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GRUPO DURA LEX

PESQUISA DOUTRINÁRIA E JURISPRUDENCIAL

1- É possível a apresentação do requerimento de efeito suspensivo antes da


interposição do recurso de apelação, no caso de sentença proferida e que não
tenha efeito suspensivo, nos termos do art. 1012, §1º?

O Código de Processo Civil não regulou nada sobre o pedido de efeito suspensivo
antes do protocolo da apelação, mas parte da doutrina entende ser possível usar por analogia a
logica da tutela antecipada antecedente (art. 303, Código de Processo Civil) para fazer a
petição simples pedindo o efeito suspensivo para o Tribunal e depois interpor a real apelação
nos 15 dias do prazo da apelação. Seria uma espécie de tutela antecipada antecedente recursal,
ou seja, um pedido suspensivo imediato, antes mesmo de se interpor apelação, ficando o
desembargador que julgar o requerimento feito por petição prevento para tanto.
Alias, um julgamento recente nesse sentido:

TUTELA ANTECIPADA ANTECEDENTE. SEGUNDA TURMA


RECURSAL DA FAZENDA PÚBLICA. LICENÇA ADOTANTE. ART.
303 DO CPC. ART. 1.012 DO CPC. EFEITO SUSPENSIVO. PEDIDO
ANTECIPATÓRIO DEFERIDO.

(TJ-RS - Tutela Antecipada Antecedente: 71009587411 RS, Relator: Daniel


Henrique Dummer, Data de Julgamento: 02/03/2021, Segunda Turma
Recursal da Fazenda Pública, Data de Publicação: 05/03/2021)

2-  Capítulos de sentença: definição, espécies de capítulos, capítulos e


recorribilidade;
Antes que sejam realizadas considerações sobre os respectivos temas, é preciso deixar
claro que a sentença é um ato do juiz, ou seja, um pronunciamento judicial. No direito em sua
maioria é tarefa da doutrina definir os institutos, sendo raro quando a lei o faz. No entanto, em
relação a sentença fora diferente, a legislação o fez, causando polemica e divergências.
O conceito dado no Código de Processo Civil de 73 era: sentença é o ato do juiz que
põe fim ao processo, definição essa que ao longo da história sofreu diversas críticas, sendo
uma da Professora Tereza Arruda Alvim: afirmava que o legislador não havia definido
sentença, nem seu conteúdo ou essência, apenas havia falado quando ela ocorre, não
explicando o que é, ou sua essência.
No ano de 2005, o legislador passou a permitir a execução da sentença no mesmo
processo na qual ela era proferida, não sendo mais preciso que se ajuizasse uma ação. Assim,
se tornou incongruente manter o conceito de sentença, aproveitando o legislador, para alterar
o artigo 162 §1º CPC/73.
O novo conceito passou a ser: “Sentença é o ato do juiz que sobre alguma das matérias
do art. 267 ou 269 do CPC/73”. A correspondência atual dos referidos artigos no Novo
Código de Processo Civil são os artigos 485 e 487.
Atualmente, como base no art. 203, §1º do Novo Código de Processo Civil, tem -se
que sentença é o ato do juiz que, tendo conteúdo do artigo 485 ou 487, põe fim ao processo.

Art. 203, CPC - Os pronunciamentos do juiz consistirão em sentenças, decisões


interlocutórias e despachos.
§ 1º Ressalvadas as disposições expressas dos procedimentos especiais, sentença é
o pronunciamento por meio do qual o juiz, com fundamento nos arts. 485  e 487  ,
põe fim à fase cognitiva do procedimento comum, bem como extingue a execução.

2.1 Teoria do capítulo de sentença

O capítulo da sentença vem sendo abordado com mais profundidade na doutrina


italiana, sendo destacada pelo Autores Giuseppe Chiovenda, Piero Calamandrei, Enrico Tulio
Liebman e Francesco Carnelutti e pelos brasileiros Candido José Dinamarco e José Carlos
Barbosa Moreira.

