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ATIVIDADES DO QUOTIDIANO DA
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CRIANÇA
Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
ÍNDICE
1.1.6− A comunicação............................................................................................................12
2.3.Actividades diárias..........................................................................................................36
2.4.Actividades físicas...........................................................................................................38
2.5.Apoio Escolar.....................................................................................................................43
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
2.6.Actividades lúdico-pedagógicas.................................................................................47
2.7.Actividades domésticas.................................................................................................48
Bibliografia....................................................................................................................................52
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Os planos de atividade de sala devem ser realizados com uma periodicidade regular,
preferencialmente diária.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Uma vez estabelecida e nela integradas as crianças, a rotina torna-se mais flexível. Por
exemplo, um bom tempo de trabalho ou brincadeira pode, por vezes, ser prolongado ou a
rotina alterada para se adaptar a uma saída ao exterior.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Os períodos de aprendizagem ativa têm lugar numa sequência razoável e previsível, que
vai ao encontro das necessidades particulares do contexto. As experiências têm lugar num
contexto físico apropriado.
Marco de referência:
Uma vez apreendido pela criança, proporciona uma grande liberdade de atuação, tanto às
crianças como ao educador.
Segurança:
Ao saberem com antecedência o que vão fazer a seguir sentem-se mais seguras e donas
do seu tempo.
Captação do tempo:
A criança aprende a existência de fases, o seu nome e a sua sequência: o que acontece
antes, o que acontece depois, o que se faz no início, o que se faz em todos os momentos
da sessão.
Captação cognitiva:
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
A perceção sensorial dos momentos completa-se nas rotinas com uma captação cognitiva
da estrutura das atividades.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
É tarefa dos adultos e da equipa pedagógica organizar estes componentes numa rotina
diária que se adapte às suas específicas restrições de tempo e de horário. Há programas
que, por exemplo, funcionam com base na hora das refeições, da sesta e do recreio; outros
programas aproveitam todo o dia e têm dias de trabalho tanto de manhã como de tarde.
A coordenação dos horários múltiplos dos bebés e das crianças pode apresentar-se como
um desafio. Esta é uma das razões pela qual os grupos de crianças em creches devem ser
pequeno.
Saber o que irá acontecer na etapa seguinte, por exemplo, após a sesta, ajuda as crianças
a sintonizarem-se com o ritmo do próprio corpo e com o ritmo do dia. Quando o dia é
determinado por um percurso conhecido, as crianças podem sinalizar as suas necessidades
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Logo pela manhã, se as crianças souberem o que vão fazer quando os pais os deixam, a
separação dos pais e a aproximação do adulto e aos companheiros tornar-se-á mais fácil.
Como proceder para organizar uma programação diária? Eis duas linhas orientadoras:
1. Criar um horário diário que seja previsível e no entanto, flexível;
2. Incorporar aprendizagem ativa, incluindo apoio do adulto, em cada
acontecimento e rotina de cuidados.
Período da manhã
A fase de receção e acolhimento das crianças;
A fase de adaptação, em que é permitido às crianças a permanência num espaço
da sala, confortável e sossegado (espaço de transição), procurando adaptar-se ao
novo período do dia que começa. Durante este período, e dependendo da faixa
etária das crianças e respetiva autonomia, pode proceder-se:
Atividades espontâneas, verificando a possibilidade de introduzir algumas atividades
mais planificadas, no caso de crianças mais pequenas;
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Período da tarde
À medida que as crianças vão acordando, são levadas para o espaço de transição,
para realizar atividades espontâneas e mais sossegadas. Durante este período, e
dependendo da faixa etária das crianças e respetiva autonomia, realizar-se uma
nova planificação de atividades.
