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©2021 Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento

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Elaboração, distribuição e informações:


MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA
E ABASTECIMENTO
Secretaria Especial de Assuntos Fundiários
Departamento de Políticas de Cadastro e
Regularização Fundiária
Esplanada dos Ministérios, Bloco C,
CEP: 70.046-900, Brasília/DF
www.agricultura.gov.br

Coordenação Geral:
Alex Santos Lustosa de Aragão

Coordenação Editorial:
Cristiana Oliveira Silva de Almeida

Equipe Técnica:
Ana Cláudia Martins Duarte de Sousa, Daniel
Tadad Yamamoto, Jéssica Hellen Cardoso Lopes,
Robson de Oliveira Fonzar, Sávio Silveira Feitosa e
Stanislau Antônio Lopes
Sumário
1. Introdução.................................................................................................................................4
1.1. Breve histórico sobre a questão agrária no Brasil................................................4

1.2. Índices básicos................................................................................................................6

1.3. Formas de obtenção de imóveis rurais para a Reforma Agrária......................9

1.4. Base Legal da Regularização Fundiária em Projetos de Assentamento da


Reforma Agrária................................................................................................................. 15

2. Tipos de Documentos entregues ao Beneficiário........................................................ 16


2.1. Contrato de Concessão de Uso (CCU)................................................................... 16

2.2. Concessão de Direito Real de Uso (CDRU).......................................................... 17

2.3. Título de Domínio (TD).............................................................................................. 18

3. Regularização dos ocupantes irregulares no PNRA................................................... 19


3.1. Requisitos de Regularização dos Ocupantes Irregulares................................ 19

3.2. Procedimento de regularização de ocupantes irregulares............................. 20

4. Titulação Definitiva............................................................................................................. 24
4.1. Condições de permanência dos beneficiários no PNRA.................................. 24

4.2. Procedimento de titulação definitiva................................................................... 26

5. Valores e forma de pagamento......................................................................................... 29


1. Introdução

Neste curso serão tratados os preceitos para regularização fundiária em


projetos de assentamento da reforma agrária. Para isso, faz-se indispensável
a apresentação do processo histórico da distribuição, ocupação e destinação
das áreas no Brasil, assim como dos conceitos básicos e ferramentas que
norteiam o procedimento de regularização previsto na legislação agrária
vigente.

1.1. Breve histórico sobre a questão agrária no Brasil


O estudo sobre o processo histórico é de suma importância para a compreensão da atual
conjuntura agrária brasileira. A matéria em comento baseia-se em circunstâncias econômi-
cas, sociais e políticas que fazem referência à ocupação, posse e distribuição das terras.

Durante anos, a Coroa Portuguesa foi responsável pelo controle das terras brasileiras, cuja
distribuição era condicionada a critérios restritos, que contribuíam para que o uso e a explo-
ração fossem garantidos a determinados indivíduos.

A criação do sistema das capitanias hereditárias foi considerada como a


primeira tentativa para organizar a ocupação e a colonização do Brasil.
Esse sistema consistiu na divisão do território brasileiro em grandes faixas
que eram entregues a particulares para exploração, de modo que houvesse
melhores aproveitamento e produtividade das terras.

O donatário era o responsável pela capitania e, com isso, possuía direitos e obrigações. Por um
lado, tinha a liberdade de cobrar impostos, explorar os recursos naturais e minerais da terra,
desenvolver a agricultura e pecuária e, consequentemente, obter os lucros dessas atividades.
Por outro lado, eram obrigados a realizar investimentos para desenvolver a capitania da
melhor forma possível e combater as possíveis invasões de estrangeiros.

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Um dos sistemas criados para manter a distribuição foi o instituto jurídico denominado
“sesmaria”, que normatizava a distribuição de grandes extensões de terras. O respectivo
sistema de concessão promoveu a formação da estrutura fundiária brasileira em grandes
propriedades e foi extinto após a Independência do Brasil, em 1822.

Em 1850, houve a edição da Lei de Terras (Lei n.º 601 de 18 de setembro de 1850),
considerada como uma legislação inovadora no âmbito do direito agrário brasileiro. Uma de
suas particularidades faz referência à compra como a única forma de acesso à terra, o que
inviabilizou os sistemas de posse ou doação, anteriormente utilizados.

Portanto, a partir de 1850 só poderia haver ocupação de terras por meio de compra e venda
ou autorização do Imperador. Assim, todos os que já estavam produzindo na terra recebiam
o título de proprietário. Por outro lado, as terras que ainda não eram ocupadas passavam a
ser propriedade do Estado.

Após anos, em 1964, foi criado o Estatuto da Terra, que é a forma como se encontra disciplinado
o uso, ocupação e demais relações fundiárias no Brasil. De acordo com o referido Estatuto,
o Estado passou a ter obrigação de garantir o direito de acesso à terra para quem nela vive
e trabalha.

A Constituição da República Federativa do Brasil, de 1988, também possui


grande relevância para a matéria. Ações de reforma agrária foram legitima-
das e, com o objetivo de harmonizar os interesses envolvidos, foi garanti-
do o direito de propriedade, a obrigatoriedade do cumprimento da função
social e também foi prevista a vedação de penhora para pagamento de dé-
bitos decorrentes das atividades produtivas da pequena propriedade rural.

Com base nesse contexto histórico, percebe-se que o Estado buscou legitimar importantes
atos normativos que contribuíram para o desenvolvimento da questão agrária no Brasil.

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1.2. Índices básicos
O processo de regularização fundiária utiliza as diretrizes legais de fixação de índices
básicos como ferramentas para definir os limites de dimensão dos imóveis, parâmetros para
classificação, delimitação das regiões, a possibilidade de fração mínima de parcelamento e nos
casos em que a exploração for indefinida. Para tanto, segue o conceito de alguns instrumentos
a fim de elucidar sua aplicação caso a caso.

Módulo Rural

De acordo com a Lei n.º 4.504, de 30 de novembro de 1964 (Estatuto da Terra), o módulo
rural é derivado do conceito de propriedade familiar e, sendo assim, é uma unidade de medida,
expressa em hectares, que busca exprimir a interdependência entre a dimensão, a situação
geográfica dos imóveis rurais e a forma e condições do seu aproveitamento econômico.

A propriedade familiar é definida como o imóvel rural que, direta e pessoalmente explorado
pelo agricultor e sua família, lhes absorva toda a força de trabalho, garantindo-lhes a
subsistência e o progresso social e econômico, com área máxima fixada para cada região e
tipo de exploração e, eventualmente, trabalho com a ajuda de terceiros.

O Módulo Rural é utilizado para:


Definir os limites da dimensão dos imóveis rurais no caso de aquisição por pessoa
física estrangeira residente no País. Neste caso, utiliza-se como unidade de medida o
Módulo de Exploração Indefinida (MEI), que é uma espécie de módulo rural, previsto
no artigo 3º, da Lei n.º 5.701, de 9 de setembro de 1971. O limite livre de aquisição
de terra por estrangeiro é igual a três vezes o MEI;
Cálculo do número de módulos do imóvel para efeito do enquadramento sindical;
Definir os beneficiários do Fundo de Terras e da Reforma Agrária - Banco da Terra,
de acordo com o inciso II, do parágrafo único do art. 1º, da Lei Complementar n.º
93, de 4 de fevereiro de 1998;

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Módulo Fiscal

O módulo fiscal é a unidade de medida expressa em hectares, fixada para cada município,
considerando o tipo de exploração predominante no município; a renda obtida com a
exploração predominante; outras explorações existentes no município que, embora não
predominantes, sejam significativas em função da renda ou da área utilizada; e o conceito de
propriedade familiar, conforme previsão contida no artigo 50, parágrafo 2º, do Estatuto da
Terra.

O módulo fiscal procura refletir a área mediana dos módulos rurais dos imóveis rurais do
município.

Atualmente, o módulo fiscal é definido pelo Incra pela Instrução Especial n.º 20, de 28 de
maio de 1980, variando, para cada município, entre 5 a 110 hectares.

O módulo fiscal serve de parâmetro para classificação do imóvel rural quanto ao tamanho,
na forma da Lei n.º 8.629, de 25 de fevereiro de 1993.

