Bueiros
BUEIROS
Os condutos dos bueiros podem ser feitos de vários materiais, cuja escolha é
uma decisão econômica. Para bueiros pequenos, é comum o uso de concreto pré-
moldado, ferro fundido ou tubos de aço corrugado. (figura 2). Em bueiros de grandes
dimensões são mais utilizados os arcos de aço corrugado ou de concreto armado.
Em um bueiro, além do conduto, há outros componentes essenciais, como
àqueles destinados à proteção da entrada e saída (muros de testa e de ala). Em
algumas situações, torna-se necessária a instalação de grades na entrada do bueiro,
para evitar obstrução do conduto por entulhos.
Bueiros
Aço corrugado
Bueiros
Bueiros
SAÍDA
- promover a transição para o curso d´água à jusante;
- proteger o aterro nas imediações (jusante) contra possíveis erosões.
Esses muros, dependendo de seu projeto e construção, melhoram as
características hidráulicas dos bueiros. Podem ser construídos de diferentes formas,
dependendo das condições locais, que podem ser: muro ortogonal ou muro de testa
(utilizado quando o bueiro é construído na mesma direção que o escoamento natural
e em situações de baixa velocidade de aproximação), muros de ala em L, de ala em
U, e alas oblíquas. O muro em ala “L” e “U”, quando há necessidade de mudança
brusca na saída do bueiro, na direção do escoamento. Para grandes vazões, o uso
de alas oblíquas é o mais indicado.
Na figura 4 são mostrados alguns exemplos de entradas de bueiros.
2 - GRADE DE PROTEÇÃO
Esta grade destina-se, exclusivamente, a evitar a entrada de materiais que
possam provocar o entupimento, parcial ou não, do bueiro, prejudicando ou
impedindo o fluxo (figura 5).
Bueiros
Bueiros
NA
NA
Y
YMM
D YJ
TIPO 2 - Saída não submersa, escoamento à seção plena, Ym > 1,2 D’ e Yj < D.
NA
NA
YM
D
YJ
FIGURA 7 - Bueiro com entrada afogada, saída livre e com seção plena
Bueiros
NA
YM
D
YJ
Ym
D
Yc YJ
L
YM
D Yc Yj
L
Bueiros
YM
D Yc
YJ
L
3.3 - DIMENSIONAMENTO
Situação TIPO 1 → escoamento se faz sem a influência da declividade.
Situação TIPO 2 → a declividade natural de assentamento é menor que a
declividade neutra, ou seja, a altura da linha d’água é maior que o diâmetro do
bueiro. O escoamento ocorre à plena seção.
Tanto no TIPO 1 como no TIPO 2, a perda de carga é obtida pela soma das
perdas na entrada, perdas devido ao atrito e perda de altura cinética (perda na
saída):
v2 v 2 n2 .v 2 .L 19,6.n 2 .L v 2
ΔH = k e . + + → ΔH = k e + 1 + .
2.g 2.g 4
4
2.g
R3 R3
A perda de carga (∆H) também pode ser obtida por: ∆H = YM + i.L - YJ
Bueiros
Para bueiros com entrada afogada e saída livre (TIPO 3), a declividade
natural de assentamento é maior que a declividade neutra, e, nesse caso, o bueiro
funciona como um orifício. A vazão é dada por:
Q = c .A. 2.g.h
d
h
em que,
Q = vazão, m3/s;
cd = coeficiente de descarga (equação); D
h 0,101
cd = 0,614 . ( )
D
Bueiros
v 2c v2
Reescrevendo a equação anterior → YM = Y c + + kc. c em que o valor de
2.g 2.g
kc é, aproximadamente, 0,15.
4 - EXERCÍCIOS RESOLVIDOS
2m
1m
1,5 m
40 m
ΔH = YM + i. L − YJ
Bueiros
19,6.n 2 .L v 2
ΔH = k e + 1 + . substituindo ΔH = 2 + 0,001. 40 − 1,5 = 0,54 m
4
2.g
R3
19,6.0,015 2.40 v 2
ΔH = 0,5 + 1 + 4 . 2.g igualando as equações tem-se
1
3
4
19,6.0,015 2.40 v 2
0,54 = 0,5 + 1 + 4 . 2.g chega-se a v = 2,01 m/s
13
4
π . 12
Daí, a vazão será Q = A.V ou seja, Q = . 2,01 = 1,58 m3 /s
4
2) A passagem de um córrego sob um aterro de uma estrada foi feita com uso
de um bueiro de concreto (n = 0,014) retangular (2 x 2 m), com 35 m de
extensão e declividade de 0,0025 m/m. O projeto foi realizado, admitindo-se
uma altura do nível d´água de 3 m acima do piso da entrada do bueiro e
considerando saída livre. Verificar se o bueiro apresenta dimensões
suficientes para atender a vazão máxima de 10 m3/s. Considere entrada com
quinas vivas (ke = 0,5).
Como o nível de água na entrada é superior a 1,2 vez a altura do bueiro (3 > 1,2 x 2
m), a entrada é afogada e a saída sendo livre, o escoamento se dará segundo tipo 2
ou tipo 3.
Admitindo-se, inicialmente, como sendo tipo 2:
NA
3m NA
2m
YJ
35 m
Bueiros
19,6.n 2 .L v 2
ΔH = YM + i. L − Y J ΔH = k e + 1 + .
