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A tradição Semita e a Cabala Luriânica
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A tradição Semita e a Cabala Luriânica

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Num universo de nove livros publicados, o autor visa explicitar de forma amistosa, a influência da tradição semita na cultura latino-americana. Onde todos em maior ou menor grau, temos ascendência semita, mais especificamente judaica ou árabe. E assim retroceder na história dos nossos ancestrais visando constela-los e assim poder iluminá-los. O ser humano que tem um passado automaticamente tem um presente e pode construir um futuro, mas quando esquecemos o nosso passado, passamos a ser um povo sem memória e assim sujeito a influência de outros povos totalmente alienados aos nossos valores nacionais. Como é o caso da influência da cultura anglo-saxônica que procura de todas as formas achincalhar a nossa ancestralidade semita. E inventar um passado segundo os conceitos deles e não nossos, eis a soberania e autodeterminação dos povos. Quando inicio com a história dos Hebreus que vagaram durante 40 anos, no tempo do Tabernáculo, com o profeta Moisés como nossa luz e assim temos os fundamentos da atual bíblia, que infelizmente foi adulterada pelos nossos tradutores traidores. Espero assim resgatar um pouco dessa dignidade humana e trazer a verdade de cada um de nós, o coletivo amoroso, no tempo do Terceiro Templo.
LanguagePortuguês
PublisherViseu
Release dateDec 19, 2022
ISBN9786525434681
A tradição Semita e a Cabala Luriânica

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    A tradição Semita e a Cabala Luriânica - Osvanil Luiz de Oliveira

    1

    História dos Hebreus

    (Sefer Yetzira)

    Parte 1 – Antiguidades judaicas

    Livro 1 – Criação do mundo. Adão e Eva – Dilúvio e Morte de Isaque (Abraão)

    Livro 2 – Partilha entre Esaú e Jacó – Moisés e Mar Vermelho (Pessach)

    Livro 3 – Os israelitas no Monte Sinai (Moisés) e a terra de Canaã (Palestina)

    Livro 4 – Murmuração contra Moisés e Aarão, sumo sacerdócio e Josué, guia.

    Livro 5 – Tomada de Jericó, História de Rute e Nascimento de Samuel

    Livro 6 – Arca da Aliança nas mãos dos filisteus. Rei Saul e morte de Samuel

    Livro 7 – Rei Davi e tomada de Jerusalém. Rei Salomão e o Primeiro Templo

    Livro 8 – Morte de Salomão e as dez tribos o abandonam. As duas tribos restantes

    Livro 9 – Profeta Jonas. Rei da Assíria toma Samaria e o rei Oseias, escravo

    Livro 10 – Profeta Isaías – Nabucodonosor toma Jerusalém e Profeta Daniel

    Livro 11 – Ciro, rei da Pérsia, reconstrói Jerusalém. Alexandre, o Grande

    Livro 12 – Ptolomeu, senhor de Jerusalém e o templo de Gerizim, Júpiter grego

    Livro 13 – Seita dos fariseus, saduceus e essênios

    Livro 14 – Cesar é morto no Capitólio por Cássio e Bruto – Rei Herodes (Sósio)

    Livro 15 – Construção de Cesareia em honra de Augusto. O Segundo Templo

    Livro 16 – O Rei Herodes e o sepulcro do Rei Davi e Deus o castiga...

    Livro 17 – Rei Herodes, sua irmã Salomé e o Imperador Augusto

    Livro 18 – Herodes, o tetratarca constrói Tiberíades, nascimento de Jesus...

    Livro 19 – Loucuras do Imperador Caio Calígula e Cláudio Imperador

    Livro 20 – Morte de Herodes e o Imperador Nero, Floro da Judeia...

    Parte 2 – Guerra dos judeus contra os romanos

    Livro 1 – César é morto no Capitólio por Cássio e Bruto – Rei Herodes (Sósio)

    Livro 2 – Loucuras do Imperador Caio Calígula

    Livro 3 – Nero e Vespasiano fazem guerra aos judeus

    Livro 4 – Vespasiano manda Tito, seu filho, sitiar Giscala, a divisão dos judeus

    Livro 5 – Horrível carestia aflige Jerusalém; crueldade de sírios e árabes

    Livro 6 – Fortaleza Antônia destruída e Tito entra no Santuário

    Livro 7 – Tito manda destruir Jerusalém até os alicerces; Massada

    Parte 3 – Resposta de Flávio Josefo a Ápio

    Livro 1 – Fenícios, gregos, egípcios, babilônios, caldeus e Manetom, o egípcio

    Livro 2 – Início da resposta de Ápio e que Moisés era egípcio (Alexandria)

    Livro Único – Martírio do sumo sacerdote Eleazar e dos macabeus

    Livro Único – Imperador Calígula quis colocar sua estátua no Templo de Jerusalém

    Fonte: Josefo (1995).

