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O MUNDO ESTÁ

MUDANDO.

O PMBOK® também.
Vice-Presidência de Desenvolvimento Profissional

Comitê Estratégico de Publicações

Este é o primeiro e-book de uma série produzida pelo PMI-Rio, tendo


sido redigido de forma cooperativa e digital por voluntários desta
Instituição. O corpo de voluntários é formado por generalistas-
especialistas com a motivação de pesquisar temas relevantes para o
contexto de realização de Produtos, Projetos, Programas e Portfólios,
além de compartilhar o conhecimento gerado por estas, auxiliando,
assim, a jornada de descobertas e aplicações no campo de
Gerenciamento de Projetos de nossos filiados.

Desejamos a todos uma ótima leitura.

Se você se interessa por este propósito, junte-se a nós!

Alceize Nascimento
Antonio Luiz Fernandes dos Santos
Guilherme Bacha de Magalhães Bastos
Matheus Monteiro
Roberto Luiz Cirino
Thaís Magdalena de Paula

e-mail: lidercepub@pmirio.org.br

Rio de Janeiro, 22 de Fevereiro de 2021


O que você vai encontrar neste livro

1 - Boas-vindas

2 - Introdução

3 - A história por trás das mudanças

4 - PMBOK® 7ª Edição: Um novo olhar


4.1 - Sistema de entrega de valor
4.2 - Os 12 princípios
4.3 - Os 8 domínios de Desempenho
4.4 - Adaptação - Tailoring
4.5 - Trocando a Valorização de Entrega
pela Entrega de Valor

5. Aonde ler mais sobre o assunto


Parte 1
Boas-Vindas
2020 foi um ano de grandes mudanças e
quebra de paradigmas. As organizações
precisaram se reinventar para sobreviver à
enxurrada de mudanças que esse ano
demandou e os profissionais exercitaram a
resiliência, adaptabilidade e versatilidade como
nunca. É de senso comum que estamos
vivendo uma nova era, um contexto peculiar,
onde a agilidade e a assertividade são pontos
chaves para o sucesso. Antes mesmo do
contexto pandêmico, o PMI já iniciava as
consultas para a atualização do PMBOK® e, em
2021, a sétima edição será lançada recheada
de mudanças. Mas calma! Não se desespere! As
alterações do novo PMBOK® não invalidam o
conhecimento das edições anteriores, elas só
expandem as possibilidades de aplicação dos
conhecimentos numa variedade ainda maior de
projetos. Devido ao novo ambiente que os
projetos estão inseridos, é necessário encontrar
novos modelos e maneiras de gerenciá-los.
Antigamente, os métodos, processos,
ferramentas e técnicas propostas para o
gerenciamento de projetos tendiam à uma
premissa de que esses projetos seriam
realizados através de um ciclo de vida
preditivo. Isso fazia com que o conjunto de
processos fossem praticados como uma
"receita de bolo". O gerente de projetos
recebia um objetivo e ele se preocupava em
como, quanto tempo e a que custo realizaria o
que havia sido solicitado. Mas no mundo
atual, em um contexto muito dinâmico, onde
mudanças rápidas são exigidas e muitas
decisões são tomadas em um ambiente de
incertezas, a "receita de bolo" pode não ser a
maneira mais efetiva de gerenciar projetos.
Essa é a grande motivação para a mudança,
substituindo o foco da gestão nos processos
por um outro, baseado nos princípios e na
entrega de valor. Neste livro, vamos abordar
as principais mudanças da nova edição que
será lançada e você ficará por dentro de tudo
que precisa saber sobre esse assunto.
Parte 2
Introdução
Até a sexta edição do PMBOK®, a gestão de
projetos era baseada em processos, com
uma linguagem mais prescritiva, focando
em entradas e saídas. Entretanto este tipo
de gestão exige um ambiente mais estável e
previsível, que não é a realidade de todas as
organizações e seus projetos. Por isso, a
sétima edição nos convida à uma gestão de
projeto mais orientada a mudanças.
Atualmente, vivemos uma fase descoberta
contínua, focando na geração de valor. A
sétima edição do PMBOK® vem com
mudanças significativas em relação a sexta.
A grande mudança começa pelo foco, onde
há uma grande intenção de valor agregado
nas ações de todos os envolvidos na
realização do projeto. Houve uma
incorporação das abordagens preditivas,
ágeis e híbridas, deixando de lado o
formato orientado a processos e
adicionando um formato mais orientado por
princípios de gerenciamento. Mas cuidado!
Isso não significa que houve uma ruptura
com o passado, e sim uma evolução que irá
adaptar-se ao novo contexto de gestão de
projetos.