O período da tarde é ocupado com atividades planificadas e espontâneas e
prestação de cuidados pessoais;
A fase de preparação para a entrega das crianças às famílias;
A fase de transição, em que as crianças permanecem num espaço da sala,
confortável e sossegado (espaço de transição), onde principalmente as mais velhas,
já só se encontram a realizar atividades espontâneas, que permitam uma transição
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
suave para os cuidados da família (p.e. sentadas a contar histórias, fazer puzzles,
ver um vídeo).
As crianças mais pequenas, de acordo com a sua autonomia, poderão estar num espaço a
sociabilizar com as mais velhas, sob a supervisão de um colaborador.
É de facto de interesse suplementar a interação do adulto nesses momentos, uma vez que
aumenta frequentemente a vontade da criança em participar em rotinas e atividades às
quais não podem escapar.
O escolher e decidir numa base diária e ser capaz de mudar de ideias de dia para dia, tem
como objetivo proporcionar às crianças um sentido de controlo sobre o seu dia-a-dia.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
1.1.6− A comunicação
Comunicação significa entrada e saída: o que chega vindo de ti para mim, o que vai de
mim para ti, e o que vai de mim para ti. Significa entrar em contacto usando todo o teu
ser: o teu pensamento mágico, o teu corpo e o seu movimento, os teus efeitos de som, os
sentidos – algumas vezes separadamente, outras em conjunto.
Comunicação pode acontecer de um para um, de muitos para muitos. Ela tem lugar entre
pessoas, algumas vezes entre não-pessoas (animais, coisas com vida).
Os seres humanos não têm de falar para comunicar, mas não há dúvida de que as palavras
clarificam muito melhor a transmissão de informações e pensamentos. Nos primeiros anos
de vida, a linguagem corporal desempenha um papel mais importante.
Não é só o rosto que revela emoções, são também os gestos. Podemos abrir os braços por
nos sentirmos alegres ou tristes. Mas toda a gente sabe ler os sinais mais deliberados,
como as expressões faciais, o apontar, o tocar, o encolher os ombros, os abraços e os
beijos.
As crianças começam a fazer estes sinais nas primeiras semanas de vida, embora não se
apercebam disso. Começam a usar sinais para comunicar intenções cerca dos 7 ou 8
meses.
Um bebé que chora e deixa de o fazer quando um adulto chega está a mostrar que tem
presente um sinal comunicativo com que chama a atenção de outra pessoa e a que esta
responde. Nós os adultos atribuímos intenções de comunicação às expressões dos bebés,
mesmo que estes sejam muito pequenos.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
A importância deste facto é que facilita as interações entre crianças e adultos. A ação
constante de interpretação que os adultos fazem das expressões das crianças permite que
a interação continue e que a criança tenha acesso aos significados.
Deverão estar atentos a quaisquer sinais de dificuldade da linguagem e fala da criança, que
podem confundir-se com atrasos de desenvolvimento ou virem a criar-lhe problemas nas
suas relações com os outros e na aprendizagem.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Para uma criança as coisas existem só neste momento. Por volta dos 3 anos, as crianças
começam a encarar o tempo como um contínuo, a perceber que existe o antes e o depois.
As crianças desta faixa etária não têm uma visão «objetiva» do tempo. Compreendem a
passagem do tempo em termos do próprio sentir, de forma subjetiva.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
A observação deve ser situada no tempo, espaço e contexto. Deve pôr em evidência,
sobretudo, o que a criança gosta de fazer, sabe fazer; as situações em que se mostra ativa,
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
as pessoas com quem gosta de agir, etc. a nossa observação só poderá ser eficaz se se
apoiar no que a criança gosta de fazer, de dizer.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Cada registo pode ser elaborado ao gosto de cada um. Darei alguns exemplos, tal como
estes que se seguem. Observa-se as fotografias e os nomes de cada um. Faz-se um
registo, para ajudar a cada um a se reencontrar.
