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L1: Análise conceitual

L2: O que é conceito?


L3: Definição do Aurélio
1. Representação dum objeto pelo pensamento, por meio de suas características gerais.
2. Ação de formular uma idéia por meio de palavras; definição, caracterização.
3. Pensamento, idéia, opinião.
5. Apreciação, julgamento, avaliação, opinião.

L4: O problema central da análise de conceitos


Uma definição nos leva a outros conceitos: representação pensamento
objeto idéia palavras definição caracterização características
gerais opinião avaliação julgamento
Obs.: Por isso, ao se pensar em análise conceitual não se deve associá-la
imediatamente com a concepção química de análise, pois embora existma conceitops
complexos que podem ser desmembrados em mais simples, este processo não nos leva
necessariamente a um átomo conceitual.
Portanto, por análise conceitual, nós vamos entender a maneira de lidar com
alguns aspectos gerais e básicos da utilização dos conceitos.
L5 1. Conceitos e linguagem
Conceitos são expressos por palavras, mas uma palavra pode expressar mais de um
conceito e um conceito pode ser expresso por mais de uma palavra.
O problema da ambiguidade.
Obs.: Não estamos fazendo uma análise filosófica rigorosa deste tema, portanto
nção vamos entrar no debate sobre se é possível a expressão não linguística de
conceitos. Até porque o nosso intuito é abordar os aspectos linghuisticos da pesquisa
escolar.
Agora, mesmo tomando os conceitos comoa expressão linguistica de uma
represenbtação mental, não se segue que haja uma identificação estrita entre conceitos e
palavras, o que gera o problema da ambiguidade.
Se nós pretendemos que o nosso aluno consulte mais de uma fonte de
informação e escreva o resultado de sua pesquisa de modo claro, precisamos ensinar
nosso aluno a detectar ambiguidades e a superá-las.
L6 Estratégias para evitar ambiguidades
a) Elaboração de um glossário.
Obs.: Uma característica da ciência moderna, que facilita em muito o nosso
trabalho, é o fato dela ter uma grande preocupação com a precisão conceitual. Neste
sentido, o próprio aluno montar um glossário com os conceitos que aparecem em ambos
os textos e depois procurar o significado científico destes é um modo dele não apenas se
apropriar do significado dos conceitos que ocorreram nos textos que pesquisou , mas de
perceber a importância do princípio de clareza conceitual.
Agora, uma pesquisa escolar pode ficar mais rica, se há uma diversidade nas
fontes consultadas, por ex. quando se consultam textos científicos e textos escritos por
leigos (por exemplo, textos que ocorrem na imprensa), ou textos de ciências distintas.
Neste caso o problema da ambiguidade se torna bem mais difícil de se lidar.
Vamos pegar, como exemplo, uma pesquisa que tivesse como tema as cotas
raciais na universidade pública. E o aluno descobrisse um texto que explica que, do
ponto de vista científico, não existem raças diferentes entre os seres humanos 1. Ele se
veria diante de um dilema: afinal, as cotas raciais não pressupõe diferentes raças entre
os humanos?
Aqui temos um outro critério a ser levado em conta na desambiguação dos
conceitos:
L7: Estratégias para evitar ambiguidades
a) Elaboração de um glossário
b) Análise dos contextos onde o conceito ocorre
Obs.: No caso de nosso exemplo, quem defende as cotas raciais nas
universidades públicas entende por "raça" um conmceito culktural que possui uma
história e é neste sentido que o está empregando. Então temos dois contextos de uso
para o mesmo conceito: um é cientpífico e o outro é cultural/histórico. Em casos como
este é necessário escolher e justificar qual o contexto correto de uso.
Outro exemplo:
L8: O poder corrompe?
Poder é a capacidade que um ser humano tem de agir sobre o meio que o
circunda. É claro que nas relações interpessoais nós agimos sobre outros seres
humanos e sofremos a ação deles sobre nós. Portanto, não faz sentido dizer
que o poder corrompe, pois, se for mesmo este o caso, todos nós somos
corruptos - toda relação entre seres humanos é uma relação de poder.
1
Human Races: A Genetic and Evolutionary Perspective
Alan R. Templeton
American Anthropologist, New Series, Vol. 100, No. 3. (Sep., 1998), pp. 632-650.
Obs.: Quando as pessoas afirmam que "o poder corrompe", elas estão se referindo a um
significado específico do conceito de poder: o poder que um indivíduo tem a mais do
que os outros: o poder de um chefe militar, de um político influente, de um pessoa rica,
etc. Já o sentido de poder no texto é genérico: a capacidade de agir. Assim, não é o
mesmo sentido de "poder" que permeia o texto.

