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BAÇO

ANATOMIA DO BAÇO
• Órgão abdominal mais vulnerável
• Vermelho escuro
• Altamente vascularizado
Volume de sangramento expressivo
• Formato de grão de café
• 80 a 300g / mão fechada
• Origem mesodérmica
Não tem muita neoplasia primária do baço, pela origem mesodérmica
• Quadrante superior esquerdo do abdome

• Ao nível da 8ª a 11ª costela


Não é um órgão palpável em higidez, apenas se houver algum problema
• Encontra-se entre o fundo do estômago, o diafragma, flexura esplênica do cólon e rim
esquerdo
• Pregas ou ligamentos peritoneais
• Ligamento gastroesplênico: vasos gástricos curtos
• Ligamento esplenorrenal: vasos esplênicos
No hilo o peritônio faz uma deflexão. Não tem presença(?)
• Cápsula esplênica: peritônio sobre camada fibroelástica
• Camada fibroelástica: trabéculas
• Artéria esplênica/ maior ramo do tronco Celíaco: hilo esplênico
LIVRO: A cápsula esplênica é formada por peritônio sobre uma camada fibroelástica de 1 a
2 mm contendo poucas células musculares lisas. A camada fibroelástica envia à polpa
numerosas bandas fibrosas (trabéculas) que formam a estrutura do baço.

ARTÉRIA ESPLÊNICA
Dois padrões de distribuição diferentes da artéria esplênica.

VEIA ESPLÊNICA
Se tiver hipertensão porta também vai ter hipertensão no leito esplênico

ANATOMIA

Cápsula, trabéculas, polpa branca, polpa vermelha.


No hiperesplenismo está alterada principalmente a polpa vermelha
Capilar sinusoide → oide = semelhante a; sinus = semelhante a seios (não têm parede
contínua, a região fica banhada em sangue e o sangue não fica contido no baço) – tem no
fígado tbm
LIVRO: A polpa branca é formada por tecido linfático, incluindo células T, adjacente à artéria
central (lâminas linfoides periarteriolares [PALS]), e a área circundante contém folículos
linfoides ricos em células B entremeados por células dendríticas e reticulares importantes
para a apresentação de antígenos. Os espaços vasculares da zona marginal entre as polpas
vermelha e branca levam sangue para os cordões esplênicos de Billroth e para fora aos
sinusoides associados. As estruturas vasculares da polpa vermelha têm membrana basal
não contígua que filtra células, como eritrócitos senescentes, para os sinusoides revestidos
por macrófagos

FISIOLOGIA
• Período pré-natal: órgão hematopoiético
• Pós-natal: identificação, remoção e destruição de hemácias e plaquetas antigas
• Reciclagem de ferro e globina
• Reservatório de sangue
• Órgão linfoide secundário
Em algumas doenças em que há falha da medula óssea, o baço reassume a função de órgão
hematopoiético.
Torna as bactérias mais visíveis para o sistema imune – opsonização. Enche a membrana
celular de proteínas para ficar mais fácil de o sistema imunológico enxergar.

BAÇO
ACESSÓRIO
• 10 a 15% da população
• Ligamentos gastroesplênico, gastrocólico e esplenorrenal
O órgão fica junto a esses ligamentos principalmente
• Desordens hematológicas
LIVRO: Normalmente irrelevantes, eles talvez tenham participação na recidiva
de algumas doenças hematológicas para as quais se indica a esplenectomia.
A retirada dos baços acessórios pode levar à remissão da doença nesses
pacientes.

ECTÓPICO
• Pedículo esplênico longo
Livro: O baço ectópico (baço errante) é uma situação incomum, na qual um
longo pedículo esplênico permite que o órgão se mova dentro da cavidade
peritoneal
• Abdome inferior e pelve
• Mais comum em mulheres
INDICAÇÕES DE ESPLENECTOMIA
• Hiperesplenismo
• Desordens autoimunes
• Trauma esplênico
• Doença vascular
• Tumores esplênicos primários (para diagnóstico tbm), abscessos, cistos
• Procedimentos diagnósticos
• Esplenectomia iatrogênica
• Esplenectomia incidental

HIPERESPLENISMO
• Exagero das funções esplênicas normais primariamente associadas com a polpa
vermelha
• A principal causa de citopenias é o aumento do sequestro e destruição das células
sanguíneas no baço, o qual está hipertrofiado ou aumentado de volume
• Infiltração neoplásica
• Doenças da medula óssea, o baço retorna a hematopoiese extra-medular
• Doenças genéticas metabólicas (Doença de Gaucher).
É uma síndrome, pois existem várias causas para esse conjunto de sintomas aparecerem.

