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SEGURANÇA DO

TRABALHO
NR 15
Atividades e Operações Insalubres
Adicional de Insalubridade e
Adicional de Periculosidade
“Perigosos” e “Insalubres” Para
Nosso Desenvolvimento

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 2


Reflexão

 O adicional de insalubridade… Como eu poderia começar?

 Talvez pela própria definição de insalubre: “que não é bom para


a saúde”, “que causa doença”. E no Brasil existe uma
normatização que lida diretamente com isso, especificamente
a Norma Regulamentadora 15 – Atividades e Operações
Insalubres (NR 15).

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Reflexão

 Ao deparar com essa realidade, não devemos deixar de ressaltar


o artigo 196 da Constituição do Brasil: “A saúde é direito de
todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e
econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros
agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços
para sua promoção, proteção e recuperação.”

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Reflexão

 Assim sendo, já podemos começar dizendo que a aceitação de


que um trabalhador seja exposto a situações insalubres por si só
já seria insconstitucional, mas isto seria tentar simplificar
demais , já que esse adicional está previsto no Artigo 7 item
XXIII da Constituição, e aprofundar a discussão na esfera
jurídica, não nos cabe.

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Reflexão

 A constituição, ainda afirma, que é dever do Estado garantir a


saúde e as medidas que visem à redução do risco de doenças,
entretando a “Norma” transfere isto às empresas,
provavelmente porque o Estado viu-se completamente incapaz
de fazê-lo.

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Reflexão

 “E qual a forma que o Estado sempre encontra para resolver estes


problemas de ineficiência da máquina estatal? Transferir a
responsabilidade para outros”.

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Reflexão

 Mas, o mais absurdo de tudo, é a simples existência deste


adicional. Porque trata-se da aceitação de que o trabalhador seja
exposto a condições insalubres, todos os dias, em troca de um
valor adicional em sua folha de pagamento. Dinheiro por
doença, dinheiro por saúde.

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Reflexão

 Simplificando demais novamente, é o trabalhador vendendo


sua saúde.
 E o pior: existem aqueles que ainda preferem permanecer
nestas condições, simplesmente porque existe o adicional.

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Reflexão

 Esse “tropeço” na constituição ganhou uma tentativa de


correção através da criação da Norma Regulamentadora 9, em
que é definido que o primeiro item na hierarquia do controle
dos riscos, são as medidas que eliminam ou reduzam a
utilização ou formação de agentes prejudiciais à saúde (item
9.3.5.2 a).
 Mas, já que a redação deste item foi dada pela Portaria SSST n.º
25 em Dezembro 1994, era de se esperar que hoje – passados
quase 21 anos desde sua publicação – não existissem mais
ambientes insalubres no Brasil. Infelizmente, ainda é uma
realidade distante.

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Reflexão

 Agora, peguemos qualquer país avançado e estudemos a


legislação trabalhista…
 É um dever do empreendedor garantir que todo o possível seja
feito para que o trabalhador não fique sob estas condições.

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Reflexão

 Não há um porém, não há um “se”, não há alternativas.


 Se o uso de substâncias insalubres é necessário, o processo deve
ser isolado, deve ser realizado por máquinas, deve ser contido
para que não haja exposição dos trabalhadores.
 Não existe a venda da saúde, não existe esta forma de
prostituição do funcionário.

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Reflexão

 O mesmo também pode ser dito do adicional de periculosidade.


 Tomemos como exemplo os Estados Unidos – frisando, todo país
tem suas qualidade e seus defeitos – mas, para aqueles ainda
não sabem, aí vai um fato interessante: por lá não existe a
profissão de frentista, em postos de combustível.

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Reflexão

 E porquê não?
 Porque é inaceitável expor os trabalhadores, o dia inteiro, ao
risco de explosões em um posto de combustíveis.
 O cliente paga e abastece o veículo sozinho, um procedimento
extremamente simples.
 Algo tão fácil de resolver – como foi feito por lá – e tão “preto-
no-branco”, e que não foi aplicado por aqui. É o Estado
aceitando novamente, a venda da segurança do trabalhador.

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Reflexão

 Ora, esta é nossa realidade. A solução pode parecer simples,


mas infelizmente não é. Existe muito trabalho a ser feito,
começando por toda uma mudança de mentalidade dos
brasileiros, e sabemos o quanto é difícil essa suposta “mudança
de mentalidade”.
 Desafio grande o suficiente para qualquer pessoa, maior ainda
para qualquer nação. Mas tão importante e necessário para
nosso futuro.

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Reflexão

 Desta forma, paira a questão:


 Se conseguiram em outros países, por que não aqui?
 Está mais que provado que é possível, e nós estamos na lanterna.
 Ser os últimos nós já conseguimos, mas ainda que isso não seja uma
corrida, se fosse seria uma grande maratona, e é bom utilizarmos um
pensamento importante em qualquer corrida: o importante não é ser
o primeiro, e sim cruzar a linha de chegada.
 Para tanto, precisamos dar o primeiro passo – e o seguinte e
seguinte, sempre. Que tal começarmos?

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O que é insalubridade e
periculosidade e quem tem
direito a estes benefícios

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Introdução

 Se você já faz parte do mundo do trabalho, provavelmente já


ouviu falar em insalubridade.
 E Talvez já conheça alguém que receba adicional de
insalubridade ou periculosidade.
 Mas afinal, o que é insalubridade e periculosidade e quem tem
direito a estes benefícios?

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Introdução

 Os adicionais de insalubridade e periculosidade são um direito


do trabalhador previsto na constituição e regido pela CLT.
 O MTE, na Portaria n. 3214/1978, regulamentou a matéria de
Saúde e Segurança do Trabalho por meio das Normas
Regulamentadoras, as NR’s 15 e 16.

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A base legal

 A Base legal vem do o Art. 7º da Constrituição Federal de 1988:


São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros
que visem à melhoria de sua condição social:

 XXIII – adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou


perigosas, na forma da lei;

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A base legal

 O trabalho perigoso e insalubre é regulamentado pela CLT, no:

 Art . 189 – Serão consideradas atividades ou operações insalubres aquelas


que, por sua natureza, condições ou métodos de trabalho, exponham os
empregados a agentes nocivos à saúde, acima dos limites de tolerância
fixados em razão da natureza e da intensidade do agente e do tempo de
exposição aos seus efeitos.

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A base legal

 Art . 190 – O Ministério do Trabalho aprovará o quadro das atividades e


operações insalubres e adotará normas sobre os critérios de caracterização da
insalubridade, os limites de tolerância aos agentes agressivos, meios de
proteção e o tempo máximo de exposição do empregado a esses agentes.

 Parágrafo único – As normas referidas neste artigo incluirão medidas de


proteção do organismo do trabalhador nas operações que produzem
aerodispersóides tóxicos, irritantes, alérgicos ou incômodos.

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A base legal

 Art . 191– A eliminação ou a neutralização da insalubridade ocorrerá:

 I – com a adoção de medidas que conservem o ambiente de trabalho


dentro dos limites de tolerância;
 II – com a utilização de equipamentos de proteção individual ao
trabalhador, que diminuam a intensidade do agente agressivo a limites de
tolerância.
 Parágrafo único – Caberá às Delegacias Regionais do Trabalho,
comprovada a insalubridade, notificar as empresas, estipulando prazos
para sua eliminação ou neutralização, na forma deste artigo.

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A base legal

 Art . 192 – O exercício de trabalho em condições insalubres, acima dos limites


de tolerância estabelecidos pelo Ministério do Trabalho, assegura a percepção
de adicional respectivamente de 40% (quarenta por cento), 20% (vinte por
cento) e 10% (dez por cento) do salário-mínimo da região, segundo se
classifiquem nos graus máximo, médio e mínimo.

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A base legal
 Art . 193 – São consideradas atividades ou operações perigosas, na forma da
regulamentação aprovada pelo Ministério do Trabalho, aquelas que, por sua
natureza ou métodos de trabalho, impliquem o contato permanente com
inflamáveis ou explosivos em condições de risco acentuado.

 1º – O trabalho em condições de periculosidade assegura ao empregado


um adicional de 30% (trinta por cento) sobre o salário sem os acréscimos
resultantes de gratificações, prêmios ou participações nos lucros da
empresa.
 2º – O empregado poderá optar pelo adicional de insalubridade que
porventura lhe seja devido.

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A base legal

 Art . 194 – O direito do empregado ao adicional de insalubridade ou de


periculosidade cessará com a eliminação do risco à sua saúde ou integridade
física, nos termos desta Seção e das normas expedidas pelo Ministério do
Trabalho.

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A base legal

 Art . 195 – A caracterização e a classificação da insalubridade e da


periculosidade, segundo as normas do Ministério do Trabalho, far-se-ão
através de perícia a cargo de Médico do Trabalho ou Engenheiro do Trabalho,
registrados no Ministério do Trabalho.
 1º – É facultado às empresas e aos sindicatos das categorias profissionais
interessadas requererem ao Ministério do Trabalho a realização de perícia
em estabelecimento ou setor deste, com o objetivo de caracterizar e
classificar ou delimitar as atividades insalubres ou perigosas.

