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Introdução a história

da Psicologia

Autora
Larissa Siqueira Cavalcante
Expediente

Direção Geral: Projeto gráfico e diagramação:


Prof. Me. Cláudio Ferreira Bastos Francisco Erbínio Alves Rodrigues /
Direção Geral Administrativa: Luciana Rodrigues R. Duarte
Prof. Dr. Rafael Rabelo Bastos Capa:
Direção de Relações Institucionais: Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Prof. Dr. Cláudio Rabelo Bastos
Tratamento de imagens:
Direção Acadêmica: Francisco Erbínio Alves Rodrigues
Prof. Dr. Valdir Alves de Godoy
Coordenação Pedagógica:
Autoria de leitura complementar:
Prof. Me. Gil Camelo Neto
Lorena Parente Menezes de Araújo /
Coordenação NEAD: Priscyla Maria de Vasconcelos /
Profa. Me. Luciana R. Ramos Duarte Luciana Rodrigues Ramos Duarte
Revisão Técnica:
Ficha Técnica
Emanuelle Oliveira da Fonseca /
Autoria:
João Carlos Rodrigues da Silva
Larissa Siqueira Cavalcante
Revisão Metodológica:
Design instrucional:
Francisco Jahannes dos Santos Rodrigues
Jasson Matias Pedrosa /
João Paulo S. Correia Revisão Ortográfica:
Karen Bomfim Hyppolito

Ficha Catalográfica
Índice para Catálogo Sistemático
1. Educação Ensino Superior I. Título

FATE : Faculdade Ateneu. Educação superior – graduação e pós-graduação:


Fortaleza, 2017.
ISBN: 978-85-64026-55-1
Para alunos de ensino a distância – EAD.

1. Educação Superior I. Título

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para tal autorização, especificando a extensão do que se deseja reproduzir e o seu objetivo,
deverão ser dirigidos à Direção.
Larissa Siqueira Cavalcante

Seja bem-vindo!

Estimado (a) discente, é com entusiasmo que apresento seu


material de extensão. Aqui, você poderá ler, estudar e fortalecer sua
fundamentação teórica sobre a psicologia, seus teóricos e a impor-
tância desta ciência para saúde. O material está dividido em quatro
capítulos. O primeiro deles, daremos uma introdução sobre a psico-
logia como ciência e sua atuação. No segundo capitulo, apresentare-
mos os principais teóricos estudados dentro do campo da psicologia.
No terceiro capítulo, abordaremos a interface da psicologia clínica
com a psicologia social e por fim, o processo de humanização da saú-
de aos olhos da psicologia. Sabemos que o conhecimento é vasto e da
impossibilidade de cessá-lo nas linhas discorridas a seguir, portanto,
você deverá pesquisar em outras fontes para que possa aprofundar
seus conhecimentos e estar cada vez mais atualizado (a) sobre os
temas propostos neste material.

ÓTIMA LEITURA!
SUMÁRIO
ANÁLISE DO COMPORTAMENTO E A PSICOLOGIA
COGNITIVA
1. O behaviorismo....................................................................... 8
1.1. Condicionamento e Reforçamento....................... 11
1.2. Comportamento Operante de Skinner...............13
1.3 Reforço Positivo e Reforço Negativo..................15
2. PSICOLOGIA COGNITIVA...............................................17
2.1. O Surgimento da Psicologia Cognitiva .............17
2.2. Processos Psicológicos Básicos.............................17
2.2.1. Atenção...................................................................18
2.2.2. Memória.................................................................19
2.2.3. Pensamento....................................................... 20
2.2.4. Consciência..........................................................21
Análise do comportamento e a
psicologia cognitiva

Apresentação
Você está participando de um momento importante na ins-
tituição e no nosso país, pois a Educação a Distância – EAD está
se expandindo cada vez mais, por ser uma modalidade que busca
atender as novas demandas educacionais decorrentes das mudan-
ças na nova ordem econômica mundial.