LIVRO: O hiperesplenismo é caracterizado por aumento difuso do baço em razão de


distúrbios neoplásicos, doenças hematopoiéticas da medula óssea e distúrbios metabólicos
ou de armazenamento. Esses diversos processos patológicos resultam em aumento difuso
do baço e amplificação de sua função normal de eliminação de células sanguíneas
circulantes resultando em pancitopenia. Eritrócitos e plaquetas são mais comumente
afetados. O hiperesplenismo também pode causar saciedade precoce em razão do tamanho
do baço.

SINAIS E SINTOMAS
• Desenvolvimento gradual
• Sensação de peso no quadrante superior esquerdo do abdome
• Saciedade precoce
• Desconforto
• Hematêmese (varizes gastroesofágicas)
Sintomas muito inespecíficos e vagos.

• Anemia: produz fadiga, que é a principal queixa da população


• Infecções recorrentes
Não faz opsonização de bactérias, não tem reserva adequada dos linfócitos
Principalmente bactérias encapsuladas, principais: Haemophylus influenza,
Pneumococo (Streptococcus pneumoniae), Neisseria miningitidis
• Sangramento de mucosa, manchas arroxeadas – menos comuns

• Pancitopenia (hemácias, plaquetas e leucócitos em número reduzido)


• Hiperplasia da medula óssea compensatória: reticulócitos no sangue periférico
• Alteração da percussão no quadrante superior esquerdo do abdome
Às vezes não está palpável o baço e a região perde o timpanismo e começa a
ficar maciço no espaço de Traube

• Radiografia do abdome, posição supina


• Tomografia do abdome

DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
• Leucemia e linfoma
• Esferocitose hereditária
• Hemoglobinopatias com esplenomegalia
• Talassemia
• Mielofibrose

DOENÇAS NEOPLÁSICAS
LIVRO: As doenças neoplásicas nas quais a esplenectomia pode ser importante no
tratamento do hiperesplenismo são leucemia linfocítica crônica (LLC), leucemia de células
pilosas e linfoma não Hodgkin

LEUCEMIA LINFOCÍTICA CRÔNICA


• Neoplasia de baixo grau dos linfócitos B
Não tem proliferação muito rápida
Livro: acúmulo das populações de linfócitos morfologicamente maduros, mas
funcionalmente incompetentes
• Idosos
• Indolente inicialmente
• Casos avançados: esplenomegalia maciça
Tratamento é por quimioterapia. Só se faz esplenectomia se for maciça: baço
muito aumentado, causando pancitopenia muito grave.
Livro: A maioria dos sintomas relacionados com o baço é causada por
trombocitopenia e por anemia em razão do hiperesplenismo secundário. Nos
pacientes com LLC, a esplenectomia corrige a trombocitopenia em 70 a 85%
dos casos, a neutropenia em 60 a 70% e a anemia em 50 a 60%. Os indivíduos
que não se apresentam em boas clínicas não devem ser submetidos à
esplenectomia, considerando que os pacientes em estágio terminal
apresentam morbidade cirúrgica inaceitável.