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A base legal

 2º – Arguida em juízo insalubridade ou periculosidade, seja por


empregado, seja por Sindicato em favor de grupo de associado, o juiz
designará perito habilitado na forma deste artigo, e, onde não houver,
requisitará perícia ao órgão competente do Ministério do Trabalho.
 3º – O disposto nos parágrafos anteriores não prejudica a ação
fiscalizadora do Ministério do Trabalho, nem a realização ex officio da
perícia.

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A base legal

 Art . 196 – Os efeitos pecuniários decorrentes do trabalho em condições de


insalubridade ou periculosidade serão devidos a contar da data da inclusão
da respectiva atividade nos quadros aprovados pelo Ministro do Trabalho,
respeitadas as normas do artigo 11.

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Insalubridade
 A palavra “insalubre” vem do latim e significa tudo aquilo que
origina doença. Por exemplo, um trabalhador exposto ao agente
ruído em certa dose, pode adquirir perda auditiva pela resta da
vida. E quando falamos em insalubridade, os agentes nocivos
que podem dar direito ao benefício são:

 Agentes Fisicos: ruído, calor, radiações, frio, vibrações e umidade


 Agentes Quimicos – poeira, gases e vapores, névoas e fumos
 Agentes biológicos: micro-organismos, vírus e bactérias.

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Insalubridade
 Isso quer dizer que um trabalhador exposto ao calor, acima dos
limites de tolerância , tem direito a receber o adicional de
insalubridade.
 A Norma Regulamentadora 15 – NR-15, em seus 14 anexos,
regulamenta as atividades e operações insalubres, as quais são
desenvolvidas:

 Acima dos limites de tolerância prevista nos anexos 1, 2, 3, 5, 11 e 12


 Nas atividades descritas nos anexos 6, 13 e 14
 Comprovadas através de inspeção no local de trabalho nos anexos 7, 8, 9 e 10

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Origem do Adicional de Insalubridade

 O Adicional de Insalubridade foi criado pelo governo brasileiro


em 1936 com a Lei 185, porém, de forma bastante diferente dos
termos atuais.
 Na época, o seu principal objetivo era servir como uma bolsa de
auxílio para que os trabalhadores conseguissem comprar
comida, pois acreditava-se que as pessoas mais bem
alimentadas eram imunes a determinados tipos de doenças.

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Origem do Adicional de Insalubridade

 Contudo, nas décadas seguintes, uma série de acontecimentos


como a criação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em
1943, e a definição de que engenheiros de segurança do trabalho
e médicos deveriam ser nomeados pelas empresas para
inspecionar os ambientes insalubres a partir do ano de 1968,
ajudaram a aperfeiçoar o Adicional de Insalubridade.

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Origem do Adicional de Insalubridade

 Esses fatos culminaram na elaboração da Norma


Regulamentadora 15 (NR 15) em 1978, responsável até hoje por
determinar quais são as atividades e as operações que dão ao
trabalhador o direito a percepção do adicional de insalubridade.

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Caracterização da Insalubridade

 A NR-15 estabelece 3 critérios para caracterização de


insalubridade:

 Avaliação Quantitativa – estão descritos nos anexo 1,2,3,5,8,11 e 12 os limites


de tolerância para os agentes nocivos. Nestes casos, o perito deverá medir a
intensidade ou concentração do agente e compará-lo com os limites de
tolerância; quando passar dos limites a insalubridade é caracterizada.

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Caracterização da Insalubridade

 Avaliação Qualitativa – Nos anexos 7, 9, 10 e 13 a insalubridade será


comprovada através da análise do ambiente de trabalho, função e atividade
do trabalhador. O perito deve utilizar critérios técnicos da Higiene
Ocupacional levando-se em conta o tempo de exposição, a forma de contato e
a proteção utilizada,.

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Caracterização da Insalubridade

 Avaliação qualitativa dos riscos inerentes a atividade – nos anexos 6, 13 e 14


da NR-15, são listadas atividades insalubres, que por não haver formas de se
eliminar ou neutralizar a insalubridade ela é inerente a atividade
desenvolvida. No caso do risco biológico em hospitais, por exemplo, o risco
de contágio não pode ser totalmente eliminado com proteções coletivas ou
individuais, e nesse caso a insalubridade é caracterizada qualitativamente.

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Eliminação

 A eliminação ou neutralização da insalubridade ocorrerá com


medidas administrativas ou proteções coletivas que garantam o
ambiente de trabalho dentro dos limites de tolerância definido
pela NR-15, quando for aplicável, ou com a adoção de EPIs que
comprovadamente diminuam a intensidade ou concentração do
agente nocivo.

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Quem tem o direito de receber o
Adicional de Insalubridade

 Todos os trabalhadores que permanecem expostos aos agentes


nocivos listados na NR 15 acima dos limites definidos, ou que
laboram nas atividades listadas como insalubre na mesma
norma têm o direito de receber Adicional de Insalubridade.
 Por exemplo, ruídos, produtos químicos e radiação ionizante
podem dar ao trabalhador o direito de receber o Adicional de
Insalubridade, de acordo com a NR 15 e a CLT.

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Quem tem o direito de receber o
Adicional de Insalubridade
 Caso o profissional precise comprovar que o seu ambiente de
trabalho é insalubre, a melhor alternativa é procurar o setor de
SST ou Recursos Humanos da empresa, ou então o sindicato de
sua categoria para solicitar que seja feita uma perícia técnica no
ambiente.
 Em última instância, o que ocorre são as famosas ações
trabalhistas, em que o trabalhador exige que receba o adicional
que acredita ter direito.
 Nestes casos, é realizada uma perícia técnica no ambiente, por
um perito oficial, a fim de verificar se de fato é devido o
adicional de insalubridade ou periculosidade.
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Quais são os Adicionais de Insalubridade
que existem, e como eles funcionam
 Segundo o que é estabelecido pelo artigo 192 da CLT
(Consolidação das Leis de Trabalho) e pelo item 15.2 da Norma
Regulamentadora 15, existem três tipos de Adicional de
Insalubridade:

 A insalubridade de grau máximo, que consiste em um adicional de 40% sobre


o salário mínimo vigente.
 A insalubridade de grau médio, que equivale a um adicional de 20%.
 E por fim, a insalubridade de grau mínimo, que deve ser representada por um
adicional de 10% sobre o salário mínimo.

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Quais são os Adicionais de Insalubridade
que existem, e como eles funcionam

 Para determinar qual é o tipo de insalubridade para cada caso, é


necessário verificar a atividade exercida, o ambiente de trabalho
e os agentes de risco presentes, e consultar os limites de
tolerância dos agentes de risco e as atividades indicadas na
Norma Regulamentadora 15.
 Ainda segundo a NR 15, se houver incidência de dois ou mais
fatores de insalubridade, será considerado apenas aquele que
possuir o grau mais elevado.

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Quais são os Adicionais de Insalubridade
que existem, e como eles funcionam

 A razão para isso consiste na impossibilidade de acumular mais


de um Adicional de Insalubridade no salário de um mesmo
trabalhador.
 Todavia, caso as empresas consigam eliminar o risco causador
da insalubridade, ou ao menos reduzir a sua concentração
abaixo do limite de tolerância - através da adoção de medidas
de segurança diversas - , isso pode acabar resultando na
suspensão do Adicional de Insalubridade.

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Quais são os Adicionais de Insalubridade
que existem, e como eles funcionam

 Ainda, existe a discussão constante se o uso de EPIs que


reduzam a exposição do trabalhador, eliminam ou não a
insalubridade.
 De acordo com o item 15.4 e seus subitens, a insalubridade será
sim neutralizada e o pagamento do adicional cessará.
 Entretanto, isso limita-se à esfera do direito trabalhista.

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Quais são os Adicionais de Insalubridade
que existem, e como eles funcionam
 Mas, a insalubridade é tratada ainda no direito previdenciário
também: algumas situações de insalubridade geram percepção
à aposentadoria especial (menor tempo de contribuição para
aposentar).
 Neste caso, existe jurisprudência de que o uso do EPI não tira
do trabalhador o direito ao tempo especial de contribuição para
aposentar-se.
 Isso, independente do pagamento do adicional de insalubridade
(que é tratado no âmbito do direito trabalhista, e não
previdenciário).
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Consequências do pagamento do
Adicional de Insalubridade

 Além de existir o pagamento do Adicional de Insalubridade em


si, que varia de 10% a 40% de um salário mínimo para cada
funcionário que está exposto a situações de trabalho insalubres,
as empresas que possuem um grau de risco elevado também
precisam gastar mais com as alíquotas do RAT (Risco Ambiental
do Trabalho), que a empresa deve pagar para custeio da
previdência social.

