Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Crioterapia Profisio
Crioterapia Profisio
ÃO
A Ç
ST
■■ INTRODUÇÃO
U
EG
Na área esportiva, a crioterapia é utilizada no tratamento de lesões agudas causadas por esportes
recreacionais e competitivos.2 É um recurso terapêutico amplamente utilizado pelos atletas de
elite e amadores e é indicada por médicos, fisioterapeutas, técnicos e preparadores físicos, entre
outros profissionais relacionados ao esporte.3 Entretanto, sua aplicação nas diferentes fases de
recuperação deve ser bem estabelecida e indicada.1
66
A exposição ao frio resulta em alterações fisiológicas teciduais, assim como na performance dos
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
■■ efeitos analgésicos;
■■ controle de edema e processo inflamatório;
■■ diminuição da taxa metabólica, do fluxo sanguíneo e da velocidade da condução nervosa.
A crioterapia é um método popular para facilitar e acelerar o retorno do atleta aos treinamentos e
às competições;7 porém, ainda existem divergências quanto a sua evidência clínica e científica.
Outros pontos a serem discutidos relacionam-se com as formas e os tempos de aplicação da
crioterapia, em que se observa a aplicação com pacotes de gelo, imersão, sprays, compressas,
massagens, entre outras formas, com tempos aleatórios.
ÃO
Considerando a produção científica, os resultados dos artigos de revisão sistemática fornecem
recomendações preliminares para um protocolo de tratamento ideal; porém, poucos estudos clínicos
são discutidos e reproduzidos, e as conclusões geralmente são derivadas de análises com animais
ou humanos saudáveis,8 o que não contempla a realidade da prática do fisioterapeuta esportivo.
Ç
LEMBRAR
A
Apesar do uso clínico generalizado, as respostas fisiológicas da crioterapia não
ST
■■ OBJETIVOS
EG
■■
■■ estabeleça critérios específicos para o uso da crioterapia;
■■ identifique a melhor forma de aplicação da crioterapia;
■■ recomende, com controle e indicações fundamentados em resultados científicos já
estabelecidos, as diversas formas de crioterapia;
■■ identifique, de forma crítica, as indicações e contraindicações desse recurso fisioterapêutico.
67
Pacote de gelo
Crioimersão
Métodos e tempo de aplicação
Massagem com gelo
da crioterapia
ÃO
Bolsa de gel
Criospray
Cuidados e contraindicações
Caso clínico 1
Casos clínicos
Caso clínico 2
U
Conclusão
EG
D
68
■■ DEFINIÇÃO E CONCEITOS
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
A crioterapia é talvez a mais simples e antiga modalidade terapêutica para o tratamento de lesões
agudas dos tecidos moles. É acessível e popular, muito utilizada por fisioterapeutas e atletas.
Entretanto, seu uso deve ser apoiado em evidências de investigação de alta qualidade.
A maioria das pesquisas é realizada em seres humanos saudáveis ou com animais e investiga os efeitos
fisiológicos e a possibilidade de diminuição da dor. Embora não haja real comprovação de que a crioterapia
possa reduzir a temperatura dos tecidos mais profundos, o grau de resfriamento parece depender:11
ÃO
■■
■■ da temperatura inicial do gelo;
■■ da profundidade de gordura subcutânea.
A eficácia do resfriamento e, consequentemente, dos efeitos fisiológicos da crioterapia
Ç
depende diretamente do método e tempo de aplicação, do tamanho da área a ser
tratada e do nível de atividade física realizada antes e após a aplicação.9
A
ST
■■ EFEITOS FISIOLÓGICOS
A seguir, são descritos os efeitos fisiológicos da crioterapia.
U
EFEITOS ANALGÉSICOS
EG
Por outro lado, observa-se que a aplicação prolongada do frio pode estimular os nociceptores
vasculares e musculares e provocar sensações múltiplas, cada qual com um tempo diferente
de desenvolvimento.17
LEMBRAR
A experiência da dor também é determinada por influências fisiológicas e
psicológicas, e sua interpretação após a crioterapia pode ser altamente individual.18
69
ÃO
Por fim, os resultados já apresentados por diversos estudos confirmam e evidenciam a eficácia da
crioterapia para a analgesia.
metabolismo local, minimizar a lesão por hipoxia secundária e o grau de lesão tecidual.26
Uma temperatura do tecido entre 10 e 15ºC pode ser necessária para diminuir o metabolismo,27
que pode decrescer mais de 50%, associando-se à diminuição no número de leucócitos no local
D
lesionado.13
■■ da formação de edemas;
■■ do escape sanguíneo pelos vasos lesionados;3
■■ do quadro hemorrágico tecidual.2
LEMBRAR
Com a crioterapia, em resumo, observa-se a redução da disfunção endotelial com
controle e diminuição da resposta inflamatória.13
Entretanto, deve-se lembrar de que os efeitos benéficos da crioterapia nas lesões musculares
agudas dependem de fatores como a profundidade da lesão muscular (em média até dois
centímetros) e o espessamento do tecido adiposo do atleta, que podem interferir diretamente na
efetividade do resfriamento tecidual.7
ÃO
Aponta-se que o aumento da resistência periférica ocorre em função de o sangue ser redirecionado
para a periferia, de modo a manter a temperatura corpórea. Para isso, ocorre aumento no consumo
de oxigênio e metabolismo basal a fim de auxiliar na estabilização da temperatura corporal.6
LEMBRAR
Existem relatos de que 20 minutos de aplicação de pacote de gelo podem reduzir
EG
de 15ºC.29
■■ de 53,9 para 33,5 metros por segundo (m/s) com a massagem com gelo;
■■ de 52,4 para 35,6m/s com o pacote de gelo;
■■ de 54,0 para 31,5m/s com a crioimersão.
