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ANATOMIA DO BAÇO
• Órgão abdominal mais vulnerável
• Vermelho escuro
• Altamente vascularizado
Volume de sangramento expressivo
• Formato de grão de café
• 80 a 300g / mão fechada
• Origem mesodérmica
Não tem muita neoplasia primária do baço, pela origem mesodérmica
• Quadrante superior esquerdo do abdome
ARTÉRIA ESPLÊNICA
Dois padrões de distribuição diferentes da artéria esplênica.
VEIA ESPLÊNICA
Se tiver hipertensão porta também vai ter hipertensão no leito esplênico
ANATOMIA
FISIOLOGIA
• Período pré-natal: órgão hematopoiético
• Pós-natal: identificação, remoção e destruição de hemácias e plaquetas antigas
• Reciclagem de ferro e globina
• Reservatório de sangue
• Órgão linfoide secundário
Em algumas doenças em que há falha da medula óssea, o baço reassume a função de órgão
hematopoiético.
Torna as bactérias mais visíveis para o sistema imune – opsonização. Enche a membrana
celular de proteínas para ficar mais fácil de o sistema imunológico enxergar.
BAÇO
ACESSÓRIO
• 10 a 15% da população
• Ligamentos gastroesplênico, gastrocólico e esplenorrenal
O órgão fica junto a esses ligamentos principalmente
• Desordens hematológicas
LIVRO: Normalmente irrelevantes, eles talvez tenham participação na recidiva
de algumas doenças hematológicas para as quais se indica a esplenectomia.
A retirada dos baços acessórios pode levar à remissão da doença nesses
pacientes.
ECTÓPICO
• Pedículo esplênico longo
Livro: O baço ectópico (baço errante) é uma situação incomum, na qual um
longo pedículo esplênico permite que o órgão se mova dentro da cavidade
peritoneal
• Abdome inferior e pelve
• Mais comum em mulheres
INDICAÇÕES DE ESPLENECTOMIA
• Hiperesplenismo
• Desordens autoimunes
• Trauma esplênico
• Doença vascular
• Tumores esplênicos primários (para diagnóstico tbm), abscessos, cistos
• Procedimentos diagnósticos
• Esplenectomia iatrogênica
• Esplenectomia incidental
HIPERESPLENISMO
• Exagero das funções esplênicas normais primariamente associadas com a polpa
vermelha
• A principal causa de citopenias é o aumento do sequestro e destruição das células
sanguíneas no baço, o qual está hipertrofiado ou aumentado de volume
• Infiltração neoplásica
• Doenças da medula óssea, o baço retorna a hematopoiese extra-medular
• Doenças genéticas metabólicas (Doença de Gaucher).
É uma síndrome, pois existem várias causas para esse conjunto de sintomas aparecerem.
SINAIS E SINTOMAS
• Desenvolvimento gradual
• Sensação de peso no quadrante superior esquerdo do abdome
• Saciedade precoce
• Desconforto
• Hematêmese (varizes gastroesofágicas)
Sintomas muito inespecíficos e vagos.
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Leucemia e linfoma
• Esferocitose hereditária
• Hemoglobinopatias com esplenomegalia
• Talassemia
• Mielofibrose
DOENÇAS NEOPLÁSICAS
LIVRO: As doenças neoplásicas nas quais a esplenectomia pode ser importante no
tratamento do hiperesplenismo são leucemia linfocítica crônica (LLC), leucemia de células
pilosas e linfoma não Hodgkin
SÍNDROME MIELODISPLÁSICA
• Grupo heterogêneo de desordens das células tronco hematopoiéticas
• Pancitopenia e displasia da medula óssea
• Pode evoluir para leucemia mieloide aguda
Não tem só depleção celular, tem invasão de fibroblastos e displasia nas células originais.
O baço passa a assumir a função hematopoiética, que era da medula óssea e muitas vezes
isso gera um hiperesplenismo.
Livro: Entre as alterações patológicas encontradas estão fibrose da medula óssea,
hematopoiese extramedular no baço e no fígado, além de reação leucoeritroblástica no
sangue, a qual, com o tempo, pode evoluir para leucemia mieloide aguda.
