Você está na página 1de 19

1

Bueiros

BUEIROS

Bueiro é considerado uma tubulação curta, normalmente circular ou


retangular, cuja finalidade é propiciar a drenagem de determinada área, transpondo
e protegendo um aterro rodoviário ou ferroviário (figura 1)

FIGURA 1 – Esquema de utilização de um bueiro para transpor um aterro.

Os condutos dos bueiros podem ser feitos de vários materiais, cuja escolha é
uma decisão econômica. Para bueiros pequenos, é comum o uso de concreto pré-
moldado, ferro fundido ou tubos de aço corrugado. (figura 2). Em bueiros de grandes
dimensões são mais utilizados os arcos de aço corrugado ou de concreto armado.
Em um bueiro, além do conduto, há outros componentes essenciais, como
àqueles destinados à proteção da entrada e saída (muros de testa e de ala). Em
algumas situações, torna-se necessária a instalação de grades na entrada do bueiro,
para evitar obstrução do conduto por entulhos.

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


2

Bueiros

Aço corrugado

Concreto pré-moldado (circular)

Concreto pré-moldado retangular Concreto moldado no local

FIGURA 2 - Principais materiais utilizados em bueiros

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


3

Bueiros

1 - DISPOSITIVOS DE ENTRADA E SAÍDA


Tanto na entrada como na saída, o bueiro deve ser dotado de muros de
proteção, denominados por muros de testa e ala dos bueiros (figura 3).

Muro de testa Entrada em “L”

Entrada em “U” Muro de ala

Muro de ala não alinhada

FIGURA 3 – Estruturas de muros de entrada e saída do bueiro

Os principais objetivos dos muros de entrada e saída são:


ENTRADA
- proteger o aterro nas imediações (montante) contra possíveis erosões;
- reduzir a perda de carga.

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


4

Bueiros

SAÍDA
- promover a transição para o curso d´água à jusante;
- proteger o aterro nas imediações (jusante) contra possíveis erosões.
Esses muros, dependendo de seu projeto e construção, melhoram as
características hidráulicas dos bueiros. Podem ser construídos de diferentes formas,
dependendo das condições locais, que podem ser: muro ortogonal ou muro de testa
(utilizado quando o bueiro é construído na mesma direção que o escoamento natural
e em situações de baixa velocidade de aproximação), muros de ala em L, de ala em
U, e alas oblíquas. O muro em ala “L” e “U”, quando há necessidade de mudança
brusca na saída do bueiro, na direção do escoamento. Para grandes vazões, o uso
de alas oblíquas é o mais indicado.
Na figura 4 são mostrados alguns exemplos de entradas de bueiros.

FIGURA 4 – Exemplos de muros de proteção da entrada do bueiro

2 - GRADE DE PROTEÇÃO
Esta grade destina-se, exclusivamente, a evitar a entrada de materiais que
possam provocar o entupimento, parcial ou não, do bueiro, prejudicando ou
impedindo o fluxo (figura 5).

FIGURA 5 Exemplos de grades instaladas na entrada do bueiro

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


5

Bueiros

3 - HIDRÁULICA DOS BUEIROS


Dependendo da geometria de entrada, declividade, comprimento, dimensão
interna, rugosidade, condições de saída, o escoamento no bueiro pode se processar
nas seguintes formas: como um conduto livre ou como um conduto forçado..
No dimensionamento de bueiros, procura-se evitar que o mesmo trabalhe
afogado. O projeto consiste em escolher uma estrutura hidráulica capaz de escoar
uma determinada vazão quando são impostas condições de montante e jusante, ou
seja, quando são pré-estabelecidas alturas do nível d´água nas suas extremidades.
A vazão de projeto é, normalmente, aquela esperada para um determinado
período de retorno, sem causar afogamento na entrada. Uma vez escolhido o
diâmetro do bueiro, verifica-se se o mesmo é capaz de dar escoamento a vazões
maiores (maiores períodos de retorno), mas com afogamento da entrada. Por
exemplo, estima-se a vazão para um período de retorno de 10 anos e calculam-se
as dimensões do bueiro capaz de dar escoamento a tal vazão sem afogamento e
verifica-se, então, se o mesmo é capaz de escoar uma vazão de período de retorno
de 50 anos, com afogamento da entrada.
Define-se “declividade neutra” como sendo a declividade da linha de energia
com o bueiro trabalhando a seção plena, ou seja, a altura d’água dentro do bueiro
coincide com a geratriz superior do bueiro. Desta forma, se a declividade natural
(calculada pela fórmula de Manning) for maior que a declividade neutra, diz-se que o
bueiro funciona como conduto livre, e, caso contrário, o bueiro funcionará como
conduto forçado.
O escoamento, no caso de o bueiro funcionar como conduto livre, pode ser:
supercrítico, crítico e subcrítico.
O escoamento a plena seção pode ocorrer quando a saída for afogada ou
quando a saída não for afogada, mas o nível d’água na entrada for alto e o
comprimento do bueiro for longo.
Diz-se que a entrada é afogada quando o nível d’água nesta seção for 1,2
vez o diâmetro da entrada. Denomina-se valor limite de afogamento YM = 1,2 D.
Um bueiro é considerado hidraulicamente curto quando a saída não for
afogada e, mesmo estando a entrada submersa, haverá contração se o
comprimento não for muito longo. Neste caso, o escoamento será como um conduto
livre. Caso contrário, o bueiro é classificado como hidraulicamente longo quando