ÃO
LEMBRAR
Todos os modos de aplicação de crioterapia são efetivos e significativos; porém,
destaca-se que a crioimersão, com temperatura e tempos controlados, causa maior
Ç
efeito na diminuição da velocidade de condução nervosa.9
A
ST
que, na sequência de uma aplicação típica de crioterapia, com 20 a 30 minutos, muitos atletas são
devolvidos imediatamente à participação esportiva, em que grandes forças são aplicadas sobre
EG
função da diminuição da velocidade nervosa, possa ocorrer perda ou algum déficit do controle
motor; portanto, se um atleta retornar à quadra ou ao campo enquanto seu tornozelo ainda estiver
resfriado, a resposta do sistema nervoso pode ser modificada, criando um déficit na resposta
neuromuscular. Doeringer e colaboradores33 observaram diminuição no torque de eversão após a
aplicação de gelo em tornozelos estáveis e instáveis de atletas e sedentários.
ÃO
inferior e o tronco podem estar expostos a maiores estresses durante a aterrissagem.
O autor35 concluiu que a aplicação da crioterapia foi suficiente para acarretar distúrbios
EG
Por outro lado, Doeringer e colaboradores33 não observaram evidências de que o resfriamento
do tornozelo de atletas com instabilidade crônica desenvolvesse alteração na excitabilidade do
motoneurônio dos músculos fibular longo e tibial anterior. Outro estudo afirma que o resfriamento
do músculo fibular longo por 30 minutos com pacote de gelo não foi suficiente para causar um
efeito apreciável sobre o tempo de latência ou amplitude do reflexo muscular durante a inversão
súbita do complexo tornozelo/pé.32 Dessa forma, os autores citados afirmam que o uso prévio da
crioterapia na reabilitação dos sintomas e na diminuição do desconforto do paciente não irá inibir,
melhorar ou interferir no seu desempenho.32
LEMBRAR
Em função das respostas contraditórias das pesquisas científicas, as dúvidas
e divergências quanto ao desenvolvimento de atividades físicas intensas
imediatamente após o uso da crioterapia permanecem.
73
Por fim, como não existe evidência científica estabelecida, é importante apontar que o controle
motor de uma extremidade depende de impulsos sensórios aferentes dos receptores periféricos,
como os órgãos tendinosos de Golgi, os tendões musculares e os receptores articulares, tanto
quanto reflexos eferentes e resposta muscular. Essas estruturas superficiais são afetadas pela
aplicação da crioterapia; por isso, as habilidades motoras podem ser alteradas.
ÃO
EFEITOS SOBRE A FLEXIBILIDADE
Ç
Os efeitos sobre a flexibilidade muscular também são controversos. Brasileiro e colaboradores30
observaram efeitos agudos e crônicos a favor do ganho de flexibilidade dos isquiotibiais
A
após o uso da crioterapia e sugerem que os efeitos agudos do alongamento são favorecidos pela
aplicação do resfriamento com pacotes de gelo antes das manobras de alongamento; entretanto,
ST
Por outro lado, estudos indicaram que a crioterapia aplicada previamente ao alongamento não
aumentou a flexibilidade muscular42 e que esse tipo de conduta não influencia no reflexo de
estiramento dos músculos isquiotibiais de indivíduos com lesão do ligamento cruzado anterior.43
LEMBRAR
Pode-se considerar que o frio diminui a extensibilidade do colágeno, ou seja, do
perimísio, o que pode conter o ganho da flexibilidade muscular.44
74
EFEITOS SOBRE A RIGIDEZ E A AMPLITUDE DE MOVIMENTO ARTICULAR
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
Outro efeito mecânico apontado pelo uso da crioterapia é o aumento da rigidez de tendões e
articulações. Como o frio diminui a extensibilidade do colágeno,44 a rigidez pode estar localizada
na articulação ou nas estruturas conjuntivas, como os tendões.4
Mesmo com resultados ambíguos, a prática clínica da fisioterapia utiliza a criocinética (associação
de crioterapia e movimentos articulares) para o ganho de amplitude de movimento.
A criocinética é utilizada nas fases subaguda e crônica da inflamação para produzir um
ÃO
efeito analgésico e facilitar o início precoce dos exercícios terapêuticos.1 É particularmente
eficiente na reabilitação de entorses de tornozelo, mas pode ser utilizada em qualquer
articulação. Porém, não apresenta bons resultados em lesões musculares.44
Ç
Para Knight,44 a criocinética deve iniciar com 20 minutos de aplicação de crioterapia
ou até o tempo em que o atleta apresente a sensação de hipoestesia. Na sequência,
A
devem-se iniciar os exercícios ativos livres de dor, que duram, em média, 2 a 3 minutos,
e, assim que a sensibilidade retornar, a articulação deve ser novamente resfriada. O
ST
segundo resfriamento é mais rápido, pois o paciente refere hipoestesia em até 5 minutos.
ATIVIDADE
A) I e II.
B) I e III.
C) II e III.
D) I, II e III.
Resposta no final do artigo
75
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
ÃO
4. A crioterapia é indicada em traumas agudos por apresentar efeitos sobre o
metabolismo e circulação sanguínea, que incluem:
lesão tecidual.
A Ç
A) reduzir o metabolismo local, minimizar a lesão por hipoxia secundária e o grau de
A) ocorre diminuição da velocidade de condução nervosa, que persiste por até 12 horas.
B) já nos primeiros minutos de crioterapia, a velocidade de condução nervosa decresce
50%.
C) o tempo de aplicação não afeta a velocidade de condução nervosa.
D) existe uma relação contrária entre a velocidade de condução nervosa e o grau de
resfriamento do tecido.
Resposta no final do artigo
76
7. Explique o efeito da crioterapia sobre o espasmo muscular.
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
ÃO
reflexa muscular.
Resposta no final do artigo
altamente prejudiciais.
A Ç
9. Explique por que os efeitos da crioterapia sobre o controle motor podem ser
............................................................................................................................................
ST
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
U
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
77
A sequência correta é:
A) F – F – V – V.