O novo livro continua dividido da mesma


forma: Guia do Corpo de Conhecimento,
Padrão para Gerenciamento de Projetos,
Apêndice, Glossário e Índice (esses três
últimos funcionando como sempre). São
nos dois primeiros itens que se concentram
a grande mudança da nova edição. No guia,
saem as áreas de conhecimento e entram
os domínios de performance. No padrão, os
grupos de processos dão lugar aos
princípios do gerenciamento de projetos e
o sistema de entrega de valor.
Na figura a seguir, podemos ver os 12 Princípios que
estão no Padrão para o Gerenciamento de Projetos,
bem como a comparação entre os conteúdos.

Sexta Edição Sétima Edição


Guia PMBOK Padrão para o
Introdução Gerenciamento de
Ambiente de Projeto Projetos
Papel do Gerente de Introdução
Projetos Um Sistema para
Áreas de Entregacde Valor
Conhecimento Princípios do
Integração Gerenciamento de
Escopo Projetos
Cronograma Servidão
Custo Colaboração
Qualidade Empatia
Recursos Foco no Valor
Comunicação Pensamento Sistêmico
Riscos Liderança
Aquisições Tailoring
Partes Interessadas Qualidade
Complexidade Riscos
Adaptabilidade e
Resiliência
Padrão para o Mudanças
Gerenciamento de
Projetos Guia PMBOK
Domínios de Desempenho
Iniciação Partes Interessadas
Time
Planejamento, Ciclo de Vida
Execução Planejamento
Monitoramento e Trabalho do Projeto
Entrega
Controle Medição
Encerramento Incerteza
Tailoring
Modelos, métodos e artefatos

Apêndices, Glossário e Índice Apêndices, Glossário e Índice


Os Princípios fornecem amplos parâmetros,
dentro dos quais as equipes do projeto podem
agir e permanecer alinhadas com a intenção do
Princípio. Os domínios incluem importantes
práticas de gestão, mas não são prescritivos, isto
é, eles dizem "o que" deve ser proporcionado para
se ter um bom desempenho, mas não "como" isto
poderá ser alcançado. Cada seção explica por que
o domínio específico é importante para a gestão
efetiva do projeto.
O principal objetivo com a Sétima Edição é facilitar
o trabalho do gestor de projeto, dando aos
profissionais de gestão de projetos maior
flexibilidade, de modo a torná-los mais proativos,
inovadores e ágeis em resposta às mudanças. Por
este motivo, houve a troca da abordagem
baseada nos princípios fundamentais para a
prática de gestão de projetos. Confira no
infográfico um resumo do que mudou.
O QUE MUDOU
NO GUIA PMBOK?
SEXTA EDIÇÃO PARA SÉTIMA EDIÇÃO

Sexta Edição Sétima Edição


Abordagem global

Prescritiva, não descritiva. PrincípIos para orientar a


Ênfase em como, não o configuração mental, ações
quê ou por quê e comportamentos,
refletidos em
conhecimento para
entrega de projetos, design
ágil, enxuto, centrado no
cliente, etc.

Básicos para Design

Processos específicos Domínios de interação,


convertem entradas em áreas interdependentes de
saídas usando ferramentas atividade com resultados ,
e técnicas bem como uma visão geral
Focado no processo e de ferramentas, técnicas, e
orientação mais voltada estruturas comumente
para conformidade utilizadas
Foco nos resultados do
projeto, além das entregas

Ambiente do projeto
Ambiente do projeto - Ambiente do projeto -
interno e externo interno e externo

Aplicabilidade de Projeto
A maioria dos projetos, na Qualquer projeto
maioria das vezes

Público-alvo
Principalmente gerentes Qualquer pessoa envolvida
de projeto no projeto com um foco
específico nos membros da
equipe e funções da
equipe, incluindo líder do
projeto, patrocinador e
proprietário do produto

Grau das mudanças


Revisão incremental com Baseado em princípios
base em edições anteriores para refletir o cenário de
entrega de valor total

