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MÓDULO: INCIDÊNCIA E CRÉDITO TRIBUTÁRIO

SEMINÁRIO DE CASA

SEMINÁRIO II – CRÉDITO TRIBUTÁRIO, LANÇAMENTO E ESPÉCIES DE


LANÇAMENTO

Questões
1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda:

a) Que é lançamento? Definir o conceito especificando: quem pode lançar, se é ato ou


procedimento e qual a sua finalidade.

Necessário primeiramente, delimitar o que entendemos por crédito tributário, o qual podemos
alinhar como, o direito subjetivo do sujeito ativo de portar uma obrigação tributária o qual lhe
confere poderes para exigir do sujeito passivo exigir valor devido em dinheiro. Preconiza o
Professor Paulo de Barros Carvalho1:

“Nasce o crédito tributário no exato instante em que irrompe o laço obrigacional,


isto é, ao acontecer, no espaço físico exterior em que se dão as condutas inter-
humanas, aquele evento hipoteticamente descrito no suposto da
regra-matriz de incidência tributária, mas desde que relatado em linguagem
competente para identificá-lo.”

Assim, devemos concluir que haverá apenas o credito tributário tão somente após
exteriorização da conduta prevista na norma (regra matriz de incidência tributária).

Entretanto, como poderemos ver a seguir, apenas consideraremos o crédito tributário


propriamente dito, apenas após o lançamento a ser emitido pelo agente da Administração
Pública, dedilha ainda o Professor Paulo de Barros:

“ Por esse modo, distingue o momento da incidência, na realização do evento,


daquele da aplicação, em que o agente administrativo, tomando conhecimento da
ocorrência, firmasse em linguagem específica os termos que presidiram o
acontecimento, bem como os traços que identificam o laço obrigacional.”

Enquanto o crédito tributário é o direito subjetivo que o sujeito ativo tem de exigir prestação,
o débito tributário está ligado ao dever juridico de ver-se sanada a respectiva obrigação.

1
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
448.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Atualmente, tanto o Poder Público. Mediante iniciativa prevista em lei, poderá efetuar o
chamado “lançamento”, tanto de maneira ativa/originária seja de maneira subsidiária, quando
o sujeito passivo está obrigado mediante lei a efetuar o lançamento e o não fez em tempo
hábil, sendo reconhecido no âmbito tributário como “lançamento” para o primeiro caso, e
“autolançamento” quando a obrigação decorrer do sujeito passivo do crédito.

Em sua obra, o Professor Paulo de Barros2, menciona os ensinamentos trazidos por Eurico
Marcos Diniz de Santi, que assim concluiu que:

“Assim, no uso técnico-comercial-contábil temos o emprego da expressão


lançamento como: (i) ação ou (ii) efeito de escriturar uma verba em livros de
escrituração comercial; (iii) a própria verba que se escritura; e (iv) efetuar o
cálculo, conferir liquidez a um crédito ou débito.(...)”

Ainda, leciona o Código Tributário Nacional em seu artigo 142, que o lançamento trata-se de
procedimento administrativo, o qual a atividade administrativa a figura do lançamento está
vinculada e obrigatória entre os sujeito ativo sob pena de responsabilidade funcional.

Há discussão acerca de se o lançamento seria “ato” ou “procedimento”, priomordialmente, este


assunto sob a ótica do Direito Administrativo é um fato que as entidades supra mencionadas são
distintas bem como seus respectivos efeitos práticos.

Ocorre que, o próprio Código Tributário em seu artigo 142 prescreve o lançamento como um
procedimento administrativo. Grandes jurístas têm este mesmo pensamento, conforme se pode
averiguar nos ensinamentos e pensamentosde Alfrego Augusto Becker, Antonio Roberto Sampáio
Dório e por fim Ruy Barbosa Nogueira, os quais defendem a natureza procedimental da figura do
lançamento tributário.

Eluciado este ponto, tomemos agora a averiguar o que poderiamos entender por procedimento
tributário.

