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6.

PROBLEMA DE TRANSPORTE
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6. Problema de Transporte
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6.1. Introdução

O Problema de Transporte (PT) ou de distribuição coloca-se na situação em que temos que


transportar quantidades de um produto homogéneo de várias origens (fábricas, armazéns etc.)
para vários destinos (armazéns, lojas, supermercados etc.) com um custo total mínimo.
Deste modo, teremos m origens e n destinos.
Sejam
i- origem (i=1,2,...,m) com disponibilidade ai
j- destino (j=1,2,...,n) com demanda/procura aj
cij- custo de transporte de i para j por unidade do produto

O gráfico seguinte ilustra o conceito do Problema de Transporte:


Origens Destinos Demandas

Disponibilidades

a1 1 1 b1

a2 2 2 b2
cij
..... .... .... .....

ai i j bi

....... .... .... .......

am m n bn

O objectivo é decidir quantas unidades devemos transportar de i para j com menor custo
possível.
Ou seja, pretende-se determinar um plano de transporte óptimo que satisfaça todas as demandas
dos destinos a partir das disponibilidades existentes nas origens com um custo total mínimo. Isto
é, o problema de transporte consiste em determinar a forma mais eficiente, ou mais económica
de enviar um bem disponível em quantidades limitadas em determinados locais para outros
locais onde é necessário.
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6. Problema de Transporte
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Então;

 A variável de decisão será dada por:

Xij- quantidades a transportar de i para j.

 O modelo de transporte será dado por:

m n
Min Z    c ij x ij
i 1 j 1

sa
n

x
j 1
ij  a i , i  1,2,..., m

x
i 1
ij  b j , j  1,2,..., n

x ij  0

Está claro um PT é um PL em que todas as restrições são de tipo = e os coeficientes tecnológicos

são iguais a um.

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6. Problema de Transporte
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Exemplo

Suponhamos que 3 armazéns que fornecem produtos a 2 centros comerciais.

As disponibilidades nos armazéns vêm dadas na tabela seguinte:

armazéns disponibilidades

1 50

2 100

3 120

As demandas vêm dadas na tabela seguinte:

Centros comerciais demandas

1 100

2 150

Os custos unitários de transporte vêm dados na tabela seguinte:

Centros comerciais

armazéns 1 2

1 10 12

2 20 8

3 6 15

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O modelo de PL deste problema é:

Min Z  10 x11  12 x12  20 x 21  8 x 22  6 x 31  15 x 32


sa
x11  x12  50
x 21  x 22  100
x 31  x 32  120
x11  x 21  x 31  100
x12  x 22  x 32  150
x ij  0;
i  1,2,3
j  1,2

Pretende-se saber os valores de xij .

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Tabela do Problema de Transporte

Os algoritmos específicos usados na resolução de um PT usa uma tabela de transporte da

forma seguinte:

Destinos

Origens D1 D2 ..... Dj ---- Dn Disp

x11 x12

O1 c11 c12 c1 j c1n a1

O2 a2

...

...

x ij

Oi ai
cij

...

am

Om

Dem. b1 b2 bj bn ∑aj

∑ bj

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Diz-se que um Problema de Transporte está equilibrado se a soma das disponibilidades é

igual a soma das demandas, ou seja:

m n

a  b
i 1
i
j 1
j

Quando a soma das disponibilidades é diferente da soma das demandas significa o PT não está

equilibrado. Neste caso criam-se uma origem fictícia ou um destino fictício com custos de

transporte iguais a zero para receber a diferença conforme os casos:

a)Oferta maior que procura,


m n

a
i 1
i  bj
j 1

há que criar um destino fictício.

b)Procura maior que oferta,


m n

a
i 1
i  bj
j 1

há que criar uma origem fictícia.

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Tomando o exemplo anterior temos:

C1 C2 Disp

Origens

A1 10 12 50

100

A2 20 8

120

A3 6 15

Dem. 270

100 150 250

Este PT não está equilibrado.

O PT equilibrado vem na tabela seguinte:

Origens C1 C2 C3 Disp

x11 =?

A1 10 12 0 50

100

A2 20 8 0

120

A3 6 15 0

Dem. 270

100 150 20 270

xij =?

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Aplicações

O PT tem muita aplicação nas operações logísticas, tais como:

 Transporte de produtos das fábricas para armazéns

 Transporte de produtos de armazéns para lojas ou supermercados

 Etc.

