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Componentes de Baixa,

Média e Alta Tensão

Brasília-DF.
Elaboração

Felipe Andery Reis

Produção

Equipe Técnica de Avaliação, Revisão Linguística e Editoração


Sumário

Apresentação.................................................................................................................................. 4

Organização do Caderno de Estudos e Pesquisa..................................................................... 5

Introdução.................................................................................................................................... 7

Unidade I
INTRODUÇÃO........................................................................................................................................ 9

Capítulo 1
Geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.............................................. 9

Capítulo 2
Sistema Integrado Nacional – SIN..................................................................................... 20

Unidade iI
Transmissão de Energia Elétrica.................................................................................................... 22

Capítulo 1
Componentes de um sistema de transmissão.................................................................. 22

Capítulo 2
Transmissão de eletricidade em corrente contínua e corrente alternada.............. 50

Unidade iII
Distribuição de Energia Elétrica.................................................................................................... 78

Capítulo 1
Componentes de sistemas de distribuição....................................................................... 78

Capítulo 2
Distribuição primária e secundária................................................................................... 81

Unidade iV
Subestação........................................................................................................................................ 86

CapÍtulo 1
Subestação de energia....................................................................................................... 86

Capítulo 2
Equipamentos....................................................................................................................... 90

Referências................................................................................................................................. 134
Apresentação

Caro aluno

A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se


entendem necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade.
Caracteriza-se pela atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela
interatividade e modernidade de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da
Educação a Distância – EaD.

Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade


dos conhecimentos a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos
específicos da área e atuar de forma competente e conscienciosa, como convém
ao profissional que busca a formação continuada para vencer os desafios que a
evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.

Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo


a facilitar sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na
profissional. Utilize-a como instrumento para seu sucesso na carreira.

Conselho Editorial

4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa

Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em


capítulos, de forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos
básicos, com questões para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam tornar
sua leitura mais agradável. Ao final, serão indicadas, também, fontes de consulta para
aprofundar seus estudos com leituras e pesquisas complementares.

A seguir, apresentamos uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos
Cadernos de Estudos e Pesquisa.

Provocação

Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.

Para refletir

Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.

Sugestão de estudo complementar

Sugestões de leituras adicionais, filmes e sites para aprofundamento do estudo,


discussões em fóruns ou encontros presenciais quando for o caso.

Atenção

Chamadas para alertar detalhes/tópicos importantes que contribuam para a


síntese/conclusão do assunto abordado.

5
Saiba mais

Informações complementares para elucidar a construção das sínteses/conclusões


sobre o assunto abordado.

Sintetizando

Trecho que busca resumir informações relevantes do conteúdo, facilitando o


entendimento pelo aluno sobre trechos mais complexos.

Para (não) finalizar

Texto integrador, ao final do módulo, que motiva o aluno a continuar a aprendizagem


ou estimula ponderações complementares sobre o módulo estudado.

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Introdução
Os atuais sistemas de distribuição de energia elétrica brasileiro são classificados em
baixa, média e alta tensão e todos esses sistemas levam em consideração os padrões
estabelecidos pelas concessionárias de energia para distribuição, entradas para os
consumidores e especialmente seus aspectos legais e técnicos.

Fabricantes, fornecedores e instaladores de materiais elétricos devem seguir estas


especificações e estes padrões, visando atender às necessidades e à qualidade dos
serviços, levando em consideração a segurança do usuário final.

Esta unidade curricular irá lhe fornecer dados sobre os dispositivos e equipamentos
utilizados desde o momento em que a eletricidade é gerada até seu consumidor final.
Lembramos que a tecnologia se aprimora a cada dia, por este motivo, mantenha-se
atualizado e principalmente, com os novos lançamentos por parte de distribuidores de
energia elétrica, fabricantes e fornecedores de soluções da área elétrica.

Para maiores informações sobre o sistema de geração de energia elétrica


brasileiro e a legislação aplicável aos consumidores, visite a página da Agência
Nacional de Energia Elétrica, ANEEL, disponível em: <http://www.aneel.gov.br/
legislacao-consumidor>.

Objetivos
»» Introduzir a geração, transmissão e distribuição de energia elétrica.

»» Apresentar a importância do Sistema Interligado Nacional – SIN.

»» Analisar a transmissão e os componentes de um sistema de transmissão


de energia elétrica.

»» Identificar a transmissão em corrente contínua e corrente alternada.

»» Apontar a distribuição de energia elétrica e seus componentes de um


sistema de distribuição.

»» Conceituar distribuição primária e secundária.

»» Apresentar subestação de energia elétrica e seus equipamentos.

»» Identificar agentes e a estrutura organizacional do setor elétrico brasileiro.

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8
INTRODUÇÃO Unidade I

Capítulo 1
Geração, transmissão e distribuição de
energia elétrica

Importância da eletricidade na sociedade


Os principais fatos relevantes da sociedade indicam que desde o surgimento da
eletricidade a nível mundial, iniciou-se um processo de dependência e de desenvolvimento
econômico, principalmente em relação a produtividade industrial e consumo familiar.

Destaca-se a importância da energia elétrica na vida das pessoas, principalmente em


relação a sua sustentabilidade e seus principais vetores:

»» Qualidade de vida, bem-estar e praticidade.

»» Qualidade na geração de produtos e serviços.

»» Desenvolvimento econômico.

»» Geração de empregos.

»» Recurso para alimentação e geração de diversos sistemas tecnológicos,


tais como Telecomunicações e Informática.

Por esta razão, a eletricidade tornou-se uma necessidade básica da sociedade.


Mesmo com elevados custos de geração e distribuição, é considerada ainda uma fonte
de energia acessível.

Em decorrência ao uso desta energia, principalmente em relação a dependência dos


usuários, são exigidas maiores condições para uma melhor qualidade do produto e
de serviço.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO

Estudos do EPE indicam que o crescimento do consumo de eletricidade em 2017 será


de 2,1 % em relação a 2016.

Os sistemas elétricos são divididos em segmentos como:

»» Geração.

»» Transmissão.

»» Distribuição.

»» Utilização e comercialização.

O fornecimento da energia elétrica aos seus clientes finais é realizado por meio da
prestação de serviço público, privado ou governamental. As empresas que oferecem
serviço público de energia elétrica a fornece através da concessão ou permissão
concedidos pelo poder público.

A eletricidade possui determinados atributos que a torna crítica quando comparada a


outros produtos, tais como:

»» Torna-se financeiramente inviável seu armazenamento.

»» Seu consumo é estimado durante sua variação em tempo real ou a


produção é executada em caso de fontes renováveis.

»» A produção é feita no momento em que é consumida ou requerida.

»» As falhas aleatórias ocorrem em tempo real durante a geração, transmissão


e distribuição.

»» Para atender as restrições físicas, manter a confiabilidade e segurança da


rede elétrica é previsto somente durante a sua utilização.

»» As condições de demanda máxima são limitadas ao dimensionamento


do sistema elétrico se tornando inoperante durante o período com pouca
demanda.

»» Para atender os aspectos de simultaneidade de geração e consumo


exigido para atender o cliente na ponta de carga e, a longa distância,
exige um sistema de transmissão, estrutura, equipamentos, instalações
e distribuição longos e complexos, além de ações permanentes de
planejamento, equipes treinadas e manutenção a fim de se evitar falhas.

Por este motivo, demonstramos aqui a importância da eficácia dos sistemas de geração
elétrica e seus componentes de distribuição para alta, média e baixa tensão no Brasil.

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INTRODUÇÃO │ UNIDADE I

Fatos relevantes: acompanhe estudos sobre tendências, crescimento da


geração e consumo de eletricidade no Brasil pelo EPE - Empresa de Pesquisa
Energética <http://www.epe.gov.br/mercado/Paginas/default.aspx>.

Como surgiu os sistemas elétricos de potência

Os sistemas elétricos de potência surgiram pelas ações empreendedoras de cientistas e


especialistas na área elétrica. A seguir, temos uma breve referência de seus idealizadores:

»» James Watt: 1736-1819 (Escócia) – o princípio da máquina a vapor foi


concebido. Em sua homenagem foi estabelecida a unidade de potência
útil (watt).

»» Alessandro Volta: 1745-1827 (Itália) – desenvolveu a invenção


da bateria. Em sua homenagem, foi estabelecida a unidade de força
eletromotriz (volt).

»» André Marie Ampère: 1775 - 1836 (França) – pesquisa foram realizadas


sobre os campos elétricos e magnéticos com o início do anunciado de Oersted
(Oe – intensidade de campo magnético). Criou a teoria experimental
e matemática sobre o eletromagnetismo e corrente elétrica. Em sua
homenagem, a unidade de corrente elétrica foi estabelecida (ampère).

»» Georg Simon Ohm: 1789-1854 (Alemanha) – a teoria da lei de Ohm


foi desenvolvida. Em sua homenagem, foram escolhidas as unidades de
resistência, reatância e impedância elétrica (ohm).

»» Michael Faraday: 1791-1867 (Inglaterra) – foi descoberto o conceito


da indução eletromagnética. Estabeleceu o princípio do motor elétrico.
Em sua homenagem foi dada a unidade de capacitância (F).

»» Joseph Henry: 1797-1878 (USA) – foi a indutância de uma bobina.


Em sua homenagem, foi estabelecida a unidade de indutância (henry).

»» Gustav Robert Kirchhoff 1824–1887 (Alemanha) – desenvolveu as


leis de Kirchhoff para correntes e tensões.

»» Thomas Alva Edison: 1847-1931 (USA) – foi o criador da lâmpada


elétrica. Diversas invenções foram patenteadas. Foi criado a Edison
General Electric Company e instalado em 1882 a primeira usina de
geração de energia elétrica mundial com fins comerciais da cidade de
New York. Esta central produzia em corrente contínua, com 6 unidades

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO

de geração e com potência total de 700 kW, para suprir 7.200 lâmpadas
em 110 V. O primeiro projeto com sucesso de central elétrica havia sido
implantado no mesmo ano na cidade de Londres, com capacidade de
geração para 1000 lâmpadas.

»» William Stanley: 1858-1968 (USA) – o transformador comercialmente


desenvolvido.

»» Nikola Tesla: 1856-1943 (Croata-Americano) – Responsável pela


invenção dos motores de indução e do sistema polifásico. Também
responsável por definir o 60 Hz como frequência padrão nos USA. Em
sua homenagem, a unidade para densidade de fluxo magnético (T).

»» George Westinghouse: 1846-1914 (USA) – foi inventado o disjuntor a


ar e, em 1886, foi organizada a Westinghouse Electric Company.

Sistema Elétrico de Potência – SEP – geração,


transmissão e distribuição

A estrutura do sistema elétrico de potência, SEP, tem como objetivo a geração, transmissão
e distribuição de energia elétrica, baseando-se em padrões de confiabilidade, qualidade,
disponibilidade, custos e segurança, levando em conta um menor impacto ao meio
ambiente e maior segurança ao cliente final.

a. Confiabilidade: este conceito de disponibilidade e confiabilidade são


duas importantes e diferentes características que os sistemas elétricos
de potência apresentam. Suas formas de indicação são expressas em
porcetagem, como detalhado a seguir:

Confiabilidade:

›› É a probabilidade de componentes, partes e sistemas executarem suas


funções solicitadas por um período de tempo sem ocorrer falhas.

›› Confiabilidade indica o tempo que o componente, o sistema ou a parte


levará para ocorrer uma falha.

›› A confiabilidade não significa o tempo gasto que é necessário para a


unidade em reparo voltar à sua condição de trabalho.

Disponibilidade:

›› É a probabilidade de o sistema estar operando de forma adequada


quando exigido o seu uso pleno.

12
INTRODUÇÃO │ UNIDADE I

›› É a probabilidade de o sistema não estar em reparo ou com falha


quando solicitado para uso pleno.

A expressão a seguir calcula o valor da disponibilidade:

Equação 1

Onde:

A – Availability (disponibilidade).

MTBF – tempo médio entre falhas ou MTTF.

MTTR – tempo médio para reparo (desde a detecção até a retificação da


falha).

›› A disponibilidade é função da manutenabilidade e da confiabilidade


(atividades relacionadas a manutenção).

›› Caso o sistema possua uma alta disponibilidade, não necessariamente


ele terá uma alta confiabilidade.

Quadro 1. Relação entre confiabilidade, manutenabilidade e disponibilidade.

Confiabilidade Manutenabilidade Disponibilidade


Constante Diminuir Diminuir

Constante Aumentar Aumentar

Aumentar Constante Aumentar

Diminuir Constante Diminuir

Fonte: <http://www.weibull.com/hotwire/issue26/relbasics26.htm>. Acesso em: 18/1/2018.

›› Como demonstrado no quadro 1, se a confiabilidade permanece


constante, mesmo com um valor alto, não implica diretamente em
uma disponibilidade maior.

›› Se o tempo para reparo amplia, o tempo de disponibilidade diminui.

›› Se o tempo para reparo é menor, quando o sistema possuir uma


confiabilidade baixa, poderia ter uma disponibilidade maior.

b. Qualidade da energia: definida como condição de compatibilidade


entre sistema fornecedor de energia e sistema de carga consumidora,
atendendo critérios de conformidade senoidal.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO

c. Segurança: define-se como a capacidade e sensibilidade de o sistema


fornecedor de energia responder a distúrbios que possam ocorrer no
sistema interligado. A segurança é uma condição fundamental para as
redes de transmissão. Qualquer falha de segurança neste nível pode levar
a descontinuidade imediata de suprimento para um grande número de
consumidores.

Geralmente, os sistemas elétricos de potência são projetados para continuar operando


após serem submetidos a uma eventualidade.

O sistema elétrico de potência é formado pelos seguintes sistemas: geração, transmissão,


distribuição e subestações de energia elétrica.

Figura 1. Estrutura básica de um sistema elétrico.

Fonte: <https://commons.wikimedia.org/wiki/File:Electricity_grid_simple-_North_America.svg>. Acesso em: 26/1/2018.

O atual sistema de energia elétrica no Brasil é baseado em usinas de geração maiores,


que transmitem esta energia por meio de sistemas de transmissão de alta tensão, que
serão entregues para sistemas de distribuição de média e baixa tensão.

De uma forma geral, o fluxo de energia elétrica é unidirecional e a energia é distribuída


e controlada pelos centros de distribuição, com base em requisitos pré-definidos.

O gerenciamento desses sistemas de distribuição é realizado por empresas monopolizadas,


já o setor de geração e de transmissão se disputam em um sistema extenso.

Geração de energia elétrica

Durante o processo de geração de energia elétrica, é produzida uma tensão alternada,


com uma forma de onda senoidal, frequência fixa e amplitude que varia de acordo com
a modalidade do atendimento em baixa, média ou alta tensão.

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INTRODUÇÃO │ UNIDADE I

Figura 2. Forma de onda senoidal, com base no tempo.

Fonte: <https://blogdoaudio.wordpress.com/tag/onda-senoidal/>. Acesso em: 18/1/2018.

A tensão de onda senoidal se propaga pelo sistema elétrico mantendo a frequência


permanente e modificando a grandeza à medida que trafegue por transformadores,
entregues até ao cliente final.

Rede de transmissão

A rede de transmissão tem a finalidade de interligar as usinas de geração às áreas de


consumo. Existem alguns casos específicos de consumidores com um alto consumo
de energia elétrica conectados diretamente às redes de transmissão, utilizando-se da
estrutura de linhas aéreas.

A rede de transmissão de energia elétrica é permanentemente gerenciada e monitorada


por uma base de controle.

O nível de tensão depende do país origem; usualmente, o nível de tensão estabelecido


está entre 220 kV e 765 kV.

Figura 3. Subestação elevadora de transmissão de energia elétrica.

Fonte: <http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/redes-de-energia-eletrica>. Acesso em: 18/1/2018.

Rede de subtransmissão
As usinas de geração fornecem energia às redes de subtransmissão, onde essa energia
possui um nível de tensão menor, pois seu objetivo é ser fornecida a pequenas cidades

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO

ou indústrias. O nível de tensão na rede de subtransmissão está no intervalo de 35 kV


a 160 kV.

O formato em anel é utilizado para formar a configuração de ligação das redes de


sub-transmissão, essa topologia melhora a segurança no sistema.

A estrutura de interligação dessas redes é em geral em linhas aéreas, dependendo da


condição de serem cabos subterrâneos (centros urbanos fazem parte da rede, áreas de
proteção e conservação ambiental e outros).

As autorizações para novas instalações de linhas aéreas estão cada vez mais complexa,
devido aos estudos de impacto ambiental, desapropriações e oposição social.

Por este motivo, é cada vez mais restrito e de alto custo de investimentos para as redes
de subtransmissão alcançar áreas de grande densidade populacional.

Os sistemas de proteção possuem compatibilidade com os utilizados para as redes de


transmissão, onde o controle é regional.

Figura 4. Sistema de rede distribuição de energia elétrica na configuração anel.

Fonte: Profa. Ruth Leão. Disponível em: < http://slideplayer.com.br/slide/3417657/11/images/3/Estrutura+tradicional+de+uma


+rede+de+energia+el%C3%A9trica.+[Fonte:+Aneel]..jpg>. Acesso em: 18/1/2018>.

Redes de distribuição

As redes de distribuição alimentam consumidores industriais de pequeno e médio


porte, consumidores residenciais, de serviços, e consumidores comerciais.

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INTRODUÇÃO │ UNIDADE I

Segundo o Prodist, os níveis de tensão de distribuição podem ser classificados em:

»» Alta tensão de distribuição (AT): a tensão entre as fases em que o


valor eficaz é maior ou igual a 69kV e menor que 230kV.

»» Média tensão de distribuição (MT): a tensão entre as fases em que


o valor eficaz é maior que 1kV e menor que 69kV.

»» Baixa tensão de distribuição (BT): a tensão entre as fases em que o


valor eficaz é menor ou igual a 1kV.

Figura 5. Subestação elevadora de transmissão de energia elétrica.

Fonte: <http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/redes-de-energia-eletrica>. Acesso em: 18/1/2018.

Com base na Resolução no 456/2000 da ANEEL e o módulo 3 do Prodist, a tensão de


fornecimento para a unidade consumidora está de acordo com a potência instalada:

»» Tensão secundária de distribuição com valor menor do que


2,3kV: quando a consumidora possuir carga instalada menor ou igual a
75kW.

»» Tensão primária de distribuição com valor menor do que 69kV:


quando a consumidora possuir carga instalada menor ou igual a 75kW
e com contrato de demanda ou previsão de utilização menor ou igual a
2.500Kw.

»» Tensão primária de distribuição com valor maior ou igual


a 69kV: quando o contrato de demanda ou previsão de utilização for
maior ou igual a 2.500Kw.

As tensões de conexão são padronizadas para:

»» AT – Alta tensão: 69 kV e 138 kV.

»» MT – Média tensão: 34,5 kV e 13,8 kV.

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UNIDADE I │ INTRODUÇÃO

O setor terciário, tais como hospitais, edifícios administrativos, pequenas manufaturas e


outros, são os fundamentais usuários de uma rede MT.

A rede BT representa o nível final na estrutura de um sistema de potência. A maioria


dos consumidores, como o setor residencial, é atendido pelas redes em BT. Estas redes
são geralmente operadas manualmente.

Quadro 2. Tensões nominais padronizadas de conexão de baixa tensão.

Sistema Tensão Nominal (V)

220 / 127
Trifásico
380 / 220

254 / 127
Monofásico
440 / 220

Fonte: Prodist. Disponível em: <http://www.aneel.gov.br/modulo-3>. Acesso em: 26/1/2018.

A figura 6 apresenta um diagrama que representa os vários segmentos de um SEP com


seus respectivos níveis de tensão.

Os níveis de tensões praticados no Brasil são:

»» Transmissão: 765 kV, 525 kV, 500 kV, 440 kV, 345 kV, 300 kV, 230 kV,
161 kV, 138 kV.

»» Sub-transmissão: 132 kV, 115 kV, 88 kV, 69 kV, 34,5 kV, 23 kV.

»» Distribuição: 13,8 kV.

»» Utilização: 440 V, 380 V, 220 V, 110 / 127 V.

Classificação em relação aos níveis de tensão elétrica:

»» Acima de 765 kV (UAT – Ultra Alta Tensão).

»» 230kV<V≤765kV (EAT – Extra Alta Tensão).

»» 35 kV <V≤ 230kV (AT – Alta Tensão).

»» 1 kV<V≤ 35 kV (MT – Média Tensão).

»» V ≤ 1000 V (BT – Baixa Tensão).

18
INTRODUÇÃO │ UNIDADE I

Figura 6. Faixas de tensão praticados em sistemas elétricos de potência.

Fonte: Profa. Ruth Leão. Disponível em: < http://www.ebah.com.br/content/ABAAAe8usAH/geracao-distribuicao-energia-


eletrica-no-brasil?part=4>. Acesso em: 26/1/2018.

Para conhecer maiores informações sobre o padrão de distribuição de


eletricidade no Brasil, visite o site: <http://www.aneel.gov.br/prodist>.

Para conhecer maiores informações sobre redes de transmissão de eletricidade


no Brasil, visite o site: <http://www.abradee.com.br/setor-eletrico/redes-de-
energia-eletrica>.

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Capítulo 2
Sistema Integrado Nacional – SIN

Sistema Interligado Nacional – SIN


O sistema de produção e transmissão de energia elétrica brasileiro é um sistema
hidro-termo-eólico de porte grande, com dominância de usinas hidrelétricas e com
diversos proprietários. O Sistema Interligado Nacional é constituído por quatro
subsistemas: Sul, Sudeste/Centro-Oeste, Nordeste, Norte.

A interconexão dos sistemas elétricos, através da malha de transmissão, favorece a entrega


de energia entre subsistemas, permite a obtenção de benefícios sinérgicos e explora a
mudança entre os regimes hidrológicos das bacias. A integração dos recursos de geração
e transmissão permite o atendimento ao mercado com segurança e mais economia.

A capacidade instalada de geração do SIN é constituída, principalmente, por usinas


hidrelétricas distribuídas em dezesseis bacias hidrográficas nas diferentes zonas
do país. Ultimamente, a instalação de usinas eólicas, principalmente nas regiões do
Nordeste e Sul, apresentou um grande crescimento, prolongando a importância dessa
geração para o atendimento do mercado.

As usinas térmicas, geralmente próximas dos relevantes centros de carga, desempenham


papel estratégico importante, pois contribuem para a segurança do SIN. Essas usinas
são despachadas em função das condições hidrológicas atuais, permitindo a gestão dos
estoques de água armazenada nos reservatórios das usinas hidrelétricas, para garantir
um futuro atendimento. Os sistemas de transmissão integram as diferentes fontes de
produção de energia e possibilitam o suprimento do mercado consumidor.

Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS)


O ONS é a entidade responsável pelo controle da operação e coordenação das instalações
de geração e transmissão de energia elétrica no SIN e pelo arranjo da operação dos
sistemas isolados do país, sob a inspeção e regulação da ANEEL, Agência Nacional de
Energia Elétrica.

O ONS, estabelecido como uma pessoa jurídica de direito particular, perante a forma
de associação civil sem fins lucrativos, foi criado em 26 de agosto de 1998, pela Lei
no 9648, com as alterações introduzidas pela Lei no 10848/2004. e regulamentado pelo
Decreto no 5.081/2004.
20
INTRODUÇÃO │ UNIDADE I

Para o exercício de suas atribuições legais e o cumprimento de sua tarefa institucional, o


ONS prepara vários estudos e ações exercidas sobre seus agentes proprietários e sistema
para gerenciar a rede de transmissão e as diversas fontes de energia, assegurando a
segurança do suprimento contínuo em todo o país.

Os principais objetivos são listados a seguir:

a. promover a melhoria da operação do sistema eletroenergético, visando


um custo menor para o sistema, levando em consideração os padrões
técnicos e os critérios de confiabilidade especificados nos Procedimentos
de Rede aprovados pela ANEEL;

b. assegurar que todos os agentes do setor elétrico tenham acesso à rede de


transmissão de forma não discriminatória;

c. contribuir de acordo com a característica de suas atividades para que o


crescimento do SIN se proponha a um custo mais baixo e direcione às
melhores condições operacionais futuras.

