JUSTIFICATIVA
O projeto teve por objetivo inicial a informação e orientação sexual, visando
conscientizar os adolescentes na iniciação na vida sexual e prevenindo-los para
as possíveis situações indesejáveis.
No mundo atual, há muitas informações erradas e inadequadas que atingem
facilmente os adolescentes nessa era da internet. A superinformação está cada
vez mais acessível pelos meios de comunicação e há pouca censura neles. Isso
acaba expondo os jovens a situações não tão bem compreendidas por eles. A
gravidez na adolescência tem aumentado bastante nos últimos tempos. O que
acontece é que os adolescentes estão numa fase em que querem se portar como
adultos mas falta a experiência necessária que um adulto tem, isso acarreta
problemas a eles e muitos estão a contrair doenças sexualmente transmissíveis
cada vez mais.
Todas essas situações infelizmente é resultado da informação inadequada e
precária que os jovens estão tendo, e a pouca atenção que os adultos dão em
relação às necessidades dos adolescentes de hoje.
Outra questão importante é a imposição da sociedade em cobrar dos jovens
rapazes a iniciação precoce da vida sexual para provar sua masculinidade, isso
também é um gerador de problemas pois os jovens estão cada vez mais tendo
relações sexuais sem a experiência e informações necessárias, sem falar no caso
dos jovens que ainda estão confusos em relação a sua orientação sexual e acaba
desenvolvendo problemas emocionais. Freud diz que é somente após a
puberdade que o comportamento sexual, assume sua forma definitiva. A
identidade sexual só é consolidada no final da adolescência, com a passagem
para a idade adulta (Aberastury et al., 1988).
Sabemos que o comportamento sexual do indivíduo depende não só das etapas
de desenvolvimento mas também, do contexto familiar e da sociedade em que
vive.
Portanto o plano de estágio foi realizado visando trabalhar a informação e
orientação sobre sexualidade através do planejamento de atividades com o intuito
de conscientizá-los para a diminuição de gravidez indesejada e doenças
sexualmente transmissíveis.
INTRODUÇÃO
O presente relatório de estágio é elaborado no âmbito da disciplina de Estágio
Supervisionado Específico I, como requisito obrigatório do oitavo semestre do
curso de psicologia da Unifran.
Para o Psicólogo obter sucesso na sua atuação é necessário um levantamento de
dados, e conhecimento da demanda, para conhecer a instituição em si, todos os
pontos que precisam ser ajustados e aprimorados.
O papel do psicólogo na escola é mostrar aos professores a importância que eles
têm para a construção da personalidade dos alunos.
A prática do psicólogo na escola é reconhecida como um modo de atuação do
psicólogo enquanto profissional, tendo como fins para o cumprimento de seus
objetivos, um olhar diferenciado para o aluno, a família, a instituição e a
sociedade.
O trabalho do psicólogo escolar deve ser apoiado em suportes psicológicos a
partir de uma articulação com as vertentes educacionais, para que assim, atue no
sentido de promover a disseminação de um processo educativo pautado no
compromsso social.
A amplitude e o fazer do psicólogo escolar justifica-se pela pluralidade de
situações, demandas e sujeitos que compõem o cenario escolar. Assim, compete
a esse profissional desenvolver trabalhos de orientação vocacional e profissional
com alunos; trabalhar no desenvolvimento de ações preventivas; desenvolver
ações com o corpo docente sobre temas pertinentes que merecem atenção na
escola; realizar trabalhos com familiares; participar da construção do projeto
político pedagógico da escola, dentre outros.
A Psicologia Escolar segundo M. H. Novaes (1978), é uma ciência que se dedica a
comportamentos escolares, atuando nas relações dinâmicas desse ambiente com
a finalidade de ajudar e melhorar tais relações. Trata-se de uma ciência que se
ocupa da descrição e do estudo dos fatos e fenômenos escolares. Segundo C.