Orientação "Tailoring"
Rferencias sobre Orientação específica de
"tailoring", mas sem uma "tailoring" fornecida
orientação específica
Parte 3
A história por trás
das mudanças
2020, mais do que em qualquer outro ano recente,
nos mostrou o quanto o mundo em que vivemos
pode mudar. E, em um período de tantas
incertezas e mudanças acontecendo em um curto
período de tempo, é importante estar preparado
para “virar a chave” e se adaptar constantemente.
Caso contrário, você ficará para trás. Em um
mundo de constantes mudanças, ficar parado com
as mesmas práticas e pensamentos não parece ser
uma boa solução. Assim, como tudo na vida, o
gerenciamento de projetos também tem se
transformado, de forma a atender às demandas
atuais. As práticas preditivas têm dado lugar, cada
vez mais, às práticas adaptativas, ou ágeis. Essas
práticas ágeis, possibilitam as equipes a se
tornarem mais colaborativas e efetivas,
favorecendo a autonomia e auto-organização,
facilitando a entrega de resultados com qualidade,
atendendo às necessidades das partes
interessadas.

Assim, para evitar resultados desastrosos, as


organizações estão construindo a capacidade de
se reinventar rapidamente.
Ser capaz de responder às demandas
rapidamente, implementando mudanças
estratégicas, parece ser a chave para o sucesso
das organizações no mundo de hoje. Portanto,
para estar alinhado com as práticas atuais das
organizações, mantendo a credibilidade da
instituição, o PMI também está mudando. E, a
primeira parte da mudança passa pelo
desenvolvimento da 7ª Edição do Guia PMBOK®,
que sofreu mudanças consideráveis que serão
debatidas nos próximos capítulos deste e-book.
Parte 4
PMBOK® 7ª Edição:
Um novo olhar
SISTEMA DE ENTREGA DE VALOR
Se refletirmos como os projetos são pensados e
executados, notaremos que há uma ênfase bem
grande nas famosas "entregas". Víamos isto na
EAP do Gerenciamento do Escopo, quando
desmembrávamos grandes entregas em entregas
menores, ou em um backlog nas metodologias
ágeis, no qual cada item pode estar representando
uma entrega. Porém a entrega nunca deve ser
considerada como um fim. Ela é, na verdade, um
meio. A finalidade de cada processo ou cada
projeto deve ser entregar valor. Desta forma, é
importante que a gente mude a nossa forma de
pensar, não focando em realizar o máximo de
entregas possíveis no menor espaço de tempo,
mas focando em entregar a maior quantidade de
valor com o mínimo de entregas.

Mas o que é Valor? Como medí-lo? Qual é o seu


impacto na nossa forma de trabalhar? É isto que
tentaremos responder nesta seção.
O QUE É VALOR?
Para entender o sistema de entrega de valor, é
preciso antes que a gente entenda o que é valor.
Muitas vezes, quando falamos de valor, estamos
nos referindo ao valor monetário, seja de um
produto que desejamos ou, de um projeto que
iremos executar. Porém este conceito, apesar de
útil para certas análises, pode não ser o ideal para
a sustentabilidade da organização. O valor que
falamos aqui deve ser entendido como um
benefício capaz de atender as necessidades e
expectativas das partes interessadas. E o
benefício de um projeto pode ser definido como o
valor criado como resultado da conclusão de um
projeto bem sucedido. Segundo o PMBOK® 7ª
Edição, este benefício é obtido através da geração
de resultados que, por sua vez, são consequência
das entregas. A outra variável que define o valor é
o custo necessário para obtê-lo, sendo que esse
custo pode ser pensado na forma de valor
monetário, mas também na forma de recursos,
trabalho (horas homem), material ou capital
(infraestrutura, equipamentos, etc).

Podemos resumir o valor com a seguinte fórmula:


BENEFÍCIO - CUSTO = VALOR
A importância de entendermos o valor em função
do benefício que uma entrega poderá gerar e o
seu custo, é possibilitar o foco naquilo que
realmente irá trazer algum ganho para as partes
interessadas.
EXPLICANDO O SISTEMA DE ENTREGA
DE VALOR
Quando falamos de um sistema de entrega de
valor, estamos nos referindo à uma forma de
alinhar a estratégia organizacional ao valor que se
deseja entregar. Então, como funciona o sistema
de entrega valor?
Para podermos entregar valor de forma efetiva,
devemos ter bem estabelecida qual será a
estratégia que norteará as nossas ações, e
desmembrar essa estratégia em objetivos que
possam ser entendidos e alcançados pelas partes
interessadas.
O atendimento desses objetivos possibilitarão o
alcance dos resultados desejados. Porém para que
isso ocorra, faz-se necessária a implementação de
iniciativas, que envolvem portfólios, programas,
projetos e produtos.
As iniciativas, por sua vez, são realizadas através de
entregas que, enfim, capacitam a entrega de valor
através dos benefícios obtidos com os resultados
de cada entrega.
Valor Estratégia

