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IT - Instrução Técnica: nº 66

Produção de asfalto modificado


“in situ”
(Tipo Field Blend)

Governo do Estado do Rio de Janeiro


Secretaria de Obras do Estado do Rio de Janeiro
Fundação Departamento de Estradas e Rodagens do Estado do Rio de Janeiro

03/0821/09/2015
IT - I NSTRUÇÃO T ÉCNICA : Nº 66

PRODUÇÃO DE ASFALTO MODIFICADO IN SITU (T IPO F IELD BLEND )

Sumário

1 INTRODUÇÃO 1

2 OBJETIVO 2

3 CAMPOS DE APLICAÇÃO 3

4 DEFINIÇÕES 4

4.1 CIMENTO ASFÁLTICO DE PETRÓLEO (CAP) 4


4.2 ALTA VISCOSIDADE ( ) 4
4.3 ASFALTO BORRACHA “IN SITU” 5
4.4 COMPOSIÇÃO DO LIGANTE 6
4.5 TERMINAL BLEND 7
4.6 GRANULADOS DE BORRACHA 8

5 FORMULAÇÃO PARA PRODUÇÃO DO LIGANTE MODIFICADO 9

5.1 LIGANTE ASFÁLTICO COM GRANULADO DE BORRACHA 9


5.2 CARACTERÍSTICAS BÁSICAS DO LIGANTE MODIFICADO 10
5.3 RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS PARA O LIGANTE MODIFICADO COM GRANULADOS DE BORRACHA 10

6 MATERIAIS 11

6.1 GRANULADO DE BORRACHA 11


6.2 BORRACHA REAGIDA E ADITIVADA 11

7 PROCESSO EXECUTIVO 12

7.1 LIGANTE MODIFICADO 12


7.1.1 PRODUÇÃO DA MASSA ASFÁLTICA MODIFICADA 12
7.1.2 PROCEDIMENTOS NÃO RECOMENDADOS 14

8 CONDICIONANTES DE SEGURANÇA 16

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8.1 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL 16


8.1.1 CAPACETE 16
8.1.2 ÓCULOS DE PROTEÇÃO OU VISEIRA 17
8.1.3 PROTETOR AURICULAR 18
8.1.4 BOTAS DE SEGURANÇA 19
8.1.5 VESTIMENTA ANTICHAMA 20
8.1.6 LUVAS 21
8.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA 24
8.3 PLACAS E AVISOS 25
8.4 ATENDIMENTO A NORMA REGULAMENTADORA NR-18 26
8.5 PROCEDIMENTOS DE SEGURANÇA E GERENCIAMENTO DE RISCOS 27
8.5.1 ANÁLISE PRELIMINAR DE RISCOS 27
8.5.2 PERMISSÃO DE TRABALHO DE RISCO 28

9 CONTROLE DE QUALIDADE 29

9.1 ASFALTO BORRACHA 29


9.2 INSUMOS 29
9.3 CONTROLE DE TEMPERATURA 30

10 CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO 31

11 PENALIZAÇÕES 32

12 METODOLOGIA PARA ORÇAMENTO DO ASFALTO BORRACHA 34

13 TANQUE DE ARMAZENAMENTO 35

14 DISPOSIÇÕES FINAIS 36

15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 37

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1 INTRODUÇÃO

O presente documento, denominado Instrução Técnica n° 66, objetiva


orientar sobre procedimentos de mistura, materiais e equipamentos empregados
na produção de Ligante Asfáltico (Cimento Asfáltico de Petróleo – CAP)
modificado com granulado de borracha ou polímeros, e classificado pelo Grau de
Performance (Grau PG), conforme especificado na Instrução Técnica nº 65.

O principal fator de comprometimento de um ligante é a velocidade com


que perde a qualidade exigida pelo PG, no período de estocagem em tanque de
asfalto na usina e quando submetido à temperatura de mistura.

O desafio é obter um ligante de qualidade durante a produção de massa


asfáltica na usina. Como garantir o grau de Performance deste CAP? Quais são
os métodos de produção mais eficazes de um ligante modificado?

O presente documento detalha solução já testada, desenvolvida e


adotada com comprovada eficácia em países da Europa e nos Estados Unidos.
Adequando às condições locais, são definidos requisitos técnicos relativos aos
materiais, equipamentos, à execução, ao controle de qualidade, aos critérios de
aceitação, orçamento, medição, pagamento dos serviços e orientações sobre a
fabricação de ligantes modificados de asfalto-borracha produzido “in situ” (tipo
Field Blend).

Esta Instrução Técnica segue às determinações do Decreto nº 43.086, de


18 julho 2011, publicado no Diário Oficial em 19/7/2011 pelo Governo do Estado
do Rio de Janeiro, às recomendações da ASTM, da Rubber Pavements
Association (RPA), do Arizona Departament of Transportation - EUA (ADOT) RAF,
e à Instruções Técnicas anteriores do DER-RJ.

Os resultados de performance dos produtos aqui considerados foram


comprovados por testes com simulador de tráfego na rodovia RJ-122.

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2 OBJETIVO

A presente Instrução Técnica de serviço, a ser adotada de forma


imperativa no Estado do Rio de Janeiro, estabelece que a produção de ligantes
modificados com granulados de borracha - polímeros em obra “in situ - seja
utilizada tanto pelo DER-RJ, quanto por seus contratados.

Os ligantes a serem incorporados em misturas de granulometria


uniformes oferecem não somente melhores condições de produção e de
segurança aos usuários, como também representam cuidado com o meio
ambiente, otimizando a relação benefício/custo.

Cabe ao DER-RJ e/ou seus contratados a obrigação de adquirir CAP


comum com sendo classificado no PG(6454,-10),S), ou seja, com os respectivos
padrões de qualidade das instruções padronizadas por penetração. O produto a
ser acondicionado em tanque apropriado na usina de asfalto, deverá ser adquirido
de Distribuidor autorizado pela ANP ou Órgão equivalente, antes do início do
processo de modificação em obra.