Pequena Propriedade: o imóvel rural de área até quatro módulos fiscais,


respeitada a fração mínima de parcelamento.

Média Propriedade: o imóvel rural de área de área superior a 4 (quatro) e até


15 (quinze) módulos fiscais.

Grande Propriedade: o imóvel rural de área superior a 15 (quinze) módulos


fiscais.

Serve também de parâmetro para definir os beneficiários do Programa Nacional de


Fortalecimento da Agricultura Familiar - Pronaf (pequenos agricultores de economia familiar,
proprietários, meeiros, posseiros, parceiros ou arrendatários de até quatro módulos fiscais).

Os conceitos de módulo rural e módulo fiscal coexistem e interagem, apesar de constituírem


formas diferentes de se definir uma pequena propriedade rural de importância social.

A diferença entre os parâmetros do módulo rural e do módulo fiscal é que o primeiro


é calculado para cada imóvel rural em separado e sua área reflete o tipo de exploração
predominante no imóvel rural, segundo sua região de localização.

Já o módulo fiscal é estabelecido para cada município e busca refletir a área mediana dos
módulos rurais dos imóveis rurais do município.

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Zona Típica de Módulo

São regiões delimitadas com características ecológicas e econômicas ho-


mogêneas, por força do artigo 5º da Lei n.º 4.504/1964, e baseia-se nas
microrregiões geográficas adotadas pelo IBGE.

Para a delimitação das zonas, consideram-se as influências demográficas e


econômicas de grandes centros urbanos conforme estabelecido na Instru-
ção Especial do Incra n.º 05-a, de 6 de junho de 1973, e artigos 11 a 14 do
Decreto n.º 55.891, de 31 de março de 1965.

Fração Mínima de Parcelamento

Conforme artigo 8º, da Lei n.º 5.868, de 12 de dezembro de 1972, a Fração Mínima de
Parcelamento (FPM) é a menor área que um imóvel rural, num dado município, pode ser
desmembrado. Corresponde ao módulo de exploração hortigranjeira da Zona Típica de
Módulo (ZTM) dos municípios que constituem capitais dos estados, e ao módulo das culturas
permanentes ou à pecuária para as correspondentes zonas típicas para os demais municípios.
Ao parcelar um imóvel rural para fins de transmissão a qualquer título, a área remanescente
não poderá ser inferior à FMP.

Há três casos em que a legislação prevê a possibilidade de desmembra-


mento abaixo da fração mínima. A primeira possibilidade é a aquisição
de parcela inferior à fração mínima de área contínua que será anexada a
outro imóvel rural confrontante. O segundo caso é quando o interessado
se enquadra como agricultor familiar, sendo a comprovação de enquadra-
mento a Declaração de Aptidão do Pronaf (DAP). E a terceira possibilidade
é quando o imóvel rural está inserido no perímetro urbano do município.

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Módulo de Exploração Indefinida

O Módulo de Exploração Indefinida (MEI) é uma unidade de medida, expressa em hectares, a


partir do conceito de módulo rural, para o imóvel com exploração não definida.

O MEI é analisado a partir da concepção e da metodologia de cálculo dos demais módulos


rurais, ou seja, da exploração hortigranjeira, lavoura permanente e temporária, pecuária e do
extrativismo.

As áreas do MEI buscam refletir também as condições socioeconômicas


de cada uma das nove ZTM. Assim, quanto mais desenvolvida for a zona
típica de módulo, menor será a área do MEI, bem como, quanto menor o
nível de desenvolvimento, maior a respectiva dimensão.

Essa unidade é usada em processos relacionados à aquisição de terras por estrangeiros.

1.3. Formas de obtenção de imóveis rurais para a Reforma


Agrária
A legislação brasileira prevê várias formas para obtenção de imóveis para destiná-los ao
Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA). Mesmo que a desapropriação de imóveis
seja a mais comum, existem, ainda, outras formas de obtenção. Assim, torna-se imprescindível
apresentar as principais delas.

Desapropriação

O direito de propriedade está previsto no artigo da 5º da Constituição da República. Em


síntese, é considerado como o direito fundamental de uma pessoa, que poderá dispor e
usufruir de um bem, respeitados os limites impostos pela lei.

No decorrer dos anos o direito de propriedade sofreu consideráveis mudanças. Atualmente,


prevalece e tem como preceito básico a análise de interesse da coletividade, de acordo com
os valores sociais e ambientais.

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O princípio da função social da propriedade é considerado como um dos principais princípios
do Direito Agrário e o seu estudo é de grande importância para a compreensão de toda a
matéria.

De acordo com o artigo 186 da Constituição da República, a função social é cumprida


quando a propriedade rural atende, simultaneamente, aos seguintes requisitos:

Aproveitamento racional e adequado;

Utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio


ambiente;

Observância das disposições que regulam as relações de trabalho;

Exploração que favoreça o bem-estar dos proprietários e dos trabalhadores.

Percebe-se que a função social corresponde a um poder-dever do proprietário e caracteriza-


se pela necessidade de dar ao bem um destino útil para a sociedade.

Entretanto, conforme dispõe o artigo 184 da Constituição da República, caso essas condições
não sejam cumpridas, a propriedade rural estará sujeita ao processo de desapropriação para
fins de reforma agrária.

O mecanismo da desapropriação está associado ao princípio da supremacia do interesse


público em face do interesse privado. O respectivo princípio é considerado fundamental no
regime jurídico administrativo e refere-se às prerrogativas da Administração.

A desapropriação é considerada como uma das mais importantes formas de intervenção do


Estado na propriedade. No âmbito da reforma agrária, consiste no procedimento pelo qual
o Poder Público obtém a propriedade do particular, com fundamento no interesse social,
mediante justa e prévia indenização, ressalvados os casos previstos.

Nos casos de desapropriação por interesse social, a Constituição da República prevê


exceções no que tange às propriedades aptas ao processo de desapropriação. Assim, a
pequena e a média propriedade rural, bem como a propriedade produtiva, não são suscetíveis
de desapropriação.

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Passo a passo do processo de desapropriação:

Processo

O proprietário do imóvel rural é notificado e o Incra vistoria a área


para verificar se a propriedade cumpre a sua função social;
Caso a propriedade seja classificada como improdutiva, o Incra dá
sequência ao processo de desapropriação, observados os
trâmites legais.

Publicação de Decreto

O Decreto de Desapropriação é publicado e o imóvel é


considerado como de interesse social para fins de reforma
agrária.

Ação

Após a publicação do Decreto, o Incra ajuíza uma Ação de


Desapropriação, após depositar em juízo o valor da indenização e
os títulos emitidos.

Indenização

O Incra paga uma indenização ao proprietário em valores de


mercado;
A indenização pela terra nua é paga em Títulos da Dívida Agrária
(TDA) e as benfeitorias são pagas em dinheiro.

Imissão na posse

Após todos os trâmites listados e em caso de decisão favorável, a Justiça Federal


imite o Incra na posse do imóvel.
Após isso, são iniciados os procedimentos para selecionar as famílias
cadastradas e criar o projeto de assentamento da reforma agrária, conforme
Decreto nº 9.311/2017 e Instrução Normativa nº 98/2019.
Este ato administrativo possui previsão no artigo 5º, inciso XXIV da Constituição
da República e, no âmbito da reforma agrária, possui previsão na Lei nº 8.629/93
e demais normativos da legislação brasileira.

Discriminatória de Terras Devolutas da União

Antes de aprofundar sobre o tema, alguns conceitos relacionados aos bens públicos devem
ficar claros.

Conforme o art. 98 do Código Civil, os bens do domínio nacional pertencentes às pessoas


jurídicas de direito público interno são públicos, sendo todos os outros particulares.

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Os bens públicos podem ser classificados de acordo com a sua destinação:

Bens de uso comum do povo: aqueles utilizados de forma geral pelos indivíduos,
como os mares, praias, rios, estradas e praças;

Bens públicos de uso especial: aqueles que o Estado utiliza para a prestação
de serviços ou afetados a uma destinação específica, como parques nacionais, terras
indígenas e projetos de assentamento da reforma agrária; e

Bens públicos dominicais: todos aqueles que não estejam afetados a nenhuma
destinação pública específica.