O ONS é formado por membros associados e membros participantes, que são as empresas
de geração, transmissão, distribuição, importadores, consumidores livres e exportadores
de energia. Participam também os representantes dos Conselhos de Consumidores e o
Ministério de Minas e Energia (MME).

Para conhecer maiores informações sobre ONS e SIN visite o site:

<https://www.youtube.com/watch?time_continue=311&v=zafw717Jhx0>.

<https://www.youtube.com/watch?v=dIwT_lH1hv4>.

21
Transmissão de Unidade iI
Energia Elétrica

Capítulo 1
Componentes de um sistema de
transmissão

Características do sistema elétrico brasileiro

Transmissão de energia elétrica no Brasil

As linhas de transmissão de energia elétrica no Brasil são muito extensas, devido


a localização e as distâncias elevadas das grandes usinas hidrelétricas dos grandes
consumidores de energia elétrica. Hoje, o país está quase que totalmente interligado,
de norte a sul.

Quadro 3. Linhas de transmissão instaladas no sistema elétrico brasileiro.

Linhas de transmissão
Classe de tensão (Kv) % Total
instaladas (Km)
230 Kv 56 416 41,3%

345 Kv 10.319 7,5%

440 Kv 6.758 4,9%

500 Kv 47.706 34,9%

600 Kv (CC) 12.816 9,4%

750 Kv 2.683 2,0%

Total SEB 136.698 100%

Fonte: <http://www.mme.gov.br/documents/10584/4475726/Boletim+de+Monitoramento+do+Sistema+Elétrico+-
+Setembro+-+2017.docx>. Acesso em: 18/1/2018.

22
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Figura 7. Integração Eletroenergética – horizonte 2015.

Fonte: <http://www.abrate.org.br/img/IntegracaoEletroenergetica_2014set-horizonte2015.jpg>. Acesso em: 18/1/2018.

No Brasil, a interligação do sistema elétrico de potência no Brasil atua nas diferentes


regiões do país, conforme o mapa da figura 8 que apresenta o Sistema de Transmissão
Nacional.

23
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Figura 8. Mapa de transmissão nacional – horizonte 2015.

Fonte: <http://www.abrate.org.br/img/Mapa%20Sistema%20de%20Transmissao-horizonte2015.jpg>. Acesso em: 18/1/2018.

A maior parte da região norte e uma mínima parte da região centro-oeste, além de
algumas poucas localidades do território brasileiro, ainda não pertencem ao sistema
interligado, sendo o suprimento de energia elétrica efetuado, quando existente, através
de pequenos sistemas elétricos isolados.

Nesse cenário, a produção de energia é normalmente realizada por meio de unidades de


geração de pequeno porte. Quando existem sistemas isolados, em algumas situações,
são assumidas proporções de grande significância, com demandas maiores que 100MW.

Para atender às políticas externa e energética, o Brasil está interligado aos países vizinhos
como Venezuela, Argentina, Uruguai e Paraguai.

24
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Estrutura organizacional do setor elétrico brasileiro


e seus agentes

O setor elétrico mundial está passando por processo de reestruturação organizacional.

No Brasil, este processo de reestruturação foi iniciado após a criação do marco


regulatório, a privatização das empresas do setor elétrico, e a abertura do mercado de
energia elétrica.

O modelo atual de gestão do setor elétrico foi desenvolvido pelo Governo Federal,
conforme a estrutura organizacional da Agência Nacional de Energia Elétrica –
ANEEL.

Para conhecer mais sobre a estrutura organizacional da ANNEL, acesse o Folder


Institucional Aneel. Disponível em: <http://www2.aneel.gov.br/arquivos/PDF/
folder_intitucional_ANEEL_2012.pdf>.

Representação esquemática de sistemas elétricos


de potência

Características dos sistemas elétricos de potência

Os Sistemas Elétricos de Potência apresentam as seguintes características:

»» Normalmente são trifásicos.

»» Apresentam um grande número de componentes.

»» Possuem transformadores que dividem o sistema em seções de diferentes


níveis de tensão.

Representação do sistema elétrico

Os sistemas elétricos podem ser representados graficamente por meio de:

a. Diagrama Unifilar:

›› O diagrama Unifilifar mostra os componentes principais por meio


de símbolos ou por interconexões com simplificação máxima e com
omissão do neutro.

›› Representa apenas uma fase do sistema.

›› Representam sistemas monofásicos ou trifásicos.

25
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

b. Diagrama Multifilar:

›› Os diagramas multifilares podem ser bifásicos ou trifásicos.

›› Um diagrama trifilar representa um circuito de saída de linha e uma


linha de transmissão interligando subestações, respectivamente.

c. Diagrama equivalente por fase:

›› Representa as grandezas normalizadas.

›› Simplifica a análise numérica.

›› Elimina o efeito particionador dos transformadores.

›› Usado para coletar os dados de impedância de geradores, linhas,


transformadores, capacitores, cabos etc.

Para conhecer mais sobre exemplo de diagrama unifilar simplificado, diagrama


multifilar, diagrama trifilar, diagrama equivalente por fase e diagrama de
impedâncias de um sistema elétrico de potência, sistemas de proteção e seus
agentes envolvidos, acesse o link:

<https://edisciplinas.usp.br/mod/resource/view.php?id=67572>.

Microrredes do sistema elétrico de potência

Um grande número de pequenos e médios produtores de energia elétrica com tecnologia


baseada em fontes renováveis de energia deverá ser integrado à rede elétrica. Milhares de
usuários terão geração própria, tornando-se ambos, produtores e consumidores de
energia elétrica. O mercado de energia elétrica deverá fazer uso pleno de ambos, grandes
produtores centralizados e pequenos produtores distribuídos.

Pequenos produtores quando operando interligados à rede de distribuição em baixa


tensão dão origem a um novo tipo de sistema de potência denominado de Microrredes.
As microrredes podem operar em modo autônomo ou como parte da rede principal de
energia elétrica.

Quando várias fontes são conectadas entre si e operam de forma conjunta e coordenada
dá origem ao que se denomina de plantas de geração virtual.

As Plantas Virtuais de Geração são operadas coletivamente por uma entidade de


controle centralizado, pois assumem a grandeza de uma planta convencional podendo
operar no mercado de energia elétrica.
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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Figura 9. Exemplo de Sistema Microrrede.

Fonte: <http://files.troliveira.com/200000023-893218a2ae/700/microrrede.png>. Acesso em: 18/1/2018.

Proteção do sistema elétrico de potência

Conceitos de proteção em sistemas elétricos de potência

O sistema de proteção em sistemas elétricos possui níveis de atuação que são conhecidos
como:

»» Proteção principal: na ocorrência de uma falha no sistema, esta proteção


é que atua.

»» Proteção de retaguarda: a sua atuação só ocorrerá se a proteção


principal falhar.

»» Proteção auxiliar: possui funções auxiliares durante atuação da


proteção principal e de retaguarda.

O objetivo deste sistema é a sinalização, o alarme e o intertravamento.

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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Figura 10. Exemplo de níveis da proteção em sistema elétrico de potência.

Fonte: Viana Filho (2010).

O exemplo anterior demonstra algumas partes que compõe o sistema elétrico e potência:

»» Geradores.

»» Transformadores.

»» Barramentos.

»» Linhas de transmissão.

»» Equipamentos.

»» Dispositivos de proteção.

As zonas de proteção demarcadas com cores diferentes, para cada dispositivo, devem
assegurar que as interrupções causadas por faltas permanentes sejam restringidas a
menor seção do sistema no menor tempo possível.

Os principais requisitos básicos que compõe o sistema de proteção do sistema elétrico


de potência são formados por:

»» Confiabilidade: é a probabilidade de o sistema de proteção atuar com


segurança e eficiência, independentemente de qualquer situação. É o
grau de certeza da atuação correta de um dispositivo para a qual ele foi
projetado, para atuar de forma consistente em todas as falhas possíveis
para as quais foi previsto e ignorar todas as demais.

»» Coordenação e seletividade: é a propriedade em que dois ou mais


dispositivos de proteção contra sobre correntes atuam e somente operem,

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

levando em consideração a coordenação das características de operação,


no caso de ocorrerem sobre correntes entre os limites especificados.
Resumindo, é a propriedade capaz de reconhecer e selecionar as condições
em que se deve operar, a fim de evitar interferências, operações e atuações
desnecessárias. O relé utilizado neste sistema será considerado seguro se
ele responder somente as ocorrências dentro da sua zona de proteção.

»» Rapidez ou velocidade: é o tempo necessário para interromper o


sistema elétrico de potência em que tenha ocorrido alguma falta. O sistema
de proteção deve atuar no desligamento do trecho ou equipamento
defeituoso no menor tempo possível, isolando a parte atingida pela falta
do restante do sistema de potência, o mais rápido possível, limitando
assim os danos causados pela corrente de curto-circuito ou sobrecarga.
A qualidade da velocidade de atuação é essencial, quanto mais rápido for
a atuação, menor será os danos ao sistema elétrico de potência.

»» Sensibilidade: é a capacidade em perceber variações de potência


elétrica dentro de sua zona de atuação. O sistema de proteção deve
responder as ocorrências ou anormalidades com menor margem possível
de tolerância, entre a operação e não operação dos seus equipamentos.
Quanto maior a sensibilidade, menor a amplitude das variações que o
dispositivo é capaz de perceber.

Dispositivos de proteção para sistemas elétricos


de potência

Chaves fusíveis

Os fusíveis são dispositivos que protegem os circuitos elétricos contra danos causados
por sobrecargas de corrente. A chave é utilizada para interromper o fluxo de eletricidade
sobre o circuito elétrico (interrupção).

Este dispositivo atua também como limitadores de corrente, cuja função básica é
interromper o fluxo de corrente toda vez que a quantidade de energia que se movimenta
por um determinado circuito for além do permitido, não deixando causar danos ao
sistema elétrico de potência.

Quando a corrente atingir valor máximo, o condutor que compões o fusível se aquece,
porém não dissipa o calor rapidamente, fazendo com que um componente fusível derreta
e abra o circuito elétrico de potência, impedindo que a corrente passe pelo restante do
circuito elétrico.
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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Funções básicas das chaves fusíveis:

»» Interromper o circuito elétrico, quando o valor da corrente que circula


pelo alimentador excede um determinado nível de corrente, em um
intervalo de tempo definido. A interrupção será dada pela fusão do elo-
fusível (dispositivo de interrupção instantâneo que deve ser reposto
imediatamente para restauração da continuidade do sistema elétrico).

»» Ser capaz de perceber a condição de sobrecorrente no sistema elétrico


de potência que está protegendo. No instante em que a sobre corrente
aquece o elemento fusível, ele deve interromper essa sobrecorrente. Após
a interrupção está completa, o fusível rompido deve suportar a tensão do
sistema aplicado aos seus terminais, de modo que os danos causados por
eventuais sobre correntes sejam mínimos.

»» Ser um fusível limitador de corrente.

»» Ser capaz de facilitar sua coordenação (atuar de forma eficaz e segura)


com os outros dispositivos de proteção do sistema elétrico de potência,
minimizando assim o número de consumidores finais afetados pela sua
atuação e interrupção de forma indesejada. Fabricantes de chaves fusíveis
fornecem curvas característica de funcionamento para realizar melhor
especificação e aplicação no sistema elétrico a ser protegido.

Figura 11. Componentes da chave fusível.

Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAgMl4AK-24.jpg>. Acesso em: 18/1/2018.

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Figura 12. Componentes da Chave Fusível.

Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAgMl4AK-8.jpg>. Acesso em: 18/01/2018.

Princípio de funcionamento das chaves fusíveis

O elemento fusível é fabricado de modo que suas propriedades não sejam alteradas
durante a passagem da corrente nominal.

A interrupção só é obtida devido à ação de gases deionizastes gerados no interior do tubo


protetor que protege o elo. Estes gases resultam da decomposição parcial da fibra isolante
devido às altas temperaturas criadas durante a ocorrência de sobrecorrentes e, ao ser
liberados, elevam a rigidez dielétrica e interrompe a corrente que estava em excesso.

Figura 13. Cartucho de porta fusível.

Fonte: <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAgMl4AK-18.jpg>. Acesso em: 18/1/2018.

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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Características e classificação para especificação das


chaves fusíveis

Para especificação das chaves fusíveis, os seguintes parâmetros são considerados:

»» Tensão Nominal: deve ser no mínimo, igual ou superior à classe de


tensão do sistema elétrico de potência a ser protegido.

»» Corrente Nominal: deve ser igual ou maior do que 150% do valor


nominal do elo fusível a ser instalado no ponto do sistema elétrico de
potência a ser protegido considerado.

»» Nível Básico de Isolamento (NBI): o NBI determina a suportabilidade


dos dispositivos em relação às sobre tensões de origens externas.

»» Capacidade de Interrupção: deve-se ter a corrente de interrupção


maior do que o valor assimétrico da máxima corrente de curto-circuito
no ponto da sua instalação.

Tipos de fusíveis

Existem basicamente dois tipos de fusíveis:

»» Fusíveis de expulsão: este é o tipo de fusível mais utilizado nos sistemas de


distribuição. Ele é composto por um elemento fusível de seção relativamente
pequena para perceber a sobrecorrente e começar o processo de interrupção.

»» Fusíveis limitadores de corrente: este tipo de fusível não espera


que a corrente passe pelo zero (em relação a onda senoidal) para obter a
interrupção, forçando a mesma a se anular.

Para conhecer mais sobre tipos de fusíveis de expulsão e fusíveis limitadores de


corrente, acesse os links:

Fusível de expulsão:

»» <https://sc01.alicdn.com/kf/HTB1yZ_4KXXXXXaSXpXXq6xXFXXXt/K-
T-Expulsion-Fuse-Link-Type-K.jpg>.

»» <https://sc02.alicdn.com/kf/HTB1jh7RKFXXXXXKXpXXq6xXFXXXS/11-
27KV-K-and-T-type-IEC.jpg_350x350.jpg>.

Fusível limitadores de corrente:

»» <http://s3.amazonaws.com/magoo/ABAAAevAgAE-34.jpg>.

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

»» <http://www.senner.com.br/imagens/informacoes/fusiveis-
limitadores-corrente-hh-01.jpg>.

Disjuntores

É um dispositivo eletromecânico de manobra, capaz de interromper as correntes de


carga e de curto-circuito em alta velocidade, protegendo instalações elétricas contra
sobrecargas do sistema elétrico de potência. São utilizados nas saídas dos alimentadores
das subestações.

Em condições de falta de eletricidade em seus terminais, o disjuntor utilizado em


sistemas elétricos de potência (diferente dos aplicados em baixa tensão) é comandado
por relés para abrir o circuito elétrico, funcionando como dispositivo de proteção.

Quando o disjuntor está acionado (circuito elétrico fechado), permitem que a corrente
nominal percorra o circuito sem que ocorra a operação indevida (desarme do sistema
sem haver problema nele).

Caso ocorra falha no sistema elétrico de potência, ele deve ser capaz de interromper as
correntes de curto-circuito.

Os disjuntores e fusíveis possuem a mesma função, porém, os disjuntores possuem


uma determinada vantagem sobre os fusíveis, pois no caso de ocorrências elétricas
(curto circuito, sobrecarga etc.), eles podem ser rearmados manualmente (resetados,
reutilizados) enquanto que os fusíveis são inutilizados e descartados após sua atuação
de protegerem a instalação elétrica.

Os disjuntores servem tanto como dispositivo de manobra (ligar e desligar circuitos


elétricos) e também de proteção destes circuitos elétricos.

Caracteristicas e classificação para especificação


dos disjuntores

Segundo a NBR IEC 62271-100, Equipamentos de alta-tensão - Parte 100: Disjuntores de


alta-tensão de corrente alternada, as regulamentações das características elétricas e
mecânicas dos disjuntores são:

»» Corrente nominal – valor de corrente permanente (em ampères) que o


disjuntor é capaz de conduzir sem comprometer a estrutura dos contatos.

»» Tensão nominal – valor de tensão (em kV) que o disjuntor foi projetado
para operar normalmente. Deve ser compatível com a tensão do sistema.

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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

»» Capacidade dinâmica ou instantânea – capacidade do disjuntor de


suportar o valor de crista inicial da corrente de curto-circuito assimétrica.

»» Corrente de interrupção ou ruptura – corrente máxima (em kA)


que o disjuntor é capaz de interromper com segurança. Deve ser maior
que a máxima corrente de curto-circuito trifásica ou fase-terra calculada
no ponto de instalação.

»» Corrente de fechamento – corrente máxima admitida pelo


equipamento para fechar o circuito.

»» Corrente de disparo – as correntes de disparo devem ser menores do


que as correntes de curto-circuito na zona de proteção do equipamento.

»» Temporização – intervalo de tempo que deve possibilitar a coordenação


com outros equipamentos de proteção do sistema.

»» Nível Básico de Isolamento (NBI) – nível de isolamento (em kV)


contra impulso do equipamento.

Tipos de disjuntores

Os disjuntores são classificados de acordo com o meio de extinção:

»» Óleo – disjuntores com pequeno ou grande volume (PVO ou GVO).

»» Ar Comprimido – disjuntores pneumáticos.

»» SF6 – disjuntores a gás.

»» Vácuo – disjuntores com câmeras de extinção sob vácuo.

Figura 14. Disjuntores de Alta Tensão e Alta Potência – Gás SF6 – Fabricante: Siemens.

Fonte: <http://img.directindustry.com/pt/images_di/photo-g/32878-2714591.jpg>. Acesso em: 19/1/2018.

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Figura 15. Disjuntores de Alta Tensão e Alta Potência – disjunto a óleo.

Fonte: <http://www.sistemaembutido.com.br/files/upload/6/images/Disjuntor%20a%20oleo/capa.jpg>. Acesso em: 19/1/2018.

Réles de proteção

É dispositivo com característica de sensor da rede elétrica, que comanda a abertura do


disjuntor quando surgem, no sistema protegido, condições anormais de funcionamento.

Eles devem analisar e avaliar uma variedade grande de parâmetros (corrente, tensão,
potência, impedância, ângulo de fase) para estabelecer qual ação corretiva é necessário.

Os parâmetros mais adequados para detectar a ocorrência de faltas são as tensões e as


correntes nos terminais dos equipamentos protegidos.

O relé deve processar os sinais, determinar a existência de uma anormalidade e então


iniciar alguma ação de sinalização (alarme), bloqueio ou abertura de um disjuntor, de
modo a isolar o equipamento ou parte do sistema afetada pela falha, impedindo que a
perturbação danifique equipamentos, comprometa a operação do sistema ou propague-
se para outros componentes e sistemas não afetados.

O ponto fundamental no sistema de proteção é definir quando uma situação estiver


dentro ou fora do padrão.

O relé deve perceber quando estiver em uma situação anormal e atuar corretamente de
acordo com a configuração prévia de funcionamento.

Para se alcançar uma correta seletividade entre dispositivos de proteção, é denominada


uma margem de tempo de atuação ou intervalo de seletividade.

Para conhecer mais sobre curva de margem de atuação do relé de proteção –


Seletividade entre Relés, acesse o link: <http://comandoseletricosii.blogspot.
com.br/2015/09/>.

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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Caso a margem de tempo de atuação não seja adequada ou insuficiente, mais de um


relé poderá operar no caso de uma falta, acarretando dificuldades em determinar a
localização da falta e a interrupção desnecessária de alguns consumidores. A margem
de tempo depende de alguns fatores tais como:

»» Tempo de interrupção do disjuntor – o disjuntor deve interromper


completamente a falta antes que o relé cesse a energização e este tempo
depende do disjuntor utilizado e do valor da corrente a ser cessada.

»» Erro de tempo de atuação do relé – este erro deve ser levado em


consideração no cálculo da margem do tempo de atuação.

»» Tempo de Overshoot do Relé – é o tempo necessário para que o relé


seja desernegizado. O tempo de overshoot é definido como a diferença
entre o tempo de operação do relé para certo valor de corrente de entrada
e a máxima.

»» Erro do TC – os TCs apresentam erros de defasamento e de relação de


transformação devido à corrente de excitação necessária para magnetizar
o núcleo.

Os relés utilizados nos sistemas elétricos de potência são os digitais e, devido à tecnologia
empregada, eles apresentam características adicionais de proteção dos transformadores
e geradores.
Figura 16. Rele de proteção digitais.

Fonte: <https://prodcdn.selinc.com/uploadedImages/Web/Videos/Library/HOW_to_TiDL_Distributed_Bus_WEB_Thumbnail02.
png?n=63646521815000&preset=size-col-6&bp=md>. Acesso em: 19/1/2018.

As principais funções de proteção dos relés diferenciais digitais são:

»» Proteção contra curto-circuito para transformadores.

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

»» Proteção contra curto-circuito para motores e geradores.

»» Proteção de sobrecarga com características térmicas.

»» Proteção de sobre corrente de retaguarda.

»» Registro de falha.

»» Medição de corrente operacional.

Classificação dos relés de proteção

Os relés de proteção podem se classificar por meio de seguintes características:

»» Quanto às grandezas físicas de atuação: elétricas, mecânicas,


térmicas, óticas etc.

»» Quanto à natureza da grandeza a que respondem: corrente,


tensão, potência, frequência, temperatura etc.

»» Quanto ao tipo construtivo: eletromecânicos (indução), mecânicos


(centrífugo), eletrônicos (fotoelétricos), micro processados (digitais)
etc.

»» Quanto à função: sobre corrente, sobre tensão, direcional de corrente


ou potência, diferencial de corrente, distância etc.

»» Quanto à forma de conexão do elemento sensor: direto no circuito


primário ou através de equipamentos de medição, como transformadores
de potencial (TPs) e transformadores de corrente (TCs).

Relé de sobrecorrente

O relé de sobre corrente tem como forma de atuação a corrente elétrica do sistema,
ocorrendo a sobrecarga quando esta atingir um valor igual ou superior a corrente
mínima de atuação.

O relé de sobre corrente avalia as variações de corrente no sistema elétrico tendo por
base uma corrente denominada de pick-up.

Quando o valor da corrente medida no sistema for superior ao valor pré-ajustado, o relé
de sobre corrente será sensibilizado e mandará um sinal de comando de abertura para
o disjuntor, isolando assim a parte defeituosa do sistema.

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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Ele detecta níveis altos de corrente causados pela falta de tensão entre duas ou mais
fases ou entre uma ou mais fases e a terra.

O funcionamento da proteção de sobre corrente é definido pelo nível de curto-circuito,


na qual definirá um gráfico de funcionamento a partir da sobreposição de curvas de
tempo inverso e curvas de tempo definido.

Ajustes de relé de corrente

Os relés possuem uma ampla faixa de ajuste, essa diversidade os torna adaptáveis
a vários tipos de circunstâncias. Os relés digitais têm seus parâmetros de ajustes
introduzidos por meio do painel frontal com display integrado ou via rede, sob
controle do usuário.

Os parâmetros são armazenados em memória não volátil, evitando que sejam deletados
durante a ausência da tensão de alimentação.

Normalmente, são dois os parâmetros de ajustes de corrente:

»» Realizado por meio do posicionamento do entreferro.

»» Realizado pela mola de restrição, através de pesos, ou por tapes de derivação


da bobina (TAP).

A equação a seguir demonstra que o TAP tem que ser maior ou igual a relação entre
corrente nominal do sistema e a relação do TC (RTC) levando em consideração um
fator de segurança.

Equação 2

Onde:

»» TAP: TAP de derivação da bobina.

»» K: Fator de Segurança.

»» IN: Corrente Nominal.

»» RTC: Relação de Transformação do TC.

O Ajuste de Tempo é realizado regulando-se o percurso do contato móvel (ajuste do


dispositivo de tempo – dt).

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Embora esses ajustes sejam feitos independentemente, sua relação pode ser observada
nas chamadas curvas de tempo-corrente, fornecidas pelo fabricante.