O Professor Paulo de Barros3, nos motra duas vertentes acerca da acepção do referido vocabulo:

“(1) “procedimento” como conjunto ordenado de atos administrativos e termos que


evoluem, unitariamente, para a consecução de ato específico, que é sua finalidade
(exemplos: procedimento administrativo tributário, procedimento de consulta,
procedimento de licitação etc.); e (2) “procedimento” como qualquer atividade
2
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
456.
3
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
465;

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físico-material e intelectual para a produção de ato jurídico administrativo (exemplo:
o funcionário, verificando o quadramento do fato à norma, redige breve autorização,
num ato jurídico administrativo isolado).”

Para evitar tais confusões, necessário seria sintetiza-lo de maneira simples, assim, podemos nos
referir como “procedimento” uma sucessão de atos e termos executados com a finalidade de se
obter um determinado resultado, ou seja, podemos toma-lo como um processo de preparação,
enquanto ato, como um produto final.

Entretanto, valida ainda o referido Professor que ao falarmos de “lançamento”, podemos concebe-
lo como norma, como procedimento ou como ato4:

“(...) Norma, no singular, para reduzir as complexidades de referência aos vários


dispositivos que regulam o desdobramento procedimental para a produção do ato (i);
procedimento, como a sucessão de atos praticados pela autoridade competente, na
forma da lei (ii); e ato, como o resultado da atividade desenvolvida no curso do
procedimento (iii).
Isto significa afirmar que são semanticamente válidos os três ângulos de análise.
(sem grifos no original)

Assim, prevalecerá àquela acepção a depender do interesse protocolar de quem irá faze-lo.
Entretanto, de sumar importancia rememorar que, não poderemos falar em ato de lançamento sem
que um procedimento tenha sido implementado.

Por fim, sintetizemos o lançamento tributário:

“Lançamento tributário é o ato jurídico administrativo, da categoria dos simples,


constitutivos e vinculados, mediante o qual se insere na ordem jurídica
brasileira uma norma individual e concreta, que tem como antecedente o fato
jurídico tributário e, como consequente, a formalização do vínculo obrigacional,
pela individualização dos sujeitos ativo e passivo, a determinação do objeto da
prestação, formado pela base de cálculo e correspondente alíquota, bem como pelo
estabelecimento dos termos espaço-temporais em que o crédito há de ser exigido.”

Nesta toada, tomamos o lançamento como um ato administrativo e não como um procedimento,
ora já refutado, atos este que podem ser formais, ou seja, todos aqueles praticados por um orgão
administrativo, ou atos materiaisi que representam o efetivo exercicio administrativo do Estado.

4
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
469.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Neste diapasão temos sinteticamente o lançamento como 5:

“a) O motivo ou pressuposto é a realização do evento, do qual tem notícia o agente


da Administração. Não é ainda o “fato jurídico tributário” que vai surgir na forma de
um enunciado linguístico, integrado no conteúdo do ato. É aquele acontecimento do
mundo que feriu a sensibilidade de um sujeito de direitos e está à espera da
linguagem própria que lhe dê foros de objetividade. b) O agente competente é o
funcionário que a lei indicar para o exercício de tal função, dependendo de cada
espécie legislada. c) A forma é a organização de linguagem que a lei entendeu
adequada para o tributo, variando, também, caso a caso. d) Conteúdo ou objeto é a
norma individual e concreta inserida no sistema pelo ato de lançamento. e) E
finalidade é o objetivo colimado pelo expediente, qual seja o de, introduzindo a
norma no ordenamento positivo, tornar juridicamente possível o exercício do direito
subjetivo à prestação tributária.”

b) É correto afirmar que o lançamento tributário se apresenta em três espécies? Se positiva


a resposta, qual o critério que orienta tal classificação, ou seja, o que diferencia uma
espécie da outra?

O artigo 147 a 150 do Código Tributário Nacional acolhe três espécies de lançamento: (a) o
lançamento direto, ou por oficio, (b) o misto, ou por declaração e, (c) o lançamento por
homologação. Ambas tem como premissa a colaboração do sujeito passivo quanto do
momento do lançamento. No primeiro caso, não há qualquer participação do sujeito passivo
da relação jurídico tributário vez que o agente apto para tanto é a Administração Pública, por
conseguinte, a segunda espécie tanto o sujeito passivo quanto o sujeito ativo corroboram para
o lançamento com a finalidade comum de por fim haver o lançamento tributário. Já a última
espécie o trabalho de lançamento é todo depositado ao sujeito passivo da obrigação tributário,
cabendo tão somente a Administração Tributária homologá-la.