Outro conceito muito importante para esclarecer é sobre a Terra Devoluta.

O primeiro conceito de terras devolutas foi dado pela Lei de Terras (Lei n.º 601/1850).
Originalmente, eram consideradas como terras não destinadas ao uso público nacional,
provincial ou municipal, assim como aquelas que não estavam sob domínio particular ou que
não estivessem ocupadas por meio de alguma forma de concessão.

O termo “devoluta” faz referência ao conceito de terra devolvida. Atualmente, as terras


devolutas são terras públicas sem destinação pelo Poder Público e que em nenhum momento
integraram o patrimônio do particular, mesmo que estejam irregularmente sob posse de
outros.

As terras devolutas são, portanto, enquadradas como bens públicos domi-


nicais e estes são os únicos bens públicos que podem ser alienados.

Em regra, as terras devolutas pertencem aos Estados, mas a Constituição da República dispõe
que as terras devolutas são consideradas como bens da União, desde que indispensáveis
à defesa das fronteiras, das fortificações e construções militares, das vias federais de
comunicação e à preservação ambiental, definidas em lei.

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O Incra é o órgão público federal que possui a competência para pro-
mover as medidas necessárias de identificação das áreas públicas rurais,
delimitando-os do domínio particular. E este processo chamamos de dis-
criminatória das terras devolutas federais.

A lei que norteia o processo discriminatório das Terras Devolutas Rurais da União é a Lei n.º
6.383, de 7 de dezembro de 1976. De acordo com esta Lei, o processo pode ser administrativo
ou judicial.

Processo Administrativo: o processo administrativo pode ser dividido em


três fases para melhor entendimento: a instauração, que é o momento em que
uma comissão especial é criada pelo Presidente do Incra; a instrução, que marca
o início de seus trabalhos com a elaboração do memorial descritivo da área que
será discriminada e a convocação de todos os interessados para apresentarem
seus títulos dominiais e a própria análise dessa documentação pela comissão; e a
conclusão, quando é encerrada a demarcação e é lavrado o termo de encerramento
da discriminação administrativa. O termo lavrado apresenta o mapa detalhado da
área, o rol das terras devolutas apuradas, a relação das propriedades particulares
reconhecidas, dentre outras informações. Após isso, o Incra providencia o registro
em nome da União, das terras discriminadas.

Processo Judicial: o processo judicial é aquele que se efetiva por intermédio do


Poder Judiciário. O Incra é o representante da União, para a promoção desse processo
e ele ocorre quando o processo administrativo for dispensado ou interrompido
por ineficácia; ou contra aqueles que não atenderem ao edital de convocação ou
à notificação feita no processo administrativo ou quando for identificada infração
ao disposto no art. 24 da Lei do processo discriminatório. Esse artigo orienta que
não poderão alterar as divisas na área discriminada, sendo proibida a derrubada
da cobertura vegetal, construção de cercas e transferência de benfeitorias, sem o
assentimento do representante da União.

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Compra e venda

Conforme dispõe o Código Civil, o contrato de compra e venda consiste na obrigação de um


dos contratantes transferir o domínio de certa coisa e, o outro, a pagar-lhe por certo preço
em dinheiro.

De acordo com as leis 4.504/64 e 8.629/93, é possível adquirir imóveis rurais, mediante o
instituto da compra e venda, para promover a implantação de projetos de assentamento da
reforma agrária

A compra e venda dos imóveis rurais em questão é regulamentada pelo


Decreto n.º 433/92 e possui algumas particularidades.

Com o objetivo de reduzir as demandas de acesso à terra e aliviar possíveis conflitos sociais
na área é possível a aquisição de imóveis produtivos.

A seleção dos imóveis rurais será precedida de publicação e divulgação de edital de


chamamento de proprietários rurais interessados na alienação. Posteriormente, poderá ser
instaurado o processo administrativo para dar continuidade ao procedimento.

O respectivo processo administrativo será instruído com a oferta de venda ou da proposta


de compra e com os respectivos documentos:

Cópia autenticada da carteira de identidade e do CPF do proprietário do imóvel, se


pessoa física;

No caso de o domínio pertencer a pessoa jurídica, certidão de depósito ou de


registro dos respectivos contratos e atos constitutivos, devidamente atualizados,
cópia autenticada dos documentos comprobatórios de sua representação legal e de
sua inscrição no Cadastro Geral de Contribuintes;

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Certidão de registro do imóvel;

Certidão de domínio vintenário do imóvel, que poderá abranger prazo inferior


a vinte anos, desde que a cadeia dominial tenha início em título expedido pelo
Poder Público, ou em decisão judicial transitada em julgado, não mais sujeita a ação
rescisória;

Certidões negativas de ônus, gravames e de distribuição de ações reais e pessoais


reipersecutórias, relativas ao imóvel;

Certidões de inscrição cadastral do imóvel e de regularidade de sua situação fiscal


junto às fazendas federal, estadual e municipal;

Planta geral e individual do imóvel e memorial descritivo que o caracterize, com


indicação das vias que lhe dão acesso e dos principais cursos d’água nele existentes;

Após toda a instrução do processo administrativo, é realizado o procedimento de vistoria


e o imóvel rural é avaliado. Em seguida, o presidente do Incra irá publicar uma Portaria que
autorizará a aquisição.

Assim como as outras formas de obtenção de imóveis para a reforma agrária, o instituto da
compra e venda também objetiva o cumprimento do princípio da função social da propriedade.

1.4. Base Legal da Regularização Fundiária em Projetos de


Assentamento da Reforma Agrária
Confira a relação da base legal relacionada ao tema.

Lei n.º 4.504, de 30 de novembro de 1964: dispõe sobre o Estatuto da Terra,


e dá outras providências;

Lei n.º 4.947, de 6 de abril de 1966: fixa Normas de Direito Agrário, dispõe
sobre o Sistema de Organização e Funcionamento do Instituto Brasileiro de Reforma
Agrária, e dá outras Providências.

Lei n.º 6.383, de 7 de dezembro de 1976: dispõe sobre o Processo


Discriminatório de Terras Devolutas da União, e dá outras Providências.

15
Lei n.º 8.629, de 25 de fevereiro de 1993: dispõe sobre a regulamentação
dos dispositivos constitucionais relativos à reforma agrária, previstos no Capítulo III,
Título VII, da Constituição da República.

Decreto n.º 9.311, de 15 de março de 2018: regulamenta a Lei n.º 8.629,


de 25 de fevereiro de 1993, e a Lei n.º 13.001, de 20 de junho de 2014, para dispor
sobre o processo de seleção, permanência e titulação das famílias beneficiárias do
Programa Nacional de Reforma Agrária.

Instrução Normativa n.º 99, de 30 de dezembro de 2019: fixa os


procedimentos administrativos para titulação de imóveis rurais em Projetos de
Reforma Agrária, criados em terras de domínio ou posse do Incra ou da União, bem
como verificação das condições de permanência e de regularização de beneficiário
no Programa Nacional de Reforma Agrária (PNRA).

2. Tipos de Documentos entregues ao Beneficiário


O ingresso da pessoa, ou casal, no Programa Nacional de Reforma Agrária pode ocorrer
por seleção da família, no momento da implantação do projeto de assentamento ou pela
regularização da ocupação irregular desde que preencha os requisitos para o benefício.
Também em caso de retomada de lotes irregularmente ocupados, uma nova seleção específica
para a vaga deverá ocorrer.

Os tipos de documentos emitidos pelo Incra aos beneficiários do PNRA podem ser de caráter
provisório: Contrato de Concessão de Uso (CCU), ou de caráter definitivo: Concessão de
Direito Real de Uso - CDRU ou Título de Domínio (TD).

2.1. Contrato de Concessão de Uso (CCU)


É o instrumento celebrado entre o Incra e o beneficiário, sob cláusulas resolutivas
imediatamente após a homologação da seleção. É gratuito, sem prazo determinado, inegociável
e autoriza, de forma provisória, o uso e a exploração do imóvel e o acesso às demais políticas
do PNRA.

