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Revista do out-dez 2015

Recursos para Líderes de Igreja


Exemplar Avulso: R$ 7,40. Assinatura: R$ 23,50

Maratona
Cristã
DE CORAÇÃO A CORAÇÃO

Profundamente simples
U
m dos convites mais pastorais de Cristo foi o se- 2. Simplificando o estilo de pregação
guinte: “Vinde a Mim, todos os que estais cansados “Milhares podem ser atingidos do modo mais simples
e sobrecarregados, e Eu vos aliviarei” (Mt 11:28). Os e humilde. Os mais intelectuais, aqueles considerados ho-
cansados, sobrecarregados, bem como os ansiosos são mens e mulheres mais dotados do mundo, são muitas ve-
aqueles que ouviram essas palavras, mas também a huma- zes refrigerados pelas simples palavras de alguém que
nidade dos dias atuais. Hoje, porém, há um agravante: a ama a Deus e que pode falar desse amor tão naturalmente
tecnologia que se propôs a simplificar a vida, se tornou um como o mundano fala das coisas que mais profundamen-
grande engano. te o interessam” (Conselhos sobre Educação, p. 39).
A Bíblia fala de uma vida abundante e cheia do Espí- “[As] lições [de Cristo] eram impressivas, belas e reple-
rito Santo. (ver Lc 11:13; Jo 16:13; At 2:4). Faça uma análi- tas de importância, e todavia tão simples, que uma crian-
se para ver onde estão os furos no balde de sua vida que ça as compreendia. A verdade apresentada por Ele era tão
estão deixando você exausto e sem energia. Pense: Co- profunda que o mais sábio e consumado mestre jamais a
mo você tem administrado sua saúde? Seu tempo? Seu poderia esgotar” (Filhos e Filhas de Deus [MD], p. 266).
dinheiro? Seus relacionamentos? Então, peça a Deus que
tape esses furos e simplifique sua vida. Os tempos moder- 3. Simplificando as ações da igreja
nos impõem um ritmo acelerado. Cada dia percebemos o “As leis do reino de Cristo são tão simples, tão com-
mundo cada vez mais enfermo e vemos tragédias nunca pactas, e no entanto tão completas que quaisquer adi-
imaginadas nas famílias. ções de feitura humana criam confusão.
De fato, a modernidade parece caminhar para a sim- E quanto mais simples forem nossos planos para o tra-
plificação das coisas. No contexto tecnológico, a Apple balho no serviço de Deus, mais realizaremos” (Olhando
simplificou o computador a uma tecla e a alguns cliques para o Alto [MM], p.189).
na tela. Como igreja, também precisamos simplificar em Como igreja, vivemos em um tempo que deman-
alguns aspectos. Esse tem sido o propósito da Divisão da um reavivamento de uma religião íntegra seguida de
Sul-Americana em tudo o que tem feito. uma reforma e reparos em nossa vida. Pois, como disse
Como igreja, vivemos em um tempo que deman- Paulo, “já é hora de vos despertardes do sono. Vai alta a
da um reavivamento de uma religião íntegra seguida de noite, e vem chegando o dia” (Rm 13:11, 12).
uma reforma e reparos em nossa vida. Pois, como disse
Paulo, “Já é hora de vos despertardes do sono. Vai alta Sugestões para simplificar sua vida
a noite, e vem chegando o dia” (Rm 13:11, 12), para que 1. Conexão com Deus – Procure ouvir a voz de Deus
Deus nos use mais e mais no cumprimento dos Seus pro- diariamente.
pósitos na vida que Ele nos deu para cuidar. 2. Família – Reserve tempo para o cônjuge e os filhos.
3. T rabalho que satisfaz – Envolva-se em atividades
ASPECTOS IMPORTANTES em favor de pessoas.
Em seus escritos, Ellen G. White mencionou a simpli-
4. Recreação – Busque aquelas que renovam sua
cidade como elemento essencial em tudo que fazemos.
vitalidade.
5. E xercício físico – Deve ser item importante em
1. Simplificando o estilo de vida
sua agenda.
“A clareza da mente e firmeza de propósito de Daniel,
sua força de intelecto na aquisição de conhecimento, de- Herbert Boger
veram-se em grande parte à simplicidade de seu regime Secretário associado da
alimentar, associado à sua vida de oração” (Testemunhos Associação Ministerial da
Divisão Sul-Americana
Para a Igreja, v. 4, p. 515, 516).
Divulgação DSA

2 out-dez 2015 Revista do Ancião


EDITORIAL
Revista do

Visão missionária
Recursos para Líderes de Igreja

Uma publicação da
Igreja Adventista do Sétimo Dia

Ano 15 – No 60 – Out-Dez 2015


Revista Trimestral – ISSN 2236-708X

N
Editor os dias 2 a 11 de julho ocorreu na cidade de San Antonio, Texas, a 60ª Assembleia
Nerivan Silva
Editor Associado Mundial da igreja. O lema foi: “Levante-se! Resplandeça! Jesus está voltando! Mui-
Márcio Nastrini
Assistente de Editoria tos assuntos foram analisados e discutidos pelos delegados representantes da
Lenice Faye Santos
igreja em todo o mundo. Um deles, por exemplo, foi a questão da ordenação das mulheres
Projeto Gráfico
Vandir Dorta Jr. ao ministério pastoral. Essa votação foi acompanhada com muita expectativa pela igreja
Diagramação
Alexandre Gabriel mundial. Já outros assuntos foram de ordem administrativa e eclesiástica.
Imagem da Capa
© rangizzz | Fotolia
Embora toda essa discussão tenha sido importante para a igreja, obviamente, não sa-
Colaboradores Especiais
tisfez a todos os pontos de vista; mas a unidade denominacional foi mantida e a visão pre-
Carlos Hein e Herbert Boger Jr. dominante foi a missão que a igreja tem para cumprir ao redor do mundo. De fato, essa é a
Colaboradores prioridade. Isso reflete a declaração de Cristo, quando Pedro e outras pessoas O encontra-
Jonas Arrais; Aldo Muñoz; Edilson
Valiante; Edison Vásquez; Jair Gois; ram em um lugar de oração e Lhe disseram: “Todos Te buscam” (Mc 1:37). Ele respondeu:
Valdony Fiuza; Antônio Moreira; Leonel
Lozano; Claudio Leal; Lucas Bezerra; “Vamos a outros lugares, às povoações vizinhas, a fim de que Eu pregue também ali, pois
Horacio Cayrus; Eufracio Quispe; Alberto
Peña; Cícero Gama; Michel Urbano; para isso é que Eu vim” (Mc 1:38).
Fabián Marcos; Geraldo Tostes.
A igreja não pode perder sua visão missionária. É bom lembrar que nossos pioneiros
Diretor-Geral
José Carlos de Lima
empreenderam tudo o que foi possível em seu tempo para que a mensagem do segundo
Diretor Financeiro advento de Cristo fosse pregada em todos os lugares. Como líderes da igreja nessa fase final
Edson Erthal de Medeiros
Redator-Chefe da história não podemos empreender menos. Ellen White escreveu: “A todos os povos e na-
Marcos De Benedicto
Redator-Chefe Associado ções e tribos e línguas deve a verdade ser
Vanderlei Dorneles
proclamada. Chegou o tempo de ser fei- “Mas recebereis poder, ao descer
Visite o nosso site
to muito trabalho intensivo nas cidades
www.cpb.com.br
sobre vós o Espírito Santo.”
e em todos os campos negligenciados e
Serviço de Atendimento
ao Cliente
não trabalhados” (Evangelismo, p. 59). (Atos 1:8)
sac@cpb.com.br

Revista do Ancião na Internet


A missão é para todo o mundo, mas
www.dsa.org.br/anciao a participação da igreja onde você e eu congregamos é local. Na comunidade em que está
Artigos e correspondências para a Revista inserida, a igreja pode fazer muito. E você, caro ancião, pelo poder e graça de Deus, preci-
do Ancião devem ser enviados para:
Caixa Postal 2600; 70279-970, Brasília, sa ser um motivador para levar sua igreja a cumprir a missão evangélica. Por meio de es-
DF ou e-mail: ministerial@dsa.org.br
tudos bíblicos, duplas missionárias, Pequenos Grupos, visitação às pessoas contactadas
pela mídia adventista, feiras de saúde, jovens em missão, projetos sociais e outras ativi-
dades, a igreja prioriza a pregação do evangelho. Este ano a igreja celebrou os 100 anos
CASA PUBLICADORA BRASILEIRA
Editora da Igreja Adventista do Sétimo Dia
(1915-2015) do legado de fé deixado por Ellen White. Guiada pela inspiração divina, ela
Rodovia Estadual SP 127, km 106 deu ênfase à missão da igreja com o propósito de preparar um povo para o encontro com
Caixa Postal 34; 18270-970, Tatuí, SP
Jesus. Suas mensagens continuam comunicando esperança e indicando à igreja sua rota
Tiragem: 48.000 exemplares
missionária para o mundo.
Exemplar Avulso: R$ 7,40
Assinatura: R$ 23,50 Estamos nos aproximando de um novo ano. Quanto tempo mais teremos aqui na Ter-
ra não sabemos. Porém, a visão missionária dos pioneiros precisa ser mantida. Eles nos
entregaram a tocha da verdade. Como igreja, temos a incumbência de conduzi-la, ilumi-
nando nossa Jerusalém, Judeia, Samaria e até aos confins da Terra.

Todos os direitos reservados. Nerivan Silva


Proibida a reprodução total ou
parcial, por qualquer meio, sem Editor
prévia autorização escrita do
autor e da Editora.
William de Moraes

7181 / 33198

Revista do Ancião out-dez 2015 3


SUMÁRIO
Aquisição da Revista do Ancião
O ancião que desejar adquirir esta revista
deve falar com o pastor de sua igreja ou com o
ministerial do Campo.

2 D
 e Coração a Coração
Profundamente simples
3 Editorial
Visão missionária
5 Entrevista
Servindo a igreja com paixão
24 Igreja em ação
9 Especial
Evangelismo eficaz Maratona cristã

10 Pregação Objetiva 27 Guia de Procedimento


Não pode haver erro na aterrissagem Resoluções importantes

12 M
 ídia na Igreja 28 Relacionamentos
Contato midiático O ancionato e a secretaria da igreja

13 M
 ensagem do Presidente 31 Saúde
Cuidado especial Quando cai a ficha

15 E sboços de Sermões 33 Perguntas & Respostas


Amplie os esboços com comentários e ilustrações Contextualizando nossa mensagem
22 M
 inistério Jovem 34 De Mulher Para Mulher
Até aos confins da Terra! Receita eficaz

10 34

CALENDÁRIO
Data Evento
Sábado 3 Dia da Educação Adventista
Sábado 10 Programa da Igreja Local
Outubro Sábado 17 Programa da Igreja Local
Sábado 24 Dia do Pastor e das Vocações Ministeriais
Sábado 31 Programa da Igreja Local

Sábado 7 Programa da Igreja Local


Sábado 14 Programa da Igreja Local
Novembro
Sábado 21 Evangelismo Público de Colheita
Sábado 28 Evangelismo Público de Colheita

Sábado 5 Programa da Igreja Local


Sábado 12 Programa da Igreja Local
Dezembro
Sábado 19 Programa “Mutirão de Natal”
Sábado 26 Programa da Igreja Local

4 out-dez 2015 Revista do Ancião


ENTREVISTA

FRANCISCO DE ASSIS CHAVES DIAS

Servindo
à igreja
com paixão
Cedida pelo entrevistado

F
rancisco de Assis Chaves Dias formação acadêmica contribui para o Em sua opinião, como a igreja deve
é natural de Amarante, MA. desempenho de minhas funções na proceder em meio a uma sociedade
É formado em Administração de igreja como ancião. pós-moderna?
Empresas. É ancião na Igreja Central A igreja está no mundo, mas ela não é
de Imperatriz, MA. Casado com Ma- Como o senhor concilia o trabalho e as- do mundo. Portanto, ela deve manter-se
ria Mary Cardoso Dias. O casal tem cin- sistência à sua família com as ativida- em uma posição moderada sem extre-
co filhos: Júnior, Cynthia, Francimário, des da igreja? mos, vivendo e demostrando a verdade
Ana Clara e Vanilson. Desde cedo aprendi que as pala- dentro de um contexto racional e lógico.
vras registradas em Mateus 6:33 de-
Ancião: Há quanto tempo o senhor vem ser revestidas de um aspecto Hoje, a igreja é um grupo social bem
atua como ancião? prático em nossa vida como família. heterogêneo. Em sua opinião, como
Francisco Dias: Desde 1982, quando Para mim, a sequência deve ser: Deus ela pode manter a unidade de seus
o Estado do Maranhão ainda perten- em primeiro lugar. Depois família, tra- membros em meio à diversidade?
cia à Missão Costa Norte, com sede em balho e lazer. Creio que ela precisa estar sempre
Fortaleza, CE. Sinto que é um privilé- criando um ambiente de amizade. Isso
gio servir à igreja. Como um ancião que é empresário po- ajuda a conservar seus membros. Mas
de ser missionário no mundo dos ne- sobretudo enaltecer continuamente os
Fale um pouco de sua formação acadê- gócios em que atua? princípios espirituais conforme a orien-
mica e a influência que ela exerce so- Eu trabalho com imobiliárias, mas tação bíblica e do Espírito de Profecia.
bre suas atividades como ancião. considero que minha atividade prin-
Como administrador, minha visão cipal é a evangelização. A igreja ad- Dados da secretaria da igreja em toda
de planejamento e organização tem ventista tem uma missão a cumprir no a América do Sul indicam a perda de
me ajudado muito na liderança admi- mundo e, sendo membro dessa igreja, membros por afastamento. Como o se-
nistrativa de minha igreja. Mesmo em preciso fazer a minha parte. O mundo nhor analisa esse fato?
sua expressão local, a igreja é uma ins- dos negócios também precisa ser evan- O processo discipulador precisa se
tituição cujas atividades devem ser pla- gelizado. Nele, há pessoas a ser resga- tornar cada vez mais uma realidade na
nejadas e organizadas. De fato, minha tadas do pecado. igreja. É bom lembrar que esse processo

