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04/11/2020 25 personalidades negras do Brasil que marcaram a história - Toda Matéria

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BIOGRAFIAS

Personalidades Negras Brasileiras


Juliana Bezerra
Professora de História

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Mulheres e homens negros contribuíram para a construção do Brasil.

São guerreiros, pro ssionais liberais, artistas, atletas e ativistas políticos que zeram a
diferença no país.

Escolhemos 25 personalidades negras brasileiras que marcaram a história do país.

1. Aqualtune (c.1600-?) - princesa e comandante militar

Imagem que personi ca Aqualtune

Nascida no Reino do Congo, Aqualtune era uma princesa que ocupou um importante papel
na sua terra natal. Comandou um exército de 10 mil homens contra o Reino de Portugal
defendendo seu território.

Derrotada, foi vendida como escrava e trazida para Alagoas. No engenho onde estava como
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escrava cou sabendo da existência do Quilombo dos Palmares e fugiu para o local levando
Para todos os tipos de fogão: a gás, elétrico, de cerâmica e por indução!

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consigo vários companheiros.

Ali teria três lhos que se destacariam na luta contra a escravidão: Ganga Zumba e Gana,
líderes no Quilombo dos Palmares; e Sabina, a mãe de Zumbi.

A causa da sua morte é incerta, mas seus feitos ajudaram a consolidar o Quilombo dos
Palmares como refúgio dos escravos na colônia.

Veja também: Quilombo dos Palmares

2. Zumbi dos Palmares (1655-1695) - líder do Quilombo dos


Palmares

Zumbi do Palmares

Zumbi dos Palmares foi o símbolo da resistência dos escravos que conseguiam fugir das
fazendas de Alagoas e arredores.

Zumbi já nasceu no Quilombo e, portanto, livre. No entanto, numa das incursões contra o
quilombo foi vendido para um sacerdote e assim, estudou latim e português.

Desta forma, sabia das péssimas condições de vida que estavam submetidos os africanos
que eram trazidos à força para trabalharem nos engenhos nordestinos.

Volta ao Quilombo e quem o liderava era Ganga Zumba. Nessa época, o lugar já tinha uma
população de 30 mil pessoas e representava uma ameaça ao governo português. Por isso,
decidem fazer uma oferta para que se entreguem sem violência.

A proposta é rejeitada por Zumbi que teria armado uma emboscada para Ganga Zumba ou
o envenenado. Começa, assim uma guerra entre os quilombolas, colonos e a Coroa
portuguesa.

Liderando o Quilombo dos Palmares, seu exército foi derrotado, e Zumbi foi capturado e
morto. Sua cabeça foi exposta em praça pública, mas seu exemplo de luta foi passado de
geração em geração. A vida de Zumbi se tornou exemplo para o movimento negro atual.

Veja também: Zumbi dos Palmares

3. Dandara (?-1694) - esposa de Zumbi

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Dandara

Os dados sobre a vida de Dandara são escassos e não há certeza se ela nasceu no Brasil ou
na África. Sabe-se que ela foi a esposa de Zumbi e com ele teve três lhos.

Além disso, participou da resistência contra o governo português lutando ao lado das
tropas que defendiam o Quilombo dos Palmares. Igualmente, se opôs ao líder Ganga
Zumba quando este quis realizar um pacto com o governo português.

Derrotado o exército do Quilombo dos Palmares, para não ser pega pelos soldados
coloniais, Dandara preferiu suicidar-se, atirando-se num precipício.

4. Aleijadinho (1738(?)-1814) - escultor e arquiteto

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Aleijadinho

Filho de um arquiteto português e de sua escrava, Antônio Francisco de Lisboa, o


Aleijadinho, foi alforriado pelo pai. Cresceu num ambiente de arte e pôde receber educação
formal junto aos seus meios-irmãos.

Sendo pardo ou mulato nem sempre recebia o que lhe correspondia por suas obras e
muitas peças não podem ter a autoria con rmada por carecerem de contrato.

Mesmo assim foi encarregado de realizar várias peças importantes para as ordens
religiosas mais ricas da região das Minas Gerais. Suas obras estão em cidades como
Congonhas, Mariana e Sabará e em vários museus brasileiros.

Desenvolveu uma doença degenerativa que o fez perder (ou paralisar) os dedos das mãos e
dos pés. Mesmo gravemente enfermo não parou de trabalhar e imprimiu às suas criações
um estilo inconfundível, sendo reconhecido como grande mestre barroco do período.

