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Trabalho de Electrodinâmica Clássica

Paulo Massora

Forças Magnéticas sobre correntes

Um campo magnético também pode ser detectado com um fio percorrido por corrente. O campo
magnético produz uma força sobre o fio, directamente proporcional à corrente. A força
magnética sobre um pequeno segmento de fio depende também da orientação do fio em relação
ao campo magnético; se o fio for paralelo ao campo magnético, a força é nula, e se o fio for
perpendicular ao campo, a força é máxima. O módulo da força também é directamente
proporcional ao comprimento do pedaço de fio. A constante de proporcionalidade define o
módulo do campo magnético, B.

A direcção da força é sempre perpendicular ao campo magnético e perpendicular ao fio; o


sentido da força segue a regra da mão direita entre o sentido da
da corrente e o sentido do campo
magnético. Usando vectores, a força pode ser escrita assim:

No caso geral, será preciso integrar a equação acima para obter a força total sobre um fio. No
caso particular em que o fio for rectilíneo, com comprimento L,, e o campo magnético for
uniforme, a força resultante é:

A equação da direcção da força permitem-nos


permitem nos concluir que, no sistema in
internacional de
unidades, as unidades do campo magnético são N=(m.A). Essa unidade é o Tesla
Tesla, identificado
pela letra T. Um campo magnético de um Tesla é um campo bastante elevado. Uma unidade
menor, usada com frequência,, é o Gauss, identificado com a letra G:

O módulo do campo magnético terrestre, na superfície da Terra, encontra-se


encontra se entre 0.3 G e 0.6
G em diferentes locais.

O caso da movimentação desordenada das cargas eléctricas, que ocorre devido à agitação
térmica, merece um comentário: nesse caso, o campo magnético de um ímã interage com essas
cargas individualmente.
Força Magnética sobre uma carga eléctrica.

A força produzida pelo campo magnético sobre um fio com corrente é o resultado das forças que
atuam sobre cada uma das cargas de condução, devido ao seu movimento.

Quando não há corrente, a velocidade média das cargas de condução é nula e a força magnética
resultante também é nula. Quando a corrente aumenta no condutor, a velocidade média das
cargas de condução aumenta em proporção direta à corrente, e a força sobre cada carga de
condução também aumenta em proporção direta. A força magnética sobre cada carga de
condução e, de forma geral, a força magnética sobre qualquer partícula com carga q é dada pela

equação:

Se a velocidade for paralela ao campo, a força será nula, e se a velocidade for perpendicular ao
campo, a força será máxima. A força magnética é perpendicular à velocidade da partícula e
perpendicular ao campo.

Em geral, a força resultante poderá ter componentes nas direcções tangencial e normal. A força
magnética é sempre no plano perpendicular à direcção tangencial. tangencial. Qualquer mudança
de energia cinética é devida ao campo eléctrico já que o campo magnético não realiza nenhum
trabalho, por produzir força sempre perpendicular ao deslocamento.

As linhas de campo magnético de um campo magnético uniforme são retas paralelas e costumam
desenhar-se equidistantes entre sim, para indicar a uniformidade do campo.

Binário de Forças aplicadas a um Condutor circular percorrido por uma Corrente num
Campo Magnético Uniforme

Numa sessão futura veremos que é bem fácil criar um campo magnético que seja uniforme num
volume de alguns litros ou até alguns metros cúbicos. Sem nos preocupar no momento como isto
pode ser feito, vamos estudar o comportamento de uma partícula electricamente carregada que
foi introduzida numa região V com campo magnético constante e com campo eléctrico nulo.
Há uma dificuldade na análise deste problema. Antes de introduzir a partícula naquele volume V

, os campos tinham os valores . Mas, uma vez que


jogamos a partícula neste volume, os campos não serão mais os mesmos, pois a própria partícula
dá uma contribuição para o campo eléctrico e certamente também para o campo magnético.
Vimos na sessão que o campo gerado pela própria partícula é singular na posição da partícula.
Pode-se mostrar que, para o caso de uma partícula em repouso ou em movimento rectilíneo
uniforme, este procedimento de retirada de singularidade resulta na eliminação total de força que
a partícula exerce sobre si mesma. Mas isto não é o caso quando há aceleração

