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2021
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9822 - Poupança – Conceitos Básicos
Manual de Formação
Âmbito do manual
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9822 - Poupança – Conceitos Básicos
Índice
1 Objetivos....................................................................................................................................... 5
2 Recursos Didáticos ...................................................................................................................... 5
3 Poupança ...................................................................................................................................... 6
3.1 A importância da poupança no ciclo de vida: meio para acomodar oscilações de
rendimento e de despesas, para fazer face a imprevistos, para concretizar objetivos de
longo prazo e para acumular património ....................................................................................... 7
3.2 Comportamentos básicos de poupança ............................................................................... 9
3.2.1 Orçamento............................................................................................................................. 9
3.2.2 Estipule o seu objetivo: que montante pretende poupar todos os meses .............. 11
3.2.3 Faça sempre uma lista de compras antes de ir ao supermercado ............................ 11
3.2.4 Aproveitar descontos e promoções ................................................................................. 11
3.2.5 Reeducar comportamentos e hábitos de consumo ...................................................... 11
4 Os Determinantes Microeconómicos da Poupança das Famílias ....................................... 12
4.1 A Educação.............................................................................................................................. 12
4.2 A Composição do Agregado Familiar .................................................................................. 13
4.3 A Localização Geográfica ..................................................................................................... 13
5 A Taxa de Juro ........................................................................................................................... 14
5.1 Conceito Taxas de juro ......................................................................................................... 14
5.1.1 Regime de juros simples e de juros compostos ............................................................ 15
5.1.2 Taxa de juro nominal, taxa de juro real e taxa de juro efetiva ............................... 16
6 Relação entre remuneração e o risco .................................................................................... 19
6.1 Riscos dos produtos ............................................................................................................... 19
6.2 Rentabilidade ......................................................................................................................... 22
7 Características de alguns produtos financeiros ................................................................... 23
7.1 Depósitos a Prazo .................................................................................................................. 23
7.2 Contas de Poupança .............................................................................................................. 24
7.3 Depósitos a Prazo Estruturados ........................................................................................... 25
7.4 Certificados de Aforro .......................................................................................................... 26
7.5 Certificados do Tesouro ....................................................................................................... 27
7.6 Obrigações .............................................................................................................................. 28
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7.7 Ações........................................................................................................................................ 31
8 Fundo de Investimento ............................................................................................................. 33
9 Seguro de vida ........................................................................................................................... 36
10 Planos de Poupança............................................................................................................... 37
11 Bibliografia ............................................................................................................................. 40
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1 Objetivos
2 Recursos Didáticos
Manual de Formação.
Computador.
Videoprojector.
Quadro preto.
Giz.
Colunas de Som.
Textos de apoio.
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3 Poupança
Cada indivíduo ou família decide, em cada momento, como dividir o seu rendimento
disponível entre consumo e poupança. Designamos por consumo a despesa em bens e
serviços com vista à satisfação de necessidades e desejos. Estas podem ser necessidades
básicas, como alimentação, vestuário e habitação ou desejos associados ao consumo de
bens de luxo, como férias num país exótico. A poupança é a diferença entre o rendimento
disponível e a despesa em bens de consumo, sendo igual à variação da riqueza do indivíduo
ou família. A decisão entre consumo e poupança é, em última análise, uma decisão entre
consumo no presente e consumo no futuro.
De acordo com a função consumo keynesiana, um aumento unitário do rendimento induz
um aumento do consumo. É de notar também que a taxa de poupança vai diminuindo com a
diminuição do rendimento disponível, sendo mesmo negativa se o rendimento for inferior
ao consumo autónomo. Nesse caso, além de consumirem todo o seu rendimento, os agentes
ainda consomem parte da sua riqueza. Esta relação entre a taxa de poupança e o
rendimento disponível observa-se empiricamente numa análise cross-section. Famílias com
rendimentos superiores tendem a ter taxas de poupança mais elevadas. Mas a análise das
séries temporais do rendimento disponível e da poupança já não confirma esta relação. O
rendimento disponível aumentou muito nas últimas décadas, enquanto que, a taxa de
poupança se manteve relativamente estável.