Em geral, no eixo vertical são mostrados os tempos (em segundos) enquanto que no
eixo horizontal aparecem as correntes de acionamento, em múltiplos de 1 a 20 vezes a
derivação (TAP) escolhida.

A derivação passa a ser o valor de atuação do relé, ou seja, o valor para o qual o relé
começa a atuar e realmente operaria seus contatos em um tempo infinito.

Em um relé de característica de tempo inverso, o valor de partida (pickup) é dado


equação 2, e deve ser escolhido na parte mais inversa das curvas, ou seja, múltiplo baixo
e dispositivo de temporização alto. A equação 3 é a equação do múltiplo.

I> (pickup)=TAP*RTC

Equação 3

Equação 4

Onde:

»» Icc: Corrente de curto-circuito.

»» I>: Corrente de ajuste ou de partida (corrente de pickup).

»» M: Múltiplo de corrente.

Curvas características

Quanto ao tempo de atuação, os relés de sobre corrente possuem curvas características.

A função de sobre corrente temporizada é baseada nas curvas de tempo inverso (o tempo
de atuação do relé é inversamente proporcional ao valor da corrente), conforme figura
17, ou tempo definida (tempo de atuação igual para todos os valores de corrente igual
ou maior que o mínimo ajustado), conforme figura 18.

A função de sobre corrente instantânea (tempo de atuação curto e não há retardo de


tempo incluído propositalmente) é baseada apenas na curva de tempo definido.

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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Figura 17. Curvas característica de tempo inverso.

Fonte: <http://3.bp.blogspot.com/Uia3jWFxXBo/TWLBtRFJsHI/AAAAAAAAASU/b3WcUEVaXkk/s1600/Curva.jpg>. Acesso em:


19/1/2018.

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Figura 18. Curvas característica de tempo definido.

Fonte: <https://www.tecnolegis.com/media/imagens/provas-fev12/2011/petrobras/petrobras-engenheirodeequipamentos-q.48.
png>. Acesso em: 18/1/2018.

Nas curvas de tempo inverso, o relé irá atuar em tempos decrescentes para valores de
corrente igual ou maior que a corrente mínima de atuação. E esse tipo de curva é classificada
em três grupos:

Figura 19. Curvas características de tempo definido.

Fonte: Viana Filho (2010). Dispopnível em: <http://www.dee.ufc.br/anexos/TCCs/2010.2/JOSEMAR%20DE%20SOUSA%20


VIANA%20FILHO.pdf>. Acesso em: 19/1/2018.

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UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

»» NI – Normalmente Inversa: é família de curvas mais comum, onde


o tempo de operação é inversamente proporcional ao valor de atuação.

»» MI – Muito Inversa: as características dessas curvas são mais acentuadas


que as curvas NI.

»» EI – Extremamente Inversa: são as curvas mais acentuadas entre


todas as curvas.

Essas curvas são definidas, por norma, a partir de equações exponenciais do tipo a equação.

Equação 5

Onde:

»» t: Tempo de atuação do relé.

»» k e α: constantes que, dependendo do valor, irão definir os grupos (NI,


MI ou EI).

»» dt: dial de tempo.

»» M: Múltiplo de corrente.

Tabela 1. Valores de α e k para os diferentes tipos de curva de tempo dependente.

Constante Normalmente Inversa Muito Inversa Extremamente Inversa


α 0,02 1,0 2,0
k 0,14 13,5 80,0

Fonte: Viana Filho (2010). Dispopnível em: <http://www.dee.ufc.br/anexos/TCCs/2010.2/JOSEMAR%20DE%20SOUSA%20


VIANA%20FILHO.pdf>. Acesso em: 19/1/2018.

Todas as características citadas acima são ilustradas na figura a seguir:

Figura 20. Curvas de atuação de um relé de sobre corrente.

Fonte: Viana Filho (2010). Dispopnível em: <http://www.dee.ufc.br/anexos/TCCs/2010.2/JOSEMAR%20DE%20SOUSA%20


VIANA%20FILHO.pdf>. Acesso em: 19/1/2018.

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Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Proteção no paralelismo

Com a conexão de geradores em paralelo com o sistema de distribuição elétrico de


potência, deverá se ter a preocupação com as proteções a serem instaladas nos dispositivos
de segurança.

É necessário que se faça o paralelismo, de modo que o desconecte e o bloqueie


prontamente sempre que ocorrer quaisquer distúrbios ao longo do alimentador até a
subestação da concessionária, visando a preservação de suas próprias instalações.

O esquema de proteção do sistema elétrico de potência deverá ser suficientemente rápido,


de forma a não prejudicar a operação do religamento automático de alta velocidade dos
circuitos alimentadores do sistema elétrico. Esta medida tem a finalidade de evitar que
o sistema feche o paralelo fora de sincronismo, podendo danificar o gerador, assim
como minimizar o tempo de interrupção para os demais consumidores.

A capacidade de geração para o sistema elétrico de potência deve ser dimensionada


para que, nas condições elétricas mais desfavoráveis, haja garantia de que as tensões
e correntes de curto-circuito no sentido de que os geradores atinjam valores mínimos
necessários, para que as proteções instaladas nos pontos de interligação possam operar
com segurança.

Os geradores devem ser removidos do paralelo por meio de disjuntores acionados por
relés secundários, sempre que ocorrer uma anomalia no sistema elétrico de potência
da concessionária ou na própria instalação, quando for impossível isolar o defeito por
outros meios.

Para se evitar todos os defeitos e demais anormalidades no sistema elétrico de potência,


as proteções mais utilizadas em geradores síncronos serão especificadas a seguir.

Para conhecer mais sobre simbologia elétrica e sistemas de proteção do


paralelismo., acesse o link:

Eletropaulo – manual fornecimento de energia elétrica Tensão de Subtransmissão


88/138 kV - Subgrupo A2 – <https://www.aeseletropaulo.com.br/padroes-
e-normas-tecnicas/manuais-normas-tecnicas-e-de-seguranca/Documents/
LIG%20AT.pdf>.

Função 50/51 e 50n/51n (proteção de sobrecorrente


instantanea e temporizada de fase e neutro)

Os relés de sobrecorrente são compostos por duas unidades: instantâneas e temporizadas.

43
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Nos equipamentos elétricos, estas unidades recebem os números 50 e 51, respectivamente.

»» A unidade 50 atua instantaneamente ou segundo um tempo previamente


definida. As unidades instantâneas trabalham com dois ajustes:

›› Corrente mínima de atuação e

›› Tempo de atuação.

»» A unidade 51 pode atuar com curvas de tempo dependentes ou de tempo


definido. As unidades de tempo dependentes permitem dois tipos de ajustes:

›› Corrente mínima de atuação.

›› Curva de atuação.

Função 67 (proteção de sobrecorrente direcional


de fase)

Esta função é utilizada na proteção de geradores e deverá atuar para falta fase-fase no
sistema de distribuição da concessionária, identificada pela contribuição originada
pelo gerador.

Deverá ser polarizada para operar com fluxo de corrente no sentido de gerador para
concessionária.

Função 59 (proteção de sobretensão de fase)

Esta função deverá atuar em caso de sobre tensão no ponto de conexão.

Será ajustada para que não ocorra uma tensão acima de 10% da tensão de fornecimento.

Função 27 (proteção de subtensão)

Esta função será ajustada para evitar atuação por diminuição do nível de tensão no
ponto de conexão.

Função 32 (proteção direcional de potência)

A proteção de potência ativa direcional deverá atuar se, durante o paralelismo do


gerador, um fluxo de potência maior do que o ajustado fluir no sentido do gerador para
a rede da concessionária.
44
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

O valor ajustado permite que haja variação de fluxo entre os sistemas, durante o período
de paralelismo, de forma a garantir o processo de sincronização e evitar o desligamento
indevido a esta ocorrência.

O ajuste é definido para uma variação de até 10% da potência nominal do gerador.

Função 25 (verificação de sicronismo)

A verificação de sincronismo para fechamento do paralelismo em rampa entre o gerador


e a concessionária é realizado pelo módulo de controle do gerador.

Transformadores de instrumento

São equipamentos de proteção dos sistemas elétricos de potência, conhecidos como


transformadores de corrente (TCs) e de tensão denominado transformadores de
potencial (TPs).

Esses equipamentos possuem algumas funções características como:

»» Transformar as altas correntes e tensões do sistema elétrico de potência


para níveis mais baixos.

»» Isolar galvanicamente os instrumentos, ligados nos enrolamentos


secundários dos transformadores do sistema de alta tensão, a fim de
proporcionar isolamento e segurança aos operadores, durante a operação
destes instrumentos, quando ligados aos transformadores de instrumentos.

Os valores nominais dos enrolamentos secundários destes equipamentos são padronizados


para que relés e instrumentos de medidas de quaisquer fabricantes possam ser ligados.

Os transformadores de instrumentos são projetados para suportar altos valores durante


condições anormais do sistema. Portanto, os TCs são projetados para suportar correntes
elevadas de curto-circuito e os TPs para aguentar grandes níveis de sobre tensões.

Transformadores de corrente (TC´s)


Os relés são conectados ao sistema de potência por meio de transformadores de corrente
(TCs), que reduzem as correntes de linhas de alta potência a valores compatíveis com
aqueles para os quais esse dispositivo foi fabricado.

Esse tipo de conexão evita que os relés sejam ligados diretamente nos circuitos de
corrente alternada. Devido aos problemas de saturação e fluxo remanescente, esses
equipamentos exigem uma maior atenção no seu dimensionamento e instalação.

45
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Sua construção e composição é formado por um núcleo de ferro, de um enrolamento


primário, com poucas espiras, e um secundário, com muitas espiras, sendo que a esse
terminal são conectadas as bobinas dos relés.

Baseando-se nas normas da ABNT, a caracterização dos TCs é regulamentada deste


modo:

»» Corrente nominal e relação nominal – o valor padrão da corrente


do secundário é de 5 ampères, havendo para a corrente do primário
diversos valores entre 5 e 8000 ampères.

»» Classe de tensão de isolamento nominal – é definida pela tensão


do circuito ao qual o TC será conectado.

»» Frequência nominal – é a frequência nominal do sistema ao qual o TC


é conectado.

»» Classe de exatidão nominal – corresponde ao erro máximo de


transformação esperado, se respeitada a carga permitida. É importante
que os TC’s de proteção retratem com fidelidade as correntes de falta,
sem sofrer os efeitos da saturação.

»» Carga nominal – é a carga vista pelo TC, que corresponde ao relé


conectado ao secundário mais a carga correspondente a cabos. A equação
5 mostra como deve ser feito o cálculo da carga nominal.

Z
(CARGA_TC) = ZFIAÇÃO+ ZRELÉ+ZTC

Equação 6

Onde:

CARGA_TC Z: carga total imposta no secundário do TC.

FIAÇAO Z: impedância dos cabos de ligação.

RELE Z: impedância do Relé.

TC Z: impedância imposta pelo secundário do TC.

»» Fator de sobre corrente nominal (FS) – relação entre a máxima


corrente de curto-circuito que o TC suporta e a sua corrente primária
nominal tem que ser menor ou igual ao fator de sobrecorrente, para que
a sua exatidão seja mantida. Segundo a ABNT, os valores padrões de FS
são 5, 10, 15 e 20.

46
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

»» Fator térmico nominal (FT) – é a relação entre a máxima corrente


primária admissível e a corrente primária nominal. Segundo a ABNT, os
valores padrões de FT são 1.0, 1.2, 1.3, 1.5 e 2.0.

»» Limites de corrente de curta-duração para efeito térmico – é o


valor eficaz da corrente primária simétrica que o TC pode suportar por
um tempo determinado (normalmente 1 segundo), com o enrolamento
secundário curto circuitado, sem exceder os limites de temperatura
especificados para esta classe de isolamento. Geralmente, é maior ou
igual à corrente de interrupção máxima do disjuntor associado.

»» Limites de corrente de curta-duração para efeito mecânico – é


o maior valor eficaz de corrente primária que o TC pode suportar durante
determinado tempo (normalmente é 1 segundo), com o enrolamento
secundário curto circuitado, sem causar danos mecânicos, devido às
forças eletromagnéticas resultantes.

»» Corrente Máxima Admissível do TC – é a relação entre o fator de


sobre corrente, fator térmico e a corrente nominal onde TC está instalado.
Essa relação pode ser vista na equação a seguir:

I
(MAX_ADMISSIVEL_TC) = FT * FS * IN
Equação 7

Onde:

»» IMÁX_ADMISSÍVEL_TC: Corrente Máxima Admissível pelo TC.

»» FT: Fator Térmico do TC.

»» FS: Fator de sobrecorrente.

»» IN: Corrente Nominal Primária do TC.

Figura 21. Transformadores de corrente (TC´s) – alta tensão.

Fonte: <http://img.directindustry.com/images_di/photo-g/20841-8025083.jpg>. Acesso em: 19/1/2018.

47
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Transformadores de potencial

Os transformadores de potencial são instrumentos que permitem aos instrumentos


de medição e proteção funcionarem adequadamente, sem que seja necessário possuir
tensão de isolamento de acordo com a rede à qual estão ligados. São empregados nos
sistemas de proteção e medição de energia elétrica.

Existem vários tipos de TPs que são classificados de acordo com a sua construção:

»» TPs indutivo (TPI).

»» TPs capacitivos (TPC).

»» Divisores Capacitivos.

»» Divisores Resistivos.

»» Divisores Mistos (Capacitivo/Resistivo).

Em tensões compreendidas entre 600V e 138kV, os transformadores indutivos são


predominantes.

Em tensões superiores a 138kV, os TPs capacitivos são mais utilizados.

Os TPs capacitivos são mais baratos, porém tem qualidade inferior aos TPs indutivos
no desempenho transitório.

Baseando-se nas normas da ABNT, a caracterização dos TPs é regulamentada deste


modo:

»» Tensão primária e relação nominal: segundo a ABNT, as classes de


isolamento dos TPs variam de 0,6 a 440kV. A tensão primária nominal
está entre 115V e 460kV e a tensão secundária é 115V ou 120V. Seleciona-
se a relação normalizada para uma tensão primária igual ou superior a
de serviço.

»» Classe de Tensão de Isolamento Nominal: depende da máxima


tensão de linha do circuito.

»» Frequência Nominal: é a frequência nominal do sistema ao qual o TP


é conectado, geralmente 50 ou 60Hz.

»» Carga Nominal: potência aparente indicada na placa e com a qual o TP


não ultrapassa os limites de precisão de sua classe. Segundo a ABNT, os
valores padrões de cargas são 12.5, 25, 50, 100, 200 e 400VA.

48
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

»» Potência Térmica Nominal: a máxima potência que o TP pode


fornecer em regime permanente, sob tensão e frequência nominais,
sem exceder os limites de elevação de temperatura especificados. Esta
Potência não deve ser inferior a 1,33 vezes a carga mais alta do TP.

Figura 22. Transformador de potencial indutivo – isolamento em papel-óleo e gás.

Fonte: <https://www.arteche.c.om/de/cmis/browser?id=workspace%3A//SpacesStore/...>. Acesso em: 19/1/2018.

49
Capítulo 2
Transmissão de eletricidade em
corrente contínua e corrente alternada

Transmissão em alta tensão


Em todo sistema de transmissão de potência, é necessário alcançar a maior eficiência
possível, além de transportar a maior quantidade de energia com o mínimo de perdas.

Geralmente, as fontes geradoras de energia elétrica encontram-se distantes dos grandes


centros de consumo, tais como usinas hidroelétricas, usinas eólicas e usinas solares.
Esta energia produzida pelas diversas unidades percorre muitos quilômetros até chegar
aos centros de consumo, implicando em perdas significativas nas linhas de transmissão.

Os primeiros países a utilizarem linhas em corrente contínua foram os Estados Unidos,


Rússia e Suécia, devido as suas grandes extensões.

No final da Segunda Guerra Mundial, a União Soviética construiu linha de transmissão


de energia elétrica entre Moscou e Kashira, e juntamente com a linha de transmissão
entre Gotlândia e a Suécia, iniciou-se a tecnologia de transmissão em corrente contínua
em alta tensão: High Voltage Direct Current (HVDC).

No final do século XX, após a invenção dos transformadores de potência, tornou-se


possível o transporte de energia em corrente alternada por longas distâncias. Elevando-se
o nível de tensão, diminui-se a corrente elétrica nos condutores, com isso as perdas na
linha são reduzidas.

Ocorre que, em corrente alternada, as perdas joule não são as únicas presentes na
linha de transmissão. À medida que o comprimento da linha se estende, as reatâncias
capacitivas e indutivas presentes na linha em função da corrente aumentam, impondo
perdas significativas e fazendo necessária a instalação de bancos de capacitores e
indutores para controle de reativos na rede de transmissão.

Este processo é complexo e caro, porém devido à evolução tecnológica, tem-se atualmente
um alto nível de confiabilidade na transmissão de potência em corrente alternada.

Após a evolução da eletrônica de potência foi possível à utilização da corrente contínua


em alta tensão. A invenção dos Tiristores à base de semicondutores já nos anos de 1970 e
suas variações como o GTO, MOS e IGBT fizeram a sua utilização aumentar a cada ano.

50
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Atualmente, existem duas famílias de conexões à corrente contínua.

»» Fonte de corrente, utilizando Tiristores, chamada de Conversor por Linha


Comutada (LCC).

»» Fonte de tensão e utilizam IGBT’s, chamados Conversores por Fonte de


Tensão (VSC).

Estações de conversão

Na transmissão em corrente alternada no Brasil, a corrente oscila a frequência de 60Hz.


Em outros países do mundo como o Paraguai, optaram por um sistema que utiliza a
frequência de 50 Hz. Em ambos os sistemas, a potência é transmitida de modo trifásico
e somente em áreas rurais utiliza-se sistema monofásico, porém sua geração é local.

No sistema AC, a conversão de tensão é um processo simples. O transformador trifásico


AC, principal componente do sistema elétrico, permite elevar o nível de tensão e
transmitir grande quantidade de potência, com alto nível de isolação, sendo o mais caro
e complexo elemento dentro do sistema.

As unidades geradoras (hidrelétricas, geradores eólicos e outros) produzem potência


elétrica em média tensão. A potência produzida é transmitida às subestações que elevam
seu nível de tensão para adequá-las a transmissão, sendo chamadas de subestações
elevadoras. No final do trecho das linhas de transmissão, se conectam novamente
a outra subestação que fazem o abaixamento do nível de tensão para adequá-las ao
abastecimento de grandes consumidores, sendo chamadas de subestações abaixadoras.

Para sistemas de transmissão em corrente contínua, as subestações são chamadas de


conversoras, com objetivo de receber a potência AC e converte-las em DC para que seja
efetuada a transmissão. A figura 23 ilustra o esquema básico de uma rede DC.

Figura 23. Esquema básico de uma rede HVDC.

Fonte: Stanford University (2010).

Mesmo a tecnologia em corrente alternada ter atingido um alto grau de confiabilidade


e eficácia, existem diversos parâmetros em que a alternativa em corrente contínua
51
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

pode supera-la nestes aspectos. Dependendo da sua aplicação, pode ser mais vantajoso
ambientalmente, tecnicamente e até mesmo economicamente a utilização da
tecnologia HVDC.

Aspectos gerais que justificam a tecnologia HVDC –


Tensão em Corrente Contínua

Aspectos técnicos

»» Em uma rede DC, é permitido a transmissão de potencia por meio de duas


redes AC, o funcionamento ocorre em frequências diferentes e podem ser
sincronizadas.

»» Não existe limitação da capacidade de transmissão ou comprimento


máximo de uma linha DC, por meio dos parâmetros capacitivos e
indutivos. Não ocorre o efeito Skin, pois o condutor e totalmente utilizado.

»» Para a transmissão acima de 40Km, a única solução existente é por


meio da tecnologia HVDC, devido ao alto valor da corrente nos cabos
AC. Com isso, existe grande interesse de transmissão em grandes cidades
utilizando a tecnologia HVDC.

»» A transmissão DC pode ser usada para diminuir oscilações da rede AC,


assim melhorando a estabilidade, isso tudo através da rápida modulação
no processo de conversão.

Para saber mais sobre o efeito Skin, visite:

»» <https://pt.wikipedia.org/wiki/Efeito_pelicular>.

»» <www.estgv.ipv.pt/PaginasPessoais/paulomoises/Artigos.../
Efeito%20pelicular/skin.PDF>.

»» <https://linhasdetransmissao.wordpress.com/2013/01/12/efeito-
pelicular/>.

Aspectos econômicos

Os aspectos econômicos também devem ser levados em consideração:

»» Os custos de cada estação de conversão.


52
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

»» Os custos das linhas de transmissão.

»» Os custos capitalizados das perdas na transmissão.

Aspectos ambientais

A tecnologia HVDC é ambientalmente adequada, sendo mais eficiente na transmissão de


potência e instalações de potência são melhores aproveitadas. As linhas de transmissão
HVDC são menores que aquelas da tecnologia HVAC, reduzindo o impacto visual que
as linhas causam, além de tornarem possível o aumento da capacidade de transmissão
das linhas já existentes.

Os principais aspectos ambientais a serem considerados durante a implementação de


um projeto são:

»» Ruído audível.

»» Impacto visual.

»» Efeitos de campo elétrico e magnético.

»» Uso do retorno de terra para operação monopolar.

Tipos de linhas de transmissão

Condutores de linhas aéreas (Overhead lines)

Tecnicamente o cobre possuir em média o dobro da condutividade do alumínio. O alumínio


é utilizado quase que exclusivamente para a fabricação dos condutores de uma linha de
transmissão. Os condutores de alumínio apresentam algumas vantagens em relação ao
seu preço e seu peso, sendo de grande importância o fato de que seu diâmetro é maior
do que em condutores de peso e resistência equivalente.

A figura 24 ilustra como se comportam as linhas de campo elétrico em condutores singelos


de cobre, alumínio e em um feixe de condutores de alumínio. O espaçamento das linhas
de campo nos dá uma boa indicação da intensidade do campo elétrico na vizinhança
dos condutores, influenciando assim na produção do chamado Efeito Corona, que se
trata da ruptura do dielétrico do ar nas imediações do condutor provocando assim a
ionização do ar, radio interferência, ruído etc. Observa-se na figura que o afastamento
das linhas de campo dá uma indicação da intensidade do campo elétrico, em que este
decresce do cobre em relação ao alumínio.

53
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Figura 24. Linhas de campo nas imediações dos condutores.

Fonte: Jose Rui Ferreira (2004).

Para tensões de 230kV já não é viável a utilização de condutores simples. Ao invés de


se usar um condutor oco, é utilizado um feixe de dois a quatro condutores por fase.
A utilização de feixe de condutores faz com que sejam reduzidas de forma eficaz a
reatância dos condutores, aumentando a capacidade de transmissão da linha.

Para as bitolas em uso atualmente (até cerca de 1.000 MCM), não é prático utilizar
condutores sólidos. O mais comum é o cabo de alumínio com alma de aço (ACSR). Este é
constituído com um núcleo (alma) de aço encordoado que confere ao condutor grande
resistência mecânica, envolvido por coroas de fios de alumínio. Os condutores em fios
são de fácil fabricação, à medida que eles são produzidos simplesmente adicionando
camadas de fios uma sobre as outras. Além de fácil manipulação, são mais flexíveis
quando comparados aos condutores sólidos.

Para saber mais sobre condutor ACSR de uma linha aérea, cordoalha de aço
interno e fios condutores, acesse o link:

<https://image.made-in-china.com/44f3j00sUdtFRwWQNqO/Bare-Stranded-
Overhead-Power-Transmission-Line-AAC-AAAC-ACSR-Conductor.jpg>.

Figura 25. Condutor ACSR de uma linha aérea, construção com cordoalha de aço interno e fios condutores.

Fonte: <https://image.made-in-china.com/44f3j00sUdtFRwWQNqO/Bare-Stranded-Overhead-Power-Transmission-Line-AAC-
AAAC-ACSR-Conductor.jpg>. Acesso em: 22/1/2018.