L9: 2. A noção de classe


Um conceito determina um conjunto de objetos (materiais ou não) que possuem
um conjunto de predicados.
Nesta noção podemos abordar:
a) a intensão (compreensão): predicados que são compreendidos por um conceito;
b) a extensão: ao número de objetos que são compreendidos pelo mesmo.
Quanto maior a intensão do conceito menor a sua extensão e vice-versa.
Obs.: DAR EXEMPLOS.
A descoberta de que a relação entre intensão e extensão do conceito é
inversamente proporcional, auxilia o aluno a perceber que, quando ampliamos
demasiadamente a abrangência de um conceito, acabamos diminuindo o seu significado,
o que muitas vezes torna o conceito inútil. Porque quanto maior for o números de
objetos aos quais um conceito se refere, menor vai ser a capacidade deste conceito de
dar características específicas dos objetos aos quais se refere. Por exemplo, o conceito
de "móveis" distingue menos objetos no ambiente do que o conceito de "cadeira".
É claro que nós precisamos de conceitos mais abrangentes e outro menos, é
assim que funcionam as taxionomias na ciência. O que é preciso evitar é a ampliação
artificial de um conceito para sustentar uma tese.
Um exemplo ajudará a entender este ponto.
L10: Toda ação humana é egoísta. Existem ações que são aparentemente altruístas,
como a mãe que arrisca a sua vida para salvar a de seu filho, mas quando fazemos uma
análise profunda destas ações percebemos que elas tem uma motivação egoísta, pois, no
caso de nosso exemplo, descobrimos que para a mãe, a dor da perda do filho é pior que
a morte, por conseguinte, ela agiu motivada por um interesse próprio.
Obs.: Ora, nesta linha de raciocínio, o conceito de “egoísmo” é sinônimo de
“motivação” ou “interesse”, o que o torna demasiadamente amplo, visto que toda a ação
voluntária tem origem numa motivação ou interesse do agente. Mas, se pretendemos
distinguir uma ação egoísta de uma altruísta, o que precisa ser julgado é exatamente a
motivação do agente, e o que se pode querer mais do altruísta genuíno do que a sua
vida ser menos importante do que a de um outro?
Notem que às vezes para organizar os conceitos de textos distintos e mesmo de
um mesmo texto, nós somos tentados a ampliar o significado dos conceitos para poder
acomodá-los. Mas isto faz com os conceitos diminuam a sua capacidade de definição.
Por exemplo, vamos dizer que um aluno faça uma pesquisa que envolva tanto História
quanto Biologia, e chegue a conclusão que a existência de hierarquias sociais entre seres
humanos é algo natural, no sentido de biológico, porque elas também ocorrem entre as
formigas. Notem que embora os textos pesquisados possam falar de hierarquia social
tanto entre humanos e entre formigas, o sentido será diferente em cada caso, nos seres
humanos as hierarquias sociais são intencionais, resultado da interação entre seres
racionais, o mesmo não ocorrendo nas formigas, portanto ampliar o conceito de
hierarquia para ambas as espécies faz com que este perca a sua especificidade.

L 11 3. A noção de categoria
Conceitos ocorrem num determinado tipo lógico ou categoria, e quando são usados fora
da categoria a qual pertencem, ocorre o erro categorial.
Ex.: Alguém, após conhecer todos os prédios da universidade, pergunta: mas onde está
universidade?
O erro é pensar que a própria universidade é um prédio, quando, na verdade, é uma
instituição.