Andaló (1984), a Psicologia Escolar vem sendo considerada até agora como uma
área secundária da Psicologia, Vista como relativamente simples, não requerendo
muito preparo, nem experiência profissional. Essa perspectiva talvez provenha do
fato de que, históricamente, a área escolar tenha se caracterizado como um
desmembramento da área clínica, o que gerou a visão de uma Psicologia Escolar
clínica.
Andaló (1984) afirma que os psicólogos escolares têm praticado a clínica dentro
da escola, usando inclusive testes psicológicos, como de QI e personalidade,
dando diagnósticos e orientações detalhadas, oferecendo um serviço de
psicoterapia para alunos com problemas. A autora coloca ainda que com essa
atitude, o psicólogo pode provocar alguns problemas, como o risco de discriminar
e estigmatizar os alunos que se beneficiam desta forma de serviço, além de que o
sigilo pode não ser mantido pelos próprios alunos, uma vez que a privacidade é
restrita no ambiente escolar. Vale ressaltar que o psicólogo não deve ser
considerado como um "solucionador" de problemas, nem como um divulgador de
teorias e conhecimentos psicológicos e nem como alguém onipotente. Trata-se de
um profissional que apresenta, como qualquer outro ser, limites e especificidades,
mas que tem como objetivo auxiliar a escola a remover os obstáculos que se
interpõem entre os sujeitos e o conhecimento, favorecendo o processo de
humanização e de desenvolvimento do pensamento crítico (MEIRA & ANTUNES,
2003).
OBJETIVOS GERAIS
Conscientizar os alunos de forma didática visando esclarecer e orientar as dúvidas em relação ao
início da vida sexual e conhecimento de doenças sexualmente transmissíveis criando um
entendimento para os adolescentes com o trabalho de uma equipe de estagiários incorporando
assuntos sobre sexualidade, gravidez precoce e saúde no sentido de esclarecer e orientar suas
maiores dúvidas em relação ao cotidiano em termos da iniciação sexual, conhecimento e função
do corpo e seus órgãos genitais.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
- Orientar e transmitir informações através de dinâmicas e atividades teóricas para uma
melhor compreensão sobre o assunto abordado;
METODOLOGIA
O trabalho foi realizado com os alunos da escola Angelo Gosuen com idade de 14 a 18
anos, do projeto de basquete Assistência pra Vida, realizado pelo Instituto Fausto
Giannecchini, com total de oito encontros semanais e duração de 2 horas. Foram utilizadas
dinâmicas de apresentação, interação e um quis de mito ou verdade para esclarecermos as
duvidas sobre sexualidade. A metodologia para implantação do projeto Assistência pra Vida
foi através de encontros semanais com atividades educativas e informativas para os
adolescentes. Essas atividades foram montadas de forma prática e didática através de
dinâmicas, impressos sobre o tema sexualidade com a participação direta dos estagiários
composto por três alunos do curso de Psicologia do 8º semestre e da psicóloga Amanda
Baldochi. Essas atividades foram implantadas como forma de prevenção e orientação com
intuito de uma conscientização do assunto abordado.
CRONOGRAMA
Ago. Set. Out. M Nov.
VVisita na Instituição X
D Delimitação da Demanda X
E Elaboração do Projeto X
Supervisões X X X X
3. ATIVIDADES DESENVOLVIDAS
• Data: 28/08/2017Horário:19:00
• Local: Escola Estadual, Professor Ângelo Gosuen
Atividades Planejadas
• Tema: Apresentação
• Objetivos: Iniciar o estabelecimento do vínculo entre estagiários e
participantes do projeto; Aquecer para os trabalhos
• Conteúdos: Dinâmicas A)Quem sou eu;
• Procedimento: A)
Atividades Desenvolvidas
Atividades Planejadas
• Tema: Interação
• Objetivos:Promover uma interação mais profunda entre os participantes,
fortalecendo a união e cooperação em uma tarefa ou objetivo proposto.
