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Vinícius P. Blanco

Farmacêutico-bioquímico, especialista em Assuntos Regulatórios de


Medicamentos e Cosméticos (FOC), em Vigilância em Saúde Ambiental pela
Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e em Gestão Pública pela
UNIFESP.
Trabalho desde 2010 na Vigilância Sanitária, com experiência na realização de
inspeções sanitárias em indústrias farmacêuticas e farmoquímicas. Professor
convidado no curso de graduação de farmácia-bioquímica da UNICAMP, referente
ao tema BPF. Já ocupei o cargo de Diretor da Divisão de Vigilância de Produtos e
Serviços de Interesse da Saúde na Prefeitura Municipal de São Paulo. Ministro
aulas de Auditorias e Boas Práticas de Fabricação. Coordenador do curso
intensivo de “Auditoria da Qualidade na Indústria Farmacêutica” do Instituto Racine

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Introdução ao Processo de
Validação na Indústria
Farmacêutica

fev/2021
Prof. Vinícius Paccola Blanco

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Objetivo

Prover visão geral e crítica sobre os conceitos de


Validação e sua relação com o Sistema de
Gestão da Qualidade aplicáveis na Indústria
Farmacêutica, bem como a importância das Boas
Práticas de Fabricação e sua inter-relação com os
estudos de qualificação e validação para
cumprimento destes requisitos regulamentares.

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Programação

Boas Práticas de Fabricação (diretrizes)

Definição e Conceitos de Validação

Validação x Boas Práticas de Fabricação

Plano Mestre de Validação

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Documento de Referência

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Importância das
BPFs na Indústria

7
Importância das Boas Práticas de
Fabricação (BPF)

 Conceito: Conjunto de normas que estabelece e


padroniza procedimentos e conceitos de qualidade
para produtos, processos e serviços, visando atender
aos padrões mínimos estabelecidos por órgãos
reguladores.

 Objetivos: minimizar os riscos inerentes a fabricação que


não podem ser detectados somente pela realização de
ensaios nos produtos acabados.

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Importância das Boas Práticas de
Fabricação (BPF)
 “As BPF são um conjunto de normas mínimas para a
fabricação de medicamentos. Esta norma tem por objetivo
enunciar os padrões vigentes que devem ser observados
pela indústria, para a fabricação de medicamentos, os
quais devem satisfazer critérios de qualidade
estabelecidos”. (OPAS)

Fonte: www.sincofarma-rj-org.br/noticias/norma-altera-procedimentos-para-certificação-em-boas-praticas/ 9
Importância das Boas Práticas de
Fabricação (BPF)
 “As BPF de medicamentos é a parte da garantia da
qualidade que assegura que os produtos sejam fabricados
em conformidade e controlados em relação aos padrões
de qualidade solicitados pelo registro sanitário do produto”.
 “As BPF de medicamentos estão relacionadas com os
procedimentos de fabricação e controle de qualidade”.
(CEE)

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Exemplos de Ausência de BPF

Laboratório Clandestino na China 11


Exemplos de Ausência de BPF

Fábrica Clandestina de Medicamentos Fitoterápicos foi fechada em 10/01/2012 em Várzea Grande, região metropolitana de Cuiabá –
Foto divulgada pelo Ministério Público 12
Exemplos de Ausência de BPF

Fonte: http://fsaemfoco.blogspot.com.br/2014/03/vigilancia-sanitaria-interdita-fabrica.html
13
Exemplos de Ausência de BPF

Fonte: https://www.youtube.com/watchv=K6KKuVB6gMA (laboratório clandestino de anabolizante na zona norte de


Sorocaba (26/09/2015) 14
Exemplos de Ausência de BPF

Fábrica clandestina em Hong Kong, China


15
Exemplos de Ausência de BPF

Fábrica clandestina usava cimento para adulterar cápsulas de Viagra


Foto: Divulgação/Ministério Público do RS 16
Exemplos de Ausência de BPF

Fonte: g1.globo.com/sp/ribeirão-preto-franca/noticia/2015/05/laboratório-clandestino-de-produtos-veterinários-e-fechado-em-Jaboticabal.html
17
Exemplos de Ausência de BPF