B) V – F – V – F.
C) F – V – F – V.
ÃO
D) F – V – V – F.
Resposta no final do artigo
A Ç
■■ MÉTODOS E TEMPO DE APLICAÇÃO DA CRIOTERAPIA
ST
Aponta-se que diferentes métodos de aplicação crioterapêutica causam diferentes efeitos nos
tecidos superficiais e profundos. Na prática, a crioterapia pode ser utilizada em:
U
■■ compressas geladas, por meio de recipientes, toalhas ou saco plástico com gelo picado;
■■ compressas de gel;
EG
■■ compressas químicas;
■■ imersão em água e gelo;
■■ massagem com gelo;16
■■ resfriamento termoelétrico;
D
■■ gelo seco;
■■ spray químico.3
A sensação inicial da pele na água fria não é confortável, mas, rapidamente, com a
queda da temperatura corporal, ocorre uma sensação de queimação, seguida de
dormência e analgesia. A crioterapia provoca sensação de frio de 1 a 3 minutos,
queimação de 2 a 7 minutos e analgesia de 5 a 12 minutos. Desse modo, o tratamento
pode ser desconfortável aos novos usuários, mas, depois de repetidas aplicações, o
desconforto, geralmente, diminui.16
LEMBRAR
Quando o resfriamento dos tecidos for muito intenso (-20 a -70ºC), o tecido é
destruído.44 No entanto, nas aplicações de gelo utilizadas diretamente sobre a pele,
em geral, o resfriamento dos tecidos é superficial e atinge de 1 a 10ºC, o que, por
um período de até 30 minutos, aparenta não causar queimaduras ou outras lesões.
PACOTE DE GELO
Após 20 minutos de aplicação do pacote de gelo, o resfriamento se concentra na pele e em até
1cm de profundidade, o que pode ser associado à diminuição da percepção da dor pela grande
concentração de receptores nos tecidos superficiais, comprovando a analgesia.3 Swenson e
colaboradores 49 estabeleceram 20 a 30 minutos de tempo de aplicação e Knight e colaboradores26
de 30 a 45 minutos, a cada 2 horas.
ÃO
O tempo de aplicação do pacote de gelo é estimado entre 15 e 30 minutos para
analgesia, diminuição do espasmo muscular e controle do edema.3
Ç
Observa-se que o pacote de gelo, aplicado por 20 minutos nas entorses de tornozelo, é eficiente
no tratamento de estruturas profundas e apresenta comprovadas alterações fisiológicas
A
em tecidos de 1cm de profundidade.3 Também o seu uso imediato após artroscopia de joelho
evidenciou efeitos significativos na diminuição da temperatura superficial da pele.50
ST
elevação,49 que contribuem para o controle do edema, diminuindo a pressão de filtragem capilar.44
Dessa forma, o conceito PRICE (protection, rest, ice, compression, elevation) deve ser respeitado,
principalmente no uso do pacote de gelo na fase inflamatória aguda.
D
CRIOIMERSÃO
A imersão em água fria desencadeia a diminuição da temperatura da pele e dos tecidos superficiais
após 5 minutos de utilização.52 Na prática clínica, observa-se grande divergência de tempos de
aplicação e temperatura da água. Estudos realizaram imersão em temperatura de 5±1ºC, por 20
minutos,53 a 8 e 22ºC.54
LEMBRAR
Um estudo de revisão sistemática observou que a temperatura de imersão da água
mais utilizada variou entre 10 e 15ºC, com tempos de imersão contínua de 5 a 24
minutos.20,55
79
Aponta-se que a imersão em água gelada a 2ºC, por 5 minutos contínuos, induz à
eliminação do calor adquirido por meio da atividade física. Apesar de a imersão em
água gelada provocar vasoconstrição superficial, a dissipação de calor por condução/
convecção é livre, o que desenvolve o efeito de hipotermia da pele.66
Uma discussão importante quanto ao resfriamento superficial da pele é sobre sua relação com o
resfriamento muscular profundo. Com esse objetivo, alguns autores avaliaram a temperatura
intramuscular do gastrocnêmio e, na sequência, submeteram-no à crioimersão local, em água
ÃO
a 12ºC. Os resultados apontaram que a temperatura intramuscular inicial estava em 38,64ºC e,
após 39,9 minutos de permanência em crioimersão, foi reduzida para 30ºC. Estabeleceram ainda
que, após 90 minutos da retirada da crioimersão, com o indivíduo em repouso, a temperatura
intramuscular permanecia em 30,69ºC.56 Ç
Para a crioimersão corporal, Eston e Peters67 utilizaram o tempo de 15 minutos, em temperatura
A
de 15±1ºC, e, como resultado, estabeleceram uma diminuição no nível de creatina quinase no
terceiro e quarto dias pós-exercícios. Os mesmos resultados foram encontrados quando aplicada
ST
LEMBRAR
U
Em relação à crioimersão sistêmica (corporal), não existe evidência científica, com estudos
de alto controle metodológico, para afirmar os benefícios dessa técnica. Assim, estabelece-se
a necessidade de maior embasamento científico para sua aplicação. Entretanto, como seu uso
clínico é frequente, deve-se atentar para o tempo de exposição e, principalmente, controlar a
temperatura da água a que o atleta será submetido.6
A massagem com gelo também é utilizada por profissionais do esporte e atletas com o
objetivo de devolver o melhor desempenho em um menor tempo. Observa-se que não
deve ser utilizada como socorro de urgência ou na resposta inflamatória aguda, pois não
pode ser associada à compressão. Entretanto, reduz a dor antes de exercícios terapêuticos
e o desconforto pós-exercício. Essa técnica também pode ser utilizada para dessensibilizar
pontos gatilhos na dor miofascial.69
Como procedimento, o “picolé de gelo” deve ser aplicado diretamente na pele, com
movimentos de deslizamentos circulares ou longitudinais, que devem se sobrepor
ao anterior. A aplicação deve continuar até que o atleta passe pelos estágios de
resfriamento, formigamento, queimação ou dor e adormecimento. O tempo de aplicação
deve estar entre 7 e 10 minutos.70
Considera-se que a criomassagem é tão eficaz quanto a crioimersão e que pode ter efeito
analgésico em, aproximadamente, 4,5 minutos de aplicação,71 além de diminuir a temperatura
ÃO
muscular rapidamente nos primeiros 5 minutos.72 Entretanto, essas afirmações são extremamente
antigas, e seus resultados não foram totalmente reproduzidos em estudos atuais.