LEUCEMIA DE CÉLULAS CABELUDAS


• Doença linfoproliferativa de baixo grau
Livro: linfócitos B com protrusões citoplasmáticas irregulares positivas para
reação fosfatase ácida com tartarato – com infiltração da medula óssea e do
baço
• Homens
• 5ª e 6ª década
• Citopenias: infiltração da medula óssea e hiperesplenismo secundário
Livro: Os sintomas relacionam-se à pancitopenia, com anemia que requer
transfusões, e à neutropenia, caracterizada por aumento da suscetibilidade a
infecções e aumento da tendência a sangramentos
• Quimioterapia / farmacoterapia
LIVRO: Jamais foi comprovado que a esplenectomia ofereça benefício de
sobrevida nesta doença indolente, e a cirurgia deve ser reservada à paliação
em caso de esplenomegalia em pacientes que não tenham tido sucesso com o
tratamento farmacológico

SÍNDROME MIELODISPLÁSICA
• Grupo heterogêneo de desordens das células tronco hematopoiéticas
• Pancitopenia e displasia da medula óssea
• Pode evoluir para leucemia mieloide aguda
Não tem só depleção celular, tem invasão de fibroblastos e displasia nas células originais.
O baço passa a assumir a função hematopoiética, que era da medula óssea e muitas vezes
isso gera um hiperesplenismo.
Livro: Entre as alterações patológicas encontradas estão fibrose da medula óssea,
hematopoiese extramedular no baço e no fígado, além de reação leucoeritroblástica no
sangue, a qual, com o tempo, pode evoluir para leucemia mieloide aguda.

• Anemia: fraqueza, fadiga, dispneia


• Esplenomegalia: peso e dor abdominal

Indicações de esplenectomia:
• Hemólise que não responde ao tratamento clínico
• Esplenomegalia com efeito de massa
Baço de +-1,5kg-1,8kg
• Trombocitopenia ameaçadora de vida
Não é a trombocitopenia apenas, mas sim, a situação clínica do paciente ou se
ele vai passar por alguma cirurgia, por exemplo
• Hipertensão portal com varizes de esôfago (hemorragia)
Livro: Uma das raras ocasiões em que hipertensão portal pode ser curada com
esplenectomia

DESORDENS METABÓLICAS
Tratáveis com esplenectomia
• Doença de Gaucher: doença autossômica recessiva, doença lisossomal de depósito,
Judeus Ashkenazi
Grandes hepatoesplenomegalias – quando é muito grande, evolui para
necessidade de esplenectomia.
Acúmulo de lipídios no interior da polpa branca do baço.
• Síndrome de Wiskott-Aldrich: ligada ao X, trombocitopenia (baixa de plaquetas),
imunodeficiência de linfócitos T e B, eczema, propensão à malignidade
Grandes esplenomegalias
Doenças não frequentes em grande parte da população.

SARCOIDOSE
• Doença granulomatosa de origem desconhecida
• Granulomas não-caseosos
• Órgãos-alvo: pulmão, baço

DESORDENS ERITROCITÁRIAS
• Doença autoimune
• Resposta humoral contra proteínas das células sanguíneas circulantes
• Depleção primária dentro do baço
o Plaquetas
o Eritrócitos
o Neutrófilos
• Defeitos genéticos em componentes estruturais ou na hemoglobina que aumenta a
remoção de hemácias no baço reduzindo significativamente sua meia-vida.

Livro: Nesta categoria de doença, em geral não há qualquer anormalidade intrínseca do


baço, ao contrário do hiperesplenismo, no qual o baço é primariamente infiltrado por
neoplasia ou por produtos armazenados e produz citopenias em razão do aumento no
volume de tecido esplênico. Nas doenças autoimunes, há uma reação humoral com
anticorpos contra proteínas das células no sangue circulante, resultando em depleção,
principalmente no interior do baço. Os distúrbios dos eritrócitos são defeitos genéticos em
componentes estruturais ou na hemoglobina, que aumentam a eliminação dos glóbulos
vermelhos no baço, causando redução significativa da meia-vida dos eritrócitos

Qual doença tem indicação absoluta de esplenectomia? Esferose hereditária!!!!!


ESFEROSE HEREDITÁRIA
Em vez de a hemácia ser bicôncava, fica circular (em forma de esfera). Vai haver hemólise
no baço (quando passa pelos capilares)
• Anemia hemolítica congênita
• Mais comum
• Autossômica dominante
• Hemólise ocorre dentro do baço: mudança na estrutura da membrana celular.
Portanto só ocorre hemólise em pacientes que ainda têm baço.