Revista do Ancião out-dez 2015 5


não termina por ocasião do batismo do Além disso, procura envolver os interes- Creio que é muito importante os
candidato. É justamente aí que ele tem sados em atividades sociais e espirituais anciãos incentivarem a participação
início. É necessário que a igreja local te- e prezando pelo bom testemunho que, dos membros nas várias atividades
nha essa visão e oriente seus instrutores a meu ver, é fator indispensável na obra da igreja. Principalmente os recém-
bíblicos nesse particular. evangelística. convertidos. Isso contribuirá para a
conservação dos membros na igreja.
Com relação à igreja, qual seria a me- Fale um pouco do plano evangelístico Além disso, a formação de novos líde-
lhor estratégia a ser usada por ela ao li- no qual você e sua igreja participaram res levará a igreja a uma nova realida-
dar com esse problema? durante este ano. de em sua dinâmica. Penso que o cor-
O recém-convertido precisa ser for- A igreja esteve envolvida em vários po de anciãos da igreja precisa investir
talecido na fé. A igreja deve estar aten- projetos evangelísticos. A campanha de nos jovens, motivando-os a assumir
ta a isso. Penso que uma forma de fazer Semana Santa, principalmente no espíri- responsabilidades nos projetos mis-
isso é levar o membro a descobrir seus to de celebração dos 45 anos desse mé- sionários, como pregadores e outros.
dons espirituais e usá-los no ministério todo evangelístico da igreja adventista
da igreja local. Para tanto, o ciclo do dis- no Brasil, foi o ponto alto. Esse projeto Fale sobre a distribuição das atividades
cipulado deve ser posto em prática. foi realizado nos PGs. Na sequência, foi dos anciãos em sua igreja.
estabelecida a classe bíblica Novo Tem- Cada ancião é responsável por um
O que o ancião pode fazer para redu- po. Ela trabalha com pessoas que vêm ou mais departamentos da igreja. Se-
zir esse índice de afastamento de mem- à igreja motivadas pelos programas da guimos o critério de delegar ativida-
bros da igreja? TV Novo Tempo. Nesse aspecto, os de- des para cada ancião. Nesse contexto,
Tenho apreciação pelas fases do partamentos da igreja (jovens, desbra- adotamos o sistema de nomear um an-
processo de discipulado. Creio que o an- vadores, aventureiros e ASA), tiveram cião para estar à frente da igreja a ca-
cião pode incentivar e ajudar o recém- participação relevante. Outro projeto foi da mês, principalmente para cuidar da
convertido a se envolver, de imediato, as Duplas Missionárias: fator importan- liturgia. Mensalmente, os anciãos se re-
nas atividades da igreja participando de tíssimo na evangelização. O projeto Vi- únem com o pastor distrital para mo-
um pequeno grupo, atividades sociais va com Esperança levou a igreja às ruas mentos de avaliação das atividades e
orientadas pela igreja e, principalmen- e avenidas da cidade para falar de nossa confraternização.
te, ser habilitado para ser missionário. esperança, por meio do livro missionário
e, na sequência, feiras de saúde. Que conselhos o senhor daria aos jo-
Em sua visão, quais são os maiores de- vens adventistas universitários com
safios de sua igreja? De que forma o ancião pode motivar respeito ao testemunho cristão?
A igreja na qual congrego tem gran- os membros a desempenhar suas ativi- Gosto muito das seguintes pala-
des desafios. Mas, o maior deles é a in- dades na congregação? vras de Paulo: “Todas as coisas me são
serção de seus membros na jornada
espiritual, ou seja, buscar a Deus na pri-
Cedida pelo entrevistado

meira hora do dia. Creio que esse é o


ponto principal. Quando a igreja viver
essa experiência, outros elementos vi-
rão na sequência: maior envolvimento
nos PGs, a prática do ciclo do discipula-
do, avivamento da consciência missio-
nária de cada membro e maior devoção
espiritual.

De que forma sua igreja prepara os in-


teressados para o batismo?
Por meio de classes bíblicas, estudos
bíblicos pessoais e evangelismo público.

6 out-dez 2015 Revista do Ancião


lícitas, mas nem todas convêm. Todas com eles e motivá-los à participação na Como foi o Impacto Esperança do dia
as coisas me são lícitas, mas eu não igreja? 30 de maio em sua igreja?
me deixarei dominar por nenhuma Sempre que possível, apoiar e parti- A realização desse projeto foi um
delas” (1Co 6:12). A igreja vive em uma cipar das atividades promovidas por eles. acontecimento marcante em minha
sociedade mergulhada no secularis- Culto JA, retiros espirituais, encontros igreja. Foi emocionante ver a alegria
mo. E no meio acadêmico os pensa- sociais e nos vários ministérios da igreja. de centenas de pessoas ao receber a li-
mentos são marcados pelo ceticismo, teratura. Todo esse programa foi reali-
relativismo e, sobretudo, por uma cul- Que parte da Revista do Ancião tem zado na parte da manhã. E na parte
tura permissiva. Nesse aspecto, sempre contribuido significativamente em su- da tarde foi realizada uma feira de saú-
tenho orientado meus filhos com rela- as ativdades como ancião? de no principal shopping da cidade.
ção a isso. Nós estamos no mundo, mas Tenho apreciação por essa revis- Como resultado disso, várias pessoas
não pertencemos a ele. Portanto, meu ta. Ela aborda conteúdos que contribui se inscreveram e já estão recebendo
conselho a essa juventude universitária significativamente para a capacitação e estudos bíblicos. Elas são candidatas
é: “Agrada-te do Senhor e Ele satisfará crescimento espiritual dos anciãos. A se- ao reino dos céus. Como ancião, fiquei
os desejos do teu coração” (Sl 37:4). ção de Esboços de Sermões me chama muito feliz em ver minha igreja parti-
muito a atenção. Ela expõe algumas téc- cipando desse projeto missionário.
Com relação aos jovens, como o ancião nicas de homilética, facilitando o prepa-
pode desenvolver bom relacionamento ro e a pregação dos sermões.
ESPECIAL
Luís Gonçalves

Evangelismo eficaz
“Acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia,
os que iam sendo salvos” (Atos 2:47)

E
specialmente do Novo Testamen- podemos aprender com a experiência da evangelísticos constroem um caminho
to, evangelismo é o pulsar dinâmi- igreja apostólica? O tempo dessa igreja es- cultural e asseguram o sucesso na con-
co do coração da Igreja em todos tava correto. Para sua época, os discípulos quista de pessoas para o reino de Deus.
os tempos. O livro de Atos é vivo, reple- usaram os métodos adequados, mas não São eles: foco na missão, comprometi-
to de histórias emocionantes de pessoas foi por isso que a missão teve êxito. Jesus mento com a missão e, sobretudo, pai-
conquistadas para Cristo. No dia de Pen- ascendeu ao Céu e derramou o dom pre- xão pela missão. A aplicação desses
tecostes, três mil pessoas foram batiza- cioso: O Espírito Santo. Foi o Espírito que princípios é eficaz em grandes e peque-
das como resultado de alguns anos de fez com que os métodos que eles usaram nas cidades, e também nos vilarejos.
preparação realizada por Jesus e Seus se tornassem eficazes. Além disso, eles fi- Se você seguir os princípios bíblicos
discípulos. Alguns meses depois, a igre- caram cheios desse poder. no evangelismo, Deus vai encorajá-lo a
ja cresceu para milhares de homens, O Espírito Santo capacitou Suas tes- testemunhar em favor dEle. E excelentes
mulheres e crianças. temunhas. O ministério dos discípulos, resultados serão alcançados para o reino
Especialistas em crescimento de igreja conforme o livro de Atos, é uma evidên- celestial. Portanto, é necessário que vo-
concluíram que, logo após o Pentecostes, cia disso. Resultados maravilhosos se se- cê coloque todo o coração, toda paixão,
a igreja já possuía milhares de crentes (ver guiram pela atuação do Espírito Santo todos os talentos no evangelismo, pois
At 4:4, 5:14). O relato diz: “A multidão dos por meio de alguns princípios aplica- queremos ver em breve Cristo voltando
que criam no Senhor, tanto homens como dos no evangelismo. Tais princípios em glória e majestade.
mulheres, crescia cada vez mais” (At 5:14).
O evangelho se espalhou rapidamente
Projetos evangelísticos (Brasil e demais países da América do Sul)
pela África, Europa e Ásia. “Mas os que
andavam dispersos iam por toda a parte, 1. No primeiro semestre aproveitamos a Semana Santa para fazer um programa
anunciando a palavra” (At 8:4). E o evan- de pregações evangelísticas.
gelho “foi pregado a toda criatura que há
debaixo do céu” (Cl 1:23). Que explosão 2. No mês de maio realizamos o maior movimento missionário/evangelístico do
evangelística! ano: ocasião em que temos o maior número de membros envolvidos na missão
A Igreja do Novo Testamento foi con- de distribuir livros, folhetos e DVD’s. É o que chamamos de Impacto Esperança.
duzida de forma poderosa por Deus. Por
3. N
 as férias de janeiro e julho, os jovens entram em ação evangelística pelo proje-
quê? Como puderam esses crentes ter re-
to Calebe.
alizado tanto em tão pouco tempo? O que
4. Em setembro é a vez dos juvenis. É o momento em que realizamos o evangelis-
mo e batismo da primavera.
Luís Gonçalves
Evangelista da 5. Em novembro realizamos a semana especial de Evangelismo Público de Colhei-
Divisão Sul- ta (Este ano será nos dias 21 a 28). Todos os pastores, evangelistas voluntários,
Americana
anciãos, líderes e membros em geral se envolvem na pregação pública, apelos,
Divulgação DSA

batismos e fortalecem o discipulado.

Revista do Ancião out-dez 2015 9


PREGAÇÃO OBJETIVA
Márcio Dias Guarda

Não pode haver erro


na aterrissagem

A
decolagem e a aterrissagem são objetivo proposto no seu sermão) e co- segundo do tempo que estarão no púlpi-
os dois momentos mais perigo- loca seus ouvintes face a face com Deus. to como porta-vozes de Deus.
sos numa viagem de avião. As Ele consegue terminar bem, assim co-
estatísticas informam que 84% dos aci- mo começou bem e conduziu adequada- COMO CONCLUIR UM SERMÃO
dentes aéreos ocorrem nessas duas fases mente sua mensagem. 1. Apelo direto. É uma forma de falar
curtas e muito tensas. Qualquer pequeno Um dos meus professores sempre di- direta e individualmente aos ouvintes.
erro pode resultar numa grande tragé- zia: “O apelo vale 50% do sermão.” E ele Nem sempre é necessário pedir que se
dia. As chances de acidentes, durante o estava se referindo à conclusão, ao en- levantem ou venham à frente (essa movi-
voo de cruzeiro, quando a aeronave está cerramento do sermão de tal forma que mentação ajuda a exteriorizar uma deci-
em altitude e velocidade estabilizadas é o ouvinte saia decidido a fazer a vonta- são). O mais importante é conseguir essa
de apenas 16%, ainda que essa fase ocu- de de Deus. De fato, essa passagem da decisão e não a movimentação, que cada
pe quase todo o tempo da viagem. explicação (o corpo do sermão) para a vez mais é considerada superficial.
O mesmo ocorre com o sermão. É cla- aplicação (essa aterrissagem poderosa e 2. Sugerir aplicações simples e específi-
ro que você precisa se fundamentar num serena que induz à ação) deve merecer cas. Como que dizendo ao ouvinte: “Aqui
texto bíblico adequado e estruturar cor- maior atenção e preparo. está alguma coisa que você pode fazer.”
retamente sua mensagem, mas se não fi- O problema é que frequentemente O sermão deve conduzir à ação. Se faltar
zer uma boa introdução para conquistar os pregadores gastam todo o tempo de isso, o sermão se transforma numa pa-
a atenção e o interesse da sua congrega- que dispõem para preparar sua mensa- lestra ou aula, e não é esse o objetivo do
ção, seu sermão nem decola. Igualmen- gem estruturando ou recheando o cor- culto. Essa aplicação tem que estar muito
te perigoso, e mais frustrante ainda, é po do sermão, alguns até se preocupam clara na mente do pregador. Desde a pre-
conduzir seus ouvintes através de todo com a introdução, mas são raros os que paração do sermão, deve ter sido motivo
o sermão e não terminar bem. Todos os planejam a conclusão. Uns dizem que de intensa oração, e o pregador deve co-
sermões deveriam começar com interes- não deu tempo e outros que “deixaram nhecer muito bem sua congregação e, ao
se e terminar com poder. A exemplo do para a inspiração do momento”. Ora, a final do sermão, ter a certeza de que ela
comandante de um voo, o bom prega- inspiração age sobre pregadores santifi- entendeu o recado.
dor é aquele que chega ao seu destino (o cados e preparados, que valorizam cada
© dell | Fotolia