BOLSA DE GEL
O uso de bolsas de gel resfriadas ou congeladas é frequente pela sua fácil aplicação, principalmente
D
entre leigos e atletas menos experientes. Sua evidência científica não é comprovada, pois são
poucos os estudos apresentados com boa qualidade, o que dificulta a comparação e a discussão
dos resultados.
Observa-se que, após 5 minutos de aplicação da bolsa de gel com o objetivo de resfriamento
na região medial da coxa de mulheres saudáveis, a temperatura superficial da pele passou de
9,4 para 5,4, 3,8 e 3,5ºC em 10, 15 e 20 minutos, respectivamente. Nesse estudo, a principal
queixa durante o uso da bolsa de gel foi a sensação de queimação; porém, após os 20 minutos de
aplicação, prevaleceu a sensação de analgesia.16
Esse estudo evidencia que tal forma de aplicação pode ser indicada, já que não diminui a
temperatura da pele para valores negativos, o que causaria dano tecidual. Comprova, ainda,
que, no decorrer da aplicação, a temperatura superficial da pele permanece resfriada a valores
eficientes para o desenvolvimento dos efeitos fisiológicos.
81
CRIOSPRAY
Outra modalidade de resfriamento local é o criospray, que pode ser composto por fluormetano
(15% de diclorodifluormetano e 85% de tricloromonofluormetano) ou por cloreto de etila líquido.70
O cloreto de etila foi utilizado por muito tempo, mas, por ser volátil e inflamável, pode causar
quedas excessivas na temperatura da pele e produzir efeito anestésico se inalado.75
ÃO
Assim, o fluormetano passou a ser mais utilizado por causar o resfriamento da pele e não ser
inflamável; entretanto, por causar danos à camada de ozônio, sua produção foi desestimulada.75
A aplicação do spray deve ocorrer em um ângulo agudo (inferior a 90º) com a pele do
atleta a ser tratado a uma distância de, no mínimo, 10cm. A duração deve ser mínima, em
segundos, para não ocorrer o congelamento e a consequente necrose tecidual (Figura 1).
U
EG
D
Após a retirada do pacote de gelo, quando o atleta permanece em repouso, observa-se, nos
primeiros 10 minutos, o aumento da temperatura superficial da pele resfriada em função da
retirada do frio, da exposição da pele à temperatura ambiente e de alterações hemodinâmicas
entre o tecido resfriado e os tecidos adjacentes, sem, no entanto, haver o retorno à temperatura
pré-resfriamento. Já após os 10 minutos iniciais, o reaquecimento é mais lento. Os tecidos
profundos, mais aquecidos, transferem sua temperatura para os superficiais por meio de
anastomoses vasculares.3
ÃO
O uso associado de crioterapia e exercícios ativos foi analisado em um estudo para determinar
o efeito da caminhada com gelo sobre o resfriamento superficial e profundo do músculo tríceps
sural. Como resultado, foi estabelecido que, aos 20 e 30 minutos de resfriamento, o grupo que
Ç
permaneceu em repouso apresentou menor temperatura quando comparado ao que caminhava.
Assim, comprovou-se que a realização de exercícios durante a aplicação da crioterapia altera
A
o efeito do resfriamento em até 1,5cm de profundidade; porém, a temperatura superficial da
pele diminuiu significativamente em ambos os grupos.77
ST
■■ MÉTODOS DE AVALIAÇÃO E
U
Atualmente, existem várias formas simples, seguras, fidedignas, portáteis e não invasivas
de controlar a temperatura superficial da pele. O termômetro infravermelho (Figuras 2 A e
B) é o mais utilizado em hospitais e clínicas e pode ser transportado facilmente ao local de
treinamento dos atletas.
83
ÃO
20 minutos de aplicação do pacote de gelo observada em 5,5ºC.
Fonte: Arquivo de imagens dos autores.
Outra possível forma de controle, mais cara, entretanto, é a máquina de imagem termográfica
(Figuras 3 A e B), mais utilizada em laboratórios de pesquisa em função da precisão e do
detalhamento das imagens.
A Ç
ST
U
EG
Figura 3 – Imagens termográficas antes (A) e depois (B) da crioimersão por 20 minutos, com água a 6±2ºC.
D
Para Costello e colaboradores,78 mais pesquisas são necessárias para a estruturação de diretrizes
e protocolos específicos, mas, mesmo assim, a imagem térmica parece ser um método preciso e
confiável de coleta de dados de temperatura da pele após a crioterapia.
■■ CUIDADOS E CONTRAINDICAÇÕES
Os cuidados com o uso da crioterapia devem ser observados. Entre as precauções, aponta-se a
aplicação em:
■■ um ramo nervoso superficial, como o nervo fibular (sobre a cabeça da fíbula), o nervo radial
(região lateral do cotovelo) e o nervo ulnar (região medial do cotovelo);
■■ lesões abertas;
■■ hipertensos;
■■ indivíduos com baixa sensibilidade ou baixa atividade mental.
84
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
LEMBRAR
Os atletas em idades extremas, crianças ou idosos podem apresentar regulação
térmica deficiente e pouca capacidade de comunicação.75 Nesses casos, o
fisioterapeuta deve ter melhor controle sobre a forma e o tempo de aplicação, bem
como sobre a temperatura superficial da pele.