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6.2.Métodos de resolução

Como qualquer problema de PL, o PT pode ser resolvido pelo método do Simplex. Porém a sua
estrutura particular, permitiu a utilização de métodos que embora derivados do Simplex, são
bastante mais eficientes.
Passo 0: Equilibrar o problema caso não esteja
Passo 1: Obtenção de uma Solução Básica Admissível ( SBA) inicial.

Passo 2: Teste de optimidade. Se a SBA em presença satisfaz o critério de optimidade, o


processo termina, caso contrário, continua.

Passo 3: Melhoria da solução. Cálculo de nova SBA através da introdução na base de


uma variável não básica em substituição de uma variável básica. Voltar ao passo 2.

6. 2.1. Determinação de uma solução básica admissível inicial

Uma solução básica para o PT é um conjunto de valores xij a transportar que obedece as
seguintes condições:
1. Satisfazem as restrições de origem e de destino.
2. Não apresentam circuitos entre as variáveis básicas (células ocupadas).
Um circuito é uma linha poligonal fechada construída alternadamente no sentido das linhas
e colunas, ligando as variáveis básicas.
Os métodos mais utilizados para determinar a solução básica admissível inicial são:
 Método de Esquina ou Canto Noroeste (MEN)
 Método de Aproximação de Vogel (MAV).

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Método de Esquina Noroeste (MEN)

Para determinar a solução básica inicial usando o Método de Esquina ou Canto Noroeste

procede-se da seguinte maneira:

1. Começa-se pelo canto noroeste da tabela de transporte, célula (1, 1 ) e atribui-se a

x11 o máximo n° de unidades sem ultrapassar as disponibilidades na origem e nem

a procura no destino. Isto corresponde ao mínimo entre os valores a1 e b1.

2. Continua-se para a célula imediatamente a direita, se restar alguma

disponibilidade, ou para a célula imediatamente abaixo em caso de não restar

nenhuma disponibilidade.

3. Este procedimento continua ate zerar todas as disponibilidades e todas as

demandas.

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Exemplo:

Determinar a solução básica inicial usando o MEN do PT dado na tabela seguinte:

D1 D2 D3 Disp

O1 12 9 8 10

O2 13 12 6 20

O3 7 9 5 10

O4 3 2 8 15

Dem. 8 30 17 55

55

∑aj=55; ∑ bj=55 , PT equilibrado

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Aplicando o MEN temos:

D1 D2 D3 Disp

8 2

O1 12 9 8 10;2; 0 X

20

O2 13 12 6 20;0 X

O3 7 8 9 2 5 10;2; 0 X

15

O4 3 2 8 15; 0 X

Dem. 8 30 17 55

0 28 15 55

X 8 0

0 X

A solução básica inicial e:

x11  8
x12  2
x 21  20
x32  8
x33  2
x 43  15
Z  12  6  9  2  12  20  9  8  5  2  2  15  556

 As variáveis não básicas ( células não ocupadas) valem zero.

 Como se pode verificar, as variáveis básicas não formam circuito entre si e satisfazem as

restrições das ofertas e das demandas.

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Esta solução significa que temos que transportar:

 8 unidades da origem 1 para destino 1

 2 unidades de 1 para 2

 20 unidades de 2 para 1

 8 unidades de 3 para 2

 2 unidades de 3 para 3

 15 unidades de 4 para 3

Vamos ter um custo total de 556 u.m.

Definição:

Diz que uma solução de um PT com m origens e n destinos é solução não degenerada
quando tem m+n-1 variáveis básicas.
Caso contrário diz-se que a solução é degenerada.
A solução anterior é não degenerada porque temos 4 origens e 3 destinos e
4+3-1=6 variáveis básicas.

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Método de Aproximação de Vogel (MAV).

O Método de Vogel também denominado por Método das Penalidades usa penalidades para
determinar uma solução básica inicial.
Definição:
Uma penalidade de uma dada fila i (Pfi ) ou coluna j (Pcj ) e a diferença positiva entre os
dois menores custos (cij) associadas as variáveis ainda sem atribuição dessa linha ou coluna.