• Conteúdos:Dinâmica A) Resolvendo os problemas
B) Caneta dentro da garrafa
• Participantes: Alunos da escola AngeloGosuen, turma do Projeto de
basquete Assistência pra Vida, período noturno, sendo adolescentes de 14 á 18
anos, do sexo masculino.
• Procedimento: A)
Resolvendo os problemas: O coordenador distribui um pedaço de papel e
um lápis para cada integrante que deverá escrever algum problema, angústia ou
dificuldade por que está passando e não consegue expressar oralmente. Deve-se
recomendar que os papéis não sejam identificados a não ser que o integrante
assim desejar. Os papéis devem ser dobrados de modo semelhante e colocados
em um recipiente no centro do grupo.O coordenador distribui os papéis
aleatoriamente entre os integrantes. Neste ponto, cada integrante deve analisar o
problema recebido como se fosse seu e procurar definir qual seria a sua solução
para o mesmo. Após certo intervalo de tempo, definido pelo coordenador, cada
integrante deve explicar para o grupo em primeira pessoa o problema recebido
e solução que seria utilizada para o mesmo. Esta etapa deve ser realizada com
bastante seriedade não sendo admitidos quaisquer comentários ou perguntas. Em
seguida é aberto o debate com relação aos problemas colocados e
as soluções apresentadas.
• Procedimento: B)
Atividades Desenvolvidas
Neste encontro foi observada uma certa resistência inicial por parte dos
participantes, muitos disseram que não tinham problemas ou que não iria
escrever, percebemos o grau de dificuldade deles de se abrirem uns com os
outros mesmo não se identificando,. Explicamos novamente como seria feita a
atividade, com a ajuda da psicóloga do projeto Amanda, que eles não deveram
colocar o nome na folha, após isso todos começaram a escrever, alguns com
dificuldade pelo fato de que não queriam expor seus problemas pessoais, mas
mesmo assim, todos escrevem. Recolhemos as folhas e distribuímos
aleatoriamente, explicamos que cada um, refletindo sobre o problema do outro e
se colocando no lugar do outro, deveria dar uma solução ou conselho para
resolver aquele problema. Novamente, alguns participantes, demonstraram uma
resistência em escrever, dizendo que ninguém resolve o problema do outro,
conversamos novamente com eles e todos finalizaram a atividade. Após isso foi
feito um circulo para começarmos a discussão e reflexão da atividade. Pelo fato de
alguns não querer expor seus problemas pessoais, perguntamos se todos
estavam de acordo em lerem em voz alta os problemas e soluções, três
participantes votaram para que não fosse lido, então respeitamos a decisão deles.
Perguntamos sobre a dificuldade de escrever sobre seus próprios problemas e
angustias e também sobre se colocar no lugar do outro, encarando aquele
problema como se fosse seu, alguns disseram que foi bem difícil se abrir e
também escrever uma solução para o outro. Explicamos sobre a importância de
ter empatia e não julgar a situação pela qual o outro está passando e que eles
devem levar as coisas mais a serio, pois qualquer coisa vira motivo de brincadeira
para eles.
Após essa reflexão demos inicio à dinâmica da caneta dentro da garrafa e
dissemos que nessa eles deveriam trabalhar juntos para resolver o “problema”.
Explicamos o que eles deveriam fazer eles começaram a falar uns com os outros
para conseguir colocar a caneta dentro da garrafa, logo conseguiram o objetivo da
dinâmica. Os participantes não tiveram dificuldade em realizar a atividade e se
comunicaram de forma clara e sem conflitos.
Encerramos o encontro e liberamos eles para a aula de basquete do
projeto.
Atividades Planejadas
• Procedimento:
Será escrito em um pedaço de papel sulfite uma dúvida por aluno referente
ao tema sexualidade.
O facilitador colocará três círculos distanciados, lado a lado, na lousa.
Cada participante irá colocar suas fichas abaixo dos círculos ou “ sinais de
semáforo”, dependendo do grau de dificuldade que sentir ao debater sobre o
tema.
O sinal vermelho represente muita dificuldade sobre o assunto, o amarelo
representa dificuldade média e o verde significa pouca dificuldade.