Candido José Dinamarco, chegou a escrever uma obra completa sobre tal tema. Nessa
obra, Dinamarco conceitua capítulo de sentença como:

[...] uma unidade elementar autônoma, no sentido de que cada um deles expressa
uma deliberação específica; cada uma dessas deliberações é distinta das contidas
nos demais capítulos e resulta da verificação de pressupostos próprios, que não
se confundem com os pressupostos das outras (DINAMARCO, 2002, p. 34).
Os capítulos de sentença são unidades autônomas do decisório da Sentença, e essas
unidades autônomas são compostas por cada um daqueles preceitos imperativos contidos no
dispositivo de Sentença.
Preceitos Imperativos são os comandos que o Juiz deu em cada parte do dispositivo da
Sentença. Quando o Juiz impõe uma condenação, por exemplo, ele está impondo um
comando, um Preceito Imperativo, e esse Preceito indica que eu tenho um Capítulo da
Sentença.
A Teoria dos Capítulos de Sentença pertencem à teoria da sentença e somente em
segundo plano, à teoria dos recursos. Contudo, é em matéria recursal que o assunto se
desenvolve de maneira mais incisiva.
Para o Professor Cândido Rangel Dinamarco a Sentença pode ser dividida em
capítulos por meio de vários critérios que variam de acordo com a utilidade. A partição pode
ser: (a) relativamente ao conteúdo da parte dispositiva da sentença; (b) das razões que são
utilizadas na fundamentação para se justificar o comando sentencial; (c) dos destinatários de
determinada fundamentação ou decisão, nos casos de litisconsórcio necessário ou facultativo;
(d) dos cumprimentos dos requisitos de admissibilidade e as questões de mérito; dentre tantos
outros.
O CPC não faz menção expressa ao termo “Capítulo de Sentença”, mas, o art. 1.002
do CPC, por exemplo, define que “A decisão pode ser impugnada no todo ou em parte”, o
que indica que as decisões podem ser divididas em capítulos, onde fica evidente que a parte
pode recorrer somente do capítulo que lhe interessar.
Dividindo a sentença em capítulos, é possível dizer que a análise dos capítulos é por
exemplo oportuna para decisões sobre admissibilidade do recurso especial e do recurso
extraordinário, observando a existência real ou não de prequestionamento de decisões.
Nem todos os capítulos podem constituir um processo autônomo, mas todos podem
originar interposição de apelação contra si pela parte sucumbente. Na realdiade brasileira,
então, podemos definir que o capítulo de sentença é uma possível divisão da decisão em seu
dispositivo, para separar onde estão os pedidos imediatos e onde estão os pedidos imediatos.

2. 2. CLASSIFICAÇÕES DOS CAPÍTULOS DE SENTENÇA


● Capítulos de mérito e capítulos processuais
Todo processo apresenta duas pretensões: aspira um provimento jurisdicional
favorável ao autor (pedido imediato) e obtenção bem da vida pretendido (pedido
imediato). A isso chamamos de estrutura bifronte da demanda.
Em uma sentença teremos também dois momentos: análise do pedido mediato e
análise do pedido imediato.
Na análise do pedido imediato temos o reconhecimento do direito do autor ao
provimento jurisdicional (admissibilidade). O juiz analisa as preliminares levantadas e
dá origem ao Capítulo Processual.
Na análise do pedido mediato temos a procedência ou não do direito do autor ao
bem da vida (julgamento de mérito). Cada um dos comandos emitidos pelo Juiz aqui
serão o Capítulo de Mérito. São Capítulos de Mérito os diversos itens que desdobram
o decisório e que se referem à distintas pretensões.
Os Capítulos de Mérito da sentença estão ligados aos Capítulos da Demanda, e o
Juiz deve decidir no limite do que foi demandado pelas partes (Princípio da
Congruência).

Art. 141, CPC/15 – O juiz decidirá o mérito nos limites propostos


pelas partes, sendo-lhe vedado conhecer de questões não suscitadas a
cujo respeito a lei exige iniciativa da parte.

Para o professor Barbosa Moreira, as sentenças que se decompõem em capítulos


são sentenças objetivamente complexas, e os vários capítulos de mérito podem ser
considerados uma cumulação de sentenças proferidas em diversas etapas de um
mesmo processo. Exemplo de cumulação: aditar novos pedidos à petição inicial. A
cada pedido cumulado, corresponderá um capítulo da sentença.
Tambem podemos observar que um único pedido pode originar dois ou mais
capítulos de sentença, como, por exemplo, em casos em que há pluralidade de partes
em litisconsórcio.
Para Dinamarco, havendo pluralidade de preliminares extintivas, mesmo
existindo um cúmulo na solução de questões, haverá apenas um único capítulo
processual, porque o preceito decisório será apenas um (extinção do processo por falta
de pressuposto ou afirmando a existência dos pressupostos).

● Capítulos homogêneos e heterogêneos


Quando uma sentença possui apenas capítulos de julgamento de mérito ou
apenas capítulos processuais, teremos capítulos Homogêneos. Consequentemente, a
decisão será homogênea.
Já quando a sentença apresentar capítulos de mérito e capítulos processuais,
teremos o que denominamos de capítulos Heterogêneos.
Raramente encontraremos capítulos exclusivamente processuais, pois sempre
haverá ao menos um capítulo de mérito na Sentença (sobre custas processuais).