10 out-dez 2015 Revista do Ancião


3. Acentuar o positivo. Alguns gas- aplicou a solução proposta é outra forma mesma igreja, deve usar a imaginação,
tam a maior parte do sermão falando do de concluir um sermão. Com isso, os de- evitar a monotonia, e não usar a mesma
problema, ou tratando do diagnóstico, e mais se sentem incentivados a viver com espécie de conclusão em todos os ser-
se esquecem de entregar a receita para a mesma intensidade em busca de resul- mões, ainda que ela tenha se mostrado
a solução. É mais fácil falar contra, mas tados semelhantes. Geralmente funciona excelente, nas ocasiões anteriores. É ne-
nossa mensagem não pode se resumir a melhor quando o próprio pregador conta cessário surpreender sempre sua congre-
denuncismo. É preciso indicar a alternati- a história e apenas faz umas duas ou três gação, principalmente no fim do sermão
va. O sermão até pode ser carregado de perguntas objetivas à pessoa que foi le- quando ela já está cansada.
advertências, mas ele tem que concluir vada para dar seu testemunho. 4. Concluir na hora certa. Sempre fal-
com a esperança cristã. As pessoas preci- ta tempo, para quem não se prepara
sam voltar para casa com um sentimento ALGUNS DADOS IMPORTANTES devidamente. Nesse caso, atropela-se
de segurança e poder. 1. Não anunciar a conclusão. Alguns a conclusão. E, nunca é demais repetir,
4. Ser impactante. Um sermão tem pregadores costumam olhar no relógio pelo menos no texto de hoje: um ser-
que mudar vidas, não apenas convencer ou ficar avisando: “Para terminar...”, ou mão sem conclusão, ou com a conclu-
ou impressionar. As pessoas não têm que “Só mais um argumento para terminar”. são mal elaborada, perde a maior parte
sair do culto dizendo: “Esse pregador tem Isso provoca um efeito chamado anticlí- do seu efeito.
um grande conhecimento bíblico”, nem max. O ouvinte imediatamente desliga Para conseguir se ajustar às circuns-
“Ele é muito espiritual”. Elas devem ser a atenção, porque sente que o conteúdo tâncias, e concluir enquanto a curva de
conduzidas a tomar decisões espirituais do sermão acabou. atenção do seu auditório ainda está ascen-
duradouras. Isso envolve razão e emo- 2. Não acrescentar argumento novo dente, coloque as seguintes qualidades no
ção. Se o sermão for desequilibrado para na conclusão. Se o pregador se preparou seu sermão, principalmente na conclusão:
um ou outro lado desse binômio, não se- devidamente, ao longo da semana, ele já preparação, brevidade, clareza, espiritua-
rá impactante nem duradouro. estruturou todos os argumentos dentro lidade, e expressar-se com tom amoroso.
5. Ilustração. Embora seja quase que do corpo do sermão, planejou uma boa E, se precisasse dar mais uma dica, seria a
uma regra para muitos pregadores, pes- introdução e decidiu, com muita oração sugestão de Floyd Bresee: “Pare de pregar
soalmente considero frágil essa forma e por iluminação do Espírito Santo, co- antes que as pessoas parem de ouvir.” Afi-
de terminar um sermão. Pior ainda quan- mo conduzir a conclusão. No momento nal, o que não pode acontecer é um de-
do a ilustração é longa, genérica, muito da pregação, ele será assistido e guiado sastre na hora da aterrissagem.
conhecida, inventada, ou desconecta- pelo mesmo Espírito para seguir o pla-
da do sermão a ponto de chamar a aten- no traçado e chegar à mente e ao cora-
ção e marcar a história e não o sermão na ção dos seus ouvintes com todo o poder,
mente das pessoas. Como qualquer ou- sem ter que acrescentar nada impulsiva- Márcio Dias Guarda

tra forma de concluir, uma breve e apro- mente. Tentar pregar um novo sermão, Pastor jubilado e reside em
Tatuí, SP
priada ilustração será boa, se contribuir acrescentando assuntos diferentes du-
William de Moraes
para promover a mudança proposta pe- rante a conclusão, é atestado de que o
lo sermão. próprio pregador sentiu que seu sermão
6. Testemunho. Trazer uma pessoa ou não alcançou o objetivo.
família à plataforma e contar rapidamen- 3. Variar o tipo de conclusão. Principal-
te sua história, exemplificando como ela mente quem prega com frequência na

Revista do Ancião out-dez 2015 11


MÍDIA NA IGREJA
Rafael Rossi

Contato midiático
Na vida cristã, o mundo virtual deve
se harmonizar com o mundo real

V
ivemos na era da comunicação. A tecnologia avança a pas- queremos opinar sobre tudo e falar tudo da nossa vida para os
sos largos sobre essa plataforma. Com isso, as pessoas se outros. Podemos aplicar o conselho de Paulo em Efésios 4:29
dividem em dois grupos: nativos digitais e imigrantes di- nesse contexto, parafraseando-o: “Não seja postada nenhuma
gitais. Os nativos não conhecem um mundo desconectado. Não palavra torpe, e sim unicamente a que for boa para edificação.”
sabem como é viver sem ter acesso à internet de banda larga em Entretanto, as mídias sociais nos convidam a externar nos-
qualquer lugar. Do outro lado estão os imigrantes que nasceram sas opiniões e pontos de vista sobre temas diversos. Afinal, es-
há mais tempo e viveram em épocas que antecederam a inter- tamos inseridos em uma sociedade que muda a cada dia. É bom
net. Além disso, viveram em um tempo de uma conexão “discada” lembrar que somos embaixadores de Cristo (2Co 5:20; Ef 6:20).
que, além de ser lenta, tinha um alto custo. E, mais recentemente, Pessoas que são o “bom perfume de Cristo”, “sal da Terra”
descobriram junto com o universo dos “nativos digitais” a internet e “luz do mundo” não deveriam usar a oportunidade que têm
banda larga e o 3G. de se comunicar com seus amigos para debates quaisquer se-
O surgimento das mídias sociais é um dos fenômenos dos não para influenciá-los no caminho da verdade. Uma men-
tempos modernos. Por meio das redes sociais, elas estão de- sagem (pedido de oração, citações bíblicas, pensamentos
finindo o estilo de vida das pessoas, principalmente nos rela- inspirados) pelo Whatsapp, Twiter, Facebook, e-mail, pode-
cionamentos. Por meio delas as pessoas protestam, lamentam, rá fazer a diferença na vida de alguém. Por isso, ore por seus
festejam, se divertem e sonham. amigos virtuais; faça postagens regulares em suas mídias so-
Nesse contexto, os números são altíssimos. Por exemplo, são ciais com boas mensagens; convide os amigos no mundo vir-
mais de 1 bilhão de twitters enviados por semana; no Facebook tual, mas vá buscá-los no mundo real.
já se contabiliza mais de 100 bilhões de fotos. Estima-se que Entretanto, esteja atento ao “ateísmo digital”. Esse é um fa-
a cada segundo são registrados mais de 1.600 comentários e tor preocupante! Não existe cristianismo de tempo parcial. Isso
fotos no Instagram. significa que, mesmo no mundo virtual, a vida cristã não pode
É bem verdade que algumas postagens, para não dizer a ser diferente do que se espera de um cristão no mundo real.
maioria, são supérfluas e acabam se tornando visíveis pelo fa-
to de quem assina. Se uma celebridade come um hambúrguer Sugestões práticas
ou acordou com dor de cabeça e posta isso em uma rede social, 1. Consagre suas mídias sociais ao evangelismo.
a informação se alastra como fogo no palheiro. As pessoas pas-
2. Decida ser um evangelista nas redes sociais, aproveitan-
sam a comentar e compartilhar algo que é completamente irre-
do cada oportunidade para compartilhar mensagens de
levante. Mas, como é algo que partiu de alguém importante, o
esperança.
fato passa a ser significativo para as pessoas.
As redes sociais precisam ser usadas com responsabilidade. 3. T rabalhe seu conteúdo.
Há mensagens que alimentam o cyber bullying, que já desenca- 4. Antes de postar suas mensagens, peça que alguém a leia e
deia problemas psicológicos e, em alguns casos mais extremos, pergunte como a interpreta.
até o suicídio. É por isso que os cristãos precisam desenvolver
uma compreensão mais profunda das mídias sociais e como po- Rafael Rossi
demos usá-las para o cumprimento da missão (Mt 28:19-20). Diretor do Departamento
Embora as redes sociais sejam úteis e facilitem bastante a de Comunicação da
Divisão Sul-Americana
comunicação entre as pessoas, é necessário prudência no uso
Divulgação DSA

delas. Principalmente porque vivemos num tempo em que

12 out-dez 2015 Revista do Ancião


MENSAGEM DO PRESIDENTE
Erton Köhler

Cuidado especial
Precisa-se de líderes que salvaguardem a
mensagem, a estrutura e a missão da igreja

U
ma de minhas citações preferi- Você já avaliou o privilégio de ser esco- “Não é o copo vazio que se torna difícil de
das de Ellen White mostra o ca- lhido para liderar a “menina dos olhos” ser transportado; é o copo cheio que pre-
rinho de Deus por Sua igreja. do Senhor (Dt 32:10)? cisa ser cuidadosamente equilibrado para
Sou parte dela, e também um de seus lí- Na Divisão Sul-Americana temos pou- ser conduzido” (Profetas e Reis, p. 59, 60).
deres. Por isso recebo conforto e segu- co mais de 26 mil igrejas e grupos e cerca O privilégio, porém, traz consigo uma
rança cada vez que a leio: “A igreja, por de 4.500 pastores, dos quais 3.200 atuam grande responsabilidade: “Deus deseja
débil e defeituosa como seja, é o obje- como distritais ou associados. Por outro que Seu trabalho seja feito de forma in-
to da suprema atenção de Cristo. Ele ve- lado, temos quase 60 mil anciãos, e nas teligente, não de maneira casual” (Ellen
la constantemente por ela com terna mãos deles está o cuidado regular da igre- G. White, Perto do Céu [MM], p. 140). Nos-
solicitude, e fortalece-a por Seu Espírito ja. É um ministério que exige cuidado es- sa liderança espiritual precisa ter como
Santo” (E Recebereis Poder [MM], p. 366). pecial. Pois, como escreveu Ellen White: resultado uma igreja cada vez melhor

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Revista
RevistadodoAncião
Anciãoout-dez
jul-set 2015 13
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líderes dispostos a proteger a revelação e


não dar espaço à especulação.
A igreja tem sido atacada por ideias
estranhas, interpretações pessoais, abor-
dagens modernistas, descobertas “in-
críveis” e todo tipo de sensacionalismo.
Nesse contexto, Ellen G. White escreveu:
“Deus não esqueceu Seu povo, escolhen-
do um homem isolado aqui e outro ali,
como os únicos dignos de que lhes con-
fie a verdade. Ele não dá a uma pessoa luz
contrária à fé estabelecida do corpo de
crentes. Ninguém confie em si mesmo,
como se Deus lhe houvesse conferido luz
especial acima de seus irmãos” (Eventos

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Finais, p. 54, 55).
Os anciãos são de fundamental im-
portância no cuidado especial da igreja,
em um mundo cada vez pior. E isso pare- Céu. Necessitamos de uma missão forte, defendendo-a com amor e firmeza so-
ce, muitas vezes, uma missão impossível. profunda e completa. bre a plataforma da verdade contra estas
Mas Deus, prezado ancião, o escolheu A estrutura é o que nos mantém uni- ameaças à sua mensagem e estrutura.
por nome porque Ele “dá as batalhas dos tanto local quanto globalmente. Na “A única segurança para qualquer um de
mais difíceis aos Seus soldados mais for- unidade está a força pela qual Jesus orou nós está em não recebermos nenhuma
tes” (desconhecido). em João 17. Quando a fortalecemos, nos nova doutrina, nenhuma interpretação
A Igreja Adventista do Sétimo Dia está preparamos para cumprir o “ide” de Ma- nova das Escrituras, antes de submetê-la
edificada sobre um tripé constituído por teus 28 e levar esperança ao mundo. à consideração dos irmãos experientes.
sua mensagem, estrutura e missão, que Quando ela é enfraquecida, deixamos Isso tem que ser apresentado a eles, com
necessitam de permanente cuidado es- de representar o “corpo de Cristo”, nos espírito humilde e pronto para aprender,
pecial. A mensagem precisa ser aprofun- distanciando da chuva serôdia e, conse- com oração fervorosa. E, se eles não virem
dada, a estrutura fortalecida e a missão quentemente, perdendo o Céu. Seja um luz, leve-se em conta seu juízo, porque “na
priorizada. A igreja se torna mais unida, líder que ora, aconselha e apoia a Orga- multidão de conselheiros há segurança”
frutífera e feliz quando sua liderança in- nização, especialmente o pastor, que é (Pv 11:14; Eventos Finais, p. 55).
veste tempo, recursos e esforços nesta seu representante local. De fato, a igre- Prezado ancião, lembre-se: “Nos-
base tríplice. ja não será forte sem que sua estrutura sa ocupação consiste em preparar um
A força de nossa missão, e especial- também seja. povo para estar em pé no grande dia
mente a visão de evangelismo integra- A essência, porém, está na men- de Deus. Não devemos nos desviar pa-
do, tem sido a marca da igreja na Divisão sagem. É ela que nos leva à cruz e nos ra procedimentos que causem polêmica
Sul-Americana. Quando investimos ne- aponta o caminho ao Céu, que nos apro- ou suscitem oposição nos que não são
la, nos tornamos relevantes e multidões funda na Palavra e nos torna dependen- da nossa fé” (Testemunhos Para a Igreja,
são conduzidas ao Senhor. Quando a fra- tes do Senhor, que faz de nós não apenas v. 6, p. 394).
gilizamos, passamos a ser irrelevantes e mais uma igreja cristã, mas um movi-
perdemos a razão de nossa existência. mento profético. Fortalecê-la, como “po-
Seja um líder que não abre portas à dis- vo da Bíblia”, produz fidelidade, unidade Erton Köhler
tração, usando a missão apenas em ativi- e profundidade. Enfraquecê-la corres- Presidente da Divisão
Sul-Americana
dades que alimentam o orgulho interno ponde a torná-la uma denominação de-
sem colher os frutos externos, que ser- cadente, quando, na verdade, ela deve
Ansel Oliver

