjunto de medidas de ajuste
econômico advindas da crise capitalista gerada ainda na década de 70.
Esta crise do capital terá sérias repercussões, deflagrando a crise fiscal e dos
Estados nacionais. Enquanto crise fiscal evidencia-se a insuficiência de recursos para operar a
máquina pública. Os recursos são provenientes de taxações compulsórias de circulação de
mercadorias, contudo neste período, houve redução das taxas de crescimento de produtos
nacionais e de produtividade das empresas.
Para os países onde não existia um Estado de Bem Estar Social constituído, as
políticas de ajuste vieram mais pelo lado econômico, abertura comercial,
deslocalização de indústrias e atividades e desemprego, do que pelo lado da
distribuição de aparelhos de política social. Uma vez que estes não existiam,
dependendo da intensidade do ajuste, vários paises foram obrigados a fazer
programas sociais de caráter emergencial, focalizados, contando com a solidariedade
comunitária. Em todos os casos essas políticas foram manifestadamente
insuficientes para diminuir a desigualdade social e a pobreza preexistentes e,
sobretudo, agravadas pelo próprio ajuste. SOARES (2002, p. 21).
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Estado Mínimo – derivado de um pensamento liberal, cujo Estado tem funções mínimas que assegurem a
ordem social.
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A agenda de ajustes neoliberais contempla: a) aumento do grau de abertura econômica para o mercado
internacional, b) racionalizar a participação do Estado na economia, c) Estabilizar o comportamento de preços e
variáveis macroeconômicas. d) Redução dos gastos públicos.
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A política neoliberal instalada neste período também foi conduzida de forma
diferenciada quanto aos impactos sociais proporcionados nos países, contudo na América
Latina e principalmente no Brasil considerando o grau de dependência econômica, os ditames
do ajuste limitarão as perspectivas de outras alternativas que minimizassem os impactos
sociais.
A crise alastrada pela economia permitiu a perpetuação do tradicional
distanciamento de direitos à população brasileira. A busca governamental concentraria seus
esforços na estabilização monetária, ficando os investimentos sociais para um segundo plano.
O Estado intervencionista da relação capital trabalho será alvo de acirradas críticas, sendo
responsabilizado pelo endividamento, pelos déficits fiscais, redução de taxas de lucro e no
âmbito social será considerado paternalista.
Ainda na década de 90 teremos a reforma do Estado 16 sob o aval da incapacidade
da gestão pública e do déficit público. A reforma colocará em pauta novas estratégias na
condução das políticas sociais públicas.
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Reforma do Estado- No Brasil, proposto no governo Fernando Henrique Cardoso, tendo como principal
documento de orientação o Plano diretor da reforma do Estado (PDRE/MARE, 1995). Compreende um conjunto
de medidas que interferem no papel do Estado e na forma de gestão da administrativa pública. As reformas têm
impactos sociais uma vez que altera garantia de direitos.
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organizações da sociedade civil. Contudo, este período será marcado pela expansão do
terceiro setor e de empresas privadas atuando na área social, em tamanha eclosão, ao ponto de
superar o número de trabalhadores empregados no setor industrial.
Com a reforma foi possível adequar e separação instituições públicas de públicas
com interesse privado. As leis sociais mesmo em períodos mais democráticos não
dispensaram estas iniciativas ou regulamentaram o suficiente em torno de políticas públicas.
O que se evidencia a partir da parceria público-privado é a preocupação com a
otimização de recursos do Estado o estabelecimento de alguns critérios para a prestação de
serviços de interesse públicos e sociais.
Não esteve em pauta a implantação de políticas que ampliassem coberturas,
integradas para o desenvolvimento social, parcerizadas para a otimização de resultados
sociais. A reforma transforma em um novo modo de pensar as políticas sociais, destituindo o
caráter público e afirmando o mercadológico e solidário.