Com esta hipótese a segunda lei de Newton para esta partícula é

Então resultou uma equação diferencial que conhecemos da Física II no estudo do oscilador
harmónico:
Integrando estas expressões das componentes da velocidade, obtemos a lei horária completa do
movimento:

A constante 0 q B m ω = determina o tempo T que é necessário para a partícula completar uma


volta. Da Física I lembramos que ω = π2 /T . Mas a dinâmica da partícula determina não apenas
este tempo. A direcção do eixo de giro e o sentido de giro são também determinados pela
dinâmica. Para poder descrever todas estas características de um movimento giratório, inventou-
se um vector ω chamado de velocidade angular vectorial. Imagine algum movimento circular
uniforme com período T, como indicado.

Juntando este resultado com a informação sobre o módulo da velocidade angular, obtemos o
resultado:

Aplicações do Movimento de Partículas Carregadas num Campo Magnético

O estudo do campo magnético terrestre possibilitou o entendimento de instrumentos de


navegação com maior precisão, como as bússolas e por consequência o estudo dos imãs e
magnetos.

Também foi devido aos avanços desses estudos que se desenvolveram os eletroimãs, que
possibilitaram a automatização de diversas partes dos processos industriais.

Discos rígidos de computador são uma aplicação comum dos materiais magnéticos actualmente;
A unidade de medida da força magnética é a mesma de qualquer outro tipo de foça: o Newton.
Existem inúmeras aplicações da força magnética, dentre elas, podemos citar os selectores de
velocidade, motores eléctricos e galvanómetros.

Efeito de Hall.

O efeito Hall está relacionado ao surgimento de uma diferença de potencial em um condutor


eléctrico, transversal ao fluxo de corrente e um campo magnético perpendicular à corrente. Esse
fenómeno, descoberto em 1879 por Edwin Herbert Hall, é extremamente importante no estudo
da condutividade, pois a partir do coeficiente de Hall é possível determinar o sinal e a densidade
de portadores de carga em diferentes tipos de materiais. O efeito Hall é a base de diversos
métodos experimentais utilizados na caracterização de metais e semicondutores.

Durante seus estudos de doutorado, Edwin Hall buscava entender qual a influência de um campo
magnético externo sob um fio condutor. Ele queria entender se a força devido a este campo
externo actuaria sobre os portadores de corrente eléctrica ou sobre o fio como um todo. Hall
acreditava que essa força magnética actuaria sobre os portadores de carga fazendo com que a
corrente se deslocasse para uma determinada região do fio, e portanto, a resistência do fio iria
aumentar. Ele propôs a presença de um estado de stress em uma determinada região do condutor,
devido ao acúmulo de portadores de carga, que originaria uma diferença de potencial transversal
mais tarde conhecida como tensão de Hall.

Devido as dimensões finitas do fio haverá um acúmulo de cargas nas extremidades ao longo da
direcção y, resultando em uma diferença de potencial conhecida como potencial de Hall, VH.
Para um metal simples, ou seja, com um único portador de carga, o potencial de Hall pode ser
escrito como:

Onde teremos:
O Efeito de Hall Quântico.

O efeito Hall quântico, também chamado de efeito Hall quântico inteiro, é uma versão
do efeito Hall em mecânica quântica, observado em sistemas bidimensionais de electrões
submetidos a baixas temperaturas e fortes campos magnéticos, em que condutividade Hall sofre
certas transições quânticas para assumir valores quantizados:

Nessa expressão Icanal é o canal, VHall é a tensão de Hall, e é a carga do electrão e h é a constante
de Planck.

Nota

Um gás de electrões bidimensional (2DEG) é um gás de electrões que é livre para se mover em
duas dimensões, mas é firmemente confinado na terceira.

Efeito observado em sistemas electrónicos de duas dimensões sob baixas temperaturas e altos
campos magnéticos. A característica marcante desse efeito é a presença de uma condutividade de
Hall quantizada, onde a quantização esta relacionada aos níveis de Landau.