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Consequências do pagamento do
Adicional de Insalubridade

 A alíquota do RAT pode variar entre 1% e 3% sobre o salário do


trabalhador, de acordo com o grau de risco da empresa.
 No caso das empresas de construção civil, por exemplo, cuja
grande maioria possui o grau de risco mais alto, a tarifa que
deverá ser paga com os Risco Ambiental do Trabalho também
será a máxima, que consiste em 3%.

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Consequências do pagamento do
Adicional de Insalubridade
 Além disso, os gastos que a empresa tem com o RAT ainda
podem receber um adicional de 6%, 9% ou 12% (variando de
acordo com o tempo de contribuição necessário para receber a
aposentadoria), caso o trabalhador tenha direito a uma
aposentadoria especial.
 Portanto, se a empresa tiver funcionários que estejam
efetivamente expostos a agentes nocivos e que realizem uma
atividade que dê a ele o direito a contagem de tempo
de aposentadoria especial, os custos da contribuição que deve
ser paga mensalmente a Previdência Social aumentam
consideravelmente.

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Consequências do pagamento do
Adicional de Insalubridade

 Além disso, o pagamento deste adicional por si só já é uma


confissão de que expõe o trabalhador a condições insalubres.
 Assim, caso esse trabalhador apresente complicações médicas
futuras, que possam ser relacionadas ao risco a que ele está
exposto, o nexo está automaticamente feito: muito difícil a
empresa não ser responsabilizada por eventuais indenizações
que o trabalhador venha a pleitear.

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Consequências do pagamento do
Adicional de Insalubridade

 Desse modo, em termos financeiros, é bastante vantajoso para a


empresa investir na adoção de medidas de proteção e aquisição
de equipamentos de proteção adequados.
 Com a utilização correta dos equipamentos e a adoção de
medidas de proteção adequadas, torna-se muito mais fácil
neutralizar ou eliminar as condições de insalubridade, o que
resultará em uma diminuição de gastos acentuada com
adicionais ao salário do trabalhador e tarifas pagas ao INSS.

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Qual a importância efetiva do Adicional de
Insalubridade para a Saúde e Segurança do
Trabalho?

 O pagamento do Adicional de Insalubridade, além de uma


compensação ao trabalhador que potencialmente terá sua saúde
comprometida, funciona como uma forma de chamar a atenção
das empresas para que estas realizem mudanças em seus
ambientes, a fim de neutralizar os riscos e agentes nocivos.
 Desta forma, consequentemente, promover a saúde e segurança
do trabalho no âmbito da corporação.

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Qual a importância efetiva do Adicional de
Insalubridade para a Saúde e Segurança do
Trabalho?

 O fato de existir um aparato legal que condene estas situações,


como é o caso da Norma Regulamentadora 15 e também das
alíquotas a serem pagas pelas empresas ao INSS devido a
aposentadoria especial, facilita para que os empregadores
entendam sobre a importância da prevenção

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Qual a importância efetiva do Adicional de
Insalubridade para a Saúde e Segurança do
Trabalho?
 Portanto, é possível sim afirmar que o Adicional de
Insalubridade possui um caráter prevencionista, cujo objetivo é
reduzir o número de trabalhadores expostos a agentes
prejudiciais a saúde e também reduzir o índice de profissionais
que precisem de uma aposentadoria especial, por exemplo.
 Entretando, é importante ressaltar que esta situação - o "pagar
para causar doença" ao trabalhador, é algo que existe somenta
no Brasil.

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Qual a importância efetiva do Adicional de
Insalubridade para a Saúde e Segurança do
Trabalho?

 Em nenhum país avançado, existe um benefício a ser pago por


expor o trabalhador a condição insalubre: simplesmente, não é
permitido, e a empresa deve adotar as medidas necessárias para
tornar a atividade salubre.

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Considerações Finais

 Os valores limites de tolerância da NR-15 são de 1978 e foram


baseados nas recomendação da ACGIH daquele época. E como
se trata de uma norma um pouco antiga, os limites de
tolerância para diversos agentes agressivos está bem
desatualizado.
 Para a gestão da saúde e segurança do trabalhador, recomenda-
se a utilização dos valores limites para agentes nocivos
indicados por organizações internacionais como
a ACGIH. Estas organizações realizam estudos mais frequentes
e atualizam estes valores visando maior segurança para o
trabalhador.

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Considerações Finais
 Ainda existe muita confusão a respeito da caracterização de
insalubridade por análise qualitativa. Muitos peritos e juristas
chegam a conclusões diversas sobre casos similares, causando
um pouco de insegurança para todos os envolvidos.
 Sendo assim, faz-se necessária a atualização da NR-15 e uma
reflexão sobre o modo como é pensada a saúde e segurança do
trabalho no Brasil.
 Afinal, como ocorre nos dias de hoje, trocar saúde por dinheiro
não parece fazer muito sentido.

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NR 15 - ATIVIDADES E OPERAÇÕES INSALUBRES

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Riscos Físicos: Ruído

 O som é uma oscilação, originada por vibrações mecânicas, que


se propagam no ar e estimulam o aparelho auditivo.
 Ou seja, é toda vibração que pode ser ouvida.
 O ruído é uma interpretação subjetiva e desagradável do som.
 Em uma boate, por exemplo, a música pode ser considera som
para alguns e ruído para outros.

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Riscos Físicos: Ruído

 Fontes do ruído: máquinas e equipamentos que emitem ruídos


em níveis sonoros excessivos (trituradores, máquinas e motores
industriais), sala de compressor, cabine audiométrica, dentre
outras.

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Riscos Físicos: Ruído
 Danos ao trabalhador: trauma acústico - perda auditiva
imediata, grave e permanente (explosões), perda auditiva
temporária ou permanente (repetidas exposições ao ruído).
 Dependendo da exposição o ruído poderá causar problemas em
várias partes do organismo (sistema nervoso, sistema
circulatório...).
 A exposição crônica poderá levar à problemas de concentração,
irritabilidade, cefaleia, aumento da pressão arterial e dos
batimentos cardíacos.

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Riscos Físicos: Ruído

 Medidas de prevenção: isolamento acústico, revezamento de


trabalhadores, utilização de equipamento de proteção
individual (protetor auricular), substituição do equipamento
por outros mais silenciosos, limitação do tempo de exposição.
 Os trabalhadores expostos a esse agente físico (ruído) deverão
se submeter periodicamente aos exames de audiometria.

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Efeitos do Ruído no Organismo

 A exposição ao ruído no ambiente de trabalho é bastante


frequente e capaz de provocar vários efeitos à saúde dos
trabalhadores.
 Esses efeitos podem ser auditivos como também extra-
auditivos.
 Antes de adentrar nesses efeitos vamos organizar alguns
conceitos?

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Som e Ruído

 Som é a vibração mecânica capaz de ser detectada pelo ouvido


humano (ex. cordas de um violão).
 E ruído?
 Do ponto de vista físico, não há diferença entre som e ruído...
 Mas, quanto à resposta subjetiva, ruído, pode ser conceituado
como um som indesejado, desagradável ou perturbador.

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Som e Ruído

 Assim, todos os sons que ouvimos podem ser considerados


ruídos, quando são desagraváveis para os outros indivíduos
que os escutam.
 Do ponto de vista ocupacional, ruído é aquele som que,
dependendo da sua intensidade e tempo de exposição do
trabalhador, pode ser capaz de causar algum efeito indesejado
sobre à saúde.
 Esses danos podem ser de curto, médio ou longo prazo.
 Exemplo: tiro de arma de fogo, explosões, detonações...

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Som e Ruído

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Funcionamento do Aparelho Auditivo
 Em síntese, a audição humana se forma com a ação do
“aparelho auditivo”.
 O aparelho auditivo é formado por um conjunto de estruturas
funcionais, que resultam na capacidade de um indivíduo
perceber e entender um som.
 O aparelho auditivo divide-se em três partes:
 Ouvido Externo;
 Ouvido Médio;
 Ouvido Interno.

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Funcionamento do Aparelho Auditivo
 O ouvido externo, conhecido como “orelha”, irá receber o som
que foi gerado no ambiente.
 Esse som irá se propagar através de um pequeno “corredor”
(meato acústico externo), até a membrana timpânica (tímpano -
faz parte do ouvido médio).
 Quando o aparelho auditivo recebe a energia sonora,
a membrana timpânica se movimenta.
 Esses movimentos serão transmitidos ao ouvido interno, por
meio de uma pequena cadeia de três ossículos (que também
fazem parte do ouvido médio, assim como o tímpano).
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Funcionamento do Aparelho Auditivo

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Funcionamento do Aparelho Auditivo

 O ouvido interno está localizado na estrutura óssea do crânio.