Obs.: Na medida em que o nosso alunos consultem textos de diversas


procedências: diversas ciências, textos jornalisticos e científicos, etc. tornam-se mais
propensos a cometerem erros categoriais.
Na verdade, erros categoriais ocorrem com uma certa frequencia, inclusive na
imprensa. Na guerra dos Aliados contra o Iraque, muito se falou em "bombas
inteligentes", bem, se elas fossem inteligentes não explodiriam! A princípio inteligência
é um conceito aplicado aos seres humanos, embora exista a proposta de estendê-lo a
alguns tipos animais e alguns tipos de máquinas, certamente ainda não chegamos a
produzir "armas inteligentes".
Como nós temos uma quantidade limitada de conceitos, a ciência costuma usar
conceitos antigos em situações novas. É o caso, por exemplo, do conceito de "código".
Originalmente "código" é algo que ocorre na linguagem humana, intencionalmente. Mas
a biologia resolveu usar a expressão para nomear algo que ocorre na natureza: o código
genético. Tudo bem! Só não se pode confundir um tipo de código com o outro e assim
inferir quer Deus existe, por exemplo, já que os códigos são escritos por alguém para
alguém.
Numa palestra eu ouvi um típico erro categorial, e dito por uam professora. Para
causar impacto retórico, ela mencionou o fato de que o interior dos átomos é em sua
maior parte desprovido de matéria, é vazio. Logo, a parede que consideremos sólida, na
verdade é vazia. Notem bem, a acepção usual de sólido, quando digo, a parede é sólida,
nãpo estou abordando a configuração intranuclear dos átomos que a compõe. A solidezs
aqui se aplica apenas a algo macroscópico, e a negação dela seria também algo
macroscópico: uma parede oca.
Uma teoria que sofre bastante com errosd categoriais é a mecãniuca quântica.
O desenvolvimento das ciências modernas tem como ideal regulador a
unificação da linguagem que elas utilizam. As ciêwncias da natureza vançaram bastante
neste sentido, o mesmo não ocorre com as ciências humanas, onde muitas vezes dentro
da mesma ciência não existe unidasde concietual. Comoi ex. temos a psicologia, onde
existem teorias díspçaresx comoa psicanálise e o behavporismo. Essas diferenças na
linguyagem propiciam o erro categorial e a ambiguidade. É claroi que não vamos exigir
a perfeição dos nosso alunos, mas é importante conduzí-los em direção á precisão
conceitual. E também ajuda a entender melhor como as ciências estão organiuzadas e se
relacionam entre si.
Recapitulando:
L 12: Características do conceito
1. São expressos por palavras.
2. Representam classe de objetos.
3. Seu significado é restrito à categoria onde ocorrem.
Obs.: A idéia é conduzir a pesquisa do aluno no sentido dele perceber estas
características dos conceitos, para usá-los com maior precisão.
L 13: Atividades de organização conceitual
1. Elaborar um glossário dos principais conceitos que surgem na pesquisa.
2. Identificar os contextos onde os conceitos são usados.
3. Buscar as definições dos conceitos apropriadas a cada contexto de uso destes.
Continuando a análise conceitual, existe uma questão que precisa ser clarificada ao
longo da pesquisa.
L14 Questões empíricas/conceituais X questões exclusivamente conceituais
Obs.: um ponto que muitas vezes não fica claro numa pesquisa diz respeito à
forma como uma determinada tese é sustentada. Isso costuma ocorrer mais na área das
ciências humanas. Vamos a um exemplo:
L14 Questões empíricas X questões conceituais
Tese: A democracia é o único sistema onde as pessoas podem escolher
livremente seus governantes.
Razão que sustenta a tese: Porque na democracia as pessoas escolhem seus
governantes através do voto universal
Obs.: A razão que sustenta a tese é a constatação de um fato, então parece que a
tese é sustentada por um dado empírico. Mas na verdade a tese diz mais coisa, ela diz
que na democracia as pessoas escolhem "livremente" seus governantes, então ela na
verdade pressupõe uma definição de liberdade, onde escolher pelo voto universal é
escolher livremente. Assim, a tese é obtida de modo puramente conceitual, ou em outros
termos, por definição, e não por uma pesquisa empírica.
Um outro exemplo é aquele do egoísmo, que mencionei anteriormente.
L15 Questões empíricas/conceituais X questões exclusivamente conceituais
Tese: Toda ação humana tem, em última instância, uma motivação egoísta.
Razão: Nós percebemos quer por trás de ações aparentemente desinteressadas
existe o interesse do indivíduo em ser visto como alguém bom.
Obs.: Parece ser empírico, mas é inteiramente conceitual, a pessoa define ação
egoísta como aquela onde não há interesse algum do agente, mas isto é obviamente
impossível: eu sempre tenho uma motivação para agir, ou seja, um interesse, então neste
caso é impossível não ser egoísta. Mas aí o próprio conceito de eogísmo peerde o
sentido.
L16 Um método prático para decidir a natureza da questão
É preciso investigar se a razão que sustenta a tese é uma definição.
Obs.: Embora pareça simples, a dificuldade é descobrir se a tese é sustentada ou
não por um conceito.
L17 Um método prático para decidir a natureza da questão
É preciso investigar se a razão que sustenta a tese é uma definição.
A(s) razão(ões) que sustenta(m) a tese apresenta(m) conceitos relativos a valores
morais e/ou políticos?
Caso afirmativo, ela será do tipo exclusivamente conceitual.
Ou seja, o que estará em jogo será a definição que dermos para os conceitos
morais e/ou políticos envolvidos na(s) razão(ões) que sustenta(m) a tese.
L18: Mapas conceituais
O mapa conceitual, é uma representação gráfica em duas dimensões de um conjunto de
conceitos construídos de tal forma que as relações entre eles sejam evidentes.
Os conceitos aparecem dentro de caixas nos nós do grafo enquanto que as relações entre
os conceitos são especificadas através de frases de ligação nos arcos que unem os
conceitos, formando, desta forma, frases com sujeito e predicado.
L19: EXEMPLO DO ÍTALO DE MAPA
Obs.: Comentar.
L20: Uso dos mapas conceituais (MC)
1. O professor pode resumir o conteúdo através do MC.
2. O professor pode avaliar a compreensão conceitual que os alunos estão tendo do
conteúdo pedindo a realização do MC.
3. O MC pode ser usado para a elaboração de trabalhos em grupo e de pesquisa.
Obs.: É nesta última forma que os MCs podem ser usados na pesquisa.
L21: Uso dos Mapas Conceituais na pesquisa
1. É um modo de estabelecer relações entre conceitos de vários textos.
2. Pode ser usado para elaborar os textos dos alunos ao longo da pesquisa.
3. É um ótimo instrumento para trabalhos em grupo.
L22 Texto sobre lei da natureza (1)
Uma proposição expressa uma lei da natureza quando enuncia o que invariavelmente
acontece. Assim, se dissermos que corpos sem suporte caem e admitirmos que a
afirmação é uma lei da natureza, queremos dizer que não há, não houve e não haverá
um corpo sem suporte que não caia. Nessa perspectiva, a “necessidade” de uma lei
consiste simplesmente no fato de não ter exceções.
Na perspectiva que temos agora de considerar, tudo o que se exige para haver leis na
natureza é a existência de constâncias de facto. No caso mais simples, a constância
consiste no fato de que eventos, ou propriedades, ou processos de diferentes tipos
estão invariavelmente associados entre si.