O CCU é um documento que todo o assentado em condição regular na Relação de


beneficiário (RB) deve ter firmado com o Incra. Ele estabelece o vínculo e as regras.

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O CCU encerra sua vigência após a titulação definitiva da parcela ou com
sua rescisão ou resolução.

Acesse os respectivos anexos no final desta apostila.

2.2. Concessão de Direito Real de Uso (CDRU)


A Concessão de Direito Real de Uso (CDRU) é o instrumento contratual com força de
escritura pública, sob cláusulas resolutivas, que transfere, de forma gratuita e em caráter
definitivo, de forma individual ou coletiva, o direito real de uso da parcela da reforma agrária
ao beneficiário.

É inegociável pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data de celebração de CCU ou outro
instrumento equivalente, sendo regidos pelas cláusulas resolutivas constantes em seu verso,
as quais dispõem sobre os direitos e obrigações das partes envolvidas.

É emitido exclusivamente em projetos ambientalmente diferenciado como, por exemplo, o


Projeto de Assentamento Agroextrativista (PAE), Projeto de Desenvolvimento Sustentável
(PDS) e Projeto de Assentamento Florestal (PAF).

O registro da concessão de direito real de uso deve ser realizado pelo Cartório de Registro
de Imóveis competente independentemente de custas e emolumentos, tendo em vista que
as operações de transferência de imóveis ao beneficiário do PNRA são isentas de impostos
federais, estaduais, municipais e do distrito federal.

A CDRU poderá ser rescindida, caso não estejam sendo cumpridas as


cláusulas resolutivas que regem os direitos e obrigações das partes, garan-
tido ao beneficiário o contraditório e a ampla defesa.

Acesse os respectivos anexos no final desta apostila.

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2.3. Título de Domínio (TD)
O Título de Domínio (TD) é o instrumento com força de escritura pública, sob cláusulas
resolutivas, que transfere de forma onerosa ou gratuita e em caráter definitivo, a propriedade
da parcela do projeto de assentamento ao beneficiário.

É inegociável pelo prazo de dez anos, contado da data de celebração do CCU ou outro
instrumento equivalente. Pode ser transferível, antes do prazo de dez anos ou durante a
vigência de cláusulas resolutivas, por sucessão legítima ou testamentária.

O registro do TD deve ser realizado pelo Cartório de Registro de Imóveis competente


independentemente de custas e emolumentos, tendo em vista que as operações de
transferência de imóveis ao beneficiário do PNRA são isentas de impostos federais, estaduais,
municipais e do distrito federal.

O TD poderá ser rescindido, caso não estejam sendo cumpridas as cláu-


sulas resolutivas que regem os direitos e obrigações das partes, garantido
ao beneficiário o contraditório e a ampla defesa.

Acesse os respectivos anexos no final desta apostila.

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3. Regularização dos ocupantes irregulares no PNRA

O ocupante irregular é aquele que ocupa alguma parcela em Projetos de


Assentamento da Reforma Agrária que não tenha sido autorizado pelo
Incra, ou seja, não foi selecionado para ocupá-la.
De acordo com a Lei n.º 8.629/1993 e o Decreto n.º 9.311/2018, é possível
regularizar esses ocupantes desde que preencham alguns requisitos.
Nesse caso, o ocupante pode solicitar a regularização de sua ocupação ou
o Incra poderá impulsionar o procedimento, de ofício, com a inclusão da
vistoria ocupacional ou por qualquer denúncia.

3.1. Requisitos de Regularização dos Ocupantes Irregulares


Conforme o art. 21 do Decreto n.º 9.311/2018, identificada a ocupação irregular, caso o
projeto de assentamento da reforma agrária tenha sido criado até 22 de dezembro de 2014,
a ocupação poderá ser regularizada, até o limite de quatro módulos fiscais, desde que o
ocupante e seu cônjuge/ companheiro atendam aos seguintes requisitos:

não exerçam cargo, emprego ou função pública remunerada. Exceto serviços de


interesse comunitário (saúde, educação, transporte, assistência social e agrária) na
comunidade rural ou na vizinhança da área objeto do projeto da reforma agrária,
desde que haja compatibilidade com a exploração da parcela pelo indivíduo ou pelo
núcleo familiar beneficiado;
não tenham sido beneficiados por programa de reforma agrária, de regularização
fundiária ou de crédito fundiário;
não sejam proprietários de imóvel rural em qualquer parte do território nacional;
não sejam proprietários, cotistas ou acionistas de sociedade empresarial em atividade;
não sejam menores de dezoito anos não emancipados na forma da lei civil; e
não auferirem renda familiar proveniente de atividade não agrária superior a três
salários-mínimos mensais ou superior a um salário-mínimo per capita.

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Além disso, a ocupação e a exploração da parcela devem ter sido iniciadas pelo interessado
até 22 de dezembro de 2015, não ter lista de candidatos excedentes para o projeto de
assentamento e quitar ou assumir, até a data de celebração de novo CCU, os débitos relativos
ao crédito de instalação reembolsável concedido ao beneficiário anterior.

Os requisitos são verificados por meio de declarações do requerente e de seu cônjuge/


companheiro, juntada de documentos, além de consulta em bases de dados do governo
federal.

3.2. Procedimento de regularização de ocupantes


irregulares
Instrução do processo do ocupante
É instruído o processo principal do projeto de assentamento
da reforma agrária

Verificação dos Requisitos

É iniciada a análise dos requisitos com a consulta à base de dados.

Manifestação e Decisão

É realizada a manifestação técnica conclusiva e o despacho


decisório quanto à regularidade da ocupação.

Emissão do CCU

Após a decisão favorável, haverá a emissão e a entrega do CCU.

20
1ª etapa - Instrução do processo do ocupante.

A abertura do processo do ocupante irregular no Sistema Eletrônico de Informação - SEI


poderá ocorrer por meio do requerimento do próprio ocupante, pela recepção da vistoria
ocupacional ou por meio de denúncia. Após isso o processo é instruído com os seguintes
documentos:

Formulário/requerimento - Ficha Cadastral para Regularização de Ocupações em


parcelas do PNRA (Modelo do Anexo IV da IN Incra 99/2019).
Documentos pessoais (fotocópias):
Documento de identificação civil com foto.

• Cadastro de Pessoa Física (CPF).


• Extrato do Cadastro Único para Programas Sociais do Governo Federal
(CadÚnico), somente para os casos em que o requerente auferir renda familiar
superior a três salários-mínimos, com a finalidade de cálculo de renda per capita.
• Extrato do Cadastro de Informações Sociais (CNIS).
• Declaração do ocupante, sob as penalidades da lei, atestando a não vinculação
de CPF a CNPJ ou extrato de consulta do CPF vinculado ao CNPJ emitida por
unidade de atendimento da Receita Federal.
• Documentos comprobatórios do estado civil.
• Certidão de nascimento dos filhos, se for o caso.
• Se emancipado, escritura pública ou sentença judicial de emancipação, termo
de exercício em emprego público efetivo, diploma de curso de ensino superior,
contrato social de estabelecimento civil ou comercial, ou outro documento que
comprove a emancipação.
Declaração do interessado na qual constará, sob pena de responsabilização nas
esferas penal, administrativa e civil, que o interessado explora o imóvel direta e
pessoalmente, por meio de sua unidade familiar, mantém a posse ou a propriedade
da parcela recebida, observa a legislação ambiental vigente, observa as diretrizes
técnicas, econômicas e sociais definidas pelo Incra para o projeto de assentamento
da reforma agrária e cumpre as demais obrigações e compromissos previstos no
instrumento contratual Anexo IX.

21
Demais documentos comprobatórios do não enquadramento nos impedimentos
legais e da capacidade de exploração da parcela pela unidade familiar.

Caso o interessado ou cônjuge/companheiro exerça cargo, emprego ou função


pública remunerada, deverá anexar os documentos que comprovem a prestação de
serviços de interesse comunitário (saúde, educação, transporte, assistência social ou
agrária) na comunidade rural ou na vizinhança da área do projeto de assentamento
da reforma agrária, tais como Contrato de Trabalho, Termo de posse, declaração de
lotação entre outros.

