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MATEUS FORMOLO
Caxias do Sul
2019
MATEUS FORMOLO
Caxias do Sul
2019
MATEUS FORMOLO
BANCA EXAMINADORA
Agradeço a Deus.
Agradeço à minha família por todo apoio prestado durante todos os momentos da
minha vida, por me ensinar a enxergar a vida com outros olhos.
Agradeço aos meus amigos que, de alguma forma, fizeram parte da minha trajetória.
Referencio o meu orientador Sergio, por se disponibilizar a me auxiliar durante todo
o desenvolvimento deste estudo.
Agradeço a todos os meus professores que fizeram parte da minha formação e pelos
quais tenho profundo respeito e admiração.
“O corpo muda a mente,
A mente muda o comportamento,
E o comportamento, muda o nosso destino!” (Saulo Arruda).
RESUMO
Sendo a sustentabilidade um dos fatores que aumenta a busca por novas implementações para
modernizar o setor da construção civil, visto que sistemas pré-fabricados tem como fator
principal elevar os níveis de racionalização construtiva, ou seja, reduzir os desperdícios e os
custos, o sistema wood frame está inserido nessas características. Algumas bibliografias
apontam que os efeitos da poluição sonora vem sendo cada vez mais prejudiciais ao meio
ambiente e a saúde humana, sendo que uma das medidas para atuar diretamente no problema é
através do condicionamento e isolamento acústico, afim de garantir o conforto do ambiente
conforme a sua finalidade. Com os objetivos de garantir um ambiente com condições audíveis,
o programa experimental consiste na construção de um protótipo modular em wood frame,
definidos por diferentes modelos com e sem preenchimento interno de material absorvente, no
qual foram submetidos a testes de níveis de pressão sonora e tempo de reverberação utilizando
quatro frequências sonoras com base no espectro vocal, afim de compará-los entre eles. Os
resultados obtidos neste estudo comprovam como os materiais absorventes influenciam no
desempenho acústico do ambiente.
As sustainability is one of the factors that increases the search for new implementations to
modernize the construction sector, since prefabricated systems have as main factor raising the
levels of constructive rationalization, that is, reducing waste and costs, the system wood frame
is inserted in these characteristics. Some bibliographies point out that the effects of noise
pollution have been increasingly harmful to the environment and human health, and one of the
measures to act directly on the problem is through conditioning and acoustic isolation, in order
to ensure the comfort of the environment according to its purpose. In order to ensure an
environment with audible conditions, the experimental program consists of the construction of
a modular wood frame prototype, defined by different models with and without internal filling
of absorbent material, which were subjected to sound pressure levels and reverberation time
using four sound frequencies based on the vocal spectrum in order to compare them between
them. The results obtained in this study prove how absorbent materials influence the acoustic
performance of the environment.
1 INTRODUÇÃO................................................................................................................. 13
5 RESULTADOS E DISCUSSÃO...................................................................................... 49
5.1 NÍVEL DE PRESSÃO SONORA MÁXIMO ................................................................. 49
5.2 NÍVEL DE PRESSÃO SONORO EQUIVALENTE ...................................................... 53
5.2.1 250hz ............................................................................................................................. 53
5.2.2 500hz ............................................................................................................................. 55
5.2.3 1000hz ........................................................................................................................... 57
5.2.4 2000hz ........................................................................................................................... 59
5.3 TEMPO DE REVERBERAÇÃO .................................................................................... 61
6 CONCLUSÕES ................................................................................................................. 66
REFERÊNCIAS ..................................................................................................................... 67
1 INTRODUÇÃO
para determinado tipo de uso, ou seja, o som reverberante transforma o lugar mais vibrante e
vivo. Os níveis de pressão sonora têm o intuito de determinar o grau de potência de uma onda
sonora e determinar a amplitude do som que é ouvida, garantindo um conforto ao ouvido
humano.
Para isso foram utilizados métodos empíricos para realização dos ensaios em
relação ao desempenho acústico de um protótipo modular construído pelo sistema wood frame
e comparado em diferentes situações, no qual será abordado nesse trabalho.
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2 DIRETRIZES DA PESQUISA
2.3 HIPÓTESE
O trabalho tem como hipótese a de que o sistema construtivo wood frame obtenha
resultados satisfatórios quanto ao isolamento acústico, sendo que quando submetidos a
diferentes materiais absorventes podem haver variações no desempenho.