4
2.g
R3
substituindo e considerando a saída livre, mas com YJ = altura do bueiro (2 m), tem-
se:
ΔH = 3 + 0,0025 . 35 − 2 = 1,0875 m
19,6.0,014 2.35 v 2
ΔH = 0,5 + 1 + 4 . 2.g substituindo
4 3
6
19,6.0,014 2.35 v 2
1,0875 = 0,5 + 1 + 4 . 2.g
4 3
6
Chega-se a v = 3,51 m/s. A vazão será Q = 2.2.3,51 = 14,04 m3 /s
2 1
1
Q = . A .R 3 . i2 em que, Q = 14,04 m3/s; n = 0,014; A = 4 m2; R = 0,6667 m
n
2 1
1
14,04 = . 4 . 0,6667 3 . i 2 obtém-se in = 0,004148 m/m
0,014
Bueiros
19,6.n 2 .L v 2
ΔH = k e + 1 + .
4
2.g
R 3
substituindo-se e, considerando a saída livre, mas com YJ = altura do bueiro (2 m),
tem-se
ΔH = 2 + 0,011. 45 − D = 2,495 − D
19,6.0,015 2.45 v 2 Q2 62
ΔH = 0,2 + 1 + . 2.g substituindo v = 2 = 2 4
2
ou seja,
4
A π .D
D 3
16
4
58,36
v2 =
D4
19,6.0,015 2.45 58,36
ΔH = 0,2 + 1 + 4 . 2.g . D 4 igualando com equação anterior chega-se a
D 3
4
1,26 2,97
2,495 - D= (1,2+ 4
).
D3 D4
Bueiros
π.D2 D
6 = cd . . √19,62 . (2 - )
4 2
h 0,101
Substituindo cd = 0,614 . (D)
D 0,101
2-
2 π.D2 D
6 = 0,614 . ( ) . . √19,62 . (2 - )
D 4 2
Y
Para Y/D = 0,75 → θ = 2 arc cos (1-2 . D) → θ = 2 arc cos(1-2 . 0,75)
θ=4,1888 radianos
Bueiros
2 2
D D
A= . (θ - sen θ) → A= . (4,1888 - sen 4,1888) → A=0,63 . D2
8 8
θ.D 4,1888 . D
P= → P= → P = 2,09 D
2 2
5 5
2
Q . n A3 2,25 . 0,014 (0,63 . D )3
= 2 → = 2
→ D = 1,60 m
√i P3 √0,001 (2,09 . D)3
Q
=1,0757
Qo
2
1 2
0,5 1 π . 1,602 1,60 3
Qo = . A . R . i
3 → Qo = . . ( ) . 0,0010,5 → Qo = 2,47
n 0,014 4 4
m3 /s
Então, como Q = 6 m3/s > 2,65 m3/s, o bueiro irá trabalhar afogado. Como a
saída é livre, o bueiro irá operar como tipo 2 ou tipo 3.
Considerando, inicialmente, como tipo 2:
YM
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YM + i.L = D + hf
19,6. n2 . L v2
hf = (ke +1+ 4
).
2.g
R3
Q 6
v= = = 2,98 m/s
A π . 1,602
4
2
1 2
0,5 1 π .1,602 1,60 3
Q= .A.R .i
3 → 6= . . ( ) . in 0,5 → in = 0,0059 m/m
n 0,014 4 4
19,6 . 0,0142 . 30 v2
hf = 0,5+1+ 4
. → hf = 0,091 . v2
19,62
2,05 3
( )
( 4 )
YM + i.L = D + hf
2,6 + 0,01 . 30 = 2,05 = hf hf = 0,85 m
0,85 m = 0,091 . v2 → v = 3,06 m/s
Bueiros
2
π . 2,05
Q=A.v→ . 3,06 → Q = 10,1 m3 /s
4
Como i (0,01 m/m) é maior que a declividade neutra (0,00448 m/m), o bueiro
funcionará como tipo 3, ou seja, como orifício:
Q = cd . A . √2 . g . h
2,05 h
h (2,6 - ) h
= 2 → = 0,77
D 2,05 D
D
π . 2,052
Q = 0,64 . . √2 . 9,81 . 1,575 → Q = 10,97 m3 /s
4
2
3 Q 3 5 2
3 q2 √( b ) √ b)
( 1,366
yc = √ → → → yc = 2
g g 9,81
b3
Q
q b 5 3,66
vc = → → vc = → vc =
yc yc 1,366 1
b. 2 b3
b3
Substituindo em
vc 2
YM = yc + + ∆h
2.g
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2 2
3,66 3,66
( 1 ) ( 1 )
1,366
1,5 = 2 + b b3
3
+ 0,15 .
2.g 2.g
b3
2
3,66
( 2 )
1,366 b3
1,5 = 2
+ 1,15 .
2.g
b3
1,366 0,785
1,5 = 2
+ 2
→ b = 1,72 m
b3 b3
1,366 1,366
yc = 2
= 2
= 0,95 m
b3 1,723
5 - EXERCÍCIOS PROPOSTOS
1) Um bueiro é instalado com declividade de 0,05 m/m. Foi projetado para uma
descarga de 7,5 m3/s quando a altura máxima de água acima da geratriz inferior, na
entrada, for de 4,8 m. Calcular o diâmetro do tubo de ferro fundido corrugado, n =
0,024, que deverá ser usado, sendo o comprimento do bueiro igual a 12 m.
Considere saída livre e ke = 0,5.
R: D = 1,24 m (tipo 2).
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