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Existem diversas razões que levam as famílias a poupar como o facto do rendimento ganho
ultrapassar o montante habitual dos encargos suportados com o consumo, permitindo
reservar algum do seu rendimento para mais tarde ou o desejo de adquirir algo dispendioso
no futuro. Outra razão é a incerteza quanto ao futuro, ou seja, o receio de não terem
rendimentos no futuro.
Realizar poupança no momento presente permite uma maior disponibilidade de recursos
financeiros no futuro. Nos períodos em que o rendimento disponível é abundante, uma
parte do rendimento deve ser alocado à poupança.
A poupança adquirida ao longo do tempo será fundamental nos períodos em que o
rendimento disponível é inferior às necessidades de consumo dos agentes, evitando o
endividamento dos mesmos. Nos períodos em que os agentes económicos detêm quebras de
rendimento poderão recorrer à poupança para acomodar tal quebra, ou para fazer face a
despesas inesperadas provocadas por imprevistos.
Por outro lado, a poupança adquirida em momentos anteriores pode ser alocada a
investimentos futuros. Estes poderão ser refletidos em consumo privado ou em
investimentos empreendedores.
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Por fim, a poupança permite estabilidade em períodos de vida menos produtivos, em que os
agentes económicos encontram-se veneráveis para realizarem atividades remuneradas e
consequentemente incorrem em prolongadas quebras de rendimento.
Uma das regras de ouro de gestão das finanças pessoais passa por definir estratégias para a
poupança, como, por exemplo, evitar gastos supérfluos, fazer muita poupança doméstica,
planear bem o orçamento familiar e definir à partida uma percentagem específica do
vencimento para constituir um pé-de-meia.
Em tempos de incerteza, é natural que estejamos mais predispostos para a poupança,
sabendo distinguir claramente as vontades das necessidades, estabelecendo prioridades
tendo em vista as metas da poupança. A este respeito, há quem se preocupe em ter um
fundo de emergência para um qualquer imprevisto ou despesa inesperada, poupar para
comprar uma casa, um carro, pagar os estudos superiores aos filhos ou mesmo para
preparar a reforma. Seja qual for a meta, é fundamental criar hábitos de poupança e nunca
perder de vista os seus objetivos financeiros.
3.2.1 Orçamento
O orçamento mensal é a ferramenta que assegura que conseguirá fazer face às despesas do
mês seguinte e que o ajudará a perceber onde está a gastar mais dinheiro, para que possa
então ajustar os seus gastos, de forma a que consiga poupar no final do mês.
Um erro comum é achar que um rendimento baixo não justifica a conceção de um
orçamento, porque na verdade, quanto menos dinheiro temos, mais importante se torna
planear o destino de cada cêntimo.
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2. Identifique as despesas fixas. São aquelas que se repetem todos os meses, mais ou
menos nos mesmos dias dos meses. São também aquelas que dificilmente pode
alterar.
Eletricidade 63,96€
Gás 42,51€
Água 17,65€
TV & Internet 52,47€
Crédito habitação 232,20€
Condomínio 25,00€
Ginásio 35,00€
Total: 470,79€
3. Depois de listar as suas despesas fixas, acrescente à tabela acima as suas despesas
variáveis. Assim que identificar onde gasta mais dinheiro, ser-lhe-á mais fácil alterar
os seus hábitos de consumo e fazer cortes onde precisa. Não se esqueça de incluir
compras únicas, um vestido ou fato para uma ocasião especial, por exemplo.
4. Por fim, calcule totais, e subtraia para saber quanto lhe sobrará no final do mês.
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comportamento dos elementos do agregado, tais como poupar água e poupar eletricidade
através de comportamentos assertivos, permitirá baixar os gastos do orçamento familiar.
Todavia, é fundamental desincentivar as compras online, ao passo que, os meios
publicitários transformam o comportamento dos agentes económicos, incentivando-os a
comprar sem necessidade. Por outro lado, o meio de pagamentos das compras online,
normalmente transferência bancária ou cartão de crédito, gera uma falsa sensação de
rendimento disponível, visto que, o seu utilizador apenas verifica a diminuição de
rendimento disponível de forma virtual.
Em suma, a estrutura de gastos do agregado familiar deve ser ajustada ao rendimento
disponível do mesmo.