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2.4 PRESSUPOSTOS
2.5 LIMITAÇÕES
2.6 DELIMITAÇÕES
2.7 DELINEAMENTO
3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
VANTAGENS DESVANTAGENS
Obra seca e limpa gera menos resíduos Mão de obra especializada
Pré-construção em ambiente industrializado Altura das edificações de no máximo 5
reduz tempo da obra pavimentos
Utiliza madeira de reflorestamento, única
Baixa oferta de mão de obra especializada
matéria prima renovável na construção civil;
Sustentabilidade, rapidez e limpeza da obra,
Baixa oferta de ferramentas específicas
durabilidade e eficiência das construções
Resistência do mercado à mudança
Estabilidade do preço da matéria prima
(preconceito da sociedade)
Flexibilidade de projeto
Conforto e resistência
Fonte: Souza (2012, p. 13).
3.3.1.2 Lã de poliéster
As chapas 'OSB' formadas por partículas estruturais teve início no Brasil no ano de
2012, sendo considerado um material com boas características estruturais de estabilidade e
resistência mecânica, é considerado um elemento melhor que o compensado de madeira pelo
fato de utilizar toras de qualidade inferior e baixo valor comercial em sua produção, quando
produzidas são incorporados em sua composição resina a prova d'agua e parafina, sendo que a
sua geometria é formada por camadas cruzadas que são consolidadas e prensadas em alta
temperatura. (IWAKIRI; MENDES; SALDANHA, 2002).
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As chapas de OSB estrutural (classe 2) com espessura de 9,5mm localizadas nas faces
externas das paredes exercem função de contraventamento, exceto aquelas existentes
em áreas molhadas. As chapas recebem tratamento contra o ataque de cupins, porém
não apresentam resistência a fungos emboloradores/apodrecedores. O índice de
umidade das mesmas deve ser de no mínimo 2% e no máximo de 12%, verificado
conforme método de ensaio disposto na norma DIN EN 300.
O som é tudo que é captado pelo sentido auditivo, são vibrações das partículas do
ar que se propagam no meio elástico com uma determinada frequência, já o ruído é um conjunto
de sons ou frequências indesejáveis ao nosso ouvido. Existem diversos efeitos prejudiciais à
saúde que os ruídos geram, como: em níveis elevados, podem causar danos fisiológicos,
psicológicos e mecânicos. (BISTAFA, 2011).
Tendo em vista que o ruído é considerado um som indesejável, Bistafa (2011)
destaca o julgamento da utilidade do som, sendo que depende do contexto em que está inserido,
ou seja, uma percepção subjetiva do que é indesejável.
Frequência é definida pelo número de oscilações de onda, que em um intervalo de
tempo de maior e menor, oscila de pressão e depressão, sendo representada pela expressão em
Hertz (Hz), que equivale a um segundo, ou seja, quando uma onda vibra a 10Hz, significa que
ela oscila 10 vezes por segundo. (CARVALHO, 2010). O gráfico evidência a frequência.
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𝑁
𝐿𝑝𝑖
𝐿𝑝 = 10 log ( ∑ 10( 10 ) ) (1)
𝑖=1
Onde:
• 𝐿𝑝 é o nível da pressão sonora da banda larga;
• 𝑁 é o número de bandas estreitas contidas na banda larga;
• 𝐿𝑝𝑖 é o nível de pressão sonora da 𝑖-ésima banda estreita;
Assim que uma onda sonora incide em uma superfície, ocorre quatro situações
distintas, sendo que uma parte do som é transmitida, parte é propagada pelo material, parte é
absorvida pela superfície e o restante é refletido para a origem que se encontra a fonte sonora.
O material tem a capacidade de transformar as ondas sonoras em energia térmica, assim
conclui-se que o material que retém maior energia é considerado de boa absorção sonora.
(CARVALHO, 2010)
Segundo Luca (2015), quanto maior a densidade da parede, melhor será o seu
desempenho acústico, pelo fato de que o peso dificultará a vibração da parede.
Ao se deparar com a falta de informações em relação ao índice de isolamento
acústico, faz-se necessário adotar a lei da massa, que no caso é obtida de forma empírica e após
confirmada pela teoria. O isolamento acústico é calculado através da densidade superficial, no
entanto é possível verificar no gráfico que o material ao ser duplicado não resulta o dobro de
isolamento, mas sim um acréscimo de 6db. (CARVALHO, 2010).
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Para Simões (2011), as paredes duplas são construídas com um espaçamento entre
elas, sendo que seu interior pode ser preenchido com material absorvente ou então deixado
vago, quanto maior o espaçamento entre as superfícies maior será a absorção da pressão sonora.