vem à comunidade mas não levam ao ser a igreja remanescente. Precisamos de

14 out-dez 2015 Revista do Ancião


ESBOÇOS DE SERMÕES

Mudança necessária
Isaías 55:7
INTRODUÇÃO mãos exatamente no mesmo lugar,  Entretanto, algumas coisas de ordem
1. Esse texto do profeta Isaías menciona o tempo todo...” “É fácil”, ele respon- material e intelectual precisam mudar
uma das grandes promessas de livra- deu. “Aquele meninão ainda está pro- e transpor os limites da tradição.
mento que Deus fez ao Seu povo. curando sua posição, e eu já encontrei a) Ilustração: Numa pequena cidade, a TV
2. Deus nos trata com misericórdia quan- a minha!” acompanhou o Dia de Ação de Graças
do nos dispomos a mudar de vida e 5. É impossível haver progresso sem de uma família. Essa família era espe-
nos harmonizamos com Sua palavra. mudança. cial porque reunia quatro gerações: a
3. A proposta divina é de mudança. a) A princípio as pessoas se recusam a filha, a mãe, a avó e a bisavó. A repór-
acreditar que uma coisa nova e estra- ter da TV ficou intrigada com uma coi-
I – PAGAR O PREÇO DA MUDANÇA nha possa ser feita. sa: O tradicional peru servido naquela
1. Ler Zacarias 1:4. b) Depois, elas começam a ter esperança data festiva foi assado em duas partes,
2. Muitas pessoas se apegam à tradição. de que ela seja feita. cortado ao meio. Ela perguntou à mãe:
A suposição é de que, se alguma coi- c) Concluem que as coisas podem ser feitas. “Por que você cortou o peru ao meio
sa é tradição, é porque provavelmente 6. Então, ela é feita e todo mundo se per- antes de levá-lo ao forno?” Resposta:
ela seja o melhor que existe. gunta por que já não havia sido feita “Eu faço assim porque minha mãe fa-
3. Certa vez, alguém perguntou: “Quan- há séculos. zia desse modo.” Essa resposta foi dada
tas pessoas são necessárias para tro- 7. A vida cristã dá testemunho de pessoas pela avó e pela bisavó. Não querendo
car uma lâmpada?” Resposta: quatro. que expressaram arrependimento pe- mais perguntar, a repórter prometeu
Uma para trocá-la e três para dizer co- la sua maneira de levar a vida anterior- investigar o caso. Eis a explicação: An-
mo a lâmpada velha era maravilhosa. mente. Muitas vezes, elas se arrependem tigamente, os fornos eram pequenos e
4. Toda a humanidade está dividida em de coisas que fizeram, mas também se o peru não cabia por inteiro. Era pre-
três classes. arrependem de coisas que não fizeram. ciso assá-lo em duas partes. Isso virou
a) Os que são imutáveis. a) Francis Bacon disse: “Aquele que não hábito naquela família e ninguém se
b) Os que são mutáveis. aceita novos remédios, deve esperar perguntava mais por que razão faziam
c) Os que provocam as mudanças. novos males.” daquela maneira. Lembre-se dessa
1) Ilustração: Um homem ganhou um 8. Nunca é tarde demais para mudar. história na próxima vez que você for
contrabaixo num sorteio. Infelizmente, a) “Não importa até onde você tenha tri- fazer alguma coisa por hábito, sem
o livro de música chegou danificado lhado o caminho errado, volte!” (pro- pensar no que está fazendo. Quantos
e a única parte que restava era a pági- vérbio turco). perus você corta ao meio por dia?
na que mostrava uma das posições da 4. Algumas coisas você não deve mudar:
mão esquerda sobre as cordas e a mão II – BENEFÍCIOS DA MUDANÇA a) Sua fé em Deus.
direita puxando o arco. Com cuida- 1. Ler Atos 3:19. b) Seu compromisso com a integridade.
do, ele pôs os dedos sobre as cordas 2. Deus deseja que nos arrependamos de c) Seu compromisso com sua família.
e passou sobre elas o arco de um la- nossos erros e desenvolvamos novo d) Seu compromisso com a generosidade.
do para o outro, produzindo um som estilo de vida. 5. Mas você precisa fazer o que lhe cabe fazer.
horrível. Foi o único som que ele con- a) “O arrependimento compreende tris- 6. Mudança significa correr risco.
seguiu tirar do instrumento. Um dia, teza pelo pecado e afastamento do a) Não correr riscos é provavelmente o
sua esposa foi a um concerto e ficou mesmo. Não renunciaremos ao peca- que existe de mais arriscado em to-
bem próxima do contrabaixista da or- do enquanto não reconhecermos sua do o mundo.
questra. Ela ficou encantada com o malignidade; enquanto dele não nos 7. Você precisa estar aberto a mudanças.
som que esse músico produzia no ins- afastarmos sinceramente, não have-
trumento. No caminho de volta para rá em nós uma mudança real de vi- CONCLUSÃO
casa, ela disse:“Querido, posso lhe fa- da. Muitos há que não compreendem 1. Ler Isaías 43:18, 19.
zer uma pergunta?” “Claro!”, ele respon- a verdadeira natureza do arrependi- 2. Nunca é tarde demais para mudar.
deu. “Durante o concerto percebi que mento” (Ellen G. White, Caminho a 3. Deus Se relaciona conosco sob novas
o contrabaixista movia a mão esquer- Cristo, p. 23). perspectivas.
da para cima e para baixo, enquanto b) “Somos o que fazemos, mas somos 4. Decida-se por mudanças.
a mão direita ora se movia devagar, principalmente o que fazemos para
ora rápida. Estou curiosa para saber mudar o que somos” (Eduardo Galeno). Extraído e adaptado do livro Mensagens que
por que ele move tanto as mãos e faz 3. Princípios morais e espirituais devem Transformam Vidas, de Alcy Francisco de
tantas coisas enquanto você deixa as ser imutáveis em nossa vida. Oliveira, pastor jubilado.
Revista do Ancião out-dez 2015 15
ESBOÇOS DE SERMÕES

Dia de Natal
Lucas 1:26-33
INTRODUÇÃO O que era essa estrela? As interpreta- características que hoje conhecemos.
1. Natal é sinônimo de boas-novas, espe- ções são muitas: 5. A lenda dos três reis magos.
rança de salvação. a) Como Deus guiou o povo de Israel a) A Bíblia (Mt 2:1, 2) não relata que eram
a) Natal do latim: natalis, significa nasci- pelo deserto por meio de uma colu- três e muito menos reis.
mento, ou dia do aniversário de nas- na de nuvem durante o dia e de fo- b) Os presentes eram simbólicos para
cimento. Para o mundo cristão é o dia go durante a noite, por meio de uma a pessoa de Cristo: “ouro” para o Rei;
do aniversário do nascimento de Cristo. estrela Ele também guiou os magos “incenso” para o Sumo Sacerdote; e
É tido como um importante feriado (Êx 13:21-22; Nm 24:17; Mt 2:1-2) “mirra” para o Grande Médico.
para a cristandade. b) Ellen White escreveu: “Viram os ma- 6. O hino “Noite Feliz”.
gos uma luz misteriosa nos céus, na- a) “Noite de Paz”, Hinário Adventista, nº 42.
I – A DATA DO NASCIMENTO DE quela noite em que a glórias de Deus b) O padre Joseph Möhr, de uma pequena
CRISTO inundara as colinas de Belém. Ao des- igreja austríaca, em 1918, certa vez es-
1. A data de 25 de dezembro como o dia vanacer-se a luz, surgiu uma lumino- tava triste pelo fato de não haver mú-
do nascimento de Cristo não é bíblica. sa estrela que permaneceu no céu. sica de órgão naquele Natal, porque os
Por que o Natal é comemorado nes- Não era uma estrela fixa, nem um pla- ratos haviam roído os foles do órgão.
se dia? neta, e o fenômeno despertou o mais Com esse estado de espírito, foi dar
a) “Atualmente, celebra-se o Natal em vivo interesse. Aquela estrela era um um passeio pelas imediações de sua
25 de dezembro. Não há na Bíblia, na- longínguo grupo de anjos resplande- paróquia. A Lua e as estrelas cintilan-
da que indique essa data. Apareceu centes, mas isso os sábios ignoravam. do tornavam a noite amena, tranquila
no quarto século, primeiro no Oci- Tiveram, todavia, a impressão de que e inspiradora. A cena o fez imaginar co-
dente, como o dia do nascimento de aquela estrela tinha para eles signifi- mo teria sido aquela noite em Belém, e
Jesus. [...] O fato de se agasalharem os cado especial” (O Desejado de Todas a letra da canção “Noite Feliz” brotou es-
pastores com seus rebanhos no cam- as Nações, p 60). pontaneamente. De volta à igreja, pas-
po, ao ar livre, da primavera ao ou- 2. A origem da árvore de Natal é contro- sou-as para o papel e apresentou-as a
tono, e não no inverno, sugere que vertida. Ela se tornou um símbolo de Franz Gruber, mestre do coro, com o pe-
Jesus não pode ter nascido nessa es- paz, alegria e esperança de uma vi- dido de que fizesse a música. Na noite
tação fria” (Manual Bíblico de Halley, da melhor. seguinte, de Natal, os membros da igre-
p. 435): a) C
 onta-se que Lutero, em uma noi- ja cantaram o hino “Noite Feliz.” A espo-
b) Se o dia do nascimento de Cristo é te de Natal, contemplou milhares de sa do regente, após ouvi-lo, declarou:
desconhecido, a realidade do Seu nas- estrelas brilhando por entre os ga- “Morreremos, mas “Noite Feliz” viverá
cimento é um fato histórico. A fixação lhos cobertos de neve. A sublimida- por muito tempo! Não existe hoje ne-
do dia 25 de dezembro pode ter surgi- de daquele quadro o levou a pegar nhum lugar no mundo em que esse hi-
do por uma questão de conveniência. um daqueles galhos e levá-lo para no não seja cantado na noite de Natal.
c) A História confirma que Constantino, casa. Após enfeitá-lo com velas ace-
em 313, adotou o cristianismo como sas, mostrou-o aos filhos a fim de CONCLUSÃO
sua religião e dos seus súditos. Esse fa- que eles também desfrutassem de 1. E mbora não haja nenhuma confirma-
to levou os dirigentes da Igreja a consi- sua beleza. ção de que Jesus tivesse nascido em
derar uma boa política transformar as 3. Origem dos cartões de Natal. 25 de dezembro, não há problema em
festas mais populares dos pagãos con- a) Inglaterra, por volta de 1843, quando celebrarmos a data, pois somos bene-
vertidos em festas cristãs. Entre os ro- o Sr. Henry Cole enviou aos amigos um ficiados espiritualmente ao meditar no
manos havia o carnaval, do dia 17 a 24 cartão alusivo ao Natal. significado de o Salvador ter nascido
de dezembro; e, no dia seguinte, o 25, 4. Origem do Papai Noel. neste mundo.
era o maior dia religioso deles, e dia do a) Noel quer dizer Natal em francês. a) Infelizmente, essa festa religiosa está
culto do deus Sol. Essa data foi escolhi- b) Fontes históricas dizem que nasceu desvirtuada de sua elevada finalidade.
da com o objetivo de cristianizar gran- com São Nicolau, que os holande- Hoje, só se fala em comércio, comida e
des festas pagãs. ses levaram para a América do Nor- bebida; e Jesus mal é lembrado.
te. Esse personagem fictício, viaja- b) Mais importante do que o dia e o lu-
II – CURIOSIDADES E TRADIÇÕES DO va de trenó, entrava pela chaminé da gar em que Cristo nasceu, é o fato de
NATAL lareira e colocava presentes nos sa- Ele ter nascido para ser nosso Salvador.
1. Estrela – Mateus 2:2: “Vimos a Sua es- patos vazios das crianças. Essa ficção Agora, Ele também pode nascer em
trela no Oriente, e viemos adorá-Lo.” foi se transformando até adquirir as nosso coração.
16 out-dez 2015 Revista do Ancião
ESBOÇOS DE SERMÕES

Publicações missionárias
Apocalipse 1:10, 11
INTRODUÇÃO parte de suas mensagens quando es- uma visão da proclamação da men-
1. O apóstolo João se encontrava exi- tavam aprisionados. sagem do assinalamento, e do dever
lado na ilha de Patmos e sua mensa- a) Da ilha de Patmos, João escreveu para que incumbia aos irmãos a publicação
gem precisava alcançar as igrejas da as sete igrejas (ver Ap 1:10, 11). da luz que resplandecia em nosso ca-
Ásia Menor. b) Paulo escreveu as epístolas aos Efésios, minho. Desde esse pequeno começo,
a) A orientação divina foi que ele escre- Colossenses e Filipenses enquanto es- foi-me mostrado assemelhar-se a tor-
vesse toda a revelação que lhe foi da- teve preso em Roma (ver At 28:16-20). rentes de luz que circundavam o mun-
da e a enviasse àquelas igrejas. 3. Se a obra desses apóstolos tivesse fi- do. Ela é dádiva de Deus concedida à
2. Ellen G. White escreveu: “O mundo de- cado restrita apenas aos sermões que igreja para o cumprimento da missão
ve receber a luz da verdade por meio eles pregaram, o número de pessoas evangélica” (Vida e Ensinos, p. 128).
de um ministério evangelizador da alcançadas por eles teria sido reduzido. 3. Em função de questões culturais, so-
Palavra em nossos livros e periódi- a) As mensagens que eles escreveram al- ciais e políticas, em muitos lugares do
cos. Nossas publicações devem mos- cançaram multidões e chegaram até mundo, milhões de pessoas manifes-
trar que o fim de todas as coisas está às nossos dias. tam resistência e preconceito contra
portas” (O Colportor-Evangelista, p. 145). 4. Conhecendo o poder e influência das ensinamentos religiosos.
a) A maioria dos países da América do mensagens publicadas, Satanás pro- a) A divulgação das publicações, espe-
Sul foi alcançada pela mensagem ad- cura neutralizar seu efeito tentando cialmente sobre saúde, tem contribu-
ventista por meio das publicações. destruí-las (ver Jr 36:28, 32). ído para abrir o caminho e derrubar as
a) Durante a Idade Média, a literatura barreiras culturais e preconceituosas,
I – INDO AONDE NÃO PODEMOS IR produzida pelos reformadores foi per- despertando o interesse das pessoas
1. Ler Jeremias 36:11-21. seguida e boa parte dela foi destruída. para assuntos espirituais.
2.Deus tinha uma mensagem para o rei- b) Sônia Gazeta, professora universitária 4. Nossa história denominacional dá teste-
no de Judá e seus líderes por meio do adventista, afirma: “John Huss tinha em munho do alcance das publicações no
profeta Jeremias. seu poder cerca de 200 manuscritos, cumprimento da missão evangelística.
a) O profeta havia sido posto no cárcere cuidadosamente copiados a mão que
e não podia ir ao templo nem a luga- consistiam de traduções feitas por ele CONCLUSÃO
res públicos, inclusive à sala de audi- mesmo, obras de Wycliffe, e outros ma- 1. Ler Marcos 4:30-32.
ência do rei (ver Jr 36:5). teriais de pesquisa ensinados na Uni- 2. À s vezes, muitos anos podem trans-
b) Nessas circunstâncias, Jeremias ditou versidade de Praga. Porém, em 1410, no correr até que a semente lançada ger-
sua mensagem a fim de que Baruque pátio do arcebispado em Praga, uma mine e produza os devidos frutos.
a escrevesse num livro (ver Jr 36:4). grande fogueira foi preparada. O inqui- a) Ellen G. White escreveu: “As publica-
3. 
No contexto da evangelização, em sidor ordenou que os sinos tocassem ções devem ser multiplicadas e es-
função de situações políticas e sociais, enquanto um a um dos manuscritos de palhadas como folhas de outono.
algumas áreas geográficas do mun- Huss eram atirados às chamas” (A Col- Esses mensageiros silenciosos estão
do só poderão ser alcançadas pelas portagem Adventista no Brasil, p. 7). iluminando e modelando a mente
publicações. 5. O movimento milerita no século XIX te- de milhares em todo país e em todo
a) “Há muitos lugares em que a voz do pas- ve crescimento expressivo graças às pu- clima” (O Colportor-Evangelista, p. 5).
tor não pode ser ouvida, lugares que só blicações que chamavam a atenção do b) A história da Igreja Adventista na
podem ser alcançados pelas nossas publi- povo para o segundo advento de Cristo. América do Sul testifica da semente
cações – livros, revistas e folhetos repletos lançada pelos pioneiros e que tem da-
das verdades bíblicas de que o povo ne- III – UMA OBRA MAIOR DO QUE NÓS do seus frutos ao longo do tempo.
cessita. Nossas publicações devem ser 1. Ler Apocalipse 14:6. 3. Portanto, oremos e apoiemos a obra
distribuídas em todos os lugares. A ver- 2. O plano divino é que toda a humanida- de publicações.
dade deve ser semeada junto a todas de seja alcançada pelas boas-novas de
as águas; pois não sabemos qual pros- salvação (ver Mt 28:19; At 1:8). Carlos A. Steger é Professor da Universidade
perará primeiro, se esta, se aquela” (Ellen a) Na Igreja Adventista, a obra de publi- Adventista Del Plata, Argentina
G. White, O Colportor-Evangelista, p. 4). cações nasceu num contexto de evan-
gelização mundial. Ellen G. White es- Extraído e adaptado do livro Teologia e
II – ALCANÇANDO MAIS DO QUE NÓS creveu: “Numa reunião efetuada em Metodologia da Missão.
1. Ler Apocalipse 1:10, 11. Dorchester, Massachusetts, em no-
2. Os apóstolos Paulo e João escreveram vembro de 1848, foi-me concedida
Revista do Ancião out-dez 2015 17
ESBOÇOS DE SERMÕES