Veja também: Aleijadinho

5. Tereza de Benguela (?-1770) - rainha do Quilombo de Quariterê

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Tereza de Benguela

Foi a rainha do Quilombo de Quariterê, no Mato Grosso. Após a morte do companheiro,


liderou a luta do quilombo contra os soldados portugueses. Sua grande inovação foi a
instituição de um Parlamento no quilombo onde se discutiam as normas que regulavam o
funcionamento do lugar.

Após ter tido seu exército derrotado, Tereza de Benguela foi morta e decapitada com a
cabeça exposta em praça pública. Desta maneira, o governo pretendia o castigo servisse de
exemplo para que ninguém voltasse a desa á-lo.

Dia 25 de julho, data de sua morte, é celebrado o Dia da Mulher Negra no Brasil.

Veja também: Quilombos

6. Mestre Valentim (1745-1813) - paisagista e arquiteto

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Mestre Valentim da Fonseca

Valentim da Fonseca e Silva, mais conhecido como Mestre Valentim, era lho de um
contratador de diamantes e uma negra. Nasceu em Serro, Minas Gerais e, mais tarde,
Valentim foi levado para o pai a Lisboa onde estudou.

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No Brasil, estabeleceu-se no Rio de Janeiro, então capital da colônia. Prestou serviço para as
grandes ordens religiosas e realizou trabalhos para o Mosteiro de São Bento, para Igreja de
Santa Cruz dos Militares e a Igreja de São Pedro Clérigos (já demolida).

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Chamado de "Aleijadinho carioca" pelo seu talento foi também o autor do traçado original
do Passeio Público e do Chafariz das Marrecas, ambos no Rio de Janeiro.

No entanto, sua obra mais conhecida é chafariz localizado na atual Praça Quinze, onde
centenas de escravos recolhiam água para abastecer as casas.

7. Padre José Maurício (1767-1830) - músico e compositor

Padre José Maurício

Nascido no Rio de Janeiro, de pais libertos, José Maurício Nunes Garcia seguiu a carreira
eclesiástica a m de ter uma educação formal. Além disso, estudou música, composição e
regência, sendo exímio organista.

Com a vinda da Família Real ao Brasil, em 1808, a vida cultural do Rio de Janeiro sofreu um
incremento considerável.

O príncipe-regente Dom João, grande admirador da música, nomeou-lhe Mestre de Capela


e o fez cavaleiro da Ordem de Cristo, uma das mais tradicionais ordens portuguesas.

Compôs, sobretudo, música religiosa que re etem exatamente a transição do barroco para
o classicismo pela qual passava a música europeia.

Com as comemorações do bicentenário da Família Real em 2008, a obra de José Maurício


Nunes Garcia foi redescoberta. Assim surgiram várias gravações de orquestras brasileiras e
internacionais que permitiram sua divulgação às novas gerações.

Veja também: A Vinda da Família Real para o Brasil

8. Maria Firmina do Reis (1822-1917) - escritora e professora

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Maria Firmina

Nascida no Maranhão, Maria Firmina dos Reis pode ser considerada uma pioneira em
vários campos.

Foi a primeira mulher a passar para o concurso público como professora, a fundar uma
escola mista e a escrever um romance "Úrsula" . Este livro anteciparia o gênero de literatura
abolicionista que seria moda com "Escrava Isaura", de Bernado Guimarães (1825-1884).

Publicaria em 1871 um conto com a mesma temática "A Escrava" e reuniria seus poemas na
coletânea "Cantos à beira-mar".

Maria Firmina foi completamente esquecida e silenciada da História do Brasil, mas


pesquisas recentes tem trazido luz sobre sua obra e vida.

Veja também: Abolicionismo

9. Luís Gama (1830-1882) - escritor e ativista político

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Luís Gama

Nascido na Bahia de uma liberta e de um português empobrecido, Luís Gama nasceu livre,
mas foi vendido como escravo pelo pai que estava endividado.

Foi para São Paulo aos 10 anos e trabalhou como escravo doméstico. Aprendeu a ler aos 17
e, nesta época, conseguiu provar junto aos tribunais que era mantido como escravo
injustamente e que, portanto, deveria ser posto em liberdade.