ÃO
Também não é indicado o uso em pacientes com paralisia nervosa periférica, que
apresentem funções físicas reduzidas e alterações de sensibilidade. Os problemas
decorrentes da crioterapia são raros; porém, deve-se ter cuidado na aplicação em
pessoas com paralisia ou coma.16,50
A Ç
ATIVIDADE
ST
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
EG
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
D
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
16. A crioimersão corporal vem sendo utilizada em esportes de alto nível. Profissionais
e atletas apontam seus benefícios práticos; entretanto, a literatura apresenta-se
controversa. Assim, ao utilizar essa forma de aplicação, espera-se que
ÃO
D) aumentem os níveis de creatina quinase com resolução da resposta inflamatória.
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
U
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
D
A) permanecer em repouso.
B) utilizar o cicloergômetro sem carga.
C) caminhar em terrenos planos.
D) correr e saltar.
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
ÃO
Resposta no final do artigo
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
EG
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
D
■■ CASOS CLÍNICOS
A seguir, são descritos dois casos clínicos com indicação para o emprego da crioterapia.
CASO CLÍNICO 1
Um atleta de futebol fez uma entorse de tornozelo direito ao disputar uma bola com
o adversário. Imediatamente, queixou-se de muita dor e impossibilidade de apoio do
membro inferior. Na inspeção imediata, o fisioterapeuta observou edema perimaleolar
lateral. À palpação dos ligamentos talofibular anterior e calcâneo fibular, o atleta relatou
dor 8 na escala visual análoga.
87
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
CASO CLÍNICO 2
ÃO
Uma atleta de voleibol em fase final de competições anuais procurou a fisioterapia com
queixa de dor infrapatelar. Na anamnese, afirmou que sua dor melhora com a aplicação
de crioterapia, da qual faz uso antes e durante treinos e jogos.
ATIVIDADE
A Ç
ST
25. Que orientação deve ser dada à atleta do caso clínico 2 sobre o uso de crioterapia
durante o treinamento e os jogos?
U
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
............................................................................................................................................
EG
............................................................................................................................................
Resposta no final do artigo
D
■■ CONCLUSÃO
Em função do uso rotineiro da crioterapia, é necessário o conhecimento prévio de seus efeitos
fisiológicos, tempo e modo de aplicação para a melhor indicação e eficiente emprego. Acredita-
se que o quadro lesional do atleta (fase do processo inflamatório) e sua evolução devem ser
sempre analisados.
LEMBRAR
Os efeitos analgésicos, a diminuição do metabolismo e da temperatura local, o
controle do edema e a diminuição da velocidade de condução nervosa apresentam
evidências científicas; entretanto, a influência no controle motor, na flexibilidade e na
amplitude do movimento ainda apresenta controvérsias.
ÃO
Atividade 3
Resposta: A aplicação prolongada do frio pode estimular os nociceptores vasculares e musculares
e provocar sensações dolorosas. Quanto menor a temperatura da aplicação, maior a dor relatada
pelo paciente. Assim, para os efeitos analgésicos, a temperatura da crioimersão deve ser estabe-
Ç
lecida entre 6 e 10ºC por ser mais agradável e desenvolver os efeitos fisiológicos de diminuição
do número de impulsos dolorosos enviados ao cérebro pelos nervos periféricos e por torná-los
A
mais lentos.
ST
Atividade 4
Resposta: A
Comentário: O gelo tem o objetivo de reduzir o metabolismo local, minimizar a lesão por hipoxia
U
Atividade 5
Resposta: C
Comentário: Em função da diminuição do metabolismo e do fluxo sanguíneo, a crioterapia, utilizada
D
nas primeiras 72 horas de lesão, pode controlar ou minimizar a formação do edema. Entretanto,
após sua instalação, a crioterapia não apresenta efeito para a diminuição do edema.
Atividade 6
Resposta: D
Comentário: Quanto maior o resfriamento do tecido, menor é a velocidade de condução nervosa.
Atividade 7
Resposta: A crioterapia reduz a velocidade de condução nervosa e, por consequência, a descarga
fusal, a tensão muscular, a dor e o espasmo muscular.
89
Atividade 10
Resposta: A
Comentário: Em função do menor controle motor, espera-se uma maior oscilação do centro de
apoio plantar.
Atividade 11
Resposta: O aumento da flexibilidade pode ser explicado pela diminuição da velocidade de
condução nervosa, da descarga fusal e da tensão muscular, bem como pela analgesia local.
Atividade 12
Resposta: B
ÃO
Comentário: Em indivíduos submetidos à crioimersão, pode-se observar aumento na amplitude
do movimento de dorsiflexão do tornozelo após a aplicação. A criocinética deve iniciar com 20
minutos de aplicação de crioterapia ou até o tempo em que o atleta apresente a sensação de
hipoestesia. Ç
Atividade 13
A
Resposta: Com a aplicação da crioterapia, o paciente experimenta sensação de frio de 1 a 3
minutos, queimação de 2 a 7 minutos, analgesia de 5 a 12 minutos e uma vasodilatação profunda
ST
Atividade 14
Resposta: C
U
Atividade 15
Resposta: A mão, por ser uma extremidade com menor quantidade de tecido adiposo, é resfriada
mais facilmente. Assim, com menor tempo de aplicação, o resfriamento já atinge as estruturas
D
Atividade 16
Resposta: A
Comentário: Algumas pesquisas apontam que a crioimersão tem efeito sobre os marcadores de
lesões inflamatórias e controla as microlesões teciduais e a dor.
Atividade 17
Resposta: A criomassagem deve ser aplicada diretamente na pele, com movimentos de desliza-
mentos circulares ou longitudinais, que devem se sobrepor ao anterior. O tempo de aplicação deve
estar entre 7 e 10 minutos.
