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DOSSIÊ
Alexandre Galante

Na foto feita em junho de 1988, o Westland Lynx N-3025 decola da fragata Niterói para testes,
armado com mísseis antinavio Sea Skua. Na segunda metade da década de 90, a Marinha do
Brasil adquiriu 9 helicópteros Westland Super Lynx e modernizou os cinco Lynx
remanescentes da primeira compra, para o mesmo padrão

As fragatas classe "Niterói" – 5ª Parte


O Programa MODFRAG

 Alexandre Galante

A necessidade de atualização dos sistemas das fragatas classe "Niterói" (Vosper Mk.10) surgiu
já na segunda metade da década de oitenta, antes mesmo que o primeiro navio da classe
completasse dez anos de serviço. Isso aconteceu principalmente pela rápida evolução dos
microprocessadores e por causa das lições obtidas na Guerra das Malvinas, em 1982. Naquele
conflito foi confirmada a vulnerabilidade dos navios de guerra aos mísseis antinavio do tipo
sea-skimmer e à aproximação de aeronaves de ataque voando em altitudes extremamente
baixas.

Acompanhando as novidades Reprodução

na área, o plano da MB no
final dos anos 80, previa a
modificação dos navios nos
seguintes itens:

 Substituição do sistema

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de defesa antiaérea de
ponto Seacat, por outro
sistema de mísseis capaz
de engajar alvos tipo
sea-skimmer;
 Substituição dos radares
de controle de tiro RTN-
10X por um novo
modelo compatível com
o sistema de mísseis a
ser adotado;
 Melhoramento do
sistema de defesa AAe
secundário (canhões
Bofors 40mm/L70)
modernizando-o ou
substituindo-o por outro
As lições da Guerra das Malvinas aceleraram a modernização
sistema com capacidade das fragatas para adequá-las às novas ameaças aéreas
anti-míssil;
 Substituição dos radares de defesa combinada (AWS-2) e de navegação (ZW-06);
 Instalação de sonar tipo towed array nas duas fragatas de emprego geral;
 Modernização do equipamento de guerra eletrônica e CME, incluindo a instalação de
lançadores tipo chaff e sistema de vigilância infra-vermelho;
 Modernização do Sistema de Comando e Controle

Várias propostas de modernização de


diferentes empresas estrangeiras Proincendio Industrial
(Estados Unidos, França, Grã-Bretanha, Fabricação Instalação de Equipamen tos contra
Israel, Itália) foram apresentadas. incêndio (11) 2996 6101
www.proincendio.com.br

O cronograma inicial previa a conclusão


da primeira fase do processo, a seleção Alarme contra Incêndio
Centrais, Botoeiras, Sirenes NovaLuz - Tel: (11) 3222-
da proposta mais atraente, para o ano de
2699
1990. Os serviços poderiam então iniciar www.novaluz.com.br
em meados de 1991 e terminar por volta
de 1992.
Relogio de Ponto
Relógio Ponto Eletrônico Apenas R$ 675,00 Software
Durante a primeira metade da década de Incluso
noventa o projeto sofreu modificações e www.refco.com.br
atrasos principalmente por ausência de
fundos, que foram negados em 1993.

O formato final do projeto MODFRAG foi definido ao longo do ano de 1995. Em relação ao
projeto original, foram introduzidas novas modificações, resultando numa modernização
ampliada. Como efeito, os custos finais sofreram uma elevação, passando de US$ 385 milhões
para US$ 420 milhões.

Reprodução

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Proposta inglesa da British Aerospace para a modernização das fragatas classe "Niterói": os
computadores do CAAIS 400 seriam atualizados para a versão FM1600E (igual a das corvetas)
e rodariam um programa modificado das Type 22 para controlar os mísseis Seawolf de
lançamento vertical, que seriam instalados no convés do BOROC, na proa

A PROPOSTA VENCEDORA

A AESN (Alenia Elsag Sistemi Navali) da Itália foi declarada vencedora pela Marinha em
1993 e, em março de 1995, o contrato foi finalizado para o fornecimento dos conjuntos de
radares RAN-20S, RTN-30X e os sistemas de mísseis antiaéreos Albatros/Aspide.

