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SEMINÁRIO DE CASA
Questões
1. Considerando os conceitos de norma, incidência e crédito tributário, responda:
Necessário primeiramente, delimitar o que entendemos por crédito tributário, o qual podemos
alinhar como, o direito subjetivo do sujeito ativo de portar uma obrigação tributária o qual lhe
confere poderes para exigir do sujeito passivo exigir valor devido em dinheiro. Preconiza o
Professor Paulo de Barros Carvalho1:
Assim, devemos concluir que haverá apenas o credito tributário tão somente após
exteriorização da conduta prevista na norma (regra matriz de incidência tributária).
Enquanto o crédito tributário é o direito subjetivo que o sujeito ativo tem de exigir prestação,
o débito tributário está ligado ao dever juridico de ver-se sanada a respectiva obrigação.
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CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
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O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Atualmente, tanto o Poder Público. Mediante iniciativa prevista em lei, poderá efetuar o
chamado “lançamento”, tanto de maneira ativa/originária seja de maneira subsidiária, quando
o sujeito passivo está obrigado mediante lei a efetuar o lançamento e o não fez em tempo
hábil, sendo reconhecido no âmbito tributário como “lançamento” para o primeiro caso, e
“autolançamento” quando a obrigação decorrer do sujeito passivo do crédito.
Em sua obra, o Professor Paulo de Barros2, menciona os ensinamentos trazidos por Eurico
Marcos Diniz de Santi, que assim concluiu que:
Ainda, leciona o Código Tributário Nacional em seu artigo 142, que o lançamento trata-se de
procedimento administrativo, o qual a atividade administrativa a figura do lançamento está
vinculada e obrigatória entre os sujeito ativo sob pena de responsabilidade funcional.
Ocorre que, o próprio Código Tributário em seu artigo 142 prescreve o lançamento como um
procedimento administrativo. Grandes jurístas têm este mesmo pensamento, conforme se pode
averiguar nos ensinamentos e pensamentosde Alfrego Augusto Becker, Antonio Roberto Sampáio
Dório e por fim Ruy Barbosa Nogueira, os quais defendem a natureza procedimental da figura do
lançamento tributário.
Eluciado este ponto, tomemos agora a averiguar o que poderiamos entender por procedimento
tributário.
O Professor Paulo de Barros3, nos motra duas vertentes acerca da acepção do referido vocabulo:
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
físico-material e intelectual para a produção de ato jurídico administrativo (exemplo:
o funcionário, verificando o quadramento do fato à norma, redige breve autorização,
num ato jurídico administrativo isolado).”
Para evitar tais confusões, necessário seria sintetiza-lo de maneira simples, assim, podemos nos
referir como “procedimento” uma sucessão de atos e termos executados com a finalidade de se
obter um determinado resultado, ou seja, podemos toma-lo como um processo de preparação,
enquanto ato, como um produto final.
Entretanto, valida ainda o referido Professor que ao falarmos de “lançamento”, podemos concebe-
lo como norma, como procedimento ou como ato4:
Assim, prevalecerá àquela acepção a depender do interesse protocolar de quem irá faze-lo.
Entretanto, de sumar importancia rememorar que, não poderemos falar em ato de lançamento sem
que um procedimento tenha sido implementado.
Nesta toada, tomamos o lançamento como um ato administrativo e não como um procedimento,
ora já refutado, atos este que podem ser formais, ou seja, todos aqueles praticados por um orgão
administrativo, ou atos materiaisi que representam o efetivo exercicio administrativo do Estado.
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CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Neste diapasão temos sinteticamente o lançamento como 5:
O artigo 147 a 150 do Código Tributário Nacional acolhe três espécies de lançamento: (a) o
lançamento direto, ou por oficio, (b) o misto, ou por declaração e, (c) o lançamento por
homologação. Ambas tem como premissa a colaboração do sujeito passivo quanto do
momento do lançamento. No primeiro caso, não há qualquer participação do sujeito passivo
da relação jurídico tributário vez que o agente apto para tanto é a Administração Pública, por
conseguinte, a segunda espécie tanto o sujeito passivo quanto o sujeito ativo corroboram para
o lançamento com a finalidade comum de por fim haver o lançamento tributário. Já a última
espécie o trabalho de lançamento é todo depositado ao sujeito passivo da obrigação tributário,
cabendo tão somente a Administração Tributária homologá-la.