54
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

As linhas de transmissão em alta ou extra alta tensão, geralmente utilizam de mais de


um condutor por fase. Estes condutores são chamados de bundle. Por exemplo, para
uma linha AC de 745kV, esta geralmente utiliza 4 condutores por fase.

Condutores em bundle reduzem o campo elétrico, e, portanto, o efeito corona, e além


disso reduz também a reatância em série.

Maiores informações sobre bitolas e tipos de cabos de transmissão alta voltagem:


<http://pt.made-in-china.com/co_anhuishenhua/product_Bare-Stranded-
Overhead-Power-Transmission-Line-AAC-AAAC-ACSR-Conductor_egghuuisg.
html>.

Maiores informações sobre efeito corona nas linhas de transmissão <http://


eletronicassim.blogspot.com.br/2016/05/efeito-corona.html>.

Torres de transmissão

As linhas de transmissão aéreas em DC possuem os mesmos elementos construtivos de base


que para as linhas em AC, ou seja, as torres, cadeias de isoladores e acessórios mecânicos.

Para os isoladores, a diferença básica entre AC e DC, é que os isoladores DC são sujeitos
a maior poluição devido ao efeito do campo elétrico unidirecional, onde a cadeia de
isoladores em DC está mais exposta a contaminação.

As torres de transmissão em DC não são muito diferentes das torres de transmissão em


AC, exceto pelo seu tamanho. Com a ausência do efeito Skin e perdas por reatâncias
capacitivas e indutivas na linha, é possível utilizar condutores mais leves e de diâmetros
menores. Para o mesmo nível de redundância, dois condutores em DC substituem dois
sistemas trifásico, ou seja, seis condutores, como ilustra a figura 26.

Figura 26. Linha trifásica comparada a uma linha HVDC.

2 - Sistemas trifásicos 1 – Bipolo HVDC

Fonte: Psemdel (2013).

55
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Transmissão por cabos

Neste tipo de transmissão, a tecnologia HVDC leva grande vantagem sobre a tecnologia
HVAC. Para transmissão HVAC, existe grandes limitações em relação às distâncias em
que se pode transmitir a potência, em razão, principalmente, das correntes de carga,
que impõem grandes perdas ao sistema. Geralmente na transmissão AC por cabos, as
máximas distâncias que se pode alcançar são da ordem de 40 a 100 km (SIEMENS
ENERGY SECTOR, 2009).

Diferentemente das linhas aéreas em que uma falha pode ocorrer através de um raio
sobre a linha de transmissão, em cabos enterrados, a falha pode ocorrer devido à perda
deisolação. Os cabos isolados em papel impregnado em óleo, usados isolação de em
torno de 10 kV/mm enquanto os cabos DC em AC atingem isolação de aproximadamente
de 30 a 40 kV/mm.

Devido a limitações térmicas, os níveis de potência transmitidos aumentam


aproximadamente em proporção a voltagem, enquanto a corrente de carga aumenta
com a distância e o quadrado da tensão.

Em consequência disso, diferentemente das linhas aéreas, a transmissão AC em


cabos imersos ou enterrados utiliza relativamente baixas voltagens, exceto em curtas
distâncias. As correntes que circulam no invólucro e nos materiais de reforço fazem
aumentar as perdas joule, na qual essas perdas são compensadas por cruzamento de
cabos, revestimento e ventilação forçada, o que são soluções caras e não muito práticas.

Os cabos podem ser projetados para níveis de tensão muito maiores, com grande redução
do número de condutores para dados níveis de potência, o que beneficia futuros gastos
com reparos na linha.

Como tem crescido o número de projetos HVDC usando cabos imersos, projetos mais
econômicos e eficientes estão sendo desenvolvidos, porque o custo total dos cabos em
uma instalação tem uma importância significativa.

Atualmente, existem três tipos de cabos DC isolados com papel, são eles:

»» Preenchido a óleo.

»» Massa impregnada.

»» Gás pressurizado, que são chamados de cabos sólidos.

O quarto tipo é o XLPE, hoje limitado a tensão de 320 kV DC (ARRILAGA, 2007), e sua
aplicação é majoritária em VSC, com grande vantagem do ponto de vista ambiental.

56
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

A maioria das instalações maiores ou iguais a 450 kV utilizam um tipo de cabo sólido
de massa impregnada. Estes cabos possuem um custo mais acessível além de não
serem restritos em comprimento pela necessidade de estações de alimentação ou
pressurização.

Para saber mais sobre isolação e secção transversal de um cabo isolado, acesse
os links:

<https://br.prysmiangroup.com/sites/default/files/atoms/files/Cabos_Energia_
Construcao_Dimensionamento.pdf>.

<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&c
d=5&ved=0ahUKEwiU1M3Rtp3YAhVEfpAKHRroDEwQFgg9MAQ&url=htt
p%3A%2F%2Fnupet.daelt.ct.utfpr.edu.br%2Ftcc%2Fengenharia%2Fdoc-
equipe%2F2010_2_19%2F2010_2_19_monografia.docx&usg=AOvVaw0FRdHN
KOcEXh3YZzDpoeuz>.

Figura 27. Secção transversal de um cabo de polietileno reticulado XLPE.

Fonte: Walter Dvorak (2010).

Cabos da tecnologia VSC- HVDC

Um dos principais fatores a ser levado em consideração na tecnologia de transmissão


em corrente contínua VSC é o cabo a ser utilizado.

Estão livres de descargas elétricas, tempestades, árvores caídas os cabos imersos pois
possuem a preferência frente às linhas aéreas. Quando usados, não há necessidade de
disjuntores nas pontas da linha, diminuindo assim o valor da instalação.

Não há limitação de tamanho para a instalação dos cabos, não sendo necessária a
utilização de estações intermediárias. O campo magnético é eliminado utilizando

57
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

o sistema bipolar e não há correntes de terra. O tempo de sobrevida desses cabos


aumentam mais que no caso do sistema AC.

No tipo de transmissão VSC, há apenas uma polaridade DC, então, não é necessário
que os cabos sejam projetados para polaridades reversas, o que reduz a complexidade
do projeto, permitindo a utilização de isolação polimérica que é menos agressiva ao
ambiente comparado ao cabo isolado em papel impregnado a óleo.

Em instalações submarinas, o cabo com isolação polimérica é muito mais resistente a


forças e flexões, portanto, seu uso é muito bem aplicado.

Figura 28. Cabos submarinos polimericamente isolados à frente da figura e subterrâneos atrás da figura.

Fonte: Gunnar Persson, ABB Sweden (2011).

Tecnologias de transmissão HVDC

Para tecnologia de transmissão em corrente contínua, existem dois tipos de conversores.

»» Conversor por fonte de corrente (LCC). Primeira tecnologia desenvolvida


em HVDC e é a mais utilizada. Utiliza tiristores como principal elemento
de comutação, atingindo altos níveis de capacidade de transmissão de
potência, altas tensões e altas correntes.

»» Conversor por fonte de tensão (VSC). Tecnologia recente e utiliza como


seu principal elemento de conversão o Insulated Gate bipolar transistor
(IGBT). Com IGBT, é possível atingir alto nível de controle na conversão
de potência e grandes velocidades. Tem menor capacidade de transmissão
de potência e altas perdas na conversão.

Transmissão HVDC – LCC

A tecnologia Line Commutated Conversion (LCC) é a mais utilizada para a transmissão


de potência em corrente contínua. Estes conversores dependem da rede em que são
conectados para efetuar a sua comutação.

58
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Possui dificuldade de efetuar a comutação devido ao fato de que nesta tecnologia, o


SCR é utilizado para efetuar a conversão da potência em DC, e de forma mais genérica
o Tiristor.

O Tiristor, utilizado geralmente para conversão AC em DC, não permite o comando


de turn off, resultando em um problema de flexibilidade do sistema, que é necessária
a instalação de uma estrutura externa adicional para a compensação de reativos e
filtragem de harmônicas. O resultado é a baixa qualidade do sinal de saída.

A figura 29 ilustra a estrutura básica da principal técnica adotada para a conversão


da potência, conhecida como conversor em ponte trifásica. Trata-se de uma estrutura
simples e não impõe grandes dificuldades de instalação.

Figura 29. Conversor em ponte trifásica ou conversor a seis impulsões.

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

Conversor em ponte trifásica

O conversor em ponte trifásica é formado por um conversor onde a impedância é nula e do


lado DC existe uma reatância de suavização. Nestas condições o processo de comutação
é instantâneo, não envolvendo atrasos. O processo de condução é sempre unidirecional
em relação a corrente e, a cada instante, os tiristores se tornam polarizados dois a dois,
em seis instantes diferentes.

Primeiramente, a partir do instante A, os tiristores V1 e V6 conduzem, assim, a tensão


na saída da ponte é dada pela soma das tensões das fontes R e Y.

Os tiristores V1 e V6 conduzem até o instante B em que o tiristor V2 se torna polarizada


e, dessa forma, a corrente comuta naturalmente do tiristor V6 para o tiristor V2.
Este processo se repete nos demais instantes como observado na figura 30, em qual
é exibida a onda no catodo e no anodo do conversor, em relação ao neutro. E, como
resultado final, obtemos na saída do conversor o sinal do polo positivo em relação ao
polo negativo como ilustrado na figura 30.

59
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Figura 30. Formas de onda DC do catodo e do anodo em relação ao neutro.

Fonte: Flexible Power Transmission, 2007.

Figura 31. Forma de onda da saída do conversor do polo positivo em relação ao negativo.

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

Estrutura da rede HVDC – LCC

Foi apresentada a estrutura da tecnologia LCC a seis pulsos, porém, as redes modernas
são projetadas exclusivamente para operações a doze pulsos, a qual utiliza exatamente
o mesmo princípio básico, além da configuração da proteção dos tiristores contra
sobretensão.

Apesar das medidas de proteção incorporadas a cada tiristor individualmente, é


necessário prover ao sistema total proteção contra uma sobretensão reversa de origem
externa. Isto é realizado com o acoplamento de um pára-raios em paralelo com cada
conjunto de conversor LCC a seis níveis.

Para conhecer mais informações, detalhes e ilustrações sobre a estrutura da rede


HVDC – LCC, visite o estudo no link <http://www.eletrica.univasf.edu.br/index_
arquivos/TCC/TCC2016_11_Pablo.pdf>.

Transmissão HVDC – VSC

A flexibilidade em linhas de transmissão possui certa ausência na tecnologia baseada em


válvulas à tiristores como na LCC. Isso se deve ao fato de os SRC usados em conversão
LCC não permitirem o turn-off, ou seja, o controle sobre a sua abertura.
60
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Por meio da tecnologia de transmissão por fonte de tensão, Voltage Sourced Converter
(VSC), os tiristores são substituídos por dispositivos IGBT’s (Integrated Gate Bipolar
Transistor) que possuem o controle tanto na sua abertura e no seu fechamento, sendo
controlados de maneira independente da tensão existente na linha, portanto, são
chamados de conversores autocomutados. O nível de tensão nas linhas permanece
constante por capacitores, e suas polaridades são igualmente fixas, com isso pode-se
dizer que se trata de um conversor à fonte de tensão.

Em VSC, a transmissão possibilita o fluxo de potência ativa assim como a provisão


de potência reativa, em qualquer direção e nas pontas da linha. É muito efetiva na
transmissão via cabos, pois nesta tecnologia não existe a inversão nas polaridades,
o que reduz a complexidade do projeto de cabos, além disso, representa um ganho
significativo no meio ambiente, já que os cabos são constituídos por polietileno
reticulado, ao contrário de cabos isolados com papel impregnado. Apesar de que seu
nível de potência seja próximo a 600 MW, atualmente níveis mais altos estão em fase
de desenvolvimento.

O VSC é controlado para fornecer ou absorver potência do tipo reativa não dependendo
do fluxo de potência do tipo ativa e a máxima potência ativa que pode ser substituida com
o sistema AC é apenas sendo limitada pela reatância nos terminais do VSC. Um outro
tipo de vantagem da tecnologia tipo VSC comparada a LCC é que existe a necessidade
de utilização de algus tipos de filtros para controlar os harmônicos criados no processo,
assim reduzindo a um valor de quase zero, assim sendo necessário somente a absorção
de harmônicos de frequência com alto valor. Isto reduzi significativamente o espaço por
uma planta em uma plataforma tipo offshore.

Em relação as suas funcionalidades, a conversão VSC é usada para conectar sistemas


síncronos ou assíncronos, transportar potência de plataformas eólicas tipo offshore
para subestações tipo onshore para conexão direta entre links DCe geradores.

Conversor VSC a dois níveis

O conversor do tipo dois níveis é a variante mais considerada a mais básica da VSC,
que retoma os princípios fundamentais da tecnologia precedente LCC. Os SCR são
substituidos pelos IGBT’s, que são onde são colocados diodos em paralelo para proteção.
As bobinas de ligação que são configurados em série com o conversor mantendo assim
um valor constante de corrente, são substituídos por capacitores, mantendo o nível de
tensão inalterado. A tensão do lado AC possui dois valores, este conversor é conhecido
como Conversor a dois níveis. Uma maneira de refazer uma tensão senoidal utilizando
apenas dois níveis de tensão, é por meio da modulação do tipo PWM (modulação por

61
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

largura de pulso), porém, para o correto funcionamento é necessário a utilização de


filtros com a configuração em baixa ordem com intuito de eliminar os harmônicos.
Para diminuir a complexadade da descrição do seu princípio operacional, considere o
transformador do conversor e a válvulas sem perdas, a tensão de ripple dos capacitores
com valores insignificantes.

A figura 32 ilustra o conversor a dois níveis, em que os terminais AC são chaveados de


forma bipolar entre dois níveis discretos (+Vd, -Vd). Chaveando o circuito para apenas
uma fase, obtemos a forma de onda à direita da figura. Para este conversor à válvula
conduz em períodos de 180°. No caso do Conversor por fonte de corrente (CSC), o
conversor possui 3 níveis, onde as válvulas tiristorizadas conduzem em períodos de
120°, na qual os níveis de corrente são: +Id, 0, -Id.

Figura 32. Conversor a dois níveis monofásico e forma de onda da tensão na saída.

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

Como uma maneira de reduzir o harmônico de alta ordem, pode-se uitilizar a modulação
do tipo PWM em conversor a dois níveis, ou então pode utilizar uma estrutura mais
sofisticada, conhecida como conversor multi-nível.

No IGBT, a condução é apenas em um único sentido, com isso são conectados a diodos
em paralelo a fim de possibilitar que a tensão da ponte possua apenas uma polaridade,
enquanto a corrente flui direções simultaneamente. A referência para a saída do circuito
AC é o ponto médio entre os capacitores.

A figura 33 ilustra as algumas possibilidades para o fluxo de corrente em um conversor


com dois níveis monofásico. No momento em que a válvula de cima esta ativo, a corrente
flui no IGBT caso seja positiva, ou pelo diodo caso seja negativa, para esses casos a
tensão na saída possui um valor de Vd/2. Caso a válvula de baixo estiver em ativa, a
tensão na saída possuira sempre um valor de –Vd/2.

62
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Figura 33. As quatro possibilidades para a circulação de corrente no conversor.

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

Quando as duas válvulas principais estão bloqueadas e o conversor é alimentado com


uma fonte externa AC, os capacitores DC começam a se carregar e os diodos formam
um retificador incontrolável, ou seja, não temos controle de fechamento e abertura
sobre este retificador. Então, os capacitores se carregam até a tensão de pico da fonte
AC, deixando o VSC pronto para ser chaveado.

As chaves principais estão prontas para serem comutadas. Sempre que uma chave
estiver conduzindo, obrigatoriamente a outra deve estar bloqueada para evitar que haja
um curto circuito entre os capacitores DC.

Durante o chaveamento dos IGBT’s, ocorre um momento em que as duas chaves estão
abertas, ou seja, em off. Este curto período de tempo (da ordem de alguns microsegundos)
é chamado de blanking period. Neste momento, a corrente é mantida pela reatância
capacitiva e o fluxo de corrente ocorre pelos diodos.

Componentes de um conversor VSC


A tecnologia VSC provoca a presença de uma fonte de tensão no lado DC. Esta fonte
de tensão mantém o valor de tensão pré-determinado não dependendo da polaridade
da corrente e da magnitude. A figura 34 apresenta a estrutura básica de um conversor
VSC, e com base nesta figura serão elencadas as funções de cada elemento.

Figura 34. Diagrama básico de uma subestação VSC.

‫ܫ‬ௗ௖ Transformadores de
Reatores de fase
Interface
ܸ௅
‫ܫ‬௖௢௡௩ ‫ܫ‬௅
ܸௗ௖
ܸ௖௢௡௩

Unidades de conversão

Filtros AC Filtros AC

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

63
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Capacitor DC

O capacitor DC possui a funcionalidade de assumir a tensão DC do conversor e é


considerado na maioria das vezes, independente da operação do conversor, possui o
seu nível de tensão definido. Na prática, o VSC produz pequenas correntes harmônicas,
consequentemente as tensões harmônicas produzem uma tensão do tipo ripple DC. A
tensão de ripple é depende dos seguintes fatores:

»» Chaveamento das válvulas do dispositivo VSC.

»» A capacitância DC escolhida.

»» Desbalanceamento do sistema AC e sua distorção.

O tamanho do capacitor DC diminui conforme aumenta a frequência de chaveamento.


Isso se deve ao fato de que toda a vez que as válvulas são chaveadas, a corrente no
capacitor muda de direção, reduzindo o ripple substancialmente.

Reatância de acoplamento

A reatância de acoplamento considera toda o tipo de reatância presente entre o sistema


AC e o conversor, como a reatância das fases do sistema AC e do transformador. A
capacidade de curto circuito do sistema AC é maior inúmeras vezes quando comparados
a do conversor, por isso, a presença da reatância é necessária, pois diminue a corrente
de falha e estabiliza a corrente AC, assim reduz os harmônicos de correntes permitindo
assim o controle da potência ativa e reativa do dispositivo VSC. Esta reatância deve no
mínimo ser capaz de aguentar qualquer estresse imposto por frequências elevadas de
chaveamento do VSC, então, diversas vezes é interessante a utilização de algum tipo de
filtro entre o transformador e o VSC.

A válvula de potência IGBT

Os dispositivos IGBT’s são considerados os principais elementos de um um conversor


VSC. Ao contrário dos SCR, estes componentes possuem a característica de serem
completamente abertos e fechados. Para aguentar a tensão elevada do sistema de
transmissão tipo HVDC, as válvulas do conversor são formadas por vários IGBTs
ligados em série. Para uma linha HVDC-VSC com 150 kV, há mais de 300 dispositivos
interligadas em série.

Um bloco construtivo comum de IGBTs é formado apenas por uma única ferramenta de
chaveamento, um gate drive e componentes de amortização. O equipado conhecido como
gate board é um dispositivo de proteção contra subtensão, sobrecorrente e sobretensão.
64
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

A quantidade de IGBTs interligado em série necessários para aguentar a conversão das


voltagens elevadas deve ter seus valores aumentados para fornecer ao conversor VSC
algum tipo de redundância, caso ocorra individuais falhas nas válvulas. Além disso,
uma falta individual não pode gerar um circuito aberto, a falha individual deve possuir
a capacidade de produzir um curto circuito enquanto o dispositivo não seja trocado.

Em comparação com as válvulas, os tiristores da tecnologia de linha comutada LCC


devem ser capazes de suportar altos níveis de tensão na maior parte do tempo em suas
operações, por isso, a probabilidade de que ocorra uma corrente de avalanche durante
o estágio de bloqueio das válvulas é aumentada muitas vezes.

Diodos antiparalelos

Os diodos são ligados de forma paralela aos IGBTs, constituindo assim uma ponte
retificadora, no qual não existe controle direto, ao contrário dos IGBTs. Os diodos
devem ser projetados para aguentarem todo o tipo de falhas caso ocorram. Como
por exemplo, em caso de ocorrência de um curto circuito como mostra a figura 35, os
diodos são submetidos à fluir corrente de curto circuito que possui o seu valor limitado
pelo sistema AC apenas e pelas impedâncias do conversor. Esta corrente de falha deve
ser ter um valor eliminado por meio da utilização de disjuntor alocado do lado AC do
sistema. O diodo deve também ser projetado para suportar a chamada corrente inrush
de energização do sistema, que deve não deve ser ilimitada por componentes externos.

Figura 35. VSC a dois níveis com IGBTs bloqueados.

Disjuntor

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

O conversor VSC trifásico

O circuito em ponte mostrado na figura 36 ilustra um dispositivo de desligamento


assimétrico. A função de inversão instantânea é realizada pela ponte, enquanto os
diodos operam como um caminho para que a corrente flua transferindo energia do
lado AC para o lado DC, para carregar o capacitor. No instante de cada ciclo, irá existir
um período de retificação e períodos de inversão, assim determinado pelo ângulo de
65
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

fase, portanto, a corrente média determinará a direção do fluxo da potência líquida.


Caso o conversor opere como um retificador com um fator de potência de valor unitário
somente os diodos conduzem corrente, na operação de inversão com fator de potência
unitário apenas os IGBT’s conduzem.

Para transientes rápidos de rede, o capacitor DC pode ser considerado como uma fonte
de tensão ideal. Então, neste período rápido de tempo em que acontece um chaveamento
do conversor, o nível de tensão DC permanece praticamente constante e o VSC produz
uma onda quadrada AC quase perfeita.

Considerando a tecnologia LCC, a sequência de operação de chaveamento pode


ser considerada igual a da tecnologia VSC, que se pode considerar dual da LCC. Há
duas diferenças básicas que devem ser levadas em conta. A primeira a ser analisada o
tempo de condução das válvulas, que, para a VSC, o tempo de condução é de 180° ao
contratário de 120°. A angulação de condução é de 180° e é preciso para evitar que as
duas válvulas, inferior e superior do mesmo braço da ponte estejam na condição de
bloqueio simultâneamente, o que causaria imprecisão em relação a forma de onda na
saída. Outra diferença é a relação à sobreposição da comutação isso acontece apenas no
conversor LCC o que torna a operação menos complexa e fácil de analisar.

Figura 36. Ponte VSC trifásica de onda completa.

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

A figura 37 ilustra as seguintes formas de onda durante a operação do conversor:

»» Em relação ao ponto médio do capacitor, a tensão nas fases Van, Vbn, Vcn.

»» Como no caso da linha comutada, o lado AC possui somente três condutores


de fase, com o neutro do transformador flutuando e, portanto, elas possuem
120° de duração. As tensões de linha do lado do conversor (Va, Vb, Vc).

»» Tensão flutuante no neutro no secundário do transformador ligado na


configuração estrela ao ponto N. O resultado é a tensão das fases. Com
66
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

essa ligação a frequência possui um valor três vezes maior que a frequência
fundamental e uma magnitude seis vezes menor da tensão DC.

»» No lado secundário do transformador, a tensão fase-neutro Van.

Figura 37. Formas de onda de tensão AC do VSC.

Tensão fase-nível
médio DC

Tensão fase-fase

Tensão do neutro

Tensão fase-neutro

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

Estrutura de uma rede VSC


Uma típica estrutura de um terminal VSC é ilustrada no esquema da figura 38, que são
ilustrados os principais componentes da rede.

Figura 38. Principais componentes de uma estação VSC.

Linha DC do
segundo polo

Fonte: Flexible Power Transmission (2007).