A partir do tanque de asfalto da usina, o processo de elaboração do CAP


modificado para incorporações nas misturas é de única competência e
responsabilidade dos executores da obra, dos seus projetistas, do Órgão
contratante e das empresas de supervisão, dentro dos limites das respectivas
competências, passando a ser avaliado pela sua capacidade elástica definindo o
seu padrão de desempenho.

É importante ressaltar que, ao final de um dia de produção de massa


asfáltica, não se tenha estoques de ligantes modificados nos tanques. Sendo
assim, estritamente necessária a compatibilização da produção do ligante
modificado “in situ” com a da usina de asfalto.

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3 CAMPOS DE APLICAÇÃO

Esta Instrução Técnica define a sistemática a ser empregada na execução


de asfalto modificado com granulado de pneus, com adição de granulado de
borracha ou polímeros, misturados “in situ” ao CAP (tipo Field Blend); isto é, junto
à usina de asfalto.

Também são estabelecidos nesta IT os seguintes itens para a produção


do ligante em obra:

 Procedimentos empregados na escolha dos materiais;

 Execução da aplicação e seleção do ligante, orçamento e medição;

 Controle de qualidade em conformidade com as especificações e


referências Técnicas Internacionais da RPA, da ASTM e do Estado
do Rio de Janeiro, desenvolvidas pelo DER-RJ, em vigência.

Estabelece ainda a metodologia de produção a ser empregada pelo DER-


RJ e respectivos contratados, na produção de ligante modificado em obra, com
incorporação de granulados de borracha ou polímeros em geral, atendendo às
especificações de desempenho definidas por trechos de rodovias; e fornecendo
ligante modificado para revestimentos asfálticos com coeficientes estruturais
superiores aos tradicionais.

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4 DEFINIÇÕES

Para efeito desta Instrução Técnica aplicam-se os seguintes termos e


definições:

4.1 Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP)

Define-se por Cimento Asfáltico de Petróleo (CAP) ou ligante asfáltico (ou


simplesmente, asfalto), o material líquido a 170°C de baixa viscosidade, sem
aditivo ou agentes modificadores, que exerce as funções de ligante, semissólido
à baixas temperaturas, visco elástico à temperatura ambiente e líquido à altas
temperaturas.

O CAP deverá estar enquadrado nos limites estabelecidos pela Agência


Nacional de Petróleo (ANP) no pelo ensaio de Penetração através dos limites
entre 30/45 e 50/70 ou PG(64,-10),S) e/ou valores definidos pelos ensaios da
ASTM. Este produto somente será vendido; transportado e colocado em tanque
apropriado na usina de asfalto pelos distribuidores autorizados pela ANP, até onde
é competência e responsabilidade da agência reguladora.

O ligante asfáltico é classificado pela Instrução Técnica nº65:


Determinação do Grau de Performance dos Ligantes Asfálticos através do Grau
de Performance (Grau PG).

4.2 Alta Viscosidade ( )

Denomina faixa de alta viscosidade compreendida entre ≤ ≤


(Centipoises), a temperatura constante de 175º C (Cento e setenta e
cinco graus Celsius).

A viscosidade deverá ser medida por amostra retirada do Tanque de


Reação em Obra, antes do início da produção da massa asfáltica, medida pelo
ensaio de Haake VT-04 a 175ºC.

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Para CAP 30/45 e para CAP 50/70, misturados sempre com mais de 18%
de granulado de borracha, a viscosidade deverá ser superior a 2.500 cP, a
temperatura de 175º C, caracterizando um ligante de alta viscosidade para os
padrões do DER-RJ, da RPA e da ASTM. Para adição de polímeros, a viscosidade
é definida pelo projetista.

Em casos de não conformidade com a definição de alta viscosidade no


início da produção do ligante modificado, caberá à fiscalização da obra autorizar
o início da produção da massa, sendo obrigatória, após este início, a execução do
ensaio de Ponto de Amolecimento, cujo limite será especificado posteriormente
nesta IT.

4.3 Asfalto Borracha “in situ”

Asfalto Borracha “in situ” é o produto final da mistura do CAP com


granulados de borracha, em estado líquido, adicionados “in situ” na obra,
atendendo às especificações físicas da ASTM D6114 e classificado pelo Grau PG,
conforme especificado na IT n°65.

É caracterizado pela incorporação química e física do CAP com


granulados de borracha (em estado líquido), resultando, ao término da reação, em
um produto pastoso, heterogêneo, de alta viscosidade e com a fusão entre betume
e borracha.

Os granulados de borracha podem ser de diferentes tipos de pneus, de


parte com borracha natural adicionada ao pneu moído, ou de granulados de
borracha de pneus já previamente reagidos e aditivados, onde o granulado se
incorpora quimicamente com o Ligante Asfáltico.

Para ser definido como BMB, o ligante deverá obedecer obrigatoriamente


a todas as especificações desta IT tendo como base os seguintes pontos:

 O novo ligante modificado deverá ser de alta viscosidade.


Ressalta-se a definição de alta viscosidade como valores superiores

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ou iguais a 2.500 cP (Dois mil e quinhentos centipoises) a 175º C


(cento e setenta e cinco graus Celsius);

 O novo ligante tem condições de trabalhabilidade nos termos da


ASTM D6114 e classificados pelo Grau PG, definido na IT n°65;

 O percentual na mistura de Granulado de Borracha, quando utilizado


na produção “in situ”, será obrigatoriamente superior a 18% (dezoito
por cento) em peso, sem adição de óleos, xistos e nem de
estabilizadores de ligante;

 Os granulados de borracha serão definidos ao longo desta instrução;

 No caso de borrachas reagidas e aditivadas, o percentual


recomendável por esta norma será, no mínimo, igual ou superior a
20% (vinte por cento) em peso. A produção da borracha reagida e
modificada é feita em uma unidade industrial, a parte da obra. A
mistura com o ligante é introduzida com a pedra no Pugmil da usina
“in situ”;

 Os granulados de borracha reagida e aditivada estão definidos na IT


n°65;

 A fusão das partículas de borracha, em estado líquido, com ligante


asfáltico, tem como resultado um produto pastoso, homogêneo em
95% do seu volume e heterogêneo somente nos 5% restantes.