● Capítulos independentes, dependentes e condicionantes


Dinamarco prevê que haverá casos em que constataremos uma subordinação
entre capítulos de sentença. O capítulo que influencia outros capítulos, é o que
chamamos de capítulos condicionantes. O capítulo que é influenciado é o que
chamamos de capítulo dependente.

Essa dependência pode ser vista em todos os casos nos quais se


apresente uma relação de prejudicialidade entre duas pretensões, de
maneira que o julgamento de uma delas (prejudicial) determinará o
teor do julgamento da outra (prejudicada) – como sucede quanto aos
juros, que constituem uma obrigação acessória e cuja existência, por
isso, fica a priori excluída quando o principal não for devido. O
mesmo vínculo existe entre os capítulos que dispõem sobre a
pretensão à rescisão contratual e sobre a pretensão à restituição da
coisa que fora objeto do contrato rescindendo, ficando prejudicada a
segunda em caso de rejeição da primeira; o mesmo, ainda, na
demanda de proteção possessória, cumulada com pedido de
indenização, sendo a primeira prejudicial em relação à segunda1.

Então, quando um pedido prejudicial é julgado improcedente, um segundo fica


prejudicado, e também é julgado improcedente. É um julgamento condicionante.
Quando a prejudicialidade é de mérito, ela pode ser lógica (exige que o
pronunciamento de um pedido seja precedente para o pronunciamente seguinte), ou
jurídica (caracterizada por ter juízo de natureza igual para ambas as pretensões). Um
exemplo de prejudicialidade entre capítulos de mérito é na proteção possessória, que é
prejudicial ao pedido de indenização aos prejuízos da violação de posse.
O capítulo que dispõe sobre as custas do processo geralmente é capítulo
dependente do principal, pois se trata de sucumbência imposta à parte vencida.

● Capítulos principais e capítulos acessórios


Principais são os que não precisam de outros capítulos para produzir seus
efeitos.

1 DINAMARCO, Cândido Rangel. Capítulos de sentença. 6. ed. São Paulo: Malheiros, 2014. p. 47-48.
Os acessórios são os que dependem da existência do capítulo principal.
Exemplo: honorários advocatícios e correção monetária.

● Capítulos derivados da Decomposição do Objeto do Processo


o Resultante da cisão quantitativa do pedido
Há quem não concorde com essa classificação de capítulos. Relaciona-se
com objetos do processo que são suscetíveis de contagem, de medição,
quantificação. É como a divisão do Direito Civil entre Fungíveis e Indivisíveis.
o Resultante da cisão jurídica do pedido
O fracionamento da ação ocorre quando o juiz dá um provimento de
natureza jurídica diversa do pedido pelo autor. Por exemplo, o autor pede uma
condenação, e o juiz, entendendo ilegitimidade de parte, emite declaração
sobre o direito ao bem da vida. Um capítulo então falará sobre a carência da
ação (mérito) e outro declara a inexistência do direito (processual).
Em caso de sentença que apenas julga o pedido improcedente, somente
teremos a declaração de obrigação inexistente, mas nenhuma apreciação de
valor.
o Resultante de litisconsórcio
No cúmulo subjetivo de demandas, a divisão da sentença será passível de
ocorrer em caso de litisconsórcio não-unitário. Temos a pretensão do autor
(litisconsórcio ativo) ou do réu (litisconsórcio passivo) em tantas partes iguais
quanto forem os litisconsortes. Haverá capítulos autônomos, cada qual com sua
decisão para cada litisconsorte.
No litisconsórcio não existirá porque haverá só um comando para todos,
não apresentando-se divisão da sentença.