Pode-se aproveitar as fotografias para fazer um gráfico móvel, sabendo a cada momento
quantos somos com 3 anos, com 4 anos e com 5 anos. O calendário dos aniversários ajuda
para saber quando temos que mudar um cartão de sítio.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Sabe a idade
Sabe a morada
Sabe o sexo
Conhece o núcleo familiar
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Faz rasgagens/recorte
Faz colagem
Faz digitinta
Faz pintura com o dedo e com o pincel
Gosta de experimentar novas técnicas de
pintura
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Faz modelagem
EXPRESSÃO PLÁSTICA
Contorna figuras
Pinta dentro de contornos
No desenho faz:
Garatuja
Girino
Figura humana
Pormenores da figura humana
Faz desenhos figurativos
Reproduz vivências, histórias
Desenha elementos no espaço de forma
correta
Identifica e nomeia cores primárias
Identifica e nomeia cores secundárias
Utiliza materiais de diferentes texturas
Revela criatividade e sentido estético
EXPRESSÃO PLÁSTICA
Mantém diálogo
Articula corretamente as palavras
Tem um vocabulário diversificado
Reproduz histórias (poesia, lengaslengas e
travalínguas)
Inventa histórias
Conta histórias a partir de imagens
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Descreve imagens
Narra acontecimentos
Transmite mensagens ou recados
Escreve o nome
LINGUAGEM ESCRITA Imita a escrita
Faz leitura de imagens
Faz exercícios de pré-escrita com facilidade
Diferencia números e letras
Sabe que o sentido da escrita é da esquerda
para a direita
Realiza registos de atividades
espaço
Longe/perto
Dentro/fora/entre
Aberto/fechado
Cima/baixo
Identifica e nomeia noções de tempo
Ontem/hoje/amanhã
Noite/dia
MATEMÁTICA -
Manhã/tarde
Antes/agora/depois
Dias da semana
Meses do ano
Estações do ano
Noções lógico-matemáticas
Faz classificação pela cor
Faz classificação pela forma
Faz classificações pela espessura
Faz classificações pelo tamanho
Tem noção de mais/menos
Tem a noção de muito/pouco
Tem a noção de curto/comprido
Tem a noção de grosso/fino
Tem a noção de claro/escuro
Tem a noção de rápido/lento
Distingue formas geométricas
Faz seriações
Faz ordenações
Forma conjuntos segundo as propriedades
Tem noção de quantidade
Associa o número à quantidade
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Desejo de experimentar
MANIFESTA DESEJO DE SABER REVELA
Curiosidade de saber
Atitude crítica
Acontecimentos do mundo
Personalidades
Povos e países
Conhece e nomeia partes do corpo
Conhece o seu meio envolvente (físico e
SOBRE
social)
Fenómenos naturais: vento, chuva, sol,
água,…
Explora equipamentos e utensílios
Participa nas negociações das questões a
aprofundar
Não existe uma definição única para planificação, cada educador, técnico ou professor terá
a sua, que é própria e reflete a forma como encara o processo de ensino/aprendizagem.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
As opções que se fazem a este nível vão sofrer ajustamentos ao longo do ano, e para cada
grupo em particular, após se conhecer as crianças. Pois, é a partir da avaliação que o
educador ou técnico faz das necessidades de cada grupo, que pode intervir diretamente
sobre elas.
Para planificar uma unidade é necessário interligar objetivos, conteúdos e atividades. Desta
forma vai-se traçar o percurso para uma série de aulas e, vai refletir a compreensão que o
educador ou técnico tem tanto ao conteúdo como ao processo de ensino. É também
necessário equacionar os materiais necessários de forma mais concreta, a motivação das
crianças, os instrumentos de avaliação, entre outros.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Estes planos são aqueles a que o educador e técnico disponibiliza mais atenção. É também
aqui que melhor se percebe a forma como o educador e técnico encara a dinâmica do
ensino/aprendizagem.