Reavivamento e ação
Atos 11:19-26
INTRODUÇÃO de Jerusalém a Barnabé e, posterior- nos lares e igrejas. Portanto, quando
1. Após os discípulos serem expulsos de mente, a Paulo, é o mesmo que rece- o povo de Deus ora e estuda Sua Pa-
Jerusalém, a mensagem do evangelho bemos hoje para cumprir nossa missão lavra, Deus concede o reavivamento.
se espalhou rapidamente para regiões junto a nossos familiares e aos morado- 3. Quando Deus concede o reavivamen-
além das fronteiras da Palestina, e gru- res do bairro e cidade em que residimos. to, fica evidente que a santidade de vida
pos de crentes se formaram em im- a) Barnabé foi enviado a Antioquia por aumenta, um novo poder é experimen-
portantes centros. que a igreja viu nele qualidades de um tado e o evangelho é proclamado.
crente consagrado e comprometido. a) Essa é a experiência que devemos al-
a) Em Antioquia, a maior metrópole da Ele era bom, cheio do Espírito Santo e mejar para nossa vida, nossa família,
Síria, o evangelho foi recebido com de fé (v. 24). Deus pôde usá-lo pode- nossa igreja.
entusiasmo. rosamente para promover um grande b) O verdadeiro reavivamento causa cres-
b) Seu extenso comércio era pontp de reavivamento. cimento espiritual, mais consagração,
atração para pessoas de várias nacio- 3. Deus quer nos usar para promover o envolvimento, fidelidade na vida de ca-
nalidades. Era conhecida como refú- maior de todos os reavivamentos. Pa- da crente e ação coordenada da pre-
gio para o sossego e recreação, por ra tanto, precisamos assumir novas gação do evangelho, que levará muita
causa da localização, das belezas na- atitudes. Precisamos transformar nos- gente à conversão e a unir-se ao Senhor.
turais, da riqueza e cultura. Um lugar sa vida em uma missão. Ser mais com-
de luxo e vícios. prometidos. Procurar o propósito de CONCLUSÃO
c) Foi nesta cidade que os discípulos fo- Deus naquilo que a vida nos traz. Pre- 1. Dessa mensagem, aprendemos que o
ram chamados de cristãos pela pri- cisamos deixar de perguntar: por quê? reavivamento ocorrido em Antioquia
meira vez. e começar a perguntar: o quê? – o que serve como inspiração para um outro
2. Esses acontecimentos motivaram a Deus deseja que eu faça? muito maior que o Senhor quer realizar
igreja de Jerusalém a enviar Barnabé em nossos dias, com o derramamento
com a missão de pregar e instruir os II – REAVIVAMENTO CAUSA da chuva serôdia.
novos conversos. CRESCIMENTO 2. Como Deus enviou Barnabé e Paulo
a) Por que enviar Barnabé a Antioquia? 1. Isso fica evidente nos seguintes versos: para realizar o trabalho em Antioquia,
Porque ele era de Chipre (At 4:36). Ele a) Verso 21: “A mão do Senhor estava com Ele também nos envia, individualmen-
conhecia a cultura, falava o idioma, eles, e muitos, crendo, se converteram te, para cumprir Sua missão.
compreendia a mentalidade deles e, ao Senhor.” Verso 24: “E muita gente se 3. A s condições para um reavivamento
também, era um encorajador. uniu ao Senhor.” Verso 26: “E ensina- são: oração e estudo da Bíblia.
b) Quando a obra cresceu, Barnabé sen- ram numerosa multidão.” a) O resultado do reavivamento é: cres-
tiu necessidade de auxílio e foi a Tar- 2. Uma vida transformada é a marca do cimento espiritual e proclamação do
so buscar Paulo. Durante um ano, os verdadeiro reavivamento. A história evangelho com fervor.
dois trabalharam unidos em um mi- dos reavivamentos tem mostrado que 4. Escolha algo para fazer e dedique-se a
nistério fiel. os dois ingredientes principais para o este trabalho com oração e estudo da
3. Então, um grande reavivamento ocor- reavivamento são: Bíblia. A igreja lhe oferece as seguin-
reu em Antioquia. Multidões estavam a) Oração – Em centenas de exemplos, tes opções: (a) pequenos grupos; (b)
aceitando a Cristo. a oração trouxe reavivamento. A ora- duplas missionárias; (c) pregação; (d)
ção por reavivamento é o primeiro estudos bíblicos; (e) classes bíblicas;
I – COMISSIONADOS PARA UMA passo essencial. Reavivamento é dom (f) missão global; (g) atividades dos
MISSÃO de Deus. Seres humanos não podem vários departamentos da igreja.
1. Os fatos ocorridos em Antioquia de- comandá-lo, nem podem fazer Deus 5. É hora de reavivamento e ação em fa-
vem servir de inspiração e motivação concedê-lo. Deus, soberanamente, dá vor de outros que ainda não sabem
para nós que vivemos um importan- o reavivamento quando e onde dese- que Cristo virá em breve!
te momento da história da igreja de ja. Mas Deus responde à oração since-
Deus. ra e persistente. Oração é o que Deus Luiz Carlos Araújo
a) Você e eu constituímos a igreja de deseja que Seu povo ofereça. Associação Paulista Sul
Deus. Devemos ser luz, e devemos fa- b) Estudo sistemático da Palavra de Deus –
zer a obra que os discípulos fizeram Os reavivamentos na Europa e Estados
em Antioquia. Unidos foram precedidos de longos
2. O comissionamento feito pela igreja períodos de intenso estudo da Bíblia,
18 out-dez 2015 Revista do Ancião
ESBOÇOS DE SERMÕES

O poder da oração
INTRODUÇÃO
1. “Foi Jabez mais ilustre do que seus ir- 3. Faz parte da natureza de Deus aben- que cuida de seu filho num parque de
mãos; sua mãe chamou-lhe Jabez, di- çoar Seu povo. Talvez, hoje, você pen- diversões, Deus nos vê e protege com
zendo: Porque com dores o dei à luz. se que seu nome seja apenas mais um, Seu poder.
Jabez invocou o Deus de Israel, dizen- e ache que a dor ou sofrimento é um le- 2. “Porque, quanto ao Senhor, Seus olhos
do: Oh! Tomara que me abençoes e me gado que você herdou por circunstân- passam por toda a Terra, para mostrar-
alargues as fronteiras, que seja comi- cias de família e que são coisas naturais. Se forte para com aqueles cujo coração
go a Tua mão e me preserves do mal, a) Esse pensamento pode fazer com é totalmente dEle” (2Cr 16:9).
de modo que não me sobrevenha afli- que você não se coloque na condição 3. Pelo Seu toque podemos experimen-
ção! E Deus lhe concedeu o que Lhe ti- de candidato para receber uma bên- tar entusiasmo e poder.
nha pedido” (1Cr 4:9, 10). ção. Essa atitude é uma armadilha, 4. Portanto, devemos pedir diariamente
a) Jabez viveu ao sul de Israel depois da um pecado. o toque do Pai em nossa vida, porque
conquista de Canaã. b) Quando Moisés pediu ao Senhor, no no cristianismo, outra expressão para o
b) V iveu durante o tempo dos Juízes. Monte Sinai: “Me Mostre Sua glória”, termo “poder” é dependência de Deus.
c) Nasceu na tribo de Judá e anos depois ele estava se colocando como um
se tornou um dos líderes da tribo. candidato para receber muito mais. IV – “E ME PRESERVES DO MAL”
d) Sua história começa com seu nome: E Deus lhe concedeu. 1. O último pedido de Jabez é lindo, po-
“Sua mãe chamou-lhe Jabez, dizendo: 4. Acreditar no poder da oração pode rém pouco entendido. Ele sabia que o
Porque com dores o dei à luz.” mudar seu futuro. sucesso coloca as pessoas numa faixa
e) Seu nascimento não foi normal. A gra- de riscos.
videz de sua mãe deve ter sido algo II – “E ME ALARGUES AS a) (Mencione exemplos de personagens
traumático. FRONTEIRAS” públicos que, pelo fato de terem al-
2. Cresceu com um nome que qualquer 1. A parte seguinte da oração é um pedi- cançado sucesso, ficaram mais vulne-
garoto detestaria. (Imagine as pilhérias, do para que fosse concedido mais ter- ráveis e caíram na tentação.)
apelidos e o estigma que se abateram ritório. Jabez queria status real, mais 2. Quando alcançam o sucesso, a atitude
sobre ele!) Mas, a despeito de tudo isso, influência, mais responsabilidade, mais dos homens e mulheres de Deus de-
Jabez encontrou seu caminho. oportunidades para ser um marco para ve ser de humildade e dependência de
3. Sua oração traduz a maravilhosa verda- o Deus de Israel. Deus para que não caiam em tentação.
de das bênçãos de Deus e nos prepara a) Isso tinha uma conotação emocional: Ele Sua petição é: Toma, Senhor, minha sa-
a fim de que desenvolvamos uma visão sentia a necessidade de ter espaço para bedoria. Toma, Senhor, minha experi-
correta da oração e do nosso relaciona- crescer. Josué tinha conquistado Canaã ência. Toma, Senhor, meus sentimentos.
mento com Deus durante nossa expe- e parte da terra dividida era muito pou- 3. E ssa foi a maneira com que Jabez
riência de vida. Analisemos as partes co para Jabez. Ele queria expandir. orou por proteção, e para que fizesse
integrantes dessa oração: b) A oração de Jabez é revolucionária coisas certas.
pelo seu pedido: “Deus me abençoa!
I – “OH! TOMARA QUE ME ABENÇOES” Deus aumenta meu ministério!” V – “DEUS LHE CONCEDEU O QUE
1. Sua oração tinha urgência. Em hebrai- 2. Se vivermos a matemática de Deus, LHE TINHA PEDIDO”
co, a palavra “tomara” implica em ex- não importando quais sejam nossos 1. Experimente fazer da oração de Jabez
tremo desejo. dons, talentos e vocação, saberemos a sua oração.
2. Imagino Jabez em frente a um gran- que nosso chamado é para fazer o tra- 2. Deus está disposto a trabalhar em sua
de portão, com o peso da tristeza, cla- balho de Deus neste mundo. vida, não importando como ela tenha
mando: Pai! Por favor, me abençoa! 3. Se você orar: “Pai, por favor, expande começado.
Antes de pedirmos algo a Deus, pre- minhas oportunidades para que eu to- 3. D eus é o Deus dos recomeços.
cisamos saber o que significa “bên- que mais vidas com Teu amor.” Deus 4. Deus é o Deus da transformação e
ção”. Biblicamente, pedir a Deus um certamente vai atendê-lo. está disposto a realizar milagres em
favor é pedir uma bênção. Geralmen- 4. Nossa oração deve ser: “Deus, usa-me.” sua vida.
te, pedimos muito e, às vezes, pou-
co depois de orarmos, esquecemos o III – “QUE SEJA COMIGO A TUA MÃO” CONCLUSÃO
que pedimos. Mas, no caso da oração 1. Jabez conhecia a necessidade de sen- 1. Deus nos motive a buscar Seu poder
de Jabez, ela foi objetiva e específica: tir a mão de Deus na vida (experiência por meio da oração e da dependência
“me abençoes”. de proteção e cuidado). Como um pai total dEle. Amém!
Revista do Ancião out-dez 2015 19
ESBOÇOS DE SERMÕES