4.1 A Educação
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mais diversificados e mais eficientes, logo mais rentáveis, o que promove a formação de
poupança neste grupo de agentes.
A localização geográfica dos agregados também pode ter um impacto significativo nas
escolhas de poupança. Segundo Loayza et al. (2000), as áreas rurais têm menos
oportunidades de consumo do que as áreas urbanas, e esse facto é importante nas escolhas
dos agentes. Adicionalmente, as zonas rurais, devido ao seu contexto económico e social,
são genericamente mais propensas à poupança. As razões mais evidentes são a maior
instabilidade do rendimento, visto que a atividade económica, baseada no setor primário, é
mais afetada por fatores externos, e a oportunidade de acesso a financiamento e a bens de
consumo é mais limitada. Por outro lado, a marginalidade geográfica pode condicionar o
acesso a instrumentos de poupança oferecidos por bancos ou outras instituições financeiras.
Nas zonas mais rurais são mais comuns outras formas de poupança não financeira,
consubstanciando-se em terrenos, animais de pasto, ouro, etc. Sandoval-Hernández (2013)
encontrou evidência de que as famílias residentes em áreas rurais poupam mais do que nas
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áreas urbanas também pelo facto de que o risco de rendimento ser menos diversificável nas
primeiras.
5 A Taxa de Juro
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Juro Simples
O juro simples corresponde ao juro obtido pela aplicação de um montante de capital num
depósito durante um determinado período de tempo. Para calcular um juro simples basta
multiplicar o capital pela taxa de juro em vigor nesse mesmo período.
Exemplo:
Num depósito de 5000 euros a 5 anos, que pague juros trimestralmente com base numa
Taxa Anual Nominal Bruta (TANB) de 4%, o juro simples recebido pelo depositante em cada
trimestre é de cerca de 50 euros. Ao fim de cinco anos, o juro obtido neste depósito é de
1000 euros, antes de deduzido o IRS.
O cálculo do juro trimestral é obtido multiplicando o montante do depósito pela taxa de
juro e pelo número exato de dias do trimestre, a dividir por 360. Esta regra em vigor
corresponde à base de cálculo de juros que se designa de atual/360.
Juro Composto
No juro composto considerar-se a capitalização dos juros simples que vão sendo vencidos
pelo depósito. No juro composto, o juro devido em cada período é adicionado ao capital
inicial, constituindo um novo capital. Capitalização significa, portanto, a incorporação do
juro simples no capital, obtendo-se um novo capital (maior que o inicial), o qual vai ser
também ele remunerado.
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Desta forma, num depósito com juro composto são obtidos juros sobre juros e um capital
crescente ao longo do tempo. Enquanto o juro simples cresce proporcionalmente com o
tempo, o juro composto cresce mais do que proporcionalmente com o tempo.
Exemplo:
Se no mesmo depósito de 5000 euros a 5 anos, com uma Taxa Anual Nominal Bruta (TANB)
de 4%, o juro recebido em cada trimestre for adicionado ao capital que vence juros no
trimestre seguinte, o depositante obtém um montante crescente de juros. Ao fim de 5
anos, o total de juros obtidos neste depósito a juro composto é de 1101 euros, antes de
deduzidos os impostos. Ou seja, mais 101 euros do que num depósito a juro simples.
No regime de juros compostos, o montante de juros vai aumentando porque todos os
trimestres os juros são adicionados ao capital, fazendo aumentar este último. No final do
primeiro trimestre o juro de 50 euros é adicionado ao capital inicial de 5000 euros, em vez
de ser pago ao depositante. Desta forma, no trimestre seguinte o capital aumenta para
5050 euros e os juros sobre este capital aumentam para 51 euros e assim sucessivamente.
5.1.2 Taxa de juro nominal, taxa de juro real e taxa de juro efetiva
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Taxa de juro simples – não considera a capitalização de juros que possam ser pagos
ao longo do período.
No caso de empresas, aplica-se a taxa do imposto sobre o rendimento das pessoas coletivas
(IRC):
25% para as empresas com domicílio fiscal em Portugal continental e na Madeira;
20% para as empresas com domicílio fiscal nos Açores.