Dentre seus componentes podemos destacar a cóclea.
 No interior da cóclea podemos visualizar uma estrutura
chamada “órgão de Corti”.
 No órgão de Corti encontram-se milhares de células sensórias -
células ciliadas.
 Quando as células ciliadas são normalmente estimuladas pela
propagação do som, geram impulsos nervosos, que serão
transmitidos ao cérebro, através do nervo auditivo.

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Funcionamento do Aparelho Auditivo
 Os impulsos nervosos, então, são “decifrados” e o indivíduo irá
perceber o som.
 Quando a vibração sonora, que estimula as células ciliadas, é
resultado do processo acima descrito, podemos falar que
ocorreu a “condução aérea” do som.
 Quando a vibração sonora, que estimula as células ciliadas, é
resultado da vibração direta do crânio e/ou do meato acústico
externo, podemos falar que ocorreu a “condução óssea” do
som.

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Funcionamento do Aparelho Auditivo

 Perceba que, tanto na condução aérea quanto na condução óssea


do som, o órgão sensitivo final é o mesmo (cóclea e células
ciliadas).
 O caminho percorrido para a estimulação desse órgão que foi
diferente.
 Para que o aparelho auditivo funcione adequadamente e seja
aprimorado, precisa ser estimulado e exercitado.
 No entanto, poderá ser sobrecarregado se exposto a agentes
capazes de lesá-lo.

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Efeitos Auditivos do Ruído

 A exposição do trabalhador ao risco físico ruído pode provocar


três efeitos auditivos:

 Trauma acústico;
 Perda auditiva temporária; e
 Perda auditiva permanente.

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Trauma Acústico

 Sons de alta intensidade e curta duração podem provocar uma


perda auditiva imediata, permanente e severa, conceituada
como trauma acústico.
 Decorre de uma única exposição a um ruído muito intenso.
 Quando ocorre o trauma acústico, todas as partes do ouvido
podem ser prejudicadas, em especial o órgão de Corti.

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Trauma Acústico

 Lembrando que órgão de Corti é uma delicada estrutura


sensorial da parte auditiva do ouvido interno (cóclea).
 O aparelho auditivo apresenta mecanismos que procuram
“atenuar” as vibrações que chegam até ouvido interno,
reduzindo as chances de lesão.
 No entanto, se o indivíduo for exposto a um som de alta
intensidade e curta duração (necessário e suficiente para
provocar trauma acústico), tais mecanismos não terão “tempo
para entrar em ação”, podendo ocorrer a lesão.

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Perda Auditiva Temporária

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Perda Auditiva Temporária

 Exposições moderadas a ruídos podem, inicialmente, causar


uma perda auditivatemporária.
 A perda auditiva temporária é a diminuição, transitória, da
sensibilidade auditiva, provocada pela exposição a sons
intensos, por curto período de tempo.
 O funcionamento do aparelho auditivo, nesse caso,
é recuperável!

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Perda Auditiva Temporária

 Como a própria nomenclatura expõe, há perda


auditiva TEMPORÁRIA.
 O aparelho auditivo retorna, gradativamente, à normalidade
depois de um período de relativo silêncio (por exemplo,
descanso da atividade que expôs o trabalhador ao ruído).
 As literaturas que tratam do assunto, entendem como sendo de
11 a 14 horas, o período de relativo silêncio para a recuperação.

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Perda Auditiva Temporária

 Existe uma recomendação, ditada por normas internacionais, de


que é necessário observar 14 horas de repouso acústico, antes de
se proceder ao exame audiométrico.
 Repetidas exposições ao ruído capaz de produzir perdas
temporárias podem gradualmente originar perdas permanentes
(as perdas permanentes são descritas como ocorrendo ao longo
de anos de exposição ao ruído).

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Perda Auditiva Temporária
 É importante destacar que vários outros fatores podem
influenciar na perda auditiva temporária: tempo de exposição
do trabalhador, frequência e intensidade do ruído,
susceptibilidade do trabalhador...
 Se as células sensoriais, importantes para a transmissão do som,
forem destruídas e a região ao redor se degenerar, a perda
auditiva será permanente.
 A audição não se processará normalmente (diminuição
permanente da capacidade auditiva), ou deixará de se processar
(surdez).
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Perda Auditiva Permanente

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Perda Auditiva Permanente

 A exposição continuada do trabalhador a sons com níveis


elevados de pressão sonora poderá causar a perda auditiva
permanente.
 A perda auditiva permanente tem sido conhecida popularmente
como “PAIR” (Perda Auditiva Induzida por Ruído).
 Se o ruído é ocupacional, denomina-se “PAIRO” (Perda
Auditiva Induzida por Ruído Ocupacional).

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Perda Auditiva Permanente

 A irreversibilidade é umas de suas características.


 Na maior parte das vezes, o indivíduo só percebe a perda
auditiva quando esta já está acentuada.
 A mensuração da perda auditiva é realizada determinando-se
limiares auditivos em várias frequências por meio do exame
conhecido como “audiometria”.
 O exame audiométrico também é realizado em programas de
conservação auditiva (PCA) para verificar se a proteção contra o
ruído (individual ou coletiva) está sendo adequada.

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Perda Auditiva Permanente

 A PAIR (Perda Auditiva Induzida por Ruído), ainda não é


considerada como reversível, embora algumas técnicas
cirúrgicas estejam sendo experimentadas.
 A percepção inicial de que a audição do trabalhador não está
muito boa é geralmente manifestada pela família (percebem
“tom de voz” alto, pois o trabalhador passa a ter dificuldades
para escutar a própria voz; volume elevado da televisão...).

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Perda Auditiva Permanente
 A queixa mais frequente do trabalhador é o zumbido, que se
torna mais perceptível no silêncio da noite.
 Dependendo do quanto o aparelho auditivo foi danificado,
haverá o comprometimento da inteligibilidade da fala,
prejudicando a comunicação.
 Além disso, poderá comprometer a capacidade laborativa do
trabalhador, nas atividades onde a audição é fundamental (ex.:
afinador de instrumentos musicais).
 Isso irá resultar na incapacidade total e definitiva para o
trabalho...
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 89
Efeitos Extra Auditivos do Ruído

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 90


Efeitos Extra Auditivos do Ruído
 A exposição ao ruído pode provocar efeitos extra auditivos no
trabalhador: fisiológicos, orgânicos, psicoemocionais e
comportamentais.
 Esses efeitos podem resultar na diminuição da qualidade de
vida do trabalhador.
 Alguns trabalhadores, durante ou após a exposição a ruído,
podem apresentar reações como: vertigens, náuseas, vômitos,
dificuldades de equilíbrio e até mesmo desmaios.
 Além das reclamações sobre zumbidos e perda auditiva,
reclamam também de diversos outros sintomas como:
nervosismo, dor de cabeça, insônia e problemas digestivos.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 91
Efeitos Extra Auditivos do Ruído

 São exemplos de alterações não auditivas em trabalhadores


expostos a ruído intenso:
 Problemas de comunicação, que podem levar ao isolamento social;
 Problemas neurológicos, que podem provocar insônia e dores de cabeça;
 Problemas cardiovasculares: aumento de batimentos cardíacos e variações na
pressão arterial;
 Problemas vestibulares: vertigens, dificuldades de equilíbrio e desmaios;
 Problemas respiratórios: aumento da frequência respiratória;

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Efeitos Extra Auditivos do Ruído

 Problemas digestivos: gastrites, úlceras, vômitos, enjôos e perda de apetite;


 Problemas comportamentais e psicoemocionais: irritabilidade, nervosismo,
estresse mental, cansaço, ansiedade, redução da libido, mudança de humor,
depressão.
 Problemas comportamentais no trabalho: cansaço físico e mental, falta de
atenção e concentração, conflitos, acidente no trabalho, piora do rendimento e
da produtividade, absenteísmo.