As características fundamentais da sociedade contemporâ-


nea que têm impacto sobre a educação são, pois, maior complexi-
dade das relações sócio-produtivas, uso mais intenso de tecnolo-
gia, redimensionamento da compreensão das relações de espaço
e tempo, trabalho mais responsabilizado, com maior mobilidade,
exigindo um trabalhador multicompetente, multiqualificado, capaz
de gerir situações de grupo, de se adaptar a situações novas e sem-
pre pronto a aprender.

Em suma, queremos que a partir do conhecimento das novas


tecnologias de interação e do estudo independente, você, caro es-
tudante, torne-se um profissional autônomo em termos de aprendi-
zado e capaz de construir e reconstruir conhecimentos, afinal esse
é o trabalhador que o mercado atualmente exige.

Dessa forma, participe de todas as atividades e aproveite ao


máximo esse novo tipo de relação com os seus colegas, tutores e
professores, e nos ajude a construir uma FATE e uma sociedade
cada vez melhor.

Bom desempenho!
• Definir a Filosofia Behaviorista;
• Definir os princípios básicos da Análise do Compor-
tamento;
Objetivo de • Definir o que é a Psicologia Cognitiva;
Aprendizagem • Apresentar métodos em pesquisa na Psicologia
Cognitiva.

1. O behaviorismo.
Neste capítulo, você aprenderá sobre os fundamentos de
duas abordagens da Psicologia. Abordagens são as teorias que ser-
vem de base para atuação dos psicólogos. Por meio delas, o pro-
fissional é capaz de atuar de forma mais consciente e consistente.

É necessário em primeiro lugar, que você conheça o Beha-


viorismo.

John Watson é considerado o primeiro psicólogo behavio-


rista e conceituou este como a forma de ver a Psicologia de for-
ma puramente objetiva da Ciência Natural. Surgiu para se opor às
psicologias mentalistas que estavam em vigor na época. Antes do
surgimento do behaviorismo, os psicólogos estudavam a mente e
a consciência humana e adotavam o método da introspeção (Ma-
tos, 1997) ou seja, o foco é analisar ideias e experiências internas
(Sternberg, 2014).

O objetivo teórico deste psicólogo é prever e controlar o


comportamento. Negava a consciência e que todo comportamento
aprendido dependia do meio externo ao qual estamos inseridos e
que a ação humana é condicionada e condicionável; e desconside-
rava também a variação genética (Fadiman e Frager, 1939). O com-
portamento, para Watson, estava ligado unicamente a mudanças
que poderiam ser vista no organismo (por exemplo, suar, ficar ver-

8
melho diante de uma situação de susto), de uma forma minuciosa,
mudanças do sistema glandular e motor, decorrente de algum es-
tímulo do ambiente que antecede a reação glandular e/ ou motora
(Chiesa, 1994).

Para Watson todos os comportamentos são reflexos, ou seja,


são inatos. Há sempre uma alteração no ambiente que produz uma
alteração no corpo do organismo (Moreira e Medeiros, 2007).

Em resumo, as ideias de Watson consistem em: o


behaviorismo é uma ciência natural responsável pela ordem
humana, tem como objetivo prever e controlar comporta-
mento e seu objeto de estudo são os comportamentos Fique
Atento
possíveis de serem vistos; ignora a mente e usa métodos
objetivos para estudar o comportamento humano e expli-
car todos eles pelo paradigma S- R (Matos, 1997).

Skinner foi um seguidor das ideias de Watson. Embora tenha


sido atraído por seu percursor, Skinner foi um crítico das ideias de
Watson, principalmente, por este negava a variação genética e por
suas ideias generalizadas sem dados reais ditos por sua própria for-
ma de fazer ciência.