67
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Em relação a figura 38, observamos os principais dispositivos que compõe a rede tipo
VSC na estação de conversão HVDC, são eles:

a. Disjuntor do sistema AC: A principal função é desconectar o sistema


AC com o DC no instante em que acontecer uma falha. É necessário a
utilização do disjuntor pois, ao contrário da tecnologia LCC, a estação
VSC não possui a capacidade de excluir faltas na linha DC. Essa falta
poderia causar a descarga do capacitor no sistema DC e a corrente seria
conduzida pelos diodos até o momento da abertura do disjuntor.

b. Filtros tipo Harmônicos do lado AC: possui a função de filtrar harmônicos


em uma rede.

c. Na maioria das vezes, sua necessidade possui grande limitação como no


caso do VSC comparada com a transmissão LCC. Em VSC, os filtros têm
o valor mais acessível e compactos pelo fato da utilização da modulação
PWM que apenas produz harmônicos com baixa ordem com isso apenas
um filtro tipo passa alta já seria capaz de atender.

d. Filtro de radio interferência(RFI): é utilizado a fim de evitar que


harmônicos de ordem elevada penetrem na rede AC.

e. Transformador de interface: é necessário adequar a tensão de conversão


e assim fornecer reatância entre a unidade de conversão e o sistema AC,
para controlar o nível de corrente de saída AC. Como outra opção pode-se
utilizar um reator pot-core.

f. Filtro de harmônicos do lado do conversor.

g. Filtro de harmônicos de frequências altas do lado do conversor consistindo


em um reator e um capacitor do tipo shunt.

h. Conversor VSC.

i. Capacitor DC: tem a função de manter inalterado e incluso dos limites de


ripple o nível DC da linha, sendo importante nas duas pontas da mesma
para sustentar o sistema estável.

j. Filtros DC: devem ser alocados em paralelo, junto a um capacitor DC


em que os valores limites de tensão e corrente podem assumir valores
excedidos.

k. Aterramento: este é preciso para definir o potencial de referêencia do


circuito DC, podendo ser uma reatância, capacitância, resistência ou
mesmo um eletrodo.
68
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

l. Reator DC.

m. Reator de bloqueio de modo comum. m- Filtro RFI do lado DC

n. Linha DC, podendo ser cabos imersosou linhas aéreas.

Configurações básicas dos sistemas HVDC

O HVDC mais básico utilizado pode ser observado na figura 39 que mostra uma
configuração do tipo monopolar com retorno de terra. Esse condutor consiste em um
simples e um ou muitos conversores de doze pulsos interligados em série ou em paralelo,
em cada ponta da linha necessária.

Em consequência desses problemas de interferência magnética e de corrosão, o retorno


de terra é esporadicamente permitido e o retorno metálico é substituído. Todas as
configurações comumente de uma reatância de suavização no final de cada ponta da
linha do HVDC, usualmente locadas no lado de alta tensão, e se as linhas forem aéreas,
filtros DC são habitualmente utilizados.

Em um sistema bipolar HVDC, é formado por dois conversores em cada ponta da


linha, através de eletrodos de terra em cada ponta e empregam dois condutores, um
para polaridade negativa e outro para polaridade positiva, aterrada para o fluxo em
uma única direção. Para fluxo em ambos os sentidos, os condutores mudam suas
polaridades. Outra maneira é o Monopolo Simétrico, que equivale a uma linha com o
valor de metade do total da tensão na polaridade positiva e outra linha com o valor da
metade da tensão total na polaridade negativa. É o equivalente ao caso que um bipolo
sem condutor de neutro. Os conversores são interligados ao terra por meio de uma alta
impedância. Trata-se de uma configuração não muito comum no caso de LCC, porém,
na linha NORNED e na tecnologia VSC são mais comuns.

Figura 39. Diferentes configurações de HVDC em monopolo.

69
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Fonte: Gunnar Persson, ABB Sweden (2011).

Há também a configuração em bipolo, nesse caso, são utilizados dois condutores, um


para cada polaridade, esta configuração possui um valor mais elevado comparada ao
monopolo.

Nas condições normais, a corrente que flui para o terra é desprezível, assim como no
caso do monopolo com retorno metálico, isso diminue as perdas através do terra e
melhora também os efeitos sobre o meio ambiente. Caso ocorra alguma falha em uma
das linhas, outras linhas podem continuar operando com um retorno através do terra
ou até pelo retorno metálico quando existir disjuntores DC presumidos na instalação,
assim o sistema perde apenas metade da sua potência. Cada polo transporta metade da
potência, esses condutores devem possuir dimensões reduzidas em comparação com a
configurações em monopolo. A Figura 40 ilustra esta configuração.

Figura 40. Concepção de uma configuração bipolar HVDC.

Fonte: Gunnar Persson, ABB Sweden (2011).

Configuração Back to Back

A estação chamada back to back é uma instalação tipo HVDC na qual duas estações
são acrescentadas uma a outra, projetadas no mesmo local, assim tornando o tamanho
da linha despresivel. Estas estações são utilizadas na maioria das vezes para conectar
redes assíncronas, ou seja, que funcionam em frequência diferentes, como Japão por
exemplo, onde metade do país opera na frequência de 60Hz e a outra metade opera com
50Hz. Essas instalações também se fazem presentes na Arábia saudita e na América.
70
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Figura 41. Diagrama de uma instalação back to back.

Fonte: Gunnar Persson, ABB Sweden (2011).

A instalações back to back possui outra aplicação como conectar sistemas com números
de fases diferentes. Sendo a linha curta, a tensão DC é escolhida muito menor do que
em normais estações, e isto habilita a redução do tamanho dos dispositivos de isolação
dielétrica. A capacidade de potência do tiristor aumenta de acordo com o aumento
da corrente.

No entanto, em sistemas de dois terminais, são limitados pela linha os valores de tensão
e corrente e não pelos tiristores, essas limitações da linha subutilizam a capacidade
máxima dos tiristores.

Nas estações back to back, não há dificuldades externas e, com isso, é possível que
os tiristores possam ser utilizados da melhor maneira, ou seja, baixas tensões e altas
correntes, reduzindo assim a quantidades de tiristores utilizados, e, portanto, o custo.

Comparação entre as tecnologias LCC e VSC

O HVDC LCC foi a primeira a ser colocada em operação com isso é a mais comumente
utilizada. O HVDC trabalha com Tiristores em uma configuração conhecida como CSC
(Conversor por fonte de corrente). Os tiristores têm a capacidade de trabalhar como turn
on, sua abertura depende do fluxo natural da corrente da rede pelo zero. Assim, a potência
reativa é absorvida pelo link HVDC LCC e filtros do tipo harmônicos são necessários.

A corrente nesta tecnologia conduz apenas em uma direção, e o fluxo de potência é alterado
alternando a polaridade da tensão DC. Porém, para transmissões em longas distâncias,
níveis altos de tensão, altas quantidade de potência esta tecnologia é melhor adaptada.

Conversores por fonte de tensão é a tecnologia mais recentemente utilizada em linhas


de transmissão tipo HVDC. Esta tecnologia opera com a utilização do IGBT que
tem capacidade de abertura e fechamento e por meio de um pulso externo em altas
frequências. A flexibilidade da tecnologia VSC tem muitas vantagens comparadas a
tecnologia LCC, pois existe controle autônomo de potência ativa e reativa, além disso,
não é necessária a compensação de reativos na rede.

71
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Devido ao nível de flexibilidade, não há a necessidade da utilização filtros para controle


de harmônicos na rede, como acontece no caso dos conversores do tipo LCC. Porém,
o chaveamento intenso dos conversores LCC faz com que suas perdas sejam da ordem
de 1,6-1,8% da potência nominal de transmissão, o que representa o dobro da potência
perdida se comparada à tecnologia LCC.

O quadro 4 resume as principais diferenças entre as duas tecnologias citadas:

Quadro 4. Quadro comparativo entre a tecnologia LCC e VSC.

LCC VSC
Maximo Nível de Tensão (kV) 1200 300
Área da subestação 600mx360m 150mx100m
Potência Transmitida (MW) >6400 >1200
Alto O mais caro
Custo de instalação Subestação Cabos
Baixo Baixo
Perdas Subestação [%Pn] Cabos 0,8% Baixo 1,6-1,8% Baixo
Controle de potência Ativa Sim Sim
Controle de potência Reativa Não Sim
Controle de Fluxo Lento Rápido
Controle de chaveamento Turn on Turn on e turn off

Fonte: Fonte própria.

Comparativo da tecnologia HVDC e HVAC

Para que os engenheiros possam tomar uma decição sobre tecnologia pode ser utilizada,
quando há necessidade de projetar uma linha de transmissão para escoar determinada
quantidade de potência elétrica até uma unidade de consumo, é necessário que eles
levem em conta os três principais aspectos: econômicos, técnicos e ambientais.

Nos últimos anos houve um aumento de preocupação considerável relacionado aos


impactos ambientais que determinado negócio pode causar, e também os impactos visuais
que as linhas de transmissão podem causa quando contrastam com o meio ambiente.

Dentro de um projeto, é essencial que sejam bem avaliadas as perdas na linha de


transmissão. Este é o principal objetivo que impulsiona os estudos para o desenvolvimento
tecnológico de novos cabos e inclusive o que impulsionou o desenvolvimento tecnológico
de transmissão em corrente contínua.

Nos dias atuais, com a evolução tecnológica, são disponibilizadas linhas de transmissão
AC flexíveis e confiáveis. A tecnologia HVDC tem se mostrado como uma nova maneira
tanto em desempenho quanto em flexibilidade, levando sua utilização em transmissão em

72
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

longas distâncias, o que tem crescido consideravelmente. Há vários empreendimentos


sendo contruídos no mundo, e no Brasil, a tecnologia HVDC está presente desde o ano de
1993, interligando a usina de Itaipu a Tijuco Preto em São Paulo, em um total de 820 km.

Aspectos ambientais

Efeitos corona

O colapso elétrico do ar nas proximidades dos condutores é conhecido como o efeito


corona. Isso acontece quando o campo elétrico é tão grande para fazer com que se tenha
a expulsão de elétrons das moléculas de ar na vizinhança dos condutores, cuja a distância
é de geralmente de 2 a 3 cm dos condutores. Isso traz como resultado a produção de
íons de ar que podem ser positivos, quando perdem elétrons, ou negativos, quando
ganham elétrons. Estes íons são geralmente derivados do oxigênio ou nitrogênio.

Quando a linha de transmissão é regular e limpa, o efeito corona pode ser eliminado.
Contudo, pequenos detritos, gotículas de água, partículas de poeira, ou até mesmo
insetos que depositam dejetos na linha podem fazer com que o campo elétrico seja
realçado e com isso pode ocorrer um aumento na produção de íons de ar. Devido as
linhas de transmissão estarem expostas ao ar livre, elas estão sempre sujeitas a todos
estes fatores, deixando assim o efeito corona constante.

Os condutores de polaridade positiva produzem íons positivos enquanto que os


condutores de polaridade negativa produzem íons negativos. Desta forma, os íons de
ar produzidos ficam afastados dos condutores e atraídos pelo outro condutor onde
são neutralizados ou se recombinam com os íons de polaridade reversa. Uma parte
desses íons é direcionada para terra e outros caminhos sem serem recombinados ou
neutralizados. Quando uma linha é HVAC, os íons produzidos não trafegam como os
íons produzidos por linhas HVDC, não trocando sua polaridade. Dessa maneira, eles
são alternadamente atraídos e repelidos não tendo muito movimento.

Para as linhas de transmissão AC, o ruído audível é maior quando em condições de chuva
e umidade. Para linhas DC, o ruído audível e rádio interferência normalmente possem seu
nível menor durante as condições de tempo úmido, quando a atividade de íons de ar nas
proximidades do condutor é aumentada. Esta intensa atividade de íons de ar envolve o
condutor com cargas espaciais provocando uma redução do campo elétrico na superfície
do condutor, fazendo com que a intensidade do efeito corona seja diminuída.

Em uma linha DC, o nível de ruído é bem menor, soando como estalos. Em uma linha
AC, ele soa como um assovio.

73
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Os níveis de ruído audível mudam ao passar do tempo. Uma completa distribuição


estatística desses níveis por meio de longas medições é possível ser calculada.
Para diversas aplicações, é normal descrever o ruído em termos de níveis excedentes.

Os níveis excedentes são determinados nos seguintes termos:

»» LN, onde N é a percentagem de tempo que o ruído ultrapassa determinado


valor.

»» N50%, em bom tempo, significa que o nível de ruído está 45 dB acima de


um microvolt/metro durante 50% do tempo em boas condições de tempo;

Ruídos audíveis

Da mesma forma como a interferência por rádio, o ruído audível também é uma
consequência do efeito corona nas linhas de transmissão. Para linhas AC são assumidas
duas maneiras: um som estalante chamado de ruído aleatório ou um tom singular
denomidado zumbido. Já para as linhas DC, apenas o ruído aleatório é presente.

O ruído aleatório é resultante de uma variedade de estalos menores em diversos pontos


corona no condutor. Dessa maneira, ao longo de uma linha de transmissão, cada som
que chega ao espectador com atrasos diferentes, resultando em diferentes sons em
componentes de frequência alta. É importante destacar que tanto em AC quanto em
DC, os ruídos corona têm um espectro de frequência parecido.

O ruído audível é uma preocupação para linhas de transmissão AC apenas em condições


de mau tempo. Já em condições de bom tempo, o ruído pode ser ouvido, mas raramente
pode ser medido a interferência dos ruídos de fundo. Quando existe chuva, ocorrem
os níveis mais altos de ruído, mas com o barulho da chuva, o ruído acaba ficando
despercebido. Os níveis de ruído que se excedem são caracterizados por curvas máximos
e nível médio, respectivamente, L5 e L50, chamadas de níveis.

Ao contrário das linhas AC, os níveis mais elevados de ruído em linhas DC acontecem
sob condição de tempo bom. Para uma comparação entre as duas linhas, deve levar em
consideração o número relativo de horas para o ruído em mau tempo (para linhas AC)
e em bom tempo (para linhas DC).

Para saber mais sobre estudos sobre ruído audível produzido por linhas de
alta tensão, acesse o link: <https://repositorio-aberto.up.pt/bitstream/10216/
58456/1/000136071.pdf>.

74
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

Íons de ar

Os íons de ar são moléculas com elétrons a mais (íon negativo) ou elétrons a menos (íons
positivos) e podem ser gerados por tempestades, pela luz do sol e também pelo efeito corona.

Devido a corrente em uma linha HVDC não se alterar no tempo, os íons de ar percorrem
para fora da linha ao invés de ficarem presos nas proximidades dos condutores, como
acontece em linhas AC. Na linha DC, os dois condutores geram campos elétricos, desta
forma, gerando íons de ar.

A maioria dos íons gerados são atraídos pelos condutores de polaridades ao contrário
a sua polaridade. A neutralização acontece quando os íons de ar se arranjam entre eles
com os de polaridade opostas. Em linhas HVDC a maioria dos íons é neutralizada.
Quase 10% dos íons escapam e vão para fora das linhas de transmissão, ocupando os
espaços em torno das linhas. Entre os condutores há uma zona bipolar de íons. A migração
dos íons ocorre devido sua mobilidade e também sob condições atmosféricas.

A densidade de corrente iônica deixa a carga em objetos mais próximos, provocando um


acúmulo de tensão na suas superfícies, se o objeto for bem isolado da terra. Pessoas e
outros objetos possuem baixa resistência e assim deixam limitado o acúmulo de cargas
em níveis muito baixos. Se a resistência de um determinado objeto for alta, um objeto
de dimensões maiores pode acumular cargas suficientes para dar um choque elétrico.

Esta carga é da grandeza de 5 a 10mJ, sendo insuficiente para sustentar um choque


estável de corrente. Com as linhas de transmissão AC é diferente, onde a indução do
campo elétrico pode resultar em choques transientes e contínuos.

Na superfície de objetos condutores mais próximos à linha, o campo elétrico DC induz


cargas estáticas. Isto pode ocasionar descargas parecidas como as de objetos isolados
carregados pela deposição de íons. Descargas podem acontecer tanto em objetos
condutores quanto os não condutores, devido à ação do campo elétrico de uma linha DC.

Figura 42. Produção de íons de ar em uma linha de transmissão.

Fonte: HVDC Power Transmission Environmental Issues Review, 1997.

75
UNIDADE II │ Transmissão de Energia Elétrica

Ruído de rádio

O polo positivo em uma linha de transmissão DC é a maior fonte de ruído nos sinais
de rádio, enquanto que o polo negativo gera metade do ruído. A interferência por rádio
provocada por uma linha DC tem os seus níveis menores devido a influência do tempo
úmido, sob condições de chuva ou neve e outras. O vento também provoca os níveis
da rádio interferência em DC, sendo aumentados pela presença dele e principalmente
quando as rajadas ocorrem na direção do polo negativo para o polo positivo.

O ruído de rádio provocado por ação de uma linha AC é gerado por duas fontes
diferentes, a corona e a centelhas. Como já foi visto, o efeito corona ocorre quando o
campo elétrico na vizinhança do condutor ultrapassa um valor crítico. Isto acontece
devido ao diâmetro do condutor, às condições da superfície do condutor e às condições
atmosféricas. O ruído corona pode ocorrer tanto em linhas de transmissão quanto na
cadeia de isoladores. Normalmente, as fontes de ruído corona mais comuns são as
linhas de transmissão, a menos que os isoladores sejam de vidro, que tendem a possuir
mais ruídos que os isoladores de polímeros ou porcelana. O ruído por centelhas (ou
sparking) ocorre quando existem conexões elétricas malfeitas e com o surgimento de
pontos de corrosão.

Nas duas linhas de transmissão e distribuição, o ruído por centelha pode ocasionar
interferências em rádio e televisão. A redução destes efeitos de ruídos é mais a questão
de manutenção do que do projeto de linhas.

A FCC (Comissão Federal das Comunicações), nos Estados Unidos, determinado o valor
mínimo de 1mv/m de potência de sinal para diferentes áreas de cobertura das estações
de rádio, e as medidas são geralmente realizadas em dB acima de 1mv/m.

Para saber mais sobre estudos sobre ruído de rádio interferência produzido
por linhas de alta tensão, acesse o link: <http://bibliodigital.unijui.edu.
br:8080/xmlui/bitstream/handle/123456789/1489/R%C3%A1dio%20
interfer%C3%AAncia%20proviniente%20de%20linhas%20de%20alta%20
tens%C3%A3o.pdf?sequence=1>.

Outros aspectos ambientais que justificam a tecnologia


HVDC

O aspecto ambiental é um dos pontos importantes na opção pela tecnologia HVDC em


relação à HVAC e que pode ser amplamente beneficiado com o uso da chamada HVDC-
VSC. A tecnologia HVDC-VSC torna mais vantajosa a conexão de unidades produtoras
de energia elétrica, vindas de fontes renováveis, à rede AC. Da mesma maneira, pode-se
também transportar energia oriunda da rede principal a ilhas isoladas, plataformas de

76
Transmissão de Energia Elétrica │ UNIDADE II

perfuração e distritos de mineração, eliminando a necessidade da utilização de fontes


de energia a combustíveis fósseis como o diesel, que é ineficiente e agressivo ao meio
ambiente.

Pode-se destacar como outro ponto positivo no meio ambiente a possibilidade de utilizar
uma nova tecnologia de cabos em polietileno reticulado, o que representa vários ganhos
ambientais, pelo fato de não utilizar papel impregnado em óleo.

Redução de impacto visual e melhor aproveitamento


de espaço

As instalações de linhas aéreas encontram vários impedimentos que as tornam uma


instalação impraticável do ponto de vista econômico e técnico. As linhas de transmissão
tradicionais modificam a paisagem e a sua instalação sofre grande oposição por meio
do público. As pessoas ficam inconfortáveis e com medo de problemas de saúde por
morarem perto de uma linha de transmissão e é muito difícil obter autorização para a sua
instalação por parte das orgãos competentes, tornando sua execução lenta e mais cara.

A transmissão por meio de cabos subterrâneos é mais fácil e ágil. Por não se alterar
a paisagem, os cabos subterrâneos não possuem resistência pública para a sua
instalação, o campo magnético gerado por ele é bem menor e o processo na aquisição
do direito de instalação por parte dos orgãos competentes é muito mais rápido e
barato, comparando-se com as linhas aéreas.

Nos casos onde não existe a viabilidade de instalação de linhas aéreas para o transporte
de energia, a tecnologia HVDC-VSC apresenta-se como uma melhor solução.

Um estudo comparativo do desempenho das linhas de transmissão HVDC e


HVAC do sistema de ITAIPU foi realizado. Para saber mais sobre o sistema de
transmissão de Itaipu, acesse os links: <https://www.itaipu.gov.br/energia/
sistemas-de-transmissao-de-itaipu>.

<https://azslide.com/transmissao-de-potencia-em-corrente-continua-e-
corrente-alternada-estudo-compara_59d2bb601723dd56bb8b9783.html>.

77
Distribuição de Unidade iII
Energia Elétrica

Capítulo 1
Componentes de sistemas
de distribuição

O sistema de distribuição pode ser dividido em componentes como ilustrado na figura 43.

»» Sistema de Subtransmissão.

»» Subestações de Distribuição.

»» Sistema de Distribuição Primário (Alimentadores de Distribuição).

»» Transformadores de Distribuição.

»» Sistema de Distribuição Secundário.

»» Ramais de ligação.

Figura 43. Diagrama Unifilar de um Sistema de Distribuição.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>.


Acesso em: 22/1/2018.

78
Distribuição de Energia Elétrica │ UNIDADE III

Sistema de subtransmissão
O sistema de substransmissão é parte do Sistema de Distribuição entre os Sistemas de
Transmissão e as Subestações de Distribuição. A maioria desses sistemas utiliza tensões
de 69 a 138 kV. As topologias utilizadas na subtransmissão são:

»» Radial.

»» Radial com recurso.

»» Anel (loop).

»» Reticulado (grid or network).

Figura 44. Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão radial.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>.


Acesso em: 22/1/2018.

Figura 45. Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão radial com recurso.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>.


Acesso em: 22/1/2018.

79
UNIDADE III │ Distribuição de Energia Elétrica

Figura 46. Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão em anel.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>.


Acesso em: 22/1/2018.

Figura 47. Diagrama unifilar de um sistema de subtransmissão em reticulado.

Barras do SEP

Circuitos de
Subtransmissão

Subestações de
Distribuição

Subestações de
Distribuição

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>.


Acesso em: 22/1/2018.

80
Capítulo 2
Distribuição primária e secundária

A alteração da transmissão para a distribuição acontece através da subestação de energia,


que possui as seguintes funções:

»» Os disjuntores e interruptores permitem que a subestação seja desconectada


da rede de transmissão ou que as linhas de distribuição sejam desconectadas.

»» Os transformadores abaixam as tensões de transmissão, 35kV ou mais,


até as tensões de distribuição primária. Estes são circuitos de média
tensão, geralmente 1000-35000 V.

Com início no transformador, a energia elétrica é enviada para o barramento que pode
dividir a potência de distribuição em várias seções. O barramento distribui a energia
elétrica às linhas de distribuição, que se direcionam para os clientes.

A distribuição urbana geralmente é subterrânea, às vezes em instalações de uso comuns.


A distribuição rural é geralmente aérea com polos de utilidade, e a distribuição suburbana
é uma mesclagem. Mais próximo do cliente, um transformador de distribuição reduz
a alimentação de distribuição primária para um circuito secundário de baixa tensão,
geralmente 120/127 ou 220/240V, dependendo da região.

A energia elétrica é entregue ao cliente através de uma diminuição do nível de tensão a


um sistema de medição de consumo de eletricidade.

Distribuição primária
As tensões de distribuição primária variam de 11 a 22kV. Para os grandes consumidores
são conectados e alimentados diretamente a partir de tensões de distribuição.

Os clientes de serviços públicos estão conectados a um transformador, o que reduz a tensão


de distribuição para a baixa tensão, a serem utilizados pelos sistemas de iluminação e
instalações internas.

A tensão fornecida varia de acordo com a sua aplicação no sistema de abastecimento


e distribuição. De acordo com as normas internacionais, existem inicialmente dois
grupos de tensão:

»» Baixa tensão (BT): até e incluindo 1kv CA (ou 1,5kv CC).

»» Alta tensão (AT): acima de 1 kv CA (ou 1,5 kv CC).


81
UNIDADE III │ Distribuição de Energia Elétrica

As redes de distribuição são divididas em dois tipos:

»» Radiais: seu formato é como se fosse ramificações de uma árvore, cada


cliente possui uma fonte de suprimento. Os sistemas radiais são utilizados
em áreas rurais ou suburbanas.