A taxa anual nominal líquida (TANL) incorpora a retenção de impostos, 28% caso não haja
regime especial e corresponde aos juros que o cliente recebe.
Exemplo
Um depósito de 2500 euros, aplicado durante um ano a uma TANB de 4,3%, gera um juro no
final do período de:
Se o depósito de 2500 euros for aplicado por um período diferente do ano, por exemplo
durante 180 dias à TANB de 4,3%, gera um juro no final do período de:
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Caso se aplique uma taxa de retenção na fonte de 28%, ao fim do período serão creditados
na conta à ordem o capital inicial e 72% dos juros gerados.
Nota: A contagem de dias para efeitos de cálculo dos juros de depósitos em euros deve ser
feita na base actual/360, convenção genérica do mercado monetário em euros.
A comparação de remunerações oferecidas em aplicações em diferentes moedas só faz
sentido se estas remunerações estiverem expressas numa moeda comum.
A taxa anual efetiva líquida (TAEL) equivale à TAE deduzida do imposto que incide sobre os
juros.
Nos depósitos a prazo com juros simples, a comparação entre a remuneração de diferentes
depósitos a prazo deve ser feita com base na TANB. Nos depósitos a prazo com juros
compostos, a comparação deve ter em conta a taxa anual efetiva (TAE), que inclui o efeito
da capitalização dos juros.
A taxa de juro efetiva é tanto maior quanto maior for o número de capitalizações de juros.
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Risco de Crédito
Risco de crédito é o risco de falência ou insolvência da entidade junto da qual foram
aplicados os fundos. É o risco do emitente do instrumento financeiro no qual o investidor
aplicou a sua poupança, podendo não vir a reembolsar o capital investido nessa aplicação
ou não pagar a remuneração prevista.
No caso de um depósito, o risco de insolvência da instituição de crédito junto da qual foi
contratado, o depósito está coberto pelo Fundo de Garantia de Depósitos, nos termos
definidos na lei.
No caso das obrigações é o risco de insolvência da entidade que as emitiu e no caso das
ações é o da falência da entidade detentora do capital respetivo.
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Risco de Mercado
Risco de mercado é o risco de perda de valor de uma aplicação financeira, devido a
alterações nos preços, ou taxas de juro, de mercado. Este risco está associado a
instrumentos financeiros negociados em mercado, como por exemplo ações ou obrigações.
O preço destes instrumentos é determinado pela procura e oferta no mercado.
O seu comportamento é influenciado por inúmeros fatores, incluindo as expectativas dos
investidores relativamente ao emitente desses instrumentos, a alterações do seu rating e à
evolução do mercado em geral. Esta é, por sua vez, afetada pela divulgação de indicadores
económicos e alterações nas taxas de juro oficiais.
Risco de Capital
Risco de capital é o risco de perda parcial ou total do capital investido na aplicação
financeira. Este risco está associado a aplicações financeiras cuja rendibilidade possa ser
negativa, isto é, em vez de obter ganhos o investidor pode suportar perdas. Estas perdas
vão reduzir o capital inicialmente aplicado. Ele não decorre da possibilidade de insolvência
da entidade emitente da aplicação financeira mas das características da aplicação
financeira.
Há aplicações financeiras com capital garantido, como, por exemplo, os depósitos ou os
planos poupança com garantia de capital.
Risco de Remuneração
Risco de remuneração é a incerteza quanto à evolução da remuneração de um ativo
financeiro. Este risco está associado a ativos financeiros em que a remuneração não está
totalmente definida à partida.
No caso, por exemplo, dos depósitos e as obrigações a taxa de juro variável, a remuneração
está dependente da evolução de um indexante, geralmente a taxa Euribor. Se as taxas
Euribor descerem mais do que o previsto no momento da contratação do depósito ou da
obrigação, a remuneração será inferior ao esperado e vice-versa.
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Risco de Liquidez
Risco de liquidez é o risco do aforrador ou investidor não poder dispor do capital investido
antes do vencimento da aplicação financeira ou de incorrer em custos elevados para o
fazer. Este risco pode resultar de restrições do próprio produto financeiro, como é o caso
dos depósitos não mobilizáveis antes da data de vencimento estabelecida no contrato, de
que são exemplos muitos dos depósitos indexados.