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


6

Bueiros

apresenta comprimento suficientemente longo para que haja expansão da veia


contraída até ocupar toda a seção.

3.1 - CATEGORIAS DE ESCOAMENTO EM BUEIROS


Conforme as várias condições de escoamento que se podem verificar, a
operação hidráulica dos bueiros pode ser classificada em quatro categorias:.

TIPO 1 - Saída submersa, a profundidade d’água à montante (Y M) é maior que 1,2 D


(ou altura do bueiro) e a profundidade de jusante (YJ) é maior que o diâmetro ou
altura do bueiro. Escoamento a seção plena (figura 6).

NA
NA
Y
YMM
D YJ

FIGURA 6 - Bueiro trabalhando com entrada e saída afogada

TIPO 2 - Saída não submersa, escoamento à seção plena, Ym > 1,2 D’ e Yj < D.

NA
NA
YM
D
YJ

FIGURA 7 - Bueiro com entrada afogada, saída livre e com seção plena

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


7

Bueiros

TIPO 3 - Saída não submersa, controle de entrada, YM > 1,2 D’ e YJ < D.

NA

YM
D
YJ

FIGURA 8 - Bueiro com entrada afogada, saída livre (orifício)

TIPO 4 - Saída não submersa, escoamento subcrítico. YM < 1,2 D’ e YJ > Yc

Ym
D
Yc YJ
L

FIGURA 9 - Bueiro funcionando como conduto livre, escoamento subcrítico e nível


de jusante maior que o crítico

TIPO 5 - Saída não submersa, regime subcrítico. YM < 1,2 D’ e YJ < Yc

YM
D Yc Yj
L

FIGURA 10 - Bueiro funcionando como conduto livre, escoamento subcrítico e nível


de jusante menor que o crítico

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


8

Bueiros

TIPO 6 - Saída não submersa, escoamento supercrítico. Y M < 1,2 D’ e YJ < Yc

YM
D Yc
YJ
L

FIGURA 11 - Bueiro funcionando como conduto livre, escoamento supercrítico

3.2 - IDENTIFICAÇÃO DE TIPOS DE BUEIROS


a) Se a saída for submersa → tipo 1
b) Se a saída não for submersa
1) Ym > 1,2 D
1.1) Bueiro hidraulicamente longo → tipo 2
1.2) Bueiro hidraulicamente curto → tipo 3
2) Ym < 1,2 D
2.1) YJ > Yc → tipo 4
2.2) YJ < Yc
2.2.1) Declividade subcrítica → tipo 5
2.2.2) Declividade supercrítica → tipo 6

3.3 - DIMENSIONAMENTO
Situação TIPO 1 → escoamento se faz sem a influência da declividade.
Situação TIPO 2 → a declividade natural de assentamento é menor que a
declividade neutra, ou seja, a altura da linha d’água é maior que o diâmetro do
bueiro. O escoamento ocorre à plena seção.
Tanto no TIPO 1 como no TIPO 2, a perda de carga é obtida pela soma das
perdas na entrada, perdas devido ao atrito e perda de altura cinética (perda na
saída):
 
v2 v 2 n2 .v 2 .L  19,6.n 2 .L  v 2
ΔH = k e . + + → ΔH = k e + 1 + .
2.g 2.g 4
 4
 2.g
R3  R3 
A perda de carga (∆H) também pode ser obtida por: ∆H = YM + i.L - YJ

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


9

Bueiros

No caso do TIPO 2, a saída é livre porém a seção de escoamento é plena,


assim, considera-se YJ = D.
O valor do coeficiente de rugosidade (ke) depende do tipo da entrada do
bueiro, sendo igual a 0,8 para bueiros com entrada com projeção para fora do aterro;
0,5 para bueiros com arestas em ângulo vivo (arestas vivas) e de 0,2 para bueiros
com arestas arredondadas. Os diversos tipos de entrada de bueiro estão ilustrados
na figura 12.