Outros documentos que comprovem que a ocupação da área é anterior a 22 de


dezembro de 2015, tais como conta de energia, nota fiscal de compra ou venda
de produtos, insumos ou de prestação de serviços, comprovante de vacinação
de animais, declaração da escola, da unidade básica de saúde, do sindicato dos
trabalhadores rurais ou da colônia de pescadores, que indique a exploração na parcela
pleiteado, declaração de entidades governamentais de assistência técnica, declaração
da Secretaria de Agricultura do município, declaração do Conselho Estadual ou
Municipal de Desenvolvimento Rural Sustentável, ou similar, atas registradas das
reuniões realizadas no projeto de assentamento da reforma agrária, certificado de
cursos que ocorrem nos assentamentos.

2ª etapa - Verificação dos Requisitos

O Incra realiza pesquisa em diferentes sistemas para verificar e comprovar a declaração do


ocupante e o preenchimento dos requisitos:

22
Sistema Nacional de Confirma se o interessado ou cônjuge/companheiro possui
Cadastro Rural - SNCR outro imóvel rural no território nacional.

Confirma se o interessado ou cônjuge/companheiro foi


SIGEF Titulação e SISTERLEG beneficiário, excluído ou afastado do programa de
regularização fundiária.

Sistema de Informações de Confirma se o interessado ou cônjuge/companheiro foi


Projetos de Reforma excluído ou afastado de programa de reforma agrária.
Agrária - SIPRA

Sistema de Informações do Confirma se o interessado ou cônjuge/companheiro foi


Crédito Fundiário - SIG/CF excluído ou se afastado de programa de crédito fundiário.

Ibama - Embargos ambientais Confirma se consta de termo de embargo ou infração


ambiental na área.

Confirma se o interessado ou cônjuge/companheiro consta no


Secretaria do Trabalho do Cadastro de Empregadores que tenham submetido
Ministério da Economia - ME trabalhadores a condições análogas à de escravo.

Conciliação Agrária do Incra Confirma se há conflito declarado na área.

Cadastro Nacional de
Confirma vínculos trabalhistas e previdenciários.
Informções Sociais - CNIS

3ª etapa - Manifestação e Decisão

Após analisar o processo do requerente e relacioná-lo ao dos beneficiários anteriores da


parcela, é emitida manifestação técnica a respeito da regularidade da exploração da parcela e
da regularização do ocupante.

Caso a manifestação seja de deferimento, é elaborado o Contrato de Assunção de Crédito


Instalação (reembolsáveis) para assinatura do ocupante e de seu cônjuge/companheiro.

23
Após a elaboração e assinatura do Despacho Decisório, no qual confirma o deferimento da
regularização, há a exclusão do antigo beneficiário e a inclusão do novo beneficiário e seu
cônjuge/companheiro no Sistema de Informações de Projetos de Reforma Agrária (Sipra).

A exclusão do antigo beneficiário é precedida de notificação e/ou edital de convocação para


a devida qualificação do abandono do lote.

4ª etapa - Emissão do CCU

Após decisão favorável, o CCU é emitido e entregue ao interessado. Em seguida, a relação


dos CCU’s efetivamente entregues é publicado no Boletim Eletrônico do Incra.

4. Titulação Definitiva
A titulação de beneficiários em projetos de assentamento da reforma agrária é uma das
últimas etapas do PNRA.

Nela o beneficiário começa a ser efetivamente o dono do imóvel do qual ele tem a anuência
do Incra para o uso e a exploração, fazendo jus a diversas políticas públicas específicas.

A titulação definitiva se dá por meio da emissão da Concessão de Direito Real de Uso


(CDRU) ou do Título de Domínio (TD).

4.1. Condições de permanência dos beneficiários no PNRA


A partir da provocação do interessado, de ofício, por denúncias, outras demandas dos órgãos
de controle, ou quando realizam a titulação definitiva da parcela por meio de CDRU ou TD,
ou ainda, quando realizam a substituição de titularidade da CDRU ou do TD, o Incra realiza a
verificação das condições de permanência dos beneficiários no projeto de assentamento da
reforma agrária e sua titulação definitiva, se for o caso.

Conforme o Decreto nº 9.311/2018, para a verificação das condições de permanência e


titulação definitiva é necessário que o beneficiário atenda as seguintes condições:

24
Explorar o imóvel pessoalmente, por meio de sua unidade familiar, exceto se verifi-
cada situação que enseje justa causa ou motivo de força maior reconhecido pelo In-
cra, admitidas a intermediação de cooperativas, a participação de terceiros, onerosa
ou gratuita, e a celebração de contrato de integração de que trata a Lei n.º 13.288,
de 16 de maio de 2016;

Observar a legislação ambiental, em especial quanto à manutenção e à preservação


das áreas de reserva legal e de preservação permanente;
Observar as diretrizes técnicas, econômicas e sociais definidas pelo Incra para o
assentamento da reforma agrária;
Cumprir demais obrigações e compromissos previstos no instrumento contratual;
Não ceder, a qualquer título, a posse ou a propriedade da parcela recebida, ainda que
provisória e parcialmente, para uso ou exploração por terceiros; e
Firmar o instrumento de titulação definitiva, conforme previsto nesta Instrução
Normativa.

A verificação poderá ocorrer via declaração do beneficiário ou do ocupante, vistoria,


documentos, técnicas de sensoriamento remoto, cruzamento de dados em sistemas, ou
outros meios de prova. Porém, de acordo com o art. 18 do Decreto n.º 9.311/2018, nas
situações descritas abaixo a vistoria presencial se torna obrigatória:

Se a parcela tiver sido objeto de termo de embargo ou infração ambiental lavrada


por órgão ambiental competente;

Quando o requerimento de titulação ou de regularização for realizado por meio de


procuração;

Se houver indícios de exploração de mão de obra em condição análoga à escravidão;


ou

Se houver conflito declarado ou registrado na Ouvidoria Agrária Nacional do Incra.

É necessário, para início da instrução processual visando a titulação, que o projeto de


assentamento da reforma agrária esteja:

25
Com o registro da área em nome do Incra ou da União;

Com a demarcação das parcelas individuais, ou definição da fração ideal nos casos
de área coletiva;

Com a certificação do georreferenciamento e do perímetro do projeto de


assentamento; e

Com a inscrição no Cadastro Ambiental Rural (CAR) da área do projetos de assen-


tamento.

O beneficiário e seu cônjuge/companheiro também devem cumprir as cláusulas contratuais


do CCU e tenha seu cadastro atualizado.

4.2. Procedimento de titulação definitiva


Instrução do processo do Projeto de Assentamento

É instruído o processo principal do projeto de assentamento


da reforma agrária.

Instrução do processo do Beneficiário

É feita a recepção da vistoria ocupacional ou do requerimento de


titulação.

Verificação dos Requisitos

É iniciada a análise dos requisitos com a consulta à base de


dados.

Manifestação e Decisão

É realizada a manifestação técnica conclusiva e o despacho


decisório quanto à emissão do documento.

Emissão do CDRU ou TD

Após a decisão favorável, o Incra publica a relação dos títulos


emitidos e realiza a entrega da documentação aos beneficiários.

26
1ª etapa. Instrução do processo do Projeto de Assentamento

O Incra realiza a instrução do processo principal referente ao projeto de assentamento


contendo:

Cópia da portaria de criação do projeto de assentamento da reforma agrária, bem


como suas eventuais retificações.

Cópia da matrícula que comprove domínio do Incra do imóvel.

Comprovante de inscrição no CAR.