Nos produtos financeiros negociáveis em mercado a sua liquidez pode ser afetada pelas
características do mercado em que o produto financeiro é transacionado. Se não existir
oferta e procura suficiente nesse mercado, um investidor interessado em vender um
instrumento financeiro poderá ter dificuldade em encontrar um comprador. Para conseguir
vender, poderá ter de aceitar um preço muito inferior ao previsto.
A liquidez pode também evoluir ao longo do tempo em função das condições gerais de
mercado.
Os produtos negociados em bolsa, como as ações e obrigações, são em geral líquidos.
Risco de Reinvestimento
Risco de reinvestimento é o risco dos rendimentos que vão sendo recebidos durante a vida
de uma aplicação não serem investidos, por exemplo, à taxa de remuneração dessa
aplicação.
Este risco está associado, por exemplo, a depósitos que pagam periodicamente juros, sem
capitalização automática desses juros. A taxa a que serão reinvestidos os juros pagos ao
longo do depósito é desconhecida à partida e poderá ser inferior à paga pelo depósito que
se encontra vivo.
Risco Cambial
Risco cambial é a incerteza quanto à evolução da cotação de uma determinada divisa.
No caso de uma aplicação financeira efetuada numa divisa diferente do euro, o risco
depende do comportamento da taxa de câmbio entre o euro e essa moeda.
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Por exemplo, um investidor que faça um depósito em francos suíços corre o risco do euro se
apreciar face a esta moeda durante o período do depósito. Se isso acontecer, quando
ocorrer o reembolso do depósito e o investidor converter novamente para euros o capital
inicial mais os juros recebidos em francos suíços, o contravalor destes montantes em euros
poderá ser inferior ao montante aplicado inicialmente devido à alteração da taxa de
câmbio.
Risco de Inflação
Risco de inflação é o risco de redução do valor real, ou do poder de compra, dos fundos
investidos numa aplicação financeira e dos rendimentos por ela gerados devido à subida dos
preços.
Se os fundos aplicados num produto financeiro, por exemplo num depósito a prazo, não
forem remunerados a uma taxa nominal pelo menos igual à taxa da inflação, no final do
período o cabaz de bens e serviços que é possível adquirir com o montante depositado será
inferior devido ao aumento dos preços.
6.2 Rentabilidade
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Depósitos com taxas de juro fixas, mas cujo valor da taxa de juro é diferente em
todos ou em apenas alguns períodos do depósito;
Depósitos a taxa variável com spreads diferentes em todos ou em apenas alguns
períodos do depósito.
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As contas de poupança são depósitos a prazo que possuem características que estimulam a
inércia à poupança, uma vez que apresentam as seguintes características:
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Não ocorre a capitalização dos juros, ou seja, todos anos estes são depositados noutra
conta. A taxa cresce todos os anos até ao final do prazo e, a partir do segundo ano, à taxa
base definida soma-se um prémio de remuneração e este corresponde a 40% do crescimento
médio real do produto interno bruto (PIB) em Portugal nos quatro trimestres conhecidos no
mês anterior à data de pagamento dos juros.
Assim como nos Certificados de Aforro, não existe aqui quaisquer encargos de subscrição,
manutenção ou levantamento. No entanto, tenha atenção que se levantar algum montante
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antes do prazo e antes do aniversário da subscrição, irá perder parte dos juros
correspondentes a esse ano.
Um exemplo: subscreveu o produto no dia 1 de março de 2019 e levantou uma parte do
valor a 1 de junho de 2023: tem direito aos juros de 1 de março de 2019 a 1 de março de
2023, mas já não tem direito aos juros entre 1 de março de 2023 a 1 de junho de 2023.
Estes certificados também são adquiridos nos CTT.
7.6 Obrigações
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Cada intermediário financeiro tem o seu próprio preçário, pelo que o investidor deve
comparar os valores aplicados por cada um.
Na subscrição de obrigações, o investidor deve ainda ter em atenção a fiscalidade aplicável.
Sobre as obrigações incidem diversos impostos: IRS, no pagamento dos juros e no
apuramento de mais-valias, ou IRC e imposto do selo.