• 3ª década de vida
• Esplenomegalia
• Anemia leve à moderada
• Icterícia
• 85% dos adultos com esferocitose hereditária: colelitíase.

• Colelitíase na criança: pesquisar esferocitose hereditária


• Úlceras crônicas de membros inferiores sem doença venosa periférica

• Tratamento: esplenectomia nas crianças acima de 6 anos e adultos


Antes dos 6 anos uma criança pode ter uma infecção e dificultar o pós-operatório

LIVRO:
FUNDAMENTOS DO DIAGNÓSTICO
• Mal-estar, desconforto abdominal.
• Icterícia, anemia, esplenomegalia.
• Esferocitose, aumento da fragilidade osmótica dos glóbulos vermelhos, teste de
Coombs negativo

A esplenectomia é o único tratamento para a esferocitose hereditária e está indicada quando


a anemia está plenamente compensada e o paciente está assintomático. Quanto mais tempo
o processo hemolítico persiste, maior o risco potencial de complicações, como crise
hipoplásica e colelitíase. Na cirurgia, a vesícula biliar deve ser inspecionada buscando por
cálculos e deve-se investigar se há baço acessório. Quando há colelitíase associada, deve-
se proceder à colecistectomia junto com a esplenectomia. Exceto quando as manifestações
clínicas forem graves, a esplenectomia deve ser postergada nas crianças até 6 anos de
idade, a fim de evitar o risco de infecção causada por perda da função reticuloendotelial.
Para as crianças com menos de 5 anos com doença grave e necessidade de muitas
transfusões, a esplenectomia parcial (80%) pode corrigir os sintomas ao mesmo tempo em
que mantém as funções imunes normais do baço.
A esplenectomia cura a anemia e a icterícia em todos os pacientes.

DESORDENS AUTOIMUNES
• Auto-anticorpos IgG contra proteínas da membrana
• Eritrócitos: anemia hemolítica autoimune (adquirida)
• Plaquetas: púrpura trombocitopênica idiopática
• Neutrófilos: síndrome de Felty
Síndrome de felty, tríade – artrite reumatoide, esplenomegalia e neutropenia

ANEMIA HEMOLÍTICA ADQUIRIDA


LIVRO:
FUNDAMENTOS DO DIAGNÓSTICO
• Fadiga, palidez, icterícia.
• Esplenomegalia.
• Anemia persistente e reticulocitose

• Classificação: quente ou fria, temperatura de reação do autoanticorpo com a


superfície das hemácias
• Autoanticorpos quentes: esplenectomia

• Anticorpo IgG: diretamente contra o locus Rh das hemácias.


Coombs positivo (na maioria)
• 40-50% idiopáticas.
• Secundária:
o Exposição a drogas (penicilina, Metildopa, cimetidina).
o Doenças do tecido conectivo
(LES, artrite reumatoide)
o Desordens linfoproliferativas

A quente é quando tem IgG grudando na membrana. Apenas a quente tem indicação de
esplenectomia, porque a fria tem o IgM e a quente tem o IgG.
• Mais comum após os 50 anos de idade
• 2x mais frequente em mulheres
• Início agudo, anemia, icterícia leve, esplenomegalia (50%) e colelitíase pigmentada
(25%)
LIVRO: A anemia hemolítica é diagnosticada quando se demonstra anemia normocítica e
normocrômica, reticulocitose (acima de 10%), hiperplasia eritroide na medula óssea e
aumento da bilirrubina indireta. O urobilinogênio pode estar muito aumentado nas fezes, mas
não há bile na urina. A haptoglobina sérica geralmente é baixa ou ausente. O teste de
Coombs direto é positivo já que as hemácias estão cobertas por imunoglobulinas ou por
complemento (ou ambos).

• Tratar doenças associadas.