O behaviorismo é a filosofia da ciência do comportamento


(Costa, 1997). O comportamento é definido como a relação do or-
ganismo e o ambiente, assim, o contexto é muito importante para
compreender a resposta estabelecida no ambiente bem como ela
fica mantida no mesmo (Skinner, 1953/ 2006)

O nome conhecido como Behaviorismo Radical traz a ideia


antimentalista, assim, Skinner esclarece o quanto foi contra a exis-
tência de fenômenos cuja a natureza não seja física. É contra a
mente e cognição e a favor da visão de homem monista, ou seja, o
organismo é um só. Não separação da mente e do homem Matos,
1997; Costa, 2002).

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Skinner usa o paradigma de comportamento operante (será
tópico deste mesmo capitulo; você lerá em breve), ou seja, Sd-R-Sr.
O modelo de causa do comportamento é chamado de Selecionista,
ou seja, são as consequências das repostas emitidas por alguém ou
alguma coisa atuam selecionando o comportamento (Costa, 2002).

No modelo de seleção por consequências de Skinner, a cau-


salidade é definitivamente separada do modelo mecanicista. Opera
sobre variações pequenas e aleatórias que se mostraram adaptati-
vas e acabaram sendo selecionadas e reproduzidas.

Esse modelo propõe que seleções acontecem via três níveis.


São eles, filogênese, ontogênese e cultura. O primeiro nível se ca-
racteriza pela transmissão de um conjunto de características fisio-
lógicas, anatômicas, morfológicas, além de comportamentos espe-
cíficos que foram necessários para a sobrevivência de uma espécie
(DITTRICH, MELO, MOREIRA & MARTONE, 2013). Nesse nível surge
também uma nova forma de interação do organismo com o am-
biente chamada de condicionamento respondente, o que possibili-
tou que os sujeitos passassem a responder, mesmo com respostas
já existentes, aos estímulos que antes não podiam e assim aumen-
tar suas chances de adaptação (SKINNER, 1953/2002).

Um pouco mais adiante você verá sobre comporta-


Fique mento respondente e operante.
Atento

O segundo nível, considera que os sujeitos passam a atuar


sobre o ambiente não mais para a sobrevivência da sua espécie,
agora trata-se do aprendizado de comportamentos novos e indivi-
duais que possibilita consequências grandiosas para aquele sujeito
em particular e não para a espécie no geral, tornando-o mais capaz
de sobreviver em um ambiente instável (ANDERY, 1993).

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O terceiro nível ou nível cultural, surge do comportamento
social, ou seja, aquele comportamento próprio de um sujeito mas
que foi aprendido a parti da interação com os outros (o comporta-
mento de um indivíduo é mediado por outro indivíduo) e do com-
portamento verbal e atua sobre as práticas culturais (práticas que
dependem da participação de mais de um indivíduo e que são em-
basadas em reforço social), selecionando as que irão possibilitar
a sobrevivência individual e do grupo praticante. A cultura, além
de permitir a sobrevivência do grupo, o torna especial, pois os in-
divíduos passam a transmitir o que lhes foram ensinados através
do tempo e lugares, ou seja, ela permite uma atemporalidade das
experiências (SKINNER, 2007).

Em resumo, o behaviorismo radical de Skinner consiste em:


é a filosofia da ciência do comportamento que desenha o compor-
tamento que é o objeto de estudo, considera que a maior parte
dos comportamentos humanos é operante e assumo o paradigma
Sd-R-Sr e desconsidera que na ocorrência do comportamento há
mediação do sistema nervoso ou da cognição. Por fim, defende a
ideia monista de homem (Chiesa, 1994).

1.1. Condicionamento e Reforçamento


O comportamento respondente ou reflexo consiste nas re-
postas automáticas a um joelho. Este é o caso quando vamos ao
médico e ele pega um “martelinho” e bate no nosso joelho, em se-
guida, a esta ação, automaticamente, de forma que não podemos
controlar, nossa perna suspende. Ou então, quando você está na
praia e de repente entra areia no seu olho e você, rapidamente, fe-
cha os olhos. Por mais que você tentasse muito não fechar os olhos,
ainda assim, não conseguiria (Fadiman e Frager, 1939)

Pavlov descobriu que o comportamento responde pode ser


condicionado, ou seja, aprendido. Esta é uma capacidade das espé-
cies animais que são aprendidas pelo primeiro nível dito anterior-
mente. Você consegue lembrar dos três níveis de seleção? Vamos
relembrar!