Os passos do MAV são:


1. Calcular todas as Pfi e Pcj.
2. Escolher a linha ou coluna com maior penalidade. Em caso de empate escolhe-se
arbitrariamente uma delas.
3. Atribui-se o máximo n° de unidades possíveis à célula com menor custo da fila ou
coluna escolhida sem violar as restrições das disponibilidades e nem das demandas.
4. Elimina-se a linha que ficar com disponibilidade zerada ou coluna que ficar com
demanda zerada.
5. Repete-se 1 a 4 até que todas as demandas sejam satisfeitas.

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Exemplo:

Determinar a solução básica inicial usando o MAV do PT dado na tabela seguintes:

D1 D2 D3 Disp

O1 12 9 8 10

O2 13 12 6 20

O3 7 9 5 10

O4 3 2 8 15

Dem. 8 30 17 55

55

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Resolução:

D1 D2 D3 Disp
Pfi

O1 10
1, 1,3
12 9 8 10, 0

3 17

O2 13 12 6 20, 3, 0

6, 6*, 1
O3 8 7 2 9 5 10, 2,0

15
2,2,2
O4 3 2 8 15 0

55

Dem. 8 30 17 55

0 15 0

2 1
0

Pcj 4 7* 1
5 0 1
5* 0

A solução básica inicial e:

x12  10
x 22  3
x 23  17
x 31  8
x 32  2
x 42  15
Z  9  10  12  3  6  17  7  8  2  9  2  15  332 u.m.

O MAV sempre obtêm a solução básica inicial melhor que a de MEN já que tem em conta os

custos mínimos. No MEN sempre somos obrigados a começar da célula (1, 1)

independentemente do custo unitário de transporte associado a esta célula.


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6. 2..2. Determinação de uma solução óptima: Método MODI

Para a determinação da solução óptima se utiliza o Método da Distribuição Modificada,

conhecida pela sigla MODI (MODIFIED DISTRIBUTION) .

Este método basea-se no Problema Dual do PT.

Como foi visto o modelo de um PT vem dado por:

m n
Min Z    c ij x ij
i 1 j 1

sa
n

x
j 1
ij  a i , i  1,2,..., m

x
i 1
ij  b j , j  1,2,..., n

x ij  0

O PD correspondente vem dado por:

m n
Max W   a i u i   b j v j
i 1 j 1

sa :
u i  v j  c ij
u , v  livres

Onde:

u  u1 , u 2 ,..., u m 
v  v1 , v 2 ,..., v n 

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6. Problema de Transporte
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Para testar se a solução dada é óptima. Determinam se os valores dos vectores u e v tal que:

 ij  cij  u i  v j  0 ou cij  u i  v j  0 para as variáveis básicas.

Se todos os indicadores  ij  cij  u i  v j  0, i, j , isto para todas as variáveis básicas e não

básicas a solução actual é óptima.

Se um ou mais  ij for negativo a solução actual não óptima. Para melhorá-la introduz-se na base

a variável com indicador mais negativo e constrõe-se um circuito de compensação.

O circuito de compensação constrõe-se da seguinte maneira:

1. Fixa-se na célula não básica que entra na base, i.e, com  ij mais negativo e atribui-se um

valor  

2. Traçar uma sucessão de segmentos alternativos verticais e ou horizontais com origens e

extremos em células básicas e que começa e termina na célula não básica inicialmente

escolhida.

3. Às células básicas do circuito atribuem-se alternadamente os valores   e   ,

começando com   da célula não básica inicial.

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6. Problema de Transporte
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Algoritmo MODI

Dada uma solução não degenerada de um PT obtida na iteração anterior.

Passo 1: Para cada variável básica x ij temos que ui  v j  cij

Aqui obtemos um sistema de m+n-1 equações com m+n incógnitas.

Passo 2: Resolver o sistema obtido no passo 1, igualando arbitrariamente a zero qualquer das

variáveis u i ou v j . Usualmente se faz u1  0 e calculam-se os valores das restantes.

Passo 3: Para cada variável não básica x ij , determina-se o valor do indicador:

 ij  cij  u i  v j

Se  ij  0,  ij a actual solução é óptima.

Caso contrário, a solução não é óptima e pode ser melhorada, ir ao passo 4.

Passo 4: Variável de Entrada

Entra na base aquela variável não básica com o indicador mais negativo. Esta entra com o maior

valor possível de   que não torne nenhuma variável básica do circuito negativa.

Passo 5: Montar um circuito de compensação entre as células básicas, ver a página anterior.

Passo 6: Variável de Saída

Sai da base a variável que como consequência do circuito de compensação tiver o valor nulo.

Voltar ao passo 1.