• Não usar as drogas que causaram o início da doença.
• Corticoide
• Rituximabe – anticorpo monoclonal
• Esplenectomia
Metade é idiopática e a outra metade pode ser por medicamentos, LES, etc.
LIVRO: Indica-se esplenectomia para os pacientes com hemólise por anticorpos quentes
que não respondam a 4 a 6 semanas de terapia com dose alta de corticosteroide, para os
pacientes que sofram recidiva após resposta inicial quando o corticosteroide é suspenso e
para os pacientes em que a terapia com corticosteroides esteja contraindicada (p. ex.,
aqueles com tuberculose pulmonar ativa). Os pacientes que requeiram tratamento crônico
com dose alta de corticosteroide também devem ser considerados para esplenectomia, já
que os riscos da administração desses medicamentos em longo prazo são substanciais.
A esplenectomia é efetiva porque retira o principal local de destruição dos glóbulos
vermelhos.

PÚRPURA TROMBOCITOPÊNICA IMUNE (púrpura trombocitopênica idiopática)


• Síndrome hemorrágica
• Aguda ou crônica
• Plaquetopenia
• Megacariócitos abundantes na medula
(produzem plaquetas)
• Redução do tempo de vida das plaquetas circulantes

LIVRO:
FUNDAMENTOS DO DIAGNÓSTICO
• Petéquias, equimoses, epistaxe e hematomas fáceis.
• Ausência de esplenomegalia.
• Redução no número de plaquetas, aumento do tempo de sangramento, deficiência
na retração do coágulo, tempo de coagulação normal.

• Idiopática
Secundária:
• Desordens linfoproliferativas
• Drogas ou toxinas
• Infecção bacteriana e viral
• LES

Lugar para pesquisa de petéquias: palato mole e úvea

DOENÇAS VASCULARES DO BAÇO


LIVRO: As doenças vasculares do baço tratadas com esplenectomia podem ocorrer tanto
no influxo arterial quanto no efluxo venoso.

TROMBOSE DE VEIA ESPLÊNICA


Causas:
• Pancreatite aguda ou crônica
• Pseudocisto do corpo ou cauda do pâncreas
• Úlcera gástrica posterior
• Extensão direta de carcinoma do pâncreas ou estômago

• Hemorragia gastrointestinal superior


LIVRO: O paciente com trombose da veia esplênica se apresenta com hemorragia
gastrintestinal alta causada por varizes gástricas isoladas. Com a obstrução da veia
esplênica, o efluxo de sangue vindo do baço é deslocado para as pequenas veias
gástricas que são as colaterais remanescentes. Essas veias sofrem dilatação e se
tornam varizes principalmente no fundo gástrico, resultando em sangramento em 15
a 20% dos pacientes.
A esplenectomia é curativa nos pacientes com trombose da veia esplênica

ABSCESSO ESPLÊNICO
• Incomum
• Mortalidade: 40 a 100%
• Trauma
• Espalhamento direto ou hematogênico
• Usuários de drogas
Baixa imunidade tbm

LIVRO: Podem ser causados por implante hematogênico de bactérias de sepse remota,
como na endocardite, por disseminação direta de estruturas adjacentes infectadas, ou por
traumatismo esplênico resultando em hematoma secundariamente infectado. O abscesso
esplênico é uma complicação possível do uso de drogas por via intravenosa. Em 80% dos
casos, há um ou mais abscessos em outros órgãos além do baço, e o abscesso esplênico
ocorre como manifestação terminal de sepse não controlada em outros órgãos.
Microrganismos entéricos são isolados em mais de dois terços dos abscessos esplênicos,
com estafilococos e estreptococos não entéricos formando a maioria dos demais. Em alguns
pacientes, sepse inexplicada, aumento progressivo do baço e dor abdominal são as
manifestações de apresentação. O baço talvez não seja palpável em razão de dor e defesa
no quadrante superior esquerdo. Derrame pleural esquerdo combinado com leucocitose sem
outra explicação em paciente séptico sugere abscesso esplênico. O achado de gás no baço
na radiografia do abdome é patognomônico de abscesso esplênico, mas a TC é o exame
ideal para definir o diagnóstico.
Em sua maioria, os abscessos esplênicos se mantêm localizados lançando periodicamente
bactérias na corrente sanguínea, mas é possível haver ruptura espontânea com peritonite.
A esplenectomia é essencial para a cura, se a sepse estiver restrita ao baço. A drenagem
percutânea de abscesso volumoso, solitário e justamedular ocasionalmente é viável, mas é
associada à taxa de mortalidade extremamente alta e deve ser reservada aos pacientes
incapazes de suportar uma cirurgia.