Entretanto, a partir disto o professor Paulo de Barros vai contra o prescrito nos referidos
artigos, vez que no âmbito criterial tratam-se apenas de procedimentos antecedentes ao
lançamento tributário e este não o entende como essencial para a criação de lançamento
tributário uma vez que é plenamente possível haver lançamento tributário sem qualquer
procedimento. Desta forma, para Paulo de Barros não seria correto afirmar que o lançamento
tributário se apresenta em três espécies, entretanto, ainda corrobora com ensinos de acordo
com os lhiames do Código Tributário Nacional:

“De acordo com as espécies mencionadas, temos, no direito brasileiro, modelos de


impostos que se situam nas três classes. O lançamento do IPTU é do tipo de
lançamento de ofício; o do ITR, até a Lei n. 9.393, de 19 de dezembro de 1996, era
por declaração, como, aliás, sucedia com o IR (pessoa física). O IPI, o ICMS, o IR
5
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
485.

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
(atualmente, nos três regimes — jurídica, física e fonte) são tributos cujo lançamento
é feito por homologação, tudo, reitero, consoante a classificação do Código.”

c) O chamado lançamento por homologação é efetivamente lançamento? E o lançamento


por declaração?

“A figura canhestra do “lançamento por homologação” é um mero disfarce que o


direito positivo criou para atender ao capricho de não reconhecer, na atividade do
sujeito passivo, o mesmo ato que costuma celebrar, de aplicação ;da norma geral e
abstrata para o caso concreto. E pretendeu, com isso, ver superado o problema da
dualidade aplicativa da regra-matriz de incidência.”

Entretanto, ele será apenas ratificando quando o Fisco o verificar a atividade do sujeito passivo da
relação tributária em questão.

d) O lançamento tem eficácia declaratória e/ou constitutiva? O que é declarado e/ou


constituído? Quando isso ocorre?

O lançamento tem eficácia tanto declaratória como constitutiva, vez que declara a obrigação
tributária e consequentemente constitui credito tributário.

e) Confrontar as noções de tempo no fato e tempo do fato.

Entendemos de tempo no fato àquela constituição do fato jurídico, ocorrendo com a realização
do previsto em norma jurídico tributário.
Já tempo do fato ocorrerá com a notificação das partes pelo ocorrido.

f) O que é erro de fato e erro de direito? E mudança de critério jurídico?

Entendemos por erro de fato àquele problema intranormativo, ou seja, um problema na estrutura
da norma que prescreve a conduta. A título exemplificativo, o professor Paulo de Barros no trás
o seguinte caso6:

“(...) o evento, que ocorreu no território do Município M, é consignado como tendo


acontecido no Município M’. Uma vez provado o engano, diremos que houve erro
de fato localizado no elemento espacial. A operação foi tida como de prestação de
serviços, mas novas averiguações indicaram que o tomador do serviço foi o próprio
prestador: erro de fato quanto ao elemento material do antecedente. A base de
cálculo, para efeito do IPTU, foi registrada como sendo o valor do imóvel vizinho:
6
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
502;

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
erro de fato verificado no elemento quantitativo do conseqüente da norma, mais
precisamente, no fator base de cálculo.”

Por sua vez, o erro de direito há um descompasso entre normas, que podemos vê-lo sendo
aplicado desta forma7:

“A autoridade administrativa, ao invés de exigir o ITR do proprietário do imóvel


rural, entende que o sujeito passivo pode ser o arrendatário: erro de direito apurado
no cotejo do elemento subjetivo do enunciado factual, com o critério subjetivo da
regra-matriz de incidência. A contribuição social incide sobre o lucro e, no ato de
lançamento, o funcionário, mal interpretando, elabora seus cálculos com base no
faturamento da empresa: erro de direito, envolvendo o elemento material do fato
com o critério material da hipótese normativa. A base de cálculo de certo imposto é
o valor da operação, acrescido do frete, enquanto o agente, ao lavrar o ato de
lançamento, registra apenas o valor da operação, por assim interpretar a previsão
legal: erro de direito, pela dissonância entre o enunciado do consequente da norma
individual e concreta (elemento quantitativo) e o enunciado do consequente da
regra-matriz de incidência (critério quantitativo).”