Arestas arredondadas Quinas vivas Projeção para fora

FIGURA 12 - Tipos de entradas de bueiros

Para bueiros com entrada afogada e saída livre (TIPO 3), a declividade
natural de assentamento é maior que a declividade neutra, e, nesse caso, o bueiro
funciona como um orifício. A vazão é dada por:

Q = c .A. 2.g.h
d

h
em que,
Q = vazão, m3/s;
cd = coeficiente de descarga (equação); D

A = área de escoamento do bueiro, m2;


h = altura de água sobre o centro do bueiro, m.

O valor de “cd” também pode ser estimado pela equação abaixo:

h 0,101
cd = 0,614 . ( )
D

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


10

Bueiros

Quando a altura hidrostática na entrada (YM) é menor que 1,2 D, entra ar no


bueiro e a superfície livre de escoamento fica submetida à pressão atmosférica.
Neste caso, a declividade do bueiro e o atrito da água com as paredes é que
determinarão as condições de escoamento no bueiro (conduto livre), que podem ser
TIPOS 4, 5 ou 6. As condições de escoamento podem ser determinadas pela
aplicação dos perfis da superfície livre da água em canais.
Para o caso específico do TIPO 6, ocorre o regime crítico na entrada, ou seja,
na entrada do bueiro, a altura d’água corresponde à altura crítica. Aplicando-se a
equação da energia entre a entrada do bueiro e um ponto a montante (YM), tem-se:
v 2c
YM = + y c + ΔH → em que H representa a perda de carga na entrada.
2.g

v 2c v2
Reescrevendo a equação anterior → YM = Y c + + kc. c em que o valor de
2.g 2.g
kc é, aproximadamente, 0,15.

4 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS

1) Um bueiro circular de concreto (n = 0,015), diâmetro de 1 m e com 40 m de


extensão, é instalado sob uma inclinação de 0,001 m/m, ligando duas represas.
Calcular a vazão que escoa, sabendo que o nível de água atinge uma altura de
2 m e 1,5 m acima da base inferior, da entrada e da saída do bueiro,
respectivamente. Considere entrada com quinas vivas (ke = 0,5).
Como a altura do nível d´água a montante (2 m) é superior a 1,2 D, a entrada
é afogada e, de acordo com o nível d´água a jusante (1,5 m), a saída também é
afogada. Conclui-se, então, que trata-se de um escoamento do tipo 1.
NA
NA

2m
1m
1,5 m

40 m
ΔH = YM + i. L − YJ

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


11

Bueiros

 
19,6.n 2 .L  v 2
ΔH = k e + 1 + . substituindo ΔH = 2 + 0,001. 40 − 1,5 = 0,54 m
 4
 2.g
 R3 

 
 
 19,6.0,015 2.40  v 2
ΔH = 0,5 + 1 + 4 . 2.g igualando as equações tem-se
 1
  3 
   
 4 
 
 
 19,6.0,015 2.40  v 2
0,54 = 0,5 + 1 + 4 . 2.g chega-se a v = 2,01 m/s
  13 
   
 4 
π . 12
Daí, a vazão será Q = A.V ou seja, Q = . 2,01 = 1,58 m3 /s
4

2) A passagem de um córrego sob um aterro de uma estrada foi feita com uso
de um bueiro de concreto (n = 0,014) retangular (2 x 2 m), com 35 m de
extensão e declividade de 0,0025 m/m. O projeto foi realizado, admitindo-se
uma altura do nível d´água de 3 m acima do piso da entrada do bueiro e
considerando saída livre. Verificar se o bueiro apresenta dimensões
suficientes para atender a vazão máxima de 10 m3/s. Considere entrada com
quinas vivas (ke = 0,5).