Benefícios Objetivos

Resultados Iniciativas

Capacidades Entregas

Podemos entender que o sistema de entrega de


valor requer que se defina a governança e como
ela suportará o sistema de entrega de valor através
de objetivos alcançáveis, sendo que a governança
deve:

Estar de acordo com os 12 princípios,


Estar de acordo com a estratégia.

Também, é preciso que seja definido como o valor


poderá ser obtido através do resultado das
entregas, que por sua vez são um detalhamento
das iniciativas.
As entregas são executadas através de operações
(Serviços e Processos) que, por sua vez, são
realizadas por partes interessadas representadas
por vários papéis e responsabilidades.
O resultado dessas operações é que geram valor
para o negócio. Contudo para que haja
sustentabilidade na geração de valor, é
imprescindível que se mantenha um fluxo de
retroalimentação constante, desde o nível
estratégico até o operacional através da Revisão e
Ajuste de Portfólio, da Análise de Impacto do
Negócio e da Análise de Desempenho do Valor.

Análise de
Operações desempenho do
Valor
Realização do Valor Estratégia
para o Negócio

Revisão e Ajuste de
Portfolio
Programas e
Portfólio
Projetos Decisões sobre Valor
Entrega de
Resultado Análise de impacto
nos negócios
Por fim, é também muito importante compreender
o ambiente no qual as iniciativas estão inseridas,
identificando os fatores internos e externos que
podem influenciá-las e como elas poderão ser
adaptadas (por exemplo com o Tailoring) para
gerar o melhor resultado.
12 PRINCÍPIOS
Os 12 princípios propostos pelo novo PMBOK® 7ª Edição
têm algumas semelhanças com os 12 princípios propostos
no Manifesto Ágil, principalmente em suas ideias centrais
acerca do foco no valor e da abertura para mudanças.
Ainda assim, alguns tópicos são abordados de forma bem
distinta.
De modo geral, os 12 princípios parecem girar em torno de
3 temas principais: como possibilitar a entrega de valor,
como melhorar a interação entre Partes Interessadas e
como entender mudanças como instrumento de melhoria.
Tendo esses conceitos em mente, é possível facilitar o
entendimento do que é proposto por cada princípio.
Segue abaixo a relação dos 12 Princípios para o
Gerenciamento de Projetos:

1- Seja como um servidor diligente, respeitoso e


atencioso

O primeiro princípio tem um foco na ideia de liderança


servidora, muito comum em abordagens ágeis. Ao
demonstrar cuidado e interesse pela equipe que realizará
o projeto, e até por algumas partes interessadas fora dela,
é possível que o Líder de Projetos promova um
engajamento positivo, rumo a entrega de valor.
2- Construa uma cultura de responsabilidade e
respeito

O segundo princípio proposto pode ser considerado


como um complemento do primeiro. Onde o anterior dá
um foco no comportamento do líder, o atual foca no
comportamento das partes interessadas do projeto como
um todo. A cultura de responsabilidade e respeito
aumenta a confiança entre as partes interessadas, uma
vez que promove a ideia que cada um só deve se
comprometer com aquilo que é capaz de entregar, e
todos devem respeitar os seus limites.

3- Se envolva com as partes interessadas para


entender seus interesses e necessidades

O terceiro princípio, assim como os dois anteriores,


também foca na interação com as partes interessadas,
mas agora na capacidade de compreensão e empatia
para com aqueles que podem contribuir para o resultado
do projeto. Sem o envolvimento das partes interessadas,
é praticamente impossível entregar resultados
satisfatórios.
4- Foque no valor

A entrega de valor é a ideia central nas metodologias


ágeis já estabelecidas, agora também com um destaque
no PMBOK®. O valor aqui não deve ser pensado
simplesmente como retorno financeiro, mas sim como a
disponibilização de um benefício, resultante das entregas
realizadas. Sem entregar valor, nenhum projeto deveria
ser considerado bem sucedido, mesmo entregando o
que havia sido combinado no início do projeto. O
benefício que é mais importante ser entregue em
determinado momento tende a mudar. Sendo assim, usar
o conceito de valor como um direcionador nos possibilita
entregar a maior quantidade de benefício possível, com o
mínimo de esforço necessário.