Indicações de esplenectomia:
• Hemólise que não responde ao tratamento clínico
• Esplenomegalia com efeito de massa
Baço de +-1,5kg-1,8kg
• Trombocitopenia ameaçadora de vida
Não é a trombocitopenia apenas, mas sim, a situação clínica do paciente ou se
ele vai passar por alguma cirurgia, por exemplo
• Hipertensão portal com varizes de esôfago (hemorragia)
Livro: Uma das raras ocasiões em que hipertensão portal pode ser curada com
esplenectomia
DESORDENS METABÓLICAS
Tratáveis com esplenectomia
• Doença de Gaucher: doença autossômica recessiva, doença lisossomal de depósito,
Judeus Ashkenazi
Grandes hepatoesplenomegalias – quando é muito grande, evolui para
necessidade de esplenectomia.
Acúmulo de lipídios no interior da polpa branca do baço.
• Síndrome de Wiskott-Aldrich: ligada ao X, trombocitopenia (baixa de plaquetas),
imunodeficiência de linfócitos T e B, eczema, propensão à malignidade
Grandes esplenomegalias
Doenças não frequentes em grande parte da população.
SARCOIDOSE
• Doença granulomatosa de origem desconhecida
• Granulomas não-caseosos
• Órgãos-alvo: pulmão, baço
DESORDENS ERITROCITÁRIAS
• Doença autoimune
• Resposta humoral contra proteínas das células sanguíneas circulantes
• Depleção primária dentro do baço
o Plaquetas
o Eritrócitos
o Neutrófilos
• Defeitos genéticos em componentes estruturais ou na hemoglobina que aumenta a
remoção de hemácias no baço reduzindo significativamente sua meia-vida.
• 3ª década de vida
• Esplenomegalia
• Anemia leve à moderada
• Icterícia
• 85% dos adultos com esferocitose hereditária: colelitíase.
LIVRO:
FUNDAMENTOS DO DIAGNÓSTICO
• Mal-estar, desconforto abdominal.
• Icterícia, anemia, esplenomegalia.
• Esferocitose, aumento da fragilidade osmótica dos glóbulos vermelhos, teste de
Coombs negativo
DESORDENS AUTOIMUNES
• Auto-anticorpos IgG contra proteínas da membrana
• Eritrócitos: anemia hemolítica autoimune (adquirida)
• Plaquetas: púrpura trombocitopênica idiopática
• Neutrófilos: síndrome de Felty
Síndrome de felty, tríade – artrite reumatoide, esplenomegalia e neutropenia
A quente é quando tem IgG grudando na membrana. Apenas a quente tem indicação de
esplenectomia, porque a fria tem o IgM e a quente tem o IgG.
• Mais comum após os 50 anos de idade
• 2x mais frequente em mulheres
• Início agudo, anemia, icterícia leve, esplenomegalia (50%) e colelitíase pigmentada
(25%)
LIVRO: A anemia hemolítica é diagnosticada quando se demonstra anemia normocítica e
normocrômica, reticulocitose (acima de 10%), hiperplasia eritroide na medula óssea e
aumento da bilirrubina indireta. O urobilinogênio pode estar muito aumentado nas fezes, mas
não há bile na urina. A haptoglobina sérica geralmente é baixa ou ausente. O teste de
Coombs direto é positivo já que as hemácias estão cobertas por imunoglobulinas ou por
complemento (ou ambos).
LIVRO:
FUNDAMENTOS DO DIAGNÓSTICO
• Petéquias, equimoses, epistaxe e hematomas fáceis.
• Ausência de esplenomegalia.
• Redução no número de plaquetas, aumento do tempo de sangramento, deficiência
na retração do coágulo, tempo de coagulação normal.
• Idiopática
Secundária:
• Desordens linfoproliferativas
• Drogas ou toxinas
• Infecção bacteriana e viral
• LES
ABSCESSO ESPLÊNICO
• Incomum
• Mortalidade: 40 a 100%
• Trauma
• Espalhamento direto ou hematogênico
• Usuários de drogas
Baixa imunidade tbm
LIVRO: Podem ser causados por implante hematogênico de bactérias de sepse remota,
como na endocardite, por disseminação direta de estruturas adjacentes infectadas, ou por
traumatismo esplênico resultando em hematoma secundariamente infectado. O abscesso
esplênico é uma complicação possível do uso de drogas por via intravenosa. Em 80% dos
casos, há um ou mais abscessos em outros órgãos além do baço, e o abscesso esplênico
ocorre como manifestação terminal de sepse não controlada em outros órgãos.