»» Malhas: seu formato possui múltiplas fontes de suprimento operando


em paralelo. As malhas são usadas para cargas concentradas.

Os sistemas radiais possuem conexões de emergência cujo sistema pode ser reconfigurado
em caso de emergência, falha ou substituição necessária. É realizado com abertura e
fechamento de interruptores, geralmente fechando uma abertura por um curto espaço
de tempo.

Para sistemas com alimentadores a longa distância, ocorrem queda de tensão (distorção
do fator de potência), exigindo que sejam instalados capacitores de correção.

A reconfiguração, realizada pela troca de ligações funcionais entre os elementos do


sistema, caracteriza como medidas mais importantes e que melhoram o desempenho
operacional de um sistema de distribuição.

O problema da otimização por meio da reconfiguração de um sistema de distribuição


de energia é um problema histórico e que busca a redução da perda de potência ativa,
apesar da existência de restrições.

Serviços rurais

Sistemas de eletrificação rural utilizam-se tensões de distribuição mais altas devido às


perdas decorrentes as distâncias mais longas, cobertas por estas linhas de distribuição.

»» A distribuição de 7,2; 12,47; 25 e 34,5 kV é comum nos Estados Unidos.

»» A distribuição de 11 kV e 33 kV são comuns no Reino Unido, Austrália e


Nova Zelândia.

»» A distribuição de 11 kV e 22 kV são comuns na África do Sul.

»» Outras tensões são usadas ocasionalmente.

As distribuições em áreas rurais podem ser apenas monofásicas, caso seja econômico,
ao invés de instalar energia trifásica, para uso de poucos e pequenos clientes.

Os serviços rurais geralmente tentam minimizar o número de postes e fios. O retorno de


terra de fio único é mais econômico, com apenas um fio. Utiliza tensões mais elevadas

82
Distribuição de Energia Elétrica │ UNIDADE III

(que a distribuição urbana), permitindo o uso de arame de aço galvanizado. O arame de


aço forte permite o espaçamento de polo maior e mais econômico. Nas zonas rurais, um
transformador de montagem em poste pode servir apenas um cliente.

Para tensão trifásica, utiliza-se maior infraestrutura e seu custo é mais elevado, permite
maior eficiência de equipamentos e menor custo de energia para grandes instalações na
área rural.

Em países como na Nova Zelândia, na Austrália, no Canadá e na África do Sul, os sistemas


de retorno de terra de fio único são utilizados para eletrificar áreas rurais distantes.

Distribuição secundária

A eletricidade é entregue a uma frequência de 50 ou 60 Hz, e dependendo da região, é


entregue aos clientes domésticos como energia elétrica monofásica.

A distribuição secundária é formada por:

»» Distribuição de energia elétrica em BT: inicia na média tensão,


através das barras de redistribuição e os sistemas de comando, proteção
e controle;

»» Linhas de média tensão: através de cabines de transformação média/


baixa tensão, com os transformadores, sistemas de comando e proteção;

»» Linhas de baixa tensão: através de cabos aéreos isolados.

Na Europa, o fornecimento trifásico pode ser disponibilizado para propriedades


maiores. A fonte de alimentação doméstica na América do Norte é semelhante a uma
onda senoidal, oscilando entre 170V, dando uma tensão eficaz de 120 volts.

A energia trifásica é mais eficiente em relação a potência fornecida por cabo utilizado e
é mais adequada para a execução de grandes motores elétricos. Alguns equipamentos
de grande potência europeus podem ser alimentados por energia trifásica, como fogões
elétricos e secadores de roupas.

Uma ligação à terra é fornecida para o sistema do cliente, bem como para o equipamento
de propriedade da empresa de utilidade pública. O propósito de conectar o sistema do
cliente ao aterramento é limitar a tensão que pode se desenvolver, se os condutores de
alta tensão caírem sobre condutores de baixa tensão que normalmente são montados
no solo ou se ocorrer uma falha dentro de um transformador de distribuição.

Os sistemas de aterramento podem ser TT, TN-S, TN-C-S ou TN-C.

83
UNIDADE III │ Distribuição de Energia Elétrica

Frequência e tensão elétrica mundial

A maior parte do mundo usa 50Hz, 220 ou 230 V monofásico, 400V a 3 fases para
serviços residenciais e industriais de baixa potência.

Neste sistema, a rede de distribuição primária fornece algumas subestações por área e
a tensão de 230V de cada subestação é distribuída diretamente.

Um fio terra e neutro são conectados ao edifício para cada fase do serviço trifásico.
A distribuição monofásica é utilizada quando as cargas do motor são de baixa potência.

Na Europa, a eletricidade é normalmente distribuída para uso industrial e doméstico


pelo sistema trifásico de quatro fios, fornecendo uma tensão trifásica de 400V ou
uma tensão monofásica de 230V. No Reino Unido, uma subestação de baixa tensão
urbana ou suburbana típica seria normalmente classificada entre 150 kVA e 1 MVA e
abasteceria um bairro inteiro de algumas centenas de casas. Para clientes industriais,
sistema trifásico 690/400 V também está disponível, ou pode ser gerado localmente.

Os grandes clientes industriais têm seus próprios transformadores com uma entrada
de 11 kV a 220 kV.

A maioria dos países das Américas usa 60Hz CA, o sistema monofásico é de 120/240 V
internamente e três fases para instalações maiores.

Comparando-se com os sistemas europeus, os norte-americanos possuem mais


transformadores abaixadores próximo aos clientes, devido ao fato de a maior tensão
doméstica utilizada na Europa (230 V x 120 V) poder ser transportada numa distância
maior com uma perda de potência aceitável. Os norte-americanos transformam
habitualmente casas de força a 240 V, semelhante ao 230 V da Europa. A rede monofásica
permite o uso de 120 V em casa. Os transformadores fornecem realmente 240 V e não
120, assim que a potência pode ser carregada sobre uma distância maior.

As frequências de serviço do Japão são divididas em 50 Hz e 60 Hz. No setor de


eletricidade, as frequências padrão para CC são 50 e 60 Hz. Parte do país usam 50
Hz, enquanto outras partes usam 60 Hz, considerado como relíquia dos anos 1800.
Alguns fornecedores locais em Tóquio importaram equipamentos alemães de 50 Hz,
enquanto os fornecedores locais de energia em Osaka trouxeram geradores de 60 Hz
dos Estados Unidos.

As instalações elétricas cresceram até que finalmente todo o país foi ligado. Hoje
a frequência é de 50 Hz no Japão Oriental (incluindo Tóquio, Yokohama, Tohoku e
Hokkaido) e 60 hertz no Japão Ocidental (incluindo Nagoya, Osaka, Kyoto, Hiroshima,
Shikoku e Kyushu).

84
Distribuição de Energia Elétrica │ UNIDADE III

A maioria dos aparelhos domésticos são feitos para trabalhar em qualquer frequência.
O problema da incompatibilidade iniciou e afetou ao público quando o terremoto de
2011 Tōhoku e o tsunami derrubaram cerca de um terço da capacidade do Leste, e a
energia no oeste não pode ser compartilhada inteiramente com o leste, desde que o país
não tem uma frequência comum.

Existem quatro estações de conversão de corrente contínua de alta tensão que distribuem
a energia através da frequência da fronteira do Japão. A instalação de Shin Shinano é de
alta tensão em CC em sequência no Japão, que forma uma das quatro estações de troca
de frequência que ligam as redes de energia ocidental e oriental do Japão. As outras três
instalações estão em Higashi-Shimizu, Minami-Fukumitsu e Sakuma Dam. Juntas, elas
podem fornecer até 1,2 GW de potência para leste ou oeste.

Sistemas de 240 V e tomadas de 120 V

A maioria das residências norte-americanas modernas são conectadas para receber 240 V
do transformador, e por meio do uso de energia elétrica monofásica, pode ter tantos
equipamentos de 120 V ou 240 V.

A tensão de 120 V é normalmente utilizada para iluminação e maioria das tomadas


de parede de baixa potência. As tomadas de 240 V são geralmente utilizadas para
equipamentos de aquecimento de água e secador de roupas. Às vezes, uma tomada de
240 V é montada na garagem para máquinas ou para carregar um carro elétrico.

85
Subestação Unidade iV

CapÍtulo 1
Subestação de energia

Subestações
Conjunto de instalações elétricas em média ou alta tensão que agrupa
os equipamentos, condutores e acessórios, destinados à proteção,
medição, manobra e transformação de grandezas elétricas. (Prodist)

As subestações (SE) são pontos de convergência, entrada e saída, de linhas de transmissão


ou distribuição. Com frequência, constituem uma interface entre dois subsistemas.

As linhas que abastecem as subestações de distribuição da Coelce e consumidores


classe A-3 (classe de tensão 72,5kV) têm origem a partir das subestações 230/69kV.
O subsistema elétrico suprido por meio de cada uma destas subestações define uma
região elétrica de operação, também denominada de ponto de entrega ou ponto de
suprimento em 69kV.

Atualmente, há três pontos de entrega em 69kV em operação na Cidade de Fortaleza


(Fortaleza, Delmiro Gouveia e Pici II), um na Região Metropolitana de Fortaleza (Cauipe),
um na região Norte do Estado (Sobral II) e cinco nas regiões Centro, Centro-Oeste e Sul
do Estado (Milagres, Icó, Banabuiú, Russas II e Tauá).

Classificação das SE

a. Quanto à função:

›› SE de Manobra: é possível realizar manobras em partes do sistema,


acrescentando ou retirando serviços, em um mesmo nível de tensão.

86
Subestação │ UNIDADE IV

›› SE Elevadora: localizadas na saída das usinas geradoras. Elevam


a tensão para níveis de transmissão e sub-transmissão (transporte
econômico da energia).

›› SE Abaixadora: ficam localizadas nas periferias das cidades. Abaixando


os valores dos níveis de tensão, assim diminuindo inconvenientes tais
como: interferência de rádio frequência, campos magnéticos intensos.

›› SE de Distribuição: abaixa o valor da tensão para o nível de distribuição


primária de 13,8kV a 34,5kV. É pertencente à concessionária ou a grandes
consumidores.

›› SE de Regulação de Tensão: por meio da utilização de equipamentos


de compensação, como capacitores, compensadores estáticos eatores etc.

›› SE Conversoras: junto com o sistemas de transmissão em corrente


continua (SE Retificadora e SE Inversora).

b. Quanto ao nível de tensão:

›› SE de Alta Tensão – tensão nominal abaixo de 230kV.

›› SE de Extra Alta Tensão – tensão nominal acima de 230kV.

c. Quanto ao tipo de instalação:

›› Subestações Desabrigadas – as subestações desabrigadas são


feitas a céu aberto em locais amplos lugares.

Figura 48. Subestação de Alta Tensão Desabrigada.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>.


Acesso em: 22/1/2018.

87
UNIDADE IV │ Subestação

›› Subestações Abrigadas – construídas em locais interiores abrigados.

Figura 49. Subestação abrigada.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>. Acesso


em: 22/1/2018.

›› Subestações Blindadas – construídas em locais abrigados.


Os equipamentos são completamente protegidos e isolados em óleo ou
em gás (ar comprimido ou SF6).

Figura 50. Subestação compacta.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAnPcAK/distribuicao-energia-eletrica>.


Acesso em: 22/1/2018.

As compactas subestações conhecida como compactas, utilizam gás


isolante,em seus dispositivos de manobra são utilizados na maioria das
vezes o SF6, assim elevando a compactação, atingindo até dez porcento de
uma SE convencional.

A utilização do gás SF6 traz como malefificio o aumento do efeito estufa


em torno de 23.000 vezes maior e um período de tempo de 100 anos
88
Subestação │ UNIDADE IV

comparado ao CO2. Com isso a redução de emissão do SF6 é fundamental


para o meio ambimente.

d. Quanto à Forma de Operação.

›› Subestações com Operador.

·· Exige alto nível de treinamento de pessoal.

·· Uso de computadores na supervisão e operação local só se justifica


para instalações de maior porte.

›› Subestações Semi-Automáticas.

·· Possuem computadores locais ou intertravamentos eletro-mecânicos


que impedem operações indevidas por parte do operador local.

›› Subestações Automatizadas.

·· São supervisionadas à distância por intermédio de computadores e


SCADA (Supervisory Control and Data Acquisiton).

Localização de subestações

Considerações quanto a escolha de local para instalação de SE:

»» Localização ideal: centro de carga.

»» Facilidade de acesso para linhas de subtransmissão (entradas) e linhas de


distribuição (saídas) existentes e futuras.

»» Espaço para expansão.

»» Regras de uso e ocupação do solo.

»» Minimização do número de consumidores afetados por descontinuidade


de serviço etc.

89
Capítulo 2
Equipamentos

Equipamentos de uma subestação


Vários equipamentos podem ser encontrados em uma SE, tais como:

»» Linhas e alimentadores.

»» Barramentos.

»» Equipamentos de disjunção: religadores, chaves e disjuntores.

»» Equipamentos de transformação tais como transformadores de potência


e de instrumentos, transformador de serviço e transformador de potencial
e de corrente.

»» Equipamentos de proteção tais como relés dos tipos primário, retaguarda


e auxiliar, pára-raios, malha de terra e fusíveis.

»» Equipamentos de compensação como reatores, compensadores síncronos,


compensadores estáticos e capacitores.

Um código identifica cada equipamento em uma subestação. Este contém o tipo de


equipamento, a posição dentro da subestação e a faixa de tensão.

Nos diagramas unifilares, a nomenclatura mais comum utilizada é constituída de


quatro dígitos XYZW. O primeiro dígito, X, indica o tipo de equipamento como pode
ser observado no quadro 5.

Quadro 5. Código para tipo de equipamento.

Código Equipamento
0 Equipamento não interruptor (trafo, reator, linha, gerador etc.)
1 Disjuntor
2 Religador
3 Chave seccionadora
4 Chave fusível
5 Chave a óleo
6 Chave de aterramento rápido
7 Pára-raio

90
Subestação │ UNIDADE IV

Código Equipamento
8 Transformador de potencial (TP)
9 Transformador de corrente (TC)

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

O dígito Y, mostrado no quadro 6, é definida a tensão que o equipamento opera, que,


no caso de transformadores, é considerada uma tensão como mostrada no quadro 7.

Quadro 6. Código de Tensão de Operação do Equipamento.

Código Faixa de Tensão Cor


1 1kV a 25 kV (13,8 kV) Laranja

2 51 kV a 75 kV (69 kV) Verde

3 76 kV a 150 kV (138 kV) Preto

4 151 kV a 250 kV (230 kV) Azul

5 251 kV a 550 kV (500 kV) Vermelho

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

O terceiro dígito, Z, ilustrado quadro 7, indica o tipo de equipamento. O quarto dígito,


W, mostra a sequência ou posição do equipamento.

Quadro 7. Código da Função ou Nome do Equipamento.

Código Equipamento Sequência


A Transformador de aterramento A1 a A9

B Barramento B1 a B9

D Equipamento de transferência D1 a D9

E Reator E1 a E9

G Gerador G1 a G9

K Compensador Síncrono K1 a K9

H Banco de Capacitor H1 a H9

PO Pára-raios PO-1 a PO-9

R Regulador de tensão R1 a R9

T Transformador de força T1 a T5

T Transformador de serviço auxiliar T6 a T9

X Conjunto de medição X1 a X9

U Transformador de potencial U1 a U9

Z Transformador de corrente Z1 a Z9

W Resistor de aterramento W1 a W9

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

91
UNIDADE IV │ Subestação

As letras (C, F, I, J, L, M, N, P, S, V e Y) são utilizadas para dar um nome às linhas


de transmissão/distribuição, mantendo-as, quando possível, e associando ao nome
da instalação.

O quinto valor é o traço de união (-). Quando existirem dois equipamentos semelhantes
utilizando a mesma tensão de operação e conectados a um terceiro equipamento, estes
serão identificados através do sexto caractere.

Figura 51. Código de equipamento em diagrama unifilar.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

A figura 52 ilustra parte do diagrama unifilar da SE Luiz Gonzaga, como exemplo do


uso de códigos dos equipamentos.

Quadro 8. Código de equipamento para o diagrama unifilar.

Código Descrição
01G1 0: Gerador 1: 16kV G1: posição do gerador 1
11G1 1: Disjuntor 1: 16kV G1: disjuntor na posição G1
31G1 3: Chave seccionadora 1: 16kV G1: chave na posição G1
71T1-A 7: Pára-raio 1: 16kV T1: pára-raio na posição T1 A: enrolamento de T1
01T1 0: Transformador 1: 16kV T1: posição do transformador 1
05B2 0: Barramento 5: 500kV B2: barra 2

92
Subestação │ UNIDADE IV

Código Descrição
7: chave de aterramento C: posição
35T1-7C 3: Chave seccionadora 5: 500kV T1: chave do trafo de força
da chave no enrolamento C do trafo
85T1 8: Transformador de corrente 5: 500kV T1: disjuntor na posição do transformador 1

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

As subestações são formadas por conjuntos de elementos que possuem funções


específicas no sistema elétrico. Estes, denominados vãos (bays), permitem a composição
da subestação em módulos.

As subestações distribuidoras geralmente são formadas pelos seguintes vãos:

»» entrada de linha (EL).

»» saída de linha (SL).

»» barramentos de alta e média tensão (B2 e B1).

»» vão de transformação (TR).

»» banco de capacitor ou vão de regulação (BC).

»» saída de alimentador (AL).

Cada vão da subestação deve conter elementos de proteção (relés) e equipamento de


disjunção com o objetivo de controlar os impactos gerados por ocorrências no sistema
elétrico, tais como: falhas de equipamentos, curtos-circuitos, descargas atmosféricas,
colisão e outros.

Figura 52. Diagrama simplificado de uma subestação típica de distribuição.


SL EL
Rsl Rel

D Barramento 69 kV D
B2

LEGENDA:
D LT – Linha de Transmissão
Rtr
EL – Vão de entrada de linha
SL – Vão de saída de linha
B1 – Barramento média tensão
Rd B2 – Barramento alta tensão
TR TR – Vão de transformador
BC BC – Vão de regulação
D Transformador 69/13,8kV AL – Vão de alimentação
Rtr
D – Disjuntor
Rb D Rd – Relé diferencial
Barramento 13,8 kV B1

Ral Ral Ral Ral

D D D D

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

93
UNIDADE IV │ Subestação

Na SE, serviços auxiliares contêm uma grande relevância na operação correta e contínua
da subestação. Os serviços auxiliares podem ser dos tipos listados a seguir:

Serviços auxiliares de corrente alternada

Fonte: Transformador de Serviços Auxiliares - 13.800/380-220 V.

Carga: casa de comando, iluminação/Tomada do Pátio, retificador e outros.

Serviços auxiliares de corrente contínua

Fonte: Retificador/Carregador e Banco de Bateria - 125 Vcc.

Cargas: componentes do Sistema Digital, funcionais dos equipamentos, motores dos


equipamentos e iluminação de emergência.

As funções em uma subestação são:

»» Monitoração de “status” de equipamentos.

»» Proteção de linha, transformadores, barra, reator, perda de sincronismo


etc.

»» Supervisão das proteções.

»» Medição.

»» Religamento automático.

»» Telecomandos.

»» Intertravamentos.

»» Localização de falha na linha.

»» Monitoração de sobrecarga em transformadores.

»» Controle de tensão.

»» Proteção de falha de disjuntor.

»» Alarmes em geral.

»» Fluxo de reativos.

»» Corte seletivo de cargas.

»» Sincronização.

»» Registro de sequência de eventos.


94
Subestação │ UNIDADE IV

»» Oscilografia.

»» Impressão de relatórios.

»» Interface com os Centros de Operação de Sistema.

»» Autodiagnose.

»» Interface humana.

Barramentos

São condutores na maioria das vezes sólidos, reforçados e com uma baixa impedância,
sendo na maioria das vezes desprezíveis, servem como comuns centros de redistribuição
de corrente e coleta.

O arranjo é designado para utilização sob a forma de conexão entre linhas nos
transformadores e cargas das subestações. Devem ser considerados requisitos como
custo, flexibilidade operacional do sistema, manutenibilidade e disponibilidade no
desenvolvimento do projeto de uma subestação. De acordo com a complexidade
requerida, devem ser escolhidas a correta topologia que deve ser adotada.

A topologia de uma SE ou arranjo deve ser usada para a criação de conexão entre linhas,
transformadores e cargas de uma substação. Logo a seguir, serão apresentados os
arranjos mais utilizados para as SE:

a. Barramento simples.

O barramento simples possui a configuração mais simples de operar, além


de menos onerosa, é necessario apenas um único disjuntor manobrando
um circuito único. Em uma única barra, são conectados todos os circuitos.
Nessa configuração, existe uma menor confiabilidade, visto que caso
exista alguma falha no barramento, toda a subestação será paralisada.

Características:

›› Simplicidade, economia e menos segurança.

›› A subestação é composta por uma só barra de AT e/ou BT.

›› Utilizado em subestações de pequena potência.

›› Todos os circuitos se conectam a um único barramento com um disjuntor


para cada circuito.

›› É recomendável somente para quando se admitir cortes de fornecimento.

95
UNIDADE IV │ Subestação

Vantagens:

›› Simplicidade nas instalações.

›› Simplicidade nas manobras, geralmente, ligar e desligar circuitos


alimentadores.

›› Redução de custos.

Desvantagens:

›› Confiabilidade baixa.

›› Falha ou manutenção no barramento pode resultar no desligamento


da subestação.

›› Falha ou manutenção nos elementos do sistema exigem a desenergização


das linhas ligadas a ele.

›› O aumento do barramento não pode ser realizado sem uma completa


desenergização da subestação.

›› Pode ser utilizado somente quando cargas podem ser interrompidas


ou quando se tem outras fontes durante uma interrupção.

›› A manutenção de disjuntor de alimentadores encerra totalmente o


fornecimento de energia para os consumidores.

Figura 53. Arranjo de Barramento Singelo.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

96
Subestação │ UNIDADE IV

b. Duplo Barramento Simples.

O duplo barramento simples é adequado para instalações consumidoras


com grupos de carga não prioritárias e essenciais.

Características:

›› Instalações consumidoras que exigem confiabilidade alta para cargas


essenciais.

›› Permitem desligamentos com rotina para cargas não essenciais.

›› São encontradas nas subestações consumidoras do tipo hospital, hotel


e outros.

Vantagens:

›› Flexibilidade de conexão de circuitos para a outra barra.

›› Para manutenção o disjuntor pode ser retirado de serviço.

›› Recomposição fácil.

Desvantagem:

›› Custo alto.

›› Problemas no disjuntor de linha ou no barramento a ele ligado pode


causar em perda das cargas que não são prioritárias devido à presença
de disjuntor de intertravamento.

Figura 54. Arranjo de Duplo Barramento Simples.

Chave de aterramento

Fonte de emergência

Intertravamento
Cargas não prioritárias

Cargas prioritárias

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

97
UNIDADE IV │ Subestação

c. Barramento simples seccionado.

Ese arranjo com barra seccionada, essencialmente consiste em seccionar


o barramento, assim evitando que uma falha possa provocar uma
paralisação completa. Isso é possivel pois existe uma isolação apenas do
elemento com falha da subestação. O disjuntor permanece desativado
enquanto a manuntenção é realizada.

Características:

›› Presença de um disjuntor de barra.

›› Flexibilidade para manobras no ato da manutenção.

›› Este arranjo é indicado para funcionar com duas ou mais fontes de


energia.

Vantagens:

›› Maior continuidade no fornecimento.

›› Maior facilidade de execução dos serviços de manutenção.

›› Em caso de problemas na barra, apenas os consumidores ligados à


seção afetada são desligados.

Desvantagens:

›› A linha fica fora de serviço durante a manutenção de um disjuntor.

›› Complexidade no esquema de proteção.

Figura 55. Configuração Barra Simples com Disjuntor de Interligação.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

98
Subestação │ UNIDADE IV

d. Barramento Principal e de Transferência.