Fonte: http://www.agravo.blog.br/2015/01/27/vigilancia-sanitaria-de-ilheus-intensifica-fiscalizacao-em-padarias/

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As BPF determinam:

 Processos de fabricação claramente definidos

 Atendimento às especificações

 Validações e qualificações

 Pessoal qualificado e treinado

 Instalações adequadas e identificadas

 Equipamentos e sistemas adequados

 Materiais, recipientes e rótulos apropriados


 Procedimentos e instruções aprovadas e vigentes, em linguagem clara
e inequívoca

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As BPF determinam:
 Armazenamento e transporte adequados

 Registros para demonstrar o atendimento aos procedimentos e


conformidade, além de permitir rastreabilidade

 Sistema de recolhimento eficaz

 Reclamações examinadas e registradas

 Desvios investigados e documentados

 Adoção de medidas corretivas e preventivas (CAPA)


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Ciclo de Vida

Fonte: http://portal.anvisa.gov.br/documents/10181/5846922/Guia+n%C2%BA+33%2C+vers%C3%A3o+1+-
+Guia+para+Valida%C3%A7%C3%A3o+de+Sistemas+Computadorizados/9db5c8fe-3253-4d72-ac69-0c1e75bbf90e

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IN 47/19 – Qualificação e Validação
Art. 4ºUma abordagem de gerenciamento de riscos à qualidade
deve ser aplicada ao longo de todo o ciclo de vida útil de um
medicamento. Processo de
Gerenciamento de Risco

Identificação do Risco
Análise do Risco
Avaliação do Risco
Comunicação do Risco

Ferra
Redução do Risco menta
de
Aceitação do Risco
Geren
ciame
Redução do processo de nto de
gerenciamento de risco da qualidade Risco

Revisão dos Eventos


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IN 47/19 – Qualificação e Validação

Instalações
Extensão

Justificada
e
Análise Document Processos
de Risco ada

Escopo Utilidades

Equipame
ntos

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Definição e
Conceitos de
Validação

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Definições Internacionais
 The collection and evaluation of data, from the process
design stage through commercial production, which
establishes scientific evidence that a process is capable of
consistently delivering quality products. (FDA)

 Documented evidence which provides a high degree of


assurance that a specific process will consistently result
in a product that meets predetermined specifications and
quality characteristics. (WHO)

 The documented evidence that the process, operated


within established parameters, can perform effectively
and reproducibly to produce a medicinal product meeting
its predetermined specifications and quality attributes.
(EMA)
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Conceito
RDC 301/2019
- Qualificação: ação de provar que quaisquer instalações,
equipamentos, utilidades e sistemas funcionam
corretamente e realmente levam aos resultados
esperados;

- Validação: ação de provar, de acordo com os princípios


das Boas Práticas de Fabricação, que qualquer
procedimento, processo, equipamento, material,
atividade ou sistema realmente leva aos resultados
esperados.

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Conceitos
Qualificação x Validação

Verificação de que o processo irá gerar um produto


Validação em conformidade com as especificações.
• Processo
• Limpeza
• Métodos

Confirmar que o objeto do estudo de validação será


projetado, construído, instalado e operado conforme
Qualificação pretendido.
• Equipamentos
• Instalações
• Utilidades
• Sistemas

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Conceitos
Parâmetro Aspecto
Atributo Crítico de Crítico
Crítico da Processo (CAs)
Qualidade (CPPs)
(CQA) Controle da
Ex: manter o Temperatura e
Ex: produto processo Monitoramento
termolábel dentro de 2 a
8ºC

Elementos
Críticos de
Desenho
Testes
(CDEs)
Intervalo de
Temperatura, precisão,
controle, alarmes, etc
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Conceitos
 Todos os equipamentos envolvidos na validação devem
ser previamente qualificados.

 Todos os instrumentos pertencentes aos equipamentos


deverão ser previamente calibrados.

 Todos os colaboradores devidamente treinados.