11
Primeiro nível: filogenético, clássico da espécie e são
necessários para mantê-la viva. O segundo: ontogênico,
próprio do sujeito. Por fim, o terceiro: o nível cultural, ad-
Memorise quirido pelo convivo com determinada espécie.

É possível que um sujeito aprenda novos reflexos, ou seja, te-


nha a capacidade de reagir de formas diferentes a novos estímulos
(Medeiros e Moreira, 2007).

A descoberta do reflexo aprendido ocorreu por meio dos es-


tudos do fisiologista chamado Ivan Petrovich Pavlov, cujo expe-
rimento foi a observação do “salivar” de cães. Em seu laborató-
rio, Pavlov percebeu que ao dar comida aos cães estes salivam de
forma absurda. Ele investigava o reflexo salivar (alimento na boca
causa salivação). Assim, fez um pequeno corte perto das glândulas
salivares de um cão e introduziu uma mangueira a fim de medir o
quanto o cãozinho saliva quando lhe era mostrado um pedaço de
carne. De forma inesperada, Pavlov descobriu que outros estímulos
além da carne, faziam com que o cachorro salivasse. Desta forma, o
que Pavlov fez para investigar de forma mais profunda sua desco-
berta inesperada, foi emparelhar novos estímulos. Assim, Pavlov ao
apresentar o alimento para o animal, em seguida tocava uma sirene
(estimulo que não eliciava a resposta de salivar), media, então, a
quantidade de gotas de saliva quando os dois estímulos eram apre-
sentados. Tendo feito este procedimento por 60 vezes, Pavlov ape-
nas ligou a sirene e obteve as repostas de salivação como quando
mostrava a comida. Assim, o cão havia aprendido um novo reflexo:
salivar quando ouvir o som da sirene (Medeiros e Moreira, 2007).

Dando a você um exemplo do cotidiano quando ao condicio-


namento pavloviano, é o caso das emoções. Você deve ter visto na
televisão o desastre do avião que levava o time Chapecó para um
grande jogo. Bem, a todo instante era apresentado na televisão,

12
rádio e redes sociais sobre este desastre. Passamos muito tempo
vendo a todo instante sobre a família, situação dos jogadores, a
família do piloto e a especulações sobre o acidente. Bem, agora
imagine uma pessoa que sempre precisou pegar avião seja à tra-
balho ou nas suas férias vendo um avião (estimulo antes que não
representava nada de ruim para pessoa) e depois de ver o acidente
começa a ter medo (resposta incondicionada) de andar de avião.
Bem, temos aqui um exemplo rotineiro e atual de aprendizagem de
novos comportamentos por condicionamento pavoloviano.

1.2. Comportamento Operante de Skinner


Se, por um lado, você aprendeu que existem respostas elicia-
das por estímulos respondentes como contração da pupila, suar,
levantar a perna quando o médico dá aquela marteladinha no joe-
lho; por outro será apresentado para você outro tipo de comporta-
mento, conhecido como comportamento operante.

Por comportamento operante entende-se aquele comporta-


mento que produz consequências, ou seja, modificam o ambiente e
é afetado por elas (Medeiros e Moreira, 2007)

Skinner afirmava que pequena era a relevância dos estímulos


para o comportamento operante, pois o crucial é que respostas
emitidas pelos organismos modificassem o ambiente e acontecei
isso por suas consequências e não por seu antecedente (apresen-
tação de um estimulo) (Hilgard, 1966).