Seu experimento foi enunciado em uma reunião que ocorreu na Academia Francesa de Ciências
no ano de 1920, na França. Em busca de novas explicações para tal fenómeno, Jean Baptiste Biot
e Félix Savart apresentaram relatos mais convincentes, deixando suas conclusões conhecidas
como a Lei de Biot-Savart.
Lei de Ampere

A integral da lei de Ampère é uma integral de linha fechada (Amperiana).

O elemento de linha aponta na direcção de integração e iint é a corrente incluída nesse percurso
fechado.

Tal como a lei de Gauss a lei de Ampère só é útil se existir uma simetria no problema.

A Lei de Ampere relaciona a corrente (constante) que atravessa um circuito S com a circulação
sobre este circuito do campo B criado pela corrente:

A corrente na Lei de Ampere e a corrente total (soma de correntes positivas e negativas


dependendo da direcção), que atravessam o circuito. Correntes ”fora”do circuito não contribuem.
A Lei de Ampere e uma das Equaçoes de Maxwell e portanto uma lei fundamental do
electromagnetismo. Podemos trivialmente verificar que a Lei de Ampere vale para um fio
infinito de corrente, em que B = µ0i/2πr a uma distancia r do fio. Neste caso temos, para um
circuito C circular ao fio, onde sabemos que B tem o mesmo valor, e aponta na direcção de dl
Campo magnético de um fio com corrente

O campo magnético produz forças sobre os condutores com corrente e os condutores com
corrente também produzem campos magnéticos. Um cabo condutor que transporta corrente
produz linhas de campo magnético à sua voltaA lei análoga à lei de Gauss, para o campo
magnético, é a lei de Ampère que estabelece que

O integral de linha do campo magnético, em qualquer curva fechada, é proporcional à corrente


eléctrica total em todos os condutores que atravessam o interior da curva.

A expressão matemática da lei de Ampère é

Um caso em que a lei de Ampère é útil para calcular o campo, é o de um fio rectilíneo, muito
comprido. Considere-se
se uma curva C que é uma circunferência de raio r , perpendicular ao fio,
com centro no eixo
o do fio. Dada a simetria do sistema, as linhas de campo ou têm a direcção
radial, ou são tangentes à circunferência C; se tivessem a direcção radial, o integral de linha do
campo ao longo de C seria nulo, o que não é possível, de acordo com a lei de Ampèr
Ampère, pois a
corrente total através de C não é nula.

Lei de Biot-Savart

A Lei de Biot-Savart d gerado em um ponto P a uma distância r


Savart determina o campo magnético dB
d em um fio por onde se passa uma corrente i::
de um elemento de comprimento ds
Para campo gerado por todo o fio, deve-se integrar a Lei de Biot-Savart.

Regra da mão-direita

Fio Reto

Considere um fio reto de corrente, como a figura abaixo A contribuição devido a um elemento ds
do fio e mostrada na figura. Todos os elementos dB do fio apontam para fora da, na direcção z.
Para a magnitude precisamos calcular:

A Lei de Biot-Savart nos da


Fio Curvado

Considere um fio curvo de corrente, como na A contribuição do campo no ponto O devido a um


elemento ds do fio ´e mostrada na figura. Os elementos AA′ e CC′ não contribuem, pois neles ds
k r. Em todos os pontos de AC, temos ds ⊥ rˆ, portanto |ds × rˆ| = ds. A direcção do campo em O
e entrando n. Pela lei de Biot-Savart temos:

Campo Magnético de um Solenóide.


A um tubo condutor longo e enrolado por diversas espiras igualmente espaçadas damos o nome
de solenoide. Seu conjunto é chamado de bobina longa. Podemos obter um solenoide enrolando
em forma de hélice um fio condutor em um cilindro. Consideremos um solenoide de
comprimento L, constituído de N espiras. Quando o condutor que constitui o solenoide é
percorrido por uma corrente eléctrica de intensidade i, é criado um campo magnético com as
seguintes características:

- na parte interna do solenoide, o campo magnético pode ser considerado uniforme, com linhas
de indução paralelas entre si.

- quanto mais longo for o solenoide, mais uniforme será o campo magnético em seu interior e
mais fraco o campo magnético externo.

- daqui por diante consideraremos o campo magnético no interior do solenoide sempre uniforme
e externamente nulo.