Portanto, recomenda-se a utilização de diferentes espessuras e materiais para que a estrutura
não sofra excitações.
O fato de haver uma fricção entre a onda sonora e o vão vazio, faz com que o sistema
se torne eficiente, essa fricção converte boa parte da energia sonora em calor, ocorrendo a perda
de intensidade de energia sonora através dos materiais absorventes ou do ar, e por consequência
resulta em um aumento da isolação. (LUCA, 2015).
Conforme explica Gagliardo e Mascia (2010), uma estrutura com sistema massa-
mola-massa é considerada uma estrutura do tipo sanduíche, no qual consiste em duas placas de
material resistente, alternadas por um material de menor resistência e baixa densidade em seu
interior. A resistência dessa estrutura a flexão, em algumas condições, é considerada maior que
uma estrutura maciça.
Para Miguel e Tamagna (2007) a isolação do som é basicamente não deixar o som
passar de fora para dentro e nem de dentro para fora de um ambiente. O isolamento acústico é
indicado na NBR 12.179, onde afirma que o isolamento "compreende a proteção contra ruídos
ou sons aéreos e ruídos ou sons de impacto". (ABNT, 1992).
Conforme cita Costa (2003), a transmissão sonora de um ambiente para outro, se
dá por meio de 3 caminhos diferentes, como veremos abaixo.
1. Através do ar, nas janelas, nas grades de ventilação, nas frestas, etc.
2. Através das canalizações e da estrutura da construção, por consequência de
que certas vibrações transmitem e afetam a utilização do ambiente para
atividades especificas.
3. Através das superfícies limítrofes do meio fechado.
Para Costa (2003), toda onda sonora que atinge uma superfície sólida, perde energia
por causa da viscosidade do ar e é transformado em calor, levando em consideração o tipo de
material. De fato, os materiais formados por estruturas porosas como madeira, plásticos
porosos, feltros, tecidos dentre outros, fornecem um coeficiente de absorção maior.
Conforme indica a Figura 3, Bistafa (2011) destaca que uma parte do som que bate
na superfície sólida é refletida e a outra parte é dívida em duas parcelas, que constitui em energia
sonora dissipada e transmitida pela parede. A medida do coeficiente de absorção sonora é
determinada pela equação abaixo:
Et + Ed
α= (2)
Ei
Onde:
• α é o coeficiente de absorção;
• Ed é a energia dissipada;
• Ei é o fluxo de energia incidente;
• Et é a energia transmitida;
Er
ρ= (3)
Ei
Onde:
• ρ é o coeficiente de reflexão;
• Er é o fluxo de energia refletida;
• Ei é o fluxo de energia incidente;
Et
τ= (4)
Ei
Onde:
• τ é o coeficiente de transmissão;
• Et é a energia transmitida;
• Ei é o fluxo de energia incidente;
A = S. α (5)
Onde,
• A é a absorção total;
• S é a área da superfície (m²);
• 𝛼 é o coeficiente de absorção sonora;
Aobj = ni Ai (6)
Onde:
• Aobj é a absorção do objeto;
• Ai é a absorção dos objetos;
• ni é a quantidade de objetos;
Onde:
• Aar é a absorção do ar;
• V ó o volume do ar no espaço (m³);
• m é o coeficiente do ar (m−1 );
Onde:
• A é o total de absorção
• 𝑆. 𝛼 é a absorção das superfícies
• 𝐴𝑜𝑏𝑗 é a absorção dos objetos
• 𝐴𝑎𝑟 é a absorção do ar
Conforme afirma Bistafa (2011), o tempo de reverberação requer mais tempo para
cessar quando a absorção sonora do ambiente é menor, já para recintos com muita absorção
sonora o tempo é mais baixo, tendo uma relação entre absorção sonora e tempo de reverberação.
Em 1896 a fórmula de Sabine foi uma grande contribuição para relacionar tempo de
reverberação e absorção sonora, que considera a constante 0,161 a área de absorção sonora e o
volume do ambiente equivalente. O mesmo é dado pela seguinte equação: (MICHALSKI,
2011).
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V
𝑇 = 0,161 (9)
∑A
Onde:
• T é o tempo de reverberação (s);
• V é o volume do recinto (m³);
• A é a área do recinto (m²);
Conforme descrito na NBR 12.179 (item 5.1.4.1), a fórmula de Sabine deve ser
utilizada quando o coeficiente médio de absorção for menor ou igual a 0,30. Já para coeficientes
maiores, utiliza-se para o cálculo do tempo de reverberação a fórmula de Eyring, dado pela
NBR 12.179.