4.4 Composição do Ligante

O Grau de Performance (Grau PG) define as características que um


ligante asfáltico deve ter no momento da produção da massa asfáltica dentro do
Pugmil (Misturador) da Usina Gravimétrica, conforme especificado pela Instrução
Técnica n°65. É importante destacar que não existe relação biunívoca entre o
Grau PG e a atual classificação dos ligantes pelo ensaio de penetração.

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O PG define os valores limites, calculados por fórmula apropriada, a partir


das variáveis abaixo definidas e na Instrução Técnica nº65, tais como:

 Temperaturas médias máximas e mínimas de uma região de projeto;

 Volume de tráfego;

 Velocidade do tráfego;

 Capacidade elástica do ligante modificado de retornar a forma inicial


após submetido a carga padrão;

 Número N, que define a quantidade de equivalentes de carga padrão


(eixo padrão) que trafegam na estrada, em determinado número de
anos.

Desta forma, o ligante modificado “in situ” deverá manter as


características de projeto, como elasticidade e ductilidade dentro do tanque de
reação. Reitera-se que, em uma rodovia, pode-se ter mais de um Grau PG.

4.5 Terminal Blend

Terminal Blend é a determinação dada aos ligantes modificados com


polímero ou granulados de borracha com boas propriedades, produzido em
refinaria ou em unidades terminais, com as seguintes características:

 Baixa viscosidade ( ≤ a 175º C);

 Não atende aos limites estabelecidos em diversas propriedades


definidas pela ASTM D6114, nem na IT n°65, para graus GP
intermediários ou elevados;

 Terminal Blend é diferente tecnicamente do material denominado de


asfalto borracha nesta norma. Não atende a classificação de
“asfalto borracha” definido nesta instrução;

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 Atualmente, é produzido em refinarias, mas também poderá ser


produzido na obra.

4.6 Granulados de Borracha

São grãos de borracha os que estão enquadrados na faixa granulométrica


definida posteriormente nesta Instrução Técnica; com menos de 3% de fibras, sem
aço. Quando houver uso de borrachas reagidas e aditivadas, a granulometria está
definida na Instrução Técnica n°65.

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5 FORMULAÇÃO PARA PRODUÇÃO DO LIGANTE


MODIFICADO
5.1 Ligante Asfáltico com Granulado de Borracha

O ligante asfáltico modificado com granulado de borracha deverá,


necessariamente, por razões técnicas, ser produzido “in situ”, em usina de
asfalto, seguindo as diretrizes do decreto Governamental nº 43.086, de 18 julho
2011, e conforme a definição 4.3 desta Instrução.

O Ligante asfáltico convencional (30/45 ou 50/70 – PG(64,-10),S)) será


modificado com granulados de borracha de acordo com a classificação do Grau
PG e deverá apresentar as seguintes características:

 Quantidade de granulado de borracha puro superior a 20% em peso;

 Quantidades de granulados de borracha reagido ou aditivado será


superior a 20% em peso;

 A borracha não pode sofrer o processo de vulcanização por


estocagem. A mistura modificada não pode ficar no tanque por mais
de 4 (quatro) horas.

 A viscosidade, medida pelo aparelho Haake VT-04, deverá ser


superior a 2.500 cP, a 175º C, antes do início da produção da massa
asfáltica “in situ”;

 A temperatura do ligante na saída do tanque deverá estar entre


185ºC a 195ºC;

 Quando forem utilizados granulados de borracha reagidos e


aditivados, injetados diretamente no Pugmil, fica dispensado o uso
do teste de viscosidade.

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5.2 Características Básicas do Ligante Modificado

Tabela 1 Características do Ligante Modificado in situ.

Característica Básicas do BMB para o Limite Limite


Ensaios
CAP 30/45 ou 50/70 Inferior Superior
DNER-ME 003/94
Penetração, 100g, 5 segundos, 25° C, 0,1 mm 15 -
ASTM D5
DNER-ME148/94 Ponto de fulgor, em graus Celsius - 220º C
DNIT 131/10-ME
Ponto de amolecimento, em graus Celsius 70º C -
ASTM D36
Viscosidade Brookfield a 175 °C, em
ASTM-2196/99 2500 cP 6500 cP
Centipoises
ASTM-D 5329 Resiliência, em porcentagem 30% -

Qualquer variação de limites ficará a cargo do projetista da massa e


deverá ser aprovado pela Fiscalização.

São predominantes os ensaios para asfalto borracha que estão


enquadrados nas recomendações da Associação Americana de Asfalto Borracha
(RPA-USA)

5.3 Recomendações Técnicas para o Ligante Modificado com


granulados de borracha
O ligante será enquadrado na classificação pelo Grau PG (de acordo com
a IT n°65), e segundo as características da rodovia.

O ligante já incorporado por granulados de borracha não deve ser


estocado por mais de quatro horas.

É obrigatório realizar o ensaio de Ponto de Fulgor no ligante asfáltico


(CAP) comum. São recomendados ainda a realização de ensaios de Ponto de
Amolecimento, com amostras obtidas diretamente dos tanques de produção ou
de estoque do material; coletadas no topo e no fundo dos mesmos. A diferença
entre os resultados obtidos deve ser de no máximo 2°C.

Casos omitidos ficarão a cargo da Fiscalização.

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6 MATERIAIS

Por esta norma, todos os materiais utilizados devem satisfazer as


especificações técnicas pertinentes.

6.1 Granulado de Borracha

O granulado de borracha deverá ser proveniente de pneumáticos


triturados, na proporção definida pelo Grau PG, devendo atender a seguinte faixa
granulométrica:

Tabela 2 Faixa Granulométrica do Granulado de Borracha (Fonte: ADOT)

Abertura Percentual Passando Tipo A Percentual Passando Tipo B


2.36 mm 100 -
2.00 mm 95-100 100
1.18 mm 0-10 65-100
600 µm - 20-100
300 µm - 0-45
75 µm - 0-5

6.2 Borracha Reagida e Aditivada

As borrachas reagidas e aditivadas têm granulometria definida de acordo


com a IT n°65.

