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1.

Introdução

O imposto sobre o valor acrescentado (IVA) é um imposto indirecto que incide sobre a
despesa efectuada pelo sujeito passivo. Existem dois regimes fundamentais sob os quais
o IVA pode ser tributado, o regime de tributação normal e o de tributação simplificada.

O primeiro exige que a entidade tenha como requisito a contabilidade organizada e o


segundo não impõe aquele requisito como obrigação, mas sim, uma opção. Pela
contabilidade organizada entende-se como sendo a disposição de um sistema
hierarquizado de contas nas quais sejam reflectidas as variações patrimoniais. Existe
uma conta especial dedicada ao registo de IVA, a 4.4.3 Imposto sobre Valor
Acrescentado. Portanto, a aplicação das leis fiscais em harmonia com os registos
contabilísticos origina o que, normalmente se denomina de contabilidade fiscal.

O trabalho intitular-se-á “A Movimentação da Conta 4.4.3 Imposto Sobre Valor


Acrescentado, nos Regimes de Tributação Normal e Simplificada com a Contabilidade
Organizada, Diferenças Fundamentais: Um Estudo de caso da empresa ITWARE Lda¨.
Uma empresa vocacionada na venda de material informático.

2. Tema
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Imposto Sobre Valor Acrescentado

2.1 Delimitação do Tema

O estudo irá incidir sobre a Empresa ITWARE Lda. que operam no mercado
moçambicano, na Cidade de Maputo e reportará as práticas da mesma relativamente ao
exercício corrente de 2016 quando operava com um regime de contabilidade simples até
ao exercício corrente de 2017 quando passou a operar com um regime de contabilidade
organizada.

3. Justificativa

O abordagem do tema justifica-se pelo facto da legislação fiscal interferir


positivamente, de forma significa, na contabilidade das empresas. Dai que, os registos
efectuados pelos técnicos de contas devem obedecer as regras de contabilidade fiscal,
porque o seu incumprimento acarreta custos para as empresas através de penalizações
especiais (multas fiscais, entre outras). É dessa forma que julga-se ser de extrema
importância que um técnico de contas saiba e conheça a aplicação prática dos regimes
de tributação e seus reflexos nos registos contabilísticos.

Com vista a prestar alguma contribuição, propõe-se a investigar com mais profundeza
os contornos do tema em causa, objectivando possíveis soluções para a minimização do
caso de forma a despertar a sociedade em geral particularmente ao Legislador no
sentido de se preocupar em clarificar esta matéria, sendo que a sua relevância dependerá
das circunstâncias de cada caso concreto.

Espera-se que a presente pesquisa constitua uma plataforma que demonstra as


diferenças dos regimes de tributação no contexto contabilístico e na lei fiscal vigente em
Moçambique.
Problematização

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O IVA é um caso de sucesso a nível mundial, rapidamente tornou-se num imposto em
moda, contagiando os distintos sistemas fiscais. Embora revestindo modelos diversos, o
certo é que actualmente quase duzentos países a nível mundial basearam o seu sistema
de tributação das transacções neste imposto.

Nos países de expressão portuguesa, podemos encontrar este tributo em Moçambique e


em Cabo Verde, estando a respectiva introdução a ser equacionada em Angola e no
Brasil. O sucesso deste imposto deve-se fundamentalmente às suas características, em
especial à generalidade e à neutralidade, obtidas através do chamado método das
facturas, do crédito de imposto ou método subtractivo indirecto.

Em Moçambique, o IVA foi adoptado exactamente pelos seus méritos próprios em


1999, tendo uma grande proximidade nas suas características fundamentais com o
sistema comum do IVA da União Europeia, mas com características peculiares que
resultaram da sua natural adaptação à realidade nacional, nomeadamente, a existência
de regimes especiais e específicos especialmente adaptados a pequenos contribuintes e
um maior leque de situações de isenção abrangendo bens de consumo essenciais e bens
destinados à agricultura e pescas, vantagens decorrentes da margem de manobra que o
legislador possui e que já na UE não é possível.

Estamos constantemente a pagar IVA, na luz que ligamos, no banho que tomamos,
naquilo que comemos e vestimos, na gasolina que gastamos etc. Mas, regra geral, e
contrariamente aos tributos directos, não sentimos o peso deste imposto.