Desse modo, o vetor indução magnética B em qualquer ponto do interior do solenoide é o


mesmo e tem as seguintes características:

- direcção: os vetores indução magnética B no interior do solenoide são rectilíneos e paralelos ao


eixo do solenoide.

intensidade: a intensidade do vetor indução magnética B é dada pela seguinte equação:

em que μ é a permeabilidade magnética do meio no interior do solenoide. O termo N/L


representa o número de espiras por unidade de comprimento do solenoide.
As extremidades do solenoide constituem polos magnéticos, sendo que o polo norte é a face por
onde saem as linhas de indução magnética, e a face por onde entram as linhas de indução
magnética é chamada de polo sul.

Fluxo Magnético

Lei de Gauss do Campo Magnético

Leis do Eletromagnetismo

A teoria clássica que chamamos de Mecânica é estruturada pelas três leis de Newton e por leis de
força, como, por exemplo, a lei da Gravitação Universal.

De modo análogo, a teoria clássica que chamamos de Eletromagnetismo é estruturada por quatro
leis: lei de Gauss para a Eletricidade (que inclui a lei de Coulomb), lei de Gauss para o
Magnetismo, lei de Ampère-Maxwell e lei de Faraday-Lenz. Estas quatro leis são
complementadas pela lei de força de Lorentz:

F = q (E + v × B)

Nesta expressão, E representa o vetor campo elétrico, B representa o vetor campo magnético,
ambos na posição ocupada pela partícula com carga elétrica q e velocidade v no referencial
escolhido.

Lei de Gauss para a Eletricidade

Numa região onde existe um campo elétrico, imaginemos uma superfície S dividida em um
grande número N de elementos de superfície, com áreas Δsk (k = 1, 2, ... N), pequenos o
suficiente para que, sobre cada um deles, o (vetor) campo elétrico possa ser considerado
constante

Indução magnética

A indução magnética, a qual é por vezes referida como indução electromagnética, é a criação de
uma corrente induzida eléctrica, geralmente em condutores que se deslocam no interior de um
campo magnético. Poderia ser também descrito como a criação de um campo magnético pelo
fluxo de corrente através de um condutor. Em tecnologia, ela é utilizada para motores de
indução, fornos, transformadores, lanternas, condutores de energia sem fio, geradores, e muitas
outras aplicações.

O princípio básico desta técnica é que uma mudança do fluxo magnético vai induzir uma
corrente eléctrica em um condutor, ou nas suas proximidades. Neste cenário, a corrente deve
viajar através de uma via fechada, tal como um circuito completo, e o fluxo magnético pode ser
alterado, quer por uma alteração na força do campo magnético ou pelo movimento do condutor
através do campo em si.

A lei de Faraday dá uma relação quantitativa entre a alteração no fluxo magnético e a força
induzida por uma eletromotriz, que é igual à variação negativa em fluxo por unidade de tempo.
Para uma bobina de fio, a alteração no fluxo magnético por unidade de tempo deve ser
multiplicada pelo número de bobinas, para assim determinar o valor da electromotriz correcta.

Em aplicações práticas, ela pode ser usada para converter tipos diferentes de energia. Ela pode
ser usada para gerar calor, como no caso do fogão por indução magnética, ou para criar energia
mecânica e de movimento, como no caso do motor de indução. Embora os mecanismos de
transferência de energia sejam diferentes para cada dispositivo, eles operam em semelhantes
princípios básicos. Por isso, cada situação precisa ser analisada com cautela e com bastante
atenção.

Os fogões por indução magnética operam através da criação de uma corrente que gera calor
resistivo em uma panela ou frigideira. A base do fogão é formada por um fio enrolado, que
recebe uma corrente alternada (CA). Esta corrente induz um campo magnético, que oscila em
conjunto com a corrente e gera uma corrente elétrica induzida na panela de metal. O calor
resistivo é gerado com base na panela individual ou na resistência pan, que é otimizada através
da utilização de materiais ferromagnéticos, tais como aço e ferro.

Lei de Faraday

A Lei de Faraday ou Lei de Indução Eletromagnética, enuncia que quando houver variação
do fluxo magnético através de um circuito, surgirá nele uma força eletromotriz induzida.