O processo termina quando todos os indicadores tiverem valores não negativos.

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Exemplo::

D1 D2 D3 Disp

O1 6 5 8 10

O2 13 12 1 20

O3 7 9 5 12

O4 10 6 4 13

Dem. 8 32 15

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6. Problema de Transporte
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Aplicando o MEN temos a seguinte solução básica inicial:

D1 D2 D3 Disp

8 2

O1 6 2 8 10

20 2 0
O2 13 12 1 20

10 2
0
O3 7 9 5 12

13

O4 10 6 4 12
2 0

Dem. 8 32 15

0 30 15 0
10 13
0 0
x11  8
x12  2
x 22  20
x 32  10
x 33  2
x 43  13

Z  6  8  5  2  12  20  9  10  5  2  4  13  330

A solução e não degenerada já que m+n-1=4+3-1=6.

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Determinação da solução óptima

O primeiro passo e testar se a solução actual e óptima.

Caso contrario há que melhora-la ate encontrar uma solução óptima.

1. Variáveis básicas( ui  v j  cij ):

x11 : u1  v1  6
x12 : u1  v2  5
x22 : u2  v2  12
x32 : u3  v2  9
x33 : u3  v3  5
x43 : u4  v3  4

Resolvendo temos:

u1  0
u1  7
u3  4
u4  3
v1  6
v2  5
v3  1

2. Indicadores das variáveis não básicas ( cij  u i  v j ):

x13 : c13  u1  v 3  8  0  1  7
x 21 : c 21  u 2  v1  13  7  6  0
x 23 : c 23  u 2  v 3  1  7  1  7 *
x 31 : c 31  u 3  v1  7  4  6  3
x 41 : c 41  u 4  v1  10  3  6  1
x 42 : c 42  u 4  v 2  6  3  5  2

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A solução não é óptima. Entra x23

Circuito de compensação, temos:

D1 D2 D3 Disp

8 2

O1 6 2 8 10

20-  

O2 13 12 1 20

10   2- 

O3 7 9 5 12

13

O4 10 6 4 12

Dem. 8 32 15

Então   2

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Resultado da compensação:

D1 D2 D3 Disp

8 2

O1 6 2 8 10

18 2

O2 13 12 1 20

12

O3 7 9 5 12

13

O4 10 6 4 12

Dem. 8 32 15

Variáveis básicas:

x11 : u1  v1  6
x12 : u1  v 2  5
x 22 : u 2  v 2  12
x 23 : u 2  v 3  1
x 32 : u 3  v 2  9
x 43 : u 4  v 3  4

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Resolvendo temos:

u1  0
u1  7
u3  7
u 4  10
v1  6
v2  5
v 3  6

Variáveis não básicas:

x13 : c13  u1  v 3  8  0  6  14
x 21 : c 21  u 2  v1  13  7  6  0
x 31 : c 31  u 3  v1  7  7  6  6
x 33 : c 33  u 3  v 3  5  7  6  4
x 41 : c 41  u 4  v1  10  10  6  6
x 42 : c 42  u 4  v 2  6  10  5  9 *

A solução não é óptima. Entra x 42

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Circuito de compensação:

D1 D2 D3 Disp

8 2

O1 6 2 8 10

18-   2+ 

O2 13 12 1 20

12

O3 7 9 5 12

+ 13 - 

O4 10 6 4 12

Dem. 8 32 15

Então   13

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Resultado da compensação:

D1 D2 D3 Disp

8 2

O1 6 2 8 10

5 15

O2 13 12 1 20

12

O3 7 9 5 12

13

O4 10 6 4 12

Dem. 8 32 15

Sai x33 .

Continua.....

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6.3.Casos particulares do Problema de Transporte

6.3.1. Caso de solução degenerada

Para testar a optimidade da solução de um PT é necessário que a solução seja não degenerada,
isto é a solução básica deve ter m+n-1 variáveis básicas.
Uma solução degenerada tem menos variáveis básicas do que m+n-1. Neste caso, temos um
sistema com menos equações do que as desejadas (2, 3 ou mais equações a menos que o número
de variáveis). Assim não é possível determinar um conjunto único de valores para u e v.

Para converter uma solução degenerada para uma solução não degenerada é necessário criar
variáveis básicas auxiliares, quantas forem necessárias até que o número das variáveis básicas
seja igual a m+n-1. Neste caso o número de equações será de apenas um a menos que o número
de variáveis.