No entanto contstatactou-se no nosso país que existem entidades que tendo-se


enquadrado no regime de tributação normal em exercícios anteriores passaram para o
regime de tributação simplificada nos exercícios subsequentes como o caso da Empresa
ITWARE Lda. e isso reflecte-se através de volumes de venda dos exercícios anteriores.
Aquelas entidades continuarão a usar o sistema de contabilidade organizada, debitando
e creditando as contas sempre que ocorra um facto patrimonial.
Da constatação supracitada surge o seguinte problema:

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Quais os motivos que levam o comportamento das empresas na movimentação da
conta 4.4.3 - Imposto Sobre o Valor Acrescentado, do regime de tributação
simplificada para o regime de tributação normal?

Hipóteses

5.1 Hipótese de Pesquisa


No regime de tributação normal, a conta “4.4.3 – Imposto sobre Valor
Acrescentado” é movimentada de forma sistemática, sendo debitada e creditada
pelo IVA das operações passivas e activas, respectivamente. Enquanto, no
regime de tributação simplificada aquela conta é movimentada, apenas no final
do período do período trimestral, no acto de apuramento de IVA.

5.2 Hipótese Alternativa

No regime de tributação simplificada a conta “4.4.3 – Imposto sobre Valor


Acrescentado” não é movimentada porque as entidades enquadradas não
deduzem nem liquidam IVA, sendo movimentada, apenas no regime de
tributação normal.

4. Objectivos

6.1 Geral
 Descrever as diferenças fundamentais de movimentação da conta 4.4.3 – IVA,
no regime de tributação normal e no de tributação simplificada, em empresas
com contabilidade organizada.

6.2 Específicos

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 Caracterizar os regimes de tributação normal e de tributação simplificada de
IVA, de acordo com a legislação fiscal moçambicana;
 Explicar as diferenças de contabilização de IVA nos dois regimes;
 Verificar o tratamento contabilístico de IVA na Empresa ITWARE Lda.

Metodologia

Para elaboração da pesquisa vai ser aplicada o método qualitativo e quantitativo, será
feita a revisão documental (legislação fiscal de Moçambique) e livros de contabilidade
que tratam aspectos de IVA.

Para enriquecer a compreensão do trabalho será feito, ainda, um estudo de caso empresa
da ITWARE Lda. Uma empresa vocacionada na venda de material informático, com
sede na Cidade de Maputo, Av. Agostinho Neto nº 1164, serão usados ainda modelos
específicos de contabilidade (razões esquemáticos e diários) na demonstração dos
lançamentos contabilísticos.

5. Cronograma de Actividades e Orçamento

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8.1 Actividades

Actividades Abr Mai Jun Jul


1 Revisão da literatura
2 Elaboração do Projecto
3 Colecta dos dados
4 Tratamento dos dados
5 Elaboração do Trabalho
do fim do Curso
6 Revisão do Texto
7 Entrega do Trabalho

8.2 Orçamento

Material Unidade Preço Total


Resmas 2 250Mt 500Mt
Canetas 2 50Mt 100Mt
Lanches 60 100Mt 6000Mt
Transporte 60 50Mt 3000Mt
Lápis 2 40Mt 80Mt
Borracha 1 50 50Mt
Total Geral 9.730Mt

6. Referencias Bibliográficas

a) Obras
 ACIS. O Quadro Legal para Impostos em Moçambique. 2. Ed. Maputo, 2011;
 BORGES, A. Azevedo e RODRIGUES, Rogério. Elementos de Contabilidade
Geral. 19. ed. Lisboa: Áreas, 2007;

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 DELOITTE & TOUCH. Guia Prático para Aplicação do IVA. Maputo: Texto
Editores, 2000;
 MARTINEZ, F.C. Direito Fiscal. 2. Ed., Areas: Lisboa, 2007;
 PEREIRA, J. Esteves. Contabilidade Básica. 10. Ed. Lisboa: Plátano, 1989.
 MARCONI, Mariana de Andrade & Lakatos. Eva Maria. (1996). Técnicas de
pesquisa. 3ᵃ ed. São Paulo. Editora Atlas.
 MARCONI, M. & Lakatos, E. (2008). Técnicas de Pesquisa. (7ª Edição).
Editora atlas. São Paulo.
 GIL, A. C. (1999). Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo:
Atlas.

b) Legislação
 ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA. Lei nrº 32/2007. Aprova o Código do
Imposto sobre Valor Acrescentado, 2007;
 CONSELHO DE MINISTROS. Decreto nrº7/2008. Aprova o Regulamento do
Imposto sobre Valor Acrescentado, 2008;
 CONSELHO DE MINISTROS. Decreto nº 70/2009 de 22 de Dezembro:
Sistema de Contabilidade para Sector Empresarial em Moçambique (PGC-NIRF
e PGC-PE);

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