● A TEORIA DOS CAPÍTULOS DE SENTENÇA NA TEORIA DOS RECURSOS


A Teoria dos Capítulos foi primeiro explorada nos Recursos.
O Recurso Parcial deriva da presença de certos capítulos que são irrecorríveis
por vedação normativa ou em função do interesse e da legitimidade do recorrente.
Quando houver capítulos favoráveis e capítulos favoráveis ao Recorrente em uma
mesma Sentença, a Apelação será sempre parcial.
Quanto à devolutividade, sabemos que ficam excluídos da apreciação do tribunal
capítulos não impugnados em uma Apelação. Nos casos em que se aplica a teoria da
causa madura (quando o Juiz percebe que não há mais instrução a se realizar e profere
decisão de mérito), o Tribunal fica autorizado a decidir o mérito além dos capítulos
recorrido.
Quando for capítulos heterogêneos, o recurso contra o capítulo de mérito não
obsta a devolução de matérias processuais que não dependem de argüição da parte e
podem ser observadas pelo juiz (no caso, matérias de ordem pública que não estão
sujeitas a preclusão). Decisão que acolhe preliminar de extinção de ofício não pode
atingir outro capítulo de mérito que tenha sido omitido no recurso (acobertado por
coisa julgada).
Se houverem matérias sujeitas a apelação que tenham efeito suspensivo ope legis
e matérias com eficácia apenas devolutiva, os efeitos devem ser cindidos conforme os
capítulos de sentença que forem objeto de impugnação. Exemplo: capítulo de mérito e
capítulo sobre tutela provisória – a tutela provisória terá efeito devolutivo, e o resto,
efeito suspensivo automático de Apelação.
Dinamarco destaca o Recurso Adesivo ainda como uma resultante da Teoria dos
Capítulos de Sentença. Quando lemos “vencidos autor e réu” é coerente quando
analisada formalmente perante a sentença que consta. Temos um capítulo em que o
autor é vencido e outro onde o réu é vencido. Quando o apelado não interpõe a
modalidade adesiva em seu próprio recurso, dá origem ao transito em julgado do
capítulo não recorrido.
Atente-se ao transito em julgado de diversos capítulos de uma mesma sentença,
que podem se dar em ocasiões diferentes. Alguns podem transitar em julgado antes por
não terem sido objeto de nenhum Recurso. Ou transitam em julgado por serem
irrecorríveis, enquanto outros são recorríveis. Há também as situações de datas
diferentes, considerando a intimação de cada parte.
A Teoria se aplica ao Recurso Extraordinário e ao Recurso Especial da mesma
forma que se aplica aos demais Recursos, apenas com a devida observação aos seus
fundamentos constitucionais no quesito admissibilidade.
Temos também a aplicação da teoria na Ação Rescisória. Nas palavras de
Dinamarco “o tribunal deverá julgar a ação rescisória nos limites objetivos e
subjetivos da demanda da rescisão, sendo-lhe vedado ir além ou fora do pedido, tanto
quanto sucede nos recursos”. Na rescisória parcial, se o tribunal extrapolar algum
capítulo favorável ao autor, acabará por impor um ônus correspondente a reformatio
in pejus, o que leva o réu a deduzir esse pedido em reconvenção. A única exceção na
Ação Rescisória na aplicação da teoria, é quanto aos prazos. Se a sentença tiver dois
ou mais capítulos, o prazo para rescisão somente correrá com o transito em julgado da
última decisão proferida no processo, em relação a todos os capítulos.
Por fim, temos a aplicação da Teoria na fase de Cumprimento de Sentença. Cada
capítulo deverá cumprir-se de acordo com a devida medida executiva, exceto se forem
todos pela mesma medida executiva.

JURISPRUDÊNCIA – TEORIA DOS CAPÍTULOS DE SENTENÇA

AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. RECURSO CONTRA DECISÃO QUE APLICA A
SISTEMÁTICA DA REPERCUSSÃO GERAL NA ORIGEM.
IMPOSSIBILIDADE. PRECEDENTES. NECESSIDADE DE
REEXAME DA LEI INFRACONSTITUCIONAL. INVIABILIDADE.
REANÁLISE DOS FATOS E PROVAS DOS AUTOS. SÚMULA 279
DO STF. VIOLAÇÃO AO PRINCÍPIO DA RESERVA DE PLENÁRIO.
INEXISTÊNCIA. MERA INTERPRETAÇÃO DA LEI FRENTE AO
CASO CONCRETO PELA INSTÂNCIA DE ORIGEM.
PRECEDENTES. 1. Ao proceder ao juízo de admissibilidade de
recurso extraordinário com capítulos independentes e autônomos, o
Tribunal de origem aplicou precedente formado sob o rito da
repercussão geral para algumas questões e óbices de outra natureza
para os demais pontos. 2. As decisões de admissibilidade com esse
perfil têm sido apelidadas de “mistas” (ou “complexas”). 3. Tais
decisões comportam duas espécies de recursos: agravo interno
quanto às matérias decididas com base em precedente produzido sob
o rito da repercussão geral (CPC, art. 1.030, § 2º); e agravo do art.
544 do CPC/1973 ou do art. 1.042 do CPC/2015 (a depender do
momento em que publicada a decisão agravada) quanto aos
aspectos resolvidos por outros tipos de fundamentos. 4. Não há
previsão legal de recurso para o SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL
contra a parte da decisão do Juízo de origem que aplicou a
sistemática da repercussão geral (Pleno, AG.REG. NO RECURSO
EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 994.469, Relatora: Min.
CÁRMEN LÚCIA (Presidente), DJe de 14/3/2017). 5. Embora
admissível quanto aos demais óbices, o agravo não merece prosperar.
A reforma do julgado recorrido impõe o exame de legislação
infraconstitucional e o revolvimento do conjunto fáticoprobatório dos
autos, o que é estranho ao âmbito de cognição do recurso
extraordinário, conforme a Súmula 279/STF. 6. O Tribunal de origem
apenas interpretou e aplicou a legislação ordinária pertinente de
acordo com o caso concreto, não havendo infração ao art. 97 da CF
ou à Súmula Vinculante 10. 7. Agravo interno a que se nega
provimento. Fixam-se honorários advocatícios adicionais
equivalentes a 10% (dez por cento) do valor a esse título arbitrado
nas instâncias ordinárias (CPC/2015, art. 85, § 11). (Agravo
Regimental no Recurso Extraordinário com Agravo nº 1.017.409,
Relator: Min. Alexandre de Moraes, Primeira Turma, julgado em
27/10/2017, publicado em 14/11/2017) (grifo nosso)