As variáveis básicas auxiliares devem ser atribuído um valor  tão próximo de zero (   0 ) para
que não alteram as restrições das disponibilidades nas origens e das demandas nos destinos.

Portanto há que atribuir convenientemente um valor  `as células não básicas até alcançar m+n-
1 variáveis básicas.

A atribuição de  faz-se às células independentes, que são aquelas células não básicas para as
quais não é possível construir um circuito.

A determinação das células independentes deve começar pelas células não básicas com menor
custo já que isto pode conduzir rapidamente a solução final.

Se temos que criar mais do que uma variável auxiliar pode-se atribuir os valores 1;  2 ;  3 ;…
respectivamente, para diferenciar.

Durante a resolução as variáveis auxiliares são consideradas variáveis básicas e ao alcançar a


optimidade se igualam a zero.

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6. Problema de Transporte
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Exemplo:

Dada a solução:

D1 D2 D3 Disp

10

O1 12 9 8 10

O2 13 20 12 6 20

10

O3 7 9 5 10

8  7

O4 3 2 8 15

Dem. 8 30 17

Esta solução é degenerada porque 4+3-1=6 mas temos 5 variáveis básicas.

Neste caso há que criar uma variável básica auxiliar. A célula independente com menor custo é

x42. Atribui-se a esta célula o valor  . E resolvemos o problema considerando esta variável

básica auxiliar.

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6. Problema de Transporte
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6.3.2.Caso do problema de maximização

Pode haver casos, no Problema de Transporte em que se queira maximizar o objectivo, ao invés
de minimizar. Se, por exemplo, os coeficientes cij representarem os lucros obtidos em transportar
de origens para destinos em vez de custos.

Para resolver o problema temos duas alternativas:


i. Multiplicar por –1 os coeficientes da função objectivo (-cij) e aplicar os algoritmos
estudados

ii. Construir uma nova tabela onde os coeficientes são do maior valor da tabela original.
(maior valor menos os restantes) e aplicar a este os algoritmos estudados.

Exemplo:

D1 D2 D3 Disp

O1 12 9 8 10

O2 13 12 6 20

O3 7 9 5 10

O4 3 2 8 15

Dem. 8 30 17

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6. Problema de Transporte
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Solução:

1ª alternativa: (  cij )

D1 D2 D3 Disp

O1 -12 -9 -8 10

O2 -13 -12 -6 20

O3 -7 -9 -5 10

O4 -3 -2 -8 15

Dem. 8 30 17

E resolve-se aplicando os algorítmos já estudados.

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155
6. Problema de Transporte
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2ª alternativa: complemento de max( cij ) . Neste caso max( cij )  c 21  13 .


Os complementos vem dados na tabela seguinte:

D1 D2 D3 Disp

O1 1 4 5 10

O2 0 1 7 20

O3 6 4 8 10

O4 10 11 5 15

Dem. 8 30 17

A solução obtém-se aplicando os algorítmos já estudados.

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Domingos Uchavo, Maputo, 2013
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6. Problema de Transporte
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6. 3.3.Caso de impossibilidade de transporte

Pode ocorrer que, por qualquer razão, o transporte de uma origem ‘i’ para um destino ‘j’não
possa ser realizado.

Neste caso, atribui-se à célula ij um custo de transporte muito grande. Para isso adopta-se um
grande M, ( M   ) .

No exemplo abaixo, o transporte de 2 para 2 é impossível. Neste caso atribui-se c 22  M

D1 D2 D3 Disp

O1 12 9 8 10

O2 13 M 6 20

O3 7 9 5 10

O4 3 2 8 15

Dem. 8 30 17

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6. Problema de Transporte
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6.3.4. Problema de Transbordo

Os problemas de transporte vistos aqui existem apenas origens que enviam directamente
quantidades de um produto para os destinos. Em algumas situações de transporte podem existir
existir pontos de transbordos (entrepostos) de maneira que as quantidades de um produto podem
ser enviadas através de origens e destinos intermediários até seu destino final.
O Problema de Transbordo (ou de Transexpedição) pode ser formulado como se segue:
Dado um Problema de Transporte equilibrado com m origens e n , o Problema de Tranbordo é
formado por uma matriz quadrada de ordem m  n dividida em quatro submatrizes, representado
na seguinte Tabela de transbordo:

Origens Destinos Disponiblid


ades

1 2... m 1 2... n
Origens 1 a1  Q
2
a2  Q
.
.
. A B
.
.
m . am  Q

Destinos 1 Q
2
Q
.
.
. C D
.
.
.
n
Q
Demandas Q Q ... Q b1  Q b2  Q ... bn  Q

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6. Problema de Transporte
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Onde:
A:submatriz origens-origens

B:submatriz origens-destinos (ou PT submergido)

C:submatriz destinos-origens

DA:submatriz destinos-destinos

m n
Q   a i   b j corresponde a quantidade máxima que pode transbordar em cada nó.
i 1 j 1

Os custos são dados do problema excepto os situados na diagonal do problema que são igual a

zero.

Quando há impossiblidade de transporte de um nó ao outro, o custo é igual a M , tal como

vimos.

Solução do Problema de Transbordo

Os métodos de solução do Problema de Transporte são aplicáveis ao Problema de Transbordo.

A solução básica admissível pode ser obtida aplicando o MEN ou o MAV, mas o método que

geralmente proporciona uma boa solução solução básica inicial consiste em resolver previamente

o Problema de Transporte submergido, origens destinos (B), utilizado MEN ou MAV e atribuir a

quantidade Q às célunas da diagonal principal ( Rio, 1996).

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159
6. Problema de Transporte
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Exemplo:

Na figura seguinte temos uma rede de transbordo em que é possível enviar, por exemplo,

quantidades de produdos de A para B e vice versa mas que são também origens.

demandas

disp 7 15
1
A
30 4 2
5
1
2
5 2

2 1
B
15
3 25
3

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6. Problema de Transporte
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A tabela de transbordo deste problema é a seguinte:

m n
Q   ai   b j  30  15  15  5  25  45
i 1 j 1

A B 1 2 3 Disp

A 0 1 7 4 5 30+45=75

B 1 0 5 2 3 15+45=60

1 7 5 0 2 M 45

2 4 2 2 0 1 45

3 5 3 M 1 0 45

45 45 15+45=60 5+45=50 25+45=70

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6. Problema de Transporte
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Solução básica inicial:

A B 1 2 3 Disp

A 0 1 7 4 5 75

B 1 0 5 2 3 60

1 7 5 0 2 M 45

2 4 2 2 0 1 45

3 5 3 M 1 0 45

45 45 60 50 70

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6. Problema de Transporte
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O problema do PT submergido tem a seguinte solução básica inicial seguno o MEN:

1 2 3

15 5 10

A 7 4 5 30

15 15

B 5 2 3

15 5 25

A solução básica inicial para o Problema do Transbordo é dada na tabela seguinte:

A B 1 2 3 Disp

45 15 5 10

A 0 1 7 4 5 75

45 15 60

B 1 0 5 2 3

45

1 7 5 0 2 M 45

45

2 4 2 2 0 1 45

45

3 5 3 M 1 0 45

45 45 60 50 70

A partir desta solução básica inicial pode-se calcular a solução óptima com o algorítmo MODI.

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6. Problema de Transporte
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Exercicios

1.Dada a tabela de transporte:

1 2 3 4 Oferta

A 3 4 5 2 25

B 6 3 2 7 12

C 4 5 8 3 27

procura 15 11 16 21

a) Determinar a solução inicial pelo Método de Esquina Noroeste.

b) Idem pelo Método de Vogel

c) Obter a solução óptima final usando a solução inicial obtida em a).

2. Uma determinada empresa tem 3 depósitos que armazenam respectivamente160,200 e 100

unidades de produtos abastecer quatro clientes cujos pedidos são de 100,80,120 e 80

respectivamente.

Os custos unitários de transporte dos armazéns para os clientes esta na tabela seguinte.

C1 C2 C3 C4

A1 2.1 1.8 1.8 1.8

A2 1.5 2.4 1.8 2.1

A3 2.4 1.5 2.4 1.8

a) Determinar a solução inicial pelo método de Canto Noroeste.

b) Determinar a solução inicial pelo método de vogel.

c) Obter a solução óptima a partir da solução inicia obtida em a).

d) A partir da solução inicial obtida em b), obter a solução óptima.