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Efeitos Extra Auditivos do Ruído

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 94


Efeitos Extra Auditivos do Ruído

 Os problemas acima citados podem ser justificados


considerando o fato de que a exposição ao ruído pode gerar
diferentes reações no organismo.
 Entres elas, podemos citar o aumento da liberação de
hormônios que poderiam afetar de forma negativa os sistemas
alvos (digestivo, circulatório, respiratório...).
 Assim, o ruído afeta os trabalhadores de outras formas e não
apenas no aparelho auditivo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 95


quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 96
Medidas de Controle do Ruído

 O controle do ruído pode ser feito de três diferentes formas:


 Controle na fonte
 Controle na trajetória
 Controle no trabalhador

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 97


Controle do Ruído na Fonte

 O método de controle na fonte do ruído é a forma mais


recomendada quando existe viabildade técnica para tal medida.
 A etapa de planejamento das instalações representa o momento
mais adequado para controlar o risco ruído em sua fonte.
 Isso porque, nessa fase, você pode escolher máquinas e
equipamentos que possam gerar menos ruído.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 98


Controle do Ruído na Fonte
 Além disso, é o momento para organizar o lay-out do
estabelecimento e isolar a fonte de ruído dos trabalhadores.
 Exemplos de métodos de controle do ruído na fonte:
 Substituição de máquinas e equipamentos por outros mais silenciosos;
 Alteração de processos (substituição do sistema pneumático por hidráulico);
 Programação de operações para evitar o funcionamento simultâneo de
máquinas;
 Regulação de motores;
 Fixação reforçada das estruturas para evitar as vibrações;
 Instalação de abafador (silencioso) nos escapamentos;
 Absorção de choques por meio da utilização de revestimentos de borracha.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 99


Controle do Ruído na Fonte

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Controle do Ruído na Trajetória
 Caso não seja possível controlar a fonte do ruído, verifica-se a
possibilidade de aplicação de medidas de controle na
trajetória do ruído.
 Ao incidir sobre uma superfície, parte do som é absorvida, parte
é refletida e parte é transmitida.
 Na aplicação de medidas de controle na trajetória, o som já foi
gerado.
 A finalidade desse tipo de controle (controle na trajetória) é
evitar a transmissão do som para outro ambiente ou evitar a sua
reflexão.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 101
Controle do Ruído na Trajetória

 Dessa forma o controle na trajetória pode ser alcançado com


o isolamento do som e/ou por meio de sua absorção.
 O som pode ser absorvido quando encontra uma superfície.
Materiais fibrosos e porosos são os melhores absorventes (vidro,
lã, cortiça).
 O isolamento do som (isolamento acústico) é uma medida de
controle destinada a evitar a transmissão do som de um
ambiente para o outro.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 102


Controle do Ruído na Trajetória

 Como exemplo de isolamento acústico posso citar a utilização


de portas, paredes duplas, janelas, cabines - materiais densos e
compactos.
 No isolamento deverão ser evitadas qualquer descontinuidade
que permita a passagem do ar (Ex. frestas).

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Controle do Ruído na Trajetória

 Isso poderá influenciar na eficiência do isolamento.


 Tanto a fonte do ruído como também o trabalhador exposto
(receptor do ruído) podem ser isolados.

 Isolamento da fonte: construção de barreiras separando a fonte do ruído do


ambiente em que o rodeia (Ex.: parede isolante).
 Isolamento do receptor (trabalhador): construção de barreiras separando a
fonte do ruído do ambiente em que o trabalhador está exposto. (Ex. cabine de
um equipamento móvel).

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Controle do Ruído na Trajetória

 Exemplo de outras medidas de controle na trajetória:

 Aumento da distância entre a fonte do ruído e o receptor (trabalhador);


 Redução do número de máquinas e equipamentos em um mesmo local.

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Controle do Ruído no Indivíduo

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 106


Controle do Ruído no Indivíduo

 Caso não seja possível controlar o ruído na sua fonte ou


trajetória, deverão ser adotadas medidas de controle no
trabalhador.
 O controle no trabalhador deverá ser aplicado de forma
complementar às medidas citadas anteriormente (controle na
fonte e trajetória).
 Também deverá ser aplicado quando as medidas anteriores
(controle na fonte e trajetória) não forem suficientes para
resolver o problema.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 107


Controle do Ruído no Indivíduo

 São medidas de controle no trabalhador:

 Limitação do tempo de exposição ao ruído;


 Utilização de EPI (Equipamento de Proteção Individual);
 Programa de Conservação Auditiva (PCA)

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 108


Limitação do Tempo de Exposição
 Uma das medidas de controle no trabalhador é a redução do tempo
de exposição aos níveis de ruído superiores aos limites de tolerância.
 A redução do tempo de exposição pode ser alcançada por meio do
rodízio dos trabalhadores nas operações ou atividades ruidosas.
 Para que essa medida tenha sucesso e tenha seu objetivo alcançado
(efetiva redução do nível de exposição dos trabalhadores ao ruído),
deverá ser devidamente estudada.
 Os métodos de trabalho, o tempo de realização das tarefas, por
exemplo, deverão ser consistentemente estudados para que se tenha
êxito na aplicação das medidas de controle.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 109


Utilização de EPIs (Equipamentos de
Proteção Individual)
 A utilização de um equipamento de proteção individual, mais
especificamente o protetor auricular, é também uma medida de
controle.
 O protetor auricular é um equipamento que deve ser colocado no
ouvido do trabalhador.
 Deve ser usado quando não for possível o controle do ruído na fonte
e na trajetória, ou quando este não for capaz de reduzir o ruído
satisfatoriamente.
 Existem alguns procedimentos mínimos que deverão ser observados
no que diz respeito ao uso dos protetores auriculares, como a escolha
do equipamento, vida útil, dentre outros fatores.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 110


Seleção de Protetores Auriculares

 Existem dois tipos de protetor auricular:


 Protetor Auricular de Inserção (plug)
 Protetor Auricular de Concha (circum-auriculares)
 No momento de escolha do protetor auricular a ser utilizado,
deverão ser observadas as vantagens, desvantagens, fatores de
proteção e outras características de cada tipo.

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Protetor Auricular de Inserção

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 112


Protetor Auricular de Inserção
 É fácil de carregar, mas é fácil de ser perdido;
 Pode ser moldável, pré-moldado, descartável ou não descartável;
 Não é visto facilmente por outros trabalhadores, dificultando a comunicação;
 Não dificulta a utilização de outros EPIs, como por exemplo, óculos de proteção;
 Deve ser adequado a cada longitude e diâmetro do canal auditivo externo;
 Deve ser frequentemente esterilizado;
 Para colocar, as luvas de proteção deverão ser tiradas;
 Não é afetado pela temperatura ambiental;
 Deve ser inserido apenas em ouvido saudável;
 Possui vida útil curta;
 Possui custo inicial baixo.

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Protetor Auricular de Concha

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 114


Protetor Auricular de Concha
 É grande e não pode ser carregado no bolsa da roupa;
 Devem ser guardados em locais apropriados;
 Pode ser observado por outros indivíduos a grandes distâncias;
 Dificulta a utilização de outros EPIs, como por exemplo, óculos de proteção;
 Pode ser colocado por qualquer pessoa, sem ajustes complexos;
 Pode ser colocado e ajustado com luvas de proteção;
 Pode ser confortável no frio e desagradável no calor;
 Sua higienização deve ser feita em ambiente apropriado;
 Pode ser utilizado em ouvido saudável ou enfermo;
 Possui vida útil longa;
 Possui custo inicial alto.

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Uso Efetivo de Protetores Auriculares

 A simples utilização do protetor auricular não implica na


eliminação do risco de o trabalhador vir a adquirir problemas
na capacidade auditiva.
 Para ser eficaz, o protetor auricular deverá ser utilizado de
forma correta e o equipamento deverá estar de acordo com os
requisitos mínimos de qualidade.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 116


Uso Efetivo de Protetores Auriculares
 A qualidade do protetor auricular é representada pela
capacidade de atenuação do agente físico ruído, e deverá ser
devidamente testada por órgão competente do Ministério do
Trabalho e Emprego.
 A utilização constante do protetor auricular é essencial para
garantir a eficácia da proteção.
 Sendo assim, o melhor protetor auricular é aquele que o
trabalhador efetivamente utilizará.
 O conforto do protetor irá contribuir para sua constante
utilização.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 117
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 118
Programa de Conservação Auditiva
(PCA)
 O Programa de Conservação Auditiva tem por objetivo
estabelecer métodos de gerenciamento das medidas de controle
da exposição ocupacional ao risco físico ruído.
 A primeira etapa do programa é o reconhecimento ou
identificação dos ambientes de trabalho onde possa existir
exposição ao ruído.
 Depois é feita uma avaliação repetitiva e sistemática dos níveis
ruído. As medidas a serem tomadas posteriormente dependerá
dos valores encontrados.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 119


Programa de Conservação Auditiva
(PCA)

 Nível de ação: valor acima do qual deverão ser praticadas ações


preventivas, de forma a minimizar a probabilidade de que as
exposições ao ruído ultrapassem os limites de tolerância -
controle médico, informação aos trabalhadores e
monitoramento periódico da exposição.
 Dependendo do nível de ruído encontrado no ambiente de
trabalho, deverão ser adotadas medidas de controle na fonte e
na trajetória.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 120


Programa de Conservação Auditiva
(PCA)
 Se essas medidas reduzirem o ruído para abaixo do limite,
deverá ser realizada apenas um monitoramento periódico dos
riscos.
 Se essas medidas não reduzirem o ruído para abaixo do limite,
deverão ser adotadas ações de controle no trabalhador (uso de
protetor auricular, por exemplo).
 Por último, deverá ser adotado um controle médico com a
realização, especialmente, deexames audiométricos.
 O controle médico irá constatar a eficiência das medidas de
controle que foram adotadas ao longo do programa.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 121
Referência Bibliográfica

 SALIBA, Tuffi Messias. Manual Prático de Avaliação e Controle


do Ruído. LTr Editora, 10˚ edição, SP, 2018.