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7 PROCESSO EXECUTIVO

7.1 Ligante modificado

Os seguintes aspectos de natureza operacional devem ser considerados


no processo de fabricação “in situ”, a fim de obter o ligante asfáltico modificado
por meio da incorporação de granulado de borracha.

7.1.1 Produção da massa asfáltica modificada

Na produção do asfalto borracha ou com polímeros “in situ” é necessário


ter uma máquina na obra, que possa transformar o granulado de borracha do
estado sólido para o líquido, possibilitando, assim, a fusão química entre a
borracha e o ligante comum, em processo contínuo, com as seguintes
características:

 Cabine de controle computadorizada e climatizada para, no mínimo,


dois operadores;

 Silo para receber o granulado de borracha com medidor através de


célula de carga ou sistema automático de pesagem dinâmica;

 Caldeiras para elevação da temperatura do CAP comum;

 Tanques de reação com agitadores para ligantes. Os tanques são


dispensáveis quando se utiliza borrachas reagidas e aditivadas, que
são aplicadas diretamente ao Pugmil;

 Sistema eletrônico integrado e compatibilizado com a usina de


asfalto;

 Bomba de Asfalto para abastecer o misturador da usina com


capacidade de bombeamento de líquidos com viscosidade superior
a 8.500cP. A bomba é dispensável quando se utiliza borrachas
reagidas e aditivadas, que são aplicadas diretamente ao Pugmil;

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 Dispositivos que mantenham o aquecimento do ligante durante o


processo de incorporação;

 Sistema de agitação com capacidade de cisalhamento adequada e


suficiente para atendimento dos requisitos estipulados para este
material, de forma a se obter um ligante asfáltico estável e
homogêneo;

 Sistema de agitação horizontal capaz de garantir uma mistura


homogênea e estável até 95% do seu volume. Este sistema é
dispensável quando se utiliza borrachas reagidas e aditivadas, que
são aplicadas diretamente ao Pugmil;

 Dispositivo capaz de dosar corretamente o percentual de borracha


previamente estabelecido em projeto;

 Tubulação com circulação de óleo térmico e bomba, com


capacidade para transferir o asfalto borracha até o misturador da
usina de asfalto, no diâmetro interno de 3 polegadas, chegando
diretamente ao Pugmil;

 A Equipe de Produção será constituída por um encarregado da linha


de produção, um operador especializado e um operador de
empilhadeira telescópica. O encarregado deverá ter formação em
Eletrotécnica, em Higiene e Segurança do Trabalho, em Primeiros
Socorros e conhecimentos sobre manuseio de materiais perigosos;

 Chuveiro e lava olhos com acionamento manual tipo CL-001, com


água potável e equipamentos apropriados contra incêndio;

 Quando ocorrerem fatos não previstos na obra que impeçam a


produção da massa asfáltica ou do asfalto borracha, o procedimento
recomendado é baixar a temperatura do tanque para 135ºC e, ao
reinício da produção efetiva da massa, reaquecer para 180ºC;

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 Recomenda-se a colocação de um trocador de calor entre o tanque


de asfalto comum e a máquina de produção do asfalto borracha;

 Os granulados de borracha, nos locais de estocagem, deverão estar


sempre cobertos, isentos de água e dispostos sobre piso de madeira
(pallets);

 Não é aceitável produzir um asfalto borracha com baixa viscosidade;

 Recomenda-se manter um gerador elétrico a diesel ao longo do


processo de produção “in situ”.

7.1.2 Procedimentos não recomendados

Devem ser evitadas as seguintes condições e procedimentos:

 Evitar temperaturas muito elevadas para o asfalto comum, ou seja,


acima de 200ºC, o que poderia resultar em mudanças nas
propriedades do granulado de borracha;

 Reaquecimento do asfalto borracha no local da obra por mais de


uma vez;

 Estocagem do asfalto borracha por período superior a 4 (quatro)


horas, na temperatura de 180º C, no tanque de reação;

 Deficiência do processo de agitação para a fusão da borracha;

 Reduções inadequadas da viscosidade em função do período de


estocagem do ligante;

 Vulcanização da borracha;

 Contato do granulado de borracha com a água ou com o solo;

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 Controle dos tipos de borracha na obra.


Observação: O controle dos tipos de borracha é feito na fábrica onde
os granulados são produzidos e ensacados.

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8 CONDICIONANTES DE SEGURANÇA

No que se refere às normas de Segurança, Meio Ambiente e Saúde (SMS),


caberá ao Contratado aplicar as recomendações do DER-RJ, ou referências dos
editais de licitação.

O uso de Equipamentos de Proteção é obrigatório e exigido pela Lei


n°6.514, de 22/12/1977, Art 158, mencionando que o empregado deve usar o
Equipamento de Proteção fornecido pela empresa.

É importante a presença de um engenheiro de segurança do trabalho,


atestando, diariamente, as condições adequadas de funcionários, equipamentos e
instalações, antes do início da produção.

8.1 Equipamentos de Proteção Individual

Vale salientar que os equipamentos devem possuir o Certificado de


Aprovação do Ministério do Trabalho e Emprego (C.A.) para ter validade.

O C.A. é um Certificado de Aprovação para EPI, regulamentado pelo


Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). São considerados equipamentos de
proteção todo dispositivo ou produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador,
destinado à proteção de riscos suscetíveis, ameaça à segurança e à saúde do
indivíduo. O C.A. atesta que um produto está em conformidade com as
especificações da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e é
considerado apto para ser comercializado como um EPI.

8.1.1 Capacete

O capacete é utilizado por se tratar de um equipamento para amenizar


impactos contra a cabeça gerados por projeção de materiais ou proteger de
quedas e perfurações. O equipamento também protege o rosto, pescoço e ombros
(contra eventuais respingos e vazamentos), quedas de objetos, queimaduras e
choques elétricos, conforme o tipo.