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6. Problema de Transporte
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3. Um Director de uma grande empresa é responsável pela Secção de Produção de


três fábricas distintas, F1, F2 e F3, que produzem pneus de automóveis. As
unidades fabris produzem a mesma qualidade de pneus, mas têm diferentes
capacidades de produção. As fábricas F1, F2 e F3 produzem 1500, 2500 e 2000
pneus, respectivamente. Existem 4 mercados abastecedores deste produto, embora,
por razões de natureza comercial e fiscal, nem todas as fábricas podem servir todos
os mercados. A fábrica F1 pode abastecer os 4 mercados, M1, M2, M3 e M4, a
custos unitários de transporte de 4, 3, 2 e 5 euros, respectivamente. A fábrica F2
apenas pode fornecer os mercados M1, M2 e M3 com custos unitários de
transporte de 2, 1 e 4 euros, respectivamente. A fábrica F3 apenas pode abastecer
os mercados M2, M3 e M4 com custos unitários de transporte de 4, 2 e 7 euros,
respectivamente. Os mercados M1, M2 e M3 necessitam de 1500, 1200 e 1800
pneus, respectivamente. O mercado M4 necessita de pelo menos 500 pneus.
a) Formalize o problema em termos de programação linear.
b) Formalize o problema em temos de um problema de transporte e determine o
plano óptimo de transporte. Comente a solução obtida.

4. Um fabricante nacional de barcos de pesca da marca LUSOMAR vende a sua


produção através de 3 centros de distribuição, Maputo, Beira e Nacala, cuja
capacidade mensal é de 40, 35 e 30 barcos, respectivamente. As encomendas
mensais dos retalhistas R1, R2, R3 e R4, servidas pelos centros de distribuição,
previstas para o próximo mês são 20, 25, 35 e 45 unidades, respectivamente. Os
custos de transporte entre os centros de distribuição e os retalhistas são os
seguintes (em mil meticais por unidade):
R1 R2 R3 R4
Maputo - 45 50 35
Beira 25 40 45 60
Nacala 40 30 50 45
Actualmente, por motivos de natureza logística, não se efectua o transporte entre
o centro de distribuição de Maputo e o retalhista R1.

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6. Problema de Transporte
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Face ao exposto, determine o plano óptimo de transporte entre os centros de distribuição e os
retalhistas.

5.A empresa African, S.A. tem negócios em diversos países africanos como Angola,
Moçambique, Cabo Verde, São Tomé, Ruanda e África do Sul. A sua actividade de
comércio traduz-se na compra de medicamentos em laboratórios europeus,
nomeadamente na Holanda, Itália, Bélgica e também Portugal, e sua venda nos países
africanos mencionados.
No próximo mês, a empresa terá de fazer um planeamento mais cuidado das
encomendas de um kit de primeiros socorros para todos os países mencionados, uma
vez que surgiu inesperadamente uma certa falta de oferta do mesmo produto, nos
laboratórios onde normalmente se abastece. A empresa pretende portanto decidir onde
encomendar e para onde enviar esse produto, tendo como objectivo principal a máxima
poupança de custos de transporte e expedição do produto de uns países origens para os
países destino.
O quadro que se segue apresenta os custos de transporte e expedição por contentores
enviados para todos os “caminhos” alternativos, bem como as disponibilidades de cada
laboratório para o próximo mês, e as necessidades de cada mercado cliente.

Africa do Angola Cabo Moçambique São Ruanda disp


Sul Verde Tomé
Holanda 30 35 45 25 50 30 200
Bélgica 20 25 35 20 40 35 150
Itália 45 30 45 40 56 25 200
Portugal 35 25 40 30 20 50 50
procura 150 150 50 100 50 150

Suponhamos que qualquer navio que viaje da Europa para África tem de passar por um “porto de
fiscalização” imposto por normas de direito internacional relativas a comércio de apoio a países
em desenvolvimento. Os portos alternativos por onde os navios podem passar são Durban,

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6. Problema de Transporte
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Gibraltar e Casablanca, aos quais correspondem os seguintes custos de transporte desde os
diversos países origem e até aos diversos países destino:
portos
origens Gibraltar Durban Casablanca disp
Holanda 10 55 35 200
Bélgica 15 35 25 150
Itália 5 50 35 200
Portugal 5 45 30 50

destinos
Portos Africa Angola Cabo Moçambique São
Sul Verde Tomé
Gibraltar 40 25 25 45 30
Durban 10 25 35 30 40
Casablanca 25 5 15 40 36
Procura 150 150 50 100 50

Fim.

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Domingos Uchavo, Maputo, 2013

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