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Potássio:
Valores referenciais:
Cães: 3,5 a 5,8 mmol/L ou mEq/L ou 14 a 22,5 mg/dL
Gatos: 3,6 a 5,5 mmol/L ou mEq/L ou 14 a 21,5 mg/dL
O potássio (K+) é encontrado quase que em sua totalidade no meio
intracelular, sendo que somente 5% estão presentes no fluído
extracelular (FEC). Esse cátion é responsável pelas manutenções do
volume intracelular e do potencial de membrana, e as concentrações
intracelular de potássio e extracelular de sódio são mantidas
ativamente pela bomba de sódio-potássio-ATPase, cuja função é levar
o potássio para o interior da célula e o sódio para o exterior. A
regulação da concentração plasmática do potássio é feita
principalmente pelos rins; 90% a 95% é excretado pela urina e 5% a
10% pelas fezes, suor e saliva, sendo que a aldosterona é o hormônio
que participa dessa regulação.
A diminuição da concentração sérica do potássio (hipocalemia,
hipopotassemia) é uma das alterações eletrolíticas mais comuns em
pequenos animais, e é devido à ingestão insuficiente, perda excessiva
ou redistribuição do potássio extracelular. Essas condições são
representadas pela anorexia, fluidoterapia pobre em potássio,
vômitos, diarréias, alcalose metabólica, poliúria, uso de diuréticos,
diurese pós-obstrutiva em gatos, uso de insulina ou bicarbonato de
sódio (desloca o potássio para o interior da célula), uso de glicose
intravenosa (estimula a liberação de insulina). Os sinais clínicos
associados à hipocalemia são: fraqueza muscular, poliúria e polidipsia,
anorexia, ventroflexão de pescoço (gatos), letargia, íleo paralítico,
aumento da creatinina-cinase e alterções eletrocardiográficas e
contrações atriais e ventriculares prematuras.
A hipercalemia ou hiperpotassemia, isto é, o aumento da
concentração plasmática de potássio, está relacionada principalmente
à redução de excreção renal, porém, a redistribuição do cátion e o
fornecimento de potássio extracorpóreo pode levar a essa condição.
Portanto, insuficiência renal oligúrica, obstrução uretral (pode
acompanhar desidratação, hipocalcemia e hipernatremia), ruptura de
bexiga, drenagem de efusões, acidose, queimaduras graves,
denervações, lesões musculares extensas, tricuríase, salmonelose,
destruição celular intensa, excesso de fluidos com potássio e diabetes
melitos (falta de insulina) podem elevar os níveis plasmáticos de
potássio. Os animais hipercalêmicos podem apresentar fraqueza,
bradicardia, alterações no ECG, como ondas T apiculadas e altas,
supressão de ondas P e prolongamento de complexo QRS, fibrilação
ventricular e assistolia. A hipercalemia ou a hipocalemia graves são
contra-indicações aos procedimentos anestésicos.
Há condições em que o potássio pode ser erroneamente interpretado
como aumentado, entre elas, a hemólise em cães da raça akita, os
quais têm grandes quantidades de potássio intra-eritrocitário. Desse
modo, a estocagem prolongada do sangue desses animais não é
indicada. Outro exemplo é a leve diferença da concentração desse íon
no soro em relação ao plasma. Devido à liberação de potássio pelas
plaquetas durante a coagulação, o soro tende a possuir valores cerca
de 0,2 mmol/L mais altos que o plasma. Do modo contrário, existem
fatores que podem levar à pseudo-hipocalemia, como a
hiperlipidemia e a hiperproteinemia.