Um vez livre, Gama passou a atuar como rábula, um advogado sem diploma que pleiteava
causas especí cas. No seu caso, Luís Gama conseguiu libertar mais de 500 escravos
alegando que todo negro chegado ao Brasil após 1831 deveria ser livre, tal como dizia a Lei
Feijó.

Escritor abolicionista, o enterro de Luís Gama foi um verdadeiro acontecimento em São


Paulo acompanhado por 4000 pessoas.

Em 2015, a OAB - Ordem de Advogados do Brasil, lhe concedeu postumamente o título


o cial de advogado.

Veja também: Abolição da Escravatura no Brasil

10. André Rebouças (1838-1898) - engenheiro e ativista político

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André Rebouças

Nascido na Bahia, André Rebouças era lho de um conselheiro do Imperador Dom Pedro I
e estudou engenharia no exterior.

Construiu docas nos portos de Salvador, Rio de Janeiro e Recife. Propôs meios para
melhorar o abastecimento de água da capital do Império e planejou linhas ferroviárias
junto com seus irmãos Antônio e José.

Abolicionista, amigo da Família Imperial, foi um dos fundadores da "Sociedade Brasileira


Contra a Escravidão". A princesa Isabel causou escândalo quando dançou com André
Rebouças nos bailes da Corte deixando claro sua posição abolicionista.

Monarquista, acompanhou a família imperial no seu exílio em Lisboa e dali partiu para
Angola.

11. Francisco José do Nascimento (1839-1914) - marinheiro e


ativista político

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Francisco José do Nascimento, o Dragão do Mar

Natural do Ceará, lho de pescadores, desde cedo aprendeu o ofício do mar e exerceu de
prático-mor. O abolicionismo se espalhava pelo país e no Ceará contou com o apoio
decisivo dos jangadeiros.

Em 1881, os jangadeiros, liderados por Francisco do Nascimento, se recusam a transportar


os escravos para o sul do país. Desta forma, o comércio cou paralisado.

O ato do jangadeiro correu por todo país e foi saudado pelos abolicionistas como um gesto
heroico. A partir de então, sua alcunha seria "Dragão do Mar" e entraria para história do
estado e do país.

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O Ceará foi a primeira província do Brasil a abolir a escravidão em 1884.

Veja também: Escravidão no Brasil

12. Machado de Assis (1839-1908) - escritor, jornalista e poeta

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Machado de Assis

Nascido no Rio de Janeiro, Joaquim Maria Machado de Assis nasceu numa família pobre.
Desde pequeno, o menino se interessava pelos livros e aprendeu francês, idioma com o
qual escreveria alguns poemas.

Foi funcionário público em vários ministérios, enquanto desenvolvia sua atividade literária
publicando crônicas e contos nos jornais.

Ainda assim escreveria nove romances fundamentais para a literatura brasileira dentre os
quais se destacam "Dom Casmurro" e "Memórias Póstumas de Brás Cubas".

Além disso, fundou a Academia Brasileira de Letras, e foi seu primeiro presidente. A
instituição ainda cumpre um importante papel na divulgação da língua portuguesa e tem a
sua sede no Rio de Janeiro.

Veja também: Machado de Assis

13. Estêvão Silva (1845-1891) - pintor, desenhista e professor

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Estêvão da Silva

Nascido no Rio de Janeiro, Estêvão formou-se como pintor na Academia Imperial de Belas
Artes. A Academia recebia um grande número de negros e lhos de alforriados e Estêvão
Silva é considerado o maior de todos eles.

Especializou-se na pintura de naturezas-mortas, e o crítico Gonzaga Duque observou que


"ninguém era capaz de pintá-las tão bem quanto Estêvão Silva". Igualmente, retratou
paisagens e guras religiosas.

Apesar de esquecido pela historiogra a brasileira, Estêvão Silva participou do Grupo


Grimm, que renovou o paisagismo brasileiro no século XIX.

Na praia da Boa Viagem, em Niterói (RJ), os membros pintavam sob orientação do alemão
Georg Grimm. Faziam parte artistas como Antônio Parreiras e França Júnior, entre outros.

O Museu Afro Brasil, em São Paulo, realizou uma exposição para resgatar a gura deste
importante personagem.

