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TEORIAS DA APRENDIZAGEM NA EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS

CRÍTICAS AO BEHAVIORISMO

Ao considerar que o desenvolvimento do ser humano parte das


interações com o meio, o Behaviorismo desconsidera processos internos.
Se pensarmos na teoria Gestalt, por exemplo, a percepção de cada
sujeito é considerada no processo de leitura da realidade. A percepção é
um elemento que realiza o intermédio do estímulo externo com uma
determinada ação. São os processos internos que ocorrem em nossa
mente e nos permitem compreender e dar significado ao mundo. O
Behaviorismo acredita que, por meio da repetição dos estímulos e do
reforço, é possível condicionar o desenvolvimento humano. Diversas
comprovações empíricas corroboram para essa ideia, mas dada a
complexidade desse processo de desenvolvimento, não é possível
condicionar todo o comportamento da pessoa, ou seja, a mente humana
não é tão maleável quanto pensava-se que fosse.

O Behaviorismos, também, desconsidera as limitações cognitivas


dos indivíduos. Nessa perspectiva, o aprendizado condicionado seria o
único fator responsável pela formação. Segundo o Construtivismo,
existem etapas do desenvolvimento que precisam ser contempladas para
que o indivíduo consiga realizar determinados tipos de comportamento e
abstrações. Piaget denomina essas fases como: sensório motor (do
nascimento até aproximadamente os 2 anos), pré-operacional (dois a
sete anos), operacional concreto (sete aos 12 anos) e operações formais
(a partir dos 12 anos). Além de possuir essas condições básicas, o
construtivismo entende que o desenvolvimento ocorre a partir das
inter-relações humanas. Em outras palavras, ao interagir com os adultos,
as crianças construíram, de modo orientado, significados às coisas.

Ao meu entender, uma terceira crítica ao Behaviorismos pode ser


identificada em resultados de algumas práticas com essa fundamentação.
Os grandes projetos para o ensino de ciências, da segunda metade do
século XX, são exemplos. Alguns destes, que consideravam a interação do
indivíduo com o meio, como fator responsável para o desenvolvimento,
obtiveram resultados frustrantes. Relatos presentes na literatura, como
Gaspar(2000), indicam que, ao lidar com a instrução programada,
verificou que o conhecimento dos estudantes era extremamente volátil.
Não eram construídas conexões mais profundas na mente dos alunos. Ao
final do ano, já não recordava-se mais o que havia sido estudado. Ou
seja, sem o reforço, o condicionamento perderia o efeito. Além do mais,
não contribuia na promoção de uma formação mais crítica.

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