Imagine você chegando em sala de aula quando vê seus ami-


gos. Em seguida você dá um “oi” para eles; por consequência você
recebe um “oi” mais o acréscimo de um sorriso. Veja, dá a reposta
“oi” gerou a consequência de ouvir um som que a nossa comunida-
de verbal afirma ser um “oi”. Ante da emissão da resposta você não
tinha o som, após ela isso, vou possível ouvir o “oi”. Bem, este é um
exemplo simples de comportamento operante. Assim, você prova-
velmente emite respostas de “oi” quando chega em casa porque já
aprendeu que será correspondido (a).

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É importante afirmar que no exemplo acima, as consequên-
cias do comportamento de dar “oi” chega afetar você, ou seja, de
alguma forma as consequências determinarão o comportamento e
isto é o que faz você dar ou não “oi” pare eles. Determina se seus
comportamentos acontecerão com maior ou menor frequência.

Pense no inverso. Imagine que no seu prédio tem um porteiro


não muito simpático. Um pouco quanto “na dele”. Todas as ma-
nhãs quando você sai para o trabalho ou faculdade você olha para
ele e diz: “bom dia! ”, mas ele não responde. De segunda a domin-
go, você se comporta sempre assim, mas o porteiro não responde.
Então, você se cansa, não verdade? E acha melhor não falar mais
nada, passando por ele e não o cumprimenta mais. Bem, Skinner
estava correto quando disse que no comportamento operante o
que seleciona o comportamento são as consequências. Como você
falava sempre com o porteiro do seu prédio e este nunca era solí-
cito nos votos (consequência) seu comportamento de não mais dá
um “bom dia” foi diminuindo uma vez que não era correspondido!
Temos mais um exemplo de comportamento operante.

Quando compreendemos que o comportamento é


influenciado por suas consequências, enquanto profissio-
nais isto pode nos ajudar, por exemplo, manuseando as
Fique consequências para compreende como acontece a relação
Atento
entre a resposta e consequência bem como nos dá ferra-
mentas para modificar os comportamentos das pessoas
programando consequências (Moreira e Medeiros, 2007).

Por exemplo, imagine você tendo um paciente que precisa per-


der peso urgente, mas não adere o tratamento. O que fazer? Uma das
alternativas é que quando feita a dieta e o mesmo a cumpri-la ele pos-
sa ter compensações. A medida que ele comer frutas, verduras e os
alimentos recomendados; poderá ter recompensas e escolher o que
quer comer um dia da semana. Alternativas como estabelecer regras
com a família de não ter mais comidas com “frituras” são mudanças
no ambiente para selecionar comportamentos do cliente.

14
1.3 Reforço Positivo e Reforço Negativo
Até agora, você aprendeu que o que seleciona os nossos
comportamentos são as consequências e que o comportamento
as produz. Aprendeu também, como visto anteriormente, que por
meio das consequências aumentam a probabilidade de o compor-
tamento voltar a acontecer. Estas consequências são conhecidas
por reforço (Hilgard, 1963)

Reforço é um tipo de consequência do comportamento que


aumenta a possibilidade de o comportamento acontecer (Medeiros
e Moreira, 2007). Lembra do caso dos seus amigos quando você o
via e dava um “oi”? E eles em troca diziam “oi” para você? Bem, isto
para a análise do comportamento é chamado de reforço. Você foi
reforçado por seus amigos quando eles também lhe diziam “oi” e
por isso, você sempre os cumprimentava…diferente do porteiro do
seu prédio.

Existem dois tipos de reforçamento conhecidos por reforço


positivo e reforço negativo.

Antes de diferenciá-los, é necessário perceber algo


muito importante: os termos aqui utilizados “positivo” e
“negativo” não devem ser julgados como bom e ruim, res-
Fique
pectivamente. Veja, é comum associar esses nomes a coi-
Atento
sas boas ou coisas ruins. Por exemplo, você apresenta um
trabalho da faculdade e o professor dá um retorno positivo
logo após o desfecho da sua apresentação; isso quer dizer
que ele gostou do seu trabalho. O contrário disso, é quando
o professor diz que seu trabalho não está bom, que você
esqueceu de colocar autores importantes ou que você não
foi coerente com teoria e práticas; neste caso, o professor
deu uma devolutiva negativa acerca do seu trabalho.