Qualificação

Validação
Calibração

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Visão Geral

Fonte: ISPE Baseline Guide: Commissioning and Qualification

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Tipos de Validação
PROSPECTIVA CONCORRENTE

Validação realizada em circunstâncias


excepcionais, justificada por meio do
Validação realizada antes da produção
benefício ao paciente, onde o protocolo
de lotes comerciais.
de validação é executado
concomitantemente com a
comercialização dos lotes de validação

Executada e finalizada nos primeiros 3 Executada e finalizada nos primeiros 3


lotes produzidos. lotes produzidos.
Cada lote de validação pode ser
Lotes comerciais liberado somente após
validado e liberado. Aplicado a produtos
a conclusão satisfatória do processo de
de demanda muito baixa (p.ex. drogas
validação.
órfãs, produtos com sazonalidade).

A validação retrospectiva não é mais considerada uma


abordagem aceitável.
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Validação Concorrente e
Prospectiva
Deve considerar no mínimo:

 Breve descrição do processo, componentes especificados


e tamanho de lote.
 Resumo das etapas críticas do processo e respectivos
planos de amostragem.
 Inventário dos equipamentos e instalações (incluindo
sistemas de medição, monitoramento e registro) e
respectivos status de calibração.
 Especificações de liberação do produto.
 Métodos de registro e avaliação de resultados.
 Métodos analíticos validados.
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Validação Concorrente

 Preparar o diagrama de processo com as variáveis


possíveis para cada operação unitária.
 Preparar fluxograma de processo.
 Determinar os pontos críticos e limites de especificação.
 Acompanhar cada passo do processo.
 Procedimentos de teste e amostragem (desafio).
 3 lotes consecutivos e dentro das especificações.
 O processo se inicia na pesagem e finaliza na embalagem
secundária.
Validação Prospectiva

Etapas Iniciais:

 Desenvolvimento da formulação
 Desenvolvimento do processo
 Design do processo
 Preparar diagrama de processo e matriz de influências.
 Procedimentos experimentais e protocolo.
 Caracterização
 Identificar as variáveis críticas para cada etapa.
 Estabelecer as tolerâncias máximas e mínimas.
URS

Fonte: ISPE Baseline Guide: Commissioning and Qualification

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URS – itens mínimos
 Descrição do sistema;

 Requerimentos do sistema necessários;

 Categoria de cada requerimento (ex: qualidade, negócio,


ambiente, etc);

 Conhecimento do processo (CQAs, CPPs);

 Exigências regulatórias;

 Requerimentos da Qualidade da Organização;

 Parâmetros de Controle;

 Gerenciamento da Análise de Risco.

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Classificação dos Sistemas

Impacto Direto Comissionar e


Validar

Sem impacto Comissionar

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Classificação dos Sistemas
O sistema contém CAs / CDEs ou executa funções que atendem a um
ou mais requisitos de processo (CQAs), incluindo CPPs?

O sistema tem contato direto com o produto ou fluxo de processo e esse


contato tem potencial para impactar a qualidade do produto final ou
representar risco para o paciente?

O sistema fornece um excipiente ou produz um ingrediente ou solvente


(por exemplo, WFI) e a qualidade (e conformidade com as especificações
exigidas) desta substância pode afetar a qualidade do produto final ou
representar um risco para o paciente?

O sistema é usado para limpeza, desinfecção ou esterilização e o


mau funcionamento do sistema pode resultar em falha na limpeza,
higienização ou esterilização adequadas, resultando em risco para o
paciente?

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Classificação dos Sistemas
O sistema estabelece um ambiente adequado para o processo e a
falha do sistema pode representar um risco para o paciente?

O sistema usa, produz, processa ou armazena dados usados para


aceitar ou rejeitar produtos, CPPs ou registros eletrônicos sujeitos ao
21 CFR Part11 ou equivalente local?

O sistema fornece fechamento de recipiente ou proteção ao produto, cuja


falha representaria um risco para o paciente ou degradação da qualidade do
produto?

O sistema fornece informações de identificação do produto ou o sistema é


usado para verificar essas informações?

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Classificação dos Sistemas

Fonte: ISPE Baseline Guide: Commissioning and Qualification

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Quais etapas validar???