Veja também: Principais Características da Cultura Afro-Brasileira

14. José do Patrocínio (1853-1905) - farmacêutico e ativista político

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José do Patrocínio

Nascido em Campo dos Goytacazes (RJ), José do Patrocínio foi para a capital do Império
para estudar Farmácia enquanto trabalhava na Santa Casa de Misericórdia.

No entanto, cedo trocou o laboratório pela redação de jornais onde defendia


ardorosamente o m da escravidão.

Com Joaquim Nabuco, em 1880, fundou Sociedade Brasileira Contra a Escravidão. Além de
comícios políticos, a organização arrecadava dinheiro para alforrias e facilitava fugas de
escravos. Do mesmo modo, concorreu e ganhou a eleição para vereador do Rio de Janeiro
em 1886.

Assinada a Lei Áurea, em 1888, Patrocínio vai a Paris, de onde volta com o primeiro
automóvel da cidade do Rio de Janeiro. Igualmente, investe suas economias na fabricação
de dirigíveis. Falece de tuberculose aos 51 anos de idade.

Veja também: Movimento Negro

15. João da Cruz e Souza (1861-1898) - poeta e escritor

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Cruz e Sousa

Nascido em Santa Catarina, partiu para a capital, onde foi arquivista da Estrada de Ferro
Central do Brasil. Colaborava com diversos jornais e estava atento a causa abolicionista que
se desenrolava naquele momento.

Publicou três livros em vida, mas foi sua obra póstuma "Evocações" que lhe garantiu um
lugar entre os grandes escritores brasileiros.

Seus poemas são os primeiros do estilo simbolista no Brasil. Apesar disso, faleceu tal qual
um poeta romântico, pois a tuberculose terminou com sua vida quando tinha apenas 36
anos.

Veja também: Cruz e Souza

16. Nilo Peçanha (1867- 1924) - presidente da República

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Nilo Peçanha

Nilo Peçanha é considerado o primeiro presidente afro-descendente do Brasil, assumindo o


cargo após a morte de Afonso Pena, em 1909. É importante lembrar que, naquela época, os
vice-presidentes também eram votados pelos eleitores, de forma independente.

Apesar de seu governo ter durado somente um ano, durante seu mandato, Nilo Peçanha
criou o Ministério da Agricultura, Comércio e Indústria, o Serviço de Proteção aos Índios
(SPI, antecessor da Funai), e inaugurou a primeira escola de ensino técnico no Brasil.

O político ainda foi governador do Rio de Janeiro em duas ocasiões, senador e ministro das
Relações Exteriores.

Veja também: Nilo Peçanha

17. Mãe Menininha do Gantois (1894-1986) - Iyálorixá

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Mãe Meninha recebe o escritor Jorge Amado

Nascida na Bahia, Escolástica da Conceição de Nazaré, era descendente de uma linhagem


de Iyálorixás, líderes femininas que comandam um terreiro de Candomblé.

Mãe Meninha do Gantois foi escolhida aos 28 anos para ser a dirigente do Gantois, terreiro
que havia sido fundado por sua bisavó.

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Na década de 30, as celebrações de Candomblé ou Umbanda estavam proibidas por lei.


Porém, ela se destacou em fazer que o Candomblé fosse conhecido por intelectuais e
políticos.

A legião de admiradores da mãe de santo incluíam nomes como Jorge Amado, Dorival
Caymmi, Vinicius de Moraes, Caetano Veloso, Maria Bethânia, Gal Costa, etc.

Graças a sua sabedoria, a religião afro-brasileira ganhou mais visibilidade e respeito.

Veja também: Candomblé

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18. Pixinguinha (1897-1973) - músico, compositor e arranjador

Pixinguinha

Pixinguinha, apelido de Alfredo da Rocha Vianna Filho, é considerado o maior autista


brasileiro, e ainda tocava cavaquinho, piano e saxofone. Começou a aprender música em
casa e, aos 14 anos, já se apresentava em casas noturnas.

Na época do cinema mudo, os artistas negros não eram contratados para as orquestras
que acompanhavam o lme, nem tocavam no hall do cinema.

No entanto, com a gripe espanhola, Pixinguinha consegue convencer um produtor a


contratar o seu conjunto “Os Oito Batutas” , integrado somente por músicos negros. O grupo
animaria os espectadores antes das projeções dos lmes.

Mais tarde “Os Oito Batutas” excursionam pela Europa por seis meses e voltam triunfantes.

