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UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR


UNIDADE ACADÊMICA DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AMBIENTAL
CAMPUS DE POMBAL

GABRIEL ALVES DE SÁ

MARCO ANTÔNIO ASSIS DE OLIVEIRA

RAYANE CRISTINA DANTAS FURTADO

RENAN WILLER PINTO DE SOUSA

PROJETO DE REDES PLUVIAIS DE MICRODRENAGEM DE UMA ÁREA DO


MUNICÍPIO DE SOUSA-PB

Pombal – PB
2019
GABRIEL ALVES DE SÁ

MARCO ANTÔNIO ASSIS DE OLIVEIRA

RAYANE CRISTINA DANTAS FURTADO

RENAN WILLER PINTO DE SOUSA

PROJETO DE REDES PLUVIAIS DE MICRODRENAGEM DE UMA ÁREA DO


MUNICÍPIO DE SOUSA-PB

Atividade avaliativa apresentada como requisito


para obtenção de nota da disciplina Sistemas de
Drenagem Urbana do curso de Engenharia Civil
da Universidade Federal de Campina Grande,
Pombal – PB.

Prof. Manoel Moises F. De Queiroz

Pombal – PB
2019
1. DADOS GERAIS

O projeto de dimensionamento de microdrenagem abordado neste trabalho refere-se à


uma área problemática bastante discutida no município, pois em períodos chuvosos acaba
acarretando comprometimento de tráfego de veículos e pessoas, além de intervir nas moradias
da população naquela localização.
A área está situada no município de Sousa-PB e compreende uma totalidade XX km²,
como mostra o mapa a seguir:

Figura 1- Mapa do local, situado no município de Sousa-PB. Fonte: XX

De modo geral, o projeto foi orientado segundo o que consta no “Manual de Drenagem
Urbana”, desenvolvido pelo Governo do Estado do Paraná, através da Secretaria de Estado de
Meio Ambiente e Recursos Hídricos na SUDERHSA, onde dimensionamento de uma rede de
pluviais pode ser baseado nas seguintes etapas:
 subdivisão da área e traçado;
 identificação de áreas controladas e não-controladas;
 determinação das vazões que afluem à rede de condutos;
 dimensionamento da rede de condutos;
 dimensionamento das medidas de controle.
Foram utilizados alguns softwares para o auxílio na base de imagem e dados, tais como:
AutoCad, QGis, Google Earth, dentre outros.
A microdrenagem é definida pelo sistema de condutos pluviais ou canais nos
loteamentos ou na rede primária urbana. Este tipo de sistema de drenagem é projetado para
atender a drenagem de precipitações com risco moderado.
O escoamento num curso d’água depende de vários fatores que podem ser agregados
em dois conjuntos:
 controles de jusante: definem a declividade da linha de água. Os controles de jusante
podem ser estrangulamentos do curso d’água devido a pontes, aterros, mudança de
seção, reservatórios, oceano. Esses controles reduzem a vazão de um rio
independentemente da capacidade local de escoamento.
 controles locais: definem a capacidade de cada seção do curso d’água de transportar
uma quantidade de água. A capacidade local de escoamento depende da área da
seção, da largura, do perímetro e da rugosidade das paredes. Quanto maior a
capacidade de escoamento, menor o nível de água.

As alternativas de projeto são as situações nas quais o projetista deverá analisar os


impactos da drenagem. As alternativas não envolvem necessariamente o controle, mas situações
em que a drenagem sofre impactos da falta de ação ou de medidas de controle.
O trecho em estudo tem sua urbanização abrangendo a seleção dos seguintes elementos
relativos da bacia contribuinte, nas situações atual e previstas no plano diretor:
 BR-230 em parte da sua localidade, abrangendo ainda áreas residenciais;
 Área pouco permeável;
 ocupação e recobrimento do solo nas áreas não urbanizadas pertencentes à bacia.