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O tipo de capacete deve ser o de classe A e B com C.A. 8304 e 498. O


tipo "A", apropriado para construção civil, e o tipo "B", de uso em áreas ou serviços
elétricos (este último de acordo com os ensaios laboratoriais previstos pela norma
NBR 8221). Pode ser fornecido com ou sem jugular presa ao casco ou costurada
à suspensão.

Figura 1 - Capacete de Proteção

O capacete de segurança deve atender às recomendações previstas na


NBR 8221, através dos ensaios:

 Exame dimensional e visual;

 De vão livre vertical;

 De tensão elétrica aplicada e de rigidez dielétrica (ambos aplicáveis

somente aos capacetes classe B);

 De resistência a impacto;

 De resistência à penetração;

 De inflamabilidade.

8.1.2 Óculos de Proteção ou Viseira

Os óculos de segurança ou o de proteção têm uso obrigatório, conforme


determina a Legislação Brasileira, para trabalhadores das Construções Civil e
Pesada.

Os óculos foram desenvolvidos com finalidade de proteger os olhos dos


usuários contra partículas volantes multidirecionais. No caso de alta luminosidade,

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os recomendados são os do tipo cinza; para trabalhos com cilindros de oxigênio


e acetileno devem ser utilizados os do tipo verde.

A proteção dos olhos é de extrema importância, por isso a exigência de


uso dos óculos de segurança. Em caso de lesões nos olhos nas atividades
relacionadas ao asfalto, as chances de recuperação são mínimas, podendo levar
o trabalhador a invalidez permanente.

Figura 2 - Óculos de Proteção de Segurança

Os óculos de proteção devem possuir C.A 9722.

8.1.3 Protetor Auricular

O protetor auricular foi desenvolvido com a finalidade de proteger o


aparelho auditivo do trabalhador em ambientes nos quais ruídos sonoros, a curto,
médio ou longo prazos, podem prejudicar a audição.

De acordo com o anexo I, da NR-15 (Atividades e Operações Insalubres),


o nível de decibéis (db) tolerado pelo ser humano é de 85db, para 8h de trabalho.

Figura 3- Protetor Auricular

O protetor auricular deve ser do tipo Plug, que possui C.A13027;


confeccionado em copolímero, formato cônico, com três flanges que atenuam
ruídos em 13 dB.

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Tabela 3- Limites de Tolerância para Ruído Contínuo ou intermitente (Fonte: NR 15)

8.1.4 Botas de Segurança

As botas de segurança são fabricadas com diferentes materiais, como


couro, borracha e PVC. A bota ou calçado ocupacional específica para uso
profissional é do tipo botina, com fechamento em elástico, confeccionado em
couro curtido ao cromo, cor preta, palmilha de montagem confeccionada pelo
sistema Strobel, biqueira plástica, solado de poliuretano, com densidade injetada
direto no Cabedal e possui CA 32807.

O trabalhador estará protegido em casos de cortes, perfurações, quedas


de objetos, calor, penetração de objetos, umidade, produtos químicos, agentes
abrasivos, escoriantes e choques elétricos.

Figura 4 - Bota de Segurança

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8.1.5 Vestimenta Antichama

As vestimentas antichamas são consideradas Equipamentos de Proteção


Individual para eletricistas, equipes de abastecimento, de operação da máquina
modificadora do Ligante, ou contra riscos de incêndio ou choque elétrico. Casos
extraordinários devem ser avaliados pelo Engenheiro de Segurança do Trabalho
quanto ao uso obrigatório da vestimenta.

Segundo determinação do Ministério do Trabalho, além do aspecto


primordial de máxima proteção dos trabalhadores contra os efeitos térmicos do
arco elétrico e do fogo repentino, as vestimentas devem possuir características
que garantam sua manutenção ao longo do uso. Tais como: resistência mecânica
do tecido e linhas de costura e retenção de cor. Sua composição deve conter
tecidos especiais de modo a garantir desempenho satisfatório, quando da
exposição à energia incidente e à chama.

Assim, cabe a cada profissional de segurança do trabalho avaliar a melhor


tecnologia para a proteção dos trabalhadores aos riscos a que estarão expostos,
considerando as propriedades dos tecidos e vestimentas disponíveis e
respectivas manutenções.

O ATPV - Arc Thermal Performance Value (valor em calorias por


centímetro quadrado da proteção conferida pelo tecido da vestimenta ao efeito
térmico proveniente de um arco elétrico) está diretamente relacionado às
características do tecido que a compõem e tecnologia de fabricação. Representa
o valor máximo incidente sobre o tecido, o que resulta numa energia no lado
protegido que poderia, com 50% de probabilidade, causar queimaduras de
segundo grau.

O valor do ATPV é uma estimativa da barreira conferida pelo tecido e,


consequentemente, da vestimenta com confeccionada com o referido material.
Assim, com base nos cálculos da energia incidente (cal/cm2) é possível
determinar o nível de proteção necessário. Lembrando que, de modo geral,
quanto maior a gramatura do tecido maior a proteção. Para cada risco profissional,

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o ATPV deve ser escolhido com base na especificação dos Equipamentos de


Proteção Individual, em função das Categorias de Risco, conforme a NFPA 70E.

Figura 5 - Vestimenta ATPV

Tabela 4 - Especificação da vestimenta.

Risco Energia Incidente Categoria de Risco ATPV Mínimo requerido


(cal/cm²) para o EPI (cal/cm²)
Mínimo até 1,2 0 Não aplicável
Leve 1,2 a 4,0 1 1 4,0
Moderado 4,1 a 8,0 2 8,0
Elevado 8,1 a 25,0 3 25,0
Elevadíssimo 25,1 a 40,0 4 40,0

NOTA: Para atividades que não exponham aos riscos de explosão e


tensão/corrente elétrica, o ideal é adotar vestimenta tipo uniforme, de material
leve, que permita a transpiração. É recomendado que as roupas sejam de cores
claras e que os trabalhadores usem coletes refletivos.