AGRAVO INTERNO. RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM


AGRAVO. CONTRIBUIÇÃO PREVIDENCIÁRIA PATRONAL. 1.
Merece reconsideração a devolução do presente recurso ao Tribunal
de origem para a aplicação do Tema 20 da repercussão geral pelos
seguintes motivos: 1.1. Em relação a dois capítulos autônomos do
recurso extraordinário (incidência da contribuição sobre (I) quinze
primeiros dias de auxíliodoença e (II) aviso prévio indenizado), o
Tema 20 não se mostra pertinente, pois (a) não cabe recurso para o
SUPREMO quanto a tais questões, vez que resolvidas na origem por
precedentes de repercussão geral e (b) os Temas 482 e 759 tratam
especificamente dessas parcelas. 1.2. Quanto à incidência da
contribuição previdenciária patronal sobre o terço constitucional de
férias, a aplicação do Tema 20 da repercussão geral merece maior
reflexão, pois há pronunciamentos recentes desta CORTE em
sentidos contraditórios (a favor da incidência = RE 1066730 AgR,
Relator(a): Min. DIAS TOFFOLI, Segunda Turma, DJe 18-12-2017;
no sentido do caráter infraconstitucional da questão = ARE 1000407
ED, Relator(a): Min. ROSA WEBER, Dje de 07/12/2017, RE 960556
AgR, Relator(a): Min. EDSON FACHIN, Primeira Turma, DJe 21-11-
2016). 2. Agravo regimental a que se dá provimento, para que o
Relator analise o agravo interposto pela União. (Agravo Regimental
no Recurso Extraordinário com Agravo nº 1.032.421, Relator: Min.
Marco Aurélio, Relator p/ Acórdão: Min. Alexandre de 48 Moraes,
Primeira Turma, julgado em 14/11/2017, publicado em 16/02/2018)
(grifo nosso).

Bibliografia:

BONÍCIO, Marcelo José Magalhães. Capítulos de sentença e efeitos dos recursos. São
Paulo: RCS Editora, 2006

DINAMARCO, Cândido Rangel. Capítulos de sentença. 1ª.ed. 2ª. Tiragem. São Paulo:


Malheiros, 2004.

EIRAS, Guilherme Augusto Vezaro. Capítulos de sentença e sua repercussão no sistema


recursal e na ação rescisória. Trabalho de Conclusão de Curso apresentado como requisito
parcial à obtenção do grau de Bacharel em Direito, da Universidade Federal do Paraná. 2011.
Acesso em:
https://acervodigital.ufpr.br/bitstream/handle/1884/31450/1500%20GUILHERME
%20AUGUSTO%20VEZARO%20EIRAS.pdf?sequence=1&isAllowed=y
SOUZA, Ricardo Gomes Sérgio. A teoria dos capítulos de sentença e a sua abordagem no
Código de Processo Civil de 2015. 2018. Monografia apresentada ao Curso de Pós-
Graduação Lato Sensu em Direito Processual Civil: O Novo CPC, oferecido pela
Universidade Federal de Mato Grosso, como requisito parcial à obtenção do título de
Especialista em Direito Processual Civil. Acesso em:
https://bdm.ufmt.br/bitstream/1/1605/1/TCCP_2018_Ricardo%20Gomes%20S
%c3%a9rgio%20Souza.pdf

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