5- Reconheça e responda às interações dos sistemas

Uma boa gestão de projetos requer um pensamento


sistêmico, mas também um certo grau de curiosidade e
ingenuidade para entender como os sistemas e seus
fluxos se inter-relacionam, expandindo então a visão da
equipe.
A nova organização das áreas de conhecimento em
Domínios facilita esta visão, ao agrupar áreas de
conhecimento que tinham grande interação nas
versões anteriores do PMBOK®.
Deste modo torna-se mais fácil se preparar e
responder a mudanças, bem como possibilitar a
transparência e melhoria contínua sobre todos os
processos envolvidos na realização dos projetos.

6- Motivar, influenciar, treinar e aprender

Mais um princípio voltado para as partes interessadas,


mas agora focado no desenvolvimento tanto dos
liderados quanto daquele que lideram, uma vez que
toda interação humana é uma oportunidade de
aprendizado. É importante frisar que o papel de
liderança não deve se limitar a uma posição na
organização, como um gerente, por exemplo, mas
que ela é situacional, de acordo com o ambiente e
momento. Todos têm um papel no desenvolvimento
da equipe e devem trabalhar na criação de relações
que aumentem a efetividade da entrega de
resultados.
7- Adapte a abordagem de entrega com base no
contexto

Este princípio está fortemente relacionado à ideia de


mudanças, visto que as necessidades que levam a
realização do projeto podem alterar ao longo do
tempo, bem como às necessidades das partes
interessadas. Este princípio está muito relacionado ao
Domínio de Desempenho referente ao Ciclo de Vida,
pois ao determinar como as entregas serão
realizadas, é possível determinar quais processos e
iterações deverão ocorrer para isto.
É importante ter em mente que a abordagem
escolhida deverá permitir que seja priorizado o que
tem mais valor para as partes interessadas hoje, e
direcionar os esforços na entrega do que foi
priorizado, levando o projeto a ser concluído com o
mínimo de esforço necessário, porém entregando o
máximo valor possível.
Outro ponto importante sobre este princípio é que ele
está intimamente ligado ao conceito de “Tailoring”,
visto que é justamente esta adaptação do que precisa
ser feito, de acordo com as características de cada
projeto e do ambiente no qual o mesmo é realizado.
8- Integre a qualidade aos processos e resultados

A qualidade não deve ser pensada apenas como algo


a ser percebido nas nossas entregas, mas também
como um direcionador para como realizaremos
nossos processos.
Entenda qualidade como sendo o atendimento às
expectativas e necessidades das partes interessadas,
pois ao atendê-las, é facilitada a adaptação de
processos, tornando-os mais efetivos para a entrega
de valor.

9- Aborde a complexidade usando conhecimento,


experiência e aprendizado

Um ambiente complexo e com muitas mudanças


certamente envolve uma quantidade considerável de
riscos. Através de uma abordagem incremental é
possível antecipar a aplicação do que foi aprendido
nas entregas passadas para abordar as entregas
futuras, aproveitando oportunidades e mitigando
ameaças.
10- Responda a Oportunidades e Ameaças

É muito difícil conhecer todos os fatores que


permeiam o cenário complexo no qual um projeto
está inserido. Mesmo assim, é importantíssimo
conseguir formas de conhecer aqueles que mais
podem trazer ganho ou prejuízo para o
empreendimento, elaborando maneiras de abordá-
los.