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quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 123
Riscos Físicos: Calor

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quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 125
Riscos Físicos: Calor
 São inúmeras as atividades que expõe os trabalhadores ao calor
intenso.
 Fontes de calor: ambiente natural (incidência solar), fornalhas,
maçaricos, forno, fogão em cozinhas industriais.
 Trabalho a céu aberto (fonte natural de calor), em localidades
quentes: construção civil, pesca, extração mineral, agricultura (ex.
corte de cana).
 Cozinhas: preparação de alimentos de forma geral em fornos, fogões
e churrasqueiras.
 Siderúrgicas: fornalhas e maçaricos (fabricação e molde de metal).
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 126
Riscos Físicos: Calor

 Cozinhas: preparação de alimentos de forma geral em fornos,


fogões e churrasqueiras.
 Siderúrgicas: fornalhas e maçaricos (fabricação e molde de
metal).

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 127


Riscos Físicos: Calor

 Danos ao trabalhador: desidratação, desmaio, insolação,


distúrbios psiconeuróticos, câimbras, queimaduras, fadiga e
problemas circulatórios.
 Medidas de prevenção: ventilação adequada, isolamento da
fonte de calor, utilização de equipamentos de proteção
individual (p.ex. luvas revestidas com material isolante), usar
roupas de cor clara e de algodão, beber bastante água durante a
jornada de trabalho.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 128


Cuidados com Calor Excessivo

 Trabalhadores expostos a altas temperaturas no seu ambiente


laboral correm o risco de desenvolver alguns problemas de
saúde, como insolação, exaustão, cãibras e erupções de pele.
Previna-se!

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 129


QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?

 Todos os profissionais envolvidos com higiene ocupacional


sabem que o excesso de calor é fator de risco, que influencia
diretamente na saúde laboral do trabalhador e é considerado
pela NR 15 - Atividades e Operações Insalubres, anexo 3, como
agente insalubre caso esteja acima do seu limite de tolerância.
Mas você sabe quais são os efeitos causados pelo calor no
corpo humano?

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 130


QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?
 Quando o calor produzido (esforço físico) ou recebido (através
de fonte de calor no trabalho) pelo organismo é maior que
aquele dissipado pelo corpo, tem-se um cenário onde
o organismo aumenta sua temperatura, levando a um quadro
que pode se tornar uma hipertermia (aumento da temperatura
interna do corpo). Para que isto seja evitado, o corpo humano
sofre diversas reações com o propósito de se adaptar a esta
situação. Uma dessas reações é chamada de vasodilatação
periférica, onde os vasos sanguíneos se expandem e
proporcionam uma melhor troca térmica entre o corpo e o meio,
e que é realizada através da circulação sanguínea.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 131
QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?

 Outra reação é através da ativação das glândulas sudoríparas,


responsáveis pelo suor. O suor é transformado de seu estado
líquido para vapor, resfriando, assim, a temperatura do corpo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 132


QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?

 Caso essas duas reações não sejam suficientes para manter a


temperatura do corpo na casa de
37°C, graves consequências no organismo poderão ocorrer,
entre elas as que iremos mencionar a seguir:

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QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?

 Exaustão do corpo: com a dilatação dos vasos sanguíneos, há


uma menor pressão arterial no trabalhador. (A quantidade de
sangue não aumenta para compensar um vaso de maior
diâmetro). Logo, pode haver insuficiência de sangue no córtex
cerebral, levando a um quadro de queda de pressão arterial.

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QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?

 Desidratação: devido à perda de líquidos através do suor, o


organismo pode se desidratar. Logo, poderá haver redução no
volume de sangue que, entre outras coisas, ocasiona a exaustão
do corpo. Em casos mais extremos, pode se
desenvolver distúrbios celulares, insuficiência
muscular, perda de apetite, entre outros.

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QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?

 Câimbra de calor: a sudorese leva a perda de água no


organismo, o que consequentemente leva a perda de minerais,
incluindo o cloreto de cálcio (mais conhecido como sal). Com
isso, há a possibilidade de haver câimbras, que causam dores
agudas nas extremidades do corpo e fadiga muscular severa.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 136


QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?

 Edema de calor: podem existir pessoas não aclimatadas a


determinados locais, onde há altas temperaturas. A
permanência destas pessoas nestes locais pode causar a geração
de edemas, ou seja, inchaço de membros, como mãos e pés.
 Exaustão por calor: desidratação grave devido a perda de suor.
Causado pela deficiência da circulação sanguínea e falta de
água e sal no organismo.

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QUAIS SÃO OS EFEITOS DO CALOR
NO ORGANISMO HUMANO?
 Vimos os principais efeitos do excesso de calor no organismo
humano. No entanto, este texto não objetiva esgotar todas as
consequências da exposição a este agente.
 O profissional responsável pelo setor de SST nas empresas
deve buscar medidas de controle que visem impedir os
trabalhadores de se exporem a altas temperaturas, ou adotar o
sistema de rodízio, onde os colaboradores podem revezar entre
períodos de trabalho e descanso em locais com temperatura
ambiente. Nos próximos textos de segurança do trabalho,
falaremos mais sobre o calor!
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quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 139
QUAIS SÃO OS 5 FATORES QUE
INFLUENCIAM NA TROCA TÉRMICA DO
CORPO HUMANO?

 Como a troca térmica do corpo humano com o meio onde ele


está inserido pode ser alterada? E como isto poderia afetar a
saúde de funcionários em seus ambientes de trabalho?

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 140


QUAIS SÃO OS 5 FATORES QUE
INFLUENCIAM NA TROCA TÉRMICA DO
CORPO HUMANO?

 Existem 5 fatores que influenciam na troca térmica do corpo


humano com o meio. O desconhecimento destas condições
pode impossibilitar você, como profissional de SST, de aplicar
métodos de controle eficiente contra o calor. Consequentemente,
isto poderá reduzir os custos da sua empresa com pagamento
de adicional insalubridade, descrito na NR 15 – Atividades e
Operações Insalubres.

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QUAIS SÃO OS 5 FATORES QUE
INFLUENCIAM NA TROCA TÉRMICA DO
CORPO HUMANO?

 Conforme já havíamos visto, o excesso de calor pode


causar exaustão, desidratação, câimbras e edemas.
 Logo, ao se quantificar a sobrecarga térmica ao qual o
colaborador pode estar exposto, é necessário se atentar
principalmente aos fatores abaixo:

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Temperatura do ar

 A temperatura do ar influencia diretamente na troca térmica do


corpo humano com o meio. Caso haja diferença entre a
temperatura da pele do trabalhador e a temperatura do ar,
haverá uma busca pelo equilíbrio térmico.
 Com isto, se a temperatura da pele estiver maior que a
temperatura do ar, haverá uma perda de calor do corpo para o
meio através da convecção. Se a temperatura do ar for maior
que a temperatura do corpo, o mesmo mecanismo aplicado na
condição acima será responsável por equilibrar ambas as
temperaturas.
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Umidade relativa do ar

 Quanto maior é a umidade do ar, menos calor é cedido pelo


corpo humano para o meio através da evaporação. Se a
umidade relativa se aproximar de 100%, significa que a
capacidade do ar de conter mais vapor se torna quase nula,
reduzindo a taxa de evaporação por suor e causando um
desconforto térmico extremamente alto caso a temperatura do
ambiente se aproxime ou supere a temperatura do corpo
humano.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 144


Velocidade do ar
 A velocidade do ar influencia diretamente nos dois aspectos
mencionados acima: Temperatura do ar e umidade relativa do ar.
 Em se tratando do primeiro ponto, a velocidade do ar pode
aumentar ou reduzir o tempo ao qual o equilíbrio térmico entre o
corpo humano e o meio ambiente é atingido. Caso a temperatura do
ar seja menor que a temperatura da pele, o aumento na velocidade
do ar pode acelerar o processo de perda de calor da pele para o
meio, e vice-versa.
 Em relação à umidade relativa, a evaporação pelo suor torna-se mais
rápida caso haja uma maior velocidade do ar, uma vez que, a
camada de ar que se encontra próximo à pele encontra-se com alta
concentração de vapor de água, o que dificulta a transpiração.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 145
Calor radiante

 Calor radiante é aquele gerado através de uma fonte que emita


radiação infravermelha; pode ser um equipamento (televisão,
fogão, etc), um auto-forno ou mesmo o sol.
 Este fator não pode ser desprezado no estudo da sobrecarga
térmica, pois contribui de forma significante para o aumento ou
redução do calor do corpo para o meio.

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Tipo de atividade

 Quanto mais intensa a atividade realizada pelo trabalhador,


maior será o calor produzido pelo corpo através do
metabolismo. A própria NR 15, em seu anexo 3 quadro 3
descreve as taxas de metabolismo por tipo de atividade, sendo
estas classificadas como: Trabalho leve, trabalho moderado e
trabalho pesado.