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Por reforço positivo, entende-se como, como aquele que
aumenta a probabilidade de o comportamento reforçado voltar
a ocorrer. Neste caso, é positivo porque a modificação produzida
no ambiente era sempre com a adição de um estimulo (Medeiros
e Moreira, 2007). Imagine uma fisioterapeuta de uma criança com
síndrome de down, cujo seu trabalho é fortalece a musculatura des-
ta criança para ela conseguir andar até, no máximo, seus dois anos
de idade. Certo dia, chega a criança um pouco mais chorosa, rejei-
tando não fazer os exercícios propostos. A fisioterapeuta chama
o paciente, dá um brinquedo para interagir, mas naquele dia nada
parece funcionar. O exercício seria engatilhar até a bola. A criança
fica sempre sentada não quero indo até a bola, até que, por um
acaso ela acaba deitando fazendo disto ficar mais próxima da bola,
então, a fisioterapeuta muito esperta e leu esta apostila diz na mes-
ma hora: “Isso, Paulinha! Isso! Se estica e pega a bola!”. A criança
logo em seguida, estica mais um pouco, e mais; e mais até que dá
um ou dois passinho a caminho da bola. Veja, talvez tenha sido
pouco o engatilhar da criança, mas quando ela emitiu uma resposta
próxima a se engatilhar ( deita e ficar mais perto da bola) a fisiote-
rapeuta louvor a atitude do seu paciente ( parabenizou a criança) e
o comportamento de engatilhar foi emitido, mesmo que um ou dois
passinhos. Antes ela não fazia nada; agora ele deu dois passinhos. E
acredite, é um grande avanço!

O reforço negativo também aumenta a frequência do com-


portamento, porém, diferentemente do reforço positivo, esta frequ-
ência aumenta pela retirada do estímulo.

Um bom exemplo para reforço negativo, é quando o tele-


marketing liga para sua casa procurando-lhe algum serviço, mas
você mesmo (a) diz que não se encontra. Alguns de nós, com fre-
quência, faz isso. Provavelmente porque não temos interesse nos
serviços vendidos ou pela falta de tempo em ouvir o que eles têm
a nos dizer. O fato é que quando você diz que não está em casa,
você consegue retirar o estímulo aversivo (ouvir a ligação) e como
dá certo aumenta a frequência deste comportamento (mentir), por
isso que muitas vezes mentimos, para que o estimulo aversivo seja
retirado e por isso, é reforço negativo. Assim, um dos exemplos de
reforço negativo é o comportamento de mentir, aumenta a proba-
bilidade de acontecer com a retira do estimulo aversivo.

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2. PSICOLOGIA COGNITIVA
2.1. O Surgimento da Psicologia Cognitiva
Uma das abordagens que surge como uma grande contribui-
ção para os estudos da Psicologia é o Cognitivismo.

O Cognitivismo parte do princípio que parte do comporta-


mento pode ser explicado a partir de como as pessoas pensam
(Sternberg, 2014).

A psicologia cognitiva nasce com a necessidade de suprir a


demanda que o behaviorismo não considerou como objeto de es-
tudo tais como raciocínio, planejamento, tomada de decisões de
comunicação. Envolve os processos psicológicos básicos tais como
percepção, memorização, raciocínio, decisão e solução de proble-
mas. Contra o método da introspecção, afirmar que a partir dos
processos mentais podemos compreender completamente o que
o organismo faz; estes processos mentais podem ser estudados
de forma objetiva por meio de comportamentos específicos assim
como faz os behavioristas (Atkinson e Hilgard, 2012).

2.2. Processos Psicológicos Básicos


Sobre os processos básicos do comportamento é a partir
deles que temos a capacidade de conhecer, compreender e criar
nossas próprias conclusões acerca do mundo em que vivemos. A
seguir, você verá os principais processos de aprendizagem.