Através de um processo seletivo


realizado pela MB em 1996, foi definido
um consórcio responsável pela
atualização e integração dos sistemas de
armas e eletrônicos das fragatas. O
contrato foi vencido pelo consórcio
liderado pela Elebra Sistemas de Defesa
e Controle Ltda. em 20 de setembro do
mesmo ano. As outras empresas que
participam do consórcio foram: Consub
Equipamentos e Serviços Ltda.;
Dolphin; Holosys Engenharia de
Sistemas Ltda (brasileiras) e DCNI
(francesa). Coube à EMGEPRON -
Empresa Gerencial de Projetos Navais, a
gerência executiva do projeto. www.livemocha.com Comentários - Anúncios Google

O início efetivo do projeto MODFRAG


ocorreu em 1º de outubro de 1997, quando a Liberal [F43] foi docada, aproveitando-se o seu

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PMG (Período de Manutenção Geral). Previa-se um espaço de trabalho de 21 meses para esse
primeiro navio. No entanto, por problemas de integração de sistemas, houve um atraso
significativo e os primeiros testes de mar só ocorreram em 2001.

Alexandre Galante

A fragata Liberal [F43] é vista aqui em 1997, entrando no MODFRAG. O radar AWS-2 já tinha
sido substituído pelo radar RAN-20S italiano e os canhões Bofors L/70 davam lugar aos novos
Trinity de 40mm

Em essência, o programa de modernização das "Niterói" teve por objetivo principal melhorar
as capacidades antiaérea e anti-míssil dos navios, atualizando os sistemas de comando e
controle, a suíte de guerra eletrônica (ESM) e eliminando as diferenças entre as versões E/G e
A/S. Procurou-se também aumentar o grau de comunalidade com as corvetas da classe
"Inhaúma".

O novo sistema de mísseis antiaéreos é composto de mísseis Aspide e um lançador óctuplo


Albatros, instalado no convés da popa dos navios. Para tanto, foram removidos o lançador de
mísseis Ikara das fragatas A/S e o segundo canhão Mk.8 das E/G. A remoção do Ikara se fez
necessária porque a manutenção tornou-se cada vez mais complexa e dispendiosa, fator
agravado também pela desativação do sistema nos navios das marinhas inglesa e australiana.

Os lançadores de mísseis Seacat que Divulgação

ficavam sobre o hangar foram


removidos e, no seu lugar, foram
instalados os SLDM (sistema de
lançamento de despistadores de
mísseis), que são foguetes
dispensadores de chaff produzidos no

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Brasil.

Com os mísseis Aspide veio a


necessidade de um novo sistema de
direção de tiro, provido por novos
radares RTN-30X, que substituíram os
RTN-10X. No lugar do radar principal
do navio, o AWS-2, foi instalado o
novo radar de antena planar Alenia
RAN-20S 2D. Para substituir o radar
de navegação ZW-06, foi escolhido o
Skanter Mil.

Para defesa secundária contra mísseis


foram instalados canhões Bofors
Trinity Mk.3 de 40mm mais modernos,
em reparos fechados, com maior Novos canhões anti-míssil Bofors Trinity de 40mm
cadência de tiro, velocidade de Mk.3 substituíram os antigos Bofors L/70. Esses
elevação e conteira maiores, sistema canhões, que disparam 330 tiros/min, empregam
de municiamento automático e munição especial 3P com espoleta de proximidade
munição 3P anti-míssil. programável e 1.100 balins de tungstênio, capazes de
destruir partes vitais de mísseis e aviões
A suíte de guerra eletrônica dos navios passou a integrar o sistema passivo Racal Cutlass
B1BW para MAGE (ESM), similar ao utilizado nas "Inhaúma". O Cutlass, que substituiu o
sistema RDL original das fragatas, emprega um computador próprio para comparar
automaticamente os sinais de radares recebidos, com uma biblioteca de ameaças incorporada,
de modo que o operador tem uma listagem tabulada de suas identidades e grau de ameaça. O
sistema utiliza um receptor de medidas instantâneas de freqüências (IFM), que fornece um alto
grau de probabilidade de detecção de um sinal de curta duração, como o produzido por uma
aeronave de ataque ou míssil.