Protegido dos leões


INTRODUÇÃO
1. Quando nossa vontade está em har- e da falsa. Centralizava-se na mentira 2. Dario, um rei pagão, prestou homena-
monia com a vontade de Deus, e es- contra a verdade. gem ao Deus de Daniel. (Ler Dn 6:26,
colhemos obedecer Sua direção em 27). A palavra “permanente”, quer di-
nossa vida, nossa dedicação a Ele se II – FÉ INABALÁVEL zer “digno de confiança”, “fidedigno”,
aprofunda. O caráter cristão é desen- 1. A oração era a fonte de força constan- “alguém com quem se pode contar”.
volvido quando a fé é provada. Deus te de Daniel para manter um relaciona- Deus nunca nos desampara. Quando
frequentemente permite que passe- mento íntimo com Deus. Isso era vital. os leões da tentação rugem em nosso
mos por tentações para nos capacitar A oração é a linha de comunicação do ouvido, Ele está lá para fechar a boca
a crescer. cristão com o Céu. deles. Quando o diabo tenta nos des-
2. Daniel enfrentou muitas tentações du- a) Dario violou sua própria consciência. truir, Ele está lá para nos livrar. O li-
rante sua vida. Quando ele as resistiu, Ele sabia que estava condenando um vramento final ocorrerá na segunda
pelo poder de Deus, sua fé cresceu. homem inocente. Mesmo assim, ainda vinda de Cristo.
A história de Daniel na cova dos leões reconheceu que Daniel seguia o Deus 3. No fim da história deste mundo, Deus
é bem conhecida. Ela contém precio- verdadeiro. (Ler Dn 6:16). também Se manifestará para livrar
sas lições de encorajamento para nós. b) Cheio de culpa, ele passou a noite in- seus filhos fiéis. (Ler Ap 19:11-19).
teira inquieto e acordado no palácio. a) Jesus é descrito como um poderoso
I – INTRIGA NO PALÁCIO Culpa não solucionada, cria ansieda- conquistador, percorrendo o corredor
1. Ler Daniel 6:1-9. Deus abençoou rica- de e doença. do Céu, e como um general conduzin-
mente a fidelidade de Daniel. Seu tra- 2. O conhecimento de ter feito o que é do os exércitos celestiais.
balho diplomático se estendeu por certo traz um senso de calma no meio b) Ele é revelado como nosso podero-
mais de setenta anos. Ele serviu mui- das tormentas da vida. Daniel estava so Libertador. Ele é “fiel e verdadeiro”.
tos reis em dois diferentes impérios. em paz na cova dos leões, enquanto Ele cumpre Sua palavra. Nas derradei-
A vida de Daniel ilustra o princípio bí- que Dario estava cheio de tensões em ras badaladas do relógio do tempo do
blico: “Aos que Me honram, honrarei” seu palácio. fim, Ele livrará Seus filhos.
(1Sm 2:30). 3. Chegando à cova dos leões, de manhã c) Daniel presenciou em visão essa úl-
2. Os colegas de Daniel cobiçavam sua bem cedo, o rei descobriu que Daniel tima libertação. Ele anteviu o dia em
posição. A inveja deles os levou a men- havia sido miraculosamente salvo. que todo o mal será finalmente des-
tir, e a mentira provocou a disposição 4. Daniel rendeu homenagem a Deus truído e o reino de Deus dominará pa-
de matar Daniel. Invejosos da posi- por seu livramento: “O meu Deus en- ra sempre.
ção de Daniel, aqueles políticos medo- viou o Seu anjo e fechou a boca aos
persas recorreram a uma conspiração leões, para que não me fizessem dano, CONCLUSÃO
de mentiras. Quando nutrido no cora- porque foi achada em mim inocência 1. Para Deus não há impossíveis. Ele Se
ção, o pecado cria raízes e produz fru- diante dEle; também contra ti, ó rei, deleita em libertar. O mesmo Deus que
tos maus. não cometi delito algum” (Dn 6:22). prometeu livrar esse planeta do domí-
a) Não havia nada que incriminasse Daniel. nio do mal, promete livrar também a
Ele era correto em todo o seu procedi- III – CONFIAR SEMPRE você e a mim do domínio do mal hoje.
mento. Pensaram, então, que a única 1. A experiência de Daniel mostra que a) O mesmo Deus que restaurará este
maneira de atingi-lo seria no seu rela- Deus está pronto a nos ajudar nos mo- planeta ao seu propósito original, de-
cionamento com Deus, na sua fé. mentos de crise. (Ler 1Co 10:13). seja restaurar, hoje, nossa vida.
3. Daniel orava três vezes por dia. Sua vi- a) Ele não permite que soframos prova- b) Podemos louvar a Deus, hoje, como
da era de plena comunhão com Deus. ções além do que podemos suportar, nosso poderoso Libertador!
Isso fazia a diferença em tudo. Esse era e nos dá forças para vencer.
o motivo dele ser bem-sucedido em b) O poder de Satanás para nos esmagar Colaboração da Associação Ministerial da DSA
todas as coisas. é maior do que nossa habilidade para
a) Foi assim que planejaram um decre- resistir. Deixados sozinhos, somos im-
to para que ninguém fizesse pedidos potentes. Mas, fortalecidos pelo po-
a qualquer divindade ou pessoa, exce- der de Deus, seremos vitoriosos.
to ao rei Dario. c) Filipenses 4:13 dá-nos uma clara pro-
b) A prova final de Daniel girava em tor- messa de que Deus nos dá forças para
no da questão da adoração verdadeira vencer as dificuldades.
20 out-dez 2015 Revista do Ancião
MINISTÉRIO JOVEM
Areli Barbosa

Até aos confins da Terra!


O tempo atual presencia um despertamento
missionário em nossos jovens

S
e uma pessoa viver até os 80 anos, Essa história também aconteceu no a missão de ser a mãe do filho de Deus,
poderá dizer que gastou em mé- surgimento da igreja Adventista do Séti- tem levantado, nos tempos modernos,
dia: 25 anos dormindo; 10 anos mo Dia. Um grande desapontamento ti- jovens como Rafael, que era funcionário
trabalhando; 8 anos fazendo compras; nha acabado de acontecer. Havia muita do Banco do Brasil e que ao ser convida-
4 anos dirigindo; 2 anos assistindo a co- descrença na Bíblia e em toda sociedade, do para participar do projeto #UmAno-
merciais. Então, que tal incentivá-la a uma aparente promessa não tinha sido EmMissao em Santarém e depois no Rio
passar pelo menos um ano da vida em cumprida e um grupo de jovens começou de Janeiro, deixou sua estabilidade e se-
missão? A Bíblia diz: “Ninguém despreze a estudar a Bíblia para compreender em gurança para se ariscar em um projeto
a sua juventude, pelo contrário, torna- que havia errado. Jovens sem medo e sem missionário cujo impacto foi tão grande
te padrão dos fiéis, na palavra, no pro- preconceitos em assimilar uma nova ideia em sua vida que o fez mudar de profissão.
cedimento, no amor, na fé, na pureza” e mudar os rumos. Assim, nasceu a Igreja Rafael demonstra convicção no chamado
(1Tm 4:12). Adventista com significativo envolvimen- divino para o ministério pastoral.
Por serem os jovens sonhadores, ou- to de jovens entre 16 e 22 anos de idade. A paixão que levou a rainha Ester a ar-
sados e dispostos, existe neles um gran- Entre eles estavam: Ellen Harmon, Tiago riscar sua vida para salvar seu povo, é a
de potencial. Gostam de desafios e não White, John Andrews e outros. Por meio mesma do jovem Kevin Dantas. Ele está
se atemorizam diante deles. Imagine que deles, Deus direcionou a igreja desde seu em Bangladesh, na Ásia, levando o evan-
seu jovem receba um desafio e o cumpra; começo, dando-lhe um novo rumo. gelho para os muçulmanos do país, que
que vá a lugares e consiga se acostumar atinge cerca de 85% da população. A co-
com o novo estilo somente para alcançar JOVENS IDEALISTAS ragem de Davi ao enfrentar Golias, arris-
outras pessoas; tenha paixão a ponto de Quando Deus, por meio do profe- cando sua vida na batalha contra alguém
dedicar-se exclusivamente a uma missão; ta Joel, disse que derramaria Seu Espírito maior em estatura e força é a mesma da
confie e acredite que as coisas são pos- sobre toda carne e que os jovens profe- equipe de #UmAnoEmMissao que foi para
síveis; seja confiante e que a ousadia fa- tizariam (ver Jl 2:28), a Bíblia deixa trans- o Uruguai, cuja maioria da população pro-
ça parte do dia a dia; tenha otimismo em parecer que nos últimos dias os jovens fessa o ateísmo. Esses jovens, ao conclu-
tudo que faz. cristãos estariam olhando para o futuro. írem a missão, deixaram em Montevidéu
Posso dizer então, que esse é o per- Isso está acontecendo pelo envolvimento duas igrejas plantadas, dois centros de in-
fil que Deus busca. O jovem em quem os dos jovens na Missão Calebe. Atualmente, fluência, dois clubes de Desbravadores e
líderes depositam confiança, que se alis- o número de jovens que está doando su- um clube de Aventureiros. Mais um gi-
ta para levar uma bandeira, porque é de as férias escolares para salvar e servir aos gante foi vencido.
sua natureza inovar, fazer as coisas de seus semelhantes já ultrapassa os 110 mil.
forma diferente. Você sabe por que Na- A juventude quer participar do programa, DESPERTAMENTO
bucodonosor buscou jovens entre os ca- quer ser desafiada a ir a lugares difíceis MISSIONÁRIO JOVEM
tivos da Judeia? Porque sua intenção era para pregar o evangelho. O tempo atual tem testemunhado o
perpetuar-se no poder. Por meio da ju- O mesmo espírito que motivou Da- despertamento missionário que tem ha-
ventude ele conseguiria inovar e trans- niel a ser leal e não se contaminar com a vido entre a juventude adventista. A prin-
formar seu império. mesa do rei e que levou Maria a aceitar cipal razão para isso é, sem dúvida, a

22 out-dez 2015 Revista do Ancião


evidência de que o derramamento do Es- 2. Relacionamento O grande objetivo é “a mensagem do
pírito Santo prometido em Joel 2:28 já es- Levar a juventude a assimilar a ideia advento em minha geração”.
tá acontecendo. O texto diz que os jovens de participar e liderar Pequenos Grupos Imagine que seu jovem viva 80 anos,
profetizariam. Isso também envolve a pro- como um programa para a igreja dos úl- imagine que não viva 80 anos. Não im-
clamação da Palavra. timos dias. porta o quanto ele viva, não despreze a
A sociedade antever um futuro som- Nosso objetivo é: juventude. Deus está chamando-o  para
brio e sem esperança, porque as estrutu- a. Levar jovens com potencial de lide- a maior experiência de sua vida. Seja ela
ras, os sistemas de governo e os líderes rança a participar de Pequenos Grupos curta ou longa. “Uma vida jovem é uma
políticos estão cada vez mais desacredita- modelos. oferta preciosa, o mais valioso presen-
dos, deixando a população descontente e b. Estabelecer Pequenos Grupos co- te que pode ser oferecido a Deus. Tudo o
cética. Esse quadro caótico somado aos si- mo um primário ambiente de evangelis- que você é, todas as habilidades que pos-

© 06photo | Fotolia
nais dos tempos gera angústia e temor so- mo e discipulado. sui, são um sagrado depósito que Deus
bre a humanidade. O jovem adventista vê c. Incentivar relacionamento cristão lhe confia, para devolver a Ele novamen-
nesse cenário a oportunidade de levantar entre os jovens. te em oferta voluntária e santa” (Mensa-
uma bandeira e provocar transformações. gens aos Jovens, p. 407).
No entanto, estamos vivendo um mo- 3. Missão
mento em que o jovem precisa ser direcio- Nesse ambiente, é necessário levar
nado para uma bandeira correta. E, nesse a juventude a se inspirar com os proje-
contexto, prezado ancião, você tem um im- tos e dedicar-se pela missão e serviço,
portante papel a desempenhar: É funda- preparando um povo para o advento
mental dar acesso ao jovem quanto à sua de Jesus. Nosso foco principal é a sal-
participação nos programas da igreja. Eles vação em Cristo Jesus. Portanto, nossa
precisam interagir em relacionamentos sau- tarefa é:
dáveis. É nesse ambiente que Deus come- a. Conduzir os jovens à compreensão
ça a despertar essa juventude quanto à sua de seu valor individual e a descobrir seus
missão evangelística nesta geração. dons e capacidades espirituais.
Mais do que nunca, os jovens estão se b. Equipá-los e capacitá-los para uma
alistando para serviços voluntários. Por- vida de serviço na igreja e na comunidade.
tanto, precisamos estar atentos a este c. Assegurar a integração dos jovens
momento tão significativo na história da em todos os aspectos da vida e liderança
igreja. Sem dúvida, uma nova história da da igreja, a fim de que possam participar
pregação do evangelho poderá ser escri- plenamente no cumprimento da missão.
ta, tendo em vista o tríplice aspecto mis- Nossa meta é que:
sionário da igreja. a. Cada jovem entenda que há um
chamado para missão e serviço.
1. Comunhão b. A juventude aceite o convite pa-
A meta é levar os jovens a sentir a ne- ra participar da Missão Calebe e Um Ano
cessidade de passar a primeira hora do em Missão.
dia com Deus. Isso implica: c. Se promova constantemente a visão
a. Desenvolver hábito de comunhão missionária dos jovens porque “Unicamen-
com Deus. te os métodos de Cristo trarão verdadeiro
b. Incentivar a leitura da Bíblia e do êxito no aproximar-se do povo. O Salvador
Espírito de Profecia. misturava-Se com os homens como uma Areli Barbosa
c. Apoio ao estudo da Lição da Esco- pessoa que lhes desejava o bem. Manifes- Pastor distrital de Cidade
Universitária em Engenheiro
la Sabatina. tava simpatia por eles, ministrava-lhes às Coelho, SP
Tudo isso porque o objetivo da vida necessidades e conquistava-lhes a confian-
Divulgãção DSA

é “buscai, pois, em primeiro lugar o reino ça. Ordenava então: Segue-Me” (Ciência do
de Deus” (Mt. 6:33). Bom Viver, p. 143).