Estas entre questões que permeiam a reforma do Estado e a parcial efetivação de
direitos constitucionais geram controvérsias. Entre defensores exaltasse principalmente os
ganhos com a participação da sociedade civil, o controle, a eficiência, aproximação das
políticas a realidade. Entre os críticos a perda de direitos, a refilantropização17 e a
mercantilização do social.
Este embate de contrários, não pode ser analisado como já referenciado dissociado
de um movimento macro societário e nem da história de nosso país; elementos essenciais para
entendermos o rumo das políticas sociais brasileiras.
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Refilantropizar, implementação de políticas sociais sob orientação filantrópica. Baseada na noção de dever
moral e na ação voluntária e benevolente, desconsiderando sua natureza de política pública, não implica em
continuidade ou conhecimento técnico científico.
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A crise presente na sociedade capitalista vem configurando-se num processo
global, entrelaçando aspectos políticos e econômicos, o que a caracterizaria como crise
estrutural. Ela tem favorecido o desemprego em massa, o declínio das taxas de crescimento
econômico, a instabilidade monetária internacional e a decomposição do padrão dólar,
favorecendo a impasses de ordem geopolítica.
A crise atual, embora possua muitas características semelhantes à depressão de 30,
expressando as contradições históricas fundamentais do capitalismo, derivadas da forma de
propriedade, da oposição entre produção e consumo e da crescente incompatibilidade entre as
relações de produção burguesas e as forças produtivas modernas, conta com elementos de
uma sociedade moderna.
A sociedade brasileira incorre em outros problemas no enfrentamento desta crise; a
destacar o grave quadro de exclusão social. Numa perspectiva de desenvolvimento este fator
limita as possibilidades uma vez que o capital social não apresenta as condições adequadas a
uma competitividade globalizada.
Apesar de contarmos atualmente com melhor estabilidade econômica, com
inflação sob controle, em muitos setores somos dependentes de relações comerciais
internacionais para operacionalizar no mercado. Entretanto, por não fazermos parte dos países
desenvolvidos que ditam as regras econômicas internacionais, ficamos vulneráveis as medidas
macroeconômicas por estes ditadas.
Perante este breve quadro o questionamento premente refere-se a que políticas
sociais corresponderão a esta nova crise? O que podemos esperar do papel do Estado? O que
fundamentará as políticas sociais?
Estas questões serão mais facilmente processadas se analisarmos na trajetória
histórica das políticas sociais, em que período estiveram no foco da sociedade, que contexto
permeou sua eclosão ou recuo. Para Faleiros “A questão da política social é sempre resultado
que envolve mediações complexas, sócio-econômicas, políticas, culturais, e atores/forças
sociais/classes sociais que se movimentam e disputam hegemonia nas esferas estatal, pública
e privada.” FALEIROS apud (BERHING, 2000, p.31).
O mesmo se aplica as políticas sociais na realidade brasileira. Neste ínterim é
possível identificar que as medidas tomadas perante as crises do capital e por modelos de
desenvolvimento, não alicerçaram as políticas sociais no âmbito da proteção e promoção
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“O termo crise não é utilizado como sinônimo de colapso ou falência, mas na perspectiva de apreender as
transformações no processo de acumulação e nos modos de regulação social, que incidem nas novas
configurações assumidas pelo Estado e pela sociedade e nas relações que se estabelecem entre essas esferas.”
DEGENNSZAJH (2000, p. 61).
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social. Muito pelo contrário, não corresponderam a uma redistribuição tornando muito mais
complexo o enfrentamento da exclusão19 e miserabilidade nos dias atuais.
A tão defendida otimização dos recursos públicos pela gestão, não resultou em
investimentos em políticas sociais públicas de caráter universalizante, promotoras do
desenvolvimento humano. A contenção de gastos sociais implicou na desvinculação de
receitas próprias da política social e optando-se por investir em ações seletivas e focalizadas.
A nova crise defronta-se com um grande contingente de trabalhadores
desempregados ou sub-utilizados; destes alguns semi-qualificados para os novos processos
tecnológicos. Encontra ainda, um Estado neoliberal o que configura um panorama muito
diferente de crises anteriores.