As fragatas Defensora e Liberal receberam o US Navy

equipamento de CME (Contra-Medidas Eletrônicas)


ET/SLQ-1A, desenvolvido pelo IPqM e produzido no
Brasil pela Elebra. O CME ET/SLQ-1 é uma cópia
melhorada do antigo Racal Cygnus, instalado
originalmente nas Corvetas classe “Inhaúma”. Trata-se
de um jammer (bloqueador eletrônico) que possibilita a
defesa contra mísseis (soft-kill), através do bloqueio de
seus radares, “arrastamento” do tracking de radares de
direção de tiro ou mísseis e geração de alvos falsos.
O CME ET/SLQ-1A faz parte do sistema de defesa A antena do CME ET/SLQ-1A, um
combinada das fragatas. Sua operação integrada ao jammer (bloqueador eletrônico) que
MAGE B1BW e ao SLDM (Sistema de Lançamento de possibilita a defesa contra mísseis
Despistadores de Mísseis) permite que um radar hostil por soft-kill
seja despistado automaticamente após ter sido detectado pelo MAGE B1BW. A técnica de
despistamento do radar hostil pode definir uma ação combinada do CME ET/SLQ-1A, com
um lançamento automático do foguetes de chaff.

O SLDM é um sistema desenvolvido pelo Marinha do Brasil

IPqM, aperfeiçoamento do sistema britânico


Plessey Shield 200, instalado nas corvetas
“Inhaúma”. Ele pode operar até 4 tipos de
munição distintos (enquanto o sistema Shield

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está limitado a dois tipos) e opera com até 12


tubos em cada reparo. O sistema foi projetado
para reconhecer e processar até quatro tipos
distintos de munição, tanto do tipo foguete,
quanto do tipo morteiro. Só existe disponível
no momento o foguete de chaff (para despistar
sinais de radar), mas o sistema poderá operar
também com munição do tipo flare (para
despistar buscadores infra-vermelho),
despistadores de torpedo, etc. O SLDM é um sistema
Nas fragatas, dois reparos de SLDM de lançamento de
foguetes de
encontram-se instalados em cada bordo, sobre despistamento de
o hangar, no lugar dos lançadores de Seacat. mísseis. Ele possui
Nas proximidades dos lançadores existem dois modos táticos de
armários para armazenamento de munição, "sedução" e
cada um com capacidade para 24 foguetes. distração", para o
desvio de mísseis antinavio
Portanto, para pronto uso, são 48 foguetes nos
tubos.
Quando operando no modo integrado, isto é, sob o controle do SICONTA Mk.2, o sistema
pode engajar-se nos modos automático e semi-automático. Quando engajado nesses modos de
operação, ao receber uma designação de alvo, processa e gera automaticamente a solução
tática (padrão de disparo) em função das informações da ameaça, oriundas do SICONTA, dos
dados do navio e das condições ambientais.

A antiga alça óptica LAS (localizada no tijupá) foi retirada e substituída por uma alça
optrônica EOS-400B. Esta pode controlar os canhões Mk.3 de 40mm e o canhão Vickers
Mk.8, realizando a predição de tiro independentemente do SICONTA Mk.II. Ela é dotada de
câmeras térmica e de TV, podendo ser empregada nos períodos diurno e noturno. Foi mantida
a alça pedestal (ótica) anteriormente existente a ré da chaminé, e que é capaz de fornecer
dados de marcação para o sistema de armas, em caso de avarias nos sistemas principais.

