Fatores Humanos que influenciam na geração da

energia fotovoltaica.

Como já vimos no artigo - Fatores que influenciam no sistema fotovoltaico

– existem fatores que podem ser controlados afim de otimizar a geração da
energia elétrica solar, esses fatores foram categorizados como Fatores
Humanos. Nesse artigo iremos dissertar sobre cada um deles para que
possamos compreender ainda mais como funciona o sistema fotovoltaico.

Fatores Humanos:

Perceberemos que todos os pontos aqui listados já estão estabelecidos ou

podem ser alterado pelo fator homem.

SOMBREAMENTO ESTRUTURAL

Toda e qualquer sombra gerada por alguma estrutura, equipamento ou item

que esteja sobre as placas fotovoltaica. Toda sombra que estiver sobre as
placas solares irá reduzir o rendimento delas, pois a diminuição da
intensidade da irradiação solar reduz o efeito fotoelétrico do sistema.
Portanto, um bom projeto deve identificar se em algum momento no
decorrer do ano, alguma sobra irá ser projetado sobre as placas do mesmo.

POTÊNCIA DAS PLACAS

A potência das placas é um dos principais fatores que influenciam no
sistema fotovoltaico. O seu cálculo está diretamente ligado a quantidade
delas e a vários outros fatores, o que torna a escolha da potência um ponto
importante na elaboração de um bom projeto fotovoltaico. Logicamente,
quanto maior a potência das placas, maior será a geração do sistema.

A placa fotovoltaica sempre terá o datasheet (folha de dados)

correspondente ao modelo escolhido, este é disponibilizado pelo fabricante.
Nele constará todas as informações necessárias que permitem analisar o
comportamento da mesma sob influência da irradiação solar.

TIPO DE INVERSORES

Existem 4 principais tipos de inversores, cada um com as suas

características que se destacam em situações diferentes, são eles: o Grid-tie
ou On-grid, o Off-grid, o Hibrido e o Micro inversor. A escolha do inversor
terá influência não só no rendimento do sistema como também determina a
configuração de instalação do mesmo. Este equipamento é o cérebro do
sistema, é ele quem transforma a corrente continua gerada pelas placas em
corrente alternada, portanto quando bem escolhido e dimensionado
otimizará bastante a geração de energia elétrica fotovoltaica.

INCLINAÇÃO E ORIENTAÇÃO DAS PLACAS

A inclinação e orientação das placas também é outro fator determinante na
otimização do sistema fotovoltaico. No Brasil, a orientação que traz mais
eficiência ao sistema é a Norte, pois é nesta posição que o sol fica mais
tempo perpendicular com as placas durante o ano, ou seja, é o sentido que
as placas fotovoltaicas passam mais tempo sob a influência da irradiação
solar.

A inclinação também tem o seu papel na eficiência do sistema, pois

pensando na perpendicularidade com o sol, a inclinação ideal das placas é
aproximadamente a mesma que a latitude da localização de instalação do
sistema. Pois é na linha do equador, latitude zero, que o planeta tem um de
seus maiores índices de irradiação solar e a inclinação serve para
compensar a diferença de latitude entre eles.

LIMPEZA DAS PLACAS

Tudo que atrapalhe a chegada dos raios solares até as placas irá prejudicar
na geração da energia fotovoltaica, como por exemplo: poeira, excrementos
de aves, folhas, entre outros. Portanto, as placas devem permanecer o maior
tempo possível limpas, caso contrário, a eficiência do sistema irá cair
muito.

MISMATCHING

Traduzindo do inglês, Mismatching significa Incompatibilidade. Toda nova

placa fotovoltaica que é fabricada, sai da sua linha de montagem com uma
pequena diferença no valor real da sua potência nominal. Assim, quando as
mesmas são associadas em uma string, o valor da potência nominal dessa
string é nivelado pela a menor potência das placas, reduzindo a eficiência
total do sistema. Assim, pode-se dizer que houve uma incompatibilidade
(mismatching) das potências das placas da string.

Para ficar mais claro, vamos ao exemplo:

Imagine que um sistema fotovoltaico instalado em um determinado local

tenha uma string (sequência em série) de 4 placas de 300Wp. Porém, como
visto anteriormente, as placas saem da fábrica com um valor nominal de
potência um pouco diferente do datasheet.

Placa 1→298Wp // Placa 2→297Wp // Placa 3→299Wp // Placa

4→296Wp

Assim, devido ao mismatching, o total das potências será a multiplicação

do nº de placas pela menor potência delas (4 x 296 = 1.184Wp). Caso não
houvesse o mismatching o total das potencias seria o somatório de cada
uma delas (298 + 297 + 299 + 296 = 1.190Wp). Essa pequena diferença
(1.190 – 1.184 = 6) torna-se maior quando o número de placas aumenta e a
mesma ainda pode se somar a vários outros fatores que reduzem a
eficiência do sistema fotovoltaico, diminuindo assim a eficiência de todo o
sistema.