Tudo o que é planificado será agora desenvolvido, mas para tal o educador já deve ter
pensado anteriormente nos conteúdos, nos meios, nos intervenientes (idade da criança),
nos recursos, no lugar, e no tempo (quando). A partir daqui a atividade pensada pelo
educador será posta em ação.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Planear em termos educacionais será um «processo contínuo que se preocupa com o «para
onde ir» e «quais as maneiras adequadas para chegar lá», tendo em vista a situação
presente e possibilidades futuras, para que o desenvolvimento da educação atenda tanto
às necessidades da sociedade como às do indivíduo».
As funções da planificação são basicamente:
1. Ser um meio que integra todos os fatores que convergem (levam) para o ato
educativo dando-lhe unidade e operacionalidade;
2. Ser garantia de coerência e continuidade do trabalho;
3. Ser base imprescindível para ponderar objetivamente o rendimento do trabalho
pedagógico (avaliação);
4. Ser instrumento dinâmico de base a partir dos dados da avaliação: serve de
controlo e ajuste do ato pedagógico às exigências das crianças, para conseguir
aprendizagens mais eficazes e seguras.
Qualquer planificação deve ter uma fase de conhecimento da realidade, uma fase de
preparação, uma fase de desenvolvimento e outra de aperfeiçoamento.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
4. A fase de aperfeiçoamento implica avaliar para voltar a planificar. São aqui analisados os
resultados das situações de aprendizagem, a adequabilidade dos objetivos, estratégias e
recursos. Pretende-se corrigir deficiências. Esta avaliação poderá ser feita em vários
momentos do percurso de forma a permitir, mesmo durante o processo, os reajustes
necessários, os quais serão garantia de qualidade daquilo que foi projetado.
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O Educador/Coordenador_________________________
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O papel dos adultos será o de tentar recriar a proximidade e a segurança familiar que os
bebés sentam quando estão nos braços dos pais, quando estes cuidam deles ou quando
lhes dão o biberão.
É também durante a alimentação do lactente que o adulto estará pronto para interagir
sempre que o bebé mostre interesse em o fazer: sorrindo, fazendo caretas, conversando
em voz baixa ou fazendo uma festinha na cabeça do bebé.
O bebé por sua vez poderá agarrar nos dedos do adulto, tocar na sua cara, nas mãos ou
vestuário. É através destas trocas que o adulto e bebé constroem uma relação pessoal com
base na qual a criança aprende, que pode confiar nesse adulto para lhe satisfazer as suas
necessidades físicas e emocionais.
Além disso, o facto dos bebés utilizarem os dedos quando comem vai proporcionar o
desenvolvimento da sua autonomia: os bebés não são obrigados a depender do apoio e do
controlo de um adulto, assim como, a aquisição de experiências tácteis variadas: as
crianças de tenra idade ao manipularem diretamente a comida adquirem experiências
tácteis diversificadas. Apesar de estarem interessadas em colheres, também estão
igualmente interessadas no modo como sentem a comida nas suas mãos.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
O facto de os adultos comerem com as crianças, também apoia a necessidade que têm de
repetição, que lhes permite ter domínio sobre uma série de competências de auto ajuda.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Os períodos de descanso são de grande importância. Tem como objetivo uma retirada
calma das experiências sociais intensas do contexto infantil. Possibilita às crianças a
oportunidade de recarregarem as suas energias físicas e emocionais para a parte do dia
que se segue.
Num contexto de cuidados em grupo, esta prática liberta os adultos para poderem dar
atenção às outras crianças que estão acordadas, protege a criança que dorme de ser
pisada ou incomodada pelos seus pares que estão a brincar, e proporciona de forma
consistente a cada criança um espaço para dormir personalizado e familiar.
As crianças também demonstram preferência pelo sítio onde querem dormir: na cama junto
a uma fonte de iluminação, junto a um adulto, ao lado de um amigo/a, os madrugadores
poderão dormir próximos das casas de banho, da área dos livros ou das portas de saída.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Os adultos têm de decidir sobre a conceção de uma zona da sala ou do quarto de dormir,
onde haja espaço para as camas das crianças que têm tendência para dormir um sono
mais longo e outras para as camas das crianças que acordam primeiro.