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quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 148
QUAIS MEDIDAS DE CONTROLE DEVEM
SER ADOTADAS PARA O CALOR?

 A NR 09 – Programa de prevenção de riscos ambientais no seu


subitem 9.3.5.1 diz que deverão ser adotadas medidas de
controle suficientes para eliminar, minimizar ou mesmo
controlar os riscos ambientais existentes. E após a leitura dos
subitens 9.3.5.2 e 9.3.5.4 conclui-se que existem três tipos de
medidas de controle:
 Coletiva;
 De caráter administrativo ou de organização do trabalho; e
 Uso de EPI – Equipamento de Proteção Individual.

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Medidas Coletivas

 As medidas coletivas são aquelas que reduzem a taxa de


metabolismo do trabalhador, que movimentem o ar no
ambiente e que utilizem barreiras que protejam das fontes de
calor radiante, como o sol, forno de siderurgia ou solda, por
exemplo.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 150


Redução da taxa de metabolismo

 Reduzir a taxa de metabolismo gerada pelo


trabalhador, adotando formas de minimizar o esforço físico
realizado por ele. A adoção de equipamentos de auxílio
como pontes rolantespara movimentar cargas, esteiras, ou até
mesmo a completa automatização do processo, pode evitar o
aumento da temperatura corporal do executante.

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Movimentação do ar no ambiente

 Adoção de aparelhos de ar condicionado para resfriar o ar do


ambiente, além de climatizadores e ventiladores para reduzir a
temperatura do local. Mesmo abertura de janelas, fazendo uso
da ventilação natural. Estes métodos funcionam, pois reduzem
as trocas de calor entre o corpo humano e o ambiente.

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Utilização de barreiras que protejam das
fontes de calor radiante

 A utilização de barreiras para refletir (alumínio polido, aço


inoxidável) ou absorver (ferro ou aço oxidável) os raios
infravermelhos. Colocação de películas em portas e/ou janelas
de vidro, como nos carros, minimizam a incidência de calor
radiante.

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Medidas de caráter administrativo ou de
organização do trabalho
 As medidas de caráter administrativo ou de organização do
trabalho são aquelas aplicadas na forma como a atividade é
realizada, ou seja, na gestão dos colaboradores ou dos métodos
de trabalho. É importante observar se o funcionário
está aclimatado, se há uma limitação do seu tempo de
exposição ao agente, se este tem se hidratado com a frequência
correta e mesmo se o colaborador recebeu treinamento prévio
antes de efetuar suas funções.

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Aclimatização

 A aclimatização basicamente é uma adaptação fisiológica do


organismo a um ambiente quente. Isto é fundamental na
prevenção dos riscos decorrentes da exposição ao calor
excessivo. Falamos aqui sobre isto .

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 155


Aclimatização

 Quando o funcionário se expõe a alto calor pela primeira vez,


ocorre um aumento significativo da temperatura corporal, dos
batimentos cardíacos e há baixa sudorese.
 Após o período de 3 a 5 dias, o corpo começa a aclimatar, e há
uma redução no desconforto do trabalhador, assim como
uma queda da temperatura corporal e do ritmo cardíaco, e
a sudorese aumenta. A aclimatização será completa, em
média, com duas semanas. A perda de sal devido
à sudorese também é menor em trabalhadores aclimatados. O
processo de aclimatização completo leva em torno de 2 a 3
semanas.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 156


Aclimatização

 Caso o trabalhador se ausente do seu local de atividade, por


aproximadamente 3 semanas, a aclimatização será totalmente
perdida, e o processo deverá ser reiniciado de forma gradual.
 Alguns pontos importantes a serem observados é que fatores
como: sexo (feminino), obesidade, desnutrição e outros fatores
de risco dificultam o processo de aclimatização.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 157


Limitação do tempo de exposição

 Esta medida consiste em adotar períodos de descanso


intercalados com períodos de trabalho. Conforme discutimos
no texto anterior - Quando a exposição ao calor é insalubre - ,
uma das maneiras de descaracterizar o calor como insalubre é
adotar os períodos de descanso e trabalho conforme descrito no
Quadro Nº1.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 158


Hidratação

 Embora não muito efetiva se aplicada de forma individual,


a correta hidratação é indispensávelcomo medida paliativa.
Um profissional exposto a calor excessivo deve ingerir uma
maior quantidade de água e sal, de forma a compensar a perda
de água e cloreto de sódio devido à sudorese intensa.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 159


Hidratação
 É importante salientar que a ingestão de água e sal pelos
funcionários deve ser feita com orientação médica.
 O treinamento dos trabalhadores tem como objetivo
primário evitar que eles se esforcem mais que o necessário e
que permaneçam próximo à fonte de calor por um período
demasiadamente grande.
 O funcionário deve ser treinado e orientado quanto à correta
utilização dos equipamentos de segurança e mesmo sobre os
efeitos causados pela exposição contínua ao calor intenso.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 160


Uso de EPI – Equipamento de proteção
Individual

 O uso de Equipamento de proteção individual, tal como


determinado pelas NR 6 e 9, mencionam que a utilização do EPI
deve ser feita em última instância, ou seja, somente quando as
medidas coletivas forem tecnicamente inviáveis para a
eliminação do risco.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 161


Uso de EPI – Equipamento de proteção
Individual

 Em se tratando do calor, a utilização de equipamentos de


proteção ambiental não afasta o risco de sobrecarga térmica, no
entanto, é necessário a sua utilização principalmente quando as
atividades são realizadas em locais com possibilidade de haver
respingos e mesmo fagulhas ou outros “resíduos”
provenientes de fontes de calor extremo. Uma das principais
finalidades do EPI neste caso é proteger o trabalhador contra o
risco de queimaduras.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 162


Uso de EPI – Equipamento de proteção
Individual
 Óculos de segurança com lentes especiais são necessários
sempre que houver fontes de calor radiante. O objetivo é
proteger o colaborador contra o calor radiante. As lentes
especiais devem reter mais que 90% da radiação infravermelho
para ser considerada eficiente.
 O restante do corpo deve ser protegido através do uso de
equipamentos, tais quais:
 Luvas,
 Mangotes,
 Aventais,
 Capuzes.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 163


Uso de EPI – Equipamento de proteção
Individual
 Estes equipamentos devem ser fabricados com materiais
adequados para que não haja a absorção do calor pelo
funcionário. Recomenda que estes equipamentos sejam feitos
com materiais capazes de refletir a maior parte do calor
radiante, como o tecido aluminizado.
 Estes equipamentos mencionados, embora eficazes, dificultam
a troca de ar através destas vestimentas, logo, existe
uma diminuição de perda do resfriamento da pele pela
evaporação. Por isso estes equipamentos devem ser o mais
folgado possível.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 164
Uso de EPI – Equipamento de proteção
Individual
 É importante salientar que as informações aqui contidas são
frutos de extensos levantamentos feitos em diferentes
bibliografias, assim como a experiência dos autores,
entretanto, para que haja um completo entendimento do
assunto, é interessante que você também faça sua pesquisa e
consulte os órgãos oficiais, como ministério do trabalho e
previdência social, e o Fundacentro, além de órgãos
internacionais, como OSHA – Occupacional Safety and Health
Administration.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 165


quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 166
QUANDO A EXPOSIÇÃO AO CALOR É
INSALUBRE?
 Muitas consultorias ou profissionais autônomos são contratados
por empresas com vistas a elaborar laudos de insalubridade. E
um dos agentes ambientais mais comuns e que eventualmente é
negligenciado por estes profissionais SST é o Calor.
 A exposição ao Calor pode ser caracterizada como Insalubre,
caso alguns requisitos sejam atendidos. A legislação utilizada
como referência para definição da insalubridade ou não do
agente, é o anexo III da NR 15 – Atividades e Operações
Insalubres.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 167


Qual é o aparelho de medição que deve
ser usado na avaliação do calor?

 Segundo o anexo III da NR 15, a exposição ao calor deve ser


medida através do Índice de Bulbo Úmido e Termômetro de
Globo – IBUTG. Os aparelhos de medição utilizados para esta
avaliação são encontrados abaixo:
 Termômetro de bulbo úmido natural
 Termômetro de globo
 Termômetro de mercúrio comum.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 168


Qual é o aparelho de medição que deve
ser usado na avaliação do calor?

