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AULA 1

HISTÓRIA DO PENSAMENTO
GEOGRÁFICO
PROGRAMA DE GEOGRAFIA DO CACD- 1ª E 3 a
Fase
1- História da Geografia
2- A Geografia da População
3- Geografia Econômica (indústria e globalização)
4- Geografia Agrária
5- Geografia Urbana
6- Geografia Política
7- Geografia e gestão ambiental
1 - História da Geografia:
1.1 Expansão colonial e pensamento geográfico.
1.2 A Geografia moderna e a questão nacional na
Europa.
1.3 As principais correntes metodológicas da
Geografia.
Eratóstenes (276 a 194 A.C) e a
circunferência da terra
A Alemanha e a Geografia
( Os alemães tem um sentimento profundo de sua identidade mas,
para eles, coloca-se a questão de saber a que território deve
corresponder o seu país. Tal como a maior parte dos especialistas em
ciências sociais do seu país, os geógrafos alemães não se interessam
pelo indivíduo. Para eles o dado de base é o povo. Num país cuja
unidade é tardia, a questão que se lhes colocou e que se lhes continua
a colocar mesmo após a proclamação do II Reich em Versalhes em
1871, é simples: onde deve terminar o território devolvido aos
alemães? Claval, Paul- História da Geografia)
A Alemanha e a Geografia
Com Alexander von Humboldt e Karl Ritter, a Geografia
adquire, na Alemanha, no século XIX “status” científico. A
ênfase na descrição característica da antiga Geografia,
resultante dos relatos de viagens e expedições científicas, é
substituída por uma perspectiva explicativa, sistemática e
científica.
O movimento responsável pela eclosão da Geografia
origina também outras ciências específicas. Isso porque até o
século XVIII a ciência ainda não se fragmentara e o
conhecimento tinha uma dimensão de totalidade social na
qual pensadores e cientistas vivem e desenvolvem reflexões
importantes em qualquer campo, sem atomizar o
conhecimento porque até então vigorava uma concepção
globalizada dos problemas, já que a realidade era ainda
concebida de forma integrada.
( O significado da Alemanha para a gênese da Geografia Moderna-
Raquel Maria Fontes do Amaral Pereira )
Os “pais” da geografia
( Humboldt é, antes de mais nada, um grande viajante
naturalista: enquanto muitos geógrafos do seu tempo
permanecem homens de gabinete, ele sabe que a pesquisa deve
iniciar-se no campo. Os seus conhecimentos de mineralogista,
geólogo e botânico, permitem-lhe desvendar muitos traços
interessantes nas paisagens e relacioná-los. Em lugar de justapor
informações, procura compreender como os fenômenos se
condicionam: nos Andes, por exemplo, a altitude introduz um
escalonamento das formas de vegetação e tipos de agricultura;
passa-se das tierras calientes às tierras templadas e às tierras
frias.- Claval, Paul- História da Geografia)
O Espaço Vital

“Os grupos humanos são organismos que


crescem e se multiplicam, tendendo a
expandir-se; por isto, tendem a alargar o
seu território, ocupando áreas maiores e
fazendo-o à custa dos territórios vizinhos.”
Friederich Ratzel
Correntes de pensamento geográfico
MÉTODO REGIONAL

Para Hartshorne não há fenômenos particulares à


Geografia, assim como também não há um objeto de
estudo que lhe seja específico. Para ele, as ciências se
definem, sobretudo, por seus métodos próprios de
investigação, e menos segundo a determinação de
objetos particulares de estudo. Afirma que não cabe à
Geografia investigar a gênese e desenvolvimento dos
fenômenos. O olhar do geógrafo deve estar dirigido para
a apreensão do caráter das áreas, não se confundindo
com o olhar do historiador, interessado nos processos
em si. Isso porque, cabe ao geógrafo entender a
diferenciação das áreas da superfície terrestre.
A Geografia Quantitativa ou Nova Geografia
“A matemática e a estatística, associadas, têm trazido
à geografia uma contribuição não só operacional, mas
também conceitual e lógica. Dois exemplos podem ser
citados, evidentes e simples: o uso dos conceitos da
teoria dos conjuntos para operacionalizar e classificar
o conceito de região e o uso de um modelo
probabilístico epidemiológico, para descrever a
operação espacial/regional.”
(FAISSOL,S. Teorização e quantificação na geografia. Revista
Brasileira de Geografia. 1972)
“ A consequente aplicação mais direta do rigor
matemático deu à geografia um cientificismo de que
ela necessitava para afirmar-se, embora a linguagem
matemática e a busca de uma geometria nos
processos espaciais tenha lhe valido alguns exageros
que foram duramente criticados e, aos poucos, sendo
corrigidos.
(FAISSOL, S. A Geografia Quantitativa no Brasil: como foi e
o que foi? Revista Brasileira de Geografia. 1989)
23- (1ª fase de 2017) Com relação aos
fundamentos e ao desenvolvimento da
geografia científica, julgue (C ou E) os
itens a seguir.
2. A adoção da teoria geral dos sistemas
pela geografia do século XX levou à
crença de que fenômenos, como, por
exemplo, dos movimentos migratórios à
dinâmica da natureza, podem ser
entendidos utilizando-se o cálculo de
probabilidades, que permite prever ou
antecipar fatos.
Se a geografia tradicional pode ser acusada de ter sido
ingênua e alienada dos problemas reais que afetam a
sociedade, constituindo-se em uma ideologia, à “Nova
Geografia” esta acusação é mais cabível,
acrescentando-se ainda que além de alienada ela é
alienante: mistificando sobre a realidade sócio-espacial
com a “elegância”, “neutralidade” e “cientificidade” que o
positivismo lógico fornece, acaba transformando o
geógrafo em um pesquisador alienado, que levanta
falsas questões(...) que muitas vezes se perde com
“geometrias estéreis”, e que se preocupa com a
aparência dos fenômenos sociais, esquecendo-se de
sua essência.”
(CORRÊA, Roberto Lobato- Da Nova Geografia à Geografia
Nova. 1980)
A GEOGRAFIA CRÍTICA

“É necessário saber pensar o espaço,


para saber nele se organizar, para saber
nele combater”
(Yves Lacoste)
Geografia Humanista
A Geografia Humanista procura um entendimento
do mundo humano através do estudo das relações
das pessoas com a natureza, do seu
comportamento geográfico, bem como dos seus
sentimentos e idéias a respeito do espaço e do
lugar. (TUAN, 1982)
(...) qualquer paisagem é composta não apenas por
aquilo que está à frente dos nossos olhos, mas tam-
bém por aquilo que se esconde em nossas mentes.
MEINIG, Donald W. O olho que observa: dez visões sobre a mesma
cena. Espaço e cultura, UERJ, n. 13, p. 35-46, jan./jun. 2002.
“O espaço transforma-se em Lugar à medida que
adquire definição e significado”- Yi Fu Tuan

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