Esse tipo de barramento é conectado a um barramento auxiliar por meio


de um disjuntor de transferência. Esse disjuntor possue a finalidade de
transferência e garante a proteção de entrada de linha ou saída de linha.
No momento em que o equipamento de disjunção principal é associado a
este vão, o serviço de manuntenção torna-se inativo.

Figura 56. Configuração Barra Principal (P) e de Transferência (T).

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

Quando o funcionamento ocorre de forma normal, o vão de entrada


de linha completa a principal barra através do disjuntor e das chaves
seccionadoras associadas, que se encontram normalmente fechadas.
Possui mais de uma chave associada ao disjuntor de entrada de linha que
é conhecida como “by-pass”, que normalmente se encontra aberta.

O disjuntor principal é desativado para manutenção caso ocorra algum


tipo de emergência e a entrada de linha é conectada à barra auxiliar por
meio do fechamento da chave seccionadora de “by-pass” e do disjuntor
de transferência. Quando ocorrer uma sequência de chaveamento pré-
determinada pelo órgão de operação do sistema elétrico, o disjuntor
principal é substituído pelo disjuntor de transferência.

Por meio da mudança no ajuste do relé associado ao disjuntor de


transferência, é possivel realizar a transferência da proteção do disjuntor
principal do vão para o disjuntor de transferencia.

99
UNIDADE IV │ Subestação

A função de transferência da proteção, conhecida como função 43, pode


possuir os seguintes estados: Em Transferência (ET), Normal (N), e
Transferido (T). Caso o comando de abertura disparado pelo relé encontra
a função 43 no estado N o disjuntor principal atuara diretamente por
meio do relé. No instante em que a função 43 esteja na posição ET,
uma sinalização de abertura é emitida para o principal disjuntor e para
o disjuntor de transferência, no momento em que a função 43 está na
posição T, o sinal emitido possui total comando sobre a abertura somente
do disjuntor de transferência.

Ao sentir uma falta, o relé multifunção de entrada de linha atinge o


valor de atuação da proteção emote uma sinalização de abertura para
o disjuntor associado de acordo com ao posicionamento da função de
transferência da proteção.

Vantagens:

›› Qualquer disjuntor pode ser retirado de serviço para manutenção.

Desvantagens:

›› Requer um disjuntor extra para conexão com a outra barra.

›› Falha no barramento principal resulta no desligamento da subestação.

›› As manobras são relativamente complicadas quando se deseja colocar


um disjuntor em manutenção.

e. Barramento Duplo com um Disjuntor.

O barramento duplo com um disjuntor para instalações consideradas de


grande importância e porte. Não há perda dos circuitos de linhas de saída
na manutenção. As linhas podem ser conectadas a qualquer barra.

Figura 57. Barramento duplo com um disjuntor.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

100
Subestação │ UNIDADE IV

Vantagens:

›› Flexibilidade com ambas as barras em operação.

›› Poderá ser isolada para manutenção qualquer uma das barras.

›› Transferência dos circuitos de uma barra para a outra de forma mais


fácil com o uso de apenas um disjuntor de transferência e manobras
com chaves.

Desvantagens:

›› Exige um disjuntor extra de transferência para conexão com a outra


barra.

›› Quatro chaves por circuito.

›› Problemas no disjuntor de transferência pode deixar a subestação


inoperante.

f. Barramento Duplo com Disjuntor Duplo.

Dois disjuntores separados protegem cada circuito. A operação de um


disjuntor qualquer não influenciará mais de um circuito.

Figura 58. Configuração de Barramento Duplo – Dupla Proteção.

Alimentador

Barramento
Principal

Barramento
Reserva
Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

Este arranjo possui alto nível de confiabilidade, porém possui um valor


superior para a sua construção. A SE é recebe linhas de subtransmissão
que suprem a SE por meio do transformador junto a um disjuntor de
alta tensão. Existem duas barras nesse arranjo de SE. Qualquer barra
101
UNIDADE IV │ Subestação

pode suprir o alimentador. A energização ocorre na barra principal, no


momento da operação normal e em situações de manutenção e emergência
a barra de reserva.

Se ocorrer a falta na barra principal, o disjuntor será ativado tirando a


energia da barra. O disjuntor que se encontra fechado do alimentador
primário que é ligado à barra principal, é aberto manualmente pela
equipe de campo. Em seguida, o suprimento é enviado para a barra
reserva pelo fechamento do disjuntor alternativo que se encontra do
lado de baixa tensão do transformador e o correspondente disjuntor do
alimentador primário. O serviço é então parado durante o tempo em que
a manobra manual é realizada.

Características:

›› Aplica-se em instalações de grande potência.

›› Continuidade de fornecimento.

›› Utilizado em subestações de EHV (extra-alta tensão).

Vantagens:

›› Arranjo mais completo.

›› Muito mais flexível.

›› Maior confiabilidade.

›› Qualquer barra pode ser retirada de serviço a qualquer instante para


manutenção sem a necessidade de retirar os circuitos de serviço.

Desvantagem:

›› Custo alto.

g. Barramento de Disjuntor e Meio.

O barramento de disjuntor e meio para subestação de transmissão é


uma tradicional solução utilizada na grande maioria. Nesse tipo de
configuração, o disjuntor em meio de três disjuntores ligados em série a
uma dupla barra, sendo que cada um dos dois circuitos seja ligado de um
lado e outro ao disjuntor principal de um grupo. Dois circuitos em uma
configuração de barramento duplo são protegidos a três disjuntores.

Nessa configuração, como existem um barramento duplo, caso haja a


ocorrência de qualquer falha, em uma delas não provocará o desligamento

102
Subestação │ UNIDADE IV

de equipamento, porém apenas será retirada de operação a barra


defeituosa.

Figura 59. Configuração Disjuntor e Meio.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

Como vantagem, esta configuração permite que qualquer uma das duas
barras ou que qualquer disjuntor possa ser colocado fora de operação
sem interrupção do fornecimento.

Características:

›› É similar ao barramento duplo anterior, porém simplificado.

›› Utiliza-se o disjuntor e meio para cada entrada e saída, ao invés de


dois disjuntores por circuito no arranjo anterior.

›› Econômico e tem praticamente a mesma confiabilidade.

›› Maior adesão no Brasil nos sistemas de 500 kV e 765 kV.

Vantagens:

›› Flexibilidade de manobra.

›› Recomposição rápida.

›› Os circuitos de serviço não são retirados durante uma falha em um dos


barramentos.

Desvantagens:

›› Número de operações envolvidas exagerado no ato de chaveamento e


religamento dos equipamentos evolvidos.

h. Barramento em Anel.

Este barramento é composto por um circuito fechado por meio de


dispositivos de manobras. Este esquema seciona o barramento com menos
103
UNIDADE IV │ Subestação

um disjuntor, em comparação à configuração de barramento simples


seccionado. Seu custo é similar ao barramento simples, e possui maior
confiabilidade, porém sua operação é mais complexa.

Cada equipamento possui alimentação por meio de dois disjuntores


separados. Quando existe falha, apenas o segmento onde a falta ocorreu
será isolado. Como desvantagem, o disjuntor que estiver desligado para
fins de manutenção, o anel será aberto.

Figura 60. Configuração de Barramento em Anel.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 22/1/2018.

Vantagens:

›› Flexibilidade na manutenção dos disjuntores, podendo qualquer


disjuntor ser removido para manutenção sem interrupção da carga.

›› Necessita apenas um disjuntor por circuito.

›› Não utiliza conceito de barra principal.

›› Grande confiabilidade.

Desvantagens:

›› Se uma falta ocorre durante a manutenção de um disjuntor o anel pode


ser separado em duas seções.

›› Religamento automático e circuitos de proteção são relativamente


complexos.

Quadro 9. Sumário de características de arranjos de barras.

Arranjo Confiabilidade Custo Área Disponível


Menor confiabilidade, falhas simples podem ocasionar o Menor custo, menor número Menor custo, menor número
Barra simples
desligamento da SE. de componentes. de componentes.
Barra principal e Baixa confiabilidade, semelhante a da barra simples, porém, Custo moderado, poucos Pequena área, poucos
de transferência uma melhor flexibilidade na operação e manutenção. components. componentes.
Barra dupla, Custo moderado, número de Área moderada, número de
Confiabilidade moderada.
disjuntor simples componentes um pouco maior. componentes um pouco maior.
Barra dupla, Custo elevado, número de Grande área, dobro do número
disjuntor duplo componentes duplicado. de componentes.

104
Subestação │ UNIDADE IV

Arranjo Confiabilidade Custo Área Disponível


Barra dupla, Alta confiabilidade, falhas simples isolam apenas um Custo moderado, número de Grande área, maior número de
disjuntor e meio circuito. componentes um pouco maior. componentes por círculo.
Custo moderado, número de Área moderada, aumenta com
Barra em anel
componentes um pouco maior. número de circuitos.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Disjuntor
O disjuntor é um dispositivo que permite a abertura ou fechamento de circuitos de
potência em condições de operação, normal e anormal, manual ou automática, sendo
considerado um dispositivo de manobra e de proteção. Para suportar correntes de carga
e de curto-circuito nominais, os equipamentos de manobra devem ser dimensionados.

Valores de placa:

»» Tensão nominal.

»» Frequência nominal.

»» Corrente nominal.

»» Capacidade de interrupção em curto-circuito simétrico.

»» Tempo de interrupção em ciclos: 3-8 ciclos em 60 Hz.

A figura 61 ilustra o circuito de acionamento de um disjuntor. O relé detecta a condição


de anormalidade, usando para tanto os transformadores de instrumentos. O primário
do TC faz a condução da corrente de linha da fase protegida. Quando esta corrente
excede um valor pré-ajustado, os contatos do relé são fechados. Neste momento, a
bobina de abertura do disjuntor que é alimentada por uma fonte auxiliar, é energizada
e abre os contatos principais do disjuntor.

Figura 61. Circuito de acionamento de um disjuntor.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

105
UNIDADE IV │ Subestação

Uma rápida desionização e resfriamento do arco elétrico é necessária durante a abertura


dos contatos principais do disjuntor. Para que a interrupção da corrente ocorra com
sucesso, é necessária a retirada, pelo meio extintor, de mais energia do arco elétrico
estabelecido entre os contatos do que a energia do arco dissipada pela corrente normal.

Figura 62. Tensão de restabelecimento nos contatos do disjuntor.

Tensão nos
Contatos do Disjuntor
VCH1=-VG-(-Vcap)=0
VCH2= 0- (-Vcap) =Vmax
VCH3=VG-(Vcap) =2Vmax
VCH4=0- (-Vcap) = Vmax
VCH5=-VG-(-Vcap)=0

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Tensão de restabelecimento é o nome dado à tensão que cresce por meio dos contatos em
separação. Quando há um crescimento mais rápido no restabelecimento do dielétrico
do que a tensão de restabelecimento do sistema, o arco extinguirá na próxima passagem
por zero da corrente, e o circuito será aberto. Se o crescimento da tensão por meio dos
contatos em separação for mais rápido do que a rigidez dielétrica por meio dos contatos
em separação, a corrente será re-estabelecida por meio de um arco entre os contatos.

Para o circuito predominante capatitivo da figura 63, a corrente estará adiantada de


90° em relação à tensão da fonte VG. Há uma interrupção da corrente no valor zero pelo
disjuntor, quando as tensões VG e VC se encontram em um valor máximo negativo.
O capacitor, que possui uma isolação da fonte, retém sua carga, mantendo a tensão
constante em -1,0 p.u. durante algum tempo após a interrupção.

Em média, 3 ciclos são levados para que os contatos abram totalmente. A recuperação
dielétrica do meio deve ser mais rápida que o aumento de tensão para que não tenha
um reinício de circulação de corrente durante o processo de abertura.
106
Subestação │ UNIDADE IV

Os disjuntores são classificados e denominados segundo a tecnologia empregada para


a extinção do arco elétrico. Os tipos comuns de disjuntores são:

a. Disjuntores a sopro magnético:

›› Usados em média tensão até 24kV, principalmente montados em


cubículos.

b. Disjuntores a óleo:

›› Existência de câmaras de extinção quando se força o fluxo de óleo


sobre o arco.

›› Os disjuntores volume de óleo maiores são utilizados em média e alta


tensão até 230kV.

›› Os disjuntores GVO têm maior capacidade de ruptura em curto-circuito.

›› Os disjuntores de volume menor de óleo (PVO) cobrem em média


tensão toda a gama de capacidade de ruptura de até 63kA.

c. Disjuntores a vácuo:

›› Ausência de meio extintor gasoso ou líquido.

›› O vácuo apresenta excelentes propriedades dielétricas, portanto, a


extinção do arco será de forma mais rápida.

›› A erosão de contato é mínima devido à curta duração do arco.

›› Podem fazer religamentos automáticos múltiplos.

›› Grande relação de capacidade de ruptura/volume tornando-os


apropriados para uso em cubículos.

d. Disjuntores a ar comprimido:

›› As suas características de rapidez de operação (abertura e fecho)


aliadas às boas propriedades extintoras e isolantes do ar comprimido,
bem como a segurança de um meio extintor não inflamável, quando
comparado ao óleo, garantem uma posição de destaque a estes
disjuntores nos níveis de alta tensão.

›› Desvantagem de possuir um maior custo do sistema de geração de ar


comprimido e a utilização de silenciadores quando instalados próximos
a residências.

107
UNIDADE IV │ Subestação

e. Disjuntores a SF6 (Hexafluoreto de enxofre):

›› SF6 é um gás incolor, inodoro, não inflamável, estável e inerte até


cerca de 5000°C se comportando como um gás nobre.

›› Durante o movimento de abertura, forma-se um arco elétrico que deve


ser extinto por meio de sopro do gás. A força de separação dos contatos
simultaneamente aciona o pistão que produz o sopro sobre o arco.

Figura 63. Disjuntor a Gás SF6.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Religador

É um dispositivo interruptor autocontrolado com capacidade para:

»» Detectar condições de sobrecorrente.

»» Interromper o circuito se a sobrecorrente persiste por um tempo pré-


especificado, segundo a curva t x I.

»» Automaticamente religar para re-energizar a linha.

»» Bloquear depois de completada a sequência de operação para o qual foi


programado.

Como o nome sugere, um religador automaticamente religa após a abertura, restaurando


a continuidade do circuito mediante faltas de natureza temporária ou interrompendo o
circuito mediante falta permanente.

O quadro 10 apresenta dados estatísticos de um sistema de distribuição para os tipos de


faltas e a composição delas.
108
Subestação │ UNIDADE IV

Quadro 10. Estatística para os tipos de faltas e suas composições.

Tipo % de Ocorrência Permanentes (%) Transitórias (%)


Trifásicas 02 95 05
Bifásicas 11 70 30
Fase-terra 79 20 80
Outros 08 - -

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

O princípio de funcionamento de um religador pode ser descrito como:

»» Operação, quando há detecção de correntes de curto-circuito, desligando


e religando de forma automática os circuitos em um número pré-
determinado de vezes.

»» A falha é eliminada em tempo definido pela curva de operação do relé,


instantânea ou temporizada.

»» Os contatos se mantêm abertos durante dado tempo, chamado tempo de


religamento, e depois se fecham de forma automática para re-energização
da linha. Na operação instantânea, em geral, não existe contagem de
tempo para fechamento dos contatos do relé em que o tempo típico é de 12
a 30 ciclos, e o tempo mínimo de 3 a 6 ciclos. Muitos relógios digitais são
capazes de suportar interrupções de duração de até 30 ciclos. A operação
instantânea traz economia em relação à queima de fusíveis.

»» Com o fechamento dos contatos, se a corrente de falta persistir, a sequência


abertura/fechamento é repetida até 3 vezes de forma consecutiva e,
após a quarta abertura, os contatos permanecem abertos e travados ou
bloqueados.

»» Novo fechamento, só poderá ser realizado manualmente.

Por meio da utilização de religadores automáticos pelas concessionárias de energia,


existe uma redução da duração das interrupções de patamares de 1h para menos de 1
min, trazendo um grande benefício para as concessionárias em relação aos valores de
seus indicadores de continuidade.

Os religadores podem ser instalados em subestações de distribuição ou em circuitos de


distribuição, na forma de circuitos radiais.

Estes religadores são desenvolvidos para ter uma sequência de religamento de no


mínimo de uma até quatro operações e, ao finalizar a sequência completa, a abertura
final irá bloquear a sequência.

109
UNIDADE IV │ Subestação

Se for ajustado para quatro operações, com a sequência típica de quatro disparos e três
religamentos, a sequência de operação ocorrerá da seguinte forma:

»» Uma rápida ou instantânea (1I) e três retardadas ou temporizadas (3T).

»» Duas rápidas (2I) e duas retardadas (2T).

»» Três rápidas (3I) e uma retardada (1T).

»» Todas rápidas (4I).

»» Todas retardadas (4T).

A função responsável pela ativação dos ciclos de religamento pode ser ajustado no
relé de proteção. É possível definir que o primeiro ciclo será ativado pela unidade de
sobrecorrente instantânea de fase e que os demais serão ativados pela unidade de
sobrecorrente temporizada de fase.

Figura 64. Sequência de operação do religador automático.

Legenda:
TC – Transformador de corrente
TP – Transformador de potencial
R – Relé de proteção
D – Disjuntor
ST – Sinal de tensão
SC – Sinal de corrente
SD – Sinal de disparo
Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Figura 65. Sequência de operação de religador.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

110
Subestação │ UNIDADE IV

A operação instantânea e retardada refere-se ao tempo cujo os contatos permanecem


fechados.

Operação instantânea

»» A falta é eliminada em tempo definido pela curva tempo x corrente de


operação instantânea.

»» O tempo de religamento é o menor possível, com a duração típica no


intervalo de 18 a 30 ciclos. Neste caso, não há contagem de tempo para o
fechamento dos contatos.

»» Retira a falta antes que qualquer fusível a jusante comece a operar.

Operação temporizada

»» Elimina a falta em tempo definido pela curva corrente x tempo de


operação temporizada.

»» Oferece tempo para atuação do fusível isolando a seção em falta – contatos


fechados.

Figura 66. Curvas características de religador: tempos dependentes.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

O tempo de religamento possui um intervalo típico de ajuste entre 0,1s e 300 s. Este
tempo permite que o meio dielétrico se regenere para extinção do arco elétrico no
decorrer do ciclo de operação do religador.
111
UNIDADE IV │ Subestação

A alocação de religadores automáticos no alimentador principal e de fusíveis de


expulsão de ação retardada nos ramos laterais são adotados pelas concessionárias de
distribuição de energia elétrica para alimentadores primários.

»» Uma falta temporária no alimentador principal ou no ramal será removida


pelo religador, e o fornecimento será restaurado de forma automática.

»» Uma falta permanente no ramal será removida pelo fusível de expulsão.

»» Uma falta permanente no alimentador principal será removida pelo


religador pela ação de bloqueio.

Figura 67. Diagrama unifilar de alimentador.

Ramal
Alimentador
Principal

Ramal
Defeituoso

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Fusíveis de baixa tensão

Os fusíveis são os componentes mais básicos de proteção de sobrecorrente. Eles são


relativamente baratos e isentos de manutenção. Por estes motivos, eles são amplamente
utilizados por concessionárias de distribuição para que os transformadores e ramais
de alimentadores laterais sejam protegidos. Eles consistem de um filamento metálico
intercalado em um ponto determinado do circuito.

A principal função destes componentes é sua operação no meio de faltas permanentes


e isolação da seção faltosa da porção sem defeito. Em relação a seu posicionamento, os
fusíveis ficam de modo que a menor seção do alimentador seja separada.

As principais características dos fusíveis são:

»» Corrente nominal – é a corrente que o componente suporta


continuamente sem interrupção. Esse valor é destacado no corpo do
componente.

»» Corrente de curto circuito – é a corrente máxima em circulação e que


deve ser instantaneamente interrompida.

112
Subestação │ UNIDADE IV

»» Capacidade de ruptura (kA) – é o valor de corrente onde o fusível


é capaz de interromper com segurança. Isto não depende da tensão
nominal da instalação.

»» Tensão nominal – tensão para a qual o fusível foi construído.

»» Resistência de contato – é o valor de resistência entre o contato da


base e o fusível.

Tipos de fusíveis

Segundo a característica de desligamento:

»» Efeito rápido – são fusíveis destinados à proteção de circuitos em que não


ocorre uma variação considerável de corrente quando há o acionamento
do circuito.

»» Efeito retardado – são fusíveis que suportam alguns segundos o aumento


do valor da corrente, muitas vezes utilizados na partida de motores em
que a corrente de partida pode atingir de 5 a 7 vezes do valor da corrente
nominal.

Segundo a tensão de alimentação:

»» Baixa tensão.

»» Alta tensão.

Figura 68. Fusíveis de baixa tensão.

Fonte: Catálogo WEG.

113
UNIDADE IV │ Subestação

Segundo a tecnologia de fusão:

»» Fusíveis de expulsão.

»» Fusíveis limitadores de corrente.

A principal diferença entre estas duas tecnologias está na forma em que o arco elétrico
é extinto. O tipo expulsão é encontrado na maioria dos fusíveis usados em sistemas de
distribuição. Eles são compostos pelo elo fusível, uma estrutura de suporte e um tubo
para confinar o arco elétrico. O elo fusível é aquecido quando ocorre a passagem de
corrente e é destruído quando a corrente excede um valor pré-determinado. O interior
do tubo é composto por uma fibra desionizante. No surgimento de uma falta, o elo
fusível se funde produzindo um arco elétrico e gases desionizantes. As partículas que
mantêm o arco são expelidas quando estes gases são expelidos pelos terminais do
tubo. Desta forma, o arco é extinto no momento em que o zero da corrente é alcançado.

Os fusíveis limitadores de corrente dissipam a energia no arco em um ambiente fechado


fundindo uma areia especial dentro de um tubo isolante. Este processo extingue o
arco de forma rápida, forçando a corrente para zero de forma antecipada por volta
de um quarto de ciclo. O tubo é construído de resina e formado de fibra de vidro –
epóxi que é capaz de suportar as pressões durante o processo de interrupção para que
não cause ruptura do encapsulamento. Estes fusíveis são utilizados de forma geral
em equipamentos elétricos em que a corrente de falta é muito alta e uma falta interna
resulta em uma séria falha. Pelo fato destes serem mais caros que os de expulsão, sua
aplicação é em geral limitada a locais quando a corrente de falta excede 2000 a 3000A.

Figura 69. Fusíveis limitadores de corrente para circuitos e transformadores.

Fonte: <https://www.inebrasa.com.br/>. Acesso em: 23/1/2018.

Outros exemplos:

<https://static.wixstatic.com/media/fe5b1e_1640ca5a03504e71926a25ced27b
b727~mv2png/v1/fill/w_113,h_615,al_c,usm_0.66_1.00_0.01/fe5b1e_1640ca5
a03504e71926a25ced27bb727~mv2.png>.

114
Subestação │ UNIDADE IV

<https://static.wixstatic.com/media/fe5b1e_fc96985ecdea44b894989326d425
e379~mv2.png/v1/fill/w_460,h_409,al_c,usm_0.66_1.00_0.01/fe5b1e_fc96985
ecdea44b894989326d425e379~mv2.png>.

O objetivo principal destes fusíveis limitadores de corrente é a prevenção a danos devido


ao excesso de corrente de falta. Os fusíveis de sistemas de potência são construídos
em chaves com contatos fixos e móveis além do elo fusível que protege o circuito
contracorrentes de faltas.

Figura 70. Chave fusível em circuitos de distribuição e Chave com fusível em SE.
Conexão
da fonte

Fixação
Olhal

Isolador

Fusível

Conexão
da carga

Figura 4.32 (a) Chave Fusível em Circuitos de Distribuição


(b) Chave com Fusível em SE.
Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

O tempo para o fusível operar para diferentes níveis de corrente de falta é definido pela
curva característica inversa de tempo x corrente de um fusível. Este tempo decresce
quando o nível de corrente aumenta. Esta curva característica é normalmente dada
como uma banda entre duas curvas como ilustrada na figura 71. A curva mais a esquerda
define o tempo de fusão mínimo, enquanto que a curva mais à direita representa o
tempo de eliminação máximo para diferentes níveis de corrente.