11- Seja adaptável e resiliente

Mais um princípio com grande foco em mudanças,


mas agora chegando no seu cerne. A ocorrência de
uma mudança requer adaptabilidade para se alterar a
forma como se trabalha ou ainda do que precisa ser
entregue. Já a resiliência, tem um foco na capacidade
de sustentar esta adaptação, sem perder a
capacidade de gerar bons resultados.
12- Permita a mudança para alcançar o estado
futuro previsto

O último princípio também tem forte relação com a


capacidade de utilizar as mudanças como
oportunidades de melhoria. No princípio anterior,
tivemos um foco na ideia de resposta às mudanças.
Esse, foca na aceitação das mesmas, de não tentar
evitá-las, pois ao evitar certas mudanças incorre-se no
risco de não entregar o valor esperado. Equipes
flexíveis, auto-organizadas e focadas na entrega de
valor certamente não terão problemas para permitir,
aceitar e responder à essas mudanças de uma forma
produtiva.
Resumindo os 12 Princípios, podemos concluir
que a liderança deve ser entendida como um
ato de servidão, estando sempre em harmonia
com os anseios e capacidades das partes
interessadas, fazendo uso da empatia para
possibilitar a entrega de valor. Também
podemos concluir que a entrega de valor deve
ser entendida como a disponibilização de um
benefício, e que deve ser tomada como um
direcionador para o estabelecimento de
processos e fluxos, que deverão conter em sua
essência a qualidade. O conceito de qualidade,
no sentido de atendimento às necessidades e
expectativas das partes interessadas, auxilia a
compreensão do que precisa ser feito, de
acordo com o contexto no qual o projeto está
inserido. Isso gera o anseio por mudanças, pois
só através delas é que possibilitamos a melhoria
contínua.
OS 8 DOMÍNIOS DE
DESEMPENHO
A nova edição do PMBOK trará uma abordagem de
gerenciamento de projetos baseada em princípios
e não mais em processos.
Assim, na nova edição estarão indicados 12
princípios e um sistema de entrega de valor (“Value
Delivery System”), que foram abrangidos
anteriormente neste e-book. Estes princípios e
valores irão guiar todos os envolvidos em alcançar
os resultados pretendidos no projeto, entregando,
assim, valor às partes interessadas.
Mas fique atento. Outras mudanças irão aparecer
na nova edição do PMBOK®, como os 8 domínios
de performance.
Na sétima edição do PMBOK®, as 10 Áreas de
Conhecimento abrangidas nas edições anteriores
não mais existirão, dando lugar aos Domínios de
Desempenho. Entretanto é bom entendermos que,
apesar de não estarem mais claramente definidas
na nova edição, essas Áreas de Conhecimento,
bem como suas características, continuarão
importantes no gerenciamento e estarão, de certo
modo, redistribuídas entre os Domínios.
Áreas de Conhecimentos Domínios de Desempenho
Integração Equipe
Escopo Partes Interessadas
Cronograma Ciclo de Vida
Custo Planejamento
Qualidade Navegando na Incerteza e na
Recursos Ambiguidade
Comunicação Entrega
Riscos Desempenho
Aquisições Trabalho do Projeto
Partes Interessadas

Sabemos, até agora está tudo muito vago?! Vamos


tentar entender um pouco mais desses tais
domínios de desempenho.

Por definição:
“Um domínio de desempenho do projeto é
definido como um grupo de atividades
interrelacionadas que são críticas para entrega
eficaz dos resultados do projeto.”

Atividade 2

Atividade 3 Atividade 1

Domínios de Sucesso do
Desempenho Projeto

Atividade 4 Atividade 6

Atividade 5
Partes
Interessadas
Trabalho
do Equipe
Projeto

Domínios de
Desempenho Planejamento
desempenho

Entrega Ciclo de
vida
Navegando na
incerteza e
ambiguidade

Partes Interessadas: Esse domínio visa promover a


constante interação das partes interessadas, para atingir
os resultados desejados. O engajamento delas deve ser
garantido através da implementação de estratégias e
ações específicas e o envolvimento das mesmas é
importante na análise de decisões e implementações
necessárias. Podemos dizer que este Domínio tem forte
relação com os princípios que envolvem os conceitos de
liderança servidora, colaboração e empatia.
Equipe: Esse domínio de desempenho direciona as
atividades e funções associadas às pessoas que são
responsáveis pelas entregas do projeto, que geram os
resultados para o negócio. Uma equipe de alto
desempenho necessita de um ambiente adequado para
atingir seus objetivos. Desenvolvimento da equipe,
motivação para comportamentos de liderança por todos
os membros da equipe e a mentalidade de que todos são
responsáveis pelas entregas devem estar sempre
presentes durante um projeto.
Também podemos dizer que este Domínio tem forte
relação com os princípios que envolvem os conceitos de
liderança servidora, colaboração e empatia, bem como o
conceito de motivação.