Assim, podemos concluir que, se o desencontro de linguagem ocorre em uma única norma, seja ela
no antecedente ou seja no consequente, de forma que esta deve ser individual e concreta, estaremos
diante do erro de fato.

Já, quando este desencontro ocorrer entre duas ou mais normas, e uma delas, por obrigatoriedade
ser individual e concreta e as seguintes (demais) geral e abstrata, estaremos diante de erro de
direito. Importante ainda salientar que, qualquer desencontro seja com “alíquotas” ou até “sujeito
ativo” este será também erro de direito vez que necessáriamente estaremos diante de uma norma
geral e abstrata de encontro com a individual e concreta.

Por fim, insta salientar pela mudança de critério jurídico, o lançamento poderá ser tido como nulo
ou anulável (não podendo ser cofundido aqui com revogação), o que ensina a súmula 473 do
Supremo Tribunal Federal:

“A Administração revoga ou anula o seu próprio ato; o Judiciário somente anula o


ato administrativo. Isso porque a revogação é o desfazimento do ato por motivo de
conveniência ou oportunidade da Administração, ao passo que a anulação é a
invalidação por motivo de ilegalidade do ato administrativo. Um ato inoportuno ou
inconveniente só pode ser revogado pela própria Administração, mas um ato ilegal
pode ser anulado, tanto pela Administração
como pelo Judiciário.”

7
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
503.

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Ainda, o Código Tributário Nacional, prescreve em seu artigo 145, que o lançamento
regularmente lançado poderá ser alterado em virtude de I) impugnação do sujeito passivo; II)
recurso de ofício; III) iniciativa de ofício da autoridade administrativa.

Por sua vez, prevê ainda o artigo 149 do suso código:

O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos


seguintes casos:
I — quando a lei assim o determine;
II — quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na
forma da legislação tributária;
III — quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos
termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação
tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa,
recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade;
IV — quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento
definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória;
V — quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente
obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte;
VI — quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro
legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária;
VII — quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele,
agiu com dolo, fraude ou simulação;
VIII — quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião
do lançamento anterior;
IX — quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta
funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato
ou formalidade essencial

A consequencia de qualquer um dos incisos acima prescritos é a instauração de procedimento


administrativo, para que assim discuta-se a validade do lançamento tributário.

Entretanto, importante salientar que a autoridade administrativa não é autorizada (atividade


vinculada) a majorar a presenção tributária tão somente pelo fato da mudança de critério jurídico,
podendo somente faze-lo se constatado haver erro de fato. Mesmo porque, preconzia ainda o
artigo 146 do Código Tributário Nacional:

“A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão judicial, nos


critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do
lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo,
quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução.”

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2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se:

a) Identifique as normas individuais e concretas veiculadas no respectivo auto de infração;