Espelho referente aos dados do projeto de assentamento da reforma agrária extraído


do Sipra ou de sistema equivalente utilizado pelo Incra.
Relação de beneficiários atualizada - RB.
Planta e memorial descritivo do perímetro do imóvel georreferenciado/certificado
ou o código do imóvel constante no Sistema de Gestão Fundiária (Sigef) ou Sistema
Nacional de Certificação de Imóveis (SNCI).
Planta geral com identificação do parcelamento do projeto de assentamento da
reforma agrária ou códigos das parcelas no Sigef ou SNCI.
Código do Sistema Nacional de Cadastro Rural (SNCR).
Pauta de Valores de Terra Nua para fins de Titulação de Assentamentos e Regulari-
zação Fundiária.
Manifestação técnica, atestando os requisitos do projeto de assentamento para fins
de titulação.
Relação de beneficiários aptos a serem titulados.
Ato de assentimento prévio do CDN, publicado nos projetos de assentamento
incidentes em faixa de fronteira.
Mapa de localização do projeto de assentamento em relação à faixa de fronteira
(nos estados que incidem em faixa de fronteira).
Tabela com os índices básicos do SNCR.
Demonstrativo de cálculo do valor de alienação das áreas acima de um módulo, caso
haja.

27
Lista do Cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores à condição
análoga à de escravo da Secretaria de Trabalho.
Informação da Câmara de Conciliação Agrária se há conflito agrário declarado ou
registrado no PA.
Ofício de encaminhamento das peças técnicas ao CRI solicitando a averbação, nos
casos em que ainda não ocorreu, na matrícula, da certificação de acordo com a Lei
n.º 10.267/2001.
Lista de beneficiários aptos à titulação, publicada em Boletim de Serviço.

2ª etapa. Instrução do processo do Beneficiário

Nesse momento é verificada a documentação existente no processo individual do interessado,


juntada da vistoria ocupacional e/ou do requerimento de titulação e o relacionamento do
processo individual ao processo principal do projeto de assentamento no Sistema Eletrônico
de Informação (SEI).

3ª etapa. Verificação dos Requisitos

Para verificação dos requisitos e a fim de comprovar a declaração do ocupante, o Incra


realiza pesquisa em diferentes sistemas:

Ibama - Embargos ambientais Confirma se consta de termo de embargo ou infração


ambiental na área.

Secretária do Trabalho Confirma se o interessado ou cônjuge/companheiro consta no


do Ministério da Economia - ME Cadastro de Empregadores que tenham submetido
trabalhadores a condições análogas à de escravo.

Coletiva

Conciliação Agrária do Incra Confirma se há conflito declarado na área.

28
4 ª etapa. Manifestação e Decisão

O Incra inclui a planta e memorial descritivo da parcela do beneficiário, realiza o cadastro no


Sistema Nacional de Cadastro Rural e atualiza os dados do imóvel no Sipra.

Em seguida, há a manifestação técnica conclusiva para a titulação e o envio ao Chefe da Divisão


de Desenvolvimento de Projeto de Assentamento para assinatura do Despacho Decisório.

5 ª etapa. Emissão do CDRU ou TD

É, então, elaborado o boletim de Serviço com a relação dos TDs ou CDRUs a serem emitidos
e a remessa da relação ao Incra Nacional para impressão dos documentos.

No momento da entrega dos documentos, o Incra coleta as assinaturas dos outorgados e


instrui o livro fundiário.

Uma das vias do documento é endereçado ao cartório para registro e outra via assinada é
incluída no processo individual.

5. Valores e forma de pagamento


Para os projetos de assentamentos criados em terras devolutas discriminadas e registradas
em nome do Incra ou da União, a alienação das parcelas de até um módulo fiscal é gratuita.

Para os demais projetos de assentamentos, o valor da alienação de parcelas de até um


módulo fiscal é dez por cento do valor mínimo da pauta de valores da terra nua para fins de
titulação e regularização fundiária.

Acima de um módulo fiscal, o valor da alienação é estabelecido entre dez a trinta por cento
do valor mínimo da pauta de valores da terra nua para fins de titulação e regularização
fundiária elaborada pelo Incra.

29
Os anexos I, II e III do Decreto n.º 9.311/2018 trouxeram as fórmulas e
os coeficientes para uso no cálculo de acordo com o tamanho do imóvel.

Caso o outorgado tenha solicitado o pagamento à vista, no prazo de até 180 dias da emissão
do documento, há o direito de 20% de desconto. Porém, o pagamento pode ser parcelado
em prestações anuais e sucessivas em até vinte anos, com carência de três anos, contados a
partir da data da expedição do título.

Vejamos alguns exemplos:

Lotes de até um módulo fiscal

Emissão de TD para uma parcela de projetos de assentamento da reforma agrária localizado


no município de Marabá/PA com área de 60ha.

Como o módulo fiscal em Marabá/PA é de 70ha, esse imóvel está abaixo de 1 módulo fiscal
e o percentual a ser aplicado ao valor mínimo da pauta de valores da terra nua será 10%.

Como o valor mínimo da pauta de valores da terra nua para fins de titulação e regularização
fundiária para o município de Marabá/PA (pauta atualizada de 2020) é de R$893,00, o valor
final do imóvel será:

}
VFI = ((y ÷ 100) x PVTN) x A
VFI = ((10 ÷ 100) x 893) x 60 R$ 5.358,00
VFI = 5.358,00

Lotes de um até quatro módulos fiscais

Emissão de TD para uma parcela de Projeto de Assentamento de Reforma Agrária localizado


no município de Lábrea/AM. A parcela tem área de 128ha.

30
O módulo fiscal em Lábrea/AM é de 100ha, portanto, o imóvel tem uma área de 1,28 Módulos
Fiscais. Os coeficientes serão extraídos da Tabela apresentada no Anexo III do Decreto n.º
9.311/2018. Como o Módulo Fiscal do município é 100ha, o coeficiente angular é 0,066666689
e o coeficiente linear é 3,333324444.

O percentual a ser aplicado sobre o valor mínimo da pauta de valores da terra nua será:

y = (a x X) + b

onde:

y - percentual a ser aplicado sobre o valor mínimo da pauta de valores da terra nua, para
fins de titulação e regularização fundiária;

a - coeficiente angular da reta;

X - área total do imóvel em hectares; e

b - coeficiente linear da reta.

Portanto:

y = (0,066666689×128,0)+3,333324444
y = 11,866660636

Como o valor mínimo da pauta de valores da terra nua (pauta atualizada de 2020) no
município de Lábrea/AM é de R$ 511,00, o valor final do imóvel será:

}
VFI = ((y ÷ 100) x PVTN) x A
VFI = ((11,866660636 ÷ 100) x 511) x 128,00 R$ 7.761,74
VFI = 7.761,74

31
Modelo da Contrato de Concessão de Uso - CCU (frente)

32
Modelo da Contrato de Concessão de Uso - CCU (verso)

33
Modelo da Concessão de Direito Real de Uso para área individual (frente)

34
Modelo da Concessão de Direito Real de Uso para fração ideal (frente)

35
Modelo da Concessão de Direito Real de Uso para PAE (verso)

36
Modelo da Concessão de Direito Real de Uso para PAF (verso)

37
Modelo da Concessão de Direito Real de Uso para PDS (verso)

38
Anexo III - TD01 – Individual.
MODELO - TÍTULO DE DOMÍNIO - INDIVIDUAL

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA

01 – CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO
ESPÉCIE
TÍTULO DE DOMÍNIO, SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA
NÚMERO DO TÍTULO DATA LOCAL DE EMISSÃO UF PROCESSO ADMINISTRATIVO

02 – OUTORGANTE
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA, Autarquia Federal criada pelo Decreto-Lei n°
1.110, de 9 de Julho de 1970, alterado pela Lei n° 7.231, de 23 de outubro de 1984, CNPJ n° 00.375.972/0001-60, Sede e Jurisdição em
todo Território Nacional.
03 – OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

04 - FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Leis nº 4.947, de 06 de abril de 1966; 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, alterada pela Lei nº 13.001, de 20 de junho de 2014 e regulamentada pelo
Decreto nº 9.311, de 15 de março de 2018.
05 - CARACTERÍSTICAS E CONFRONTAÇÕES DO IMÓVEL NUMERO DO LOTE DENOMINAÇÃO DA GLEBA
IDENTIFICAÇÃO IMÓVEL

IMÓVEL MUNICÍPIO DE LOCALIZAÇÃO UF CÓDIGO DO IMÓVEL NO SNCR ÁREA (HA)

ÁREA POR EXTENSO

CONFRONTAÇÕES DO LOTE

PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO, EM ANEXO, INTEGRAM O PRESENTE TÍTULO E DEVERÃO, IGUALMENTE, COMPOR O REGISTRO DE IMÓVEL CORRESPONDENTE.