 Todas as etapas consideradas críticas (etapas


de médio e alto risco) devem ser monitoradas/
desafiadas.
 Quando aplicável, amostragens e testes devem
ser aplicados.

41
Fonte: https://pt.slideshare.net/rodriguesvan/validao-de-mtodos-analticos-conceitos
Etapas Chaves

 Planejamento (Plano Mestre de Validação e


Protocolos)

 Execução (Executar os Protocolos)

 Avaliação e Conclusão (Relatório do Estudo)

 Gerenciamento do Ciclo de Vida (Controle de


Mudanças e Revalidações)

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Validação x BPF

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Abordagem sobre Validação -
RDC 17/2010 (revogada)
Título V – Validação

 Art. 461. A validação é uma parte essencial de Boas Práticas de


Fabricação (BPF), sendo um elemento da garantia da qualidade
associado a um produto ou processo em particular.
 Art. 463. Existem duas abordagens básicas para a validação uma
baseada em evidências obtidas por meio de testes (validação
concorrente e prospectiva) e uma baseada na análise de dados
históricos (validação retrospectiva).
 Art. 471. A validação deve ser conduzida durante um período de
tempo, por exemplo, até que sejam avaliados no mínimo três lotes
consecutivos (escala industrial) para demonstrar a consistência do
processo. Situações de "pior caso" devem ser consideradas.

45
Abordagem na IN 47/2019 Qualificação e
Validação
 Art. 7ºTodas as atividades de qualificação e validação
devem ser planejadas e devem levar em consideração o
ciclo de vida útil das instalações, equipamentos, sistemas,
utilidades, processos e produtos.

 Art. 8ºAs atividades de qualificação e validação devem ser


realizadas somente por pessoal adequadamente
treinado.
Parágrafo único. O pessoal envolvido nas atividades de
qualificação e validação devem seguir procedimentos
aprovados.
46
IN 47/2019 Qualificação e
Validação

Art. 45. A abordagem de validação de processos


deve:
 I - interligar o desenvolvimento de produtos e
de processos;
 II - garantir a validação de processo de fabricação
comercial;
 III - manter o processo em um estado de
controle durante a produção comercial de rotina.

47
Pontos Importantes!

 Atestar com alto grau de segurança que todos os lotes


produzidos (doses unitárias) irão apresentar
consistentemente eficácia em conformidade com o lote
clínico.
 Reduzir o risco para segurança via alto grau de segurança
e qualidade consistente do produto e seus componentes.

Validação
de
processo
Baseado em material preparado pelo Assessor da OMS Wondiyfraw Worku 48
Validação de Limpeza

 É a evidência documentada de que um procedimento


aprovado de limpeza remove, reprodutivamente, os
resíduos de produtos anteriores, os resíduos dos
agentes de limpeza e ainda reduz a carga microbiana
presente nos equipamentos a um nível abaixo do
cientificamente estabelecido como seguro para a
contaminação dos produtos posteriores.

(ANVISA IN 47/2019)
Validação de Limpeza
Busca contemplar a validação de todos os processo de
limpeza utilizados dentro da planta produtiva não só para
as áreas de produção como também para todos os
equipamentos e utensílios utilizados.

Normalmente, o grau de atenção dispensado, assim


como, o rigor nos critérios de aceitação serão
proporcionais ao impacto do equipamento ou
sistema em questão na qualidade final do produto.
Validação de Limpeza

Fonte: http://www. farmacêuticas.com.br 51


Validação de Sistemas
Computadorizados

Garantir que um sistema computadorizado execute


corretamente suas funções, obtendo-se com isso:
 segurança do paciente;
 qualidade do produto;
 integridade dos dados (armazenados ou apenas
processados).
Resumo

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Validação de Metodologia Analítica