Revista do Ancião out-dez 2015 23


IGREJA EM AÇÃO
Everon Donato

Maratona cristã
O processo discipulador proporciona dinamismo à igreja

R
ecentemente conheci a história de de competição, caminhando. De fato, é A história desse atleta ilustra mui-
um atleta brasileiro que me dei- uma prova desafiadora. E, entre os mais ta bem o que significa o discipulado. Ele
xou encantando por seu exem- de 200 atletas, de 40 países, estava Vlad- precisou de um guia para cruzar a linha
plo de dedicação e perseverança. Ele mir, um colecionador de vitórias. Ele já de chegada. Sem a condução de uma
participou de uma corrida desafiadora venceu, na categoria dele, algumas das outra pessoa que tivesse a visão do to-
no deserto do Atacama, no Chile, a 2,4 maratonas mais importantes do mundo. do, Vladmir não iria muito longe na com-
mil metros de altitude. Um cenário tão Vladmir não correu sozinho, pois é cego. petição. O autor da epístola aos Hebreus
bonito quanto hostil usado pela NASA Erin Leigth, norte-americana, o acompa- compara a vida cristã a uma maratona
(Agência Espacial Americana), para pes- nhou durante toda a prova. Ambos esta- (ver Hb 12:1). Ela está mais para uma ma-
quisas sobre a vida em Marte. O local é vam ligados por uma corda. Ela estava ali ratona do que para uma corrida de 100
seco, muito seco. Faz frio à noite, de 5ºC e para guiá-lo. Juntos, eles completaram os metros rasos. É uma jornada e não um
calor de 40ºC de dia. 250 quilômetros no deserto (veja esse re- acontecimento. Por isso, precisamos de
Agora imagine disputar, no Ata- lato em http://g1.globo.com/fantastico/ guias e precisamos ser guias (discipula-
cama, uma prova de 250 quilômetros noticia/2014/11/maratonista-brasileiro- dores) para outros.
de extensão, correndo quando é possí- cego-conclui-prova-de-250-quilome- O discipulado é a jornada e a cor-
vel correr e, na maior parte dos sete dias tros-no-atacama.html). da é o relacionamento que nos mantém

© rangizzz | Fotolia

24 out-dez 2015 Revista do Ancião


unidos ao próximo na corrida ou marato- 14). A comunhão do lava-pés com os dis- relação pessoal com Deus que faz arder o
na para o Céu. Como posso ser guiado e cípulos (Jo 13:1-20). coração do discípulo.
guiar outros na jornada do discipulado? 4. Transparente – Lucas 9:28-36 – Em cada situação encontramos nú-
É preciso ter em mente que o discipula- Cristo no monte da transfiguração com meros que representam diferentes está-
do acontece em cinco aspectos: Pedro, Tiago e João (Lc 9:28-36). O pedido gios. Isso indica pelo menos duas coisas:
de Tiago e João (Mc 10:35-45). O pedi- 1. Cristo tinha uma estratégia relacio-
1. Público do de oração de Jesus no Getsêmani nal por trás desses números (1, 3, 12, 70,
2. Social (Mt 26:36-38). 120) que são necessários para a expansão
3. Pessoal 5. Divino – Cristo em comunhão do Reino. “A ênfase não está nos núme-
4. Transparente com o Pai por meio da oração (Mc 1:35; ros, mas no discipulado, na comunidade
5. Divino Lc 6:12). e no foco missional desses agrupamen-
tos” (William A. Beckham, A Segunda Re-
Para que haja melhor compreensão FORMAS DE APLICAÇÃO forma, Estágio 2, p. 44).
do significado desses aspectos é neces- DESSES ASPECTOS NA IGREJA 2. A igreja não deveria ser estáti-
sário defini-los e explicá-los: 1. Sábados ca. O processo discipulador proporcio-
1. Aspecto público – Se refere ao lo- A assembleia dos 120 membros da na dinamismo à igreja. A igreja do Novo
cal em que as pessoas se reúnem em um igreja primitiva ilustra um momento Testamento não era a igreja de um úni-
grupo maior de expressão pública. de expressão pública. A igreja deve ser co dia, porque cada discípulo se movia
2. Aspecto social – É uma referência um ambiente para que o discipulado nesses diferentes estágios. Talvez se-
à reunião de pessoas (de 20 a 70) com o flua. Entretanto, não podemos esperar ja essa uma das razões pela qual os se-
objetivo de compartilhar o que e quem que esse aspecto cumpra o discipulado guidores de Jesus eram chamados de os
elas são, construindo, dessa forma, afini- isoladamente. “que eram do Caminho” (At 9:2), pois a
dade entre elas. 2. Comunidade missional igreja era uma comunidade de discípu-
3. Aspecto pessoal – Trata-se de Este é o elo que falta na maioria das los que exercia seu ministério em cons-
um grupo de pessoas (3 a 12). Quando igrejas. Aqui está uma alusão clara ao tante movimento.
se reúnem, compartilham informações grupo dos 70, organizados em duplas Possivelmente, você não está atraves-
pessoais mais adequadas à realidade missionárias. Estrategicamente, Cristo sando o deserto do Atacama, mas todos
do grupo. lançou mão desse método para expandir estamos atravessando o deserto desse
4. Aspecto transparente – Faz refe- o Reino de Deus. mundo em direção à Nova Jerusalém. Ne-
rência, a relacionamentos pessoais mais 3. Pequeno Grupo cessitamos de Cristo como nosso princi-
próximos, a uma troca de informações de Normalmente, sua formação se cons- pal Guia. Ele Se manifesta na vida de Seus
maior abertura. titui de 3 a 12 pessoas. É nesse ambien- discípulos que se propõem a cumprir a
5. Aspecto divino – É a busca, de for- te de pastoreio e desenvolvimento da vi- missão evangélica.
ma intencional, da comunhão pessoal da em comunidade que muitas pessoas Prezado ancião, busque a Deus para
com Deus, sentindo e apreciando Sua crescem na fé para alcançar a maturida- viver um discipulado dinâmico em cada
presença (sobre esse aspecto veja Expo- de espiritual. um dos cinco aspectos mencionados ao
nential Conference – Abril de 2015 em 4. Mentoreamento longo desse artigo. Na maratona para o
www.discipleship.org) De 1 a 3 pessoas. Nesse contexto, há Céu, una-se a alguém por uma corda es-
uma referência ao discipulado personali- piritual e conduza essa pessoa para o rei-
A EXPRESSÃO DESSES zado, isto é, um a um. O relacionamento no celestial.
ASPECTOS NO NOVO é transparente e o discipulador e discípu-
TESTAMENTO lo se encontram não apenas para minis-
Everon Donato
1. Público – O sermão da montanha trar a Palavra, mas para compartilhar ex-
Diretor do Ministério Pessoal
(Mt 5:1, 2). A congregação de 120 mem- periências na vida espiritual. da Divisão Sul-Americana
bros na igreja primitiva (At 1:15). 5. Jornada espiritual
Divulgãção DSA

2. Social – O envio dos 70 (Lc 10:1). Este item impacta diretamente cada
3. Pessoal – Jesus e os Doze (Mc 3:13, um dos outros quatro já mencionados. É a

Revista do Ancião out-dez 2015 25


GUIA DE PROCEDIMENTO

Resoluções importantes

A
Comissão Diretiva da Divisão Sul- a receber e atender e alcançar o gru- d) Preparar materiais adequados pa-
Americana, realizada em maio po específico de pessoas (telespecta- ra que esse deficiente tenha condições e
deste ano, tomou as seguintes dores, ouvintes e internautas da Rede oportunidades de se integrar ao discipu-
resoluções: Novo Tempo e outros interessados) pa- lado por meio da comunhão, do relacio-
ra um programa especial de estudos da namento e do cumprimento da Missão.
1. Centros de Influência – Definir co- Bíblia (classe bíblica especial) adequa- e) Organizar estratégias e projetos
mo “Centro de Influência” toda iniciativa do para esse grupo. Os líderes desse evangelísticos adequados para alcançar
organizada especialmente em grandes “Espaço” devem ser pessoas que co- esse grupo específico.
concentrações urbanas. Devem funcionar nheçam bem a programação da Novo f) Adaptar as estruturas dos edifícios
preferencialmente em locais preparados Tempo. Além disso, devem criar víncu- para se adequarem às necessidades dos
ou adaptados para esse fim. O objetivo los de contato, entre os que foram al- deficientes visuais.
principal é satisfazer as necessidades da cançados pelos meios de comunicação
comunidade em relação ao estilo de vi- da Novo Tempo e interessados em ge-
da, saúde, alimentação saudável, família, ral com a igreja.
prevenção, recuperação de dependên- 4. Ministério Adven-
cias, etc. (ver voto DSA: 2014/114 – Centros tista para os Deficien-
de Influência – Descrição). Além de servir a tes Visuais – Considerando
comunidade, um Centro de Influência ob- que em seu território exis-
jetiva estabelecer vínculo de contato en- te um deficiente visual pa-
tre as pessoas e a igreja. ra cada 31 pessoas, ou seja,
2. Grupos Específicos – Definir como 3% do total da população, a
“Grupos Específicos” aqueles delineados Divisão Sul-Americana, em
por aspectos demográficos, linguísticos, sua Comissão Diretiva Plená-
socioculturais, capacidades diferentes e ria em maio deste ano, votou
religiosos a ser alcançados pela mensa- o seguinte:
gem evangelística. As abordagens e es- a) Identificar os deficien-
tratégias devem ser contextualizadas tes visuais adventistas em
e alinhadas com a mensagem, os valo- nosso território.
Daniel de Oliveira

res, estilo de vida e o programa oficial da b) Apoiar a organização


Igreja Adventista. Os principais propósi- e iniciativas do Ministério Ad-
tos são o da pregação do evangelho e o ventista para deficientes visuais
estabelecimento de novas igrejas no Pro- nos diferentes níveis da igreja.
jeto de Missão Global com Grupos Es- c) Conscientizar e treinar
pecíficos (ver Revista do Ancião [abr-jun a igreja quanto à sua respon-
© Coloures-pic | Fotolia

2015], p. 28). sabilidade de alcançar com o


3. Espaço Novo Tempo – Definir “Espa- evangelho as pessoas com essa
ço Novo Tempo” como o local destinado deficiência.

Revista do Ancião out-dez 2015 27


RELACIONAMENTOS
André Henrique Dantas

O ancionato e a
secretaria da igreja

H
enry Ford, criador da Ford Motor membros e saber o que fazer em cada individual pelos membros da igreja.
Company, disse: “Reunir-se é um caso, o(a) secretário(a) poderá ajudar o Aconselham, animam, oram pelo doen-
começo, manter-se junto é um ancião nessa tarefa que exige detalhes e te, pelo desalentado e por aqueles que
progresso, trabalhar junto é um suces- organização. enfrentam problemas” (Guia Para Anci-
so.” De fato, trabalhar em equipe é tão 2. Comissão de Igreja – As informa- ãos, p. 23).
importante para o líder como o sangue ções necessárias (horário e local da reu- 1. Programa de Visitação – Uma das
é para o corpo. Segundo Kouzes e Pos- nião, a agenda, o quórum, situação de atividades do ancião em sua igreja é a vi-
ner, especialistas em Liderança, para que membros) partem da secretaria. O an- sitação. “Procura conhecer o estado das
ocorra a cooperação, as pessoas devem cião bem relacionado com esse depar- tuas ovelhas e cuida dos teus rebanhos”
compreender que o trabalho conjunto tamento tem um forte aliado em sua (Pv 27:23). A secretaria pode auxiliar nes-
lhes permitirá conquistar algo que seria liderança. se ministério ao fornecer nomes e ende-
impossível a uma pessoa só (ver O Novo 3. Estatísticas – Elas fazem parte do reços, facilitando o processo.
Desafio da Liderança, p. 221). dia a dia administrativo do ancião. Por 2. Programa de Reencontro – A se-
O Ancião que aspira uma liderança exemplo: Em que faixa etária da igreja es- cretaria tem a lista dos membros afasta-
eficaz entende que é de suma importân- tá o maior número de membros afastados? dos e removidos. Nesse programa, essas
cia para o avanço da obra de Deus traba- Para o planejamento de um programa de duas áreas administrativas da igreja po-
lhar em conjunto com os companheiros ação, qual é o índice de analfabetismo en- dem realizar um grande ministério para
de administração (anciãos, secretário(a) tre os membros de sua igreja? Para que restaurar muitas pessoas.
e tesoureiro(a) na igreja local. Haven- haja um projeto evangelístico para ido- 3. Cerimônias da igreja – Principal-
do relacionamento amistoso entre o an- sos na comunidade, qual é o índice de mente na cerimônia batismal, o ancião
cionato e a secretaria, ambos podem se idosos? terá o apoio da secretaria no que se refe-
auxiliar mutuamente na administração e 4. Visitantes desconhecidos – Há re aos registros com exatidão dos nomes
crescimento da igreja nas áreas adminis- ocasiões, principalmente nos cultos, em e informações importantes dos candida-
trativa e pastoral. que é necessário saber se uma pessoa tos. Isso facilitará o processo de conser-
que se apresenta como adventista de fa- vação desses novos membros da igreja.
ÁREA ADMINISTRATIVA to o é. Nesse caso, o ancião tem ao seu Essas duas áreas tão presentes no dia
Lucas relata o encontro de Paulo com lado o(a) secretário(a) da igreja que po- a dia da igreja requerem que o ancião te-
os anciãos da igreja de Éfeso. Ele os cha- de consultar online e verificar a real situ- nha bom relacionamento com a secre-
mou de bispos (At 20:28). O apóstolo en- ação dessa pessoa ainda durante o culto. taria da igreja. Isso contribui para uma
fatizou o papel administrativo do ancião Mas, em muitas igrejas, isso nem sempre igreja mais unida e consolidada.
como coordenador ou superintendente é possível.
na igreja local.
André Henrique Dantas
Nesse contexto, o apoio da secretaria ÁREA PASTORAL
Secretário da União Norte
é indispensável. “Sendo copastores [...] os anciãos Brasileira
1. Revisão de secretaria – Quan- nutrem e cuidam do rebanho do Se-
William de Moraes

do a igreja decide atualizar a lista de nhor. Nesse papel, eles têm interesse

28 out-dez 2015 Revista do Ancião


30 out-dez 2015 Revista do Ancião
SAÚDE
Marcos Faiock Bomfim

Quando cai a ficha


É necessário entender que a boa saúde é
fruto de hábitos alimentares adequados

© monticellllo | Fotolia

F
ernando (pseudônimo) não que- massagem terapêutica (oferecida na es- da Bíblia. Desse modo, receberia forças
ria ir, mas a fragilidade de sua saú- tação do Descanso da Feira de Saúde), é não apenas para mudar hábitos, mas para
de lhe despertou a atenção para que comecei a receber uma mensagem alcançar equilíbrio emocional e espiritu-
o panfleto que anunciava medição da de paz. Foi o primeiro toque humano que al. Isso levou Fernando a aceitar o convite
pressão sanguínea, avaliação da idade recebi em semanas! Parecia que havia al- para a classe de Estudo da Bíblia e para a
biológica e medição da capacidade car- guém querendo aliviar o peso da minha Escola de Culinária Saudável.
diopulmonar, além de outras coisas. Tu- vida. Tive uma sensação de que Deus não Fernando foi apenas uma das milha-
do parecia ser bem organizado e seus estava contra mim.” As explicações sobre res de pessoas que passaram pelas Fei-
preconceitos começaram a ruir quando o sono (o descanso diário) e sobre o sá- ras de Saúde nestes últimos meses e
encontrou profissionais de saúde traba- bado (descanso semanal) pareciam se que agora estão precisando desespera-
lhando como voluntários. Ele perguntou encaixar em sua necessidade! Diante dis- damente de atenção. Se você é um líder
para si mesmo: “Quem estaria fazendo so, a realidade de um Criador que plane- comprometido, sabe que, quando ter-
tudo isso de graça e por quê?” jou como as coisas funcionam ficou mais mina a feira é que começa o trabalho.
De fato, para ele, tudo era muito en- evidente para ele. Sabe que o interesse despertado preci-
graçado. Pensava que temperança fosse Sem saber, ali ele estava sendo pre- sa ter sequência de um trabalho fiel por
algo sobre tempero de comida. Na ver- parado para outro tipo de massagem – parte de pessoas como você e eu. Sabe
dade, achou a explicação de tudo mui- o toque de Deus! E isso aconteceu na úl- também que as pessoas assim contata-
to irreal e radical. Para ter saúde, diziam: tima estação, a da Confiança em Deus, das precisam ser encaminhadas para ou-
“É preciso abandonar tudo que faz mal onde foi atendido por um ancião expe- tros programas (Classes Bíblicas, Escolas
e usar com moderação o que é saudá- riente, que com um olhar sereno e bon- de Culinária Saudável). Sem isso, de que
vel.” Deixar as bebidas alcoólicas, cama- doso preencheu seu questionário de serviria uma Feira de Saúde?
rão, gorduras, frituras, noites em claro e hábitos de saúde e fez o cálculo de sua Deus nos chama para que ocupemos
outras coisas que ele já sabia não serem idade biológica. Ficou preocupado com a “brecha”, sendo Suas mãos para dirigir
saudáveis? Utopia! o resultado: seis anos mais velho em sua essa multidão de pessoas que, por meio
Mas de repente, tudo começou a fa- idade biológica. E a culpa? Claro, de seus das Feiras de Saúde, foram alcançadas
zer sentido. Ele entendeu que realmente hábitos! pela igreja. Que o Senhor nos use gene-
poderia haver uma relação entre seus há- Quando aquele homem perguntou rosamente!
bitos e seu estado atual de saúde. Perce- sobre sua situação emocional, ele sentiu
beu que as escolhas poderiam estar em que podia desabafar: então falou da so-
suas mãos. Mas, ao mesmo tempo, ficou lidão, da tendência para depressão e da
Marcos Faiock Bomfim
desanimado ao pensar que não teria for- frustração pela falta de domínio próprio.
Diretor do
ças para vencer a tirania do hábito e fazer O entrevistador ponderou que a força pa- Departamento de
as escolhas corretas. ra mudança estava fora dele mesmo, e Mordomia da Divisão
Sul-Americana
Uma nova realidade começava a des- que podia ser alcançada por meio da liga-
Arquivos DSA

pontar em sua vida. Ele disse: “Através da ção com Cristo, pela oração e pelo estudo