Reprodução

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O diagrama esquemático do MODFRAG, mostrando os diversos sistemas instalados nos


navios (clicar na imagem para ver em tamanho maior)

NOVOS SISTEMAS DIGITAIS

A mudança mais complexa e mais radical feita no MODFRAG foi a troca do sistema de
comando e controle do navio, o CAAIS 400. Os mainframes e consoles de procedência inglesa
foram substituídos por uma rede de microcomputadores, compondo o sistema conhecido como
SICONTA Mk.II. Este sistema é uma ampliação aperfeiçoada do SICONTA Mk.I que tinha
sido instalado no NAeL Minas Gerais. É um sistema de arquitetura aberta, desenvolvido pelo
IPqM.

Por muito tempo as soluções proprietárias, normalmente conhecidas como MIL-SPEC


(Military Specification), foram a linha mestre para o desenvolvimento dos sistemas digitais
voltados para aplicações militares.

Entretanto, sob o contexto de US Navy

uma nova ordem mundial pós-


Guerra Fria, caracterizada
principalmente por conflitos
localizados e redução dos
orçamentos para Defesa, a
situação mudou. Foi sendo
observada uma tendência
crescente para a aplicação, em
sistemas militares, de
componentes comerciais de
prateleira, freqüentemente
denominados COTS
(Commercial Off-The-Shelf),
objetivando a redução radical

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do custo e do tempo de
desenvolvimento. Esta
tendência tem sido observada
mesmo nas forças armadas dos
EUA.

No MODFRAG, o trabalho
consistiu em substituir um
sistema desenvolvido a partir
da filosofia essencialmente
MIL-SPEC (o CAAIS 400),
por outro baseado totalmente
na utilização de componentes
COTS (SICONTA Mk.2), com
ambos realizando a mesma
função (controle tático e de
armas) e utilizados sob as Consoles do SICONTA Mk.2 em operação: na nova
mesmas condições ambientais configuração o processamento é distribuído com
e de funcionamento. computadores autônomos interligados via rede Ethernet

A diferença básica entre as duas filosofias de arquitetura é que, na configuração antiga, o


processamento era realizado em computadores centrais (FBA – controle tático e FBB e FBC –
controle de armas), ficando os consoles como terminais “burros”, dependentes do
processamento nos computadores. Na nova configuração, adota-se o processamento
distribuído, isto é, os consoles tem capacidade de processamento próprio e se interligam
através de rede ethernet.

Reprodução

Configuração geral do SICONTA Mk.2, implementado com tecnologia COTS


Marinha do Brasil

Dentro da mesma filosofia, o


MODFRAG implantou um
novo sistema de controle e

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monitoração da propulsão e
auxiliares para as fragatas. A
modernização implicou em
projetar um sistema digital de
controle distribuído que
realizasse todas as funções do
sistema original e, ainda
acrescentasse inúmeras
funções identificadas ao longo
da prática operacional de mais
de vinte anos. Envolveu
também a introdução de
controle eletrônico para os
motores diesel e a substituição
de enlaces de sinais
pneumáticos, de difícil
manutenção, por enlaces Consoles do novo sistema de controle da propulsão das
fragatas
elétricos. Finalmente com o
objetivo de validar o projeto do novo sistema de controle, foi desenvolvido um simulador da
planta propulsora e auxiliares com algoritmos implementados em software IEC 1131-3 e o
modelo da planta, em MATLAB/SIMULINK, sendo executado em tempo real.