Pixinguinha vai para o rádio onde escreve arranjos e conhece os grandes cantores da
época, como Orlando Silva, que gravaria “Carinhoso”. Suas canções até hoje estão no
repertório dos grupos de choro, samba e MPB, pois ele é considerado o fundador da
moderna música brasileira.

Veja também: MPB - Música Popular Brasileira

19. Antonieta de Barros (1901-1952) - professora, jornalista e


deputada

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Antonieta de Barros

Natural de Santa Catarina, Antonieta de Barros foi professora e dedicou toda sua vida ao
ensino.

De igual maneira, fundou jornais onde defendia ideias feministas. Na década de 30, entrou
na política e foi a primeira deputada estadual negra do país e primeira deputada mulher do
estado de Santa Catarina.

Igualmente, foi eleita em 1934, pelo Partido Liberal Catarinense, para a assembleia que
redigiria a nova Constituição. Esteve nas comissões que relatariam os capítulos Educação e
Cultura e Funcionalismo.

Integrou a assembleia legislativa catarinense até 1937, quando teve início a ditadura do
Estado Novo. Posteriormente, voltaria a se dedicar ao magistério ocupando cargos de
direção em diversas escolas.

Em 1947, voltaria a ser deputada estadual no seu estado e seria autora da lei que
transformava o dia 15 de outubro em "Dia dos Professores" em Santa Catarina (Lei nº 145,
de 12 de outubro de 1948).

Veja também: Feminismo no Brasil

20. Laudelina de Campos Melo (1904-1991) - empregada doméstica


e ativista política

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Laudelina de Campos Melo

Nascida em Poços de Caldas (MG), desde cedo auxiliava sua mãe com trabalhos domésticos
fazendo doces para ajudar o sustento da casa. Mesmo assim, participava de associações
culturais e se liou ao PCB na década de 30.

Laudelina fundou a primeira Associação de Trabalhadores Domésticos do Brasil,


posteriormente fechada pelo Estado Novo.

Com a volta da democracia, Laudelina continuou a lutar pela valorização da cultura negra e
do trabalho doméstico. Para isso, auxiliava a fundar associações de cunho político e
cultural.

Também organizava manifestações e abaixo-assinados com o propósito de pressionar os


legisladores a promulgarem leis favoráveis ao trabalhador doméstico.

Deixou sua casa em testamento para a Associação que ajudara a criar.

Veja também: Mulheres que Fizeram a História do Brasil

21. Carolina de Jesus (1914-1977) - escritora

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Carolina de Jesus

Nascida na cidade de Sacramento (MG), Carolina Maria de Jesus frequentou a escola


somente por dois anos.

Em busca de uma vida melhor, foi para São Paulo onde viveu na favela de Canindé e
sustentava os três lhos vendendo papel e ferro.

Na década de 60, a favela seria deslocada por conta da especulação imobiliária e Carolina
narra o cotidiano do lugar num diário. Ali conta as mazelas e a luta pela sobrevivência
numa linguagem crua, mas poética.

O jornalista Audálio Dantas, da Folha da Noite, que cobria a ação do governo, ajuda
Carolina a publicar suas anotações. O livro seria lançado com o título “Quarto de Despejo”.

A publicação torna-se um sucesso imediato e é traduzida para 29 idiomas. Seguiriam a


continuação, onde ela descreve o lugar da mulher negra dentro da sociedade brasileira, e
“Provérbios”. Sua biogra a seria publicada postumamente, em 1986, como “Diário de Bitita”.

Leia também Carolina Maria de Jesus: biogra a e livros.

22. Abdias do Nascimento (1914-2011) - intelectual, ator e político

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Abdias do Nascimento

Nascido em Franca (SP), Abdias do Nascimento foi um grande precursor na vida artística e
política do Brasil. Fundador do Teatro Experimental do Negro, em 1944, o Museu da Arte
Negra e do IPEAFRO, nos anos 80, que se dedicou à pesquisa e à divulgação da história da
África. Ainda ajudou a conceber o Memorial Zumbi dos Palmares, em Alagoas.

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Engajado no movimento negro do Brasil colaborou com a Frente Negra Brasileira. Durante
a ditadura militar (1964-1985) foi para os Estados Unidos onde foi professor universitário.
Igualmente, exerceu como deputado e senador.