 As medições devem ser


realizadas no local onde o
trabalhador permanece, e
deve ser posicionada
na altura mais atingida do
seu corpo.
Aparelho que possui os 3 termômetros necessários para
avaliação do calor.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 169


Qual é o aparelho de medição que deve
ser usado na avaliação do calor?
 O índice IBUTG mencionado deve ser definido através das seguintes
equações:

 Ambientes internos ou externos sem carga solar:


IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg

 Ambientes externos com carga solar:


IBUTG = 0,7 tbn + 0,1 tbs + 0,2 tg

 onde:
 tbn = temperatura de bulbo úmido natural
 tg = temperatura de globo
 tbs = temperatura de bulbo seco.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 170


Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?
 Para se definir os limites de tolerância para exposição ao calor,
primeiro é necessário identificar onde será o descanso do
trabalhador; considerando um regime de trabalho intermitente,
se será no próprio local da prestação do serviço ou se
este período de descanso será realizado em outro local, com
temperatura mais amena.
 Posteriormente, a atividade desempenhada deve ser
identificada, classificando-a como leve, moderada ou pesada.
Para a correta identificação do tipo de atividade, o quadro 3
existente no anexo III da NR 15 deve ser consultado.
quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 171
Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 172


Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?

 Descanso no próprio local da prestação do serviço


 Se o descanso for efetuado no próprio local de prestação dos
serviços, o limite de tolerância de exposição ao calor é
encontrado no Quadro I do anexo III, sendo este replicado
abaixo:

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 173


Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 174


Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?

 Descanso realizado em local diferente


 Se o descanso do trabalhador for realizado em local diferente
daquele onde há a realização das atividades, o quadro 2, abaixo,
do anexo III deve ser consultado.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 175


Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 176


Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?
 Onde:
 M é a taxa de metabolismo média ponderada para uma hora,
determinada pela seguinte fórmula:

 Sendo:
 Mt - taxa de metabolismo no local de trabalho.
 Tt - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de trabalho.
 Md - taxa de metabolismo no local de descanso.
 Td - soma dos tempos, em minutos, em que se permanece no local de
descanso.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 177


Quais são os limites de tolerância de
exposição ao calor?

 Sendo:
 IBUTGt = valor do IBUTG no local de trabalho.
 IBUTGd = valor do IBUTG no local de descanso.
 Tt e Td = como anteriormente definidos.
 Os tempos Tt e Td devem ser tomados no período mais desfavorável do ciclo de trabalho,
sendo
 Tt + Td = 60 minutos corridos.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 178


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?
 Após o estudo dos quadros acima, o DescomplicaSMS dará
exemplos de quando o calor pode ser considerado como
insalubre:

 Exemplo 01:
 Trabalho contínuo, sem descanso;
 Atividade realizada em ambiente interno sem carga solar;
 Atividade: Remoção de resíduos utilizando pá (TRABALHO PESADO – 440
Kcal/h)

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 179


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?
 Através da avaliação feita utilizando os termômetros já mencionados, foram
encontrados os seguintes valores:

 Temperatura de bulbo úmido natural (Tbn) = 26ºC


 Temperatura de globo (Tg) = 42ºC

 Utilizando o cálculo para ambiente interno sem carga solar:


 IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
 IBUTG = 0,7 (26) + 0,3 (42)
 IBUTG = 30,8

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 180


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?

 De acordo com o Quadro 1, anexo 3 da NR 15, para atividade


pesada e trabalho contínuo, o IBUTG é de até 25. Como o
IBUTG medido foi de 30,8, a atividade realizada é considerada
insalubre por exposição ao calor.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 181


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?

 Exemplo 02:
 Trabalho intermitente, sendo o descanso realizado em local diferente da
atividade, sem carga solar;
 Durante o período de descanso, o trabalhador apenas permanece sentado e
em repouso (100 Kcal/h);
 15 minutos de descanso e 45 minutos de realização das atividades a cada
hora;
 Atividade: Exercida em linha de produção (bancada), de pé (TRABALHO
MODERADO - 175 Kcal/h)

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 182


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?
 A avaliação encontrou os seguintes valores:

 a)Local onde a atividade é realizada:

 Temperatura de bulbo úmido natural (Tbn) = 22ºC


 Temperatura de globo (Tg) = 36ºC

 Realizando os cálculos necessários, temos:

 IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg


 IBUTG = 0,7 (22) + 0,3 (36)

 IBUTG = 26,2
 Tempo de trabalho: 45 minutos
 Taxa de metabolismo: TRABALHO MODERADO - 175 Kcal/h

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 183


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?
 b)Local de descanso:

 Temperatura de bulbo úmido natural (Tbn) = 20ºC


 Temperatura de globo (Tg) = 30ºC

 Realizando os cáculos necessários, temos:

 IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg


 IBUTG = 0,7 (20) + 0,3 (30)

 IBUTG = 23,0
 Tempo de descanso: 15 minutos
 Taxa de metabolismo: SENTADO EM REPOUSO - 100 Kcal/h

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 184


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?

 Com as informações acima, é necessário utilizar os cálculos da taxa de


metabolismo média ponderada para uma hora:

 Após isto, efetua-se o cálculo de IBUTG médio ponderado para uma hora

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 185


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?

 De acordo com o Quadro 2, para taxa de metabolismo M igual a


175 Kcal/h (Embora tenhamos encontrado 156,25 Kcal/h,
devemos considerar o valor mais desfavorável encontrado no
Quadro 2, uma vez que o intervalo entre os valores limites de
tolerância é grande.) o valor máximo de IBUTG é 30,5ºC. Como
o IBUTG encontrado foi de 25,25ºC, não foi caracterizado a
insalubridade.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 186


Quando a exposição ao calor é
caracterizada como insalubre?

 A caracterização do calor como insalubre ou não, deve levar em


consideração apenas a metodologia existente no anexo 3 da
NR 15, embora existam outros critérios avaliando o calor,
apenas este estudado acima deve ser aplicado com esta
finalidade.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 187


quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 188
Anexo 5 – Radiações Ionizantes
 Nas atividades ou operações onde trabalhadores possam ser
expostos a radiações ionizantes, os limites de tolerância, os
princípios, as obrigações e controles básicos para a proteção do
homem e do seu meio ambiente contra possíveis efeitos
indevidos causados pela radiação ionizante, são os constantes
da Norma CNEN-NE-3.01: "Diretrizes Básicas de
Radioproteção", de julho de 1988, aprovada, em caráter
experimental, pela Resolução CNEN n.º 12/88, ou daquela que
venha a substituí-la. (Parágrafo dado pela Portaria n.º 04, de 11 de
abril de 1994)

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 189


Anexo 6 – Trabalho sob Condições
Hiperbáricas

Este Anexo trata dos trabalhos sob ar comprimido e dos trabalhos


submersos.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 190


Anexo 7 – Radiações Não-Ionizantes

 1. Para os efeitos desta norma, são radiações não-ionizantes as


microondas, ultravioletas e laser.
 2. As operações ou atividades que exponham os trabalhadores
às radiações não-ionizantes, sem a proteção adequada, serão
consideradas insalubres, em decorrência de laudo de inspeção
realizada no local de trabalho.
 3. As atividades ou operações que exponham os trabalhadores
às radiações da luz negra (ultravioleta na faixa - 400- 320
nanômetros) não serão consideradas insalubres.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 191


Anexo 8 – Vibrações

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 192


Anexo 9 – Frio

 1. As atividades ou operações executadas no interior de câmaras


frigoríficas, ou em locais que apresentem condições similares,
que exponham os trabalhadores ao frio, sem a proteção
adequada, serão consideradas insalubres em decorrência de
laudo de inspeção realizada no local de trabalho.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 193


Anexo 10 – Umidade

 1. As atividades ou operações executadas em locais alagados ou


encharcados, com umidade excessiva, capazes de produzir
danos à saúde dos trabalhadores, serão consideradas insalubres
em decorrência de laudo de inspeção realizada no local de
trabalho.

quinta-feira, 21 de novembro de 2018 Professor Elandir Antonio Desidério 194


Anexo 11 – Agentes Químicos cuja
insalubridade é carcaterizada por Limite de
Tolerância Inspeção no Local de Trabalho

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Anexo 12 – Limites de Tolerância para
Poeiras Minerais

 Entende-se por "asbesto", também denominado amianto, a


forma fibrosa dos silicatos minerais pertencentes aos grupos de
rochas metamórficas das serpentinas, isto é, a crisotila (asbesto
branco), e dos anfibólios, isto é, a actinolita, a amosita (asbesto
marrom), a antofilita, a crocidolita (asbesto azul), a tremolita ou
qualquer mistura que contenha um ou vários destes minerais;

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Anexo 13 – Agentes Químicos

 Relação das atividades e operações envolvendo agentes


químicos, consideradas, insalubres em decorrência de inspeção
realizada no local de trabalho. Excluam-se desta relação as
atividades ou operações com os agentes químicos constantes
dos Anexos 11 e 12.

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Anexo 13 A – Benzeno

 O presente Anexo tem como objetivo regulamentar ações,


atribuições e procedimentos de prevenção da exposição
ocupacional ao benzeno, visando à proteção da saúde do
trabalhador, visto tratar-se de um produto comprovadamente
cancerígeno.

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Anexo 15 – Agentes Biológicos

 Relação das atividades que envolvem agentes biológicos, cuja


insalubridade é caracterizada pela avaliação qualitativa.

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