“A validação deve garantir, através de estudos


experimentais, que o método atenda às exigências das
aplicações analíticas, assegurando a confiabilidade dos
resultados” (ANVISA).
“Validação é o processo de definir uma exigência
analítica e confirmar que o método sob investigação tem
capacidade de desempenho consistente com o que a
aplicação requer” (ISO/IEC 17025).
“A validação de métodos assegura a credibilidade
destes durante o uso rotineiro, sendo algumas vezes
mencionado como o “processo que fornece uma
evidência documentada de que o método realiza aquilo
para o qual é indicado para fazer” (USP).
Como Validar um método?
Estimar os ERROS analíticos do método teste

Comparar os erros obtidos com erros analíticos


máximos aceitáveis e, com base nessa comparação,
julgar a aceitabilidade analítica do método teste
(VALIDAÇÃO ANALÍTICA)

Avaliar a adequação clínica do método, analisando a


correlação dos resultados obtidos com o método teste
frente à dados ou desfechos clínicos (VALIDAÇÃO
CLÍNICA)
Resultados da Validação x BPF

Fonte: consultoriamd.com.br/blog/rdc47-rdc48-qualificação-de-equipamentos
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Plano Mestre de
Validação (PMV)

57
Requisitos da IN 47/2019
 Art.10. Os principais elementos do programa de
qualificação e validação da planta devem ser claramente
definidos e documentados em um plano mestre de
validação (PMV) ou documento equivalente.

 Dizemos que o Plano Mestre de Validação é um


documento vivo, já que sempre sofre atualizações.

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Requisitos da IN 47/2019
 Art. 11. O PMV ou documento equivalente deve definir o sistema de
qualificação/validação e incluir ou referenciar informações sobre, no
mínimo, os seguintes itens:
I - política de qualificação e validação;
II - estrutura organizacional, incluindo funções e responsabilidades para
atividades de qualificação e validação;
III - resumo das instalações, equipamentos, sistemas e processos da
planta e o status de qualificação e validação dos mesmos;
IV - controle de alterações e gestão de desvios para qualificação e
validação;
V - orientação sobre o desenvolvimento de critérios de aceitação;
VI - referências a documentos existentes;
VII - estratégia de qualificação e validação, incluindo a requalificação,
quando aplicável.

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Plano Mestre de Validação
(PMV)
 Sempre que uma empresa é auditada, um dos primeiros
documentos que os auditores solicitam é o PMV, pois o
mesmo dá uma visão muito grande da situação dos
processos de validação daquela empresa.

 Com relação aos critérios, cada processo de validação


(limpeza, equipamentos e produção) possui critérios
específicos e os mesmos sempre devem estar
detalhadamente descritos nos protocolos de validação.

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Plano Mestre de Validação
(PMV)

 Traduz o comprometimento geral da empresa


em assegurar que os sistemas, equipamentos e
processos estão validados e cumprem com os
regulamentos governamentais e as políticas da
companhia.

 Primeiro passo para estabelecer um programa de


validação: determinar prioridades, produtos
abrangidos, cronogramas, atribuição de
responsabilidades e definir critérios gerais de
aceitação.
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PMV Único

 Consiste em um único documento que compila as


diretrizes gerais da empresa e todas as
validações nela existentes, juntamente com os
seus cronogramas.

 Exige a inclusão de todos os aspectos gerais e


específicos em um único documento tornando o
conteúdo bastante extenso e complexo.

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PMV Geral + PMV Específicos

 PMV Geral é o documento que apresenta as


diretrizes gerais da empresa e remete a diversos
PMV Específicos, detalhando cada plano de
validação juntamente com seus cronogramas.

 Permite um melhor detalhamento das políticas


tornando mais claras as diretrizes adotadas para
cada caso.

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Conteúdo do PMV

Capa:
 Autor(es).
 Tipo do Documento: Plano Mestre.
 Data de efetivação (aprovações iniciais);
 Número de páginas.
 Os responsáveis pela aprovação do PMV são os Gerentes do Site
(alta direção).
 Já a aprovação de um plano de validação (VP) pode ser feita pelos
gerentes do Time de Validação; da Área Proprietária e das Áreas
Usuárias (“Users”).