90
Atividade 19
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
Resposta: C
Comentário: O criospray deve ser utilizado com cuidado, respeitando-se a forma e o tempo de
aplicação para que não ocorram lesões cutâneas.
Atividade 20
Resposta: A
Comentário: Os exercícios físicos realizados após o resfriamento tecidual aumentam o fluxo
sanguíneo e aceleram o reaquecimento.
Atividade 21
Resposta: Resultados de pesquisas científicas estabeleceram que a analgesia ocorre quando
a temperatura superficial da pele é reduzida para menos de 10ºC. Entre 10 e 15ºC, ocorre a
diminuição do metabolismo celular, e os nervos subcutâneos apresentam significativa redução na
velocidade de condução. Assim, aplicações de crioterapia que não respeitem essas temperaturas
não apresentarão efeitos satisfatórios.
ÃO
Atividade 24
Resposta: O atleta deve ser removido do campo sem apoio ou movimento no tornozelo lesionado.
Na sequência, deve ser posicionado em decúbito dorsal e com elevação do membro inferior acima
do nível do coração. O resfriamento pode ser desenvolvido por meio de pacote de gelo, que
Ç
deve envolver toda a região perimaleolar lateral e ser fixado com faixa compressiva. O tempo de
aplicação deverá ser de 20 a 30 minutos, mantendo-se o segmento em repouso após o término
A
da aplicação, de preferência, elevado e imobilizado. A reaplicação deve ocorrer a cada 2 horas.
ST
Atividade 25
Resposta: Em função da diminuição da velocidade de condução nervosa, a atleta pode ter interfe-
rência no controle motor, na coordenação e no equilíbrio quando os tecidos estiverem resfriados.
Assim, deve ser orientada a, após o uso da crioterapia, desenvolver atividades ativas leves para
U
2. Matheus JP, Milani JG, Gomide LB, Volpon JB, Shimano AC. Análise biomecânica dos efeitos da criote-
rapia no tratamento da lesão muscular aguda. Rev Bras Med Esporte. 2008 Jul-Ago;14(4).
3. Enwemeka CS, Allen C, Avila P, Bina J, Konrade J, Munns S. Soft tissue thermodynamics before, during,
and after cold pack therapy. Med Sci Sports Exerc. 2002 Jan;34(1):45-50.
4. Wang H, Toner MM, Lemonda TJ, Zohar M. Changes in landing mechanics after cold-water immersion.
Res Q Exerc Sport. 2010 Jun;81(2):127-32.
5. Busarello FO, Souza FT, Paula GF, Vieira L, Nakayama GK, Bertolini GR. Ganho de extensibilidade dos
músculos isquiotibiais comparando o alongamento estático associado ou não à crioterapia. Fisioter Mov.
2011 Abr-Jun;24(2):247-54.
ÃO
6. Pastre CM, Bastos FN, Netto Junior J, Vanderlei LC, Hoshi RA. Métodos de recuperação pós-exercício:
uma revisão sistemática. Rev Bras Med Esporte. 2009 Mar-Abr;15(2).
Ç
7. Bleakley CM, Glasgow P, Webb MJ. Cooling an acute muscle injury: can basic scientific theory translate
into the clinical setting? Br J Sports Med. 2012 Mar;46(4):296-8.
A
8. MacAuley DC. Ice therapy: how good is the evidence? Int J Sports Med. 2001 Jul;22(5):379-84.
ST
9. Herrera E, Sandoval MC, Camargo DM, Salvini TF. Motor and sensory nerve conduction are affected
differently by ice pack, ice massage, and cold water immersion. Phys Ther. 2010 Apr;90(4):581-91.
U
10. Burgess TL, Lambert MI. Efficacy of cryotherapy on recovery after muscle damage training. Int Sport Med
J. 2010;11(2)258-77.
EG
11. Bleakley C, McDonough S, MacAuley D. The use of ice in the treatment of acute soft-tissue injury:
a systematic review of randomized controlled trials. Am J Sports Med. 2004 Jan-Feb;32(1):251-61.
12. Algafly AA, George KP. The effect of cryotherapy on nerve conduction velocity, pain threshold and pain
D
13. Capps SG, Mayberry B. Cryotherapy and intermittent pneumatic compression for soft tissue trauma.
Athletic Therapy Today. 2009 Jan;14(1):2-4.
15. Singh H, Osbahr DC, Holovacs TF, Cawley PW, Speer KP. The efficacy of continuous cryotherapy on the
postoperative shoulder: a prospective, randomized investigation. J Shoulder Elbow Surg. 2001
Nov-Dec;10(6):522-5.
16. Leventhal LC, Bianchi RC, Oliveira SM. Ensaio clínico comparando três modalidades de crioterapia em
mulheres não grávidas. Rev Esc Enferm USP. 2010 Jun;44(2):339-45.
17. Davis KD, Pope GE. Noxious cold evokes multiple sensations with distinct time courses. Pain. 2002
Jul;98(1-2):179-85.
92
18. Arntz A, Claassens L. The meaning of pain influences its experienced intensity. Pain. 2004
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
May;109(1-2):20-5.
19. Galvan HG, Tritsch AJ, Tandy R, Rubley MD. Pain perception during repeated ice-bath immersion of the
ankle at varied temepatures. J Sport Rehabil. 2006 May;15(1):105-15.
20. Bleakley C, McDonough S, Gardner E, Baxter GD, Hopkins JT, Davison GW. Cold-water immersion
(cryotherapy) for preventing and treating muscle soreness after exercise. Cochrane Database Syst Rev.
2012;(2):CD008262.
21. Yanagisawa O, Miyanaga Y, Shiraki H, Shimojo H, Mukai N, Niitsu M, et al. The effects of various thera-
peutic measures on shoulder strength and muscle soreness after baseball pitching. J Sports Med Phys
Fitness. 2003 Jun;43(2):189-201.
22. Gulick DT, Kimura IF, Sitler M, Paolone A, Kelly JD. Various treatment techniques on signs and symptoms
of delayed onset muscle soreness. J Athl Train. 1996 Apr;31(2):145-52.