Abdias do Nascimento lançou várias obras sobre temas relativos a condição do negro
dentre as quais se destaca "O Genocídio do Negro Brasileiro - Processo de um racismo
mascarado", de 1978.

Homem de diversos talentos, Abdias do Nascimento ainda foi artista plástico e fez várias
obras que se inspiravam na arte africana. Igualmente, se vestia com estampas e peças de
vestuários de origem africana.

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Também é frequentemente comparado ao pastor americano Martin Luther King pelo seu
compromisso com os direito civis da população afrodescendente.

Veja também: Cultura Africana

23. Adhemar Ferreira da Silva (1927-2001) - atleta olímpico

Adhemar Ferreira da Silva

Natural de São Paulo, Adhemar foi pioneiro do atletismo brasileiro na categoria de salto
triplo. Defendeu as cores do São Paulo e do Vasco da Gama, no Rio de Janeiro.

Seu primeiro título foi o Troféu Brasil em 1947, e continuaria a brilhar sendo tricampeão
pan-americano, sul-americano e quebrando vários recordes mundiais.

Consagrado nas Olimpíadas de Helsinque (1952) e de Melbourne (1956) foi o primeiro


atleta a ganhar uma medalha de ouro para o Brasil e ser bicampeão olímpico.

Além disso, foi escultor e participou do lme "Orfeu Negro", agraciado com a Palma de
Ouro em Cannes em 1959. Formou-se em Educação Física, Direito e Relações Públicas.
Ainda foi designado adido cultural na Nigéria, onde atuaria de 1964 a 1967.

Veja também: Racismo

24. Grande Otelo (1915-1993) - ator e cantor

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Grande Otelo

Nascido em Uberlândia (MG), Sebastião Bernardes de Souza Prata seria o primeiro ator
negro brasileiro de projeção nacional e internacional. O apelido veio das aulas de canto,
pois o professor previu que ele cantaria o papel de "Otelo", de Verdi, quando crescesse.

A carreira artística começou nas ruas da cidade natal, quando o menino cantava e fazia
graça para os transeuntes em busca de um trocado. Quando um circo chegou a cidade,
Grande Otelo se apresentou com eles e seguiu viagem para São Paulo.

Começava assim uma profícua carreira de ator de teatro e de cinema, especialmente em


comédias ao lado de Oscarito.

No entanto, gravou também títulos com diretores do Cinema Novo como "Rio Zona Norte",
de Nelson Pereira dos Santos e "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade.

Foi também o primeiro ator negro a atuar no Cassino da Urca e, mais tarde, participaria de
vários programas de televisão.

A Escola de Samba Estácio de Sá o homenageou em 1986 e a Escola de Samba Santa Cruz


fez o mesmo em 2015. Ambas agremiações são do Rio de Janeiro.

Veja também: História do Cinema Brasileiro

25. Ruth de Souza (1921-2019) - atriz

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Ruth de Souza

Natural do Rio de Janeiro, Ruth perdeu o pai aos nove anos e a mãe trabalhou como
lavadeira para criar os três lhos. Cedo se interessa pelo teatro e ingressa no Teatro
Experimental do Negro, de Abdias de Nascimento. Também gostava muito de ir ao cinema
e escutar ópera junto com sua mãe.

Através do crítico Paschoal Carlos Magno, consegue uma bolsa para estudar atuação nos
Estados Unidos.

Ruth de Souza foi a primeira atriz negra a atuar no Theatro Municipal do Rio de Janeiro.

Igualmente, foi a primeira a atriz negra a receber uma indicação de melhor atriz com seu
papel no lme "Sinhá Moça". Isto ocorreu no Festival de Internacional de Veneza, em 1954.

Por isso, é chamada de primeira-dama negra da dramaturgia brasileira. Construiu uma


exitosa carreira no teatro, cinema e televisão.

Veja também: 12 Mulheres negras inspiradoras

Veja também:

Frases para o Dia da Consciência Negra

Origem do Dia da Consciência Negra


Poemas para re etir sobre a Consciência Negra

Quiz de personalidades que zeram história

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Veja também: Dia da Consciência Negra: 20 de novembro

Juliana Bezerra
Bacharelada e Licenciada em História, pela PUC-RJ. Especialista em Relações Internacionais, pelo Unilasalle-RJ. Mestre em História da América Latina e União Europeia pela
Universidade de Alcalá, Espanha.

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Artigo revisado em 20/10/20


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