Obs: Nos casos onde o usuário também for proprietário é necessário


apenas uma assinatura

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Modelo de Aprovação
Na página de aprovação do plano mestre de validação
(PMV), será necessária a participação das seguintes
áreas:

Área Nome Assinatura Aprovação

Produção __/__/__

Engenharia __/__/__

Controle de __/__/__
Qualidade

Validação __/__/__

Gerência de __/__/__
Garantia da
Qualidade
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Conteúdo do PMV

Objetivo:
 Definir o propósito do documento PMV, bem como o
alcance dos trabalhos de qualificação e validação do Site,
Área (Unidade de Produção) e/ou Projeto.

Escopo:
 Abrangência do PMV (Definir de forma clara os limites do
documento e a abrangência do mesmo)
 Responsabilidades no Programa de Validação
 A definição do Time de Validação e subtimes deve ser
evidenciada com composição das pessoas ou postos de
trabalho qualificados da organização.
66
Conteúdo do PMV
Definições:
 Definição dos termos usados no PMV para padronização
de conceitos (deve existir ou no PMV ou em um
procedimento da validação).

Referências:
 Manual da Qualidade;
 Descrição dos Processos do Sistema da Qualidade;
 Políticas internas, externas e/ou legislações.

Descrição do Site/Área/Projeto:
 Definir a área a ser coberta pelo plano, dados, localização,
delimitações, razão e resultados desejados. 67
Conteúdo do PMV

Descrição do Site/Área/Projeto:
 Esta etapa pode ser também denominada como design
validation, onde se deve descrever o fluxo de materiais da
empresa, pessoal e produtos a serem fabricados,
descrevendo como estes se enquadram às boas normas
de fabricação vigentes.

 Cada área produtiva deve ser classificada de acordo com


a atividade a ser desenvolvida, tendo a perfeita descrição
e previsão dos serviços necessários para o bom
desenvolvimento das atividades realizadas.

68
Conteúdo do PMV
Descrição do Site/Área/Projeto:

 Na classificação de salas e áreas se considera as


atividades a serem realizadas, número de pessoas
envolvidas, grau de contaminação máximo permitido,
determinando-se ainda, quais sistemas serão utilizados
para este controle.

 Estes sistemas são classificados como serviços devendo


englobar a produção de água (purificada ou para
injetáveis), ar condicionado, exaustão, sistemas elétricos,
vácuo, ar comprimido e sistemas de segurança.

69
Conteúdo do PMV

Programa de Validação e Qualificação:


 Resumir os trabalhos de Validação para a área e seus
subsistemas envolvidos na operação da unidade.
 Os Planos de Validação existentes devem ser listados,
bem como os protocolos IQ/OQ e PQ e Protocolos de
Validação de Processos.
 Relação dos Processos do Sistema da Qualidade para:
QP/QI/QO, QD e PV.
 Relação dos POPs referentes à validação.
 Critério de Aceitação:
– Pode estar incluído nos POPs ou protocolos, no caso de
validação.
 Cronograma de atividades 70
Conteúdo do PMV
 Todos os POPs (Procedimento Operacional Padrão)
devem ter sido revisados e confeccionados e
posteriormente, reavaliadas de acordo com os resultados
obtidos da implantação do protocolo.
 A empresa deve possuir um suporte analítico bastante
versátil para a implantação do programa de validação.
 Todos os equipamentos devem ser previamente calibrados
e qualificados antes de se iniciar a validação de um
processo. Empresas devidamente cadastradas pelo
INMETRO-RBC podem ser usadas para a calibração
destes equipamentos.
 O treinamento dos funcionários deve ter sido iniciado e os
mesmos devem ter conhecimentos suficientes sobre
as BPFc. 71
Conteúdo do PMV
Qualificação dos fornecedores de matérias-primas:

 Neste ponto serão definidos os critérios de aceitação para


cada material a ser utilizado na empresa, estipulando-se
suas características e testes a serem realizados.
 Com materiais destinados à fabricação de sólidos orais,
como, por exemplo, deve ser avaliado o tamanho de
partícula, densidade aparente, umidade e teor entre outras
propriedades.
 Certificados de análise devem ser obtidos de todos os
fornecedores, especificando-se as condições ideais de
armazenagem ressaltando-se que produtos com
monografias descritas em farmacopeias devem ter as
mesmas como referências mínimas. 72
Conteúdo do PMV
Qualificação dos fornecedores de matérias-primas:

 Os certificados de análise devem ser de três diferentes


lotes e o processo de fabricação e os principais
subprodutos de síntese devem ser de conhecimento do
comprador.
 Os fornecedores são obrigados a manter as embalagens
dos materiais fornecidos de acordo com as especificações
da empresa.
 A possibilidade de programas de re-engenharia de
fornecedores de matérias-primas e fornecimento tipo “just
in time“ devem ser considerados.