ESPLENECTOMIA DIAGNÓSTICA
• Massa esplênica
• 60% - malignos: linfoma e carcinomas metastáticos
• 40% - benignos: cistos, hemartoma e hemangioma
• Esplenomegalia sem diagnóstico → maioria linfoma

ESPLENECTOMIA IATROGÊNICA
• Adrenalectomia e nefrectomia à esquerda
• Cirurgia anti-refluxo
• Aumenta a permanência hospitalar
• Morbidade aumenta em 40%

ESPLENECTOMIA INCIDENTAL
• Completar ressecção de órgãos adjacentes
• Remoção de tumores na porção distal do pâncreas
Remoção de corpo e cauda do pâncreas. Veia esplênica: relação íntima com
pâncreas distal.
• Remoção de câncer gástrico proximal

TÉCNICAS CIRÚRGICAS
No pré-operatório:
• Corrigir coagulopatias
• Corrigir anemia
• Tratar infecções
• Controlar desordens autoimunes
Corticosteroides no período perioperatório
• Vacinação preventiva

• Corrigir volemia na esplenectomia de urgência

LIVRO: Nos casos eletivos, recomenda-se imunização profilática com vacina polivalente
antipneumococócica capaz de conferir proteção contra os microrganismos encapsulados
mais comumente isolados nas infecções pós-esplenectomia. A esplenectomia eletiva
atualmente costuma ser realizada por laparoscopia, com melhor tolerância do procedimento
e diminuição do tempo de recuperação

EFEITOS HEMATOLÓGICOS pós-esplenectomia


• Inclusões citoplasmáticas nas hemácias: corpos de Heinz, Howell-Jolly, siderócitos
Não precisa saber
• Trombocitose

COMPLICAÇÕES PÓS-ESPLENECTOMIA
• Atelectasia
• Hemorragia pós-operatória
• Pancreatite
• Trombose da veia porta
Mais comum após esplenectomia por anemia hemolítica com baço massivo
• Bacteremia fulminante, sepsis fatal
Desde pós-operatório imediato, até mais de 20 anos – infecção fulminante pós
esplenectomia. O risco é maior quanto mais novo for o paciente e por isso se evita
fazer em crianças
Pneumococo, haemophylus e meningococo – faz vacina contra esses MO
LIVRO: Após esplenectomia os indivíduos se tornam mais suscetíveis à bacteremia
fulminante que foram relatadas entre uma semana e mais de 20 anos após esplenectomia.
A maior suscetibilidade resulta das seguintes alterações ocorridas com a esplenectomia: (1)
redução da eliminação de bactérias do sangue, (2) níveis mais baixos de IgM e (3) redução
da atividade de opsonização. O risco é máximo nas crianças pequenas, especialmente nos
primeiros 2 anos após a cirurgia (80% dos casos) e quando o distúrbio que determinou a
esplenectomia tenha sido uma doença do sistema reticuloendotelial. Em geral, quanto mais
jovem for o paciente submetido à esplenectomia e quanto mais grave for a doença
subjacente, maior será o risco de desenvolver infecção avassaladora pós-esplenectomia. Há
risco baixo, ainda que significativo, de infecção mesmo em adultos de resto saudáveis após
esplenectomia. Em sua maioria, essas infecções ocorrem após o primeiro ano e quase todas
ocorrem mais de 5 anos após a esplenectomia. A sepse letal é muito rara em adultos. Há
uma síndrome clínica distinta: sintomas leves e inespecíficos são seguidos por febre alta e
choque séptico, que podem levar rapidamente à morte. Streptococcus pneumoniae,
Haemophilus influenzae e meningococos são os agentes patogênicos mais comuns. A
coagulação intravascular disseminada é uma complicação comum. A preocupação com essa
complicação.

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