2. CONFIGURAÇÃO DO SISTEMA DE DRENAGEM

3. DIMENSIONAMENTO DOS DISPOSITIVOS HIDRÁULICOS


As águas, ao caírem nas áreas urbanas, escoam, inicialmente, pelos terrenos até
chegarem às ruas. As ruas possuem uma declividade transversal e por possuírem inclinação
longitudinal, as águas escoarão rapidamente para as sarjetas e, destas ruas abaixo. Se a vazão
for excessiva poderão ocorrer alagamento das ruas e seus reflexos, inundação de calçadas e até
mesmo das residências e velocidades exageradas, podendo haver erosão do pavimento.

Sarjetas
Sarjetas são elementos em forma de calha que captam água pluvial, são localizadas nas
vias públicas paralelas ao meio fio. Em geral, devem ser construídas em concreto devido às
deformações significantes advindas do pavimento asfáltico, aumentando assim sua vida útil. A
capacidade de condução da rua ou da sarjeta pode ser com a água escoando por toda a calha da
rua (declividade da rua de 3% e a altura de água na sarjeta de 15 centímetros) e a água escoando
somente pelas sarjetas (declividade da rua de 3% e a altura de água na sarjeta de 10 centímetros).

Figura: Seção da sarjeta

Foi usado o método simplificado para sarjetas simples. O dimensionamento hidráulico


da sarjeta pode ser obtido pela equação de Manning:

Qmáx = (Am*I^(1/2)*〖Rh〗^(2/3))/n
Onde:
Q: vazão (m3/s);
A: área de seção transversal (m2);
Rh: raio hidráulico (m);
I: declividade do fundo (m/m);
n: o coeficiente de rugosidade de Manning. (Geralmente adotado 0,017).

Bocas-de-Lobo
São dispositivos de capitação, localizados junto aos bordos dos acostamentos ou meios-
fios da malha viária urbana que, através de ramais, transferem os deflúvios para as galerias ou
outros coletores. Por se situarem, na zona urbana, por segurança são protegidos com grades
metálicas ou de concreto (DNIT, 2004). Algumas recomendações devem ser atendidas como:
 Deverá haver bocas-de-lobo nos pontos mais baixos de cada quadra
 Se não se dispuser de dados sobre a capacidade de escoamento das sarjetas, recomenda-
se um máximo espaçamento de 60 m entre as bocas-de-lobo. Não se recomenda colocar bocas-
de-lobo nas esquinas, pois os pedestres teriam de saltar a torrente em um trecho de descarga
superficial máxima para atravessar a rua, além de ser um ponto onde duas torrentes
convergentes se encontram
 A melhor localização das bocas de lobo é em pontos um pouco à montante das esquinas.
As bocas-de-lobo podem ser classificadas em três grupos principais: bocas ou ralos de
guias; ralos de sarjetas (grelhas); ralos combinados. Cada tipo inclui variações quanto às
depressões (rebaixamento) em relação ao nível da superfície normal do perímetro e ao seu
número (simples ou múltipla). Utilizou-se boca de lobo de guia.

Figura: Tipos de boca de lobo


Quando a água acumula sobre a boca-de-lobo, gera uma lâmina com altura menor do
que a abertura da guia. Esse tipo de boca-de-lobo pode ser considerado um vertedor, e a
capacidade de encolhimento (esgotamento) será:
Q = 1,7 Ly 3/2

As capacidades de escoamento podem, segundo alguns autores, sofrer redução no valor


calculado, a fim de aproximar o resultado teórico das limitações existentes nos casos reais. No
caso das sarjetas, uma vez calculada a capacidade teórica, multiplica-se o seu valor por um fator
de redução, que leva em conta a possibilidade de obstrução de sarjetas de pequena declividade
por sedimentos. A capacidade de esgotamento das bocas-de-lobo é menor que a calculada
devido a vários fatores, entre os quais: obstrução causada por detritos, irregularidades nos
pavimentos das ruas junto às sarjetas e alinhamento real.
Figura: Fator de redução de sarjetas e bocas-de-lobo.