    Eis uma sinopse de como o mundo ocidental judaico-cristão escreveu a história do povo hebreu, uma raça asiática e oriental, supostamente à luz de Flávio Josefo, judeu romano e historiador da época. E o Estado de Israel Hoje!

    No princípio, Deus criou o céu e a Terra, mas a Terra não era visível porque estava coberta de trevas espessas, e o Espírito de Deus adejava por cima dela. Deus ordenou em seguida que se fizesse a luz, e a luz apareceu imediatamente. Depois de ter considerado essa massa, Deus separou a luz das trevas. Às trevas chamou noite, e à luz, dia, dando ao começo do dia o nome de manhã, e ao fim do dia de tarde. Foi ao primeiro dia que Moisés chamou um dia, e não o primeiro dia, por razoes que eu poderia explicar. Eis a dualidade samsárica (sânscrito), das trevas e da luz, a Unidade assim o fez (JOSEFO, 1995, p. 75).

    Moisés fala ainda mais particularmente da criação do homem. Ele diz que Deus tomou o pó da terra, fez o homem e, com a alma, inspirou nele o espírito e a vida. Ele acrescenta que esse homem foi chamado Adão, que em hebreu significa ruivo, porque a terra de que ele foi formado era dessa cor, que é a cor da terra natural, à qual se pode chamar virgem (JOSEFO, 1995, p. 76).

    Em seguida, Moisés narra como Deus plantou do lado do Oriente (leste ou nascer do sol) um jardim exuberante e aprazível, onde pôs todas as espécies de plantas, entre elas duas árvores, uma das quais era a árvore da vida e a outra, a da ciência, que ensinava a discernir o bem do mal. Ele colocou Adão e Eva nesse jardim e mandou que cultivassem as plantas. O jardim era regado por um grande rio, que o rodeava completamente e se dividia em quatro outros. O primeiro desses, chamado Pisom, que significa plenitude, e ao qual os gregos chamam Ganges, corre para a Índia e desemboca no mar. O segundo, chamado Eufrates e Fora, significa dispersão ou flor, e o terceiro, Tigre ou Diglath, que significa estreito e rápido, ambos desembocam no mar Vermelho (Pessach), criando o que se conhece como Mesopotâmia, literalmente terra entre rios. O quarto, de nome Giom, que significa que vem do Oriente, é chamado Nilo pelos gregos e atravessa todo o Egito (JOSEFO, 1995, p. 76).

    Fonte: .

    Mapa Descrição gerada automaticamente

    Fonte: <https://www.youtube.com/watch?v=p052RweooLs>.

    Ainda pela pena de Josefo (1995, p. 76-77), Deus ordenou a Adão e Eva (adamitas) que comessem de todos os frutos, mas proibiu-lhes de tocar no da ciência, avisando-os que morreriam se o comessem. Havia, naquele então, harmonia entre todos os animais, e a serpente (andonitas) estava muito acostumada com Adão e Eva. Mas como sua malícia a fizesse invejar a felicidade de que ambos desfrutariam se observassem a ordem de Deus e a julgassem que, ao contrário, eles seriam vítimas de todas as desgraças se desobedecessem, tratou de persuadir Eva a comer do fruto proibido. Para melhor induzi-la à mentira, disse-lhe que o fruto continha uma virtude secreta, que dava o conhecimento do bem e do mal, e que se ela e o marido o comessem, seriam logo tão felizes como Deus. Assim, a serpente (anjos caídos, Lilith) enganou a mulher, e esta desprezou a Ordem divina (Elohim QBL-72). Ora, como era verdade que o fruto dava grandíssimo discernimento, eles logo perceberam que estavam nus e disso se envergonharam. Então se valeram de folhas de figueira para cobrir-se, julgando-se mais felizes do que antes, porque agora conheciam o que até então haviam ignorado. Por isso Deus, para castigar Adão por assim se ter deixado vencer, declarou que a terra não produziria mais frutos, a não ser para aqueles que a cultivassem com o suor do rosto, e, mesmo assim, não daria tudo (bolsa de valores Wall Street, Samsara-Karma) o que dela se poderia desejar. Castigou também Eva, estabelecendo que, por se haver deixado enganar pela serpente e atraído todos aqueles males sobre o marido, ela teria filhos com dor e sofrimento. E, para castigar a serpente por sua malícia, condenou-a a rastejar pela terra, declarado que ela seria inimiga do homem (humanidade). Depois que Deus impôs a todos o devido castigo, expulsou Adão e Eva do jardim.