Como o nível de água na entrada é superior a 1,2 vez a altura do bueiro (3 > 1,2 x 2
m), a entrada é afogada e a saída sendo livre, o escoamento se dará segundo tipo 2
ou tipo 3.
Admitindo-se, inicialmente, como sendo tipo 2:

NA

3m NA
2m
YJ

35 m

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


12

Bueiros

 
19,6.n 2 .L  v 2
ΔH = YM + i. L − Y J ΔH = k e + 1 + .
 4
 2.g
 R3 

substituindo e considerando a saída livre, mas com YJ = altura do bueiro (2 m), tem-
se:

ΔH = 3 + 0,0025 . 35 − 2 = 1,0875 m

 
 
 19,6.0,014 2.35  v 2
ΔH = 0,5 + 1 + 4 . 2.g substituindo
 4 3 
   
 6 
 
 
 19,6.0,014 2.35  v 2
1,0875 = 0,5 + 1 + 4 . 2.g
  4 3 
   
 6 
Chega-se a v = 3,51 m/s. A vazão será Q = 2.2.3,51 = 14,04 m3 /s

Para confirmar (testar a resposta), é preciso verificar se o escoamento será


realmente do tipo 2. Para isso procura-se obter a declividade neutra, ou seja, aquela
com a qual o bueiro iria trabalhar com seção plena, porém, sem pressão.

2 1
1
Q = . A .R 3 . i2 em que, Q = 14,04 m3/s; n = 0,014; A = 4 m2; R = 0,6667 m
n
2 1
1
14,04 = . 4 . 0,6667 3 . i 2 obtém-se in = 0,004148 m/m
0,014

Como a declividade utilizada (i = 0,0025 m/m) é menor que a declividade neutra (i n =


0,004148 m/m), a tubulação irá trabalhar com seção plena e o escoamento será do
tipo 2. Então, o cálculo está correto e a vazão máxima suportada será de 14,04 m3/s
(superior a vazão máxima de projeto).

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


13

Bueiros

3) Determinar o diâmetro do bueiro de concreto (n = 0,015) necessário para dar


escoamento a uma vazão de 6 m3/s, considerando uma extensão de 45 m,
declividade de assentamento de 0,011 m/m e entrada com quinas
arredondadas (ke = 0,2). A altura de água na entrada poderá chegar a 2 m,
admitindo submergência; a saída é livre.
Considerando entrada afogada, o escoamento será classificado, inicialmente, como
tipo 2.
ΔH = YM + i. L − Y J

 
 19,6.n 2 .L  v 2
ΔH = k e + 1 + .
 4
 2.g
 R 3

substituindo-se e, considerando a saída livre, mas com YJ = altura do bueiro (2 m),
tem-se
ΔH = 2 + 0,011. 45 − D = 2,495 − D

 
 
 19,6.0,015 2.45  v 2 Q2 62
ΔH = 0,2 + 1 + . 2.g substituindo v = 2 = 2 4
2
ou seja,
4
A π .D
 D 3 
    16
 4 
58,36
v2 =
D4
 
 
 19,6.0,015 2.45  58,36
ΔH = 0,2 + 1 + 4 . 2.g . D 4 igualando com equação anterior chega-se a
 D 3 
   
 4 
1,26 2,97
2,495 - D= (1,2+ 4
).
D3 D4

Resolvendo, obtém-se D = 1,57 m e D = 2,33 m


O valor D = 2,33 m não atende, pois a entrada não estaria afogada: 2/2,33 = 0,857,
ou seja, YM/D < 1,2.

D = 1,57 m e YM = 2 m → Y/D = 1,27 (afogamento da entrada)

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


14

Bueiros

Para confirmar (testar a resposta), é preciso verificar se o escoamento será


realmente do tipo 2. Para isso procura-se obter a declividade neutra, ou seja, aquela
com a qual o bueiro iria trabalhar com seção plena, porém, sem pressão.
2 1
1
Q = . A .R 3 . i2 em que, Q = 6 m3/s; n = 0,015; A = 1,94 m2; R = 0,393 m
n
1 2 1
6= .1,94 . 0,3933 . i2
0,015
obtém-se in = 0,00748 m/m
Como a declividade utilizada (i = 0,011 m/m) é maior que a declividade neutra
(in = 0,00748 m/m), a tubulação não terá seção plena e o escoamento será do TIPO
3 (entrada afogada, mas sem seção plena). Então, o cálculo deverá ser feito
utilizando-se a equação para orifício.
Q = cd . A . √2.g.h