DATA RESPONSÁVEL PELA MEDIÇÃO/DEMARCAÇÃO CREA

PROPRIETÁRIO MATR. /TRANSC OFÍCIO LIVRO FOLHA/FICHA COMARCA UF

REGISTRO IMOBILIÁRIO
06 – PREÇO E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DO IMÓVEL
VALOR DO HECTARE VALOR DO IMÓVEL FORMA DE PAGAMENTO

NUMERO DE PRESTAÇÕES FREQUÊNCIA DE PAGAMENTO VALOR DA 1ª PRESTAÇÃO DATA VENCIMENTO - 1ª PRESTAÇÃO

O PRESENTE TITULO REGE-SE PELAS CLÁUSULAS ESPECIFICADAS NO VERSO


IMPRESSO ELETRONICAMENTE PELO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE PROJETOS DE REFORMA AGRÁRIA - SIPRA – V.WEB

39
MODELO - TÍTULO DE DOMÍNIO - INDIVIDUAL COM ÁREA DE RESERVA LEGAL COLETIVA
Anexo III - TD02 – Individual com Área de Reserva Legal Coletiva.

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA

01 – CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO
ESPÉCIE
TÍTULO DE DOMÍNIO, SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA
NÚMERO DO TÍTULO DATA LOCAL DE EMISSÃO UF PROCESSO ADMINISTRATIVO
PR

02 – OUTORGANTE
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA, Autarquia Federal criada pelo Decreto-Lei n° 1.110, de 9
de Julho de 1970, alterado pela Lei n° 7.231, de 23 de outubro de 1984, CNPJ n° 00.375.972/0001-60, Sede e Jurisdição em todo Território
Nacional.
03 – OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

04 - FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Leis nº 4.947, de 06 de abril de 1966; 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, alterada pela Lei nº 13.001, de 20 de junho de 2014 e regulamentada pelo
Decreto nº 9.311, de 15 de março de 2018.
05 - CARACTERÍSTICAS E CONFRONTAÇÕES DO IMÓVEL NUMERO DO LOTE DENOMINAÇÃO DA GLEBA
IDENTIFICAÇÃO IMÓVEL

IMÓVEL MUNICÍPIO DE LOCALIZAÇÃO UF CÓDIGO DO IMÓVEL NO SNCR ÁREA (HA)

ÁREA POR EXTENSO

CONFRONTAÇÕES DO LOTE

ÁREA DE RESERVA LEGAL COLETIVA ÁREA DA FRAÇÃO (HA)

ÁREA TOTAL OUTORGADA POR EXTENSO ÁREA TOTAL (HA)

PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO, EM ANEXO, INTEGRAM O PRESENTE TÍTULO E DEVERÃO, IGUALMENTE, COMPOR O REGISTRO DE IMÓVEL CORRESPONDENTE.

DATA RESPONSÁVEL PELA MEDIÇÃO/DEMARCAÇÃO CREA

REGISTRO IMOBILIÁRIO
PROPRIETÁRIO MATR. /TRANSC OFÍCIO LIVRO FOLHA/FICHA COMARCA UF

06 – PREÇO E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DO IMÓVEL


VALOR DO HECTARE VALOR DO IMÓVEL FORMA DE PAGAMENTO

NUMERO DE PRESTAÇÕES FREQUÊNCIA DE PAGAMENTO VALOR DA 1ª PRESTAÇÃO DATA VENCIMENTO - 1ª PRESTAÇÃO

O PRESENTE TITULO REGE-SE PELAS CLÁUSULAS ESPECIFICADAS NO VERSO


IMPRESSO ELETRONICAMENTE PELO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE PROJETOS DE REFORMA AGRÁRIA - SIPRA – V.WEB

40
MODELO
Anexo III - -TD
TÍTULO DE DOMÍNIO
03 – Individual - INDIVIDUAL
com Área COM
de Exploração ÁREA
Coletiva DE Reserva
e com EXPLORAÇÃO COLETIVA
Legal Coletiva ou não.E COM RESERVA
LEGAL COLETIVA OU NÃO

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA

01 – CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO
ESPÉCIE
TÍTULO DE DOMÍNIO, SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA
NÚMERO DO TÍTULO DATA LOCAL DE EMISSÃO UF PROCESSO ADMINISTRATIVO

02 – OUTORGANTE
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA, Autarquia Federal criada pelo Decreto-Lei n° 1.110, de
9 de Julho de 1970, alterado pela Lei n° 7.231, de 23 de outubro de 1984, CNPJ n° 00.375.972/0001-60, Sede e Jurisdição em todo Território
Nacional.
03 – OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

04 - FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Leis nº 4.947, de 06 de abril de 1966; 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, alterada pela Lei nº 13.001, de 20 de junho de 2014 e regulamentada pelo
Decreto nº 9.311, de 15 de março de 2018.
05 - CARACTERÍSTICAS E CONFRONTAÇÕES DO IMÓVEL NUMERO DO LOTE DENOMINAÇÃO DA GLEBA
IDENTIFICAÇÃO IMÓVEL

IMÓVEL MUNICÍPIO DE LOCALIZAÇÃO UF CÓDIGO DO IMÓVEL NO SNCR ÁREA (HA)

ÁREA POR EXTENSO

CONFRONTAÇÕES DO LOTE

ÁREA DE EXPLORAÇÃO COLETIVA ÁREA DA FRAÇÃO (HA)

ÁREA DE RESERVA LEGAL COLETIVA ÁREA DA FRAÇÃO (HA)


...
ÁREA TOTAL OUTORGADA POR EXTENSO ÁREA TOTAL (HA)

PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO, EM ANEXO, INTEGRAM O PRESENTE TÍTULO E DEVERÃO, IGUALMENTE, COMPOR O REGISTRO DE IMÓVEL CORRESPONDENTE.

DATA RESPONSÁVEL PELA MEDIÇÃO/DEMARCAÇÃO CREA

REGISTRO IMOBILIÁRIO
PROPRIETÁRIO MATR. /TRANSC OFÍCIO LIVRO FOLHA/FICHA COMARCA UF

06 – PREÇO E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DO IMÓVEL


VALOR DO HECTARE VALOR DO IMÓVEL FORMA DE PAGAMENTO

NUMERO DE PRESTAÇÕES FREQUÊNCIA DE PAGAMENTO VALOR DA 1ª PRESTAÇÃO DATA VENCIMENTO - 1ª PRESTAÇÃO

O PRESENTE TITULO REGE-SE PELAS CLÁUSULAS ESPECIFICADAS NO VERSO


IMPRESSO ELETRONICAMENTE PELO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE PROJETOS DE REFORMA AGRÁRIA - SIPRA – V.WEB

41
MODELO - TÍTULO DE DOMÍNIO - INDIVIDUAL COM ÁREA DE EXPLORAÇÃO SECUNDÁRIA E/OU ÁREA DE
Anexo III - TD05 – Individual
COLETIVA/RESERVA LEGALcomCOLETIVA
Área de Exploração Secundária e/ou Área de Exploração Coletiva/Reserva Legal Coletiva.

INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA

01 – CARACTERÍSTICAS DO TÍTULO
ESPÉCIE
TÍTULO DE DOMÍNIO, SOB CONDIÇÃO RESOLUTIVA

NÚMERO DO TÍTULO DATA LOCAL DE EMISSÃO UF PROCESSO ADMINISTRATIVO

02 – OUTORGANTE
INSTITUTO NACIONAL DE COLONIZAÇÃO E REFORMA AGRÁRIA – INCRA, Autarquia Federal criada pelo Decreto-Lei n° 1.110, de
9 de Julho de 1970, alterado pela Lei n° 7.231, de 23 de outubro de 1984, CNPJ n° 00.375.972/0001-60, Sede e Jurisdição em todo Território
Nacional.
03 – OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

OUTORGADA (O)

NACIONALIDADE ESTADO CIVIL PROFISSÃO / ATIVIDADE PRINCIPAL DOCUMENTO DE IDENTIFICAÇÃO

CPF DATA DE NASCIMENTO NATURALIDADE UF CÓDIGO DO BENEFICIÁRIO

04 - FUNDAMENTAÇÃO LEGAL
Leis nº 4.947, de 06 de abril de 1966; 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, alterada pela Lei nº 13.001, de 20 de junho de 2014 e regulamentada pelo
Decreto nº 9.311, de 15 de março de 2018.
05 - CARACTERÍSTICAS E CONFRONTAÇÕES DO IMÓVEL NUMERO DO LOTE DENOMINAÇÃO DA GLEBA
IDENTIFICAÇÃO IMÓVEL

IMÓVEL MUNICÍPIO DE LOCALIZAÇÃO UF CÓDIGO DO IMÓVEL NO SNCR ÁREA (HA)

ÁREA POR EXTENSO

CONFRONTAÇÕES DO LOTE:
ÁREA DE EXPLORAÇÃO COLETIVA ÁREA DA FRAÇÃO (HA)

ÁREA DE EXPLORAÇÃO SECUNDÁRIA

NUMERO DO LOTE CÓDIGO DO IMÓVEL SNCR ÁREA DA PARCELA (HA)

ÁREA POR EXTENSO

CONFRONTAÇÕES DO LOTE:

ÁREA DE RESERVA LEGAL COLETIVA ÁREA DA FRAÇÃO (HA)

ÁREA TOTAL OUTORGADA POR EXTENSO (PARCELA E DEMAIS ÁREAS) ÁREA TOTAL (HA)

PLANTA E MEMORIAL DESCRITIVO, EM ANEXO, INTEGRAM O PRESENTE TÍTULO E DEVERÃO, IGUALMENTE, COMPOR O REGISTRO DE IMÓVEL CORRESPONDENTE.

DATA RESPONSÁVEL PELA MEDIÇÃO/DEMARCAÇÃO CREA

REGISTRO IMOBILIÁRIO
PROPRIETÁRIO MATR. /TRANSC OFÍCIO LIVRO FOLHA/FICHA COMARCA UF

06 – PREÇO E CONDIÇÕES DE PAGAMENTO DO IMÓVEL


VALOR DO HECTARE VALOR DO IMÓVEL FORMA DE PAGAMENTO

NUMERO DE PRESTAÇÕES FREQUÊNCIA DE PAGAMENTO VALOR DA 1ª PRESTAÇÃO DATA VENCIMENTO - 1ª PRESTAÇÃO

O PRESENTE TITULO REGE-SE PELAS CLÁUSULAS ESPECIFICADAS NO VERSO


IMPRESSO ELETRONICAMENTE PELO SISTEMA DE INFORMAÇÕES DE PROJETOS DE REFORMA AGRÁRIA - SIPRA – V.WEB

42
Anexo III - -Verso
MODELO TD DE DOMÍNIO - VERSO
TÍTULO

DAS CLÁUSULAS E CONDIÇÕES

O OUTORGANTE, qualificado com fundamento na legislação federal de regência, tendo em vista o que consta do respectivo
processo administrativo, transfere ao OUTORGADO o imóvel constante deste TÍTULO DE DOMÍNIO – TD, em caráter
definitivo, transmitindo ao mesmo o domínio e posse, sob as condições constantes das cláusulas seguintes:

COMPETE AO OUTORGANTE:
I) autorizar o OUTORGADO a utilizar o TD como garantia real aos créditos rurais concedidos à agricultura familiar;
II) promover ações visando dar acesso às políticas de créditos, execução dos serviços de medição e demarcação topográfica,
bem como a viabilização da infraestrutura básica, previstos no Plano de Desenvolvimento do Assentamento – PDA ou outro
instrumento que o Incra utilize ou venha a utilizar;
III) autorizar o OUTORGADO a constituir penhor junto às entidades oficiais: a) das safras ou lavouras obtidas na vigência
deste título; b) dos animais, maquinários, implementos, veículos e materiais agrícolas de propriedade do mesmo; d)
promoverá ações visando a consolidação do projeto de assentamento, nos termos do art. 17 da Lei 8.629, de 1993.

COMPETE AO OUTORGADO o cumprimento das cláusulas resolutivas:


IV) explorar o imóvel direta e pessoalmente, por meio de sua unidade familiar, exceto se verificada situação que enseje justa
causa ou motivo de força maior reconhecido pelo Incra, admitidas a intermediação de cooperativas, a participação de
terceiros, onerosa ou gratuita, e a celebração do título de integração de que trata a Lei nº 13.288, de 16 de maio de 2016;
V) não ceder, a qualquer título, a posse ou a propriedade da parcela recebida, ainda que provisória e parcialmente, para uso ou
exploração por terceiros;
VI) observar a legislação ambiental, em especial quanto à manutenção e à preservação das áreas de reserva legal e de
preservação permanente;
VII) observar as diretrizes técnicas, econômicas e sociais definidas pelo Incra para projeto de assentamento;
VIII) proceder o pagamento em caso de TD oneroso à vista ou a prazo, em prestações anuais e sucessivas, amortizáveis em
até 20 (vinte) anos, incluída a carência de 3 (três) anos.

CONDIÇÕES GERAIS:
IX) facilitar, a qualquer tempo, o ingresso no imóvel de representantes do outorgante, devidamente credenciados, para
fiscalizar o cumprimento das cláusulas e condições estipuladas neste título;
X) o presente TD é transferível a qualquer tempo por sucessão legítima ou testamentária, desde que os herdeiros ou legatários
assumam as obrigações constantes do presente instrumento, vedado o fracionamento do lote;
XI) decorrido o prazo de dez anos e cumpridas as condições resolutivas, o OUTORGADO poderá negociar o TD, por ato inter
vivos, sendo vedada a incorporação a outro imóvel rural, cuja área final ultrapasse quatro módulos fiscais;
XII) às cláusulas resolutivas constantes do TD vigorarão pelo prazo mínimo de dez anos, contado da data de celebração do
contrato de concessão de uso ou de outro instrumento equivalente;
XIII) para pagamento à vista, será concedido desconto de 20% (vinte por cento) sobre o valor atualizado do título desde que
efetuado dentro do prazo de 180 (cento e oitenta) dias, contado da data do recebimento do título;
XIV) caso de atraso no pagamento da prestação anual, sobre o seu valor vencido incidirão juros de mora de 0,5% (cinco
décimos por cento) ao mês, além da atualização monetária de 1% (um por cento) ao ano;
XV) extingue-se a cláusulas resolutivas, quando cumulativamente: a) decorridos dez anos da data de expedição do TD ou ou
da outorga do Contrato de Concessão de Uso contrato de concessão de uso ou equivalente, se expedido anteriormente a este;
b) se registrado o imóvel no Cartório de Registro de Imóveis competente; d) se estiver(em) em dia com o pagamento do ITR;
e e)se cumpridas as cláusulas IV, V, VI, VII e VIII do presente TD;
XVI) o presente TD será resolvido, independentemente de qualquer medida judicial, se descumprida qualquer cláusula
resolutiva;
XVII os casos omissos resolver-se-ão com base na legislação em vigor;
XVII) o presente TD tem plena força e validade de escritura pública, a teor do art. 7º, do Decreto-lei nº 2.375, de 24 de
novembro de 1987 e deverá ser levado a registro no competente Cartório de Registro de Imóveis, procedimento este isento do
pagamento de custas ou emolumentos, conforme previsto no art. 26-A da Lei nº 8.629, de 25 de fevereiro de 1993, e no art.
290-A da Lei nº 6.015, de 31 de dezembro de 1973;
XVIII) o presente TD deve ser firmado em uma via, aceitando o OUTORGADO, expressamente, as cláusulas e condições
dele constantes, ficando eleito o foro da cidade da sede da Superintendência Regional do Incra, com renúncia a qualquer
outro, para dirimir quaisquer dúvidas que resultarem do presente instrumento.

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Superintendente Regional

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Concessionária(o) Concessionária(o)

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Testemunha: Testemunha:
CPF: CPF:

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