É de referir que enquanto a maior parte das crianças dorme uma sesta longa ou curta,
outras encontram o descanso de que necessitam apenas deitando-se no catre durante
parte ou toda a hora da sesta, a olhar para livros ou ocupando-se sossegadamente com
algum brinquedo que escolheram.
É imprescindível conversar com os pais quando eles chegam com os seus filhos. Eles
deixam transparecer quando se deve antecipar uma mudança nos padrões de sono da
criança.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
É através do tempo e da observação, da tentativa e do erro e das dicas dadas pelos pais,
que o adulto conseguirá descobrir como melhor ajudar cada criança a sossegar, antes de
adormecer.
Entre elas:
• Optar por um livro ou um brinquedo que gostem de utilizar enquanto descansam.
• Brincar na área dos livros ou jogos calmos, localizadas longe da área de repouso.
• Ir para o recreio com uma das educadoras, etc.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
numa cadeira de baloiço, andarem a passear ao colo do adulto ou olhar pela janela…
outras acordam devagar e contentam-se em ficar deitadas no berço ou no catre durante
alguns momentos, simplesmente a olhar para o ambiente numa tentativa de se adaptarem.
As crianças ficam livres para se juntarem às diversas atividades seguintes, à medida que
vão acordando e sentindo-se prontas.
2.3.Actividades diárias
Uma parte significativa da autoestima advém do êxito conseguido diante de diferentes tipos
de desafios. Nesse sentido, a obtenção de êxito, por parte das crianças, na realização de
algumas ações é um ponto que merece atenção.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Para que se possa garantir que as crianças tenham êxito nas suas ações, é preciso
conhecer as possibilidades de cada uma e delinear um planeamento que inclua ações ao
mesmo tempo desafiadoras e possíveis de serem realizadas por elas.
Dessa forma, propiciar situações em que as crianças possam fazer algumas coisas
sozinhas, ou com pouca ajuda, deixá-las descobrir formas de resolver os problemas
colocados, elogiar suas conquistas, explicitando a elas a avaliação de como o seu
crescimento tem trazido novas competências são algumas ações que auxiliam nessa tarefa.
A arrumação da sala após uma atividade, é um exemplo que contém várias ações que elas
podem realizar sozinhas ou com pouca ajuda. Considerar um tempo ao final de cada
atividade dedicado para a arrumação é uma boa oportunidade para que elas possam de um
lado, aprender a cooperar e perceber que a arrumação é algo da responsabilidade de
todos.
De outro lado, essa atividade pode permitir que elas percebam que são capazes de realizar
ações de forma independente, como guardar materiais, brinquedos, varrer a sala, jogar
restos de papel no lixo, devolver materiais que foram tomados emprestados de outras salas
ou locais da instituição etc.
É bastante provável que no início o professor tenha de apoiar e supervisionar a ação das
crianças. A arrumação gasta tempo, por isso deve ser considerada uma atividade em si e,
como tal, ser planeada.
Pode ser feito um quadro em que as tarefas de cada um no momento de arrumação são
marcadas, de forma que todas as crianças saibam qual a sua tarefa daquele dia e possam,
além disso, conferir que todos irão experimentar todas as modalidades.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
organização, são realizadas pelos adultos, como servir o prato de comida ou cuidar da sua
higiene pessoal.
Na hora da refeição, é importante deixar que as crianças sirvam-se sozinhas. Se, no início,
elas terão necessidade de alguma ajuda, em pouco tempo poderão ter a sua competência
ampliada. Isso requer algumas condições, tais como um tempo maior para as refeições,
oferta de pratos, talheres, travessas e jarras adequados para o tamanho e capacidade
motora das crianças, arranjo do espaço que permita mobilidade, entre outras coisas.