0,161𝑉
𝑇= (10)
𝑆(−2,30𝑙𝑜𝑔10 (1 − 𝛼𝑚 ))
Onde:
A NBR 12.179, afirma que “O coeficiente médio ponderado de absorção sonora das
várias superfícies interiores do recinto e demais elementos absorventes nele contidos, do tipo
espectadores, cadeiras, mesas, etc.” É definida pela expressão abaixo: (CARVALHO, 2010)
∑ 𝑆𝑖 𝛼𝑖 (11)
𝛼𝑚 =
∑ 𝑆𝑖
Onde:
• 𝛼𝑚 é o coeficiente médio ponderado de absorção sonora
• 𝑆𝑖 são as superfícies;
• 𝛼𝑖 é o coeficiente de absorção
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4 MATERIAL E MÉTODOS
A lã de PET utilizada possui espessura de 5cm e para realização dos testes foi
utilizada uma camada dupla, totalizando 10cm de material absorvente.
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Figura 13 – Lã de PET
Não só a lã de PET como outros materiais podem ser utilizados como absorventes
sonoros, assim foram realizados testes com a utilização de um rebaixo de dentro do módulo, ou
seja, foi diminuído o volume interno com material de poliestireno expandido, também
conhecido como isopor e papelão com formato côncavo.
Qualquer tipo de material possui um coeficiente de absorção, sendo assim o papelão
e o isopor são considerados materiais de baixo coeficiente de absorção, porém quando utilizados
em diferentes geometrias podem aumentar a absorção sonora.
Observa-se na tabela abaixo uma relação do coeficiente de absorção do isopor
conforme o nível de frequência atuante.
Figura 14 – Isopor e papelão com formato côncavo utilizados para rebaixo superior
dosímetro ficou posicionado para captação da fonte sonora que se encontra na base da estrutura
e direcionando o som para o topo.
A imagem abaixo indica o posicionamento dos equipamentos.
4.4 MÉTODOS
Figura 19 – Estrutura com e sem lã de PET e rebaixo em papelão com formato côncavo
Foram realizados testes em quatro frequências diferentes, sendo eles 250Hz, 500Hz,
1000 Hz e 2000 Hz. A definição das frequências foi baseada em relação aos sons médios que
variam de 200 Hz a 2000 Hz, visto que o espectro vocal está concentrado nas frequências de
125 Hz e 1000 Hz. Portanto, Bistafa (2011) afirma que “A altura de um som depende da
frequência. Quanto maior a frequência, mais agudo será o som e vice-versa. Podem ser
considerados graves os sons de frequência inferior a 200 Hz”.
Para cada frequência foi realizado a medição nos módulos exibidos acima,
totalizando vinte e quatro ensaios.
Com os respectivos equipamentos dentro do módulo e o topo fechado para
isolamento, ligou-se a fonte sonora através do sistema bluetooth e após 25 segundos a fonte
sonora foi desligada para iniciar o cálculo do tempo de reverberação.
Através do programa experimental descrito neste capítulo, foi possível a obtenção
dos resultados referentes ao nível de pressão sonora e tempo de reverberação, possibilitando
comparar os valores obtidos com cada material utilizado.
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5 RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os testes foram executados de forma empírica, para cada ensaio foram utilizados
quatro níveis de frequência, com isso os valores foram tabulados e comparados através de
gráficos.
Em relação ao nível de pressão sonora, foram coletados os dados de maior pico para
cada frequência, como observado na tabela abaixo.
Para o primeiro ensaio, conforme o gráfico 10, onde foi verificado e comparado os
valores da estrutura com e sem lã de PET, percebe-se que a estrutura com lã de PET teve níveis
maiores de pressão sonora nas frequências de 250, 500 e 1000 Hz, visto que as superfícies lisas
sofreram uma maior refletância durante o teste, porém durante os ensaios foi perceptível ao
ouvido humano que a transmissão do som de dentro para fora foi superior na estrutura sem
preenchimento, tendo um menor isolamento sonoro. Já na frequência de 2000 Hz, a estrutura
com preenchimento obteve níveis de pressão sonora menores, certamente, esses valores
variaram pelo fato de que ocorreu uma maior dissipação do som quando utilizado uma
frequência maior.