Essa lei foi estabelecida por Michael Faraday, em 1831, a partir da descoberta do fenômeno da
indução eletromagnética. Para sua concepção Faraday realizou inúmeros experimentos.

Sendo uma lei fundamental do eletromagnetismo, foi o ponto de partida para o construção dos
dínamos e sua aplicação na produção de energia elétrica em larga escala.

Nas usinas de geração de energia elétrica, a energia mecânica produz a variação do fluxo
magnético. A partir dessa variação, surge no gerador uma corrente induzida.

Abaixo, vemos o esquema de uma usina hidrelétrica. Este tipo de usina utiliza o movimento da
água (energia mecânica) para gerar a variação do fluxo magnético.

Fórmula
A fórmula matemática que representa a lei de Faraday, como é utilizada atualmente, foi
concebida pelo físico Alemão Franz Ernst Neumann, é indicada como:

Lei de Lenz

A lei de Lenz enuncia que, quando houver uma variação de fluxo magnético sobre um condutor
fechado, surgirá, nesse condutor, um campo magnético que se oporá a tal variação. Essa lei é
uma consequência directa de um princípio da física conhecido como conservação da
energia e complementa a lei de indução de Faraday.

Introdução à lei de Lenz

A lei de Lenz foi estabelecida pelo físico russo Heinrich Lenz e contribuiu com uma outra lei
que já existia: a lei de Faraday, também conhecida como a lei da indução electromagnética. A lei
de Lenz atribuiu um novo sentido à lei de Faraday ao levar em conta o princípio de conservação
da energia.

A lei da indução electromagnética havia sido descoberta por Michael Faraday em 1831. De
acordo com essa lei, um fluxo magnético variável é capaz de produzir uma corrente
eléctrica induzida no interior de um condutor fechado, como fios, placas metálicas, espiras ou
bobinas metálicas.

A lei de Lenz considerou que o sentido da corrente eléctrica induzida nos condutores fosse tal
que o campo magnético gerado por essa corrente deveria opor-se à variação do fluxo
magnético.
Aproximação e afastamento – indução.

A conclusão de Lenz foi baseada na ideia de que não é possível produzir energia elétrica à
vontade, para fazê-lo, uma certa quantidade de energia precisaria ser consumida. Essa
energia consumida, por sua vez, é equivalente ao trabalho necessário para aproximar ou afastar
um ímã de uma espira condutora, uma vez que o movimento relativo entre ímã e espira dá
origem a uma força que se opõe ao movimento.

Fluxo magnético

O fluxo magnético é uma grandeza escalar cuja unidade de medida é o weber (Wb) e que pode
ser calculada pelo produto entre a intensidade do campo magnético B, a área que está sendo
atravessada pelas linhas de campo e o cosseno do ângulo formado entre o vector B e a recta
normal à superfície de área A, confira:

Φ – fluxo magnético (T.m² ou Wb)

B – campo magnético (T)

A – área (m²)

θ – ângulo entre B e a normal de A (º)

Força eletromotriz induzida

De acordo com a lei de Faraday, a força eletromotriz induzida é o potencial eléctrico, em volts,
produzido pela variação de um fluxo magnético com relação ao tempo, como mostra a
fórmula a seguir:

ΔΦ – variação do fluxo magnético (Wb)


Com as contribuições da lei de Lenz, um sinal matemático foi adicionado à lei anterior. Esse
sinal expressa que a polaridade da força electromotriz induzida é contrária à variação do fluxo
magnético:

A figura a seguir mostra o sentido do campo magnético induzido nas bobinas ou espiras de
acordo com o sentido do movimento (v) e de variação do campo magnético externo (ΔB),
observe:

Aplicações da lei de Lenz

Confira algumas das principais aplicações tecnológicas que fazem uso directo ou indirecto da lei
de Lenz:

 Geradores eléctricos – Uma das principais aplicações da lei de Lenz diz respeito ao sentido
da corrente eléctrica que é produzida nos geradores de electricidade. Uma vez que os
geradores produzem energia eléctrica, de acordo com o movimento de rotação de um
conjunto de ímãs com relação a uma bobina, o sentido da corrente eléctrica induzida varia
periodicamente. Essa corrente é conhecida como corrente alternada e é a corrente eléctrica
que chega até as residências, por meio dos fios de alta tensão.