Não se deve esquecer que a organização da instituição deve estar a serviço da ação
educativa e não o contrário.
2.4.Actividades físicas
Aos 3 anos pode andar de velocípede, jogar a bola, correr, virar, saltar para cima e para
baixo.
Aos 4 anos trepa, salta num só pé, pode carregar um copo ou uma xícara de líquido sem
entorná-lo. Aprende a vestir-se sozinha, a abotoar-se na frente, a amarrar os sapatos,
pentear-se, escovar os dentes e prestar serviços em casa.
Aos 5 anos a exploração sensorial e motora prossegue com facilidade aumentada, mais
orientada pelo resultado do que para a simples satisfação. Ganha mais desembaraço e
ousadia. Fisicamente pode fazer mais ou menos o que quiser, se não for preciso empregar
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
força. Tem facilidade para aprender a dançar, a executar exercícios e provas físicas. É mais
ágil e tem maior controlo corporal; melhora o equilíbrio.
A Sessão de movimento
Sendo o movimento o meio a utilizar para exercitar nas nossas crianças, capacidades físicas
e mentais, afinar nervos e temperamentos e formar caracteres, encontra-se mais adequada
a denominação de sessão de movimento do que aulas de ginástica ou educação física, por
designação mais preocupadas com a melhoria do físico e do comportamento motor do
aluno.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
3. Deve ser utilizada uma linguagem acessível à criança, evitando-se sempre explicações
demasiado longas. A criança obrigada a prestar atenção durante muito tempo a palavras,
fatiga-se psiquicamente e torna-se irrequieta. Sempre que possível o exemplo deve
substituir a explicação.
4. O ambiente físico em que a sessão deve decorrer, procurará ser quanto possível calmo e
de compreensão, a compensar os pequenos distúrbios de comportamento, devidos às
primeiras associações com crianças da sua idade. Os ambientes de excitação e de agitação
nada têm a ver com um trabalho alegre e dinâmico.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
O adulto terá sempre presente que qualquer alteração da sua vida afetiva, da sua vida
profissional ou da sua fisionomia, nunca se deverá refletir na sua relação com a criança.
Alheia às agressões que porventura tenham atingido o adulto, a criança tem o direito a
dela receber um tratamento sempre igual em boa disposição, em dinamismo e em carinho.
Direito esse que só o adulto, vocacionalmente talhado para a profissão, pode respeitar.
Mudando para aspetos mais técnicos, chamo a atenção para as inúmeras faltas que podem
ser cometidas pelo adulto durante a sessão de movimento.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Além desta extensa lista de erros, onde até mesmo bem avisados os mais experientes por
vezes escorregam, surgem ocasiões em que, por outro tipo de falhas, tudo corre mal. Tudo
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
corre mal, porque todas as crianças executam erradamente, porque não se consegue que
ninguém perceba o que se pretende.
Quando tal acontece, a culpa nunca está nas crianças, mas sempre no adulto. Deverá
passar-se à frente, substituindo por novo exercício aquele que fracassou, vindo a sujeitar a
nossa atuação a uma análise posterior, com vista a determinar a causa do insucesso para o
eliminar no futuro. E das cinco causas que seguem, uma ou mais aconteceu…
1. A aplicação de uma imitação, de um tema, de um jogo, ou de uma proeza
demasiado difícil.
2. Não ter antecedido o que fracassou, por outra coisa mais fácil que servisse de
degrau para lá chegar.
3. Má explicação. Termos inadequados ou palavras difíceis para o desenvolvimento
mental da criança. Explicação palavrosa, longa e aborrecida, tardando a execução
do movimento, por falta de dinamismo do adulto.