L23 Texto sobre lei da natureza (1)


Uma proposição expressa uma lei da natureza quando enuncia o que invariavelmente
acontece. Assim, se dissermos que corpos sem suporte caem e admitirmos que a
afirmação é uma lei da natureza, queremos dizer que não há, não houve e não haverá
um corpo sem suporte que não caia. Nessa perspectiva, a “necessidade” de uma lei
consiste simplesmente no fato de não ter exceções.
Na perspectiva que temos agora de considerar, tudo o que se exige para haver leis na
natureza é a existência de constâncias de facto. No caso mais simples, a constância
consiste no fato de que eventos, ou propriedades, ou processos de diferentes tipos
estão invariavelmente associados entre si.
L24: MAPA 1
Obs.: comentar.

L 25: Texto sobre lei da natureza (2)


Se considerarmos as leis da natureza como ordens de um ser superior, estamos a um
pequeno passo de creditarmos às leis da natureza a necessidade que pertence às leis
da lógica. E essa é de fato uma perspectiva que muitos filósofos sustentaram.
Tomaram por certo que uma proposição pode expressar uma lei da natureza somente
se exprimir que eventos ou propriedades de certo tipo estão necessariamente
conectados; e interpretaram essa conexão necessária como idêntica, ou
aproximadamente análoga, à necessidade com que a conclusão se segue das premissas
de um argumento dedutivo; como sendo, em suma, uma relação lógica. E isso lhes
permitiu chegar à estranha conclusão de que as leis da natureza podem, pelo menos
em princípio, ser estabelecidas independentemente da experiência: pois já que são
verdades puramente lógicas, têm de poder ser descobertas apenas com o uso da
razão.
L26: MAPA 2

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