Planejamento: O planejamento envolve a organização,


elaboração e coordenação do trabalho ao longo do
projeto, desde a fase inicial até a de encerramento do
mesmo. A quantidade, tempo e frequência de
planejamento vai variar de projeto para projeto e deve ser
adaptada levando-se em conta o produto, as
necessidades das partes interessadas, a abordagem de
desenvolvimento e o ambiente em que o projeto está
inserido.
Este Domínio está fortemente relacionado com os
princípios que envolvem o conceito de visão sistêmica e
de tailoring.
Entrega: Este Domínio está associado diretamente com as
atividades e funções necessárias para entrega do escopo e
da qualidade requeridos pelas partes interessadas. As
entregas tem um foco em atender ao escopo, requisitos e
às expectativas de qualidade esperados para o projeto.
Esse domínio de performance é de extrema importância,
visto que as entregas do projeto estão diretamente ligadas
com o alcance dos objetivos estratégicos da organização.
Também está relacionado com os princípios que
envolvem o conceito de visão sistêmica e de tailoring, mas
também com os princípios relacionados a foco no valor,
qualidade e aprendizado.

Ciclo de vida: Domínio associado à definição das fases do


ciclo de vida do projeto, bem como com a abordagem de
desenvolvimento que será escolhida para o mesmo. As
entregas do projeto, com base no seu escopo, possuem
influência direta na determinação do ritmo de realização
do projeto e na determinação da abordagem a ser usada.
Essa abordagem de desenvolvimento irá variar de projeto
a projeto, dependendo dos objetivos e necessidades
atreladas a ele, podendo ser, por exemplo, uma
abordagem preditiva (como PERT-CPM e Gantt),
adaptativa (como Backlog e Incremento) ou híbrida (uma
mistura de métodos, ferramentas e artefatos). Esse
Domínio está bem alinhado com o princípio relacionado
ao conceito de tailoring.
Navegando na Incerteza e Ambiguidade: Projetos são
realizados em ambientes com graus variados de incerteza
(ou risco). Essa incerteza representa ameaças e
oportunidades que devem ser cuidadosamente avaliadas
pela equipe do projeto, que irá definir como atuar perante
as mesmas.
Este Domínio tem forte relação com o princípio que
envolve o conceito de resposta aos riscos.

Desempenho: Envolve a realização e foco em atividades


de medição de desempenho, implementação de respostas
adequadas e aplicação de lições aprendidas a fim de
possibilitar a melhoria contínua. Esse domínio avalia o grau
com que as entregas do projeto e o desempenho atendem
as especificidades desejadas.
Esse Domínio tem forte relação com os princípios que
envolvem os conceitos de aprendizado, adaptação com
resiliência, bem como melhoria contínua.
Trabalho do Projeto: Esse domínio está associado às
atividades relacionadas com o estabelecimento dos
processos do projeto, gerenciamentos de recursos físicos
e com o estímulo a um ambiente de aprendizado
constante. Estabelecer os processos através dos quais o
trabalho será realizado é importante, pois facilita o fluxo de
entrega de valor pela equipe. O trabalho do projeto inclui
comunicação, gerenciamento de recursos, engajamento,
aquisição e outras áreas de conhecimento que contêm os
processos necessários para manter a operação do projeto
funcionando adequadamente. Esse Domínio envolve
conceitos relacionados a cada um dos 12 princípios do
Gerenciamento de projetos, tais como: liderança servidora,
colaboração, empatia, foco no valor, visão sistêmica,
motivação, adaptação (tailoring), qualidade, lições
aprendidas, resposta aos riscos, adaptação com resiliência
e melhoria contínua.
Adaptação
TAILORING