4. Má exemplificação. Demonstração incorreta, que o adulto sem se aperceber
executa, e que as crianças imitam alterando a finalidade do que se pretendia. Por
vezes, a exemplificação dada pelo adulto condiciona a criança para uma imitação do
exemplo dado, roubando-lhe a espontaneidade criadora a que se pretende dar livre
curso, nas sessões de expressão livre. Outras vezes, por comodismo ou passividade,
o adulto furta-se à exemplificação substituindo-a pela explicação.
Tal procedimento não resulta, visto a criança aprender sempre melhor pelo que vê,
que pelo que ouve. Se, pela sua idade ou condição física, o adulto não pode
participar ativamente, chamará uma das crianças mais dotadas para demonstrar. É
um processo que resulta. O modelo a copiar está à altura deles e “se ele faz, eu
também sou capaz”.
5. Mau comando. Ritmo demasiado rápido ou lento para as características do
exercício. Voz pouco clara ou má colocação do adulto, dificultando que todos o
oiçam.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
2.5.Apoio Escolar
A Lei de Bases do Sistema Educativo estabelece nos seus objetivos que deve ser
assegurada pelo Estado uma formação geral comum a todos os cidadãos; que devem ser
proporcionadas aos alunos experiências que favoreçam a sua maturidade cívica e sócio-
afectiva e que, devem ser criadas condições que promovam o sucesso escolar e educativo
a todas as crianças e alunos.
Todos os anos aparecem nas escolas alunos com dificuldades de aprendizagem, que
consequentemente os leva a um fraco rendimento escolar.
Os problemas que afetam as crianças são muito diversos e de origens muito diferentes.
Alguns são fáceis de detetar, outros, no entanto, podem passar despercebidos, sejam eles
de origem fisiológica ou sócio-afectiva.
As dificuldades reveladas pela criança em idade escolar podem levar a uma rejeição das
atividades da aula e a um estado de angústia, que a acompanharão ao longo de todo o
percurso escolar, tornando-se um ciclo vicioso, do qual dificilmente se libertará – não
aprende porque tem dificuldades e rejeita as aulas porque não aprende.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Para que as medidas de apoio possam conduzir ao sucesso é essencial que se tenham em
conta as diferentes necessidades das crianças, respondendo de forma adequada e
diferenciada às dificuldades apresentadas pelas crianças.
Se todos forem tratados da mesma maneira, apenas se conseguem aumentar ainda mais
as desigualdades que já existiam na vida escolar.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
É um caminho que professores, auxiliares educativos, pais e alunos têm de trilhar juntos.
O caminho a percorrer leva a uma necessidade constante de se adaptar e adequar a
diferentes etapas e a cada situação individual.
É um percurso que tem de ser flexível e maleável, ao qual o adulto responsável pelo apoio
escolar terá de se adaptar, mudando as estratégias de acordo com o meio escolar onde
estar inserido e ajustando-se às carências de cada criança, dotando-se dos meios
necessários para responder às questões problemáticas que lhe aparecem diariamente.
O adulto deve:
• Ser calmo;
• Ser um orientador;
• Dar atenção a todas as crianças;
• Incentivar a participação;
• Mostrar que está a ouvir;
• Observar bem as reações;
• Aceitar todos os sentimentos;
• Explicar bem o tema de cada atividade;
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
2.6.Actividades lúdico-pedagógicas
Algumas sugestões que ajudarão a utilizar os jogos e brincadeiras de forma mais adequada
e proveitosa no ensino:
a) Defina, de forma clara e precisa, os objetivos a serem atingidos com a
aprendizagem. Os jogos e brincadeiras podem ser usados para adquirir
determinados conhecimentos (conceitos, princípios e informações), para praticar
certas habilidades cognitivas e para aplicar algumas operações mentais ao conteúdo
fixado.
b) Determine os conteúdos que serão abordados ou fixados através da
aprendizagem pelo jogo ou pela brincadeira.
c) Formule as regras de forma clara e precisa para que não dêem margem de
dúvidas.
d) Especifique os recursos ou materiais que serão usados durante a realização do
jogo ou brincadeira, preparando-os com antecedência ou verificando se estão
completos e em perfeito estado para serem utilizados.
e) Explique aos alunos, oralmente ou por escrito, as regras do jogo ou brincadeira,
transmitindo instruções claras e objetivas, de modo que todos entendam o que é
para ser feito ou como proceder.
f) Permita a participação, a motivação e estimulação de todos os integrantes do
grupo ou equipe.