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Elemento Chave: Organização

Comitê de Validação:

 Grupo: diretoria + nível gerencial da empresa.


 Define as diretrizes e estratégias.
 Aprova o programa de validação.
 Suporta o grupo de validação e provê recursos.
 Acompanha o andamento das atividades e
redireciona estratégias.

74
Elemento Chave: Organização

Grupo de Validação:

 Equipe multidisciplinar.
 Responsável pela execução das atividades de
validação.
 Elabora o programa e submete a aprovação pelo
comitê.
 Realiza o follow up das atividades e informa
dificuldades e imprevistos.

75
Diferenças....

Plano Mestre de Validação

Plano de Validação

76
Plano de Validação

Define a estratégia a ser utilizada na Validação de


um sistema específico, um grupo de produtos,
equipamentos, utilidades etc.

Conteúdo:
 Histórico de revisão
 Objetivo
 Introdução
 Estratégia de qualificação / Validação
 Responsabilidades
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Plano de Validação

 Atividades de Qualificação / Validação:


 Interfaces
 Pré-requisitos
 Interdependências de Validação
 Estratégia de Validação
 Referência de URS
 Documentos a serem elaborados (protocolos,
relatórios, etc.)

78
Manutenção do status
Validado

Revalidação (Periódica)

 Controle de Mudanças

 Revisão Periódica de Produto (RPP)

79
Conclusões

80
Conclusão

 O estudo de qualificação e validação faz parte


das Boas Práticas de Fabricação, que por sua vez
deve ser contemplada dentro do Sistema de
Gestão da Qualidade da empresa, que visa
garantir que um processo produtivo é
consistentemente seguro e eficaz, produzindo
medicamentos com qualidade e segurança.

81
Conclusões

Fonte: https://www.youtube.com/watch?v=oCCBFoJ5vME
82
Referências
1. U.S. Department of Health and Human Services, Food and Drug Administration (FDA) - Guidance for
Industry - Process Validation: General Principles and Practices, 2011,
2. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – Resolução RDC nº 301, D.O.U. de 22 de agosto de
2019;
3. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – Instrução Normativa nº 47, D.O.U. de 22 de agosto
de 2019
4. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – Instrução Normativa nº 43, D.O.U. de 22 de agosto
de 2019
5. Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) – Resolução RDC nº 48, D.O.U. de 25 de outubro de
2013.
6. Health Canada, Health Products and Food Branch - Guidance: Validation Documentation Requirements
and Responsibilities for Drug Fabricators, Packagers / Labellers, Testers, Distributors and Importers
(GUIDE-0042);
7. Validation of Pharmaceutical Processes, Third Edition. Edited by James P. Agalloco and Frederick J.
Carleton. CRC Press, 2007;
8. ISPE Baseline Guide: Commissioning and Qualification
9. ICH, Q10 Pharmaceutical Quality System (2008);
10. ICH Q9 Quality Risk Management
11. ICH Q11 Development and Manufacture of Drug Substances.
12. USP 41 <797> Pharmaceutical Compounding Sterile Preparations.
13. WHO - Working document QAS/16.666, May 2016 (draft for comments).
14. EudraLex (EMA) - Volume 4 Good manufacturing practice (GMP) Guidelines
15. PIC/S – Pharmaceutical Inspection Convention, Process Validation, September 2007.
16. PDA Technical Report nº 60 - Process Validation: A Lifecycle Approach, 2013.

83
Em caso de dúvidas favor encaminhar e-mail
para: duvidasbpf@gmail.com

84
85

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