NOVOS RADARES E SONARES

O novo radar 2D italiano Divulgação

Alenia RAN-20S, opera na


banda E (2-3 GHz) e substituiu
o Plessey AWS-2 original. O
RAN-20S tem um antena
planar array de 4,5m,
estabilizada em roll e pitch,
com transmissor em estado
sólido. O radar é capaz de
detectar alvos do tamanho de
um caça a 60 milhas de
distância (cerca de 110km),
com uma precisão de alcance
de 20m e precisão angular de
0,3º. O RAN-20S tem
agilidade de freqüência e filtro
MTI (moving target indicator),
que lhe permite separar os
ecos dos alvos móveis dos O novo radar RAN-20S de procedência italiana garante o alerta
ecos espúrios (clutter) das aéreo em tempo hábil para engajamento tanto de caças quanto
ondas e do terreno, no caso de de mísseis antinavio em vôo rasante
alvos voando sobre terra. Para a navegação, foi instalado o radar Scanter Mil, em substituição
ao Signaal ZW-06, e foi também instalado outro modelo mais simples, o Furuno 1942 Mk.2,
um radar de amplo uso na marinha mercante. Uma vantagem do Furuno é o fato de que,
desligando os outros radares, uma fragata pode ter uma assinatura eletrônica de navio
mercante.

O sonar de casco EDO 610E foi


substituído por um EDO 997(F), de
mesma potência, mas com

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processamento de sinais bem mais


evoluído. Para a fabricação dos 997 (F), Relogio de Ponto
Relógio Ponto Eletrônico Apenas R$ 675,00 Software Incluso
foram aproveitados muitas partes do www.refco.com.br
610E, após inspeção e manutenção.
A MB considerou que, nos cenários Tudo para Alarme
futuros, a tendência da guerra A/S será Centrais, Sensores e Acessórios Preços até 70% mais baratos!
em águas litorâneas (“águas marrons”), e www.digitaleletronicos.com.br
não mais em grandes profundidades
(“águas azuis”). Por isso, resolveu-se incendio
remover os sonares VDS (Variable- moto bomba combate a incendio moto bombas diesel
www.germek.com.br
Depth Sonar, ou Sonar de Profundidade
Variável) mas foi desenvolvido um
estudo no sentido da possível adoção SEL - Schweitzer
Engineering Laboratories (19)3515-2000 - Campinas/SP Brasil
futura de sonares Towed Array. www.selinc.com.br

NOVA CAPACIDADE ANTIAÉREA


E ANTIMÍSSIL

O principal armamento antiaéreo das Reprodução

“Niterói” passou a ser o sistema


Albatros-Aspide, uma versão
modificada do míssil americano
AIM/RIM-7H Sea Sparrow,
largamente empregado pelas marinhas
da Organização do Tratado do
Atlântico Norte (OTAN).
O canhão Mk.8 de popa das fragatas
E/G e o lançador de mísseis anti-
submarino Ikara das A/S foram
retirados, e em seu lugar foi instalado
um lançador óctuplo Albatros, para
mísseis Aspide da versão Mod7. O
sistema pode ser adaptado futuramente
para utilizar o míssil Aspide 2000, de
maior alcance (cerca de 20 km). O Aspide é a versão italiana do míssil Sea Sparrow
americano, guiado por radar semi-ativo. O radar de
No dia 23 de março de 2004 a fragata direção de tiro RTN-30X do navio ilumina o alvo,
enquanto o míssil recebe os ecos para se orientar. O
Defensora lançou um míssil Aspide Aspide pesa 241kg, tem uma cabeça de guerra de
contra um drone Banshee 520, capaz 35kg, velocidade de mach 4 (4.520km/h) e alcance de 8
de voar a 200 nós. O drone simulou o milhas (15km)
ataque de um avião voando em
altitude muito baixa e foi atingido por
impacto direto. O teste, realizado a 60
milhas náuticas da costa, confirmou a
integração bem-sucedida do sistema
Albatros ao SICONTA Mk.2,
garantindo aos navios a capacidade de defesa antiaérea em qualquer tempo, na camada mais
externa, contra aeronaves e mísseis. Na camada interna, a defesa é feita pelos canhões Trinity
de 40mm. Durante o engajamento do alvo, o sistema de direção de tiro do navio recebe a
indicação de alvo do radar RAN20S. O alvo passa então a ser rastreado pelo radar RTN-30X e,
quando chega na distância de engajamento, o lançador é conteirado e o míssil é disparado.
Cada radar RTN-30X pode controlar até dois mísseis em vôo ao mesmo tempo.
A SSKP (Single Shot Kill Probability) do Aspide é de 0.8 com um único míssil e de 0.96 com
dois mísseis.