No caso de ensaios laboratoriais, o uso de jalecos é obrigatório, podendo,


no entanto, ser dispensado o uso de macacão antichamas, de acordo com a
inspeção de segurança, realizada por profissional certificado.

8.1.6 Luvas

Os funcionários deverão trabalhar com luvas dos tipos:

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8.1.6.1 Luvas de malha pigmentada

São Luvas de Segurança tricotada em fios de algodão e poliéster


mesclado, pigmentos em PVC na face palmar, acabamento em overloque, punho
com elástico.

As deste modelo são ideais para atividades de carpintaria e manejo de


máquinas e equipamentos; excelentes ainda para operadores de caminhões que
precisam descarregar caixas. Possuem boa aderência e pode ser usadas em outras
atividades que envolvem carregamentos, uma vez que evitam calos e machucados
leves.

Figura 6 - Luva de Malha Pigmentada.

8.1.6.2 Luvas de Vaqueta

As luvas de segurança são confeccionadas em vaqueta total, com reforço,


costuradas com linha de nylon ou algodão, elástico para ajuste no dorso, proteção
de couro embutida nas principais costuras do polegar e dedos, modelo Petroleiro.

É um acessório utilizado na proteção das mãos para serviços que


requeiram mais tato no manuseio de materiais, ferramentas e outros.

Figura 7 Luvas de Vaqueta

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8.1.6.3 Luvas de Raspa

As luvas de segurança confeccionadas em raspa total têm reforço, são


costuradas com linha de nylon ou algodão, têm elástico para ajuste no dorso,
proteção de couro embutida nas principais costuras do polegar e dedos, modelo
Petroleiro.

São utilizadas como acessórios de proteção das mãos, indicadas também


para serviços que requeiram mais tato no manuseio de ferramentas e materiais,
especialmente, os com superfícies ásperas.

Figura 8 - Luvas de Raspa

8.1.6.4 Luvas Cano Longo para soldador

Confeccionadas em vaqueta integral, o modelo soldador tem reforço na


palma, com punho em 20 cm confeccionado em raspa. Possui elástico de ajuste
no dorso.

Sua utilização é indicada para proteção das mãos e dos antebraços, em


serviços gerais, que apresentem riscos de natureza média, tais como Soldador,
onde haja contato com materiais abrasivos e/ou escoriantes.

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Figura 9 - Luvas Cano Logo

8.2 EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO COLETIVA

Os Equipamentos de Proteção Coletiva (EPC) são utilizados para


proteção de segurança em grupo, para trabalhadores que realizam tarefas ou
trabalhos concomitantes. Todos devem ser protegidos dos riscos a que estão
sujeitos no exercício das respectivas atividades. Poderá ser um dispositivo, um
sistema, ou um meio, fixo ou móvel, diferente do EPI, que serve para proteger
somente quem está usando, como por exemplo, luvas, capacete, óculos etc.

O equipamento de proteção coletiva protege todos ao mesmo tempo, pois


todos observam, usam ou são beneficiados. São exemplos de equipamentos de
proteção coletiva:

• Enclausuramento acústico de fontes de ruído;

• Ventilação dos locais de trabalho;

• Proteção de partes móveis de máquinas;

8.2.1.1 Mureta de Proteção

Os equipamentos de mistura do asfalto borracha “in situ’ deverão ter


muretas de proteção de 25cm de altura no entorno, e a distância da máquina deve
ser de, no mínimo, dois metros (2m). Todas as máquinas devem ter sinalização de
segurança.

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8.2.1.2 Chuveiro com Lava Olhos

A cinco metros da máquina modificadora de CAP “in situ”, deve-se instalar


um Chuveiro e lava-olhos com acionamento manual (Modelo CL-001 ou similar)
para que, em caso de possíveis queimaduras, o trabalhador possa colocar água
corrente no local lesionado.

Figura 10 - Chuveiro com lava olhos

8.2.1.3 Equipamentos de Combate a Incêndio

Devem ser instalados Equipamentos de Combate a Incêndio, como


extintores e hidrantes.

8.2.1.4 Caixa de Acúmulo de Óleos

Uma caixa de acúmulo de óleos deve ser instalada próximo ao silo de


borracha.

8.3 Placas e Avisos

Aviso para o risco de queimaduras graves

Aviso de perigo de explosão e incêndio

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Aviso de perigo de cargas suspensas

Aviso de perigo de choque elétrico

Aviso de proibição de pessoas estranhas ao ambiente de


trabalho

8.4 Atendimento a Norma Regulamentadora NR-18

Os canteiros de obras deverão as seguintes instalações, conforme


descreve a Norma Regulamentadora (NR-18), no item 18.4.1:

 Sanitários;
 Vestiários;
 Alojamentos;
 Refeitórios (Não é permitido fazer refeições fora do local destinado
para esta finalidade);
 Cozinhas, quando houver preparo de refeições;
 Lavanderias;
 Áreas de lazer;
 Ambulatórios, quando se tratarem de frentes de trabalho com 50
(cinquenta) ou mais trabalhadores.

OBS: É recomendado que, a cada 150 metros ao longo dos locais das
obras, sejam instalados pontos com disponibilidade de água potável
para beber e sanitários.

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8.5 Procedimentos de Segurança e Gerenciamento de Riscos

Toda obra deve dispor de um plano de segurança com objetivo preservar


a saúde, a integridade física e o bem-estar dos trabalhadores, bem como, de
qualquer pessoa que tenha acesso ao local.

Todas as atividades devem dispor de procedimentos que descrevam, de


forma clara e objetiva, como se deve proceder para a prevenção de acidentes, de
modo que aqueles que realizarão atividades nos locais das obras não estejam
expostos a riscos.

8.5.1 Análise Preliminar de Riscos

A análise preliminar de riscos (APR) consiste no estudo, durante a fase


de concepção, desenvolvimento de projeto ou sistema, para determinar os
possíveis riscos que poderão ocorrer na fase operacional.