O conceito de adaptação (tailoring), assim como nas edições


anteriores, continua sendo abordado na sétima edição do
PMBOK®. Esse conceito é de extrema importância porque cada
projeto é único e, por isso, nem todas as boas práticas
abordadas no PMBOK® são necessárias a todos os projetos.
No processo de tailoring, inicialmente, deve-se escolher a
abordagem de desenvolvimento (preditiva, adaptativa ou
híbrida) que melhor se encaixe nos esforços previstos para o
projeto.
Com essa definição, é importante que haja uma adaptação de
acordo com as características organizacionais. Para isso,
modificações devem ser feitas considerando, entre outras
coisas, a governança corporativa, garantia da qualidade,
política de conformidade e aprovação do PMO (Project
Management Office) ou VDO (Value Delivery Office).
Como é de se esperar, a adaptação não deve levar em conta
apenas a abordagem de desenvolvimento e as características
organizacionais. As características do projeto devem ser,
também, consideradas durante esse processo. Um ajuste
baseado no tamanho do projeto, criticidade e outros fatores
deve ser feito. Assim, aspectos podem ser inseridos, removidos
ou modificados na abordagem de projeto para satisfazer as
necessidades únicas do mesmo.
Por fim, deve-se implementar as adaptações previstas e
verificar quaisquer necessidades de melhoria. Nessa fase, é
importante que sejam feitas mudanças a fim de melhorar a
eficiência do projeto e que sejam consideradas as lições
aprendidas para uma melhoria contínua do processo.
A figura a seguir representa o processo de tailoring, conforme
indicado pelo PMI em sua série de vídeos Out of the Box.
TROCANDO A VALORIZAÇÃO
DE ENTREGA PELA ENTREGA
DE VALOR
O Guia PMBOK® 7ª Edição nos convida a refletir sobre a
ideia que os padrões de gerenciamento de projetos
podem contribuir para que os projetos sejam bem-
sucedidos e contribuam nas entregas de valor.
A antiga função de gerente de projeto, tinha a
responsabilidade de analisar as entregas do projeto,
baseado na comparação do que foi planejado, como foi
realizado e quanto isso custou. Para isso, havia uma
definição de uma série de Processos, Ferramentas e
Técnicas em diversas Áreas de Conhecimento, agrupadas
de acordo com uma visão preditiva do ciclo de vida . À
medida que o projeto ia progredindo, as entregas eram
realizadas, e junto com elas, o controle de qualidade era
realizado pela própria equipe de projeto, para verificar se
os requisitos foram satisfeitos. Só depois das inspeções
das entregas, verificadas e certificadas de que não havia
nenhuma falha, se iniciava o processo de validação do
escopo com o cliente.
Uma vez aprovada pelo cliente, a entrega era considerada
realizada. Ou seja, o foco da antiga figura do gerente de
projeto ficava muito ligado nos processos e nas entregas.
TROCANDO A VALORIZAÇÃO
DE ENTREGA PELA ENTREGA
DE VALOR
O Guia PMBOK® 7ª convida não só o Líder de Projeto, mas
toda equipe, a ter uma visão mais abrangente, flexível e
estratégica. Agora, é preciso dar mais atenção aos
resultados que irão entregar valor à organização e às
partes interessadas.
Os 12 princípios discutidos anteriormente ajudam a
moldar o comportamento dos líderes de projetos, bem
como outras partes interessadas nesta direção, mas sem
prescrever como as coisas devem ser feitas. Já os
Domínios de Desempenho facilitam a determinação de
como a realização do projeto poderá ocorrer de forma
mais efetiva, adaptando os processos de acordo com a
necessidade.
Um projeto pode, então, entregar valor usando diferentes
abordagens, processos, ferramentas, técnicas e artefatos,
fazendo uso do tailoring para aumentar o valor resultante
de cada entrega e não para simplesmente focar em
acelerar o número de entregas feitas.
TROCANDO A VALORIZAÇÃO
DE ENTREGA PELA ENTREGA
DE VALOR
Pensando nisso, e seguindo tanto as recomendações dos
Princípios como a organização em Domínios, é importante
que as equipes tenham autonomia para definir como irão
trabalhar, de modo a melhorar o fluxo de entrega valor.
É preciso refletir e entender que simplesmente realizar
entregas não é a finalidade da execução de projetos, pois
isto pode levar as equipes a realizarem entregas que não
geram nenhum resultado relevante. É preciso entender
projetos como meios através dos quais o valor poderá ser
gerado e entregue, e que a priorização das entregas de
cada projeto com base no valor é que levará a antecipação
dos resultados e a obtenção de benefícios de forma
sustentada.
Parte 5
Aonde ver mais sobre
o assunto
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saber mais sobre o assunto, acesse os links:

Out of the box:


Learn more about the upcoming PMBok Guide
https://www.pmi.org/brightcove/player/index?properties=controls&id=6226055240001

Project Management
Getting Under the Hood of the PMBOK® Guide –
Seventh Edition:
https://www.projectmanagement.com/videos/637478/Getting-Under-the-Hood-of-the-PMBOK--
Guide---Seventh-Edition

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