23. Skurvydas A, Sipaviciene S, Krutulyte G, Gailiuniene A, Stasiulis A, Mamkus G. Cooling leg muscles
affects dynamics of indirect indicators of skeletal muscle damage. J Back Musculoskeletal Rehabil.
ÃO
2006;19(4):141-51.
24. Buchheit M, Peiffer JJ, Abbiss CR, Laursen PB. Effect of cold water immersion on postexercise parasym-
pathetic reactivation. Am J Physiol Heart Circ Physiol. 2009 Feb;296(2):H421-7.
Ç
25. Halson SL, Quod MJ, Martin DT, Gardner AS, Ebert TR, Laursen PB. Physiological responses to cold
A
water immersion following cycling in the heat. Int J Sports Physiol Perform. 2008 Sep;3(3):331-46.
ST
26. Knight KL, Brucker JB, Stoneman PD, Rubley MD. Muscle injury management with cryotherapy. Int
J Athletic Ther Today. 2000 Jul;5(4):26-30.
27. Sapega AA, Heppenstall RB, Sokolow DP, Graham TJ, Maris JM, Ghosh AK, et al. The bioenergetics of
U
preservation of limbs before replantation. J Bone Joint Surg Am. 1988 Dec;70(10):1500-13.
28. Abramson DI, Chu LS, Tuck S Jr, Lee SW, Richardson G, Levin M. Effect of tissue temperature and blood
EG
29. Lee JM, Warren MP, Mason SM. Effects of ice immersion on nerve conduction velocity. Physiotherapy.
1978 Jan;64(1):2-6.
D
30. Brasileiro JS, Faria AF, Queiroz LL. Influência do resfriamento e do aquecimento local na flexibilidade dos
músculos isquiotibiais. Rev Bras Fisioter. 2007 Fev;11(1):57-61.
31. Wilcock IM, Cronin JB, Hing WA. Physiological response to water immersion: a method for sport
recovery? Sports Med. 2006;36(9):747-65.
32. Cordova ML, Bernard LW, Au KK, Demchak TJ, Stone MB, Sefton JM. Cryotherapy and ankle brac-
ing effects on peroneus longus response during sudden inversion. J Electromyogr Kinesiol. 2010
Apr;20(2):348-53.
33. Doeringer JR, Hoch MC, Krause BA. Ice application effects on peroneus longus and tibialis anterior mo-
toneuron excitability in subjects with functional ankle instability. Int J Neurosci. 2010 Jan;120(1):17-22.
34. Surenkok, Aytar, Tuzun e Akman. Cryotherapy impairs knee joint posicion sense and balance, Isokinet
Exerc Sci. 2008;16(1):69-73.
93
36. Khanmohammadi R, Someh M, Ghafarinejad F. The effect of cryotherapy on the normal ankle joint posi-
tion sense. Asian J Sports Med. 2011 Jun;2(2):91-8.
37. Uchio Y, Ochi M, Fujihara A, Adachi N, Iwasa J, Sakai Y. Cryotherapy influences joint laxity and position
sense of the healthy knee joint. Arch Phys Med Rehabil. 2003 Jan;84(1):131-5.
38. Hopper D, Whittington D, Davies J. Does ice immersion influence ankle joint position sense? Physiother
Res Int. 1997;2(4):223-36.
39. Burke DG, Holt LE, Rasmussen R, MacKinnon NC, Vossen JF, Pelham TW. Effects of hot or cold water
immersion and modified proprioceptiva neuromuscular facilitation flexibility exercise on hamstring length.
J Athl Train. 2001 Mar;36(1):16-19.
40. Brodowicz GR, Welsh R, Wallis J. Comparison of stretching with ice, stretching with heat, or stretching
alone on hamstring flexibility. J Athl Train. 1996 Oct;31(4):324-7.
ÃO
41. Shuback B, Hooper J, Salisbury L. A comparision of a self-stretch incorporating proprioceptive neuro-
muscular facilitation components and a therapist-applied PNF-technique on hamstring flexibility. Physio-
therapy. 2004 Sep;90(3):151-7.
Ç
42. Signori LU, Voloski FRS, Kerkhoff AC, Brignoni L, Plentz RDM. Efeito de agentes térmicos previamente
a um programa de alongamentos na flexibilidade dos músculos isquiotibiais encurtados. Rev Bras Med
A
Esporte. 2008 Jul-Ago;14(4):328-31.
ST
43. Melnyk M, Faist M, Claes L, Friemert B. Therapeutic cooling: no effect on hamstring reflexes and knee
stability. Med Sci Sports Exerc. 2006 Jul;38(7):1329-34.
44. Knight KL. Crioterapia no tratamento das lesões desportivas. Barueri: Manole; 2000.
U
45. Atnip BL, McCroy JL. The effect of cryotherapy on three dimensional ankle kinematics during a sidestep
EG
46. Wolf SL, Basmajian JV. Intramuscular temperature changes deep to localized cutaneous cold stimulation.
Phys Ther. 1973 Dec;53(12):1284-8.
D
47. KelletT J. Acute soft tissue injuries: a review of the literature. Med Sci Sports Exerc. 1986 Oct;18(5):489-500.
48. McDowell JH, McFarland EG, Nalli BJ. Use of cryotherapy for orthopedic patients. Orthop Nurs. 1994
Sep-Oct;13(5):21-30.
49. Swenson C, Swärd L, Karlsson J. Cryotherapy in sports medicine. Scand J Med Sci Sports. 1996
Aug;6(4):193-200.
50. Fang L, Hung CH, Wu SL, Fang SH, Stocker J. The effects of cryotherapy in relieving postarthroscopy
pain. J Clin Nurs. 2012 Mar;21(5-6):636-43.