 Transformadores – Os transformadores eléctricos também são aplicações directas da lei


de Lenz. Esses dispositivos são usados para aumentar ou diminuir a tensão eléctrica das
linhas de transmissão, para tanto, fazem uso da variação do fluxo magnético entre espiras
com diferentes números de enrolamentos.

 Detector de metais – Os detectores de metal produzem um campo magnético oscilante.


Quando um metal é atravessado por esse campo magnético, ele dá origem a um campo
magnético variável e oposto que pode ser facilmente detectado.

 Freio magnético – Outro exemplo de aplicação da lei de Lenz é o freio magnético, em que
um ímã potente é aproximado a um disco de alumínio. Quando o disco está girando, há uma
variação do fluxo magnético sobre ele, dessa maneira, uma força magnética surge, opondo-se
a tal variação, desse modo, o disco perde velocidade.

Equações de Maxwell

Baseando-se nos estudos de Michael Faraday, Maxwell unificou, em 1864, todos os fenômenos elétricos e
magnéticos observáveis em um trabalho que estabeleceu conexões entre as várias teorias da época,
derivando uma das mais elegantes teorias já formuladas.

Maxwell demonstrou, com essa nova teoria, que todos os fenômenos elétricos e magnéticos poderiam ser
descritos em apenas quatro equações, conhecidas atualmente como Equações de Maxwell.

Essas são as equações básicas para o eletromagnetismo, assim como a lei da gravitação universal e as três
leis de Newton são fundamentais para a Mecânica Clássica.

As equações de Maxwell para o eletromagnetismo constam da unificação entre as Leis de Gauss, para a
eletricidade e para o magnetismo, a Lei de Ampère generalizada e a Lei de Faraday para a Indução
eletromagnética

As equações de Maxwell para o eletromagnetismo constam da unificação entre as Leis de Gauss, para a
eletricidade e para o magnetismo, a Lei de Ampère generalizada e a Lei de Faraday para a Indução
eletromagnética

1) Lei de Gauss para a eletricidade:

Essa é a primeira das quatro equações de Maxwell:


proposta originalmente pelo matemático alemão Carl Friedrich Gauss (1777-1855), é o equivalente à lei
de Coulomb em situações estáticas. Ela relaciona os campos elétricos e suas fontes, as cargas elétricas, e
pode ser aplicada mesmo para campos elétricos variáveis com o tempo.

2) Lei de Gauss para o magnetismo:

Esta lei é equivalente à primeira, mas aplicável aos campos magnéticos e evidenciando ainda a não
existência de monopolos magnéticos (não existe polo sul ou polo norte isolado). De acordo com essa lei,
as linhas de campo magnético são contínuas, ao contrário das linhas de força de um campo elétrico que se
originam em cargas elétricas positivas e terminam em cargas elétricas negativas.

3) Lei de Ampère:

A lei de Ampère descreve a relação entre um campo magnético e a corrente elétrica que o origina. Ela
estabelece que um campo magnético é sempre produzido por uma corrente elétrica ou por um campo
elétrico variável. Essa segunda maneira de se obter um campo magnético foi prevista pelo próprio
Maxwell, com base na simetria de natureza: se um campo magnético variável induz uma corrente elétrica,
e consequentemente um campo elétrico, então um campo elétrico variável deve induzir um campo
magnético.

4) Lei de Faraday:

A quarta das equações de Maxwell descreve as características do campo elétrico originando um fluxo
magnético variável. Os campos magnéticos originados são variáveis no tempo, gerando assim campos
elétricos do tipo rotacionais.

Até o final do século XIX, acreditava-se que com estas equações não havia mais nada para ser descoberto
na física. Porém, em 1900, Max Planck deu inicio à chamada Física quântica, com seus postulados sobre
a radiação de corpo negro.