Entretanto, a partir disto o professor Paulo de Barros vai contra o prescrito nos referidos
artigos, vez que no âmbito criterial tratam-se apenas de procedimentos antecedentes ao
lançamento tributário e este não o entende como essencial para a criação de lançamento
tributário uma vez que é plenamente possível haver lançamento tributário sem qualquer
procedimento. Desta forma, para Paulo de Barros não seria correto afirmar que o lançamento
tributário se apresenta em três espécies, entretanto, ainda corrobora com ensinos de acordo
com os lhiames do Código Tributário Nacional:
O conteúdo desse material é de propriedade intelectual do ©IBET: é proibida sua utilização, manipulação ou reprodução, por
pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
(atualmente, nos três regimes — jurídica, física e fonte) são tributos cujo lançamento
é feito por homologação, tudo, reitero, consoante a classificação do Código.”
Entretanto, ele será apenas ratificando quando o Fisco o verificar a atividade do sujeito passivo da
relação tributária em questão.
O lançamento tem eficácia tanto declaratória como constitutiva, vez que declara a obrigação
tributária e consequentemente constitui credito tributário.
Entendemos de tempo no fato àquela constituição do fato jurídico, ocorrendo com a realização
do previsto em norma jurídico tributário.
Já tempo do fato ocorrerá com a notificação das partes pelo ocorrido.
Entendemos por erro de fato àquele problema intranormativo, ou seja, um problema na estrutura
da norma que prescreve a conduta. A título exemplificativo, o professor Paulo de Barros no trás
o seguinte caso6:
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
erro de fato verificado no elemento quantitativo do conseqüente da norma, mais
precisamente, no fator base de cálculo.”
Por sua vez, o erro de direito há um descompasso entre normas, que podemos vê-lo sendo
aplicado desta forma7:
Assim, podemos concluir que, se o desencontro de linguagem ocorre em uma única norma, seja ela
no antecedente ou seja no consequente, de forma que esta deve ser individual e concreta, estaremos
diante do erro de fato.
Já, quando este desencontro ocorrer entre duas ou mais normas, e uma delas, por obrigatoriedade
ser individual e concreta e as seguintes (demais) geral e abstrata, estaremos diante de erro de
direito. Importante ainda salientar que, qualquer desencontro seja com “alíquotas” ou até “sujeito
ativo” este será também erro de direito vez que necessáriamente estaremos diante de uma norma
geral e abstrata de encontro com a individual e concreta.
Por fim, insta salientar pela mudança de critério jurídico, o lançamento poderá ser tido como nulo
ou anulável (não podendo ser cofundido aqui com revogação), o que ensina a súmula 473 do
Supremo Tribunal Federal:
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CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de direito tributário. 30 ed. São Paulo: Saraiva, 2019, Capítulo XII. Fls.
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Ainda, o Código Tributário Nacional, prescreve em seu artigo 145, que o lançamento
regularmente lançado poderá ser alterado em virtude de I) impugnação do sujeito passivo; II)
recurso de ofício; III) iniciativa de ofício da autoridade administrativa.
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2. Dado o auto de infração fictício (anexo I), pergunta-se:
a) O auto de infração é documento pertinente a aplicação de sanção a quem por sua vez,
violou/deixou de fazer conduta a ele impelida.
b) O ato administrativo de imposição de multa é desencadeado a partir do momento do não
pagamento hábil do tributo a ele cobrado.
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c) Ato administrativo de lançamento
3. Empresa XXX, contribuinte de IPI, declara e formaliza seus créditos e débitos, compensa tais
valores (não-cumulatividade) e, de acordo com a lei, realiza o pagamento do saldo devedor
conforme discriminado abaixo:
Posteriormente, o Fisco Federal glosa os créditos de IPI utilizados pela empresa devedora,
sem, contudo, efetuar o lançamento de qualquer valor a título de tributo. Em seguida,
encaminha para inscrição na dívida ativa os valores não pagos em razão do aproveitamento
indevido dos créditos (R$ 200.000,00), pois entende não ser necessário o lançamento de ofício.