    Jardim do Éden e seus frutos

    Seria demasiado longo discorrer sobre todos os filhos de Adão (antropologia física e cultural), por isso Josefo (1995, p. 79) resume-se a falar de um deles, Sete. Educado por seu pai, deu-se com afeto à virtude; deixou filhos semelhantes a ele, que permaneceriam em sua terra, onde viveriam felizes e em perfeita união. Deve-se a seu espírito e a seu trabalho a ciência dos astros (astrologia, mãe da astronomia moderna). Como seus filhos haviam sido avisados por Adão que o mundo pereceria pela água (dilúvio) e pelo fogo (bombas atômicas), o medo de que essa ciência se perdesse antes que os homens a aprendessem os levou a construir duas colunas, uma de tijolos e outra de pedras; sobre elas gravaram os conhecimentos que possuíam. Se um dilúvio destruísse a coluna de tijolos, ficaria a de pedras, para conservar à posteridade a memória daquilo que havia sido escrito. A previdência resultou-lhes bem, e afirma-se que a coluna de pedras pode ser vista ainda hoje, na Síria (norte de Israel, 1948).

    A multidimensionalidade (T) na linearidade temporal (t)

    O Sêfer Ietsirá trata das origens do Universo, contém os ensinamentos divinos que permitem aos iniciados transformar pensamento em realidade, letras e números em energia e a energia em matéria; é o livro da genética do Universo. Tal fato causa uma inquietação considerável no homem contemporâneo, tão acostumado ao ceticismo da atualidade tridimensional (t). A edição brasileira é especial, primeiro, por ser comentada por uma das personalidades mais brilhantes que o século XX produziu: o Rabino Aryeh Kaplan, mestre que conseguiu ser cientista sem perder a fé e místico sem perder a racionalidade. Ele não apenas demonstrou conhecimento, mas mostrou uma coragem extraordinária ao tornar acessível ao público leigo textos ocultos da Cabala, quebrando tradições que ocultavam essa ciência sob a superstição. Com o Sêfer Ietsirá inicia-se de fato o estudo da ciência cabalística; trata-se do primeiro livro da Cabala e necessita de pré-requisitos para ser aprendido. Destacam-se sete considerados essenciais: (i) equilíbrio emocional, (ii) inteligência normal, (iii) persistência, (iv) determinação, (v) tranquilidade para esperar os resultados, (vi) merecimento (que pode ser adquirido pela caridade e reza), e que (vii) seja ferramenta de estudo de, no mínimo, duas pessoas, já que, por conta dos efeitos das meditações, o praticante solitário pode, em dado momento, perder a noção do que é realidade (meditação clássica) e imaginação (meditação guiada) (KAPLAN, 2018, p. 15-16).