1. Deixou de pagar o imposto de R$ 11.599,29 (onze mil quinhentos e noventa e nove reais e vinte
e nove centavos) no dia 01/01/2014, referentes à saída de mercadorias (operações tributadas à
alíquota de 18%), mas consideradas como não tributadas. INFRINGÊNCIA: arts 112 e 52 do
RICMS (Decreto 45.490/2000).
Art. 52 - As alíquotas do imposto, salvo exceções previstas nos artigos 53, 54 e 55, são (Lei
6.374/89, art. 34, caput, com alterações da Lei 10.619/00, arts. 1°, XVIII, e 2°, IV, § 1°, 4, e § 4°,
Lei 6.556/89, art. 1°, Lei 10.991/01, art. 1°, Resoluções do Senado Federal n° 22, de 19-05-89 e n°
95, de 13-12-96):
I - nas operações ou prestações internas, ainda que iniciadas no exterior, 18% (dezoito por
cento);
(...)
Artigo 112 - O imposto apurado na forma do artigo 87 e declarado nos termos dos artigos
253 a 258, observado o disposto no artigo 566, poderá ser recolhido sem os acréscimos
legais, tais como a multa prevista no artigo 528 e os juros de mora, até o dia indicado no
Anexo IV (Lei 6.374/89, art. 59).
CAPITULAÇÃO DA MULTA: art. 85, I, alínea “c”, c/c §§ 1ºda Lei nº 6.374/89.
Art. 85 - O descumprimento das obrigações principal e acessórias, instituídas pela
legislação do Imposto sobre Operações Relativas a Circulação de Mercadorias e sobre
Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação,
fica sujeita às seguintes penalidades:
I - infrações relativas ao pagamento do imposto;
c) falta de pagamento do imposto nas seguintes hipóteses: emissão e/ou
escrituração de documento fiscal de operação ou prestação tributária como não
tributada ou isenta, erro na aplicação da alíquota, na determinação da base de
cálculo ou erro na apuração do valor do imposto, desde que, neste caso, o
documento tenha sido emitido e escriturado regularmente - multa equivalente a
50% (cinquenta por cento) do valor do imposto;
(...)
Parágrafo 1° - A aplicação das penalidades previstas neste artigo deve ser feita sem
prejuízo da exigência do imposto em auto de infração e das providências necessárias à
instauração da ação penal cabível, inclusive por crime de desobediência.

b) Confronte as noções de (i) auto de infração – documento, (ii) ato administrativo de


imposição de multa, (iii) ato administrativo de lançamento e (iv) ato de notificação;
c) Em sua opinião, em que instante nasce a obrigação tributária? E o crédito tributário? E, a
multa tributária? Que significa “constituição definitiva do crédito”?

a) O auto de infração é documento pertinente a aplicação de sanção a quem por sua vez,
violou/deixou de fazer conduta a ele impelida.
b) O ato administrativo de imposição de multa é desencadeado a partir do momento do não
pagamento hábil do tributo a ele cobrado.

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c) Ato administrativo de lançamento

3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos, compensa tais
valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o pagamento do saldo devedor
conforme discriminado abaixo:

Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora,
sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. Em seguida,
encaminha para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em razão do aproveitamento
indevido dos créditos (R$ 200.000,00), pois entende não ser necessário o lançamento de ofício.
Esses valores, por sua vez, são acrescidos das penalidades que o Fisco entende cabíveis, além
dos juros de mora.
Na sua opinião, está correto o proceder da Fazenda?
Ainda, o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade pode ser equiparado a
pagamento antecipado?
A glosa, por sua vez, resultaria em não pagamento? Justifique sua resposta (Vide anexo II e
III).

O Fisco agiu de maneira errônea, vez que não deve sair de seu lhiame prescritivo, devendo ele
apenas quando entender não estarem corretos os valores declarados, deverá prevalecer-se
primeiramente de lançamento de ofício.

O IPI por trata-ser de tributo que tem por principio a não cumulatividade, o Contribuinte poderá
valer-se sobre os créditos que havia arrecadado no mês anterior para utiliza-lo como pagamento
antecipado.

A simples glosa não resulta em não pagamento, devendo o Fisco Federal valer-se primeiramente do
lançamento de oficio.

4. Com relação ao lançamento por homologação, pergunta-se:


a) Que é homologação? O que se homologa:

A Fazenda Pública no exercício de sua função fiscalizadora efetua mediante seus poderes a outorga ou
ratificação das informações prestadas pelo sujeito passivo informado por ele.

O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Sendo aqui homologado o pagamento efetuado antecipadamente vez que com o ato do lançamento o
contribuinte deverá pagar o que acha que deve ao Fisco.

b) Quando se verifica a homologação expressa? Trata-se de ato administrativo? Ainda, é


possível revisar-se o ato homologatório expresso? Há no direito positivo a possibilidade de
pagamento de tributos sem lançamento?