A análise inicial é desenvolvida na fase de projeto, de elaboração de


processo ou sistema, tendo especial importância na investigação de sistemas
novos de alta inovação e/ou pouco conhecidos. Ou seja, quando a experiência em
riscos na operação é ainda contingenciada.

Apesar das características de análise inicial, é muito útil utilizar como


ferramenta de revisão geral de segurança em sistemas já operacionais, uma vez
que pode revelar aspectos que passariam despercebidos. Principalmente quando
houver alimentação de energia elétrica por gerador auxiliar.

De forma geral, a APR tem importância na medida em que o avaliador se


antecipa aos riscos inerentes à atividade a ser desenvolvida. Cabe ao profissional
normalmente ligado à área de Segurança do Trabalho, prever a possibilidade de
ocorrerem acidentes.

Diante deste levantamento técnico, o profissional responsável pela


segurança deverá elaborar um relatório relacionando as medidas preventivas que
entender necessárias a proteção dos trabalhadores. Também deverão ser

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definidos todo e qualquer tipo exame médico do pessoal envolvido na execução


das atividades, bem como, equipamentos de proteção a serem utilizados,
ferramentas apropriadas, planejamento de ação em caso de acidentes e também
o necessário treinamento para a execução dos serviços. A APR não substitui a
Permissão de Trabalho de Risco (PTR).

8.5.2 Permissão de Trabalho de Risco

É a autorização por escrito, em documento próprio, para a execução de


qualquer trabalho de manutenção, montagem, desmontagem, construção, reparo
ou inspeção de equipamentos, a ser realizado na usina. Tem por objetivo
esclarecer as etapas de avaliação para liberação de serviços com riscos
potenciais de acidentes, a serem executados nas diversas áreas.

A PTR deve ser usada para atividades críticas como serviços em áreas
classificadas (riscos de explosão) e espaços confinados.

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9 CONTROLE DE QUALIDADE

9.1 Asfalto Borracha

Todos os ensaios com o asfalto borracha serão realizados uma vez por
dia. Em caso de não conformidade, os testes deverão ser repetidos e, caso o
problema persista, a produção deverá ser paralisada.

 O início da produção do ligante asfáltico se dará com a verificação


da viscosidade por ensaio a 175ºC, com equipamento Haake VT-04,
certificando cuja viscosidade é superior a 2.500cP

 Ensaio de penetração segundo as normas DNER-ME 003/94 e


ASTM D5, após o início da produção;

 Ensaio de resiliência segundo as normas ASTM D 5329, após o


início da produção;

 Ensaio de anel e bola segundo as normas DNIT 131/10-ME e ASTM


D36, após o início da produção;

 Determinação do ponto de fulgor do CAP, antes de ser modificado,


segundo a norma DNER-ME 148/94;

 Os ensaios de verificação de qualidade do Grau PG serão realizados


de acordo com a IT nº65.

Observação: Os parâmetros dos ensaios acima são estabelecidos pelo


projetista do ligante asfáltico, e modificados, caso necessário, no detalhamento do
projeto executivo da massa asfáltica.

9.2 Insumos

Compete ao executante a realização de testes e ensaios que demonstrem


a boa qualidade dos insumos a serem utilizados, em conformidade com esta

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Instrução; mantendo sempre um inspetor da obra nas fábricas de borrachas


comuns ou de borrachas reagidas e aditivadas.

Todos os materiais utilizados na fabricação do ligante modificado serão


examinados em laboratório, obedecendo metodologia e frequência indicadas pelo
DER/RJ ou correspondente da ASTM, satisfazendo às especificações em vigor.

9.3 Controle de Temperatura

As rotinas de medida de temperatura devem ser realizadas, durante a


jornada de 8 horas de trabalho, em cada um dos itens abaixo discriminados:

 Na saída do tanque de asfalto;

 Após o trocador de calor;

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10 CRITÉRIOS DE MEDIÇÃO

As medidas de serviço devem obedecer aos critérios estabelecidos no


Edital de Licitação. Na falta destes, serão de acordo com as seguintes disposições
gerais:

 O granulado de borracha será medido em tonelada.

 O ligante modificado deve ser medido em toneladas e terá uma


correlação com a massa produzida pela usina de asfalto;

 A Fiscalização, em conjunto com o construtor e a empresa


supervisora, deverão elaborar boletins de qualidade, com
apreciação geral sobre os serviços executados, assim como,
responderão a um conjunto de fichas constantes em modelos
anexos.

Os resultados dos ensaios realizados constarão obrigatoriamente do


relatório mensal de obras, devendo ser registrados os ensaios do Construtor, os
da Supervisão e os da Fiscalização, através de gráfico, cujos eixos, horizontal
representa a extensão da obra, e vertical indica os limites (superior e inferior) de
cada ensaio, para cada tipo de teste realizado.

Nenhuma medição será considerada válida, seja do Construtor ou da


Supervisão, se não estiver anexada ao relatório mensal de obras. Os gráficos
mencionados deverão expressar os resultados dos ensaios de controle das
etapas executadas, de acordo com modelos anexos. O não cumprimento desta
determinação implicará na retenção do pagamento da(s) fatura(s) pelo DER-RJ.

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11 PENALIZAÇÕES

Todos os ensaios de controle do Grau PG são importantes para o


desempenho da massa asfáltica. Sendo assim, se não atenderem às
especificações, o executor deverá ser penalizado.

Tabela 5 - Penalizações a serem aplicadas por teste em caso de não conformidade aos requisitos.