O valor de h = YM – D/2, onde YM é a carga hidrostática à montante do bueiro


(no exemplo YM = 2). Assim, a equação fica:

π.D2 D
6 = cd . . √19,62 . (2 - )
4 2

h 0,101
Substituindo cd = 0,614 . (D)

D 0,101
2-
2 π.D2 D
6 = 0,614 . ( ) . . √19,62 . (2 - )
D 4 2

Como o valor de cd depende da relação h/D, com a resolução da equação


(tentativa, funções do excell, métodos numéricos ou calculadora programável) os
resultados encontrados foram D = 1,63 m e cd = 0,627.

4) Dimensionar um bueiro circular de concreto (n = 0,014) para uma vazão de


2,25 m3/s (10 anos de recorrência). O declive é de 0,001 m/m e o comprimento
de 30 m. Considere uma relação Y/D = 0,75.

Y
Para Y/D = 0,75 → θ = 2 arc cos (1-2 . D) → θ = 2 arc cos(1-2 . 0,75)

θ=4,1888 radianos

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


15

Bueiros

2 2
D D
A= . (θ - sen θ) → A= . (4,1888 - sen 4,1888) → A=0,63 . D2
8 8

θ.D 4,1888 . D
P= → P= → P = 2,09 D
2 2
5 5
2
Q . n A3 2,25 . 0,014 (0,63 . D )3
= 2 → = 2
→ D = 1,60 m
√i P3 √0,001 (2,09 . D)3

5) Verificar a altura da água na entrada do bueiro do exercício anterior para


uma vazão de 6 m3/s (tempo de recorrência de 50 anos). Considere saída livre e
ke = 0,5.

A vazão máxima em um conduto circular, operando como conduto livre,


ocorre quando a relação Y/D = 0,94. Neste caso:

Q
=1,0757
Qo
2
1 2
0,5 1 π . 1,602 1,60 3
Qo = . A . R . i
3 → Qo = . . ( ) . 0,0010,5 → Qo = 2,47
n 0,014 4 4
m3 /s

Qmax = 1,0757 . 2,47 = 2,65 m3/s

Então, como Q = 6 m3/s > 2,65 m3/s, o bueiro irá trabalhar afogado. Como a
saída é livre, o bueiro irá operar como tipo 2 ou tipo 3.
Considerando, inicialmente, como tipo 2:

YM

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


16

Bueiros

YM + i.L = D + hf
19,6. n2 . L v2
hf = (ke +1+ 4
).
2.g
R3
Q 6
v= = = 2,98 m/s
A π . 1,602
4

19,6 . 0,0142 . 30 2,982


hf = 0,5+1+ 4
. = 0,86 m
19,62
1,60 3
( )
( 4 )

YM + 0,001 . 30 = 1,60 + 0,86 → YM = 2,37 m

Verificando a hipótese inicial (tipo 2):

Cálculo da declividade neutra (in)

2
1 2
0,5 1 π .1,602 1,60 3
Q= .A.R .i
3 → 6= . . ( ) . in 0,5 → in = 0,0059 m/m
n 0,014 4 4

Como i (0,001 m/m) é menor que a declividade neutra (0,005922 m/m), o


bueiro funcionará como conduto forçado, ou seja, tipo 2.

6) Um bueiro tem D = 2,05 m, n = 0,014, L = 30 m, e i = 0,01 m/m. Calcular a


vazão sabendo-se que YM = 2,6 m e a saída é livre. Utilize ke = 0,5.

Considerando, inicialmente, como tipo 2:

19,6 . 0,0142 . 30 v2
hf = 0,5+1+ 4
. → hf = 0,091 . v2
19,62
2,05 3
( )
( 4 )

YM + i.L = D + hf
2,6 + 0,01 . 30 = 2,05 = hf hf = 0,85 m
0,85 m = 0,091 . v2 → v = 3,06 m/s

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


17

Bueiros

2
π . 2,05
Q=A.v→ . 3,06 → Q = 10,1 m3 /s
4

Cálculo da declividade neutra (in)


2
1 2
0,5 1 π . 2,052 2,05 3
Q = . A . R3 . i → 10,1 = . .( ) . in 0,5 → in = 0,0045 m/m
n 0,014 4 4

Como i (0,01 m/m) é maior que a declividade neutra (0,00448 m/m), o bueiro
funcionará como tipo 3, ou seja, como orifício:
Q = cd . A . √2 . g . h