A homologação verificarse-a quando a Autoridade Administrativa/Fisco editar ato concordando


com o prescrito pelo sujeito passivo
Sendo plenamente possível revisar ato homologátio expresso se este por sua vez decorrer por erro,
dolo, fraude ou simulação, não sendo possível o pagamento de tributo sem o lançamento.

5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação trabalhista, os
créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida pelos Juízes e
Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. Pergunta-se: a decisão
judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito tributário? E, eventuais acordos
posteriores entre os litigantes? Há necessidade de lançamento? Como ficam os princípios do
contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV).

Conforme anteriormente dedilhado, a decisão judicial não constitui crédito tributário, vez que
trata-se de ato exclusivo da autoridade administrativa, preconiza o artigo 142 do Código
Tributário Nacional:

Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito


tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente
a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a
matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito
passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível.
        Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e
obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional.

Caso este esboçado ainda quando do julgamento do Conflito de Competencia 108.446/SP in


verbis:

(...) In casu, trata-se de execução fiscal ajuizada pelo Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS, objetivando o recebimento de quantia a título de contribuição
previdenciária, supostamente devida e não recolhida aos cofres públicos, de natureza
eminentemente fiscal advinda de diversas origens, como bem asseverado na decisão
suscitante do presente conflito: “A Justiça do Trabalho é manifestamente
incompetente para apreciação da matéria. Com efeito, a teor do art. 114, VII e
VIII da CF, a competência para os feitos de execução fiscal é restrita a duas
hipóteses específicas” (sem grifos no original)

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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Agora, quando falamos de acordos posteriormente entre os litigantes:

“O artigo 764, § 3º, da CLT autoriza as partes a homologarem acordo que


ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo
conciliatório. O artigo 764, § 3º, da CLT autoriza as partes a homologarem
acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois de encerrado o juízo
conciliatório. Caso essa transação ocorra após a liquidação da sentença, formará
novo título executivo sobre o qual incidirá o recolhimento da contribuição
previdenciária, consoante a disposição contida no artigo 195, I, a, da Constituição
Federal . Isto porque, de acordo com o disposto no artigo 195, I, a, da Constituição
Federal, o fato gerador da contribuição previdenciária são rendimentos pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física prestadora de serviço, ainda que não
seja reconhecido vínculo empregatício. Recurso de revista conhecido e provido”.
(TST-RR-648/2003-055-15-00-3, Min Relator Caputo Basto, pub. 07.11.2008)

Não podendo os créditos da seara trabalhista serem confundidos com os créditos da seara
tributária.

6. Sobre as hipóteses correlatas às alterações do lançamento, responda:


a) Há diferença entre erro de direito e mudança de critério jurídico, para fins de revisão do
lançamento tributário? Há possibilidade de revisão do lançamento fundado em erro de
direito? E em erro de fato? Qualquer erro de fato é suficiente para fundamentar a alteração
do lançamento? (Vide anexos VII, VIII e IX).

Ao adentrarmos nos conceitos de lançamento tributário, para esta finalidade não há diferença
entre erro de direito e mudança de crédito tribtuário, uma vez que não permitem puramente a
revisão do lançamento no erro de direito, quanto ao erro de fato poderá ser levantado pelo sujeito
passivo da relação tributária.

Conforme demonstrado na Solução de Consulta Interna Cosit n. 08/2013, mera irregularidade não
prejudica o exercício do contraditório e não gera nulidade do lançamento, entretanto, a ocorrência
de defeito no instrumento do lançamento o qual configure erro de fato é possível e também
anulável por vicio de forma.

Bem como ainda rememora o Tribunal quando do julgamento do REsp n. 1.130.545/RJ onde, o
lançamento tributário somente é possível nas hipóteses elencadas no artigo 145 do Código
Tributário Nacional.

b) A alteração da base de cálculo, ou da sistemática de apuração do tributo pode ser feita


mediante retificação do lançamento? A eleição errônea da base de cálculo, ou da sistemática de

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apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do critério jurídico? Tem o
condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos X, XI e XII)

Neste caso, por tratar-se de erro de fato será possível a retifica do lançamento, não necessitando
anular o referido lançamento.

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