Isto posto, dificilmente veremos a concretização da tão sonhada universalidade. É
mais provável que o novo “excedente”, excluído social, seja mais um concorrente a políticas
focalizadas, dividindo espaço nas tradicionais filas, cotas e legislações restringentes de acesso
a direitos.
Para Soares (2000) o efeito das crises tem outro lado perverso, a naturalização das
desigualdades, onde os sujeitos perdem a identidade coletiva e passam a ser recursos
(mercadoria) regulados pelo mercado.
Nesta lógica, a efetivação de direitos é despolitizada, sobre uma apologia de que os
serviços ofertados pelo mercado são superiores. Neste ínterim obtém-se um consenso de que o
gasto público deve ser reduzido, num movimento contrário ao proposto na teoria de Keynes.
Portanto, um modelo utilizado sob medidas específicas e não numa lógica de Estado.
O esgotamento do Estado de Bem Estar e o foco na administração gerencial
passam a ser discursos de ordem mundial. Porém, será na continuidade de políticas privadas
que serão ofertados os serviços sociais podendo surgir novas iniciativas.
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Exclusão social - “A exclusão contemporânea é diferente das formas existentes anteriormente de discriminação
ou mesmo de segregação, uma vez que tende a criar, internacionalmente, indivíduos inteiramente desnecessários
ao universo produtivo, para os quais parece não haver mais possibilidade de inserção. Poder-se-ia dizer que os
novos excluídos são seres descartáveis.” WANDERLEY (1999, p. 25).
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Evidencia-se na cooperação público-privado, um crescimento significativo do
terceiro setor e de iniciativas sociais privadas, que mesmo tendo disponibilizado serviços
sociais, pouco tem inferido para alterar o quadro de exclusão social.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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CLT - Consolidação das Leis do Trabalho é a principal norma legislativa brasileira referente ao Direito do
trabalho e o Direito processual do trabalho. Ela foi criada através do Decreto-Lei nº 5.452, de 1 de maio de 1943
e sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, unificando toda legislação trabalhista então existente no
Brasil. Seu objetivo principal é a regulamentação das relações individuais e coletivas do trabalho
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Foi possível evidenciar a partir de diferentes referenciais teóricos, que o
movimento por políticas sociais e a própria configuração que elas assumem não estão
dissociado de um processo macro societário.
Os cenários retratados são a expressão da dinâmica de um sistema capitalista, que
em seu movimento deu base as políticas sociais. O novo modelo das políticas sociais nada
mais é que a manifestação desta dinâmica. A renovação do sistema é imbricada com o
movimento da sociedade, favorecendo ou não, a amplitude da perspectiva social.
As políticas sociais podem ser compreendidas como estratégias do e no sistema
capitalista, imbuídas de intencionalidade política. Os avanços e os recuos não estão
vinculados em primeira instância a capacidade financeira do Estado.
A disponibilidade de recursos públicos impacta nas políticas sociais, contudo, a
viabilidade é muito mais dependente da concepção de Estado presente na sociedade. Estados
em base a social democracia, encontrarão melhores possibilidades de assegurar políticas
fundamentais; pela histórica cultura de direitos.
A nova forma em que vem tomando as políticas sociais como focalizadas,
seletivas apresentam-se como perdas, principalmente no que tange a parceria público-
privada. Principalmente no Brasil no saudosismo de uma perspectiva social não efetivada.
Vivemos um novo momento histórico e contamos com novos modelos de políticas
sociais que tecnicamente não corresponderão ao acirramento da questão social. Contudo é
possível reduzir a responsabilização da eficiência destas políticas, elas terão o modelo que o
consciente social coletivo pode conquistar neste período.
BIBLIOGRAFIA
MOTA, Ana Elizabete. O mito da Assistência Social: ensaios sobre Estado, Política e
Sociedade. SP: Cortez, 2008.
SOARES, Laura Tavares. Os custos sociais do ajuste neoliberal na América Latina. SP,
Cortez, 2002.