Esses valores, por sua vez, são acrescidos das penalidades que o Fisco entende cabíveis, além
dos juros de mora.
Na sua opinião, está correto o proceder da Fazenda?
Ainda, o aproveitamento de créditos da não-cumulatividade pode ser equiparado a
pagamento antecipado?
A glosa, por sua vez, resultaria em não pagamento? Justifique sua resposta (Vide anexo II e
III).
O Fisco agiu de maneira errônea, vez que não deve sair de seu lhiame prescritivo, devendo ele
apenas quando entender não estarem corretos os valores declarados, deverá prevalecer-se
primeiramente de lançamento de ofício.
O IPI por trata-ser de tributo que tem por principio a não cumulatividade, o Contribuinte poderá
valer-se sobre os créditos que havia arrecadado no mês anterior para utiliza-lo como pagamento
antecipado.
A simples glosa não resulta em não pagamento, devendo o Fisco Federal valer-se primeiramente do
lançamento de oficio.
A Fazenda Pública no exercício de sua função fiscalizadora efetua mediante seus poderes a outorga ou
ratificação das informações prestadas pelo sujeito passivo informado por ele.
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Sendo aqui homologado o pagamento efetuado antecipadamente vez que com o ato do lançamento o
contribuinte deverá pagar o que acha que deve ao Fisco.
5. A Lei n. 10.035/00 estabelece que serão executados, nos autos da reclamação trabalhista, os
créditos previdenciários devidos em decorrência da decisão proferida pelos Juízes e
Tribunais, resultantes de condenação ou homologação do acordo. Pergunta-se: a decisão
judicial, cognitiva ou homologatória, constitui o crédito tributário? E, eventuais acordos
posteriores entre os litigantes? Há necessidade de lançamento? Como ficam os princípios do
contraditório e da ampla defesa? (Vide anexos IV, V e IV).
Conforme anteriormente dedilhado, a decisão judicial não constitui crédito tributário, vez que
trata-se de ato exclusivo da autoridade administrativa, preconiza o artigo 142 do Código
Tributário Nacional:
(...) In casu, trata-se de execução fiscal ajuizada pelo Instituto Nacional do Seguro
Social – INSS, objetivando o recebimento de quantia a título de contribuição
previdenciária, supostamente devida e não recolhida aos cofres públicos, de natureza
eminentemente fiscal advinda de diversas origens, como bem asseverado na decisão
suscitante do presente conflito: “A Justiça do Trabalho é manifestamente
incompetente para apreciação da matéria. Com efeito, a teor do art. 114, VII e
VIII da CF, a competência para os feitos de execução fiscal é restrita a duas
hipóteses específicas” (sem grifos no original)
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
Agora, quando falamos de acordos posteriormente entre os litigantes:
Não podendo os créditos da seara trabalhista serem confundidos com os créditos da seara
tributária.
Ao adentrarmos nos conceitos de lançamento tributário, para esta finalidade não há diferença
entre erro de direito e mudança de crédito tribtuário, uma vez que não permitem puramente a
revisão do lançamento no erro de direito, quanto ao erro de fato poderá ser levantado pelo sujeito
passivo da relação tributária.
Conforme demonstrado na Solução de Consulta Interna Cosit n. 08/2013, mera irregularidade não
prejudica o exercício do contraditório e não gera nulidade do lançamento, entretanto, a ocorrência
de defeito no instrumento do lançamento o qual configure erro de fato é possível e também
anulável por vicio de forma.
Bem como ainda rememora o Tribunal quando do julgamento do REsp n. 1.130.545/RJ onde, o
lançamento tributário somente é possível nas hipóteses elencadas no artigo 145 do Código
Tributário Nacional.
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pessoas estranhas e desvinculadas de suas atividades institucionais sem a devida, expressa e prévia autorização.
apuração configura-se como erro de fato, erro de direito ou mudança do critério jurídico? Tem o
condão de acarretar anulação do lançamento? (Vide anexos X, XI e XII)
Neste caso, por tratar-se de erro de fato será possível a retifica do lançamento, não necessitando
anular o referido lançamento.
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