51. Hochberg J. A randomized prospective study to assess the efficacy of two cold therapy treatments follow-
ing carpal tunnel release. J Hand Ther. 2001 Jul-Sep;14(3):208-15.
52. Olson JE, Stravino VD. A review of cryotherapy. Phys Ther. 1972 Aug;52(8):840-53.
94
53. Paddon-Jones DJ, Quigley BM. Effect of cryotherapy on muscle soreness and strength following eccen-
CRIOTERAPIA: TEORIA E PRÁTICA BASEADAS EM EVIDÊNCIAS
54. Gregson W, Black MA, Jones H, Milson J, Morton J, Dawson B, et al. Influence of cold water immersion
on limb and cutaneous blood flow at rest. Am J Sports Med. 2011 Jun;39(6):1316-23.
55. Bleakley CM, Costello JT, Glasgow PD. Should athletes return to sport after applying ice? A systematic
review of the effect of local cooling on functional performance. Sports Med. 2012 Jan;42(1):69-87.
56. Rupp KA, Herman DC, Hertel J, Saliba SA. Intramuscular temperature changes during and after 2 differ-
ent cryotherapy interventions in healthy individuals. J Orthop Sports Phys Ther. 2012 Aug;42(8):731-7.
57. Bailey DM, Erith SJ, Griffin PJ, Dowson A, Brewer DS, Gant N, et al. Influence of cold water immer-
sion on indices of muscle damage following prolonged intermittent shuttle running. J Sports Sci. 2007
Sep;25(11):1163-70.
58. Cassar S, Kidgell D, Pearce A. The effect of hydrotherapy recovery on central fatigue: A preliminary
examination using transcranial magnetic stimulation. J Sci Med Sport. 2010 Jan;12 Suppl 2:e53.
ÃO
59. Goodall S, Howatson G. The effects of multiple cold water immersions on indices of muscle damage.
J Sports Sci Med. 2008 Jun;7(2):235-41.
60. Ingram J, Dawson B, Goodman C, Wallman K, Beilby J. Effect of water immersion methods on postexer-
Ç
cise recovery from simulated team sport exercise. J Sci Med Sport. 2009 May;12(3):417-21.
A
61. Jakeman JR, Macrae R, Eston R. A single 10-min bout of cold water immersion therapy after strenuous
plyometric exercise has no beneficial effect on recovery from the symptoms of exercise induced muscle
ST
62. Montgomery PG, Pyne DB, Hopkins WG, Dorman JC, Cook K, Minahan CL. The effect of recovery
strategies on physical performance and cumulative fatigue in competitive basketball. J Sports Sci. 2008
U
Sep;26(11):1135-45.
EG
63. Rowsell GJ, Coutts AJ, Reaburn P, Hill-Haas S. Effects of cold-water immersion on physical perfor-
mance between successive matches in high-performance junior male soccer players. J Sports Sci. 2009
Apr;27(6):565-73.
64. Vaile J, Halson S, Gill N, Dawson B. Effect of hydrotherapy on the signs and symptoms of delayed onset
D
65. Armstrong LE, Crago AE, Adams R, Roberts WO, Maresh CM. Wole-body cooling of hyperthermic run-
ners: comparison of two field therapies. Am J Emerg Med. 1996 Jul;14(4):355-8.
66. Casa DJ, Kenny GP, Taylor NA. Immersion treatment for exertional hyperthermia: cold or temperate wa-
ter? Med Sci Sports Exerc. 2010 Jul;42(7):1246-52.
67. Eston R, Peters D. Effects of cold water immersion on the symptoms of exercise induced muscle damage.
J Sports Sci. 1999 Mar;17(3):231-8.
68. Sellwood KL, Brukner P, Williams D, Nicol A, Hinman R. Ice water immersion and delayed-onset muscle
soreness: a randomised controlled trial. Br J Sports Med. 2007 Jun;41(6):392-7.
69. Denegar CR. Modalidades terapêuticas para lesões atléticas. Barueri: Manole; 2003.
70. Prentice WE. Modalidades terapêuticas em medicina esportiva. Barueri: Manole; 2002.
95
72. Lowdon BJ, Moore RJ. Determinants and nature of intramuscular temperature changes during cold ther-
apy. Am J Phys Med. 1975 Oct;54(5):223-33.
73. Borgmeyer JA, Scott BA, Mayhew JL. The effects of ice massage on maximum isokinetic-torque produc-
tion.Sport Rehabil. 2004 Feb;13(1):1-8.
74. Kennet J, Hardaker N, Hobbs S, Selfe J. Cooling efficiency of 4 common cryotherapeutic agents. Cooling
efficiency of 4 common cryotherapeutic agents. J Athl Train. 2007 Jul-Sep;42(3):343-8.
75. Cameron MH. Agentes físicos na reabilitação. Rio de Janeiro: Elsevier; 2009.
76. Bugaj R. The cooling, analgesic and rewarming effects of ice massage on localized skin. Phys Ther. 1975
Jan;55(1):11-9.
77. Bender AL, Kramer EE, Brucker JB, Demchak TJ, Cordova ML, Stone MB. Local ice-bag application and
triceps surae muscle temperature during treadmill walking. J Athl Train. 2005 Oct-Dec;40(4):271-5.
ÃO
78. Costello JT, McInerney CD, Bleakley CM, Selfe J, Donnelly AE. The use of thermal imaging in assessing
skin temperature following cryotherapy: a review. J Therm Biol. 2012 Feb;37(2):103-10.
A Ç
Como citar este documento
ST
Macedo CSG, Guirro RRJ. Crioterapia: teoria e prática baseada em evidências. In: Sociedade
Nacional de Fisioterapia Esportiva; Mendonça LM, Vezzani S, organizadores. PROFISIO
Programa de Atualização em Fisioterapia Esportiva e Traumato-Ortopédica: Ciclo 3.
Porto Alegre: Artmed/Panamericana; 2013. p. 65-95. (Sistema de Educação em Saúde
U