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Gráfico 12 – Comparação entre a estrutura com e sem lã de PET e rebaixo em papelão com
formato côncavo
Para o terceiro ensaio, no qual foi utilizado o rebaixo em papelão com formato
côncavo, percebe-se que o comportamento da estrutura na frequência de 500 Hz teve uma
reação diferente ao teste, visto que a estrutura sem lã de PET teve uma maior vibração sonora,
afim de que a sua frequência natural coincidiu com a frequência aplicada, ou seja, ocorreu uma
ressonância, e por consequência um aumento na amplitude sonora.
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5.2.1 250hz
Em cada nível de frequência foi obtido valores referentes aos seis tipos de estrutura,
portanto em relação a frequência de 250 Hz, pode se observar que a estrutura com lã de PET
teve o maior nível de pressão sonora no ambiente interno, ou seja, atingiu o pico de 113,5 dB.
Visto que a estrutura sem lã de PET e com papelão em formato côncavo teve o menor nível de
pressão sonora, sendo o valor de 95,8 dB.
A tabela abaixo mostra os níveis de pressão sonora a cada um segundo durante a
realização dos testes.
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Gráfico 13 – Variação do nível de pressão sonora equivalente dos seis modelos na frequência
de 250 Hz
5.2.2 500hz
Na frequência de 500 Hz, pode se observar que a estrutura com e sem lã de PET e
com papelão em formato côncavo obtiveram o mesmo nível de pressão sonora, ou seja, atingiu
o pico de 102 dB. Visto que a estrutura sem lã de PET teve o menor nível de pressão sonora,
sendo o valor de 90,8 dB.
A tabela abaixo mostra os níveis de pressão sonora a cada um segundo durante a
realização dos testes.
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Gráfico 14 – Variação do nível de pressão sonora equivalente dos seis modelos na frequência
de 500 Hz
5.2.3 1000hz
Gráfico 15 – Variação do nível de pressão sonora equivalente dos seis modelos na frequência
de 1000 Hz
Da mesma forma que observado na análise da frequência de 250 Hz, a estrutura que
utilizou um rebaixo com papelão em formato côncavo, obteve uma maior absorção do som.
Porém em uma análise geral descobriu-se que os níveis de pressão sonora de todas estruturas
foram reduzidos em comparação aos testes em 250 Hz, pelo fato que com o aumento da
frequência sonora, os materiais absorventes obtiveram um melhor rendimento.
5.2.4 2000hz
Gráfico 16 – Variação do nível de pressão sonora equivalente dos seis modelos na frequência
de 2000 Hz
Certamente, esses valores variaram desta forma, pelo motivo que a estrutura com
lã de PET e isopor possui uma absorção em relação a frequência de 2000 Hz maior que os
demais, sendo assim ocorreu uma maior difusão do som.
Dessa forma, a análise com o modelo experimental ficou limitada, por motivos do
tipo de equipamento utilizado, visto que não possui a precisão ideal para gerar os resultados.
Através dos gráficos abaixo, é possível visualizar o comportamento do som nas
quatro frequências ensaiadas.
6 CONCLUSÕES
Com base nos resultados obtidos durantes os ensaios acústicos, verificou-se que os
objetivos foram alcançados, porém ocorreu uma limitação quanto aos resultados do tempo de
reverberação. As alterações previstas, adotadas como objetivo principal do trabalho em relação
ao tipo de material absorvente utilizado, obtiveram resultados satisfatórios durante o teste
experimental.
Ao conhecer o comportamento sonoro mediante as diferentes condições, percebe-
se que com a utilização de diferentes materiais absorventes na estrutura, a sua frequência de
vibração natural altera, portanto, conforme o nível de frequência que a fonte emissora aplica,
as estruturas tendem ao fenômeno de ressonância sonora, ou seja, a fonte emite um som igual
ou parecida com a vibração natural de um receptor, ocasionando assim uma amplitude sonora.
Outra questão de grande relevância a ser analisada, neste estudo, é o fato da
utilização de materiais em formato côncavo apresentarem valores de níveis de pressão sonora
mais baixos em determinadas frequências, visto que a sua geometria é projetada para conter
reflexões e transformar o ambiente em um campo livre.
É observável que a utilização de lã de PET como preenchimento no sistema massa-
mola-massa amortece mais quando a fonte emissora transmite frequências mais agudas, assim
seu modelo de fricção faz com que a energia sonora perca intensidade.
Esses resultados reforçam o quão importante é a utilização do material correto para
determinados ambientes. Se tratando do tempo de reverberação, se faz necessário uma analisa
do recinto e do tipo de atividade exercida, para que a estrutura seja projetada de forma a atender
o tempo ideal para cada ambiente.
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REFERÊNCIAS
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