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Uma das características que levaram a MB a optar pelo sistema Albatros-Aspide, foi a
capacidade de defesa antiaérea de área curta. O alcance do míssil é de cerca de 15km. Além
disso, o sistema Albatros foi desenvolvido com especial ênfase na capacidade de detecção de
alvos voando à baixa altitude.O Aspide, embora muito parecido com o Sea Sparrow, na
verdade é muito diferente na parte interna. A Selenia Elsag, adotou um novo motor SNIA e um
novo seeker, que resultaram em elevada capacidade de interceptação de alvos altamente
manobráveis e em perfil de vôo sea-skimmer, capacidade de operar em ambiente de clutter e
ECM intensos. Além disso, existe uma capacidade home-on-jam no míssil, que faz com que
qualquer tentativa de interferência na guiagem do Aspide, leva o míssil a engajar a fonte
interferente.

Marinha do Brasil

A Defensora, depois de modernizada, manobra mostrando sua nova configuração: através do


MODFRAG, a Marinha do Brasil conseguiu dar aos navios uma capacidade de combate
respeitável e adequada aos cenários do início do século XXI, bem diferentes daqueles
vislumbrados na década de 70

CONCLUSÃO

O projeto das fragatas classe "Niterói" mostrou-se particularmente feliz, a tal ponto que ainda
hoje, mais de 30 anos depois de terem saído das pranchetas, as soluções de design e de
hidrodinâmica então adotadas servem de referência para projetos atuais. Através do
MODFRAG, a Marinha do Brasil conseguiu dar aos navios uma capacidade de combate
respeitável e adequada aos novos cenários do início do século XXI, bem diferentes daqueles
vislumbrados no início da década de 70.

As "Niterói" continuarão a ser, nos próximos 15 anos, a espinha dorsal da Esquadra, e


juntamente com o navio-aeródromo São Paulo, serão os principais instrumentos de garantia do
domínio do mar pelo Brasil.

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Alexandre Galante

A Defensora, na Parada Naval em homenagem ao Bicentenário do Almirante Tamandaré, no


dia 8 de setembro de 2007. Clicar na foto para ampliar.

Referências bibliográficas da série

 "Uma história das fragatas – depoimento pessoal" - José Carlos Coelho de Sousa - 2001
 Revista Marítima Brasileira
 British destroyers & frigates – the second war and later - 2006
 Jane´s Fighting Ships

MONTE SUA FRAGATA CLASSE NITERÓI MODERNIZADA

O Poder Naval Online disponibiliza aos seus leitores os planos da maquete em papel da classe
"Niterói", com instruções detalhadas de montagem. O modelo é de autoria do amigo Fernando
"Nunão" de Martini, que resolveu compartilhar seu trabalho com os outros entusiastas das
fragatas.

São dois arquivos em formato JPG de 300 dpi, um com cerca de 1Mb e outro com pouco mais
que 2 Mb. Os dois arquivos contém as plantas da maquete da Independência (F44). Ambos
estão em formato A4 (podendo ser ampliados para imprimir em A3, o que resulta numa
maquete maior e mais fácil de montar).

Observação: as fotos do modelo da Liberal são de um protótipo. É similar à nova planta, mas
com algumas diferenças importantes: o mastro do radar foi refeito, alguns detalhes extras
foram adicionados e, no caso específico da F44, há mudanças nas posições dos lançadores de
Exocet, dos contêineres de balsas salva-vidas e do lançador de Aspide, inerentes às
diferenças entre as fragatas de verdade.

Para baixar as plantas, clicar nas respectivas imagens no final desta página. Boa montagem!

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Folha 1 Folha 2

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