Como qualquer aula, os jogos e brincadeiras também devem ser planeados. O trabalho
planejado é importante e necessário porque evita a improvisação; ajuda a prever e superar
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
2.7.Actividades domésticas
As crianças não percebem a diferença que existe entre trabalho e brincadeira; o que lhes
interessa é saber se uma tarefa é divertida. Você pode considerar que lavar a loiça é
trabalho, mas para uma criança de 3 anos pode ser uma tarefa maravilhosa.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
Atividades de limpeza
Desde tenra idade que as crianças andam atrás dos adultos com uma vassoura pequena ou
um cortador de relva, imitando os atos do adulto. A princípio, essas atividades são uma
imitação pura e simples, mas mais tarde ele ficará deliciado se o adulto lhe der
oportunidade de fazer «trabalhos» a sério.
Auxiliar nas tarefas de limpeza ajuda a criança a construir a autoestima, na medida em que
se lha confia a tarefa de um adulto.
Preparação de refeições
Todas as crianças adoram cozinhar, mas podem ajudá-la de muitas outras maneiras. Deixe
a criança ajudar a fazer uma salada de fruta, a pôr o fiambre no pão, a colocar comida nos
pratos, a pôr e levantar a mesa.
As crianças gostam de ser úteis, e ajudar na preparação de comida ajuda a torná-la mais
independente, pois escolhe o que vai comer e tem mais prazer no ato de comer.
Ajuda-a a ter um maior controlo das mãos e do pulso. Ajuda-a a adquirir conhecimentos
matemáticos, pois lida com quantidades, pesos e medidas. Ajuda-a a conhecer os
diferentes alimentos e explorar com eles as aptidões sensoriais (cheiro, gosto, as cores, as
texturas). E, por último faz com que a criança trabalhe para um fim, pois está a trabalhar
para conseguir qualquer coisa: um bolo, uma tarte, uma gelatina, etc…
Fazer jardinagem
Mais do que ninguém, as crianças adoram mexer na terra. Mesmo quando não há tempo
para criar plantas, elas podem fazer um jardim com restos que apanham. Comece com
uma caixa baixa. Ponha uma camada de terra. A criança pode transplantar algumas plantas
para a caixa e decorar com seixos, um pequeno espelho, restos de mosaicos e mais o que
elas quiserem. Este jardim não é para durar; portanto não importa que as flores murchem.
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Planificação e programação das atividades do quotidiano da criança
O ato de fazer jardinagem implica por parte da criança uma certa responsabilidade, pois vai
ter de tratar e cuidar das plantas: tirar as ervas daninhas, regar. Por outro lado aumenta os
conhecimentos sobre plantas: plantas de ornamentar, plantas que pode comer. É uma
ótima maneira de explorar as cores e as partes constituintes de uma planta, explorar os
seus cheiros e perfumes.
Por outro lado atuam como organizadores estruturais das experiências quotidianas, pois
deixam transparecer a estrutura e permitem o domínio do processo a ser implementado e,
ainda, substituem a incerteza do futuro por um esquema fácil de seguir.
É neste contexto que o quotidiano passa a ser algo previsível, o que transmite grandes
benefícios em relação à segurança e à autonomia.
Uma rotina diária consistente permitirá à criança perseguir os seus interesses, fazer
escolhas e tomar decisões, e resolver problemas à sua dimensão no contexto dos
acontecimentos que vão surgindo.
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Bibliografia
Webgrafia
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