2,05 h
h (2,6 - ) h
= 2 → = 0,77
D 2,05 D
D

Para h/D = 0,77 o valor de cd = 0,60


A vazão será então:

π . 2,052
Q = 0,64 . . √2 . 9,81 . 1,575 → Q = 10,97 m3 /s
4

7) Determinar a largura de um bueiro retangular para funcionar como tipo 6,


sabendo-se que a carga à montante é de 1,5 m, para transportar uma vazão de
5 m3/s. Considere ke = 0,15.
v 2
Para o tipo 6 → YM = yc + 2c.g + ∆h

2
3 Q 3 5 2
3 q2 √( b ) √ b)
( 1,366
yc = √ → → → yc = 2
g g 9,81
b3
Q
q b 5 3,66
vc = → → vc = → vc =
yc yc 1,366 1
b. 2 b3
b3
Substituindo em
vc 2
YM = yc + + ∆h
2.g

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


18

Bueiros

2 2
3,66 3,66
( 1 ) ( 1 )
1,366
1,5 = 2 + b b3
3
+ 0,15 .
2.g 2.g
b3

2
3,66
( 2 )
1,366 b3
1,5 = 2
+ 1,15 .
2.g
b3

1,366 0,785
1,5 = 2
+ 2
→ b = 1,72 m
b3 b3

1,366 1,366
yc = 2
= 2
= 0,95 m
b3 1,723

5 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) Um bueiro é instalado com declividade de 0,05 m/m. Foi projetado para uma
descarga de 7,5 m3/s quando a altura máxima de água acima da geratriz inferior, na
entrada, for de 4,8 m. Calcular o diâmetro do tubo de ferro fundido corrugado, n =
0,024, que deverá ser usado, sendo o comprimento do bueiro igual a 12 m.
Considere saída livre e ke = 0,5.
R: D = 1,24 m (tipo 2).

2) Determinar a largura de um bueiro retangular, para funcionar como tipo 6,


dispondo de uma carga a montante igual a 1,20 m, para transportar uma vazão de
3,3 m3/s. Assuma ke = 0,15 e despreze a velocidade de aproximação da água.
R: b = 1,59 m.

3) Determinar a capacidade de vazão de um bueiro de 1 m de diâmetro, entrada em


aresta viva, de concreto n = 0,015, comprimento de 40 m, sendo a carga sobre a
geratriz inferior na seção de montante igual a 2 m. A saída é livre. A declividade é i =
0,05 m/m.
R: Q = 2,73 m3/s (tipo 3 – orifício)

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho


19

Bueiros

4) Um tubo de ferro corrugado é empregado como um bueiro que deve proporcionar


vazão de 5,3 m3/s, descarregando livremente no ar. À entrada, a altura máxima
disponível de água é 3,2 m acima do fundo. O comprimento do bueiro é de 35 m e a
entrada é de aresta viva. A declividade é 0,003 m/m. Calcular o diâmetro do tubo.
Utilize n = 0,024.
R: D = 1,39 m.

5) Um bueiro circular de concreto (n = 0,015), D = 0,8 m, 15 m de comprimento, e


arestas vivas (ke = 0,5) está assentado com declividade de 0,01 m/m. O nível
d´água a montante é de 2 m acima da base inferior do tubo. Calcule a vazão que
escoa sabendo que a profundidade da água a jusante é de 1 m.
R: 1,68 m3/s.

6) Um bueiro circular (D = 2 m) de concreto (n = 0,014) de aresta viva (ke = 0,5) tem


15 m de comprimento e está assentado com uma declividade de 0,02 m/m. Sendo
de 2,5 m a profundidade do nível à jusante do bueiro, calcular a profundidade da
água à montante para que ocorra uma vazão de 9,7 m3/s.
R: YM = 3,0 m.

7) Um bueiro de seção transversal retangular (2 m x 2 m), de aresta viva, tem 48 m


de comprimento e está assentado com uma declividade de 0,001 m/m. Sendo de 30
cm a profundidade do nível d’água acima da aresta superior de saída do bueiro,
calcular a profundidade da água a montante (sobre a aresta inferior), para que
ocorra uma descarga de 10 m3/s. Considere n = 0,015.
R: YM = 2,9 m.

Prof. Jacinto de Assunção Carvalho

Você também pode gostar