Descoberta de Hertz

Heinrich Rudolf Hertz foi um físico alemão que nasceu no dia 22 de fevereiro de 1857, em Hamburgo.
Durante seu estudo básico, ele sempre se interessou por ciência, e tal interesse conduziu-o a ingressar na
faculdade de Física da Universidade de Berlim em 1878. Em 1880, Hertz tornou-se assistente do
professor Von Helmholtz, realizando estudos sobre a elasticidade e a capacidade de transmissão de
energia elétrica dos gases.
Em 1883, Hertz tornou-se professor da Universidade de Kiel, onde passou a desenvolver estudos sobre a
eletrodinâmica de Maxwell. No ano de 1885, ele mudou-se para Karlsruhe, onde lecionou na Escola
Politécnica.

Hertz dedicou-se a estudar aquelas ondas e percebeu que elas possuíam a mesma velocidade de
propagação da luz, mas com comprimento de onda muito maior. Além disso, o cientista detectou a
refração, reflexão e polarização, todos fenômenos característicos das ondas. As descobertas de Hertz
abriram caminho para o desenvolvimento das tecnologias de radares, rádio e televisão. Como homenagem
ao físico, a unidade de medida adoptada pelo Sistema Internacional de Unidades (SI) para a frequência
das ondas é a unidade hertz (Hz), que significa oscilações por segundo.

Hertz teve uma morte prematura, aos 36 anos de idade, no dia 1º de janeiro de 1893, na cidade alemã de
Bonn.

Ondas eletromagnéticas Planas

Considere-se que exista campo eletromagnético no vácuo. Esse campo talvez tenha sido criado, por
exemplo, por uma flutuação de carga em algum ponto exterior à região de interesse, esta limitada pela
superfície , conforme ilustrado na Fig.7.1. Flutuações de carga podem ser produzidas de várias formas.
Por exemplo, com o emprego de uma antena alimentada por um circuito em que a corrente elétrica flutua
no tempo. Pode-se ter, nesse caso, a geração de ondas de rádio-freqüência. Alternativamente, os elétrons
em um átomo ou molécula, que é parte de um gás em um recipiente, podem estar realizando transições
entre níveis de energia sob alguma influência externa, como em uma lâmpada ou em um laser, por
exemplo. Nesse caso, a perturbação eletromagnética pode se manifestar na forma de luz. Outra
possibilidade de se produzir flutuação de carga é colidir um feixe de elétrons em um anteparo. Como
resultado da forte desaceleração (flutuação da densidade de carga), há emissão de radiação
eletromagnética na forma de raios X. Todos esses campos, oriundos de uma larga gama de alternativas de
flutuações de carga, são governados pelas mesmas equações, i.e., as Eqs. de Maxwell (i) a (iv)

Voltando à discussão para a análise do campo eletromagnético e suas características, a região de interesse
onde está sendo observado o fenômeno é livre de cargas. Uma vez que essa região está no vácuo, as
relações constitutivas dadas por (v) e (vi) assumem, respectivamente, as formas

Espectro eletromagnético
Espectro eletromagnético é uma escala de radiações eletromagnéticas. Nele estão representados os 7 tipos
de ondas eletromagnéticas: ondas de rádio, micro-ondas,
micro ondas, infravermelho, luz visível, ultravioleta, raios x e
raios gama.

As ondas se propagam à velocidade da luz e, com excepção da luz visível, são todas invisíveis a olho nu.
O espectro electromagnético mede as ondas electromagnéticas. Elas têm a mesma velocidade, mas
diferem em frequência e em comprimento.
comprim

Intensidade da onda eletromagnética

A intensidade de uma onda eletromagnética que passa por uma determinada área é definida como a
potência pela unidade de área. Ela mede a quantidade de energia que passa por unidade de tempo e por
unidade de área em
m um determinado ponto do espaço. Usando métodos matemáticos avançados, podemos
mostrar que a intensidade I é dada por:

Energia das ondas electromagnéticas

As ondas electromagnéticas transportam energia de um local para outro. É dessa forma que a energia do
Sol chega até a Terra. A energia de uma onda electromagnética está distribuída entre os campos eléctrico
e magnético. Ao se propagar, a energia da onda oscila entre a energia do campo eléctrico e a energia do
campo magnético.

A energia média por unidadee de volume de uma onda electromagnética que se propaga no vácuo é dada
por:
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Dissertação de mestrado. USP, Instituto de Física. São Paulo, 2004.

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