EFICIÊNCIA DAS PLACAS

A eficiência determina quanto uma placa fotovoltaica pode gerar de energia
quando submetido as condições máximas de trabalho. Ao ser fabricada,
toda placa fotovoltaica é testada em condições especiais para determinar a
sua eficiência energética. O seu valor, que pode ser encontrado no
datasheet ou folha de dados das placas, tem sido aprimorado no decorrer
dos anos devido a evolução tecnológica do setor fotovoltaico. Como efeito
sob o sistema fotovoltaico, quanto maior for a eficiência das placas,
logicamente, maior será a eficiência desse sistema.

CONSUMO ELÉTRICO

O consumo elétrico é o primeiro fator que é utilizado para dimensionar um

sistema fotovoltaico, o tamanho deste depende do consumo do imóvel. Ele
é também um dos fatores mais voláteis que se encontra no grupo dos
Fatores Humano, pois o consumo de energia elétrica de um imóvel pode
mudar por diversos motivos.

Se o novo usuário do sistema fotovoltaico passar a consumir mais energia

só porque reduziu o custo da sua conta de luz, o valor desta irá aumentar e
isso pode passar a falsa impressão de que o sistema foi mal dimensionado.
Porém, se o mesmo reduzir muito o seu consumo neste mesmo imóvel,
haverá um excesso de crédito na concessionária, o que também passará a
falsa impressão de um mau dimensionamento.
Portanto, este fator precisa ser bem detalhado para o novo usuário afim de
evitar futuros desentendimentos.

TIPO DE TELHADO

Quando o futuro usuário do sistema fotovoltaico não dispõe de um espaço

em terra para instalar o seu sistema, o telhado do imóvel torna-se o local
mais bem avaliado para instalação do mesmo. O telhado tem as condições
ideais para ser o local onde ficará o sistema fotovoltaico, o que o torna a
segunda opção é a sua limitação de espaço e o acesso ao mesmo que é
dificultoso.

Dependendo do modelo das telhas do telhado, a estrutura que sustentará as

placas do sistema irá variar, fazendo assim com que esse fator tenha
impacto direto no preço final da aquisição do sistema fotovoltaico.

ÁREA DISPONÍVEL

A área disponível para instalação do sistema influencia diretamente na

geração de energia do mesmo. Logicamente, quanto maior a área para
posicionar as placas fotovoltaicas, mais potente será o sistema. Porém, vale
ressaltar que a mesma deve ser útil, ou seja, deve estar sob influência plena
da irradiação solar.

DEGRADAÇÃO DAS PLACAS

Assim como qualquer equipamento, as placas fotovoltaicas se degradam
com o passar do tempo, o que faz com que elas percam a sua eficiência ano
a ano. Esta degradação tem uma taxa média de 0,8% ao ano, isso significa
que após 25 anos de uso, a mesma ainda tenha uma eficiência de 80% em
plena carga.

Assim, podemos concluir que com o passar dos anos, a geração de energia
elétrica fotovoltaica sofrerá uma pequena redução, porém, mesmo com essa
pequena característica negativa, o impacto no retorno financeiro do
investimento é muito pequeno quando comparado com todo os benefícios
por ele gerado.

TAXA MÍNIMA

Quando um sistema tem a configuração on-grid, ou seja, quando o mesmo

é conectado a rede da distribuidora, existe a obrigação do pagamento da
taxa mínima, esta funciona como cobrança pelo uso da rede. O valor dessa
taxa mínima varia conforme a quantidade de fases que chegam ao imóvel e
se a mesma é de alta ou baixa tensão.

Se a conta estiver enquadrada em Alta Tensão a mesma contemplará a sua

nova Demanda Contratada. Já as contas que se enquadram em Baixa
Tensão contemplarão conforme a classificação fásica da rede, são elas:
 Monofásico → Pagará no mínimo 30kW.h por mês;

Bifásico → Pagará no mínimo 50kW.h por mês;

Trifásico → Pagará no mínimo 100kW.h por mês.

Assim, dependendo qual a taxa mínima do imóvel, o sistema fotovoltaico

terá dimensionamentos diferentes, o que impactará diretamente no retorno
do investimento.

GARANTIAS

As garantias dadas pelos fabricantes dos equipamentos é um fator

determinante para elaboração de um projeto fotovoltaico rentável.
Equipamentos que contém garantias pequenas estão mais propícios a
substituições, onde, caso esse equipamento venha a falhar após a sua
garantia, será necessária a aquisição de um novo equipamento. Este fato irá
reduzir o retorno do investimento.

Conclusão.

Assim, podemos perceber mais detalhadamente, que todos os fatores

listados acima, podem ser manipulados de uma forma que permita ao novo
usuário do sistema fotovoltaico usufruir ao máximo da potência do seu
sistema, aumentando bastante o retorno do seu investimento.