Galerias
Canalização de geometria circular ou retangular cuja função é conduzir os deflúvios
provenientes das bocas-de-lobo. Para efeitos de projeto, todas as galerias são dimensionadas
utilizando-se a fórmula de Manning, com velocidades máxima e mínima de 5,0m/s e 0,8m/s
respectivamente. Para a obtenção do coeficiente de Manning, utiliza-se a figura abaixo.

Figura: Coeficiente de rugosidade de Manning


O dimensionamento dos condutos pluviais circulares é efetuado considerando
escoamento a seção plena Rh=D/4 (raio hidráulico). Assim, substituindo o raio hidráulico na
equação de Manning, tem-se:

Em que D é o diâmetro interno do conduto (m), n é o coeficiente de rugosidade de


Manning, Q é a vazão (m3/s) e I é a declividade longitudinal do conduto (m/m).

Dimensionamento de reservatórios
Obras de detenção e retenção são reservatórios que armazenam o escoamento
superficial, como medidas de controle de inundações, fazendo parte do sistema de
macrodrenagem. Os dois tipos principais são reservatórios de detenção e retenção, classificados
como:
 Reservatório de detenção, que são projetados para se manter secos fora de
períodos chuvosos, tem finalidade de deter o escoamento temporariamente.
 Reservatório de retenção, são maiores e exigem maiores cuidados do que os
reservatórios de detenção, são projetados para manter uma lâmina d’água constante, que pode
ser utilizada para fins recreativos, paisagísticos e para usos não potáveis, como, por exemplo,
irrigação de jardins públicos. E como o fundo do reservatório, geralmente é permeável auxilia
na infiltração, contribuindo para recarga do lençol freático.
O dimensionamento dos reservatórios envolve determinação do volume, características
das dimensões do reservatório e dimensionamento hidráulico do dispositivo de saída. As
vantagens da implantação de um reservatório são controle das cheias, para evitar inundações,
diminuição dos custos com sistema de drenagem a jusante, promove maior infiltração
garantindo reabastecimento dos aquíferos, propicia a possibilidade de atividades recreativas
para a população. As desvantagens são o custo de implantação e manutenção desses
dispositivos.
Uma expressão aproximada do volume máximo de acumulação necessário em uma
bacia de detenção pode ser dada por:

Onde:
V = volume de acumulação, em m3/ha
C = coeficiente de escoamento (entre 0 e 1)
T = período de retorno em anos
qs = vazão de saída em l/s/ha.

Elementos hidráulicos da detenção


As saídas de fluxo das bacias de detenção são reguladas por dispositivos hidráulicos
fixos, tais como: vertedores, orifícios, condutos de fundo e reguladores móveis, automáticos ou
de controle remoto. O principal problema dos dispositivos de saída é a manutenção, pois há
entupimentos devido ao material sólido e ao vandalismo sobre os equipamentos hidráulicos.

4. REFERÊNCIAS

DEPARTAMENTO NACIONAL DE INFRAESTRUTURA E TRANSPORTES. DNIT - ES


030: Drenagem - Dispositivos de drenagem pluvial urbana - Especificação de serviço. Rio
de Janeiro: Dnit, 2004.

GOVERNO DO ESTADO DO PARANÁ. Manual de Drenagem Urbana, Região


Metropolitana de Curitiba. Versão 1. Curitiba/PR, 2002.

PREFEITURA DE NATAL. Plano Diretor de Drenagem e Manejo de Águas Pluviais da


Cidade de Natal. Natal/RN, 2009.

PREFEITURA MUNICIPAL DE SÃO PAULO. Manual de Drenagem e Manejo de Águas


Pluviais. Aspectos Tecnológicos: Diretrizes para projetos. Volume III. São Paulo/SP, 2012.

VALENTE, J.A. Análise e considerações para o sistema de drenagem de água pluvial em


um loteamento na cidade de Catalão-GO. Catalão, 2013.

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