Um filme que fala sobre todos os processos psi-


cológicos de forma fácil e bem eficiente é o filme Diver-
tida Mente! Assista!
Curiosidade

17
2.2.1. Atenção
Por atenção, compreendemos como a capacidade de fixar
a orientação e a concentração para uma atividade. O sistema de
atenção assume várias funções, como por exemplo, quando o indi-
víduo escolhe focar em alguns estímulos e outros não; a vigilância,
quando o foco está na esperar de determinado estímulo; a sonda-
gem, na qual se procura por estímulos particulares e a atenção divi-
dida, que é uma forma desenvolvida pelo sujeito de prestar atenção
em duas tarefas ao mesmo tempo (Monteiro & Saffi, 2015).

Para melhor compreendermos o processo de atenção, o mo-


delo norte americano de Muriel Lezak dividi nos seguintes compo-
nentes:

1. Nível de alerta: dois mecanismos diferentes


a) O tônico está relacionado a fisiologia, ou seja, a atenção é
regulada por mudanças no corpo do individuo. Sua função
principal é regular a resposta do organismo à estimulação
ambiental. Um exemplo o ciclo sono vigília.
b) A ativação fásica funciona segundo as modificações ocor-
ridas no meio. É a capacidade que temos de “oferecer”
atenção de acordo com a necessidade do momento.
2. Amplitude Atencional: é a capacidade que temos de arma-
zenar uma quantidade de informações ao mesmo tempo.
3. Atenção Seletiva: é a capacidade de focar um ou dois estí-
mulos importantes em um momento específico enquanto
se diminui de forma consciente a precisa de outros estímu-
los distratores que estejam acontecendo ao mesmo tem-
po. A atenção seletiva é também conhecida como concen-
tração. Um bom exemplo é quando conseguimos prestar
atenção a aula do professor mesmo ocorrendo conversas
paralelas em sala de aula.
4. Atenção sustentada / concentrada: é a capacidade de
manter a atenção durante todo o tempo da execução de
uma atividade, por exemplo, ficar atento ao filme no cine-
ma.

18
5. Atenção dividida: é a capacidade de distribuir a atenção
em mais de uma atividade, por exemplo, quando estamos
cozinhando e falando ao telefone.
6. Atenção alternada: é a capacidade de mudar o foco da
nossa atenção em tarefas que exigem diferentes níveis de
compreensão. Por exemplo, olhar que o sinal está verme-
lho e frear o carro; quando o sinal fica verde; aceleramos o
carro.

A seguir, algumas alterações que podem ocorrer


no nosso sistema atencional:

Curiosidade

1. Hiperprosexia: é um aumento da quantidade atenção. Isto


ocorre de forma espontânea, o sujeito presta atenção a de-
talhes que não seriam necessários

2. Aprosexia: é a total falta de atenção comumente encontra-


da em casos de demências.

3. Distração: ocorre quando um indivíduo concentra-se de


forma quase que absoluta em determinada tarefa. É uma
hiperfoco nas atividades.

2.2.2. Memória
Podemos entender por memória a capacidade que o sujeito
tem de adquirir, estocar e recuperar diferentes tipos de informa-
ções que serão importantes para a sobrevivência da espécie e para
formação da identidade (Bueno & Batistella)

Por meio dos estudos aprofundados das ciências cognitivas,


a memória pode ser subdividida em:

19
a) Declarativa - é assim chamada porque as pessoas podem
declara o conteúdo dessas lembranças a outras pessoas.
São lembranças de fatos da sua vida e culturais. Um bom
exemplo é se perguntasse a você o que comeu no almoço
de ontem.

b) Implícita - são memórias que aprendemos aos poucos e de


forma bem sistemática. Gradualmente vamos adquirindo
esta memoria que requer o desenvolvimento de habilida-
des sensórias, motoras e cognitivas. Se você tem mais de
dezoito anos e dirigi, este é o exemplo de memória implí-
cita. Afina, não bastou que você visse ou lesse um manual
para aprender a dirigir, mas se submeter a várias aulas cujo
o passo a passo eram orientados por seu instrutor.