Figura 71. A característica inversa tempo x corrente de um fusível.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

115
UNIDADE IV │ Subestação

O custo é uma das vantagens que os fusíveis apresentam sobre os disjuntores. Outra
vantagem é que os fusíveis podem interromper de forma segura correntes de curto-
circuitos mais elevadas que os disjuntores e em um tempo reduzido. Uma desvantagem
é a necessidade de reposição do componente após isolação da falta.

Chaves seccionalizadoras

Os seccionalizadores automáticos são componentes construídos para operar junto aos


religadores, ou com o disjuntor comandado por relés de sobrecorrente que são dotados
pela função de religamento.

Diferente do religador/disjuntor, este componente não interrompe a corrente de defeito.


Ele abre seus contatos quando o circuito é desenergizado pelo religador/disjuntor
situado à sua retaguarda.

O seccionalizador é ligado a uma certa distância do religador/disjuntor no seu lado


de carga. Toda vez que o religador interrompe a corrente de falta, o seccionalizador
conta a interrupção e, após um número de interrupções, abre seus contatos antes da
abertura definitiva do religador. Portanto, um trecho sob condições de falta permanente
é isolado, mantendo o religador e os demais trechos em operação normal.

Considere o seguinte cenário para o circuito representado na figura 72. Uma falta
permanente F que ocorre no alimentador principal, na zona de proteção do religador
e no seccionalizador. O ajuste no religador está configurado para quatro disparos e o
seccionalizador está ajustado para três contagens.

Figura 72. Seccionalizador Ligado à Jusante do Religador.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

O seccionalizador deverá isolar a área defeituosa logo após o religador efetuar o terceiro
desligamento conforme figura 73.

116
Subestação │ UNIDADE IV

Figura 73. Princípio de Coordenação Religador x Seccionador.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Vale ressaltar que na abertura do seccionalizador (que ocorre após a terceira contagem),
o circuito está desenergizado pelo religador dispensando considerar o seccionalizador
de capacidade de interrupção de corrente de curto-circuito. Desta forma, ele se torna
mais barato do que um religador ou disjuntor.

Chaves elétricas

São componentes de manobra, destinados ao estabelecimento ou interrupção da


corrente em um circuito elétrico. São compostas por contatos móveis e contatos fixos e
podem ou não ser comandadas com carga.

Estas chaves para operação sem carga são denominadas de chaves a seco e podem
interromper correntes de excitação de transformadores e pequenas correntes capacitivas
de linhas sem carga.

Figura 74. Chave Seccionadora Unipolar de SE com Acionamento por Vara de Manobra.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

117
UNIDADE IV │ Subestação

As chaves seccionadoras são normalmente fornecidas para comando por bastão de


manobra e podem também ser comandadas de forma remota e acionadas a motor. O
arco elétrico presente na abertura da chave seccionadora na subestação Luiz Gonzaga
da CHESF é decorrente do efeito de indução que se encontra na subestação.

Figura 75. Arco elétrico durante abertura sem carga de chave seccionadora na SE Luiz Gonzaga (500 kV).

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Chaves de aterramento

As chaves de aterramento são chaves de segurança que garantem que uma linha seja
aterrada durante a operação de manutenção na linha. Elas são operadas somente
quando a linha está desenergizada e é utilizada para evitar energizações indesejadas do
bay, localizado no extremo oposto, e para eliminar induções em função de sobretensões
de origem da atmosfera ou devido à proximidade de linhas.

Para-raios

Os para-raios são localizados geralmente nas entradas e saídas de linhas e na


extremidade de algumas barras de média tensão de subestações ou em transformadores
de distribuição. Sua função é a proteção contra sobretensões promovidas por
chaveamentos e descargas atmosféricas no sistema.

Os para-raios e supressores de surtos de tensão são ambos componentes utilizados


para proteger os equipamentos contra sobretensões transitórias. Os supressores de
surtos geralmente são utilizados na carga e um pára-raio geralmente possui uma maior
capacidade de energia.

No início, os para-raios eram compostos por apenas espaçamentos (gaps) preenchidos


por ar ou um gás especial. Quando há o surgimento de um transitório de tensão, a

118
Subestação │ UNIDADE IV

isolação do meio é rompida e a corrente flui através dos gaps estabelecendo uma
condição de falta com tensão próxima a zero por um tempo de no mínimo meio ciclo.

Em série aos espaçamentos dos para-raios como elementos dissipadores de energia


foram introduzidos os resistores não lineares de SiC (silicon carbide). Estes diminuem
rapidamente sua impedância com o aumento da tensão. O uso destes resistores
melhorou o desempenho dos para-raios limitando a tensão e evitando que caísse
próximo a zero.

O desenvolvimento da tecnologia MOV (Metal Oxide Varistor) troxe melhorias em


relação às características da descarga, sem o desenvolvimento de transitórios impulsivos
que levava à falha de isolação dos equipamentos. A vantagem da tecnologia MOV sobre
os dispositivos baseados em gaps é que a tensão não é reduzida abaixo do nível de
condução quando se inicia a condução da corrente de surto.

Figura 76. Para-raios de Estação Polimérico e de Porcelana.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Sistema de proteção

Um sistema de proteção em um sistema elétrico de potência é responsável por detectar


falta e isolar áreas afetadas no menor tempo possível, de uma forma confiável e com
mínima interrupção.

Objetivos de um sistema de proteção:

»» Segurança pessoal.

»» Manter a integridade dos equipamentos.

»» Isolar a parte afetada do restante do sistema.

»» Assegurar a continuidade de fornecimento.

119
UNIDADE IV │ Subestação

Requisitos do Sistema de Proteção: são propriedades que descrevem as


características funcionais de um sistema de proteção:

»» Seletividade – determina a coordenação da proteção.

»» Rapidez ou Velocidade.

»» Sensibilidade.

»» Confiabilidade.

»» Custo.

a. Seletividade: é uma propriedade da proteção responsável por somente


desconectar do sistema a parte atingida pelo defeito. A seletividade é uma
condição principal para assegurar ao consumidor um serviço seguro e
contínuo por desconectar uma menor parte da rede necessária para isolar
a falta.

Figura 77. Esquema de Seletividade da Proteção.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em> <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Premissas da seletividade:

›› Solicitar todas as proteções localizadas entre a fonte e o ponto de defeito.

›› Não solicitar as proteções que se localizam do ponto de defeito em diante.

›› A proteção mais próxima ao ponto de defeito deve atuar com a isolação


completa do componente defeituoso e desligar a menor porção do
sistema elétrico.

120
Subestação │ UNIDADE IV

b. Rapidez e velocidade – capacidade de resposta do sistema de proteção


dentro do menor tempo possível de modo a:

Assegurar a continuidade do suprimento e a manutenção de condições


normais de operação.

›› Auxiliar na manutenção da estabilidade do sistema pela remoção do


distúrbio.

›› Evitar ou diminuir a extensão dos danos no sistema.

Quanto menor o tempo de permanência da falta, maior poderá ser o


carregamento do sistema.

Figura 78. Curva de potência versus tempo de atuação da proteção.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em> <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

c. Sensibilidade – é responsável por identificar uma condição anormal


que ultrapassa um valor limite ou de pick-up para a qual inicia uma
ação de proteção quando as quantidades sentidas são maiores que o
valor limite. Ela se refere ao nível mínimo de operação (corrente, tensão,
potência e outros) de relés ou esquemas de proteção.

Equação 9

Onde:

›› FS: fator de sensibilidade da proteção.

›› Isc,min: valor de corrente de curto-circuito no extremo mais afastado


da falta.

121
UNIDADE IV │ Subestação

›› Ipick-up: valor mínimo de corrente especificada no relé. O valor de


pick-up é o valor determinado para o relé operar.

Se os parâmetros de operação são baixos, o relé ou esquema de proteção


é considerado sensível.

d. Confiabilidade – é a possibilidade do componente, equipamento ou


sistema funcionar corretamente quando sua atuação for requerida.

Confiabilidade:

›› É a certeza de uma operação correta quando ocorre uma falta. O relé


deve operar na presença de falta que está dentro da zona de proteção.

›› É o grau de certeza de não supressão de disparo.

e. Segurança – é o grau de certeza de não haver operação indesejada.

Para falta fora da zona de proteção ou na ausência de falta no sistema o


relé não deve operar desnecessariamente.

Segurança é a probabilidade de uma função ser executada quando


desejada. O sistema de proteção deve possuir segurança, quando há
defeito ou condição anormal, e a proteção nunca deve falhar ou realizar
uma falsa operação.

A operação incorreta ou intempestiva de um dispositivo pode ser atribuída a:

f. Esquema de proteção – conjunto de dispositivos de proteção que possui


determinada função e inclui todos os equipamentos (relés, TCs, TPs, baterias
e outros) que são necessários para o funcionamento do esquema de proteção.

›› Projeto incorreto:

·· Do sistema de proteção.

·· Do relé.

›› Ajuste incorreto.

›› Testes incorretos.

›› Instalação incorreta.

›› Degradação em serviço.

g. Custo – máxima proteção ao menor custo possível.

122
Subestação │ UNIDADE IV

Relés

São componentes responsáveis pelo gerenciamento e monitoramento das grandezas


elétricas em um dado circuito. Os relés são construídos para sentir perturbações no
sistema elétrico e executar ações de controle sobre dispositivos de disjunção de forma a
proteger pessoas e equipamentos.

O sistema de proteção é composto por um conjunto de subsistemas integrados que


interagem entre si de forma a produzir a melhor atuação sobre o sistema, isolando a
área defeituosa sem que esta comprometa o restante do SEP.

Estes subsistemas são formados por relés, disjuntores, transformadores de instrumentação


e pelo sistema de suprimento de energia. A figura 79 ilustra a associação entre um relé
de proteção e os demais componentes do sistema de proteção.

Figura 79. Equipamentos de um sistema de proteção.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

O principal objetivo do relé de proteção é enviar um sinal de disparo, por meio de um


contato seco (SD), para uma bobina de abertura do disjuntor ou de mínima tensão dos
disjuntores associados.

Figura 80. Terminais de Entrada e Saída do Relé.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

123
UNIDADE IV │ Subestação

Estes relés atuam comparando-se os dados medidos no sistema elétrico com


valores pré-ajustados no próprio relé. Os relés recebem sinais de tensão ou corrente
através de transformadores de instrumentos, compara com os valores pré-definidos
e, caso exista alguma anormalidade, eles enviam comandos de abertura (trip)
para os disjuntores e este isola a parte do sistema elétrico sob falta, do restante
do sistema.

Figura 81. Associação entre Relé e Disjuntor.

Legenda:

TC – Transformador de corrente

TP – Transformador de potencial

R – Relé de proteção

D – Disjuntor

ST – Sinal de tensão

SC – Sinal de corrente

SD – Sinal de disparo

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

As condições para atuação do relé são:

»» Grandezas medidas ultrapassam os limites pré-definidos para partida


do relé.

»» Tempo de duração da falta ultrapassa o valor de tempo pré-definido no


relé.

Funções de proteção

Os relés possuem suas funções de proteção identificadas por números, de acordo com
a as normas IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers), ANSI (American
National Standards Institute) e IEC (International Electrotechnical Commission).

O quadro 11 ilustra alguns dos códigos de funções de proteção padrão praticados pelo
IEEE/ANSI.

124
Subestação │ UNIDADE IV

Quadro 11. Principais Funções de Proteção Aplicadas em SE Distribuidora.

Função Descrição

50 Função de sobrecorrente instantânea de fase.

51 Função de sobrecorrente temporizada de fase.

50N Função de sobrecorrente instantânea de neutro.

51N Função de sobrecorrente temporizada de neutro.

50/51NS Função de sobrecorrente neutro sensível.

51BF Função de falha de disjuntor.

46 Função de sequência negative.

67 Função de sobrecorrente direcional de fase.

67N Função de sobrecorrente direcional de neutro.

21 Função de proteção de distância.

27 Função de subtensão.

59 Função de sobretensão.

79 Função de religamento.

50BF Função de falha do disjuntor.

51G Função de sobrecorrente de terra.

87 Função de diferencial.

61 Função de desequilíbrio de corrente.

25 Função de sincronismo.

26 Função temperatura do óleo.

49 Função temperatura do enrolamento.

63 Função de pressão do gás do transformador de potência.

71 Função de nível do óleo.

98 Função de oscilografia.

43 Função transferência da proteção.

86 Função de bloqueio.

90 Função regulação automática de tensão.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Os relés em uma subestação podem ser utilizados para dividir o sistema elétrico em
zonas separadas, nas quais podem ser protegidas e desconectadas individualmente
na ocorrência de uma falta. A lógica de operação do sistema de proteção particiona o
sistema de potência em várias zonas de proteção, cada uma exigindo seu próprio grupo
de relés.

125
UNIDADE IV │ Subestação

Figura 82. Zonas da Proteção Principal.

Zona de Proteção da SL Zona de Proteção da EL

SL EL
D2 D1 Zona de Proteção do B2
B2

D3

TR Zona de Proteção do TR
BC Zona de Proteção da B1
D9 D4

B1

D5 D6 D7 D8
Zona de Proteção do AL

AL1 AL2 AL3 AL4

Zona de Proteção do BC Falta

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: 23/1/2018.

Figura 4.44. Zonas da Proteção Principal.


Dentro de sua zona de proteção principal somente alguns relés atuam para faltas.
Contudo, existem alguns tipos de relés que são capazes de detectar falhas dentro de uma
zona particular ou fora dela, geralmente em zonas adjacentes, podendo ser utilizados
para proteção de retaguarda da proteção principal.

Figura 83. Zonas de Proteção Principal e de Retaguarda.

TR

Zona de Proteção
R4 de Retaguarda (backup)

D4

R6 Zona de Proteção
R5 R7 R8 Principal do AL

D5 D6 D7 D8

AL1 AL2 AL3 AL4

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

126
Subestação │ UNIDADE IV

A proteção de retaguarda corresponde a um equipamento ou sistema de proteção


destinado a operar quando uma falta no sistema elétrico não é isolada no devido tempo.
Para realizar esta operação, o relé de proteção de retaguarda tem um componente sensor
que pode ser similar ou não ao do sistema de proteção principal, mas que também
inclui um retardo de tempo para facilitar a redução da velocidade de operação do relé.

Em uma subestação de distribuição, as proteções normalmente encontradas nos vãos


são:

a. Proteção de entrada de linha:

›› Sobrecorrente: 50/51, 50/51N, 67, 67N, 27, 59, medição e oscilografia.

b. Proteção de saída de linha:

›› Sobrecorrente: 50/51, 50/51N, 46, 67, 67N, 79, 50BF, medição e


oscilografia.

›› Distância: 21, 50/51, 50/51N, 67, 67N, 79, 46, 50BF.

c. Proteção do transformador:

›› Sobrecorrente – retaguarda: 50/51, 50/51N, 50BF, medição e


oscilografia

›› Diferencial: 87, 50/51, 50/51N, 51G, 50BF, medição e oscilografia.

›› Proteções intrínsecas do transformador: 63, 63A, 80, 49, 26, 71.

d. Proteção do barramento de 15 kV:

›› Sobrecorrente: 50/51, 50/51N, 50BF, medição e oscilografia.

e. Proteção de alimentadores:

›› Sobrecorrente: 50/51, 50/51N, 50/51NS, 46, 27, 79, 50BF, medição e


oscilografia.

f. Proteção de banco de capacitores:

›› Sobrecorrente + desequilíbrio: 50/51, 50/51N, 50/51NS, 46, 27, 59,


50BF, 61.

O quadro 12 mostra um resumo dos vãos de uma subestação de distribuição típica e as


funções de proteção mínimas associadas a cada vão.

127
UNIDADE IV │ Subestação

Quadro 12. Funções de proteção associadas em Cada vão de uma SE típica.

Vão Funções de Proteção Mínimas


Entrada de Linha 50/51, 50/51N, 67/67N, 27, 59 e 50BF.
Saída de Linha 21, 50/51, 50/51N, 67/67N, 46A, 79 e 50BF.
Transformador 26, 49, 63, 63A, 71, 80, 50/51, 50/51N e 87.
Barra de 15kV 50/51, 50/51N, 50BF.
Alimentador 50/51, 50/51N, 50/51NS, 46, 46A, 27, 79 e 50BF.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Uma das principais funções de proteção é a função de sobrecorrente. Segundo a norma


IEC 60255-3, 1992, as curvas características de corrente são do tipo:

»» Normal inversa.

»» Muito inversa.

»» Extremamente inversa.

»» Tempo longo inverso.

»» Moderadamente inversa.

Figura 84. Exemplo de aplicação dos elementos de sobrecorrente.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

Legenda:

»» NI – Curva normal inversa.


128
Subestação │ UNIDADE IV

»» MI – Curva muito inversa.

»» EI – Curva extremamente inversa.

»» TD – Tempo definido.

Observa-se nas curvas ilustradas na figura 85 que, no intervalo de 1,5 ≤ M <3,7, a


proteção será atuada pelo elemento 1 (normal inversa), no intervalo de 3,7 ≤ M <5,5
a atuação da proteção ocorrerá pelo elemento 2 (muito inversa). A atuação ocorrerá
pelo elemento 3 para relações de M entre 5,5 e 10 e para correntes maiores do que 10
vezes a corrente de atuação, a unidade instantânea será a responsável pela operação. As
curvas mais utilizadas são as curvas IEC normal inversa, muito inversa e extremamente
inversa.

A figura 86 ilustra um exemplo do esquema de proteção das funções de sobrecorrente


instantânea e temporizada 50/51, respectivamente, de fase e de neutro da saída de um
alimentador radial. Os relés enviam sinal para o disjuntor 52.

Figura 85. Diagrama unifilar do esquema de proteção da saída de um alimentador radial.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018+

Coordenação de dispositivos de proteção de


sobrecorrente

A coordenação da proteção é determinada pela seletividade. Ela corresponde ao


relacionamento adequado entre as características e os tempos de operação dos
dispositivos de proteção de um sistema ou parte dele, ou de um equipamento elétrico
de forma a garantir a seletividade (NBR 5660, 1996).

A técnica de selecionar, coordenar, ajustar e aplicar os vários equipamentos e dispositivos


protetores a um sistema elétrico corresponde ao princípio básico de proteção.

A coordenação é o ato ou efeito de possuir dois ou mais dispositivos de proteção em série,


segundo certa ordem, de forma a atuarem em uma sequência de operação pré-determinada.

129
UNIDADE IV │ Subestação

a. Coordenação de fusíveis série:

Deve atuar primeiro no elo fusível protetor e para isso o tempo total de
interrupção dele deve ser menor que o tempo mínimo para a fusão do elo
fusível protegido.

Figura 86. Coordenação entre fusíveis.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

b. Coordenação entre religador e fusível:

O elo fusível não deve atuar durante a operação rápida do religador.

Figura 87. Coordenação entre religador e fusível.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

130
Subestação │ UNIDADE IV

c. Coordenação entre disjuntor e fusível:

A figura 88 ilustra duas curvas de funcionamento, a de um disjuntor (D)


e a de um fusível (F). Elas são coordenadas de modo que o fusível atue
primeiro em caso de curto-circuito, não atuando em caso de pequena
sobrecorrente, deixando que o disjuntor assegure a proteção.

Figura 88. Coordenação entre disjuntor e fusível.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

d. Coordenação entre religador e seccionalizador:

A coordenação é realizada a partir do número de disparos do religador.


Um seccionalizador programado para operar após 3 disparos.

Figura 89. Coordenação entre religador e seccionalizador.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

131
UNIDADE IV │ Subestação

Transformador

Redes de distribuição

As redes de distribuição usam duas topologias básicas:

a. Rede Radial – é baseada em uma única fonte de suprimento onde


todas as unidades consumidoras são alimentadas a partir de um único
alimentador. Esse arranjo é usado particularmente para distribuição em
MT em áreas rurais e possibilitam um suprimento de baixo custo. Esta é
normalmente utilizada em sistemas de distribuição aérea.

b. Rede em Anel Aberto – são usadas várias linhas de alimentação


onde dois possíveis caminhos elétricos podem suprir qualquer unidade
consumidora, onde cada caminho é ativado a qualquer instante, e a
alimentação de retaguarda é dada pelo uso de outro anel. Esta configuração
é utilizada em sistemas de distribuição subterrânea e em áreas urbanas
densamente populosas.

Sistema digital de automação

Com o avanço da tecnologia, as empresas de energia elétrica, ao longo do tempo, vêm


implantando sistemas de aquisição de dados, supervisão e controle (SCADA/EMS)
nos centros de operação de sistemas (COS). As Unidades Terminais Remotas (UTR),
localizadas nas subestações, inicialmente realizaram a interface entre o sistema SCADA
do COS e os relés eletromecânicos, eletrônicos, disjuntores e secionadores. Os sistemas
digitais para automação de subestação (SDA) surgiram com a redução dos custos da
tecnologia microprocessada e a consolidação no mercado dos relés digitais multifunção.

Na figura 90, é ilustrado um diagrama de bloco simplificado de um SDA para uma


subestação com os respectivos níveis funcionais.

Figura 90. Diagrama de Bloco da Hierarquia Funcional de um SDA para SE.

Fonte: Profa Ruth Leão. Disponível em: <www.dee.ufc.br/~rleao>. Acesso em: 23/1/2018.

132
Subestação │ UNIDADE IV

Os SDAs, conforme apresentado na figura 90, são compostos de três níveis funcionais:

»» Nível 0: corresponde ao processo – vãos, disjuntores e secionadores.

»» Nível 1: constituído das unidades de controle de posição (UCPs) – relés,


intertravamentos e automatismos locais.

»» Nível 2: composto da unidade de controle de subestação (UCS), sistema


SCADA e comunicação com o Nível 1 (UCPs).

»» Nível 3: (SCADA do Centro de Operação do Sistema – COS).

O sistema SCADA possui como função receber informações de alterações nos estados
do sistema elétrico e de falhas e atuações de equipamentos, controle da subestação e
dispositivos de proteção.

As atribuições reguladas pelo Prodist para os Centros de Operação são:

»» Gerenciar e executar o processo de programação de intervenções em


instalações do sistema de distribuição.

»» Receber ou enviar aos acessantes e aos agentes de transmissão as


solicitações de intervenções.

»» Analisar, otimizar, aprovar e cancelar as solicitações de intervenções.

»» Realizar ou solicitar análises e estudos quando necessários para verificar


impactos ou interferências de uma ou mais intervenções no sistema de
distribuição.

»» Manter atualizada a base de dados do sistema de distribuição sob sua


supervisão.

»» Convocar, se necessário, os solicitantes de intervenções para participar


de sua programação.

»» Verificar se as intervenções são de emergência ou de urgência, quando as


intervenções não são programadas.

133
Referências

GEDRA, Ricardo Luis; BARROS, Benjamim Ferreira de; BORELLI, Reinaldo. Geração,
Transmissão, Distribuição e Consumo de Energia Elétrica. Série Eixos. Érica,
2014.

KAGAN, Nelson; OLIVEIRA, Carlos César Barioni de; ROBBA, Ernesto João.
Introdução aos sistemas de distribuição de energia elétrica. 2. ed. Edgard
Blücher, 2010.

PINTO, Milton de Oliveira. Energia Elétrica – geração, transmissão e sistemas


interligados. LTC. 2013.

SATO, André Kiyoshi Coutinho. Transmissão de potência em corrente contínua


e em corrente alternada: estudo comparativo. Guaratinguetá: [s.n], 2013. = 90 f: il.
Bibliografia: f. 90

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Installation and User´s manual – Ref PCRED 301006EN/2 – ART. 08556, Grenoble,
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ. Centro de Tecnologia. Departamento de


Engenharia Elétrica – GTD. Geração, Transmissão e Distribuição de Energia
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