    Os primeiros comentários sobre o Sêfer Ietsirá foram escritos no século X, e o texto em si é citado como sendo do século VI. Referências ao trabalho aparecem já no século I, enquanto a tradição indica que ele exista desde os tempos bíblicos; depende-se da tradição no que se refere a sua autoria. O sentido da obra é igualmente um mistério; é apenas por meio da análise mais cuidadosa na literatura bíblica e talmúdica que seu significado começa a ser compreendido. Há muitas interpretações acerca do Sêfer Ietsirá. Seus primeiros comentadores tentaram interpretá-lo como um tratado filosófico, mas tais esforços lançaram mais luz sobre seus próprios sistemas do que sobre o texto propriamente dito. O mesmo dos esforços para fazê-lo caber no sistema do Zohar ou dos cabalistas posteriores. Em geral, a Cabala apresenta-se dividida em três categorias: (i) teórica, (ii) meditativa e (iii) mágica. A Cabala teórica, baseada no Zohar 25, trata da dinâmica do domínio espiritual, especialmente os mundos das sefirot, almas e anjos (elohim). Esse ramo alcançou seu ápice nos escritos da Escola de Safed, no século XVI. A Cabala meditativa trata do uso de nomes divinos, permutações de letras e métodos similares para alcançar estados superiores de consciência (parapsicologia). Assim entendido, compreende um tipo de yoga (Índia). Alguns de seus métodos experimentaram um breve renascimento em meados do século XVIII, com o surgimento do Movimento Chassídico (Rabino Israel Bem Eliezer ou Baal Shem Tov, ainda no XVIII, e Rabino Menahem Mendel de Kotzk, conceito de tikun olam, já no século XIX, e o Movimento Chabad-Lubavitch, o Rebe). A terceira categoria da Cabala, a mágica (não ilusionismo óptico), está intimamente relacionada à meditativa. Ela consiste em diversos sinais, encantamentos e nomes divinos (guematria) para alterar os eventos naturais. Assim como a segunda categoria, os textos mais importantes nunca foram impressos, ainda que alguns fragmentos tenham sido publicados. O livro de Raziel é um exemplo (KAPLAN, 2018, p. 17).

    O Sêfer Ietsirá é um livro pequeno e conciso. Sua versão curta tem apenas 1,3 mil palavras; a longa, cerca de 2,5 mil. Há ainda a Versão Gra, com algo em torno de 1,8 mil palavras. Tão pequeno é o texto que um dos mais antigos fragmentos parece ter sido todo o livro escrito em apenas uma só página. Especula-se que a fonte original teria apenas 240 palavras. O texto se apresenta de maneira dogmática, sem substanciação nem explicação; o primeiro capítulo é particularmente solene e sonoro, com estilo similar à poesia de verso livre. As citações da Bíblia são parcas e, com exceção de Abraão, não se alude a nome ou autoridade. O livro divide-se em quatro partes básicas: o primeiro capítulo traz as sefirot, tratando longamente delas. Nos capítulos seguintes, porém, não há menção alguma sobre as sefirot, o que deu margem à conjectura de que o Sêfer Ietsirá seja, de fato, combinação de dois, ou mais, textos mais antigos. O segundo capítulo consiste em uma discussão geral sobre as letras do alfabeto, o que consiste no uso em um contexto meditativo, e são apresentadas as cinco famílias fonéticas e aos 231 portões (231 linhas – 22x21 – conectando as 22 letras hebraicas, o kipá), e tal conteúdo não é mais citado no resto do livro. Nos capítulos três, quatro e cinco há discussões sobre as três divisões das letras mães, duplas e elementares, que estão relacionadas a Universo, alma e ano, apresentando-se como um sistema astrológico detalhado. Nesses capítulos, o livro muda de maneira completa, sem qualquer indício de seus aspectos meditativos, o que pode ser explicado por um princípio presente em vários textos cabalísticos subsequentes. Para a concentração focal dos poderes mentais e espirituais, é preciso ter em conta o tempo e o meio ambiente astrológicos. O sexto capítulo aparece meio como que deslocado do restante; na versão longa ele faz o papel de um comentário aos capítulos que o precedem. Nesse capítulo estão os conceitos de eixo, ciclo e coração, ideias que não estão presentes em nenhuma outra parte dos textos hebraicos e cabalísticos, a não ser no Bahir (séc. I). O capítulo é o mais obscuro da obra e não fica claro se seu enfoque é teórico ou meditativo, terminando com uma estrofe que liga o Sêfer Ietsirá a Abraão. Tal citação serve de fonte para a tradição que diz ser ele o autor do livro (KAPLAN, 2018, p. 19).

    Segundo Kaplan (2018, p. 21-22), como Abraão era tido como o maior místico e astrólogo de seu tempo, é consequente a dedução de que lhes eram familiares os mistérios do Antigo Egito (Thot/Hermes) e da Mesopotâmia, visto que Abraão ali nasceu e também viveu. As fontes existentes nada relatam sobre o Sêfer Ietsirá até a época do profeta Jeremias, que repassou os mistérios a certo Iossef, filho de Uziel, por sua vez filho de Ben Sira. Iossef Ben Uziel pode ter redigido um comentário sobre o Sêfer Ietsirá ou mesmo uma das versões primevas do texto, situando-a nos primeiros anos do Segundo

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