Percentagem do
Estado físico do Resultados dos preço de contrato a
Propriedade e método de teste
asfalto testes ser pago pelo
Contratante
Ligante Original > 1.0 100
não envelhecido Reômetro de Cisalhamento Dinâmico,
0.9 -0.99 95
T 315:
0.7-0.89 85
G*/sin, min 1.00 kPa e
<0.70 70 (1)
Ligante envelhecido < 4.0 100
com -RTFOT – MSCR, TP 70:
4.0 – 4.51 95
Determinação do Trafego Classe “S”
efeito do calor e do ar 4.5 - 5.0 85
Jnr3.2, max 4.0 kPa–1
em uma película > 5.0 70 (1)
delgada rotacional – < 2.0 100
AASHTO T 240 ou
MSCR, TP 70:
ASTM D 2872 ou Trafego Classe “H” 2.0 – 2.51 95
ABNT NBR 15235 Jnr3.2, máx. 2.0 kPa–1 2.5 - 3.0 85
> 3.0 70 (1)
< 1.0 100
MSCR, TP 70:
1.0 – 1.21 95
Trafego Classe “V”
1.2 – 1.5 85
Jnr3.2, Max 1.0 kPa–1
> 1.5 70 (1)
MSCR, TP 70: <0.5 100
Trafego Classe “E” 0.5-0.61 95
Jnr3.2, maxi 0.5 kPa–1 0.6-0.8 85
>0.8 70 (1)
<5000 1000
Reômetro de Cisalhamento Dinâmico,
Ligante envelhecido 5001-5500 95
com - PAV – T 315:
5501-7000 85
Envelhecimento por “S” Classe
vaso de pressão - 7001-8000 75
G* sin, max 5000 kPae
AASHTO R 28 ou >8000 70 (1)
ASTM D 6521 <6000 1000
Reômetro de Cisalhamento Dinâmico,
6001-6500 95
T 315:
6501-8000 85
“H”, “V”, “E” Classes
8001-9000 75
G* sin, max 6000 kPae
>9000 70 (1)
<300 1000
Reômetro de Fluência em Viga, 301-330 95
T 313: 331-450 85
S, max 300 MPa 451-600 75
>600 70(1)
>0.300 100
Reômetro de Fluência em Viga,
0.270 – 0.299 95
T 313:
0.230 – 0.269 80
m-value, min 0.300
<0.230 70 (1)

Obs.: Nível rejeitado (1): para valores iguais ou menores ao de nível rejeitado,
serão solicitadas as amostras de guarda para repetição do ensaio. Confirmada a

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anormalidade, o trecho executado deverá ser fresado, retirado da obra e refeito


sem ônus para o contratante.

As amostras serão sempre retiradas em duplicidade: uma será enviada


para o laboratório de testes certificado da obra e a outra guardada até o aceite
definitivo do empreendimento. A primeira amostra deverá ser testada de imediato.

Na tabela acima, apresentam-se os valores de penalização por ensaio, a


serem aplicadas na redução do preço do ligante a ser pago pelo contratante, em
caso de as propriedades não serem atendidas. Se vários requisitos não forem
cumpridos, a penalização será determinada pelo valor máximo do mais afetado.

Os casos não mencionados ficarão a cargo da fiscalização.

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12 METODOLOGIA PARA ORÇAMENTO DO ASFALTO


BORRACHA

Os itens a seguir deverão ser orçados pelo DER-RJ:

 A unidade de medição do ligante modificado será tonelada [t];

 Produção de ligante “in situ”, tipo Field Blend, junto à usina de


asfalto, para atender a um determinado Grau PG, com um mínimo
de 20% (+2%) de granulado de borracha, em peso controlado por
sistema de computador. A unidade será tonelada;

 Variação de 20% a 35% em peso, no caso de uso de borrachas


reagidas e aditivadas.

 Fornecimento de granulado de borracha com transporte até a obra


medido em tonelada;

 Fornecimento de ligante asfáltico (CAP) até a obra, medido em


toneladas, conforme indicação da EMOP;

 Casos não relacionados ficarão a cargo da fiscalização.

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13 TANQUE DE ARMAZENAMENTO

É obrigatório o uso de um tanque específico para depósito de ligante


asfáltico comum (CAP comum), independente da máquina de produção do asfalto
borracha “in situ”. Os tanques para depósito de ligante asfáltico, modificados ou
não, deverão ter, no mínimo, dois agitadores horizontais.

É obrigatório o uso de trocador de calor com variação mínima de 50°C,


colocado entre o tanque de CAP comum e a máquina misturadora de asfalto
borracha.

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14 DISPOSIÇÕES FINAIS

Casos não avaliados previamente para a produção de asfalto modificado


“in situ” (Tipo Field Blend) serão solucionados com base nas recomendações
gerais da Associação Americana de Asfalto Borracha (Rubber Pavement
Association – RPA USA), nas do projetista do ligante modificado ou ainda pela
Fiscalização.

Casos omissos nessa instrução ficarão a cargo da fiscalização.

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15 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

[1] ASTM D7643–10 – STANDARD PRACTICE FOR


DETERMINIG THE CONTINUOUS GRADING
TEMPERATURES AND CONTINUOUS GRADES FOR PG
GRADES ASPHALT BINDERS.

[2] ASTM D6373-07 – STANDARD SPECIFICATION FOR


PERFORMANCE GRADED ASPHALT BINDER.

[3] Murillo Lopes de Souza – PAVIMENTAÇÃO RODOVIÁRIA 2ª


Edição.

[4] Salomão Pinto – Ernesto Simões Preussler – PAVIMENTAÇÃO


RODOVIÁRIA Conceitos Fundamentais sobre Pavimentos
Flexíveis.

[5] ASTM 6.114-97 – ASPHALT RUBBER./ ASTM D 6307-98 /


ASTM D140-01 / ASTM D 5329 / AASHTO MP1 .

[6] Way. G. B - Asphalt Rubber 40 Years of Use Arizona - AR –


2009

[7] Mark Belshe – RPA - The Rubber Pavements Association -


1985

[8] Way. G. B “Prevention of Reflection Cracking: Minnetonka-


East-1979Ärizona Department of Transportation (Aug 1979)

[9] Jorge Sousa, G. B. Way, and R. N. Sturbstad- 2002


Mechanistic-Empirical Overlay Design Method for Reflective
Cracking Research 1809 – Washington , D. C.

[10] H.B Takallou – De-icing Caracteristics of Rubber


Concrete Pavements – AR 2009

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