Revista do Ancião out-dez 2015 31


? ????
PERGUNTAS & RESPOSTAS
Como podemos

?
contextualizar nossa
mensagem para alcançar

?
pessoas de outras

? ? ??
religiões?

F
azer tudo para glória de Deus inclui contextualizar cor-
retamente Sua Palavra, e adaptá-la, para que as pesso-
as a entendam corretamente, e tomem sua decisão pela de autoridade para levar pessoas a Cristo e a uma vida de fé nu-
verdade. Isso não significa omitir nem modificar a mensagem, ma sociedade em que outra religião é predominante. (2) A igre-
nem descaracterizar a identidade e missão profética da igreja ja não deve usar linguagem que possa dar a impressão de que
remanescente. Jesus é nosso supremo modelo missionário. Ele reconhece a autoridade dos “escritos sagrados” aceitos pelos
Se encarnou identificando-Se com as pessoas em seu ambiente seguidores de religiões não cristãs. (3) Aqueles que utilizarem
cultural (Jo 1:1-12). “Nós também devemos aprender a adaptar “escritos sagrados”, como delineado acima, devem adotar um
nossas atividades às condições do povo, para encontrar as pes- plano que indique claramente como ocorrerá a transferência
soas onde elas estão” (Ellen G. White, Review and Herald, 25 de de lealdade para a Bíblia. (4) A nutrição e o crescimento espiri-
novembro de 1890). tual dos novos crentes em sociedades não cristãs devem estar
Um exemplo de contextualização é o livro Questions on fundamentados na Bíblia e em sua exclusiva autoridade” (De-
Doctrine [“Questões Sobre Doutrina”, CPB], resultado positi- clarações da Igreja, p. 12).
vo de uma tentativa de explicar a mensagem adventista para Gerald A. Klingbeil apresenta a experiência de Ellen G.
os evangélicos usando termos compreensíveis. As crenças ad- White como missionária intercultural na Europa e como
ventistas foram integramente mantidas, e, ao mesmo tempo, exemplo a ser seguido pelos adventistas. Ela contextualizou a
o livro contribuiu para que a Igreja não fosse classificada erro- mensagem bíblica às realidades e necessidades locais. Evitou
neamente como seita nas obras de Walter Martin. Devemos o etnocentrismo e não impôs a cultura nem os costumes ame-
também contextualizar nossa mensagem para alcançar pes- ricanos aos seus ouvintes. Defendeu os valores bíblicos acima
soas não cristãs. da cultura e os usou como base de seu ministério. Comparti-
O apóstolo Paulo se tornou um exemplo de missionário lhou crenças de modo não ofensivo.*
transcultural. Ele conseguiu “construir pontes” a fim alcançar No Brasil, existem milhares de muçulmanos, budistas e ou-
tanto judeus como gentios com o evangelho (ver 1Co 9:20-21). tros. O que podemos fazer para salvar essas pessoas?
Ele não desejava helenizar os judeus, nem judaizar os gregos.
Em Atenas, Paulo construiu uma ponte a partir do panteão dos *“Misión y Contextualización: “Llevar el mensaje bíblica a un
deuses do Aerópago. Elogiou o interesse religioso dos atenien- mundo multicultural” (Universidad Adventista del Plata, 2005),
ses, mas levou-os ao conhecimento do verdadeiro Deus (At 17). p. 113-130.
Embora alguns teólogos ensinem que a tarefa das missões
Wilson Borba
transculturais é fazer com que hindus, muçulmanos, budistas, FAAMA
etc., sejam melhores em suas próprias religiões, esse não é o
propósito da Igreja Adventista do Sétimo Dia (Jo 14:6; At 4:12;
Ap 14:8; 18:4). Cremos na universalidade da missão, mas não so-
Caro ancião:
mos nem pluralistas nem universalistas. A Igreja Adventista não Dr. Wilson Borba, diretor do Seminário Adventista Latino-
é exclusivista, mas é a única que, à luz da profecia, carimbou Americano de Teologia (SALT), sede FAAMA, é quem respon-
seu passaporte para a missão escatológica (Ap 10:9-11; 12:17; de. Escreva para Perguntas e Respostas – Caixa Postal 2600;
14:6-12). CEP 70270-970, Brasília, DF ou ministerial.dsa@adventistas.
org.br. A proposta deste espaço é esclarecer dúvidas sobre
Observe as seguintes declarações oficiais da Igreja: “(1) A Bí- assuntos ligados às doutrinas da igreja. Dentro do possível,
blia deve ser reconhecida como instrumento de ensino e fonte a resposta será publicada nesta seção.

Revista do Ancião out-dez 2015 33


DE MULHER PARA MULHER
Denise M. Lopes

Receita eficaz esse termo. “Junto” pode ser mais do que


simplesmente aproximar ou sobrepor os
Ancião e esposa: juntos, contribuem elementos. Ele aponta para o resultado

para o discipulado na igreja local final que é a mistura de tudo o que foi
adicionado.
Como isso pode ser associado ao dis-
cipulado? Primeiramente, não vamos

D
izem que mulheres amam doces, Quando você faz um bolo, é bem co- discipular ninguém se nós mesmas não
e os preferidos são os chocolates mum a expressão: “junte os ovos, o açúcar, formos discípulas. Ser discípula implica
ou um delicioso pedaço de bolo. a margarina e misture bem.” Interessante seguir o Mestre, conhecendo-O e viven-
Então, gostaria que você fechasse seus que juntar, segundo o dicionário, pode do em harmonia com Seus ensinamen-
olhos e pensasse no bolo de que você ser entendido como adicionar e agregar, tos. Isso significa estar ligada a Cristo.
mais gosta. Humm... deu água na boca? mas prefiro as palavras que ele também É agregar, adicionar Seu exemplo e en-
Pois bem, pense nele para entender um apresenta como unir, ligar ou colar. Pa- sino à nossa vida de tal maneira, que já
pouco mais a receita para o discipulado. ra mim, essas são as que melhor definem não somos nós que direcionamos nossos
pensamentos e ações, mas Ele.

INGREDIENTES PARA O
DISCIPULADO
1. Comunhão com Deus
Como resultado dessa comunhão, as
características do Mestre estarão inseri-
das em nosso ser de tal maneira que po-
deremos dizer como o apóstolo Paulo:
“Já não sou eu quem vive, mas Cristo que
vive em mim” (Gl 2:20). Isso é estar “jun-
tos”. Precisamos refletir, portanto, em co-
mo estamos em nosso relacionamento
com Deus. Diferentemente de um bolo,
que uma vez misturados os elementos
eles permanecem “colados” para sem-
pre, se você e eu não mantivermos co-
munhão diária com Deus por meio de
Sua palavra, podemos perder essa “ade-
rência” e, consequentemente, a essência
do que significa estar “juntos”.

2. Ação do Espírito Santo


Um detalhe importante quando fa-
zemos um bolo é que, embora os in-
gredientes estejam adicionados em um
recipiente, eles não se amalgamam au-
© Svetlana Gajic | Fotolia

tomaticamente. É necessário alguém ou


algo para que esta função seja realizada.
© Kenneth Sponsler | Fotolia

34 out-dez 2015 Revista do Ancião


O Espírito Santo é quem opera a ligação misturando-os para construir o perfil do o dos homens. Elas podem fazer na famí-
da nossa vida à vida de Cristo, mas Ele casal na revelação do caráter de Deus. lia uma obra que os homens não conse-
não o fará sem nossa permissão. Embora haja diferenças entre ho- guem, obra que alcança o íntimo da vida.
mem e mulher, a individualidade de cada Podem aproximar-se do coração daque-
3. Oração um é preservada quando o casal procura les a quem os homens não chegam a al-
Precisamos clamar a Deus para que viver em harmonia com as virtudes e ca- cançar. Seu trabalho é necessário (Ellen
Ele envie o Seu Espírito a fim de que rece- ráter de Cristo. E nesse contexto, um não G. White, Beneficência Social, p. 145).
bamos diariamente Sua unção e Seu agir é melhor do que o outro. Eles se comple- É provável que você, amiga, não te-
para realmente vivermos a experiência tam. Essa união valoriza o discipulado e nha habilidades para pregar ou dar estu-
da unidade com Cristo. Quando essa uni- o torna mais atrativo. Um bolo simples dos bíblicos, mas você pode mostrar, de
dade é processada, iniciamos o discipula- já é gostoso, mas pense em um que se- forma prática, o que seu marido tem pre-
do, porque discipular é mais do que dar ja em camadas e decorado. Certamente gado e ensinado. E isso é mais forte do
estudos bíblicos ou ensinar pela palavra. será muito mais chamativo, apetitoso e que palavras. Esse é aquele famoso “se-
valioso. gredinho de receita”. Na verdade, é en-
4. Exemplo Nesse momento, vale a pena então sino eficaz e que permanece sendo a
As pessoas olharão para nós e pode- pensar: Estamos unidas ao nosso mari- melhor maneira de formar novos discí-
rão viver como Jesus, porque nós estare- do em suas atividades como ancião? Pa- pulos. É como a história do bolo. As pes-
mos fazendo as Suas obras. Tudo porque ra que ele tenha bom desempenho na soas aprendem melhor quando veem
estamos juntos. A essa altura, já estamos igreja local, precisamos estar mistura- alguém fazendo, quando têm alguém
bem ligadas ao Mestre, prontas para mis- das nesse bolo que é a missão. Há coisas do lado para ajudar, indicando o melhor
turar um novo ingrediente à receita. que somente nós poderemos realizar de ingrediente, o melhor jeito de misturar
maneira mais adequada. Deus nos deu a a massa, a melhor temperatura do for-
5. Os dons espirituais habilidade de ler o que está nas entreli- no, o melhor momento de retirá-lo e co-
Por meio de Seu ministério em nos- nhas, de observar mais atentamente as mo melhor saboreá-lo.
sa vida, O Espírito Santo Se encarrega necessidades das pessoas. Por nossa na- Viu como o conceito de “juntos” é es-
de adicionar mais um ingrediente: nos- tureza materna agregamos valores como sencial para a receita do discipulado? En-
sos dons. É o reconhecimento e uso de- criatividade e adaptabilidade, tornando tão, mãos à obra e pegue os ingredientes.
les que fará a massa crescer, dando mais nosso ensino mais prático e fácil de ser Junte sua comunhão com Deus pela leitu-
vigor às nossas ações e nossa maturida- assimilado. ra da Bíblia, com a oração e convide o Espí-
de espiritual. O texto bíblico de Tito 2:3-5 suge- rito Santo para unir você a Cristo. Agregue,
re que devemos orientar as mulheres então, o ingrediente do exemplo. Deixe o
O INGREDIENTE ESSENCIAL mais jovens na idade e também na fé a Espírito Santo adicionar os dons e mistu-
É necessário que, como esposas de ser prudentes na maneira de falar, a ser re bem. Então, permita que Ele “junte” vo-
líderes espirituais, focalizemos um ou- sábias na administração da casa e de si cê a seu marido nessa missão de ensinar,
tro aspecto da receita para o discipula- mesmas, a melhor se relacionarem com o orientar e exercer influência. Aí é só assar
do. Sendo casadas, vivemos, teoricamen- marido, em como educar os filhos no ca- com o fogo da amizade e esperar o tempo
te, “junto” a uma pessoa. Não se assuste minho do Senhor. certo. O discipulado será um esforço con-
com o termo teoricamente, porque mui- Esses aspectos são muito mais sim- junto de homem e mulher unidos ao Deus
tos estão casados, mas não unidos. E dei- ples se forem feitos por nós do que por todo-poderoso. O resultado? Uma delícia
xam de viver o princípio de “uma só car- um homem, no caso, o marido. Ellen de vida cristã.
ne” que é nada menos do que “juntos”. White escreveu: “Se estiverem imbuí- Acredite!
Por falar nisso, vale lembrar que o sig- das com o senso do dever, e trabalharem
Denise M. Lopes
nificado da expressão uma só carne no sob a influência do Espírito Santo, terão
Coordenadora da AFAM e
contexto do matrimônio bíblico, trans- a exata presença de espírito requerida Ministério da Mulher da
cende a visão física-sexual. Significa tam- para este tempo. O Salvador refletirá so- União Sul-Brasileira
Gentileza da autora

bém agregar os ingredientes emocio- bre essas abnegadas mulheres a luz da


nais e espirituais do homem e da mulher, Sua face, e lhes dará poder que excede

Revista do Ancião out-dez 2015 35

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