Microrganismos entéricos são isolados em mais de dois terços dos abscessos esplênicos,
com estafilococos e estreptococos não entéricos formando a maioria dos demais. Em alguns
pacientes, sepse inexplicada, aumento progressivo do baço e dor abdominal são as
manifestações de apresentação. O baço talvez não seja palpável em razão de dor e defesa
no quadrante superior esquerdo. Derrame pleural esquerdo combinado com leucocitose sem
outra explicação em paciente séptico sugere abscesso esplênico. O achado de gás no baço
na radiografia do abdome é patognomônico de abscesso esplênico, mas a TC é o exame
ideal para definir o diagnóstico.
Em sua maioria, os abscessos esplênicos se mantêm localizados lançando periodicamente
bactérias na corrente sanguínea, mas é possível haver ruptura espontânea com peritonite.
A esplenectomia é essencial para a cura, se a sepse estiver restrita ao baço. A drenagem
percutânea de abscesso volumoso, solitário e justamedular ocasionalmente é viável, mas é
associada à taxa de mortalidade extremamente alta e deve ser reservada aos pacientes
incapazes de suportar uma cirurgia.
ESPLENECTOMIA DIAGNÓSTICA
• Massa esplênica
• 60% - malignos: linfoma e carcinomas metastáticos
• 40% - benignos: cistos, hemartoma e hemangioma
• Esplenomegalia sem diagnóstico → maioria linfoma
ESPLENECTOMIA IATROGÊNICA
• Adrenalectomia e nefrectomia à esquerda
• Cirurgia anti-refluxo
• Aumenta a permanência hospitalar
• Morbidade aumenta em 40%
ESPLENECTOMIA INCIDENTAL
• Completar ressecção de órgãos adjacentes
• Remoção de tumores na porção distal do pâncreas
Remoção de corpo e cauda do pâncreas. Veia esplênica: relação íntima com
pâncreas distal.
• Remoção de câncer gástrico proximal
TÉCNICAS CIRÚRGICAS
No pré-operatório:
• Corrigir coagulopatias
• Corrigir anemia
• Tratar infecções
• Controlar desordens autoimunes
Corticosteroides no período perioperatório
• Vacinação preventiva
LIVRO: Nos casos eletivos, recomenda-se imunização profilática com vacina polivalente
antipneumococócica capaz de conferir proteção contra os microrganismos encapsulados
mais comumente isolados nas infecções pós-esplenectomia. A esplenectomia eletiva
atualmente costuma ser realizada por laparoscopia, com melhor tolerância do procedimento
e diminuição do tempo de recuperação
COMPLICAÇÕES PÓS-ESPLENECTOMIA
• Atelectasia
• Hemorragia pós-operatória
• Pancreatite
• Trombose da veia porta
Mais comum após esplenectomia por anemia hemolítica com baço massivo
• Bacteremia fulminante, sepsis fatal
Desde pós-operatório imediato, até mais de 20 anos – infecção fulminante pós
esplenectomia. O risco é maior quanto mais novo for o paciente e por isso se evita
fazer em crianças
Pneumococo, haemophylus e meningococo – faz vacina contra esses MO
LIVRO: Após esplenectomia os indivíduos se tornam mais suscetíveis à bacteremia
fulminante que foram relatadas entre uma semana e mais de 20 anos após esplenectomia.
A maior suscetibilidade resulta das seguintes alterações ocorridas com a esplenectomia: (1)
redução da eliminação de bactérias do sangue, (2) níveis mais baixos de IgM e (3) redução
da atividade de opsonização. O risco é máximo nas crianças pequenas, especialmente nos
primeiros 2 anos após a cirurgia (80% dos casos) e quando o distúrbio que determinou a
esplenectomia tenha sido uma doença do sistema reticuloendotelial. Em geral, quanto mais
jovem for o paciente submetido à esplenectomia e quanto mais grave for a doença
subjacente, maior será o risco de desenvolver infecção avassaladora pós-esplenectomia. Há
risco baixo, ainda que significativo, de infecção mesmo em adultos de resto saudáveis após
esplenectomia. Em sua maioria, essas infecções ocorrem após o primeiro ano e quase todas
ocorrem mais de 5 anos após a esplenectomia. A sepse letal é muito rara em adultos. Há
uma síndrome clínica distinta: sintomas leves e inespecíficos são seguidos por febre alta e
choque séptico, que podem levar rapidamente à morte. Streptococcus pneumoniae,
Haemophilus influenzae e meningococos são os agentes patogênicos mais comuns. A
coagulação intravascular disseminada é uma complicação comum. A preocupação com essa
complicação.