Para Tulving (2002, apud. Bueno e Batistela), a memória de-


clarativa pode ser dividida ainda em episódica e semântica. A pri-
meira consiste em guardar as informações da nossa vida pessoal.
São nossas experiências. Por exemplo, se pedissem para você falar
da sua festa de formatura, provavelmente, os fatos relatados se-
riam bem diferentes dos meus casos fosse falar da sua formatura.
Seu relado estaria focado no que foi importante para você. Já no
segundo tipo de memória, esta é partilhado culturalmente.

Por exemplo, se eu perguntasse a todos que leem esta apos-


tila quem descobriu o Brasil, a maioria responderia Pedro Alves Ca-
bral, afinal, em algum momento da nossa vida isto nos foi dito, e
memorizamos. Já na segunda, as memórias são voltadas a capaci-
dade de guardar informações que tenham significado pessoal para si.

2.2.3. Pensamento
É a capacidade de diferenciar os estímulos importantes para
o sujeito dos que não tem relevância. Soma-se a essa capacidade a
de, também, tornar público essas diferenciações através da lingua-
gem. Ou seja, pensamento e linguagem andam lado a lado (ACHA
e FAVARO, 2015).
Pensamento é diferente de consciência; você
pode estar consciente, embora seu pensamento este-
ja alterado. Por exemplo, você vê uma pessoa olhando
para você na rua e pensa sobre o porquê desta pessoa Curiosidade
que não lhe conhece estar olhando para você sem parar.
Bem, partindo do princípio que você não está bêbado
(a) ou sob efeito de algum remédio, você está conscien-
te. Quando você vê a pessoa olhando em direção a você
e pensa: “essa pessoa está olhando para mim porque
quer rir da minha cara”; aí o seu pensamento já pode es-
tar alterado, pois a pessoa pode estar olhando fielmente
para você porque achou você parecido (a) com alguém;
logo o seu pensamento está alterado.

2.2.4. Consciência

Alguma vez você já esteve conversando com uma pessoa e


quando menos esperar essa pessoa diz algo do tipo: “Ei! Você está
escutando o que eu disse? Tá viajando, né?”. Ou você achava que
tinha feito alguma atividade e quando percebeu não havia realiza-
do, apenas, tinha pensando sobre isso? É a famosa frase: “poxa!
Pensei que tivesse feito isso”. Bem, estamos tratando dos estados
de consciência que o humano tem.

A consciência envolve o monitoramento do ambiente ao


qual se está inserido com a presença da percepção, memorias e
pensamentos estão presentes bem como o controle que se tem do
organismo e do ambiente de como que sejamos capazes de iniciar
a finalizar atividades comportamentais e cognitivas (Atkinson e Hil-
gard, 2012).

21
Há diferenças importantes entre o Behaviorismo
de Watson e o Behaviorismo de Skinner: o primeiro de-
les, em suma, é dualista, considera apenas comporta-
mentos publicamente observáveis acredita que em meio
Relembre ao comportamento propriamente dito há um mediador
que tanto pode ser o sistema nervoso como o motor. Já
no segundo, a visão de homem é monista, não acredita
em sistema mediador e nem todos os comportamentos
a ser considerados devem ser necessariamente obser-
váveis. Também vimos a relação que a Psicologia beha-
viorista guarda com a origem da Psicologia Cognitivis-
ta, apesar de suas diferenças; e que esta se centra em
processos psicológicos básicos como atenção, memória,
pensamento e consciência.

Pratique
1. Você conseguiria aplicar os processos psicológicos básicos
dentro de situações do seu dia a dia? Você consegue lem-
brar quais são os processos psicológicos básico? E a dife-
rença entre eles?
Anotações
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