O próximo passo será entrar em discussão com os participantes
Atividades Desenvolvida
Atividades Planejadas
• Tema: Filme
• Objetivos: Conscientizar sobre as doenças sexualmente transmissíveis e o
uso de drogas
• Conteúdos: Filme: Cazuza O Tempo Não Para
Atividades Desenvolvidas
Atividades Planejadas
• Tema: Sessão Pipoca
• Objetivos: Conscientizar sobre as doenças sexualmente
transmissíveis e o uso de drogas
• Conteúdos: Filme: Cazuza O Tempo Não Para
• Procedimento:
Atividades Desenvolvidas
Colocamos o filme e os alunos se organizaram em grupos para distribuirmos a
pipoca e refrigerante. De inicio ficaram em silêncio, depois alguns alunos
começaram a conversar e dispersar, jogando pipoca um no outro. Não houve
comentários em relação ao filme como na semana anterior. Quando o filme
acabou, pedimos para que eles pegassem a sujeira do chão. Eles colaboraram e
encerramos o encontro.
DIARIO DE CAMPO Nº06
Atividades Planejadas
• Tema: Quiz
• Objetivos: Investigar a compreensão dos alunos referente ao tema
sexualidade
• Conteúdos: Plaquinhas de mito ou verdade e questões sobre sexualidade.
• Participantes: Alunos da escola AngeloGosuen, da turma projeto de
basquete, período noturno, sendo adolescentes entre 14 a18 anos, somente do
sexo masculino.
• Procedimento:
Atividades Desenvolvida
Atividades Planejadas
• Tema: Reflexão
• Procedimento:
Atividades Desenvolvidas
No dia 23de outubro, chegamos à escola, nos organizamos na sala, até a
chegada dos alunos. Neste encontro a quantidade de alunos estava bem baixa,
pois alguns estavam assistindo um jogo.
Explicamos que seria feita 2 atividades, que cada aluno receberia uma
impressão com uma figura, e que esta se chamava roda da vida. A instrução de
como faríamos esta atividade foi lida por nosso estagiário e então demos um
tempo de 15 minutos para que respondessem todas as questões.
A dinâmica teve a participação de todos, e ao pedirmos para montarem
uma bicicleta e analisar se era possível andar nela, com a roda toda torta, eles
sorriam e diziam que não, que com aquela roda capotariam. E um dos alunos
indagou:
Nossa, minha vida está bem torta, e sorrindo complementou, se for pensar por esse
ponto preciso mudar hoje mesmo muita coisa.
Os questionamentos sobre as formas pelas quais o ser humano constrói
“sentidos” sobre sua existência têm sido feitos reiteradamente pelas diversas
psicologias (Figueiredo, 2000),
Após todos refletirem que para construção de nossas vidas, temos grandes
responsabilidades em equilibrar as etapas, e que para se manter em pé é
necessário que estejamos em harmonia.
Já a dinâmica da carruagem, foi mesmo para desperta los em estar atentos
aos acontecimentos, e que não podemos focar somente em uma direção e
esquecer das demais.
No encerramento de todas as reflexões das atividades aplicadas, nos
despedimos, e ficou combinado de voltarmos somente para o encerramento, pois
na próxima segunda terá jogo e eles foram dispensados para assistir.
DIARIO DE CAMPO Nº8
• Tema: Encerramento
Atividades Desenvolvidas
INFORME INSTITUCIONAL
Vale ressaltar que este é um trabalho que deve ter continuidade e ser
estendido a todo o ambiente escolar, uma vez que se percebe o quanto os
alunos da presente escola são vulneráveis a carência de informações e
acolhimento perante suas dúvidas e visão do que é correto (no linguajar
adolescente é conhecido como “Modinha”).
REFERENCIAS BIBLIOGRÁFICAS
FREUD, S., 1958a. Uma teoria sexual.. In: Obras completas de Sigmund
Freud. Rio de Janeiro: Delta;. p. 5-126.
5. ANEXOS