Os rendimentos das obrigações, juros, são considerados rendimentos de capitais,
independentemente dos títulos serem ou não emitidos a desconto. A alienação ou a
transmissão a título gratuito das obrigações é tributada como mais-valias obtidas.
As taxas de imposto aplicáveis dependem do regime a que esteja sujeito o investidor
enquanto sujeito passivo residente ou não residente em território português e podem sofrer
alterações ao longo do tempo, pelo que é sempre muito importante ler a informação que
sobre essa matéria consta obrigatoriamente do prospeto, das condições finais ou da ficha
técnica das obrigações. Essa leitura não deve substituir a informação mais aprofundada que
o investidor deverá obter junto da autoridade tributária.
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7.7 Ações
Uma ação é um título que representa uma fração do capital social de uma empresa,
constituída sob a forma de uma sociedade anónima. O detentor destes títulos é o acionista
e a empresa que os emite é o emitente.
O retorno total obtido com um investimento em ações depende não só da evolução da sua
cotação, como também de outros eventos societários, como é o caso da distribuição de
dividendos, aumentos ou reduções de capital, ofertas públicas de aquisição. Não devem ser
descurados todos os custos envolvidos na transação e detenção de ações.
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ter em atenção que há exceções. Há títulos cotados em bolsa que são pouco líquidos,
pouco transacionados, isto é, há poucos compradores e vendedores para esses
títulos, o que pode tornar mais difícil a sua venda no momento e ao preço desejados.
A liquidez das ações pode ser medida, por exemplo, pelo volume médio de
transações diárias, informação que pode ser recolhida junto das entidades que gerem
o mercado ou através dos meios de comunicação social especializados em informação
económica e financeira.
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importante que o investidor conheça estes custos e verifique se o valor da sua carteira de
títulos compensa o custo de transferência.
Fiscalidade.
O regime fiscal influencia o retorno final do investimento em ações. No caso do investidor
ter recebido dividendos, estes estão sujeitos à taxa liberatória de IRS em vigor, o que
significa que a entidade que distribui os dividendos é obrigada, no ato do pagamento, a
reter a parcela correspondente à aplicação dessa taxa, que depois entrega diretamente ao
Estado. No caso das ações, a sujeição à tributação só ocorre com a venda dos títulos e o
montante sobre o qual incide a taxa de imposto corresponde ao saldo entre as mais-valias,
lucros e menos-valias, prejuízos, registadas no ano civil em que ocorreram essas
transações.
8 Fundo de Investimento
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Existem também fundos especiais de investimento, que têm maior flexibilidade do que os
fundos clássicos quanto aos limites de investimento em determinados ativos. Uma outra
categoria de produtos relacionada com os fundos são os contratos de seguros ligados a
fundos de investimento, denominados unit linked.
Custos e comissões
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A CMVM divulga no seu sítio de internet informação que permite conhecer e comparar as
comissões e custos cobrados pelas entidades que comercializam fundos de investimento.
Disponibiliza também simuladores que permitem aferir qual a entidade que pratica a taxa
mais competitiva na subscrição de um determinado fundo.
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9 Seguro de vida
Reembolso
Quando o beneficiário recebe, no final do contrato, o valor a que tem direito.
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O segurador deve avisar o tomador do seguro com, pelo menos, 30 dias de antecedência em
relação à data limite em que o prémio deve ser pago. O aviso deve indicar o valor do
prémio, onde e como deve ser pago.
10 Planos de Poupança
São produtos vocacionados para a poupança de médio ou longo prazo, que podem contribuir
para complementar a reforma ou ser usados para financiar a educação do participante ou
da sua família.
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O valor do PPR/E pode ser levantado, sem penalizações, nos seguintes casos:
Nos casos de reforma por velhice, a partir dos sessenta anos de idade ou por frequência ou
entrada num curso de ensino superior ou profissional, só podem ser levantados valores
referentes a entregas feitas há, pelo menos, 5 anos.
Nesses casos, o reembolso da totalidade do valor dos PPR/E só é possível se o montante das
entregas efetuadas na primeira metade da vigência do contrato representar, pelo menos,
35% do total das entregas.
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9822 - Poupança – Conceitos Básicos
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Banco de Portugal
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